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9. Ditadura, violéncia politica ¢ direitos humanos na Argentina, no Brasil e no Chile Samentha Viz Quadrat Em entrevista 40 The Tine, jornal britinico de grande cirelagio, 0 pre- sidente chileno Scbastiin Piers afirmou que ap6s 0 episédio do resgate dos snbrado * reconhecide nav por Pinochet, mas como cxemplo de unidade,ideranga, coragem, fe éxito" (E/Mercuria17 oct. 2010). ‘Sem divida, as dteduras cvl-militares da segunda metade do século XX cocupam lugar de destaque na hiswria recente dos paises do Cone Sal da Amé- rica Latina, Mesmo que & pessou nao se interesse pelo tema, nfo conseque passa incdlume por ele. Seja numa viagem de surismo por esses patses, onde pode acompanhar uma das rondas das Maes da Praga de Maio em frente & ‘Casa Rosada, enrtio-postal da cidade, on observat as intervengies no espago uurbano; seja nas artes, nos filmes ¢ nas pegas, marcados intensamente por esse ‘mineirost 0 Chile ser TTauvae do veagate dos 3g mince gue ficsram sotermados apés um zekente ou enna Sa Jou, no desero do Atacama, Chile © regate, oortido ao diss de outa de 20o,comrou ‘com arplacobertea da imprensa chlena€ ves Fez aronda a0 ror da peti da Praga de "er no apenss pesuisadrsy mas também somo Bato Nacional (San- tinge Chie); omenagens em eco, sedes de partidos, universes estes de mes gra ftess monumentos; aemorul em cemitios te contento(rmesmo que ear alguns easos o periodo sirva apenas de pano de far ye virios candidatos 9 desenvolvimento da trama)s* na pol jeam seu passado de luta contra a ditadura ow so “acusados” por ele’ ou matérias ia impeensa, sempre que temos datas convocante dos ete vos, testemu aos As ditaduras acabaram alterando 0 ramo dos direitos humanos no Cone 1. "Terna ainda incipiente nos anos 1970 (existiam apenas poucas exganiza~ lentificagao de ossadas dle desapat roptia trajetéria internacional dos direitos human ir da .nstalagio da ditadura pirochetista 20 Chile (Qua O objetivo deste capitulo € diseutir trio ditadura, violencia pelea e dire os bumaner procurando identificar as primeiras tentativas de explicar 08 acon= ments dot an0s 19601970 ¢ i980 na Amériea Latina ecomo, com o passar anos, 0 campo acadéico se abriu para novas reflexes, mas, ainda asin, ado alguns temas intociveis, or limitagio de espago, enfocaremos trés patses: Argentina, Brasil e Chile ‘A escolha dessas trés ditaduras corresponde 20 desejo de pensar tempo taajetGrias € modelos bastante diferenciados. Momentos de afasta- de aproximagées. A ditadura brasileira, por exemplo, 4 foi chamada a Folba de S Paulo.’ Em nhos, especialmente momentos em que a socieade échamada pura data dos gofpes 90, no aso de Brasil o dia 5 de Soe 9 tema, ver ev. 2009), tabs, ene elas abi ituian fons control de poliéea 1A Das AMERICAS as quais devernos refer que ndo significem exclusivamente aeliminagio isca 0 oponente.? Dos tés paises, o Brasil fi o primeixo a sofier 0 impacto do golpe em 31 de marco de 1964. A ditadura brasileira duraria 21 anos, de 1964 91985." ditadra chilena comes te considerada simbolo desses golpes, x de setembra de 1973," terminou em 1990, com a saide de Augusto Pinochet apés a derrote no plebiscito de 1968, Por fim, a Argentina, que enfrentow um periodo de fore instabilidade politica desde a deposigio de Juan Dorningo Pe én, emn 195s, passando pela ditadura de Juan Carlos Ongunin (1966-1970), até nna data atual o golpe de 24 de maryo de 1936" que dew inicio & ditadura autodenominada Processo de Reorganizacio Nacional, que 46 terminou em 1983, com a elei de Raul Alfonsin." Por meio clo debate académico, perceberemos como apés os sucessivos gol~ pes tentou-se pensar essas experiéncias a partis de trcos eomuns, mas como, com 0 avangar da produsio biblicgréfica, mesmo que sem muitas veres aban- donar a perspectiva comparada, o enfoque voltou-se para o que era peculiar ‘acada caso!” — buscando entender tanibém de que mado 0 imesino governo provocou impactos diferentes dentro de seu pais." Tinka we de data eorparc as fom de repre, a opto de cada pals 0 ne opigyat et qs dst Pano Condor Ver Quai 2003) evade dita consocent para tare, ntegrantes e/a rn vomoos tabalhos nrrapUa, VIOLENCIA POLITICA E DIREFTOS HUMANOS... 243, Golpes + ditaduras: modclosexplicativos Geralmente, as ditaduras do comum baseada na doutrina de seguranga ni mne Sul tém sido pensadas a partir de um mo- I, criada e divulgada polos F stados Unidos, pais visto em alguns traballios como o grande responsé- vel pelos golpes e ma: utengio dos governos autoritirios deles oriundos. Nao ‘grande influéncia do governo estadunidense na tica da regio, Jimente no petiodo da Guerca Fria“ no entanto, preciso i além, avan- ar, reconhecer outras infludncias e lear em considerasio, em pr io plano, 1s propras trajetérias desses paites. Afinal, o golpe e a ditadura correspondera cerespondem mais as questbes internas do que propriamente a Guerra Fria e/ \cessivos golpes as ditaduras instaladas no Cone Sul a partir dos anos levaram cientistas politicos, socais, economistas, historiadores (ainda com certo atraso)” e demais especialistas nas areas das citncias sociais ¢ ram essa visto: Agee (1076) e Langa (i979). ‘e-agente da CLA e caso bastante plémica ete seus pars, muitos dos de taidor ao ceveiae ages secrets da “Compan is por conta ca via dfcldade que encontraram ou Pore inam mai acest 0 sin da tora Inicialmente, ¢ sobretudo para o Brasil, primeiro dos patses a enftentar a2" Em 1968, quatro anos apés 0 golpe no Brasil, Octavio Lani langou O colapso de papulismo no Prasi! com 1975, voltaria A questio com A formasan do Estado popula na América Latina. No primeiro livto, anni traga a hist6riz do populismo no Brasil até © golpe de 964, Para ele, a ditadura é uma consequés «que se encontravam em confronto na sociedade brasileira naquele moinento. (0 autor chega a usar a expressio “regime colonial-fascista” para 0 gover no oriundo do golpe de 1964, afirmando que o mesmo se uti cultura de fascsr essencial da dependéncia estrowral” (Ianni, 1968:224), J Francisco Weffort (1980-73), em O populiomo na politica brasileira, afirna que, “ao pretender en- trar pelo eaminho das reformas de estrotura, Goulart provocou a crise do ‘eegime populis:a™, Sem ter 6 controle do procesto politico ¢ do movimento popular, jé que a manipulagio das massas, uma das caructeristieas do po- a ditaduca, falou-te om erise do Bstado po jn historica de Forgas fa de uma ois *a tendéncia para 0 fascismo & outra caractertstica pulismo apontada por Weffort, havia sido rompida, Associado a essa perda do controle das massas, Weffort (r980i75) aponta ainda o esgotamento do modelo econdmmivo.”* 'Até 1964. as cigncias sociais trabalhavam com dois modelos politicos: 0 democritico ¢ 0 totalitiric, es sltimo em fungio das experiéneias ditaroriais da primeira metade do século XX, como 0 nazismo © 0 fascismo.* Contudo, tanto a América Latina quanto a Europa péo-guerta enfrentartm outros go~ ‘vernos que no se encaixavs 1964, Juan J. Linz publicou 0 artigo propurha a existincia de uma nova tipologia entre os dois polos, demoeritico as tipologias, Refletindo sobre a questio, em .n authoritarian regime: Spain’, no qual 2 Pars um debate sobre o conceit de pop nea, Daniel Aart Reis F sm, ves Jorge Feri (00). Na mesma cal ane, em 70 clap do pops ona propio de una fos Tnx citar nea pat do presente too, em eran o extn de Nosbero Ferers mst. 2 One ein ad tbe ents obs esa autora > govern pela ania da buguesa mo apo de social plo fascia ro Broil ree alerts em 7 1 No pref segunda eigto Weifort efits a teora da depen 2 Paa um balango bibingeo dese crnecits, ver Apresentag Garo). em Rollemberg ¢ Quadat Drab, VOLENCIA POLITICA E DINETTE MUMANOS... 45 lim no responsivel; sem 4 que os nortesse, mas com mentalidades bem caracrrities; sem. |, quer extensiva ou intensiva, exceto em alguns momentos do 18 quais um lide ov, as vezes, um pequeno grupo, exctce 0 ler dentro de limites formalmente maldefinides, que, no entanto, sto bastante previe is (Line e Span, 999397)" No estudo sobre a Espanha, Linz. demonstrou que os quatro elementos identificados por ele como caractristcas cenérais dos regimes autoritirios & re’ tacos na citagio anterior “poderiam se manter ce forma coerente, por lon= {fos periodos, como um sistema integrado e cxpax de autorteforso,¢ contando ‘com zelativaestabiidade” (Line e Stepan, 1999358) No cia, talitarismoe mpimesautritries no dava mai conta dos novos governos lo mundo oriental, afiano, Leste curopeu ¢ latino-americane (Linz. Ste pan, 1999:58-59). Em fungi disso, em paecesia com Alfred Stepan, propos i tipologia rvisada com os seguintes modelos: democriticos, autoritirios, totalitirios, nds totaltirios eeultanisticos (Linz e Stepan, 1999%38)." Contu- lo, muitos autores ainda seguem usando o termo “regimes autoricirios" porque 1m com a definigéo de 1964 0u para fugie da repetigio da palavea“di- cexquecendo, portanto, que a expresso rofere-se a uma opgio analtiea fo, em 1996, 32 aa0s depois, Linz reconheceu que o trio demacra~ jo a um simples sindnimo para a primeire do apenas aos golpes, mes 20s proprios Estados los a partir dele, comegou a ser gestoda a patie da década de 1970 ¢, de ra semelhante & anterior mencionada por nés, procurou asta as citaduras Sul das experi ir metade do século XX, ado novo autoritarismo recebeu o nome de Estado burocritico- -autoritrio, gonsagrado nas publicasdes de Guillhermo O'Donnel, Moder sa interpretagio relativ s fcistas uropeias da p rgaizado uma de pan (78) icin bata feos volumes e am te penser oe golpes de especialmente ser, por exemplo 0 Haiti de Duvalier a Re- Je ropa, ¢ Anclize do autoritariomo burordtca, editado ‘em que o autor analisa a Argentina de 1966 até margo ida, como Fernando niacin y autor «em espanhol em 198: de 1973, € por pesquisadores com trajetéria jt econhe Henrique Cardoso,” Albert O. Hischman, Julio Cotlr, entre outros, que iver starimo na América Late, sam seus trabal corganizado por David Collicr (82b). Nas palavras de Femando Henrique Cardoso (1982244), "a preocupagio inicial dos autores que tentaram caracteri- za 0 nov autoritarismo na América Latina foi de distingui-lo nto #6 dos re- times autritiios do passado, mas também dos fascismos do corporativismo curopeue”. Em linhas geras, os Estados autoritrios buroeriticos seriam no democriticos -— com a ausénicia de competigdo cleizarale controle da parti- cipasio politics dos setores populares —,e o8 protagonists inclufam recno~ ‘rates (militares ecivis) atuendo em arsociagio ao capital estrangeiro (Collies, 19822:32) René Dreifuss, em 1964: a couguista do Ertado, publicado em 198%, foi um ticar 0 modelo de Estado autoritério buroceitico, especial- mente no tocante As suas gencalizagbes, que nfo Jevavam =m consideracio, segundo 0 ator, as pectliaridadcs dos casos nacionais, Dreifss foi também tum dos primeira chamar 2 atengio sobre a pasticipagio da sociedade no dos primeiros a movimento civil-militas” 1 de elencar os autores que se votsram para os arerieanase ua forte influéncia ma hist no estudo das Fosgas Armadas era de surna agolpe, denominado por Por fm, néo podemos importancia, poi séeulo XX foi cendtio também para muitas transfor pouco a pouco conjugot 0 carter nack de combate a “sabversa na pote suscton — hoje menos do que nos anos r96o « 1970 —iavimeros ‘einpora analisade pelo sutor va do golpe de 966, cm o goveme de Ongani lcelgSeepresdencis que penitem v retorav do perosismo. Fo, O'Donnel inch sda ox cues de Bras ps9, Argentina ays es caso mexicana do govenn do PRY (Partido > tem dot Hivos importantes para esse debut: Dependicie € escrito em prceria com Ergo Piet em ro) Aa No decorrer desses estudos, a existéncia de um tipo especifico de relagio a de intervengio criada fdas no século XIX & para a presenga mil No simbito das citncias politica, dois autores que visavam explicar as in- ngdes devem ser compreendidas a partir das rela [As Forgas Armadhs podem ser “charadas® para un ambiente de eaos social, de digpatas dos pelo grupo vito~ i Forgas Armadas, como guerea, corrupsao ¢ politica externa. Ainda co maior a profissionalizagio das Forsas Armadas, intervengdes, O segundo autor é Samuel E, Finer (200: rmesino que ese iltimo se preccupe mais em compreender of casos brasileiro & devem ser consideradas uma ano, Para Ronguidsas i modelo regional stemparal. Devemos levar em conta as representa. J4 para Stepan, que = exemplo de até entio nfo estudar os mi ia chamado ocasionalmente para destt se restabelecesce a ordem, into, na anilise de Stepan, em 1964 houve uma alte- do fortalecimento da BxcolaS nzes de ascender ao govemno. Apesar de wvpreftionalomociado diante dos novos t a doutina de seguranga n ova forntagio € compar 2s, especintment nos estabeloceram pr e diz respeito & organi fe esses gover- adoutrina de seguenga nacional dos 08 primeiroe textos cra tratada com, doutzina, que t ‘a promoverem € manterem a5 dos Estados tina da seguranga nacional, vinda do exterior, em vex de pessar por um prosesso de rejeigio devido As particularidades dos paises envolvidos, raul, na 1a demnacionalizasio da vida sociale potities de cxda wn dele, 0 ares, 0 impacto e o desensolar da doutrina em diferentes paises, bem como questiona sta aplicabilidade e denuncia as consequencias de sua utilizagio, expecialme no que diz respeito aos direitos humanos Outro autor que se dedicou a compreender ¢ discutir a doutr «nacional foi Jorge A. Tapia Valdés em EI terrorisma de Estade: la doc dea seguridad nacional en el Cone Sur, de 19802" Valdés reconhece que ni era novidade a intervengio das Forgas Armadas oitica, No entanto, segundo ele,“o peculiar e diferente & 0 uso ¢ abuso da tas regulares, com hase numa dautsina politica misis ou menos, coe! nte € com pretenses de universalidade ¢ internacionalidade” (Valdés, 980125). ‘Apesar de divergirem em alguns pontos, como a questio do fascism, os ois autores concordam que a doutrina de seguranya nacional serviu de mo~ ara o golpe ¢ de alicerce para os governos ditatoriais, bem como foi nal no combate i stdeersie. Tl interpretagio segue a marcar mutes produzidos atualment, a doutrina de seguranga nacional, a questio do desenvolvimento s estar intimamente ligads 3 seguranca, pois sem a mesma ide, Surgins também 0 soldado profissio- riado pela combinagio das habilidades do especislista em violénci com a do gerente © promotor de empresas civis de grande escala” (Val no Brasil foi o general Gelbery do is pncipae a valcizagto do Brasil ede ous poss iiciona © o destino do Brasil jt eagado por sun I sabre a peneepgio de como as Forgas nas ded oF ann 1940. pSnIA DAS AMERICAS 1980722). Esses militares governaram Estados militarizados, tendo sob seu controle grandes populacdes por meio da repressto e da propaganda » mas uma iden: 0 interna; o que estava sendo combatido nfo era um ext ‘comunismo. Assim, deveriam ser alteradas também as estratégias de combate, deum Jndtio, foi um exc além de atingir todas as classes sociais, permitiu que © A estén igo interno, real ou controlador soc tado se utilizasse de tina legislagto extraordinitin ¢ de exceso para combaté- “lo (Valdés, 1980:226-227). Ademeis, conclamava todo ¢ qualquer cidadio a ser resporsivel pela seguranga do pais, incentivando a delagio em nome da *seguranga nacional’. Para conter o avango dess o"e se manter no pods os militares pro- curaram exercer um excessivo controle na vida da sociedad civil, adaptande ‘adouttina 8 sua realidade. Isso acarretou um grande investimento no setor de inteligéncia, que, em aiguns casos, ulém da coleta eprocessamento da informa ho, ficou responsive! por exercer a repressio ‘Apesar de reconhecermos 0 peso cx doutrina de seguranga nacional na es- truturagdo dessa dtaduras é fundamental apontar novos trabalhos que disea~ tem autras influéncias no dia a. interno é bastante forte, mas como combuté-lo efetivamente? Em Sepuridad nacional y edician wis, de rok, Benesto Laper anise mudanga da doutrna de defesa nacional para a doutrine de seguranga nacional dentro do Exéreito argentino apés a queda de Perén, em spss: Contudo, Lopez chama nossa atengio para o “deseobrimento” das novas formas de guerra, a nuclear ¢ a revolucionésia, desiocand os Estados Unidos para -Franga para a segunda, por conta da derrota nas guerras na ‘Argélia. Essas novas experincias incentivaram a ideia de que nto estivamos mais diante de ua guersa convencional e que era necessirio buscar novas for~ ras de combare. A questio nfo se afasta da doutrina de seguransa nacional, ‘mas aponta para a presenga Irancesa por intermédio da formula da doutina ria, logo chamada de guesra subversive, edo oferecimento a da repressio. Sem duvida.aideia de inirnigo a e awagio na a sevolucl DETADUMA, VIOLENCIA POLITICA DIREITOS HUNIANOS.. 25% ilitares, alguns ex-combatentes da Guerra da Arg na, com destaque para a Argentina ¢ o Bras , Joao Roberto Martins Filho, que jes ante trabalho O palicio¢ a easersa (1996), no qual questiona dois grupos de militares bn blicou em 2009 o artigo “Tortera eideologia: os ros conhesidos como derrotadas na Angelia, tem a ver com o anticomunismo ¢ com a buses de uma douttina que aperfeigoasse sua missio histérica (os dia order interna” (Martine Filho, 2009'199-200). Com as idelas francesas, ‘Martins Filho (2o0g:206) aponta para 2 op¢io do aniquilamento do jo na qual “o exército vencedor eruzon a fronteira entre a guerra e © litares) ¢ manutengio alo Cone Sut, defendida om 2005, na qual uma das principais preocupagdes fo car a trajet6riag eos aspectos que permitiram 2s agBes conjuntas entre 1 sob ditadura, com énfase 00 10 Condor. Uma das ideas centrais foi a identifiasio da formagto de um mento comum, no caso a doutrina de seguranga nacional, ¢ profisso fe pesscal por meio de cursos co 108, eomo os ministradas scola das Américas (Panamd) e outras escolas estactonidenses; nia Escola jo: de Guerra, Escola Nacional de Informagées (EsNT) ¢ no Centro de mento de Manaus, todos no Brasil etc.,¢ do intercimbio de agentes istrar cursos esporidicos. Em alguns desses casos, como na Escola ‘os fanceses ex-combutentes da Guerra da Argelia foram os pri- citos professores, em outros, como no Centro de Treinamento de Manaus, ‘nna excelente referencia sea awagto frances mt Anglia & flee A Basti de Ae ssado em esole militares be primeizos teablbos basins 2 citer al asi inecOmia DAs antenCAs sieram como instrutoces.* Foi o aso do general Avssaresses, ado militar da centre 1973 © 1075.” © Centro de Treinamento de Manaus nas varias indicagdes € a pouca docementagio encontra de militares latino-americanos,estadunidenses © Franga no Bri ainda € um mistér dia apontara para a present europers, bem como de fnanciamento excerno (Quadra, 2005:25°126), ‘Com essa questio da doutrina de seguranga nacional eas formas de com- nero damos inicio aos dois outs aspectos que propusemos analisar no inicio lo capitulo, Violéncia politica e direitos burranos ‘Como retomno A demoeracia nos ancs 1980, A excecto de Chill, onde Aususto Pinochet deixou a presidéncia apenas em 1990, ganharam esparo os ivr de neméra,! mitos dos quais escritos por ou sobre vitimas diretas da violencia p iar 0 que se passara nos chamados pores dda ditadure: ‘Mas nf era Moreira Alves pablicou o Livro Torture ¢ torturados:* Sko a8 pt inincas de torturas fitas pela imprenst ¢ que motivaram o governe Castelo Branco a enviar 0 entio chefe da Cast Militar ¢ futuro presidente Exnesto Geisel para apurar tas abusos. A investigagto de Gcisel terminow sem que ninguém fosse punido pels vilagdes dos direitos humanos ocorsias no go> ‘veeno ditatorial desde seus primeiros dias. Na Argentina, grupos de direitos 1a com a preacupagio de denun os primeiros livros. No Brasil, por exemplo,em 1966, Miéscio fimeiras de se docuenentito Les exadréu de fe mort, Pele fame: nique Jira en export inl sr wn contindo na experéncae dfendendo suas ages mires ns cate moment. Nos anos 18 foram pro- ave fil (Argentina), Miuing (Chile), Prt Lemaogifin tambien aeomp: rem, om segues filmes psitosHveos de meres. Alguasromanceades, ve cee Timerman (982); Gabeira (80); Ko 1 Caliber e Gai 989) Conver restr tas exstacias,Normalment, as experiencia fradores ermal. petanbite, VIOMINEIA POLIPICA & DIRETOS HUMANES.-+ 255 10s, como Maes da Praca de Maio" e Centro de Estudi -s (Cek), rimeiros registros foram escritos Legales ¢ realizavam dentincias por intermédio de seus relatérios. N a filmados por pessoas que esta~ za o pais clandestinamente durante os anos pinochetistas ou io Eo caso de Tejas verdes, de Hernvin 196), em. que © autor conta praticamente no formato de um dio seu ainda que sairam da pristo para 0 & Valdés no no centro de detent com o mesmo nome que d ttle oba* No caso brasileiro, os livros de Antonio Fon (2979), Ana Lagéa (2983) Ma- ria Helena Moreira Alves (2984) ¢ Alfredo Naffah Neto (198s) foram algu imeiras referéncias junto aos livros de meméria anteriocmente ci No caso chileno, La riprerion politica en Chills heres, de Masia Eugenia Rojas, escrito em 1988, descrevé ce maneira diditica e com riqueza de informa- esa atungfo da represeo nos anos Pinochet” fo primero lv alevantar também win tema que permanece uns tabu entre ot pesqsisadores do period 50 ferninina na repressio.** Ainda que ceeentemente tenhamos I ‘ros que analisem a partcipagio das mulheres no golpe ¢ na propria ditadu ‘6 tem: da repressiio permanece & espera de um estudo, Afinal, em alguns es- um criadas as guardas feriv‘nas, em outros casos erant enfermeias ue atusvam como a.ailiar nos partos de mulheres grividas em centros de detengio e que depois tiveram seus flhos entregues ilegalmente para adogio, n eareereiras em prisdes femininas ete.” Além do livro de Rojas, destaca~ mos também a triologia Chile: la memoria probibida, orgenizada por diversos es publicada em 1983." Além de analisar ¢ denunciar os crimes contra = humanos, 8 login se destaca no por fazer uma anilise global dda repress mas por apresentar separadamente episddios que nos permitem 008). Or sites das loras.orgar>

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