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IEV 93 Pouso Alto - MG - Brasil CONFERENCIA INTERNACIONAL SOBRE AVALIAGAO DE ¢ crve INTEGRIDADE E EXTENSAO DE VIDA DE EQUIPAMENTOS INDUSTRIAIS INTERNATIONAL CONFERENCE ON INTEGRITY EVALUATION AND LIFE EXTENSION OF INDUSTRIAL EQUIPMENTS. a3cm TRABALHO N° 4 PP 51-54 INTEGRIDADE F.EXPECTATIVA DE VIDA DO SOLAMENTO DE. ‘CABOS ELETRICOS DE MEDIAE ALTA TENSAO-ENSAUOS NORMALIZADOS PABLO MOURENTE ‘Mourente Engenharia eConsultria Lida. ‘A Paranapu, 1669 Sala 213 2910-001 - Rio de Janeiro - RI- Bras suminio Este tabaio ania a eximata de vide do slarsento de caboselieicos ce mae aa tnedo, Com ‘sso sobjetva a esabeleceruma fora de comparacdo ent cabos de dvenos fabrcantes com base nas peda {founeciras orundas de pa ster de supimenoorundas de ahas de isolarena,Adicionalmente si evedas fom conta opessoer ambietais(imundagoes © polis} com 0 objetivo de determina a canfabidade dos ‘limentadoes, J.Introdueso: ‘Quaiquer planta industrial requer uso intensivo de energia. elétrica, Falhas no suprimento podem provocar danos aos equi pamentos de processo ¢ também provocar perdas de producéo. Um dos pontos mais erticos no sistema elétrico vem a ser & confiabilidade dos cabos de alta e média tenséo. Os cabos si0 submetidos @ ataques do meio ambiente (inundagbes, ataque uimico) e apresentam um custo elevado limitando o grau de redundancia posstvel. As falhas de suprimento decorrem ée defeitos no sistema elétrico e 0 ponto mais sueito a falhas & 0 sistema de cabos. As falhas nos cabos podem ser de origem mecénica ou elétrica Neste trabalho apenas as falhas de origem elétrica serdo analisadas, Em 1988 a ABNT introduziu um avango signifieativo na construgio de cabos elétricos de média e alta tenséo, através da NBR 10299, Essa norma qualifica os cabos pela confiablidade do cabo (aqui incluido a qualidade do material isolante e do processo de fabricagio). Assim o usuario de eabos elétricos pode verificar a qualidade de cada fabricante e avaliar a taxa de risco em servigo. Neste trabalho analisamos a confiabilidade de cabos e se diseute & correlagko dos parimetros de confiabilidade com & performance dos cabos. 2.Aluste da distribulgao de Weibull Para caracterizar a confiabilidade de um cabo associa-se uma distribuiggo de Weibull & probabilidade de falha. Essa distribuigdo apresenta a seguinte forma: FUE.) = L-exp[-R(EEo)"(Wt0)"] a onde F - probabifidade acumulada de falha R = (dldo)” (Wo) -fator de transporte entre as dimensoes reais e da amostra de referéneia a Basto.b.a- pardmetros caracteristicas do cabo, E.- intensidade de campo elétrico aplicada, {-intervalo de tempo de aplicacao. ‘3. Ensaio Normalizado (ABNT NBR 10299) (Os pardmetros caracteristcos de um cabo, dependem no apenas do material isolante usado, mas também do processo construtivo. Para estimar esses pardmetros efetuam-se ensaios de curta duragao (determinam-se Ep e b) e de longa duragao (determinam-se os valores de toe a). 2.1.Ensaios de Curta Duraco (Os ensaios de curta duracdo visam a determinar os pardmetros Eo ¢ b. Para isso recorre-se a ensaios em amostras, de cabos, Essas amostras so normalizadas com as seguintes dimensdes: ‘cabos com tensio nominal até 27/38 kV) didmetro da blindagem do condutor do = 7,50 mm cespessura de isolamento - média minima -3,40 mm espessura da blindagem da isolagdo-média- 0,40 mm. 20 amostras com 3 m e 20 amostras com 20m 20 amostras com comprimento 14 = 168,75 R / onde 20s Rs 30. 20 amostras com comprimento Ig = 168,75 R / onde 75 Rs 125. s ey » Modelo. ‘Gidmetro da blindagem do condutor do = 12,00 mm. espessura de isoiwinento - média minima - §,50:mm espessura da blindagem da isolacio- méia- 0,40 mm 20 amostras com 3 m e 20 amostras com 20m » Cabo Real amastra tipa.A 20 amostras com comprimento la = 168,75 Rd? onde 20 R = 30, 20 amostras com comprimento 18 = 168,75 Rd onde 75 = Rs 125. Biindagem do Isolamento Isolamento. Condutor Vy Fig -Esquoma de um cabo de Alta Tens Blindagem do Condutor Essas amostras sio submetidas a uma tensio alternada na frequéncia industrial que se inicia com um valor de tensdo Va. A tensio Vo € determinada de forma provocar um campo elétrico de 15 kV/mm, Essa tensio é mantida durante 10 minutos « aumentada em degraus (de 10 KV ou de 0,50 Vo para o modelo ‘até que ocorras perfuragdo da amostra, A cadaamostra (ver Fig.1) sao associados os valores » Tensio de perfuragio -V » didmetto sob aisolagdo -d » diimetro sobre a isolagéo - D +E = 2V/{dIn(D/a)] Obtém-se entio uma serie de n valores de intensidade de campo elétrico de perfuracao. Esses valores sao ordenados em ‘ordem crescente, @ cada amostra stribui-se uma probabilidade we talha dada por Fi = (-03)(n +04) ¢os pardmetros Eo ¢ bso Obtidos pelo método dos minimos quadrados. (Ver Fig.2) » campo elétrico =[EXV-EXE Vinj[EX(EX) in] a) En=explEwln-3 vi(nb)] 6) Curta a Frio ~ Cabo - E¢kU/nm Fig2 Distibuigao de Weibull ajustada a0 Ensaio onde Xj = 1n(E),1= Ton Yi = In(F),i= 1 Fi = (-0.3)(n +04) Note-se que a probabilidade acumulada de falha foi auribusda por um processo de ordenamento, Assim existe uma fonte de erro que pode distorcer os valores encontrados. Para corrigir esse erro usa-se uma propriedade da distribuigio de Weibull. transporte entre dimensoes do valor de Eo€ expresso por: Eo(R) = Ea()R™ “ Assim reulizam-se ensaios em amostras de vérias dimensées, pois em uma distribuigio de Weibull o fator de transporte entre dimensdes deveria ser igual a0 expoente b. Assim determina-se o fator de transporte que é dado por: (Ver Fig3) Ex Exim Sov DxE vin} “% (dildo) (to) In(Ri), i=, inf: Fig3Ifluencia do valor de F sobre Eo A cestimativa feita pelo fator de transporte é mais robusta, posto que existe um ndmero maior de amostras. Transportam-se 0s gradientes de todas as amostras para o valor de referéncia R= 1 c assim determinam-se os valores de Ena (ealculado com (0s valores de perfuragdo na amostra tipo A do cabo real) eb (calculado referindo todas as amostras de curta duragdo a frio ara a mesma referéncia). (Ver Fig 4) et Fig Dlstrbuigdo de Welbul conigida em funcdo de R 2 2.2 Enseios de Cuta Duracdo a Quenta ‘estes ensaios usamse 8 amostras (modelo D ou T) com 10 m de comprimento stil, As amostras sto aquecidas até a temperatura méxima de operagio em regime permanente procede-se & perfuragio das amostrs. Obtémse assim uma Série de valores de perfuracio que sera usada em conjunto com 0s ensaios de longa duragio, Desses valores determina-se Enc que corresponde ao gradiente de perfuragio caleulado sobre essas 8 amostas, bac=[EXY-E XE VinltEX>(E XIV] (6) Enc = expl DXin-E vin bac) } a (Os ensaios de curta duragio podem indicar a supor- tabilidade do material. Mas ndo tem grande significado separadamente, pois ndo fornecem nenhuma informagio sobre ‘0 envelhecimento do material. Para obter essas informagbes cccorre-se aos ensaios de longa duracao, Estes ensaios so feitos com 0 cabo aquecido, usando-se 10 amostras idénticas as usadas nos ensaios de curta duracio a ‘quente. A tensZo aplicada inicia com um valor correspondente 1430 % do valor de Enc. A tensio é aumentada em degraus de 10% a cada 168 horas. Anota-se a tensio de perfuragio de cada mostra e calcula-se 0 valor de En. bol = [EXY-EXE YinplS X-(EX)° in] @) Eat =cap(S X/n- Y/nbat) (9) (© objetivo destes ensaios é obteros valores de we a. 80 € feito caleulando-se 0 valor de N=b/a por um processo iterativo. A primeira estimativa de N & dada por: N=In(8 tLonga!® tCurta)/In(EaciEst) (a0) sendo 4 tLonga = 168 horas 4 tcuna = 0,167h = 10 minutos Ne anh teqi=toj +10 ve +a) 1.3 (+i) ay onde tpj- tempo de perfuragio da j-ésima amostra referida ao dltimo degrau de tensio 1j- nlimero de degraus aplicados teqj tempo equivalente dos nj degraus de testo aplicados & amostra referidos 20 Ultimo degrau r+ relagdo entre o degrau inicial eo ineremento, Com os valores de tempo equivalente fez-se uma transformagao de coordenadas Xi = In(teqi) e Yi = In(E) € obtém-se uma nova estimativa para N, N= x24(2 x)*/ay[EXY-E XE Vin] (12) prossegue-se até que a diferenga entre duas iteragoes suces- sivas seja inferior a 1 %, Fig S-Decaimento de Ep (Ensaio de longa duragao) Ensaio Alternativo (Caracterizacio do Material —pelos valores contaminados e reduzidos) s ensaios normalizados se prestam extremamente bem 3 ualificagéo de fornecedores de cabos. Cabos que apresentam taxa elevada de falhas em servigo apresentam uma distribuigéo dde Weibull com carateristicas inferiores & de cabos de melhor qualidade. No entanto & necessério saber interpretar correta- mente a distribuigio de Weibull, principalmente nos seguintes pontos: » Os ensaios normalizados sto feitos com 0 cabo sem contaminagao por umidade, assim deve ser levado em conta que 0 material isolante sofre degradagio quando 0 isolamento é contaminado por égua, (Mourente, Nakaguichi ¢ Oliveira, 1993, o EPR temo valor de rigidez reduzido em cerca de 20% ¢ o XLPE pode softer uma redugao de 40%). » ANBR 10299 sugere o uso do gradiente de curta duragio a frio como o valor de Eo, Ocorre que a rigidez dielétricasofre redugdo com 0 material aquecido. O valor da rigidez dielétrica com o isolamento aquecido também é calculadono procedimento normalizado, assim poderia ser usado. » O efeito de procedimentos como os ensaios de HiPot, sobretensdes © sobrecargas nao é levado em conta na estimativa da vida do cabo, Efetuando a estimativa de vida de cabos considerando procedimenta indicado pela NBR. 10299, encontra-se para 300, km de veia, uma estimativa de mais de 100 anos para a primeira falha por envelhecimento elétrico, mesmo para cabos que em ‘uso sofreram uma falha ap6s 8 anos. [No entanto se for considerado o valor de Eo como o valor de gradiente de curta duragao a quente e a reducéo observada pela penetracdo de égua, aestimativa do tempo para aocorréncia {da primeira falha em 300 km se torna mais realistica. Com essa correcio pode-se ver inclusive que o procedimento de aplicar ensaios de HiPot (ensaio muito usado pelas equipes de ‘manutengdo) compromete de forma significativa 2 vida do isolamento. ‘Outro ponto a ser considerado 6 que os ensaios nor- :malizados pela NBR 101299 sio demorados e dispendiosos, posto ue foram definidos para a qualificacdo de um projeto. Assim cembora esses ensaios sejam adequados & qualificagao de for- necedores nao so aplicdveis para a manutenglo preditiva, Mas & possivel realizar ensaios simplificados que, apesar de serem 10a invasivos e destrutivos, usam quantidade menor de eaboe slo de execugo mais répida (Os ensaios alternativos estdo sendo apresentados neste mesmo semindrio em outro trabalho). Dessa forma é possivel usar os ensaios de qualificagdo como referencia € com ensaios simplificados efetuar periodicamente a verificagdo do envelhecimento dos cabos de forma a detectar 0 inicio de processos de degraducio acelerada, 4. Estimativa de Vida Residual AA parti: dos pardmetros determinados nos ensaios nor- malizados pode-se estimar a vida dil do sistema de cabos, Na Fig6 pode ser vistaa estimativade vida usando-se os pardmetros do cabo determinados de acordo com 0 procedimento nor- ‘malizado ou o procedimento alternativo. Tinita aefertorao as 730T 4 Use Seine sent re Fig 6-Estimativa de Vida residual Note-se que existe uma grande diferenca entre a vida dil estimada pelos parametros normalizados e os pardmetros ob- tidos nos ensaios alternatives. A eestimativa da vida residual foi feita com 0 uso do programa EletMan (Mourente e Balbi 1991, 1993). ‘5. Correlacho com Risco Financeiro A disponibilidade de um alimentador serd estimada por A=(MTBF-MTTR)/MTBF (a3) ‘onde MTBF - tempo médio antes da fala MTTR - tempo médio de reparo. O MTBF éestimado com base na distribuigdo de Weibull ajustada, assim, MTBF = to (E'E)?* { inji(i-Fy Rp (4) se dois alimentadores independentessio instalados em paralelo, tem-se que a disponibilidade total aumenta, As Alt A2-AL-AD as) 0 tempo anual de paralisagio pode ser estimado por: ta=(1-A) 8760 reno (16) o risco financeiro sera expresso por: TRF = 100(1-4) a7 assim € possivel correlacionar a qualidade do cabo com as perdas financeiras devido a paralisagbes devidas a fa-Ihas nos cabos. Beferéncias » NBR” 10209 - “Andlise Estatistica da Rigidez. Dielétrica de Cabos Eletricos em Corrente Alternada e a Impulso "- ‘ABNT Maio 1988 » Mourente, P, ¢ Bali, A. - “Engenharia de Manutenglo assistida por computador" - 2° Congresso de Sistemas da Qualidade - pp 573-584-4 a 8 Novembro 1991-Séo Paulo SP Mouremte,P.-"Resultados Prticos do Modelo de Weibull « Anslise Eeondmica de Riscos"- 2° Congresso de Sistemas da Qualidade - pp $25-933-4 a8 Novembro 1991-S4o Paulo SP » Mourente, PC. Nakaguichi e Oliveira G.A. - “Estimated life time ‘of high voltage electric motors’ - VIII ISH - International Symposium on High Voltage Engineering - paper 64c, August 23-27, 193- Yokohama Japan” » Mourente, P.¢ Balb, A. -"EletMan - A data base with tools toelectric equipment life estimate" - VIII ISH - International ‘Symposium on High Voltage Engineering - paper 94¢ ‘August 23-27, 1993 - Yokohama - Japan ABSTRACT This paper analyses the estimated life of medium and high voltage electric cables insulation. The aim isto establish a method ‘ofcomparison between cable of different manufacturers with basis inthe financial losses due o electri supply interruptions originated from insulation failures. Additionally environmental stresses (floods and pollution) are considered to evaluate the influence on the reliability of electric feeders. 1EV 93 Pouso Alto - MG - Brasil CONFERENCIA INTERNACIONAL SOBRE AVALIAGAO DE C crve INTEGRIDADE E EXTENSAO DE VIDA DE EQUIPAMENTOS INDUSTRIAIS INTERNATIONAL CONFERENCE ON INTEGRITY EVALUATION AND LIFE EXTENSION OF INDUSTRIAL EQUIPMENTS a3cm TRABALHO NP 49 PP 85-58 INTEGRIDADEE EXPECTATIVA DE VIDA DO ISOLAMENTO DE. ‘CABOS ELETRICOS DEMEDIAEALTATENSAO-ENSMOS. ALTERNATIVOS PABLO MOURENTE: Mourete Fagenharae Cust Lida Av Paap 1 213-71910001-Rio de ar -R-Bras suMaRto Exe batho analsaenseos aematvosque isan abaratcarocste dosensacs para vereasdo dt ieydade de caboseleticos « assim lortar oso da metodolopa de cdculo da esectatina de a Inais acces. Tanbm é analuada a possibiidade de estabelecer 0 uso do Fator de Poténca de Itolament camo wn ensalo nao desis que foe um indie de desenpeho para acompanharneto do esta do iealamento AIntroducao (© envelhecimento de uma borracha isolante pode ser re- presentada por uma distribuigdo de Weibull. Isso significa que ‘a probabilidade acumulada de falha aumenta coma intensidade de campo elétrico e com © tempo de uso. O fendmeno de envelhecimento pode ser melhor visto se quantificarmos a variagio com o tempo da intensidade de campo elétrico que corresponde a uma probabilidade de falha de 63.2 %: Eo(t) = Bo(to) (vto)** o onde Eaxabva sto 2s earacterstcas do material solante segun- do a norma ABNT NBR-10299, fungio do uso do isolamento determina-se a inten- sidade de campo elétrico de operagio e como os materais envelhecem, Depois se estabelece a vida ail desejada e se escolhe 0 material eas dimensoes adequadss Neste trabalho se visa dscutr formas menos dispendiosas para determinar as cractersticas do material ¢ assim tornar mais comum 2 avaliagio da vide itil esperada dos materais isolantes. Também se analisa 0 uso do fator de poténcia de isolamento que & cortelacionado com o estado do isolamento, assim se obieré um ensaio nfo destrutivo que permitiré uma avaliagio periédica do cabo. 2.Mecanismos de Falha Em um cabo elétrico a falha mais comum € um dano mecanico, com o cabo sendo atingido por uma picareta ou escavadeira, Esse tipo de falha nao pode ser evitado pela escotha {do materiale assim est fora do escopo deste trabalho, (s processos de falha que dependem do material isolante ‘edo projeto e construgio do cabo, sio aqueles que envolvem a deterioragdo do isolamento, Esses processos » Sobrecargas As sobrecargas provocam um sobreaquecimento do cabo, fazendo com que esse trabalhe a uma temperatura mais elevada que aquela para a qual a borracha foi desenvolvida. A borracha € caracterizada por uma temperatura nominal de operagio (na «qual pode operar indefinidamente), por uma temperatura de sobrecarga (um determinado numero de horas ao longo da vida ‘iil) e uma temperatura de curta duragdo (alguns segundos, durante um curto cireuito por exemplo). Tab. {-Temperaturas admissiveis nas Borrachas Isolantes Borrache Temperatura Temperatura “? Temperatura ® isolante__ Nominal (°C) Sobrecarga (°C)_Mavima "C) EPR oD 1 250 XLPE 0 10 280 Pvc x 100, 150 1T-Misio de 100 horaano ou SN horas ead 2-3 segundos ‘A temperatura provoca alteragbes na estrutura reticulada do isolante e assim provoca uma redugio na suportabilidade elétrica. Mesmo depois de voltar & temperatura normal as carateristicas do isolante permanecem reduzidas. Assim 0 que ‘corre é que ao operar algumas horas em sobrecarga se peréem alguns meses ou anos da vida iil, Esse problema deve ser considerado no projeto (calulando a temperatura de acordo om a IEC-287) do sistema de cabos, de modo que se evite a sobrecarga ou que se saiba exatamente o quanto se pode perder da vida ci, > sobteteasies ‘Todo sistema elétrio sofre sobretensdes que podemser de origem interna (devidas @ manobras da rede) ou externa (des- cargus atmosféricas). As sobretensbes podem provoca 0 inicio de descargas parciais o que acelera 0 envelhecimento. Assim 0 projetista do cabo leva em conta que o cabo ndose projeta apenas pela tensio nominal, mas também pelas sobretensdes. » eovelhecimena Esta é uma caracteristica do material isolante. O projetista deve conhecer a forma pela qual se reduzem as carateristicas isolantes da borracha e compatibilizar com as solieitagdes im- postas pelo sistema elétrico, com a expectativa de vida Gil 2 Envelhecimento provocado pelas Cavidades Vejamos agora porque ocorre 0 fenémeno do enve- thecimento da borracha. O isolamento dos cabos ¢ colocado por uum processo de extrusdo. Isso significa que a orrachadeve ainda sofrer um processo de cura, durante o qual ocorre a reticulagio. Durante a reticulagdo gases sdo liberados e formam-se micro cavidades. Essas cavidades ficam cheias de ar ou gas (principal- mente Metano). No processo produtivo procurs-se reduzir 0 rnGmero de cavidades procedendo & desmetanizagio e sub- metendo 2 borracha a um processo de cura sob pressdo, assim comprimindo e reduzindo 0 volume das cavidades. ‘Quando 0 cabo esta em servigo surge dentrodo isolamento uum campo vetorial, caracterizado pela distribuigéo de campo elétrico. Nas superticies de contorno entre o isolamento e a cavidade a continuidade do fluxo elétrico deve ser respeitada Assim a intensidade de eampo elétrico no interior da cavidade é maior que a que se observa na borracha. » Descargas Parciais © ar suporta cerca de 3 kV/mm enquanto @ borracha suportade 3)aSOkVimm. A permisividade relativa da borracha de cerca de 3, zssim sendo a intensidade de campo usada no projeto em toro de 2 kV/mm as cavidades ficam portanto submetidas a uma intensidade de campo elético de 6 kV/mm, Logo o ar dentro das eavidades no suport ess intensidade de campo elético e ocorre uma descarga dentro da cavidade (esas descargas do denominadas descargas parcais e podem ser ob- servadas por medigbes especticas. ‘A energia dissipada nessas descargas é muito reduzida, ‘mas como se repete indefinidamente e alua sobre um pequeno volume acaba earbonizando a superficie da cavidade. Ver Fig. 2En2 Counts corbeniroda Fig.1-Continuidace do Fuxo Elérico nas Cavidades Quando a superficie da cavidade se carboniza cessam as descargas, mas aparece a intensificagéo de campo elétrico devido & presenga de um corpo condutor. Essa intensificagio dependers da forma do corpo condutorefaz com que aborracha fique submetida @ uma intensidade de campo elétrico ma elevada nas vizinhancas da cavidade carbonizada, Inicialmente ‘a borracha suporta essa maior intensidade de campo elétrico € assim 0 processo de deterioragdo sofre uma redugdo de velocidade, No entanto essas partes nas vizinhancas das partes carbonizadas, submetidas a uma maior intensidade de campo, vao envelhecer e se carbonizar também. Ao longo do tempo a regio carbonizada aumenta formando uma regio como aspec- to de uma arvore, Esse fenémeno & denominado "Electrical ‘Treeing” e se caraeteriza por um avango lento, » Agua ‘Quando ocorre a penetragio de agua no isolam estrutura reticulada softe um enfraquecimento. Assim ar diclétrica da borracha se reduz rapidamente a um valor que dlepende do tipo de borracha. O EPR sofre uma redugéo de 20, ‘6 enguanto que o XLPE pode apresentar uma redugéo de 40 5. Também aevolugio do enve-Ihecimento ser diferente, mais acelerada do que o que se observa no isolamento seco. ‘A penetragio da 4gua faz com que se formem regides onde 2 égua fica em paralelo com a borracha. Como a dgua tem uma permissvidade relativa de 80 existe uma corrente de fuga (prin- cipalmente a componente de deslocamento) muito elevada nessa regido ocupada pela dgua. A 4gua se vaporiza dando ‘origem a um fendmeno de descarga parcial e carbonizando @ borracha. Carbonizada a borracha cessam as descargas ea égua se liquefaz e penetra em nova regio, repetindo o processo. Ver Fig2 ai Hh ee bs a At Paik mo if E i — Fig2-Cavidade com Agua © fendmeno evolui em forma de uma arvore, similar a0 feito das cavidades. A velocidade do fendmeno no entanto & muito maior. Esse fendmeno € denominado “Water Treeing”. 4. Ensaios Atemativos, Na Parte I deste trabalho foi visto como a ABNT qualifica (0s fornecedores de cabos elétricos de média e alta tensio. No ‘entanto os ensaios sao extremamente dispendiosos, requerem ‘cerea de 1 km de cabos para os ensaios, além de um tempo de execucéo de 4 a 6 meses. Assim 0 que ocorre & que 0 fabricante realiza 0s ensaios apenas quando fortemente solicitado e depois usa os resultados desse ensaio, mesmo que © processo produtivo (materials € procedimentos) tenha sido alterado. Além disso 0s ensaios nor- malizados sao destrutivos e ndo podem ser aplicados a procedimentos de manutenglo, 5 Amostras Reduzidas ‘Uma primeira tentativa de facilitar a execugdo dos ensaios de confiabilidade sera a de reduzir o custo do material usado. Para isso recorre-se a ensaios de amostras de menores ddimensbes ¢ através de uma correlagio com os ensaios nor- ‘malizados se determina quando a borracha esta em confor- ‘midade com a borracha qualificada, Como as caraterfsticas da borracha dependem nao s6 do ‘material, mas do processo produtivo, as amostras serdo retiradas ‘de um cabo. Um pedago de cerca de 2m dle cabo serd cortado e af retiradas amostras, As amostras serdo submetidas a ensaios de curta e longa duragéo, A diferenga em relagio aos ensaios normalizados € que esses ensaios requerem que para aaplicagto dda tensio existam terminals (0 que acrescenta 2a 3 mde cabo & ‘amostra). Além disso 0 comprimento Gtil do cabo & de 3 m,nesse volume ttl existem regides submetidasadiferentes intensidades de campo, o que € levado em conta por meio de um fator de transporte dimensional ‘corre que pela forma do cabo a distribuigio de campo segue uma hipérbole. Assim a formagio e a evolugio de um defeito se dé na face interna do isolamento e se propaga no sentido radial. Assim ao ensaiar-se uma amostra com a inten- sidade de campo méxima se determinaré um tempo de defeito conservative. afr ofr Fig. 3 Distbuigdo de Campo Eltrico no Cabo ‘As amostras correspondem 2 cortes de cilindros de 5 em de cabo, Esses cilindros so cortados em dois e se removem 0 condutor eas capas semicondutoras. Tanto na face interna como na externa se aplica uma-tinta condutiva no ponto onde sero aplicados os eletrodos. Dessa forma existe entre os eletrodos. uma superficie isolante que suporta cerca de 1 a 2 kV/mm de trajet6ria, A espessura da borracha pode ser reduzida através de um processo de lixamento na face externa de modo a adequar a espessura (e portanto o campo elétrico dentro da borracha) a tenséo aplicada (fungio da trajetria superficial), ver Fig. Aplicartinta condutiva entre o eletrodo © a borracha 05010 mm Hletrodo em Cobre estanhado Figd-Amosiraatrnativa Essas amostras io ensaiadas e determina-se os valores de pe bna curta duracio e de toe a na longa duragio. Com isso se caracteriza © material propriamente dito. Agora se faz necessdrio correlacionar esses resultados com 0 cabo real 6, Conelacionando com 0 Cabo Real Em uma distribuigéo de Weibull o transporte entre dimensées deve ser caracterizado por: BR) = ER @ onde b é o expoente determinado nos ensaios. Em um cabo a distribuigio de campo elétrico nao € uniforme e assim o fator dimensional R deve ser calculado de modo a ser referido @ um valor tnico de campo. Assim a pro- Dabilidade de falha em ursa amostra tniea sera dada por: Fe ~expl- (E/E0)"] @ 7 Havendo varias amostras a probabilidade de falha sera dada por: sent: |cee0Pevi - v ~expl-R (EmEo)") ® (E/Em)? dV = 122/12 (1-b)} v Em - intgnsidade méxima de campo elétrico, aV = rdrde dl Assim se correlaciona o valor de Eo determinado nas amostras reduzidas com os valores caleulados em cabos. ‘Z.Manutenclo Mesmo os ensaios alternativos com amostras reduzidassio invidveis para a manutengio preditva, Assim & necessério cor- relacionar alguma grandeza que possa ser medida de forma no destrutiva € correlacionada com a distribuigéo de Weibull medida, Uma grandeza que seria adequada é0 Fator de Poténcia do Isolamento. Ver na Fig.S a correlagéo entre o nimero de amostras perfuradas ¢ 0 Fator de Poténcia do Isolemento (Mourente, Balbi e Nakaguichi, 1993) L L 1 L L — fmostras perfuradas (7) | F.P:Izolanento Co i 3 T / \ ozsee — \ tenpo choras) Fig5-Corrlagio entre FP Isolamentoe perfuracéo ‘Ovorre que a medigdo do Fator de Poténeia do Isolamento no 6 vidvel na pritica devido a elevada capacitincia do cabo, ‘que requer que a fonte de ensaio possa suprir uma corrente elevada. Para possibilitar a mediglo de Fator de Poténcia de Isolamento com os aparelhos normais, procede-se a uma alteraggo no circuito de medigéo, Essa alleragio consiste na incluso de um reator para ressondincia paralela, © reator & sintonizado através do ajuste do entreferro de modo que a fomte de ensaio fornecerd apenas a corrente de fuga resistiva. Ver Figo. L ts so mei Pos. UST - medindo C, e Ry Fig6-Circuito para Medigéo do FP. doslamento ‘Osensaiosalterativos aqui propostos foram aplicadosem quantidade reduzida de cabos. Desea forma nfo existe ainda tima universlizalo dos resultados, Pra iso seria conveniente tue resultados de diferentes pexgulsadoresfossem comparados de modo ase obter um procediment repetitive robuso, No entnto € postvelcomparar os resultados de ensaios realaados em cabot retirados de servigo devido a um fndice elevado de falas. Ver Fig. Beye een Fig. 7-Comparagio dos Ensales Aterativos ¢ NBR-10290 toolomento do Cob Ct 3-Terra (Ground) » NBR-10299 - "Anilise Estatistica da Rigidez Dielétrica de Cabos Elétricos em Corrente Alternada e a Impulso * - ABNT Maio 1988 » IEC-287 - "Calculation of the Continuous Current Rating of ‘Cables’ - International Electrotechnical Commission - 1969 » Mourente, P., Balbi A, Nakaguichi, C. - "Ensaios de envelhecimento de materiais isolantes para determinar a vvida til de um equipamento elétrico’ -XII SNPTEE-Grupo XIII - Equipamentos Elétricos e Materiais de Subestagdes, (paper RE/GEM(01) - Recife -3.a 7 de Outubro de 1993 ABSTRACT This paper analyses alternative tests aiming to reduce costs of integrity evaluation tests and thus making the use of the ex- pected life methodology more accessible, The use of the Insulation Power Factor is analysed, as a non destructive test to follow insulation integrity

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