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Z - A Mae Do Senhor - Jose Patsch PDF
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¢ Halifa; 0 sucessor do profeta Muhammed»). i proviivel portanto que Cléofas fosse © primogénito dos irmios, com todos os direitos e de: verey relatives ao seu estado; Sdo José era um irmio mais jovem, como 0 seu préprio nome indica: Joseph-el quer di- is facil nas ree 96 ver Deus dix (um irmiv)». Clopas € ncme grego, sig- nificandoconstam no Egito de muitos papiros, nos anos 61-62 até 257-268 4, G,, mas tais registros se faziam também antes, como se pode verificar por um papiro do ano 42 (de Augusto), isto 6 de 11-12. d. CG. éste o papiro de Ossirinco em Fajjtim (33) Lucas chama éste recenseamento «o primeiroy, para dis tinguf-lo daquele que ver mencionado nos Atos dos Apést los (5, 37) © que se realizou no ano 6-7 d. C. (34). No ano 104 d. C, saiu um decreto do governador do Egito referente 4 um outro recenseamento nos mesmos térmos do que relata o Evangelista, «Gaio Vibio Maximo, governador do Egito anuncia: De- vendo-se realizar 0 recenseamento, ordenamos a todos aqué- les que, por qualquer motivo, se acham fora do seu distrito, que voltem A casa paterna, para encerramento do censo ¢ para e dedicarem A cultura dos campos que thes incum- bem...» (35) Possuimos ainda um interessante fragmento dos tempos do imperador Claudio (41-54) a respeito de um depoimento Vita dit August, 2, nfell and. Hant, Oathynchas Papurf, 1. itren, op. city Ty p. 181. Deissman, Pi ieht vom Ostem, ‘Tiibigen 19: sob juramento, referente aos habitantes de uma casa. fi do ano 47-48 d. C. e diz: «Ao pretor Dérion ... a0 escriba do imperador © a Didimo e aos empregados do recenseamento Para os campos ¢ para as aldeias, da parte de ‘Thermou- thari, filha de Thoon, com seu amo Apol6nio, filho de Sotade Habitantes na minha casa na rua meridional. . Thermou- traion, liberta do dito Sotade, com cérca de 60 anos, esta. tura regular, cér morena escura, rosto oblongo, e uma cica- catriz no joelho. Ao todo trés pessoas, Eu, a dita Ther- moutharion com seu amo Apolénio, juro por Cléndio César Augusto Imperador Germinico, que dei com verdade e preci- “lo a presente declaragio © que nenhuma outra pessoa habita na minha casa, nem estrangeiros, nem Alexandrinos, nem Egipcios além dos supraditos nomeados. Se digo a verda- de, tudo me va bem; se juro falso, (que me va) o contrario No % ano de Tibério Cléudio César Augusto Imperador Germénico, no més de Paofi (36). Que coisa dariamos para poder ler o ato original da de- claragio de Maria ¢ de José feito no cariério de Belém, com as respectivas descrigdes das pessoas ¢ dos seus iragos fisio- ndmicos! b) A viagem a Belém 4B José foi também da Galiléia, da cidade de Nazaré, Judéia, A cidade de Davi, que se era da casa e familia de Davi shamava Belém, porque i para se recensear juntamente fom Maria, sua espésa, que estava grivitlay (Le. 2. 4 ss.) A Viagem devia ter sido muito fatigante para Maria, tanto Mais que muita gente se achava em caminho pelo mesmo Mati © BeUPAVA os pontos de pousada, o que obrigava por (1) Grentent Hunt, op. cit, 11, 215, 101vézes os viajantes a se contentarem com um misero abrigo, prosseguindo por pequenas etapas didrias sua jornada para 6 sul. Muito felizes se sentiam intimamente os dois viandan- tes; 0 Filho do Altissimo estava ja proximo © devia vir & luz para abengoar a todos os filhos de Adio. A estagio es- tava ja adiantada, 0 fim do ano se aproximava ¢ a tempo- vada das chuvas comegava. Nao faltavam todavia, mesmo nos meses de novembro ¢ devembro, dias bonitos; quando porém chovia, as estradas se tornavam impraticveis, Como era de esperar de crentes fervorosos, éles no deixaram certamente de fazer suas oragées no ‘Templo de Jerusalém, de onde, apés duas horas de caminho (8 km) teriam chegado a Belém. Vencida que foi uma suave colina, apareceu-lhes diante dos olhos a meta de sua viagem: a terra natal de José. Nas prosimidades da tumba de Raquel, que, segundo a tradi¢io, dera ali A luz a Benjamim, e no mesmo lugar Jacé erigiu-Ihe um monumento sobre 0 seu sepulero (Gan. 35, 16 $s.), 08 v jantes se desviaram para a esquerda da estrada Jerusalém- “Hebron ¢ em pouco tempo chegaram a Belém. ©) © lugar onde nasceu Jesus © antigo nome da cidadevinha era Efra (Gén. 35, 16; 48, 7; Sl. 131, 6), mas comumente era chamada Efrata, que é porém a forma toponimica, assim como Rama era chamada Ramata, a pétria de Samuel, Era portanto 0 bergo de Davi, cujo av6 Booz tinha contrafdo um abengoado matri- ménio com Ruteyia moabita, que assim se tornou av de Davi (Rut. 1, 1.19; 4, 13-22), Aqui o jovem pastor Davi foi descoberto por Samuel e ungido rei, Na longinqua des- cendéncia de Davi se encadeavam uma por de recorda- ges gloriosas da Histéria Sacra, cujo despertar agora fazia hater alegremente 0 coragio de Maria. Estava agora préxi- 102 mo o momento em que deveria dar ao mundo o maior dos descendentes de Davi. — Oh! se Belém tivesse imaginado quanto a tornariam famosa estas duas humildes pessoas, té- -las-ia acolhido e hospedado de modo bem diverso. Té-las-ia acompanhado em triunfo ¢ teria posto A disposicio da Mae do seu maior Filho a melhor casa. «Belém é hoje uma pequena cidade de 7.000 habitantes, situada a 777 m sébre o nivel do mar, um pouco mais ele- vada do que a altitude média de Jerusalém, sbre duas co- linas; a da parte oriental, menos elevada do que a outra, com duas encostas mais suaves. Ao norte € ao sul abrem-se vales pitorescos. Nos pomares, protegides por muros de pedra séca, crescem figueiras, romfzeiras, amendoeiras ¢ oliveiras. Aqui © ali se alteiam pequenas térres de guarda (37). Be- lém produz vinho e mel saborosissimos; os habitantes s4o la- boriosos, mas turbulentos; as mulheres belas e bem educa- das, as criangas inteligentes e simpaticas. O clima é quase igual ao de Jerusalém, salvo quanto aos ventos que ali sopram com mais violéncia. O conjunto da paisagem é dos mais graciosos. A noite, quando nfo se escuta senao o canto de al- guns pastéres, ou o tilintar das campainhas dos rebanhos que passam pelas encostas das colinas, tudo induz 4 meditagées pie- dosas © a gente acha perfeitamente natural que Davi, jovem pastorzinho tenha encontrado uma riquissima veia de inspira- gio para os seus Salmos, ao admirar natureza tio bela (38). os No tempo de Cristo, Belém era uma localidade insig- nificante. Lucas (2, 4) chama-a «cidades, mas Joao (7, 42) 4 classifica como (Aqui nasceu de Maria Virgem Jesus Cristo) (45). 40) Fp, 46, 10, entre as cartas de S. Jerdnimo (PL 29, 490). 41) ch Fonch, De antro nativitatis bethlemitico, “Verbum mini” 12 (1932) 11-15 © 48-53. Segundo as mais re- contos descobertas, a atval Basilica foi construida pelo Imperator Justiniano 1 (527-565), no sitio da primitiva, Hin por Constantino, 107d) O nascimento de Jesus 4, estando ali, aconteceu completarem-se os dias em que devia dar A luz, E deu & luz seu filho primogénito, € © enfaixou e reclinou numa manjedoura; porque nao havia lugar para éles na estalagem» (Le. 2, 6 s.). O mais impor- tante acontecimento da histéria, a partir do qual comecamos contar 0s anos e os séculos, ¢ assim narrado pelo Evange- lista com a maxima simplicidade A Segunda Pessoa divina aparece s6bre a terra ¢ tor. na-se em tudo semelhante a nés, excluido o pecado. A oni poténcia se reveste da debilidade de um menino, a Sapitncia de Deus desce até a nossa ignorancia, 0 Infinito se encerra nos limites do espago e do tempo, o Santo se cobre com a veste do pecador. Maria 6 a feliz Mediancira déste mila- Bre; nela «o Verbo se féz carne, e habiton entre nés; ¢ nés contemplamos a sua gloria. Gléria como de Unigénito do Pai, cheio de graga ¢ de verdade da sua plenitude temus reeebido gracas sdbre gracas, pois se de Moisés nos foi dada a Lei, por Jesus Cristo foi trazida a graca ¢ a verdade» (Jo. 1, 14-17). Ble é 0 predileto do Pai (Jo. 3, 353 5, 20; 17, 2: etc,), 0 esplendor da sua gléria e a imagem da sua substin- cia, aquéle que tudo sustém com a sua palavra poderosa, aguéle que nos purifica do pecado ¢ se assenta a direita da Majestade (de Deus) (Hebr. 1, 3) Um jibilo infinito devia encher a Mie bem-aventurada quando viu ao seu lado o seu pequeno filho, quando veve que exe para Gle oy primeiros gestos maternos, eayol- P P vendo-o em panos, preparando ¢ cobrindo a manjedoura, 0 improvisado bergo onde o reclinou, depois de 0 ter acon- chegado a seie © eoberto de beijos ¢ caricias. Nenhum adju- t6rio Ihe foi preciso, além da discreta assisténcia do seu cas- 108 tissimo espéso. O parto nfo a tinha privado de fOrcas e nada Jhe havia retirado do seu esplendor virginal. ©) Os pastéres Deus Pai, todo-poderoso que é, féz no entanto anunciar © nascimento do seu Unigénito por um modo inteiramente singular, que nos faz involuntiriamente pensar nas palavras ditas por Jesus, quando seus discipulos regressaram da pri- meira missio a que os enviara: (47). Abba Gorjon de Sidon (em 180?) decla- rava em nome de Abba Scha’ul (em 150): «Nao fagas de teu filho um tocador de asnos, um condutor de camelos. um barbeiro, um marinheiro, um pastor ou um comerciante; pois que 0 officio déles é um officio de ladrées» (48) A mie enche a bélsa do jovem pastor com pio, queijo ¢ fruta séea; em um odre éle leva Agua para beber e tras con sigo também uma comprida vara ou um curto bastao de madei ra de carvalho com uma grossa e redonda cabega guarne cida de pregos, que constitui uma arma contra os ladvée © contra os Iébos ferozes. Uma funda completa o seu eq pamento, Com o exercicio, os pastéres se tornam habilissi~ mos atiradores, capazes de atirar com preciso uma pedra diante de uma ovelha, que quer se afastar do rebanho. Nos livros dos Juizes se fazem referencias a Gles, como mestres no manejo da funda: «Cada um déles, com a sua funda era capaz de atirar uma pedra num fio de cabelo sem errars (49) A vida ao ar livre, sob qualquer temperatura, no calor do dia ow no frio da noite, robustecia 0 pastor € 0 mantinha (AD) SL 23,15 ef. Strack-Billerbeck, op. cit. I 113. (48) Strack-Bitlerbaek, op. eft. H, p. 114. (49) Te. 20, 165 ef. Less, Der Hirtenjunge David im Kampf yeger Goliath p. 168 110 sho ¢ resistente, O alimento frugal 0 tornava s6brio, os perigos davam témpera a sua coragem, que Ihes era neces- sdria para enfrentar os numerosos ladrées que abundavam na regio. Tinham ainda que repelir 0 ataque dos animais ferozes, No tempo de Cristo se fazia ainda na Terra Santa a caca do ledo, mas evidentemente era um caso raro pois @te animal nao vem quase mais mencionado no Novo Tes- tamento, Sfo Pedro, em uma de suas cartas (1 5, 8-9) com- para o deménio a um ledo que vai rugindo em busca de al- guém para devorar. Nas paribolas de Jesus nfo é jamais ci- tado, nem o urso igualmente; Jesus nomeia apenas o Idbo, como o principal inimigo das ovelhas. # preciso lembrar também o leopardo; ao autor foi mostrado em 1913, em Je- rusalém um leopardo embalsamado que havia sido morto pouco antes por pastdres de ovelhas, nos arredores da cidade. A hiena, que se alimenta de carnica © 0 covarde chacal nfo representavam nenhum perigo para os pastéres. Jesus demonstrou mais tarde uma verdadeira predile- Ho pelos pastéres; éstes homens simples, corajosos, solitarios © compreenderam melhor do que os membros das classes elevadas do seu povo, néo obstante, todo o poderio € cign- cia déstes. Ble tirou da vida dos pastéres as mais belas imagens das suas pardbolas (cA ovelha desgarradas, ordenou a Sio Pedro, Certamente suas palavras traduzem reminiscéncias da infancia quando, com téda probabilidade, condu pasto ovelhas ¢ cabras, os animais domésticos que constituiam 4 pequena riqueza da pobre gente que habitava as mon- tanhas de Nazaré. sis que apareceu junto déles um Anjo do Senhor, ¢ # claridade de Deus os cercou, e tiveram grande médo. Po- © Anjo thes disse: nao temais, porque eu vos anuncio qtuma grande alegria, que tera todo © povo. couvos na cidade de Davi um Salvador, que é 0 Cristo E cis © sinal que vos dou: Encontrareis um menino envolto em anos e deitado numa manjedoura, — E stibitamente apa- rece, junto ao Anjo uma multidio da milicia celeste, lon- vando a Deus e dizendo: Gléria a Deus nas alturas © pay na terra aos homiens de boa vontade (Le. 2, 9-14). Nesse canto de Jouvor vinha anunciada a missio do recémnascido: Ble deve restabelecer 0 culto do verdadeiro Deus, reconciliando-o com os homens ¢ obtendo para éles 0 perdo dos pecados e lancando de novo as bases da nossa felicidade por meio da Graca. A Graga no é imposta pela forca, mas pressupde a livre aceitaciio pelo homem; ela sig- nifica (2, 19). f) A cireuncisio Olto dias apés o nascimento do menino foi feita a cir- cuncisio, como era prescrita na lei (Lev. 12, 3). Nesta oca- sido, ao pequeno foi dado o nome dé Jesus, conforme havia ordenado 6 Anjo Gabriel quando apareceu a Maria e em sonho a José (Le. 1, 31 e Mt. 1, 21). Pela circuncisio o re- cém-nascido vinha a fazer parte do seu povo, ficava purifica- do e santificado e podia assim tomar parte no servic divino. Esta ceriménia constituia o sinal de uniao entré Deus ¢ 0 seu povo (Gén. 17, 10-14). Nos tempos de Cristo havia ho- mens adestrados e adstritos & mica missfio de cireuncidar, para nio por em perigo a vida dos meninos. Era de uso tam- bém uma festa de familia, que foi celebrada, mas muito modestamente, pela pobreza de Maria e de José. Os c dados com a ferida do menino, que se tornava dolorosa, a no terceiro dia (Gén. 34, 25). ficava’ a cargo da mie. @) A apresentacio no ‘Templo ‘Pranscorridos apenas 0 quarenta dias que a lei pres- orev para a purificacio da Mae, levaram-no a Jerusalém § + Marin, Mite do Senhor 113