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g e-Téc Brasil Economia e Mercado Francisco G. da Silva Luis Alberto Saavedra Martinelli steve reve. PARANA Curitiba-PR 2012 Dee LCT Ren uO SOTA NSCs mA ee ove e or ely Deu tty Ree OL Mer Oe DLC) Melee CnOLy Este Caderno foi elaborado pelo Instituto Federal do Parené para o Sistema Escola See eee a eee re a et ences Bary CAC cone eae) eee ee Pee) Dee ee eT a) ead Pe eee Dene cd peed ny Enero CUE) ome eater Riera Perec) comical Rene ee renee core Pee eres Ce eee cy ee ete cy Ce ee eae Se ee aeons anrenhee stn eee oeeeesese eet ty eee ooerroameerrsc) Peete ener renee ane eee Peano] ees eerie Pen) Ceca cr Poenarer) cd Parry ner eo ee oe ee roy PN eee Rea er] | Prezado estudan! Bem-vindo ao e-Tec Brasil! Voce faz parte de uma rede nacional publica de ensino, a Escola Técnica Aberta do Brasil, institulda pelo Decreto n° 6.301, de 12 de dezemiro 2007, com 0 objetivo de democratizar 0 acesso a0 ensino técnico piblico, na modalidade a distancia. O programa é resultado de uma parcetia entre 0 Ministério da Educagéo, por meio das Secretarias de Educagdo a Distancia (SEED) e de Educacao Profissional e Tecnolégica (SETEC), as universidades e escolas técnicas estaduais e federais ‘A educacSo a distancia no nosso pais, de dimensoes continentais e grande diversidade regional e cultural, longe de distanciar, aproxima as pessoas a0 gerantir acesso 4 educacéo de qualidade, e promover o fortalecimento da formagio de jovens moradores de regiées distantes, geograficamente ou economicamente, dos grandes centros, © e-Tec Brasil leva 05 cursos técnicos a locais distantes das instituicbes de ensino e para a perifetia das grandes cidades, incentivando os jovens a concluir 0 ensino médio, Os cursos s80 ofertados pelas instituig6es publica de ensino e 0 atendimento ao estudante é realizado em escolas-polo ntegrantes das redes piblicas municipais e estaduas. (© Ministerio da Educacéo, as instituicbes pUiblicas de ensino técnico, seus servidores técnicos e professores acreditam que uma educacdo profissional qualificada — integradora do ensino médio e educacao técnica, - é capaz de promover 0 cidad’o com capacidades para produzir, mas também com autonomia diante das diferentes dimensoes da realidade: cultural, social, familiar, esportiva, politica e ética NOs acreditamos em voce! Desejamos sucesso na sua formacao profissional Ministério da Educagao Janeiro de 2010 Nosso contato etecbrasil@mec.govbr Indicagao de icones Os [cones sao elementos gréficos utiizados para ampliar as formas de linguagem e faciltar a organizacao e a leitura hipertextual Q a Atengao: indica pontos de maior relevancia no texto. Saiba mais: oferece novas informagées que enriquecem o assunto ou “curiosidades” e noticias recentes relacionadas a0 tema estudado. Glossario: indica a definicao utiizada no texto. ressao sm tetmo, palavra ou € Midias integradas: sempre que se desejar que os estudantes desenvolvam atividades empregando diferentes midias: videos, filmes, jornais, ambiente AVEA e outras. Atividades de aprendizagem: apresenta atividades em diferentes niveis de aprendizagem para que o estudante possa realizé-las e conferir 0 seu dominio do tema estudado. Palavra dos professores-autores_ Aula 1 — Conversa sobre a ciéncia econémica 1.1 As ciéncias econdmicas, 1.2.0 que é economia e como ela funciona? 1.3 Elementos importantes no cenario econémico 1.4 A macroeconomia e a microeconomia 1.5 A relagao entre microeconomia e macroeconomia Aula 2 - Definindo os agentes econémicos. 2.1 Agentes econdmicos Aula 3 - Fatores e setores de producao, 3.1 Fatores de producéo... 3.2 Setores de producio. Aula 4-0 que é mercado?. 4.1 Microeconomia 37 4.2 Definindo mercado 37 4.3 AHistoria Aula 5 - Estruturas e interesses do mercado, a 5.1 Estruturas de mercado 5.2 Os interesses do mercado, 43 5.3 Condigéo Ceteris Paribus de andlise de comparativa de fatores econdmicos Aula 6 - Lei da procura__ 6.1 A Curva da Procura Aula 7 - Elasticidade da procura_ 7.1 Elasticidade prego-procura_ 7.2 Fatores importantes para a elasticidade prego da procura Aula 8 - Lei da oferta_ 8.1 A Curva da Oferta Aula 9 — A elasticidade e os fatores determinantes da oferta 9.1 A curva de elasticidade da oferta 9.2 Fatores determinantes da elasticidade da oferta 9.3 Fatores que podem deslocar a curva de oferta Aula 10 - Ponto de equilibrio. 10.1 0 equilibrio de mercado _ 10.2 Fatores que possibilitam um deslocamento do ponto de eauilibrio. Aula 11 - Comportamento do consumidor. 11.1 Comportamento do consumidor 11.2 Fatores que definem 0 comportamento do consumidor.. Aula 12 - Comportamento do produtor 12.1 Comportamento do produtor Aula 13 - Macroeconomi 13.1 O que & a macroeconomia? 13.2 Finalidades da macroeconomia... 13.3 Conceitos da macroeconomia Aula 14 - Produto interno bruto (PIB) e Inflacao 14.1 Produto interno brut 14.2 Inflacao, Aula 15-0 mercado financeiro, 15.1 Fungo do mercado financeiro. 15.2 Tipos de usuarios do mercado financeiro 15.3 Instituicbes do mercado financeiro, Aula 16 ~ Ativos do mercado financeiro 16.1 Ativos do mercado financeiro._ 16.2 Tipos de ativos financeiro _ Aula 17 - Bolsa de Valore: 17.1 Bolsas de valores _ 17.2 Bolsa de valores de Sao Paulo, Aula 18 ~ Sistema financeiro nacional 18.1 Sistema financeiro Nacional 19.1 Tipos de politica fiscal ‘Aula 20 - Balanga comercial _ 101 20.1 Balance Comercial 101 20.2 Globalizacao._ 102 Glossario geral 105 Referéncias _ 109 Atividades autoinstrutivas.. 111 125 Curriculo dos professores-autores._ Introdugio a Economia Palavra dos professores-autores Caro aluno, Antes de iniciar nossos estudos sobre @ economia, gostaria de expor como est estruturado o livo para que voce possa ter o melhor rendimento possivel no aprendizado deste tema que é téo importante para nossas vidas, tanto do ponto de vista profissional quanto do ponto de vista pessoal. Iniciaremos 0 estudo falando sobre os conceitos bésicos da economia @ como as ciéncias econémicas foram estruturadas para estudar estes conceitos. Em seguida faremos uma distingéo sobre o que microeconomia macroeconomia. Primeiramente, estudaremos os conceitos, principios € aplicagdes da microeconomia 20 abordarmos as questées econémicas da Vida dos individuos, familias e empresas, e suas relacées de transacao de bens e servigos. Depois, passaremos para o estudo da macroeconomia, seus conceitos, principios e aplicacdes na nossa vida cotidiana. Também serdo estudados 0s processos de atividade econémica de regides maiores que contemplam grandes grupos de individuos, familias e empresas. De forma pratica, esta regio maior considerada na macroeconomia teré como foco © Brasil e sua economia nacional. Abordaremos os principais indicadores da atividade econdmica brasileira e como estes indicadores tém evoluido a0 longo do tempo. Tenho certeza de que com esta estruturagao do assunto abordado neste livro, voce tera a oportunidade de entender como a economia com seus fundamentos e principios ajudaréo voc a ter um melhor desempenho financeiro na vida pessoal e profissional Professor Francisco G. da Silva Professor Luis Alberto Saavedra Martinelli Aula 1 - Conversa sobre a ciéncia econdmica Nesta aula voc# entenderé como a economia é estudada pelas Ciéncias Econémicas, 0 que & macroeconomia e microecono- mia, e como estes assuntos influenciam a sua vida e a vida da sua comunidade, das empresas, dos governos, enfim, de todos que fazem parte deste grande ambiente econémico que é 0 Brasil e o mundo, 1.1 As ciéncias econémicas ‘Vamos iniciar os nossos estudos entendendo o que so as ciéncias econdmi- 2s. Este ramo do conhecimento é muito importante porque tem como obje- to de estudo a economia, Apés entendermos 0 que sao as ciéncias econdmi- €s, iremos nos introduzir nos conceitos da economia propriamente dita, em seus fundamentos e exemplos de como ela esté presente em nosso dia a dia. Um dos principais assuntos das ciéncias econdmicas & a teoria econémica, a qual trata do conceito e dos principios da economia, 1.2 O que é economia e como ela funciona? ‘As pessoas que formam a nossa sociedade, 0 nosso pals, tém necessidades de consumo relacionadas & alimentacao, vestudrio, medicamentos, servigos de lazer, servicos médicos, eletrodomésticos, dentre muitas outras. Na ver- dade, consideramos que as necessidades de consumo das pessoas sao ilimi- tadas, porque dia apés dia, o consumo destes e de outros bens e servigos se tora uma condicéo de vida saudével, préspera e confortével na sociedade da qual fazemos parte Para atender as necessidades das pessoas de uma sociedade, as empresas produzem bens e prestam servicos que s80 comprados e consumidos por elas, Neste ponto do ciclo econémico, estas pessoas so chamadas de con- sumidoras Aula 1 - Conversa sobre a cincia econdmica "1 Define: As Citndas conmicasestucar 3 produéo, acisrugio ec consume de Bens eens pels pessoas e sociedad, ambém estar 2 procesos de acu de mates possbltando assim entender gerard de era pls sociedaces suidores para incentar os ures plantar este cereal 3s proias sa link wwainoticasagrcolas com bnotaslra0s84808 ‘igo-meinhos eagen- tentam garantie materia prima ro ral. Porém, devemos considerar que a capacidade de producéo de bens e de prestacao de servigos por parte das empresas ¢ limitada, ao contrério do consumidor que tem necessidades ilimitadas. Esta capacidade limitada das empresas ocorre porque elas tém escassez de recursos como matérias-primas, mao-de-obra, dinheito, energia elétrica, méquinas, equipamentos, dentre outros, para a producao de bens e servicos que 05 consumidores necessitam, |. Podemos concluir que quanto mais escasso for um recurso, jor sera 0 seu valor e maior serd © prego do bem ou do servico produzido a partir deste recurso. NOs percebernos a questdo da escassez de recursos em algumas situaces muito frequentes da nossa vida cotidiana. Por exemplo, quando um produto alimenticio como tomate ou cebola tem suas producdes reduzidas no campo por conta de excesso ou falta de chuvas, seus precos aumentam nas gondo- las das feiras e supermercados, porque estes produtos se tornaram escassos. ‘A quantidade produzida & menor que a necessidade dos consumidores, que 6 ilimitada. Assim, como ha mais procura pelo tomate ou pela cebola por parte dos consumidores que oferta destes produtos nos pontos de vendas, (08 precos sober. Figura 1.1: Banca de verduras na feira ore miter teres Assim, considerando os conceitos relacionados as necessidades dos consumidores, os recursos e sua abundancia ou escassez, as relaces entre oferta e procura por produtos servicos podemos entender o conceito de economia como: 2 Economia e Mercado Desta forma, a economia se preocupa em entender, estudar e analisar situa: Bes de escassez envolvidas em processos produtivos ou prestacbes de servicos. Um dos recursos econémicos para a producéo € a méo-de-obra, Em alguns setores da economia a méo-de-obra € escassa porque nestes setores ha a ne- cessidade de pessoas com maior qualificacdo técnica e nem todos atendem a esse requisito, Assim, aqueles poucos que possuem esta melhor qualificagio profissional séo disputados pelas empresas que deles necessitam para compor seus quadros de pessoal. Essa dlisputa aumenta o valor do recurso, ou seja, aumenta 0 valor dos salérios ofertados para estas pessoas qualificadas. isto ‘corre porque ha escassez deste tipo de recurso nestes setores da economia, 1.3 Elementos importantes no cenario econémico ‘A economia é movimentada em fungdo de alguns elementos-chave que es- tao presentes nos processos de produgao e consumo. Podemos observar al guns destes elementos a seguir, bem como suas definig6es e conceitos, + Agentes: comportamento dos consumidores de bens e servigos. Ex: pes soas, empresas e governo Figura 1.2: Consumidores, pessoas, empresas e governo Fonte pom Fare wwaderson cond Fone poporusfedeal ops con ‘Aula 1 ~ Conversa sobre a ciéncia econémica B + Escassez: produtos escassos séo aqueles que em alguns momentos tem sua oferta reduzida para os consumidores. Por exemplo, o leite na entressafra de producao; nesta época de escassez, 0 leite custard mais caro para o consumidor. Figura 1.3: Maquina envasadora de leitee 0 leite a venda no supermercado Foe wagner Fone {bptlesetcond + Produgao: processo produtivo para gerar riqueza e satisfagdo para con- sumidores. Ex: produgao de um carro, Linha de produgio de automével pncatece com Fonte njazoriconte * Mercado: local onde se comercializam produtos ou servicos. Ex: mercado de carros, mercado de boi, hospital, delegacia de policia, et Figura 1.5: Bolsa de valores e operadores durante prego da Bolsa de Valores de S30 Paulo (Bovespa) Fora bobadaleresronoscom Forering estaoacomb 4 Economia e Mercado 1.4 A macroeconomia e a microeconomia Para melhor entendermos @ economia e sue influéncia em nossas vidas, va- mos estudar a teoria econdmica através de suas duas grandes divisoes: a macroeconomia ea microeconomia. Ateor econémica se divide em dois grandes grupos: - Macroeconomi: = Microeconomia 1.4.1 Macroeconomia Quando nés tratamos da macroeconomia estamos observando a atividade econdmica de um grupo de individuos, familias, empresas e comunidades, sendo que estes grupos podem formar cidades, estados ou paises. Podemos considerar trés agregados econémicos fundamentais: = Produto = Renda - Despesa Produto é a somatéria de todos os bens produzidos por uma sociedade em um determinado periodo de tempo. € a soma de toda a riqueza gerada por uma cidade, estado ou pais, fruto do trabalho dos individuos que nele vivem, Renda ¢ a somatéria da remuneracio das pessoas de uma sociedade em um determinado periodo de tempo. Por exemplo, é a somat6ria dos salarios dos trabalhadores, dos alugutis recebidos pela locacao de iméveis, carros e ‘Aula 1 ~ Conversa sobre a ciéncia econémica 15 Leia sta reportage sobre 2 fale de mao-de-obra em alguns Setores da economa basa, ees 9 ink piv uolcom, ‘eanalesectival potas 1/3101201117.h4m e-Tec Brasil e-Tec Brasil equipamentos, dos lucros que donos de empresas tiveram com suas firmas, dos juros que os poupadores de dinheiro obtiveram com seus investimentos nos bancos. Despesas ¢ a somatéria dos gastos efetuados pelas pessoas e empresas na compra de produtos ou servigos como, por exemplo, alimentos, combustivel para 0 carro, roupas, matérias-primas para as indiistrias, materiais de escrité- rio para as empresas em geral, remédios, servigos médicos e odontoligicos, entre outros. 1.4.2 Microeconomia A microeconomia nos traz conceitos menos amplos. Quando abordamos a microeconomia, observamos que ela se refere ao estudo dos comporta- mentos de consumo das pessoas, das familias e das empresas; e a0 estudo da producao de bens e servigos, formagao dos precos e fatores da produ- Go relacionados a estes individuos, famfias e empresas, como nos ensina Bacha (2004) 1.5 A relagado entre microeconomia e macroeconomia ‘Como vocé viu nos t6picos anteriores, a microeconomia trata da atividade econémica de pessoas, familias, ou seja, de pequenas unidades da socie- dade, enquanto a macroeconomia trata da alividade econdmica de uma sociedade como um todo. 16 Economia e Mercado Quando nés observamos através da macroeconomia que, por exemplo, a renida total de um pals aumentou isto nos sugere que, provavelmente, a ren da das pessoas e das familias que vivem naquele pais também aumentou. A renda destas pessoas e das familias 6 considerada, na microeconomia, coro sendo a somatoria._de rendimentos totais do pais. Oa mesma forma, se 0 produto total de bens produzidos na macroeconomia, de um pais aumentou isto provavelmente ocorreu porque na microeconomia ocorreu uma maior producao de bens pelas pessoas que vivern naquele pals. Isto significa que uma maior ou menor atividade econdmica das pessoas e das familias afeta de alguma forma a atividade econémica do pals onde vi- vernos. Este é um ponto fundamental que devemos entender desde o inicio: cada um de nés como cidadaos contribulmos para que a macroeconomia do pais se fortaleca a partir do fortalecimento da microeconomia, aquela relacionada a nossa vida cotidiana, Resumo Nesta aula vimos que a economia se preocupa com os recursos escassos e com as necessidades ilimitadas das pessoas. Conhecemos os dois grupos da ‘teoria econémica: a macroeconomia e a microeconomia; e vimos como eles estéo intertelacionadas. Por fim pudemos entender os abjetos de estudo da economia enquanto ciéncia +O comportamento dos agentes econdmicos; + Acescassez de produtos ou insumos; +O processo produtivo; + Ainter-elacao entre os agentes econdmicos que formam 0 mercado. Atividades de aprendizagem + Faca uma lista dos principals produtos e servigos que fazem parte do orgamento mensal de sua familia ¢ identifique em que mercados (super- mercados, hospitais, farmacias, lojas de roupas, etc.) voc® adauire estes bens e servicos. ‘Aula 1 ~ Conversa sobre a ciéncia econémica v7 Aula 2 - Definindo os agentes econémicos Nesta aula iremos conhecer os agentes econdmicos, quem 0 0s personagens que movimentam a economia no seu Ambito geral. remos refletir sobre as nossas necessidades de consumo, como alimentos, roupas, remédios, carro, casa € até aquele chocolatinho irresistivel. Veremos de que forma esses impulsos de consumo geram as compras e sao regis- tradas pela movimentacéo da economia 2.1 Agentes econémicos Quando falamos de agentes econdmicos estamos nos referindo a todas as pessoas, empresas e setores piblicos que de alguma forma realizam tran- sages comerciais (compra e venda de mercadorias e servigos). Se existem transacoes comerciais & porque inicialmente temos necessidade de consurir algo ou de sermos atendidos por algum prestador de servicos Agentes Econémicos - so todos os individuos, empresas € 6rgos publi- os que participam de um mercado e possuem uma relacao de troca de bens ou servigos Os agentes econdmicos: = As familias - Empresas - Governo Figura 2.1: Agentes econdmicos Fone ote Fone sreesrenacant Fone woodathinedaeg! Aula 2 Definindo os agentes econdmicos 19 2.1.1 Necessidades Annecessidade ¢ a forga que movimenta os agentes econémicos. As necessi- dades geram as transacoes de compra de bens e servigos, © que movimenta a economia Devernos considerar que muitas das transagées de compra ocorrem por im- pulso ou por convenincia, Isto ocorre quando nos deparamos com uma promosao em uma loja e decidimos por comprar aquele bem, mesmo no tendo a necessidade imediata de adquir-lo, mas o fazemos porque vanta- oso do ponto de vista do preco, por exemplo. As necessidades s4o classificadas como: primaérias, secundérias e coletivas, as quais serdo descritas abaixo. Primarias: + Alimentacao; + Vestuario; + Habitacao; * Transporte; Figura 2.2: Necessidade priméria — alimentagso * Higiene. Fone seston A partir destas necessidades primarias aparecem dois fendmenos econdmi: cos fundamentais que séo a Lei da oferta ¢ 2 Lei da Demanda ‘Secundarias: sdo aquelas vinculadas ao desejo ou ao impulso. Figura 2.3: Excesso de compras ee ows 20 Economia e Mercado Coletivas: referem-se aos servicos piiblicos Figura 2.4: Necessidade coletiva ~Previ Fonte came abo br Obs. existem algumas profissées que ndo produzem bens, porém ofertam servigos como, por exemplo, advogados, pa- Gres, profissionais do esporte, palhacos, etc. Figura 2.5: Advogado servos Fore iegatocharseom trl 2.1.2 Bens 0 produtos fabricados pelas empresas ou os servicos prestados por empre- a8 0u pessoas fisicas, séo classificados quanto a sua finalidade. ‘Aula 2-Definindo os agentes econdmicos a Tec Brasil Quanto a natureza: bens materiais ou de producao e os servicos. Ex: produtos industrializados e os servigos médicos, Figura 2.7: Produtos industrializados © servicos médicos Fone gounsa! Quanto ao destino: de consumo - durdveis e no duraveis; Ex: construir uma casa e uma pega de roupa. Figura 2.8: Casa, bem durével Fonte wonssasseesourcense gh Produgao: transitérios e durdveis Ex: maquinas para produgao, Figura 2.8: Indstria textl — maquinarios Fonte lgdacnexe ssp 2 Economia e Mercado Resumo Nesta aula classiicamos as necessidades que qualquer pessoa, empresa ou governo possui como primarias, secundérias e coletivas. Também vimos a classificacao dos bens, quanto a sua finalidade, ou servicos que sao resultan- tes dos processos de producao. Para refletir Procure refletir sobre a atitude das pessoas antes, durante e depois das compras. Verifique se elas estéo atentas aos seguintes pontos antes da compra: buscam de fato entender se ha necessidade de comprar aquele bem ou servigo? durante a compra: ha preocupacao com o recurso que garante 0 pagamento do bem ou do servico desejado? depois da compra: houve preocupacéo em fazer uma autoansli- se para descobrir se o que compraram era realmente necessério? Atividades de aprendizagem ‘+ Faca uma lista das suas necessidades que foram saciadas na semana pas- sada com 0 consumo de algum bem. Classifique estas necessidades em primérias, secundérias ou coletivas. Depois pense em quais bens voce ‘consumiu e classifique-os conforme sua natureza (bens materiais ou ser vigos) e conforme seu destino (durdveis e nao duraveis) ‘Aula 2-Definindo os agentes econdmicos 2B Aula 3 - Fatores e setores de producao Nesta aula falaremos um pouco sobre os fatores de producéo. Os individuos que detém alum ou varios destes fatores, so 05 responsaveis pelos investimentos, atualizacbes tecnologicas @ geracdo de riquezas, Portanto séo pessoas interessadas em abrir empresas, construir estradas ou até fabricar e exportar produtos. Depois apresentarei de forma simplificada, quais so 05 trés setores de producéo. 3.1 Fatores de producgao Basta pesquisar nos livros de hist6ria do ensino médio e identificar que mui- tos povos da antiguidade exerciam atividades militares, rituais religiosos agricultura, Até nos dias de hoje muitos palses so citados através desta caracterstica que é sua agricultura. © Brasil, por exemplo, & citado como um exportador de soja, milho entre outros produtos, Os Estados Unidos sao um dos maiores produtores de laranja do mundo e consomem quase tudo que produzem em seu proprio territorio. Nos processos de producéo, so empregados alguns fatores como recursos rnaturais, pessoas, tecnologia e capital. Os sistemas econdmicos estabelecem uma interagéo e uma maneira racional de usé-los porque como jé percebe- mos 0 recursos s80 escassos, Como 05 recursos s8o escassos e por mais eficiente que seja 0 proceso de produséo, esta producéo ¢ limitada para atender as necessidades dos indivi- duos que por sua vez sao ilimitadas. Isto significa que 0 uso descontrolado de certos recursos naturals, a gesto equivocada de pessoal ou de tempo podem acarretar em um desequilibrio 1 sistema econdmico. Quando citamos fatores de produggo, devemos nos lembrar de alguns ele- mentos que sao essenciais para a atividade econémica, ou seja, extrema mente necessérios para produzir algo ou realizar algum tipo de servico, Aula 3 -Fatorese setores de producio 25 Vox sabia que a primera free de produao realists palo nomen fia aoua? Ae mesmo gue er bao se pronuncial primi process prod, pols {a tera que homer deve tar seu susterto, dad que reste ate he ser Keres en prima, 0s fatores de producéo sao: 3.1.1 Fator Terra Figura 3.1: Fator terra ~ plantagio de soja, mineracio e rios Fonte ypoxdnkinedaog Fone rater com Este conceito abrange os recursos naturais que encontramos no planeta & fora dele, 0 solo, subsolo, Sguas, clima, flora e fauna e energia do sol, na forma de radiagao 580 exempios desses fatores. AAs reservas naturais esto na base de todos os processos de producéo, sendo renovaveis ou nao renovaveis, Por mais que existam vastas regides de terras espalhadas pelo mundo, sabe-se que muitas delas no séo pro- dutivas. Portanto o hoem esté em uma busca continua de alternativas e ferramen- tas tecnolégicas para explorar estas regides e principalmente maximizar a utlizagao das propriedades jé em producao, Para refletir. Uma consequéncia disto & 0 desmatamento que aflige todo o planeta, & irreversivel este proceso? Deixo para que vocés pensem sobre o assunto. psi as reas da (Rosset) 6s brasileitos somos dotados de uma vasta extensdo terrritorial e abengoados por uma costa imensa e maravilhosa, que nos permite explorar o turismo, ex: portar nossos produtos e simplesmente aproveitar nossas horas de ociosidade. Usando todos os recursos naturais de forma racional e principalmente res- peitando a natureza, com certeza teremos muito mais a oferecer aos nossos descendentes do que temos hoje. Somente a partir das décadas de 70 ¢ 80 o Brasil passou a se preocupar com esses recursos através da conscientizaco e das areas de preservacéo. 26 Economia e Mercado Uma forma de trabalharmos isto ¢ o desenvolvimento sustentavel \Vocé ja ouviu falar em desenvolvimento sustentavel? Sabe do que se trata? Pois bem, trata-se do avanco de producéo respeitando as reservas naturais maximizando a utiidade do fator terra. Existem estudos e trabalhos dirigidos por 6rgios governamentais e ONG's que auxiliam algumas pessoas, por exem- plo, ribeirinhos, a obterem uma renda um pouco maior. Isto porque da terra ‘ou do mar no se consegue mais extrair produtos como hi alguns anos ats. Para refletir. Algumas familias adquirem pequenas propriedades rurais nos arredores das cidades que, geralmente, sao usadas para atividades de lazer. Como estas familias poderiam aproveitar as instalagbes destas chacaras de for- ma produtiva? 3.1.2 Fator Trabalho Nao 6 segredo para ninguém que o emprego é escasso, logo é de inte- resse da economia. Mas se nds formos analisar essa escassez de opor- ‘tunidades de trabalho, ela & necessaria, porque se todos nds tivéssemos um trabalho como ficariam as negociacdes de salério e trocas de pes- s0as? Muito provavelmente nao existira porque todos estariam felizes e satisfeitos com suas carreiras e as empresas produziriam essencialmente ‘© necessério para atender o mercado de consumidores que desejam comprar algo. Figura 3.2: Esquema fator trabalho Fore 0 aur ‘Aula 3 -Fatorese stores de producio 7 e-Tec Brasil Este esquema mostra a distribuigéo econémica das pessoas quanto a sua faixa etéria \Vamos criar trés divis6es etarias, que so: de zero até 15 anos, de 15 até 60 anos e acima de 60 anos. @ Porgéo nao mobilizavel sao individuos que nao esto aptos a exercer ati- saumeniarses | _vidade laboral (pessoas entre zero e 15 anos e acima de 60 anos). Onde de (eipecipene peseesesebes | er a 15 anos sao as pessoas pré-produtivas e acima de 60 pés-produ- edesenorinere. roars | tivas. Entre 15 e 60 anos estdo as pessoas aptas, considerando a idade, a Spal sesnsinareanens | BeFlencer a0 processo produtivo, Ue aecnselns | Subdivide-se em economicamente ativa, quem realmente est trabalhan- Garsioceesacesaal | do e as economicamente inativas, pessoas que por algum motivo no saiiequseianca | estdo trabalhando, A necessidade de o Estado controlar a natalidade, as doencas, as aposenta dorias, nao é por questées politicas, mas para manter um nivel adequado de a individuos vivos e trabalhando e assim, conservar o sistema em que vivernos em funcionamento. xiste no mercado, e tenho certeza que voce conhece pessoas que néo es- tao trabalhando, © nosso sistema econémico e por definicao exige que exista obrigatoriamente pessoas desempregadas e pessoas no mercado de trabalho, sso proporciona as empresas uma maior capacidade de negociar salérios € cargos. Para refleti Quanto a nds, s6 resta procurar e aceitar de forma simples o que é impos to em termos salariais. Reflita sobre isso... Vacé concorda com esta afirmacéo? Existem pessoas no Brasil que ganham pouco. Nao estou falando nem de sa- \ério minimo. Bem, isto passa a ser um problema muito maior que este lvro poderd tratar erelatar, logo deixa este assunto pata sua reflexso e conclusao. 28 Economia e Mercado 3.1.3 Fator Capital Este fator representa o quanto uma pessoa conseguiu acumular de recursos. Podemos falar de dinheito propriamente dito ou terras. Com estes fatores as sociedades dao suporte e atendem aos diversos estagios do desenvolvimen- to econdmico Para existir um investidor que é uma pessoa disposta a empregar seus recur- 505 em troca de uma remuneracao proporcional ao seu investimento, deve- -se primeiramente acumular riquezas. © sistema abaixo mostra como as pessoas conseguem formar capital Fontes de acumulacéo: Internas: ‘+ Poupanca das familias + Poupanga das empresas + Poupanga do setor publico Externas: + Ingresso liquido de capitais ‘+ Empréstimos e financiamentos + Transferéncias de governos ‘As poupancas das familias e das empresas podem ser classificadas como espontineas ou estimuladas e com- puls6rias. Enquanto 0 ingresso de capitals, emprés- ® timos, financiamentos e transferéncias de governos formam uma poupanca externa. As familias @ as em- presas podem e devem por varias raz6es formar suas poupangas de modo esponténeo ou estimuladas por Figure32:Poupar _Necessidades diversas. Foe: iti, ‘rw com ‘Aula 3 -Fatorese stores de producio 29 Quando 0 governo achar conveniente ou necessério formar poupanca, de- terminard com forca de lei uma reserva obrigatéria, tornando uma poupanca compuls6ria AAs fontes externas ocorrem principalmente com a entrada de empresas ex- ternas no pais, doagées e dinheiro para financiar algum programa por exem- plo, Um érgao que faz muito isto € o BID, Banco internacional de Desenvol- vimento, que rege varios assuntos dentro do nosso pais como a educagao por exemplo. Para refletir. Poupar no Brasil é algo muito dificil por se tratar de uma situacao cultural. Quando falamos cultural, ¢ algo enraizado, dificil de ser mudado. Vocé tem visto com frequéncia, nos meias de comunicacéo, propagandas in- centivando a poupanca? Raramente, mas para consumir, gastar, comprar por meio de liquidacdes e promosées, com plena certeza, muitas. Mais uma para vocé pensar. Pense na seguinte situacao, voce trabalha duro 0 més inteiro, aguenta recla- magées de clientes cobrancas dos seus superiores, atrasos em cronogramas ¢ falta de compromisso de algumas instituig6es, Sabendo disto vocé acha justo que seu dinheiro, fruto de muitos esforcos, deva ser dado assim facil ‘mente para as lojas, supermercados e, principalmente, para bancos e cartes de crédito? Pense e reflta sobre isto, aqui vai uma dica: primeira se pague & depois aos outros 3.1.4 Fator tecnologia Figura 3.3 Polvo mecinicogigante, com cto bra {05 robéticos,utilizado na Aut Fore spancarsranehogsecon inha de producao da 30 Economia e Mercado Vocé sabe 0 que é tecnologia? Quando © homer passou a utilizar 0 fogo para se aquecer, para cozinhar seus alimentos, para afugentar animais, isto foi um avanco tecnolégico? Sim, pois © homem se viu diante de uma maneira diferente de fazer algo, possivelmente comia-se alimentos crus, usava-se roupas feitas de peles de animais para se aquecer e gritava-se muito para afugentar outros animais. Logo, tecnologia nao é somente microcomputador, mas criar ou aperteicoar lum jeito novo de fazer algo. Simplesmente ¢ inovar algo que ja existe ou inventar algo para tornar a vida mais facil Capacidade tecnoligica ¢ isto, inovar, aperfeicoar, inventar processos novos para o sistema de producéo. Todos sabem que as empresas cobram a cria- tividade. Nada mais é do que a busca continua por novos processos, otimizar espaco, maximizar tempo e producéo, reduzir custos, enfim estes sao alguns exer plos que ilustram este conceito 3.1.5 Fator empresarial No mundo ha uma diversidade de recursos naturais sendo utilizaveis ou nao, renovaveis ou nao. Existem milhares de pessoas dispos- tas a trabalhar, uma gama muito grande de capital a serem empregados em algum proje- to, todos estes recutsos a espera de alguém que saia usé-los de forma racional e empre- endedora Mobilizar, combinar estes fatores e alcancar resultados, garante a quem consegue o titulo Fgura 34 empress de empreendedor ou uma pessoa que possi capacidade empreendedora. ‘Aula 3 -Fatorese stores de producio 3 3.2 Setores de producaéo 0s cinco fatores acima trabalhados, quando combinados entre si, (0 nosso sistema produtivo. A combinacéo entre eles se dé de acordo com as diversas atividades empresariais que existem no mercado, Basicamente o mercado esté divido em tr@s setores, que so: a) Primatio b) Secundario 9) Terciario No setor primario de producgo encontramos a agricultura, a agropecuaria ou producdo animal e 0 extrativismo. Figura 3.5: Plantagao de cana Fone: waren No setor secundétio da producéo estéo contidas as indastrias de extracéo mineral, de transformacéo, de construco e atividades semi-industriais Figura 3.6: Siderargica Fone: wasyneyatcm. au 32 Economia e Mercado No setor tercigrio encontramos os prestadores de servigos, 0 comércio em geral, os bancos ¢ oultras instituicées financeiras, os servicos de transportes @ comunicagies e o governo. Figura 3.7: Transportes rt: pops com 0 processo de produsao, em qualquer um dos setores resulta em bem ou 0 servico. 5 ciéncias, Aqui uma definigao muito importante para a economia e 01 Os bens propriamente ditos so produtos palpaves, ou seja, 6 possivel tocar, sentir cheito, comer, tomar, vei, enfim utilizé-los de alguma forma tangivel. Quanto aos servigos, sabemos que alguns podemos contratar, outros sao disponibilizados pelo governo, mas nao temos como pegar o servico médico, 1ndo € possivel sentir 0 cheiro do servigo bombeiro, ninguém veste um servico de um advogado, logo estes produtos resultantes de um processo produtivo @ que no podemos pegar chama-se intangivel Resumo Verificamos nesta aula que existem alguns recursos que s40 chamados de fatores de produco, quando combinados possibilitam a geracao de rique- zas. Também vimos os trés setores da economia o primario, secundario e o terciaio, ‘Aula 3 -Fatorese stores de producio 33 e-Tec Brasil Atividades de aprendizagem + Identifique na sua cidade e regido quais s4o as principais atividades eco- némicas dos setores primério, secundério e terciério. a) Faca uma lista com as cinco principais atividades agricolas ou agropecud rias de sua cidade ou regido que compoem o setor primério. b) Liste as cinco principais atividades industriais de producdo de bens que compdem 0 setor secundirio. ©) Identifique os cinco principais tipos de servicos prestades que compéem o setor terciario. 34 Economia e Mercado Aula 4 - O que é mercado’ Nesta aula estudaremos um pouco de historia. Conheceremos © tipo e a maneira como 0 modelo econdmico era utilizado pelos povos da época, Veremos também, muito sutilmente, a trajetéria do metalismo até o papel-moeda 4.1 Microeconomi Como ja vimos nas aulas iniciais a microeconomia estuda a relacao entre individuos que produzem e as pessoas que necessitam de algo ou esto dispostas a gastar seu dinheiro com algum bem. Essa relacéo se chama oferta e procura, que estabelece uma regra muito importante e que im- pulsiona os mercados a Lei da Oferta e Procura. Esta lei dita pregos ¢ quantidades consumidas ou produzidas. Por este motivo, por se tratar de algo tao proximo a nds, & muito importante conhecer e discutir um pouco sobre o assunto 4.2 Definindo mercado E 0 local onde os agentes econdmicos realizam suas trocas ou buscam pro- dutos ou servigos para satisfazer suas necessidades, Ea interacao entre os agentes econdmicos, 4.3 A Historia Vocé ja ouviu falar em ESCAMBO? escambo diz respeito a mais primitiva forma de mercado que o homem conhece. Imagine alguns milhares de anos atrés. Nao existia moeda, telefone, ou mui- tos dos produtos que temos hoje, ¢ as pessoas nao conheciam muito mais pessoas do que as que moravam em sua regido. Aula 4-0 que é mercado? 35 Logo aqueles individuos produziam alimentos simplesmente para sua sobre- Vivencia. Mas 0 problema da escassez jé existia naquela época, logo quando um plantava trigo, 0 outro criava porcos. Assim, quem cultivava trigo néo poderia viver somente de trigo e assim também para o criador de porcos Entéo aqueles individuos resolveram “trocar” seus produtos, logo essa tro- «a se tornou algo normal que deu origem ao primeiro mercado. Ento © escambo tem por caracteristica a troca de mercadorias entre pessoas de acordo com suas necessidades Com 0 passar do tempo comecaram a perceber que havia algo de errado. Alguns perceberam que seus produtos tinham um valor maior do que ou- ‘ros. Portanto a necessidade de mensuracao (atribuir valor) as mercadorias se tornou necessaria Como fazer isto em uma época que sé existiam trocas? Surgiu entéo o metalismo. 4.3.1 Do metalismo ao papel moeda Identificaram alguns requisites a serem preenchidos para que surgisse de fato a moeda de troca o metal. Algumas mercadorias se tornavam moedas, mas nao existia a praticidade do transporte e do manuseio. AS civizagdes ja possulam a tecnologia necesséria para manusear metais, Esparta iniciou com © ferro, 0 Egito, Roma, Chine e Europa Cent a prata, Em funcio da raridade, 0 ouro e a prata, assumiram realmente 2 fungéo de moeda e também pela sua durabilidade. |, utlizavam 0 bronze, 0 ouro Figura 4.1; Hemidrachma de prata cunhado em 400/350 a.C. em Cherronesos na radia ‘Anverso: Melo corpo de ledo, 4 direita, com a cabeca voltada para tris. Reverso: Marca de pungao quadripartide com um ponto e um grao de trigo, Fonte war pats com 36 Economia e Mercado Naquela época apareceu 0 que chamamos hoje em dia de Banco. Um grupo muito rico que se destacou na histéria foram os Cavaleiros Tem- plérios. Como as estradas passavam por dentro das florestas, sem ilu- minago e rota definida, possuiam muitos esconderios para ladrées. Entao, 0s viajantes depositavam nas maos dos Cavalheiros Templarios seus metais e recebiam daqueles, uma espécie de certificado de depési- to e quando o viajante chegava ao seu destino tracava o certificado de depésito novamente pelos metais. Isso ndo lembra os nossos servicos bancérios hoje? ‘Apos essa era do metalismo e com 0 aumento das transacdes comerciais, intemas e intemnacionais, a necessidade de um volume maior de metais exi- giu que as pessoas utilizassem 2 moeda papel. Surgiram entdo as letras de cambio, os certificados de depésitos de moedas metalicas, como formas alternativas de pagamentos, ‘A migracéo da moeda papel para o papel moeda foi natural. Os bancos pas- saram a emitir papel moeda em funcao do valor metalico correspondente. Chamamos isto de funding, ou seja, ter valor monetario intrinseco ao metal correspondente & quantidade de papel moeda \Vejamos agora algumas das facilidades da moede e seus beneficios. a) Intermediar trocas: finalidade basica ¢ essencial da moeda. Viabiliza trocas, o trabalho também e faciita para as pessoas decidir quando de- veré ocorrer 0 consumo, pois Ihe traz liberdade de escolha e de quando ird gastar. b) Medida de valor: todas as mercadorias e servigos sao mensurados em moedas. Padronizou e criou uma oportunidade de acompanhar e contro- lar o sistema como um todo. ©) Reserva de valor: J.M Keynes (1936, 1937), diz que a moeda ¢ liquidez, que significa poder trocar rapidamente por algo que necessite, por exce- lencia, Nao somente fator de troca, mas de precaucao e especulacao. d) Pagamentos diferidos: a moeda proporciona pagamentos em tempos diferentes. ‘ula 4-0 que € mercado? 37 e-Tec Brasil Resumo Hole, definimos mercado como sendo 0 local onde os agentes econémicos realizam suas transagdes. A historia nos mostra que no inicio eram apenas trocas e as necessidades fomentaram a formacao de padrées de mensuracéo. Também pudemos entender como ocorriam as transag6es comerciais antes do advento das moedas e como elas evoluiram através dos ternpos. Atividades de aprendizagem + Consulte 0 site do Ministério da Fazenda no link estudantes ou &rea edu- cacional e pesquise sobre as moedas brasileiras. Apés a consulta, escreva nas linhas abaixo o nome de todas as moedas brasileiras que vocé encontrou. Converse com seus colegas de sala e ve- rifique as convergéncias e as divergéncias das pesquisas. 38 Economia e Mercado Aula 5 - Estruturas e interesses do mercado ‘Vamos conhecer os diferentes tipos de estruturas de mercado que se pode vivenciar em nossa economia. Discutiremos se- melhangas ou diferencas. € interessante, pois entenderemos melhor como uma empresa monopolista pode e - de fato - controla os pregos de seus produtos, © que e quais sao as estruturas de mercado? Conhecer estas estruturas é muito importante, porque permite identificar, nos produtos que consumimos diariamente, a qual estrutura ele pertence Ao final voce verd que isto explica muita coisa, como 0 preco da gasolina por exemplo. 5.1 Estruturas de mercado Quando falamos de estruturas de mercado, devernos levar em conta o numero de agentes econémicos, os fatores coro comportamento, recursos disponives, produtos, controle sobre precos, concorréncia € o ingresso de novas empresas (ou concorrentes. Eses citeios associados definem o que chamamos de merca- do, logo podemos perceber de imediato que existem diferentes mercados. Agora vamnos estudar algumas estruturas de mercado e perceber suas seme- lhangas e diferencas. 5.1.1 Concorréncia perfeita Este modelo existe se, e somente se, apresentar as sequintes caracteristcas Mesmo niimeto de compradores e vendedores. = Bem ou servico homogéneo, nenhuma empresa pode diferenciar seu produto. = Os agentes atuam independenterente. A mobilidade é livre = Nao existem barreiras de entradas ou saidas para qualquer agente. = Proibido praticar precos acima do mercado e abaixo do mercado. — Total transparéncia, as informagées sao repassadas a todos sem excecao. Aula 5 -Estruturase Interesses do Mercado 39 Se vot puter veriue no uo do Prt Rossetto que le ‘mena sobre esa condi CerersPaus ques ‘fo sas exp, na das inst ceoneituadas do murda bem como aais aga institu deersina super dos, Estados Unidos. Fandaca em secembro de 1936 como new wersidade nove recabed homeragem a ohn Htc, ur dos seus pics pavocinaderesSomente em 1780 fo! arnido 3 inst ilo de Univers dade Sete presidentes dos Estados Unidos sraduarars em Harvar: Jon Ada, oh Delano Roose, Theodore Roosevel eo preset Barack Obama, 5.1.2 Monopélio ‘Aqui aparece uma situagao extrema, Atualmente encontramos esta estru- tura em estatais como energia elétrica e empresas de saneamento de gua, por exemplo. Essas sa0 as caracteristicas — Existe apenas um vendedor. = Oproduto nao possui substituto, Nao existe opcéo para o comprador, = Ejimpossivel alguém entrar neste mercado. — Aempresa monopolista detém o poder do seu segmento. — Nao possui preco para seu produto, a empresa aumenta ou diminui cconforme suas necessidades. = Sigilo de informagées. 5.1.3 Oligopélios Essa estrutura possui muitas formas. As mudangas variam de setor para setor. = Possui um némero pequeno ou grande de concorrentes, mas existem duas ou trés empresas lideres que detém uma maior fatia do mercado. = Possui diferenciagéo entre seus produtos ou servigos. = Concorréncia muito forte. = Dificl ingresso de novos concortentes. = Devido 20 baixo ntimero de concorrentes, 0 controle dos pregos & geralmente facil. (cuidado com os cartés). = A informacao é totalmente aberta, como seus produtos, por exem- plo, ou estratégias de novos pontos de venda 5.1.4 Concorréncia Monopolistica = Este conceito veio de HARVARD. = Elevado nimeros de concorrentes. = Cada produto possui uma caracteristica propria, em consequéncia cria- -se um mercado exclusivo para eles. (produtos com forte marketing). = Existe uma substituicéo nao perfeita, mas possivel. = Preco definido pelo comprador, de acordo com sua necessidade. = Facil ingresso de concorrentes. = Informagoes geralmente amplas. Todas as estruturas de mercados esto preocupadas em responder algumas perguntas como © que produzir? Para quem produzir? Ent3o vamos ve- rificar quais s8o de fato os interesses das empresas. Evidentemente tudo isto buscando uma maximizacéo do lucro no final do periodo, 40 Economia e Mercado 5.2 Os interesses do mercado Todos nés sabemos que uma empresa deve produzir ¢ que as pessoas tém interesse em comprar produtos fabricados por estas empresas. Como jd de- finimos, as necessidades sao ilimitadas e a producao é limitada. Empresa deve responder aos seguintes questionamentos + Oque produzir? + Quantas unidades produzir? + Como produit? + Para quem produzir? Consumidor deve questioner: Figura 5:1: nteresse do mercado Fonte ipsa theconientmom com + Quanto custa? + Existe algum concorrente para este produto? +E realmente necessatio comprar tal produto? Quando falamos de mercado, estamos falando da relacdo entre a procura por algum produto e a oferta de algum produto. Explicando, a procura se dé pelo fato das pessoas estarem dispostas a gastar para adquirir alguma mercadoria, Leva-se em conta o salério, a utilidade, a necessidade e os precos. E quando observamos a oferta de um produto estamos falando de niveis ‘ou quantidades de produtos que as empresa ou os prestadores de servicos ‘estdo dispostos a oferecer no mercado, considerando fatores de producao, clima, custos operacionais, regides, se possui clientela para o seu produto 105 precos praticados. Bem, essa queda de braco cria uma forca chamada Lei da Oferta e Lei da Procura. Em muitos mercados, como a bolsa de valores, os precos € as quantidades comercializadas, s80 determinadas pela oferta e procura de mercadorias, Adam Smith chama isto de a mao invisivel do mercado, de fato 6 esta mao que dita as regras, de prego e quantidades (procuradas © ofertadas). ‘Aula 5 Estruturas e Intresses do Mercado a Feraaurertar seu con procure o ia Mercado do A 2 Sada pio lena a as. 5.3 Condigaéo Ceteris Paribus de analise de comparativa de fatores econémicos Neste t6pico veremos um dos principals conceitos econdmicos para poder- ‘mos continuar nossos estudos sobre economia. Este conceito chamado Ce- teris Paribus, nos possibilita comparar produtos, empresas e mercados. Po~ demos dizer, por exemplo, que se uma empresa aumentar os precos de seus produtos a quantidade de pessoas que continuarao consumindo este bem que foi majorado de preco tenderd a diminuir. Portanto é um estudo que interessa a todos os agentes econdmicos. Vamos Ia? Condigao Ceteris Paribus Imaginem a seguinte situaco: voce esté comprando um carro e decidiu que seré um Modelo TM, quatro portas, bi-combustivel, com radio, direcao hi- draulica e ar condicionado. Somente a cor ficou para ser discuticda mais tarde, Quando se descarta todas 2 oultras informagbes e ficamos com apenas um inico fator para ser obser- vado e analisado, dé-se o nome de Condigéo Ceteris Paribus. Resumindo, ‘mantidos inalterados todos os fatores observa-se um em especial para ser estudado, Isso apareceré com certa frequénci quando for visto oferta e demanda. nos estudos principalmente Resumo Nesta aula vimos que existem alguns modelos de mercado, que so as es- truturas onde os agentes econdmicos realizam suas transac6es, tais como. ‘monopéli, oligopélio, concorténcia perfeita e concorréncia monopolistica Agora podemos identificar estas estruturas no nosso dia a dia, através de ‘observacao de produtos ou de conhecimento especifica de cada érea pro- fissional. Existem alguns interesses por parte das empresas e por parte das pessoas. Esses interesses ditam as regras de funcionamento dos mercados que s30 0 que produzit, para quem produzir e como produit, seriam os pensamentos das empresas, enquanto as pessoas querem pagar menos, buscam produtos alternativos e mais baratos e se realmente necessitam deste bem para decidir se compram ou nao compram, 42 Economia e Mercado Existem algumas estruturas de mercado, cada uma com suas caracteristi- cas especificas, oligopélio, monopélio, concorréncia perfeita e concorréncia monopolistica. Percebernos que as empresas querem saber o que produzir para quem produzir, enquanto os consumidores querem saber quanto custa € se existe bens substitutos, uma eterna guerra de forcas. Condigo Ceteris Paribus, que mantém todos os fatores inalterados enquan- to estuda-se prego e quantidade vendida ou produzida, Atividades de aprendizagem 1. Pesquise sobre a participagao da Coca-Cola no mercado nacional. Este tema vocé encontra facilmente na Internet. Vocé gosta de refrigerante? Entao pesquise a quantidade de acicar existente em uma garrafa de refrigerante. Também procure saber quanto de sal voc8 ingere se 0 refri- gerante for light. Descobriré que € muito mais do que o seu organismo necessita. Anote: 2. O que € cartel? Qual € o problema na formacao de cartel, e no que eles interferem? ‘Aula 5 Estruturas e Intresses do Mercado 43 Aula 6 - Lei da procura Nesta aula veremos o que significa a curva de procura. Tam- bém a importancia das suas decisées como consumidor para co mercado, Para finalizar os fatores que interferem na curva de procura, aqui entram suas decis6es de compra. Segundo Rossetti, “A procura de determinado produto é determinada pelas varias quantidades que os consumidores esto dispostos e aptos a ~adquirir, em funcéo de varios niveis possiveis de precos, em dado periodo de tempo.” 6.1 A Curva da Procura Para explicar esta regra, vamos partir da seguinte ilustracao: Pense em uma TV, nao importa a marca, mas que 56 exista uma inica pega em uma tinica loja na cidade em que mora. Nao existe previsao de che- gada de novas unidades desta TV. Nesta cidade varias pessoas estdo dispostas a comprar esta TV, por quanto a loja ira vender? Pelo preco que Figura 61: Televisdo aquiser nao acha? Agora a situacéo inversa existe mais TVs em estogue que 0 numero de pessoas interessadas, a loja determinara o prego como quiser novamente? Nao, pois existem muitas unidades a disposicao dos consumidores. Uma regra da procura é que quanto maior for 0 preso praticado me- nor sera a quantidade vendida ou comercializada. Existem algumas razées dos consumidores para explicar © consumo, por exemplo: a) Os precos séo barreiras b) Efeito substituicao 9 Utlidade marginal Aula 6 Lei da Procura 45 s precos constituem uma espécie de barreira para os consumidores, quanto maior for 0 prego menor sera a quantidade de pessoas dispostas a pagar por este produto, Quando o preco de um determinado produto aumenta, 0 consumidor procura alternativas de consumo a isso chamamos de efeito de substituiggo, E a Ultima razéo € que quanto maior for o niimero de produtos no mercado sua utilidade tende a ser menor e vice-versa. Resumo Hoje voces conferiram o que significa a curva da procura, quando um preco aumenta o que as pessoas fazem? Procuram alternativas com produtos simi- lares mais baratos, como por exemplo, trocar o taxi por 6nibus ou um carro por uma moto, ou comprar frango em vez de carne bovina, etc. Viram também que os pregos so uma barreira para os consumidores, logo no agianta as empresas cobrarem o que quiserem porque poder néo exis- tir consumidores. Atividades de aprendizagem * Verifique na internet www.youtube.com, ou com amigos e colegas, a "variacéo dos precos da carne bovina”, como as pessoas agem com relacéo a0 aumento dos pregos ¢ 0 que fazem? Elas buscam alternativas? 46 Economia e Mercado Aula 7 - Elasticidade da procura \Vocés conhecerdo como as empresas de pesquisas, por exem- plo, DIEESE, IBGE, VOX POPOL, IBOPE, determina 0 compor- ‘tamento de um grupo de individuos diante do aumento de pre- 0S. O que significa elasticidade e como cevemos interpreté-la Esse estudo necessita do conhecimento da condicéo Ceteris Pa- ribus que vimos a algumas aulas atrés, Entao vamos la! 7.1 Elasticidade preco-procura Elasticidade & um conceito muito importante na economia, pois trata da me- dicdo dos nivels de interesse por parte dos consumidores em aceitar ou no © aumento de precos. Por exemplo, se uma empresa aumenta seus precos, a quantidade vendida tenderd a cair, Porém, cairé quanto?Uma regra da procura € que quanto maior for 0 preco praticado menor seré a quantidade vvendida ou comercializada Figura 7.1: Gréfico Reta da procura rte: bord pat Esta tabela possui os valores correspondentes 20 grafico, exemplo acima. Tabela 7. ): Entendendo o grafico Precos unitirios ‘Quantidadesprocuradas 200 8000 250 16.000 300 4000 350 200 400 000 450 00 500 000 550 000 00 2000 a: aber pl autor Aula 7-Elasticidade da Procura 47 Qualdace co cue € substitu! Periodicidade Qualdade do gue €peridico (quando operodo passa de um fa, deuna semana, eum mes ec} (© quadro acimia mostra que para um nivel de preco de RS2,50 a empresajrd comercializar 16,000 unidades. Ao passo que se © prego subir para RS3,00 a quantidade vendida caira para 14.000 unidades. sta é a elastcidade prego procura, Seguem algumas variacdes quanto a elasticidade preco da procura, Usando como base 0 numero 1, temos a seguinte classificacao: ‘Tabela 7.2: Variagao quanto a elasticidade do preco oars disica (uartdnes sess ara de pres ot Precuae asicace uicra —_Quaiades propa aris de res roar iia (uartdses inser quarto a afaio de eos Frocuaperetamertelisiea _Quagu vac de prerredia er quanta Pra ise | quince independent do pec, Fone Rosse (857) ‘Como devemos calcular 0 £2 Observando a tabela acima a variacao do preco de RS3,50 para RS4,00 é de R$0,50, logo a variagéo da quantidade nestes mesmos niveis de precos so de 2.000 unidades (12.000 - 10.000). Basta dividir a variagao da quantidade pela variagao do preco. 7.2 Fatores importantes para a elasticidade preco da procura ‘Aeessencialidade do produto que indica 0 grau de necessidade de um determi- nado bem. Os vicios de consumo ou os habitos, também interferem na elas- ticidade independente da variacdo de preco. A substitutibilidade influencia porque quanto maior o numero de concorrentes maior sera a sensiblidade dos pregos. A periodicidade de aquisicéo de produtos (grandes periodos de intervalos de tempos entre as aquisic6es) pode interferir no conhecimento dos ‘precos, logo nao afeta a quantidade vendida, Quando se faz um orgamento pode-se perceber quanto um produto é importante ou no. ‘Quando falamos destas observac6es que influenciam 0 prego ou a quantidade podemos citar: 48 Economia e Mercado sal de cozinha 6, por exemplo, anelastica porque os precos podem variar, mas as pessoas continuam comprando sal carros podem sofrer muita variago com o aumento ou a queda de juros para este fim, portanto so muito sensiveis logo sao elasticos, quanto os financiamentos de ‘As quantidades podem sofrer alteragoes em funcao do preco pratica- do pelo mercado. Portanto existe alguns fatores que podem mexer com esta quantidade. Vejamos estas possibilidades: A renda: 0 fator renda pode ¢ interfere nas quantidades comercializadas. A distribuicdo da renda, 0 préprio nivel de renda e a estrutura de distribuigéo a diferentes classes sociais fazem com que os produtos tenham uma elastic dade muito variada. Existe também um estudo que mede o quanto a procura varia em fungio da variacéo da renda dos consumidores. Acredito que vo- c@s ja viram a midia noticiar que o comércio espera o décimo terceiro salario para aquecer as vendas de final de ano. Atitudes e preferéncias: a aquisicao de produtos se da muito facilmente verificada a fatores de moda, como novelas, filmes ou propagandas, motivos religiosos ou crencas e valores, no sentido moral e ético, Por exemplo, uma novela com tema country, em poucos meses as roupas, os alimentos até mesmo o jeito de falar so absorvidos por algumas pessoas no seu dia a dia Pregos de bens substitutos: um concorrente pode vender mais se uma empresa rival subir seus pregos, e 0 contrario tamibém existe, Por exerplo, se o pneu Pirelli subir de preco as pessoas passam a consumir Goodyear e vice-versa, Bens complementares: seu filho pede a vocé um video game novo, voce acha muito caro 0s jogos que tergo que ser adquiridos mais tarde. Se estes jogos cairem de precos voc® resolve comprar o aparelho para seu filho. Este € 0 exemplo de uma situagao corriqueira, relacionada ao consumo de bens. Satisfagao e expectativa: um determinado produto pode sofrer variagoes nas quantidades procuradas quando este tiver uma expectativa muito boa e satisfizer 0 consumidor, E por sitimo, a quantidade de pessoas ou consumidores: este nimero varia em fungéo do nicho de mercado que cada empresa pertence. Os nichos so determinados pela renda, regiéo, religiéo ou costumes individuals, Temos hoje em dia um aumento na expectativa de vida dos brasileiros, logo produtos para a terceira idade tendem a vender mai ‘Aula 7 Elastcidade da Procura 49 Nichos Nichos ge mercado segrentas a pblcas Mas as pessoas continuam comprando sal. Enquanto os financiamentos de Carros podem sofrer muita variagéo com 0 aumento ou a queda de juros para este fim, portanto so muito sensiveis logo so elésticos ‘As quantidades podem sofrer alteragdes em fungao do preco pratica- do pelo mercado. Portanto existe alguns fatores que podem mexer com esta quantidade. Vejamos estas possibilidades: A renda: o fator renda pode e interfere nas quantidades comercializadas. ‘A distribuicao da renda, 0 proprio nivel de renda e a estrutura de distribui- a0 a diferentes classes sociais fazem com que os produtos tenham uma elasticidade muito variada. Existe também um estudo que mede o quanto a procura varia em fungéo da variacao da renda dos consumidores. Acredito que vocés jé viram a midia, noticiar que o comércio espera o décimo terceiro salario para aquecer as vendas de final de ano, E por uitimo, a quantidade de pessoas ou consumidores: este niimero varia fem funcao do nicho de mercado que cada empresa pertence. Os nichos s40 determinados pela renda, regiéo, religiéo ou costumes individuais. Temos hoje em dia um aumento na expectativa de vida dos brasileiros, logo produtos para a terceira idade tendem a vender mais. Figura 7.2: Casal da terceira dade Fore warasodicere Resumo Vimos que a procura é uma curva que mostra o interesse dos consumidores or produtos em diferentes niveis de prego. Elasticidade & um coeficiente que demonstra a reacdo da procura por produ- tos em fungéo do aumento ou queda de presos. Fatores que interferem na curva de procura: prego, bens substitutes, neces- sidades, renda, satisfacéo. 50 Economia e Mercado Atividades de aprendizagem 1, Verfique em uma loja de carros ou motos, o que acontece com o con- sumo quando existe um aumento dos precos, seja das taxas de finan- ciamentos ou dos carros e motos. £ pergunte se existe divulgacao deste aumento, 2. O que as pessoas buscam na hora em que encaram precos mais altos? 3. Eo que acontece com o contrério, se 05 precos despencarem? (Reducao momenténea do IPI ~ Imposto sobre Produto Industralizado, ‘Aula 7 Elastcidade da Procura 51 e-Tec Brasil Aula 8 - Lei da oferta Nesta etapa serdo estudados assuntos muito parecidos com a cura da procura. Veremos a curva da oferta, na ética das empresas. 8.1 A Curva da Oferta Come ja vimos no estudo da procura, os consumidores sempre buscam 0 menor prego. Assim, 05 produtos que so escassos tendem a se valorizar mais do que os que estao em abundancia no mercado. ‘As empresas querem produzir mais e vender quando os precos estiverem altos. “A oferta de determinado produto é determinada pelas varias quantida- des que os produtores esto dispostos e aptos a oferecer no mercado, ‘em funcao de varios niveis possive's de precos em um determinado peri- odo.” (ROSSETTI, 1997) Logo cria-se 0 choque de interesses: os consumidores querendo precos mais baixos e as empresas niveis de precos mais altos. O livre mercado é isto. ‘Temos que observar também a seguinte situacdo: se uma empresa est tra- balhando em um determinado nivel de preco e quer fabricar mais produtos e langé-los no mercado, o risco esté em forcar seu préprio prego para baixo. Portanto toda a produgéo deverd ser langada no mercado de forma conto: lada para que a propria empresa ndo sofra prejuizos com isso. Para avaliar estes niveis de preco e aceitacao de seus produtos a economia estuda a variacéo da quantidade ofertada em fungéo da variagao do prego praticado. Podemos dizer que a quantidade ofertada depende diretamente dos precos, quanto maior forem os precos, maior ser a quantidade ofertada, Aula 8 Lei da Oferta 53 e-Tec Brasil Tabela 8.1: Preco X Quantidade procurada i c & a g Observe 0 grafico abaixo: 8 z g & Figura Fore aor Esta tabela resulta na curva tipica da oferta conforme o modelo abaixo, Ob- serve que com 0 aumento dos niveis de prego a quantidade cai Resumo Percebemos através do grafico, que as empresas querem vender 0 maximo que puderem com precos altos. Evidentemente nunca consequirao, salvo se for uma empresa monopolista, porque existem pessoas dispostas a gastar somente um determinado valor por um produto. Aqui podemos constatar ‘que as empresas sempre querem as seguintes respostas: Para quem produzir, para maximizar lucro? © que devo produzir para maximizar o meu lucro? E quanto devo produzir para maximizar meu lucro? 54 Economia e Mercado Atividades de aprendizagem + Converse com um comerciante e pergunte qual é a sua atitude quando um produto sofre aumento de preco. E se este produto for de sua fabrica~ cdo, como ele responde aos questionamentos que certamente virdo dos seus revendedores acerca desse reajuste no valor. Se ele responder que no ha variagéo na quantidade vendida com esta situagio, qual 0 seu segredo para que o nivel de vendas se mantenha estavel? Anotacées ‘Aula 8 - Lei da Oferta 55 e-Tec Brasil Aula 9 - A elasticidade e os fatores determinantes da oferta ‘A clasticidade e 0s fatores determinantes da oferta nao diferem muito quanto aos célculos, no entanto hé uma diferenciacSo se partirmos do onto de vista das empresas. Por isso se imagine dono de uma empresa qualquer e vamos Ié 9.1 A curva de elasticidade da oferta Sendo andlogo, a curva da elasticidade da procura onde indica que para | Anélogo cada nidade de preco alterada pode ou nao ocorrer uma variagio significa | QT eNR2H 0 tiva na quantidade ofertada Nao é possivel comparar produtos de mercados diferentes, pois eles podem 1ndo responder da mesma forma nas variacoes de niveis de prego, Podemos perceber que no mercado de automéveis, se hé uma queda na procura ou um aumento na procura de carros, isto néo implica em que o consumo de gasolina ou lcool também acompanhe esta variacSo, apesar de serem bens de uma mesma cadeia produtiva ‘Atabela abaixo mostra 0s possiveis resultados dos coeficientes para diferen- tes niveis de preco.Esta tabela resulta na curva tipica da oferta conforme o modelo abaixo. Ag ee Ae Tabela 9.1: Possiveis resultados para diferentes precos conceitos Signiticode Coeficiente fea lsice ‘Guanes series ava de preps ml sie uti uae opr a aro dps mt — undoes iersiis uri arin eg eos Naneeual ‘staves vaio de peo edu 3200 uatade Decisica ania no rege asi cde prese Xo Forte: labora pelo autor Aula 9 A elasticidade eos fatores determinantes da oferta 37 9.2 Fatores determinantes da elasticidade da oferta * Disponibilidade dos fatores de producao + Fatores resultantes do processo produtivo Imagine a seguinte situagao: uma empresa verifica no mercado que po- deria lancar 20.000 unidades mais de seu produto. Mas existem alguns fatores que impedem esta producao adicional, por mais que os precos sejam atraentes, por exemplo: ‘Seus equipamentos jé estdo trabalhando 24 horas por dia, 7 dias na se- mana, fator tempo de producéo. 2. Sua empresa ja trabalha em 3 turnos, logo nao tem como abrir mais um ‘turno operacional. 3. Seus fornecedores nao conseguem atender suas exigéncias de insumos nas quantidades que desejam, Perceba que nao depende sé da empresa oferecer mais produtos ao merca- do. Os fatores que agregados colaboram no processo produtivo sao escas- 505, portanto seus niveis de producao sao escassos também. © mercado de energia elétrica proveniente de usinas hidroelétricas possui um fator muito importante que limita sua producio, 0s rios. Nao sao em todos os rios que hé possibilidade de construir usinas. © fator tempo, no processo produtivo, ¢ uma questdo interessante a ser analisada. Existem muitos produtos que necessitam de muito tempo para serem produzidos. O vinho é um bom por exemplo. A exploracao de metas preciosos também demanda muito tempo por no ser fécil encontré-los. £ légico que existem produtos que respondem de forma imediata as ne- cessidades ou oportunidades do mercado. Por exemplo, a Coca-Cola ¢ a ‘empresa lider de mercado no Brasil hé mais de uma década. 58 Economia e Mercado 9.3 Fatores que podem deslocar a curva de oferta A capacidade instalada significa a capacidade de producao de uma emore- sa. Quando uma empresa nova abre suas portas, ou uma empresa amplia seu chao de fabrica, com certeza novos produtos iro para o mercado. As ampliagdes da oferta de produtos dependem da forma direta de investimen- tos no setor de producao. A disponibilidade de fatores de producao influencia na oferta, Assim se um fornecedor no consegue mais ampliar sua producéo, a empre- sa no terd mais com 0 que produzi € por isso que aqui no estado do Parana, na regio do sudoeste, a empresa Sadia, situada no municipio de Dois Vizinhos, compra e mantém, através de contratos comerciais, vérios produtores de frango para abastecer seus estoques. Imagine se a Sadia sé dependesse de um tinico fornecedor, quantos frangos este deveria produzir? © preco dos insumos cria um impacto no processo produtivo, pois amplia ou reduz os custos operacionais. Logo, a empresa deverd estar preparada ‘ou ser agil nas decisées quando houver um repentino aumento de precos de seus fornecedores, para que nao prejudiquem seu desempenho no mercado. A tecnologia ajuda a manter pregos, e até mesmo a reduzi-los. A re- volugéo industrial, que apresentou a primeira mecanizacgo da histéria da humanidade, nao trouxe prejuizos aos trabalhadores da época. Muito pelo contrério, fez com que as pessoas buscassem trabalhos alternativos. ‘As expectativas dos produtores em novos niveis de precos podem alterar 2s quantidades ofertadas no sentido de aumentar seus ganhos. Neste caso estamos falando de ganhos futuros. Para finalizar, fica muito claro que nao depende s6 da empresa querer vender ‘mais ou fabricar mais. Exister indimeros fatores que impedem seu aumento de produgSo. Um desses fatores é o que chamamos de forcas de mercado ‘ou a mao invisivel da teoria de Adam Smith, De um lado, tem-se a forga dos ‘Aula 9-A elasticidade e os fatores determinantes da oferta 59 [cho de fébrica expresso remete 20 scar de produ das empresas, ou 20 Frabahado dese stor, onde 2 br ea autonome «bata, 0 regene fe wabahe &cracezado ums de an Tarconar spor semana ara rium pouco,acesse co seguine endergo hip manutencaonevblogs! Chaodefsbrica, econhesa foe supererds doco de Faicabriagencias. ua php consumidores em querer precos mais baixos e comprar 0 necessério; e do outro, a forga surge dos empresétios em fabricar mais e em nive's de pregos maiores. Unindo as duas forcas surge - como resultado final - 0 conhecido ponto de equilibrio cujo assunto tera de nossa préxima aula Resumo Vimos que a curva de oferta revela os diferentes niveis de produgao das em- presas para a0 diversos nive's de precos praticados. A clasticidade da oferta indica um coeficiente que mostra a variacao da quantidade oferecida no mercado pela variacao dos pregos praticados. Fatores determinantes: disponibilidade de insumos, capacidade instalada fe tempo de producao, Fatores que deslocam a curva da oferta: fonte de materia-prima, precos de insumos, tecnologia e expectativas de produtores Atividades de aprendizagem + Pesquise na internet www.youtube.com reportagens sobre a queda de produgao ou aumento de producio de produtos agricolas. Responda porque produtores de leite, por exemplo, em alguns momentos jogam ‘ora seus produtos em vez de vende-os ou dod-los a alguém que passe fome? 60 Economia e Mercado Aula 10 - Ponto de equilibrio Estudaremos a interseccao de duas retas ou curvas como vimios anteriormente, a da oferta e da procura; 0 que significado des- ‘a interseccao para as empresas e 05 consumidores, E por fim, quais 0s fatores que deslocam este ponto de equilibrio, e por que tal deslocamento faré com que os precos se desloquem para cima ou para baixo. 10.1 O equilibrio de mercado Aqui aparece um dos conceitos mais importantes no s6 da economia, mas também da gestio empresarial. O Ponto de equilibrio que envolve o preco de equillbrio e a quantidade de equilrio. Podemos dizer que a relacao entre consumidores e produtores na maioria dos niveis de presos ¢ um contlto Todavia existe um ponto interessante nesta briga: € onde os dois interesses se tocam. Alterar: Nés vimos dois gréficos: um da oferta (grafico 8.1) e outro da pro- cura (grafico 7.1), Ao construir estes gréficos, em um inico plano, observa- mos um cruzamento destas duas curvas e é este 0 ponto de equilibrio, Tabela 10.1: Oferta X Procura uantidode reo nitro Procuradas fers 200 18.000 000 250 16000 7.00 300 14000 soca ast ‘2.000 000 400 ‘.c00 10.00 450 2000 11.900 500 000 2.900 550 000 13.00 600 2000 14.900 fo rea plo aster Verifique o exemplo abaixo: E facil concluir que o nivel ideal deste mercado é praticar um preco de 4,00 uma quantidade de 10.000 unidades do produto. A empresa deve trabalhar Aula 10- Ponto de qulbrio. 61 Indubitave com esse relatério para controlar sua producao € maximizar 0s lucros, Os consumidores necessitam conhecer estas informagées para saber se estéo pagando um preco justo por detetmminado bem. Esta condigéo da tabela acima é um pequeno momento de trégua na eterna rivalidade entre consumidores e produtores. 0 grafico a seguir mostra a intersecsao das duas curvas, a da oferta e da procura, e é justamente neste ponto de intersecgao que ocorre o ponto de equilibrio, niveis ideais de preco e quantidade para este mercado. Seaubeeeeeres Figura 10.1 Grafico ponto de equilbrio fete mebloraneostisepescon 10.2 Fatores que possibilitam um deslocamento do ponto de equilibrio Toda a movimentagao do ponto de equillbrio ocorre nas alteragdes de precos e quantidades existentes. Agora fica mais facil a identficacao daquele ditado popular “quanto mais existir no mercado mais barato é, e vice-versa’ Quando 2 procura se expande e a oferta permanece inalterada, o ponto se desloca para um nivel mais alto, Traduzindo: quando hé muita procura por um determinado produto e a empresa no aumenta sua quantidade no mer- cado, estes precos - indubitavelmente - aumentarso Quando a procura se retrai e a oferta fica estagnada, ocorre o inverso do exemplo anterior. Quando nao ha procura por um determinado produto, 0 preco sofrerd queda Quando a oferta aumenta e 2 procura continua inalterada, agora existe uma forca por parte dos consumiciores em derrubar 0s precos. Logo, 0 ponto de equillbrio deslocaré para baixo no gréfico. E para concluir, sea oferta se retrai e a procura permanece inalterada os pre- 605 tendem a subir porque o produto passa para a classificagdo de escasso. Logo, © panto de equilibria se deslocara para cima no grafico. 62 Economia e Mercado Resumo © ponto de equilbrio 6a interseccio das retas da oferta e da procura e mos- tra o melhor nivel de preco e quantidades praticadas no mercado. Existe um instante de paz no mercado quando as empresas acham os precos ideais a serem praticados e os consumidores concordam e pagam pelo prego. Atividades de aprendizagem + Pesquise em um lio de matematica da 6* série, como se resolve os sis- temas de equagées € 0 que significa 0 ponto de encontro das retas. Ve- rifique os métodos de substituicdo e de adicao, métodos estes usados para resolver esses exercicios. A ponto de equillorio ¢ 0 lado pratico desta matéria de sistemas de equacoes. Anotacées ‘Aula 10 - Ponto de quilirio 63 e-Tec Brasil Aula 11 - Comportamento do consumidor Nesta aula estudaremos o modo de pensar dos consumidores que implicam em suas decisbes de compra. Lembrando que esta parte da matéria tem um vinculo forte com a psicologia porque entramos em interesses pessozis. 11.1 Comportamento do consumidor Os conceitas que estaremos verificando abaixo fomentaram a teoria neodas- sica apresentada por Marshall na virada do sec. XIX para 0 sec. XX \Vejamos os seguintes principios A utilidade & um conceito passivel de percepcdo e de mensuracéo, as ne- cessidades s4o pessoais; logo, a utlidade de um mesmo produto pode ser diferente de um grupo para outro. Tal utilidade pode ser gerada por experiéncia ou por indicacao. © consumidor age racionalmente para buscar uma satisfagao maxima de Utilidade de um produto. A compra de novas unidades de um mesmo pro- duto também é feita racionalmente; para isso voltamos ao item anterior que classifica utiidade como uma experiéncia ja vivenciada Os precos e a renda séo os fatores que limitam a maximizacéo da utiidade de um produto. Um consuridor adquire novas unidades se 0 preco no so- frer alteracao ou se sua renda permit. 11.2 Fatores que definem o comportamento do consumidor + Fator cultural + Fator social + Fator induzido Aula 11 - Comportamento do consumidor 65 Fara saber mas acese pl ‘wiv adm istadores. com biinfome sefarigos omporsatnento-t0 consumigrfatores que infzenciam-o-comportamento de compra suas veriaveil47922) e lio aig de Valdeco Menezes: Comportement do consurider tres qua infvene ar 0 compertamento de comgrae Existem varios filmes sobre este assunto, procure no www.youtube.com, com 0 titulo comportamento do consumidor, e escolha alguns para assistir. Responda a seguinte pergunta, o povo brasileiro esta mudando de comportamento de consumo? Resumo Observe que estudamos conceitos ligados a sua deciséo de comprar como: utilidade, pregos e renda. Isso implica na questo cultural, porque somos constantemente bombardeados com propagandas que incentivam 0 con- sumo, no qual o verbo gastar é relacionado a possuir coisas, muitas vezes, desnecessérias Atividades de aprendizagem 1. Reflita e responda: Voc® deixa de consumir pao quando o preso sobe? 2. Quando foi a ultima vez que o preco do pao subiu? 66 Economia e Mercado Aula 12 - Comportamento do produtor Veremos alguns conceitos empresariais que também sao util- zados na contabilidade e administracao para definirmos 0 que € lucro ou prejuizo de uma empresa, Estes itens so importan- tes para um gestor, pois relatam conceitos basicos da gestéo finance. 12.1 Comportamento do produtor Todas as empresas buscam uma meta: a maximizagao do lucro, Para deter rminarmos 0 lucro de uma empresa basta utlizar a formula mais conhecida da economia eee ees Abaixo alguns conceitos utilizados também em contabilidade: + Receita total é 0 produto multiplicado pelo preco praticado. = Receita marginal é 0 acréscimo a receita em fungao de mais uma uni- dade vendida ou comercializada + Custo fixo ¢ 0 desembolso de dinheiro independente da fabricacao ou venda algum produto ou servico, + Custo variavel é 0 desembolso de dinheiro proporcional a quantidade vendida ou produzida = Custo total é a soma dos custos fixo e vatiavel + Custo médio é 0 custo total dividido pela quantidade em varios niveis de producao. + Custo variavel médio é 0 custo medio dividido pelas varias quantidades produzidas em cada nivel de producéo. Aula 12 - Comportamento do produtor 67 + Custo marginal é quanto custa para a empresa ao adicionar uma uni- dade produzida, Vamos acompanhar agora, a representagéo através de algumas tabe- las e seus respectivos graficos. Esta primeira tabela 12.1 mostra a aplicac3o da férmula para determinar 0 lucro da empresa, Tabela 12. | antdade a me me — OO mS 0 Mat 0 Forte du a encmneiaRosst- ag 461 Figura 12.1: Grfico lero Fonte: Adaotado de Rosset (1997) e-Tec Brasil 68 Economia e Mercado A proxima tabela 12.2 mostra os custos para varios niveis de producao: Tabela 12.2: Niveis de produc ura 12.2: Grafico niveis de produsio te Adaptad de Rosset (1997) Esta poem mostra os custos médios e marginal: Tabela 1 e marginal i OSSETT (197, 65) e-Tec Brasil & ‘Aula 12 - Comportamento do produtor e-Tec Brasil Esta tabela 12.4 mostra o resultado econdmico: Tabela 12.4: Resultado econ6mico i 5 4 g & Figura 12.3: Grico cursos médios e marginal Fonte: Adsptad de Reset (1957) Com varias ferramentas de gestdo, acredita-se que uma das mais importan- tes seja a chamade economia de escala. Onde a empresa através de varias tabelas como as que demonstramos aqui, pode e deve avaliar cada nivel de producao para verificar se sua produgao esta sendo rentavel ou nao, ‘Atualmente 0 comportamento empresarial esta vinculado a atitudes, a ob- jetivos e muito planejamento. A administragao estratégica proporciona uma visdo de longo prazo na gestéo possibilitando planejamentos individuais. 70 Economia e Mercado Resumo Vimos conceitos de lucro € prejuizo e as definigdes de receita, receita mar- ginal e média e custos, custos médio e marginal. O principal objetivo das empresas é ter luc. idades de aprendizagem + Pesquise sobre 0 termo "crescimento sustentével”. © oue significa e o ‘que as empresas fazem para isto? Anotacgoes ‘Aula 2 -Comportamento do produtor n e-Tec Brasil Aula 13 - Macroeconomia Nesta aula itemos iniciar nossos estudos sobre a macroecono- mia, seus conceitos e fundamentos, e quais so 0s elementos que a compée, Também vamos relembrar qual a relacéo en- tre macroeconomia e microeconomia e como a macroeconomia esté presente em nosso dia a dia, 13.1 O que é a macroeconomia? ‘A mactoeconomia é a parte da teoria econémica que estuda a atividade da economia (como, por exemplo, habitos de produgéo, consumo e acumula- <0 de bens) de um grupo de ingividuos, familias, empresas e comunidades, sendo que estes grupos podem formar cidades, estados ou patses. Todos nds, brasileiros, fazemos parte de uma grande comunidade que é for mada pelo povo de nosso pals. Assim, neste estudo, vamos sempre pensar nna macroeconomia brasileira, que 6 @ soma de todos os habitos de consumo, producéo e acumulacéo de riqueza das familias e das empresas do Brasil Para que voc® possa entender melhor os conceitos e fundamentos da ma- croeconomia e relacioné-los com a realidade de nosso pais, iremos sempre considerar as cinco divis6es ou mercados da macroeconomia’ © © Mercado de Bens e Servicos: é respon- savel pela determinacgo do nivel de pro- dugao agregada & sociedade, bem como nivel de pregos com os quails estes bens produzidos sao comercializados. Figura: 13.1: Banca de frutas ot hpi google.com * Mercado de Trabalho: considera a mao de obra que trabalha na producio dos bens. agregados ¢ é 0 responsével pela determi- ago do nivel de salérios e das taxas de emprego e desemprego. Figura 13.2: Carteira de Trabalho Fae pt garage gent B + Mercado Monetério: considera as relagoes de demanda e oferta de moeda na economia, e & responsavel pela determinacao das taxas de juros definidas pelo Banco Central, érg80 do governo que tem coma mis- S80 a estabilidade do poder de compra da moeda e a solidez do sistema finance. + Mercado de Titulos: analisa 0 nivel de renda e gastos dos agentes eco- némicos, buscando entender quais 18m rendas maiores que os gastos (gerando superavit), e quais tém gas- tos maiores que as rendas (gerando deficit) Figura 1. me: Défict ou Superavit opecboeicom + Mercado de Divisas: considera economias de paises com relacdes comerciais com 0 Brasil, responsavel pela definigéo dos indices de exportacoes e importagées que geram entrada ou salda de capital financeiro. 13.2 Finalidades da macroeconomia * Altas taxas de crescimento: através de investimentos em infraestrutura e atendimento as necessidades da populacio e das empresas, + Baixo nivel de desemprego: abertura de frentes de trabalho com investimentos em diversos setores. + Atender aos novos ingressos no mercado de trabalho: opor- tunizar aos novos trabalhadores 0 112.4: Oportunidade de emprego Figu Fone ae mercial og seu primeiro emprego. + Estabilidade com mercados livres, garantir o livre comércio entre os diversos mercados e as nagées com interesse comercial + Equilibrio entre exportagées e importagées, principal fonte de in- gresso de moeda estrangeira no pals. “Balanca comercial forte pats forte” "4 Economia e Mercado + Taxa cambial estavel, garantir uma estabilidade cambial para viabilizar ‘© comércio internacional e também obter lucros no mercado interno sem desvalorizar a nossa moeda 13.3 Conceitos da macroeconomia Renda: ¢ soma dos valores pagos aos fatores de producio para obter um produto ou servigo em um determinado momento. Pode ser obtida a partir de salétios, alugueis, juros de aplicacées financelras, lucros em empresas ou por todas elas a0 mesmo tempo. Um termo importante para nosso estudo é a renda nacional, que é a soma de todas as rendas recebidas pelos donos dos fatores de producao que fo- ram utilizados no periodo de um ano. € composta pelo custo dos fatores, salérios, ganhos com juros, recebimento de aluguéis, lucro de empresas pri- vadas, além das transferéncias efetuadas pelo governo para o setor privado como, por exemplo, os subsidios Moeda: é 0 meio de pagamento das transagées econdmicas, a qual @ aceita pela populacéo. Tem disponibilidade imediata, ou sea, através do pagamento através da moeda, efetua-se a transacao no momento do pagamento. A moeda ¢ emitida pelo governo de um pais. No Brasil, a moeda é o Real, seu simbolo 6 RS e emitida pelo Banco Central do Brasil Salatio: é a retribuiggo ou pagamento que o trabalhador recebe como re- compensa pelo seu trabalho, quer seja trabalho fisico ou trabalho intelectual Dois conceitos importantes que devemos fixar aqui em nosso estudo € o de salério nominal e salério rea + Salario nominal representa a quantidade de moedas que um trabalha- dor recebe pelo seu trabalho. £ 0 valor de seu salério mensal, recebido pelo esforco dedicado em seu trabalho, + Salario real representa o poder de compra das moedas recebidas men- salmente pelo trabalhador. Juros: é a remuneraco de um capital (dinheiro) e pode ser considerado nas seguintes operacées financeiras: em empréstimos, em aplicagbes financeiras em bancos comerciais e na forma de reriuneracao de capital investido em atividades produtivas. ‘Aula 13 ~ Macroeconomia 15 fo) se esate comhee 2, diancades da hse meds do Bas. Pr exempl acca cosiderado eda Sas! etna do stu XV 0 ea pores oa prime mparate moeds acc ro Bras en nosso pasa morda jive chamou Cruzer, Cruzero Novo, ruzado, Cruzado Novo € Cruze Real ates de se chara fea, como corhecemas hoje Viste o paral da casa da moeda co Bs! Aeeso em hp ‘wiv casadamoeds gov! portal Impostos: ¢ uma quantia em dinheiro que uma pessoa, ou empresa ou aga 20 governo de uma cidade, estado ou pais, em fungio de obrigacéo Juridica a que os pagadores estao submetidos. € a remuneragéo do Estado. Os impostos podem ser divididos em impostos diretos e impostos indiretos: a) Impostos diretos: s3o aqueles que recaem diretamente sobre a renda pessoal dos individuos. Ex: IR ISS. b) Impostos indiretos: so pagos 4 medida que os proventos sao utliza- dos. Ex: IOF, antiga CPME, ICMS, etc. Resumo Estudamos até aqui, algumas das finalidades da macroeconomia, como a oferta geral de empregos, a garantia de lives mercados e 0 cémbio estavel Também, tivermos a oportunidade de conhecer com mais detalhes os con- ceitos de renda, moeda, salirio, juros e impostos que sao primordiais para o entendimento dos conceitos macroecondmicos. Atividades de aprendizagem 1. Procure em um jornal de grande circulagao no pals (pode ser na internet). No caderno de economia, assuntos relacionados 8 manuteng3o da economia, Normaimente voce encontra reportagens com © ministro da fazenda ou com o presidente do banco central. Leia a reportagem discuta com colegas. Procure por assuntos relacionados, como: salérios, empregos, cambio ou impostos. Comente 0 que achou interessante! 2. Acesse os sites da receita federal e verifique quanto vocé pode comprar 1no Paraguai e trazer sem pagar impostos. Caso compre mais produtos e Ultrapasse esse valor, de quanto serd a tributacao? 76 Economia e Mercado Aula 14 — Produto interno bruto (PIB) e Inflagao Nesta aula vamos estudar dois dos mais importantes indicadores macro- econémicos: 0 PIB e a inflacdo. Vamos entender concei- tos e objetivos. 14.1 Produto interno bruto © produto interno bruto (PIB) é a soma de todos os bens e servigos finals produzidos e representados por seus respectivos valores monetarios (ou seja, valores expressos em uma determinada moeda), em uma determinada re giao, durante um determinado periodo. © PIB € um dos mais importantes indicadores macroeconémicos e tem por objetivo mensurar a atividade econémica de uma regido. Assim, se n6s estivermos falando da regio Brasil e de um determinado pe- rlodo de um ano, 0 PIB do Brasil 6 a soma de todos os bens e servigos finais produzidos pelo povo brasikiro e representados por seus respectivos valores monetérios (ou seja, valores expressos em uma determinada moe- da) em um ano no bruto brasileiro nos Veja no grafico a seguir a evolugao do produto i petfodo de 1975 a 2004. Evolugdo do Produto interno Bruto (PIB) do Bras €Presidentes Brasileiros (de 1975 2008) 900.000 £00000 -—erneto sooon9 sae 300000 m0 her 10000 mane ot. i: ot 1378 1990 198 1988 1996, 998 1999 1995, 1997 2004 ism Figura 14.1: Evolugdo do Produto interno Bruto Font htpsbwamior gambiae Tape opt 7 BID ~ Banco intramerceo de Deserveomenta ergo amarcano que est vnc a emptstimoseisalza desenvoiment socal ‘conde du pas e-Tec Brasil COrganismos internacionais como o BID ajudam os paises no desenvolvimen- to de iniciativas que estimulem seu crescimento econémico, impactando po- sitivamente o PIB destes paises. 14.2 Inflagao Toda vez que os precos sobem e os consumidores continuam comprando, gera-se inflacao. Pois 0 poder de compra da moeda local perde seu valor, por exemplo: Imagine que vocé consegue hoje encher o tanque do seu carro com uma nota de 50,00. Passados 30 dias provavelmente a gasolina teré aumentado de valor, logo com a mesma nota de 50,00 nao seré mais possivel encher 0 mesmo tanque de combustivel. Isso significa que os seus “50,00” nao tem mais 0 mesmo poder de compra, ou seja, perdeu seu o valor. No Brasil, a taxa de inflagdo anual est em patamares muito baixos ja ha mais de 15 anos, apresentando valores como 12,1% ao ano, como por exemplo, no ano de 2004, Mas nem sempre foi assim, Entre os anos de 1986 e 1994 © Brasil viveu um periodo de hiperinflagéo, quando a taxa de inflagdo che- ou a 2.708% ao ano, conforme os dados do IPEA, Instituto de Pesquisas Econémicas Aplicadas. Todo investimento quando vinculado a palavra real ignifica que seu + IPC indice de precos ao consumidor, 78 Economia e Mercado ‘+ IPA ~ indice de precos por atacado. volugfo da Texa de infagfo no Brasil Presidente Brasleros (de 1975 2004) 200 Figurat4.2: Evolugio da Taxa de Inflacao no Brasil Foner htatuniea gor bipebcibe Tue! pte catrabas aprescereshin Resumo Leia esta roti sobre e Conceituamos 0 que é PIB e também vimos qual o papel do BID em nossas | ei o poss tere vidas, Também, aprendemos que quando uma pessoa nao consegue com- | fiplimmsras ecslacon’ prar os produtos que comprou a um periodo atrés significa que houve um | 8 lpr tm processo inflacionério. E vimos 0 que é deflacao, desinflagio e depresséo. Atividades de aprendizagem 4. Busquem na internet no site do IBGE as classes sociais, e suas rendas. Responda em que classe social vocé se enquadra? Aula 14~ Produto interno bruto (PIB) eInlacio 79 2. Procure na internet, pode ser no www.youtube.com, um video sobre a grande crise de 1929 nos Estados Unidos, pode procurar pelo tema Crise de 1929 ou Crash of 1929. Verifique que em uma crise financeira a Unica diferenca entre uma guerra & que pessoas n3o morrem com tiros & ataques inimigos, mas ha tristeza, depresséo e principalmente a falta de dinheiro. Faga aqui também suas anotacbes, compartilhe com os colegas e tutores, 2 sua opiniso, Anotacées e-Tec Brasil 80 Economia e Mercado Aula 15 - O mercado financeiro Nesta aula, estudaremos 0 conceito de mercado financeiro, suas fungoes e tipos de usuarios que dele se beneficiam. Também. estudaremos as principais instituigées que dele fazem parte, 15.1 Funcao do mercado financeiro (© mercado financeiro & formado por instituigées que tem por finalidade direcionar 0 dinheiro poupado por pessoas e outras instituicdes para o finan- ciamento de empresas e negocios que gerem riqueza para os paises e suas populacoes. (© mercado financeiro atua como um intermediario entre as partes que for necem dinhei, na forma de investimentos financeiros, e as partes que to- mam dinheiro, na forma de empréstimos. Figura 15.1: Poupanga de dinheiro Fame warstulscom en sdeau oe 15.2 Tipos de usuarios do mercado 0s cidadaos economicamente ativos, em geral, 580 usudrios do mercado financeiro, seja quando poupam dinheiro ou quando emprestam dinheiro em algum momento de sua vida financeira 81 © governo brasileiro através do Banco Nacional de Desenvolvimento, o BN- DES, efetua investimentos de longo prazo em todos os setores da economia em uma politica que inclui as dimens6es social, regional e ambiental 15.2.1 Distribuidoras de valores As distribuidoras de valores oferecem aos investidores titulos e agoes de empresas facilitando 0 acesso de tomadores aos donos do dinheiro. As em- presas financeiras, em geral, obtém dinheiro no mercado emitindo titulos de investimento e promovem o crédito 2 pequenas empresas ou individuos de meédia e baixa renda, 15.2.2 Fundos de pensdo e seguradoras Os fundos de pensdo atuam na acumulacdo de depdsitos de individuos e com 0 objetivo de fornecer renda de aposen- tadoria no futuro. Este dinheito depostado, durante © tempo que néo & utlizado para pagar seus depo- a sitantes, & investido no mercado financei- ro, Desta forma, 0 depositante acompanha ‘0 crescimento de seu depésito ao longo do tempo com 0s juros do investimento enquan- to nao se aposenta, e quando se aposenta, passa ater 0 beneticio da prevdéncia privada que estes fundos oferecem sd Figura 15.2: Aposentadoria, Forte manssmben og ‘As empresas seguradoras, por sua vez, recebem pagamentos individuals chamados prémios de seguros em troca da seguridade de bens dos pagan- tes do relerido prémio. Estes depésitos em sua totalidade no sao usados no pagamento de indenizacdes uma vez que nem todos os seguros pagos so reclamados. Enquanto 0 capital pago como prémio esta sob administragao da seguradora, esta o investe no mercado financeito para garantira rentabi- lidade destes montantes e a sua corregdo monetaria em fungéo das perdas inflacionarias do pertodo. 15.2.3 Bancos multiplos © banco miltiplo contempla as funcées de banco comercial, de investi- mento ¢ crédito, bem como outras fungdes espectficas de insttuig6es do mercado financeito. Eles fornecem a seus clientes uma ampla gama de ser- vigos financeiros de investimento e crédito em um mesmo estabelecimento, ofertando também produtos de seguros, previdéncia privada, dentre outros 82 Economia e Mercado Alguns de nés, entretanto, poupam mais do que emprestam e sao chama- dos de fornecedores liquidos de recursos financeitos as insttuigbes do met- cado financeto. Outros, porém, tomam mais dinheiro emprestado do que poupam ao longo de sua vida financeira e séo chamados de tomadores liquidos de dinheiro das instituigoes do mercado financeiro. As instituig6es do mercado financeiro s80 0 elo de igacao entre estes dois tipos de usuarios do mercado financeito: 0s fornecedores liquidos ¢ os tomadores liquidos de recursos financeiros. 15.3 Instituigées do mercado financeiro As principais instituig6es financeiras que atual como elo de ligagdo entre investidores e toradores sao, dentre outras, os bancos comercias, os fundos mutuos, as distribuidoras de valores, as companhias de seguros, os fundos de pensao, empresas financeiras, as bolsas de valores, além dos érgos go- vverriamentais de regulacao e controle. 15.3.1 Bancos comerciais Os bancos comerciais sao instituicdes que aceitam tanto depésitos de econo- rmias de seus clientes, quanto saques ou retiradas na forma de empréstimos. © dinheiro depositado ¢ alocado em contas de investimento no mercado financeiro que rendem juros e sao submetidas a correcao monetéria para ue as perdas inflacionrias sejam compensadas, Figura 15.3: Fachada de agéncia do Banco do Brasil Fonte warupaeuncenges cote 15.3.2 Fundos mutuos Os fundos muituos de poupadores sao instituigSes que retnem as economias de pessoas ¢ instituigées e 0s disponibiliza para érgaos do governo e do setor privado para financiar atividades economicamente vidve's ¢ rentaveis. Aula 15— 0 mercado finance 83 15.3.3 Outras instituicgées do mercado financeiro AAs bolsas de valores e érgdos governamentais de regulacéo e controle s40 dois tipos de instituicbes de alta relevancia na operacao do mercado finan- cei. Em fungdo aisto, estes dois tipos de instituicdes serdo tratados em capitulos especificos deste livro. ‘As bolsas de valores sero abordadas em um capitulo préprio onde seré demonstrado seu conceito e como estas instituicdes operam no Brasil. J4 0 6rga0s governamentais de requlacao e controle sero abordados no capitulo que trata do Sistema Financeiro Nacional. Resumo Nesta aula tivemos a oportunidade de entendermos 0 que é 0 mercado financeiro, sua fungao e os tipos de usuarios deste mercado, Também, pu- demos entender ques s4o 0s principais atores deste mercado e suas fungées espectficas Atividades de aprendizagem 1. Faca uma relacdo das instituig6es do mercado financeiro com as quais voc jd teve contato e identifique qual foi o motivo pelo qual vocé se relacionou com elas. Tente entender qual o tipo de usuario do mercado financeiro & voce. 2. Procure na internet, quais so as principais instituigées financeiras do Brasil e como elas atuam como elo de ligacéo entre poupadores e to- madores de dinheiro. Dentre elas, dé mais atencdo ao BNDES, empresa governamental que tem atuado de forma muito presente no mercado financeiro brasileiro. 84 Economia e Mercado Aula 16 - Ativos do mercado financeiro Nesta aula, estudaremos os principais instrumentos de comer CializagSo do mercado financeiro: os chamados ativos mobilid- ris, Seréo abordados os conceitos de ages de empresas, pre- ferenciais e ordinarias, 0s titulos do tesouro e corporativos, bem como as notas promissoras. 16.1 Ativos do mercado financeiro si © mercado financeiro, como vimos na aula anterior, & formado por instituighes que ser vem de elo de ligacéo entre o dinheiro pou- pado por pessoas e outras instituicdes e as necessidades de financiamento de empresas e negécios que gerem riqueza. Esta transferéncia de dinhelro ocorre através da comercializagao de ativos do mercado fi rnanceito que séo comprados e vendidos, pos sibilitando assim, a transferéncia de dinheiro dos poupadores para os tomadores. Os ali- vvos clo mercado financelto s8o chamados de Figura 16.1 Painel de comercia-atiyos mobilirios @ s80 0 objeto de estudo lizagio de ativos mobilisrios Fonte wamepareronen com desta aula Tipicamente, podemos considerar que os principais ativos do mercado finan- ceiro, 05 ativos mobilidrios, so as aces de empresas, 0s titulos de divida e as notas promissérias. A seguir vamos entender quais sao as caracteristicas espectficas de cada um deles e como podemos usé-los como instrumentos de valorizacao de nosso dinheiro. 85 Leia este alge sabre o marca finance e as empresa de ‘cota sbeto na bls de valores. Aeeseo Ink hp \wyvadninsvadores com, brinformeseproducae sacalemicalmercado-nanceo-| Unestudo-feto-na-bolsa- de ‘sores 3980, 16.2.1 Acées de empresas AS agGes sao titulos que garantem a seus donos a participagao como pro- prietérios das empresas que as emitem. Assim, podemos considerar que uma aco de empresa representa parte de seu patrimdnio. Sempre que alguém compra esta acéo, torna-se dono da parte do patriménio da empresa que a acho representa. Sempre que uma empresa emite agdes para serem comercializadas no mer- cado financeiro, esta empresa é dita como empresa de capital aberto. As empresas podem emitir agdes de dois tipos: agées ordindrias ou agdes preferencias Figura 16.2: Analista de investimentos do mercado financeiro Fonte yond etuarastecom As aces ordinarias propiciam a seus proprietérios 0 retorno do investimen- to através do pagamento de dividendos, ou dos lucros, além da elevacao do prego da aco em determinado periodo. Assim, um proprietario de agdes ordindrias recebera periodicamente parte do lucro da empresa na forma de dividendos, proporcionalmente a quantidade de aces que possui. Além dis- to, se uma aco de uma empresa torna-se atrativa para outros compradores de acoes porque aquela empresa tem perspectiva de lucros futuros, 0 prego da acao sobre € seu dono, que pode té-la comprado ha um més atrés por R$10,00 cada, podera vendé-la por R$13,00 ou R$15,00 dependendo de quanto os atores do mercado financeiro estiverem propenso a pagar ‘As ages preferenciais propiciam a seus proprietarios 0 retorno do inves- timento através de pagamento de dividendos periddicos fixos, que devem ser pagos 20s seus proprietérios antes de qualquer pagamento a ser efe- tuado aos proprietérios de agbes ordinarias. Assim, os acionistas preferen- ciais tem prioridade no recebimento de qualquer dividendo da empresa Da mesma forma como as agées ordinarias, estas podem se valorizar a0 86 Economia e Mercado longo do tempo em fungao das expectativas positivas de resultados da empresa que as emit 16.2.2 Titulos de dividas Os titulos de divida sao ativos do mercado financeiro emitidos por empre- sa e pelos governos e ofertados a investidores que os compram com a promessa de abterem no futuro de longo prazo (entre 10 e 30 anos) seu dinheiro de volta mais os juros referentes ao periodo de investimento. Po- demos citar dois tipos importantes de titulo de divida: 0s titulos do tesouro € 05 titulos corporativos. A diferenca basica entre agées € titulos corporativos € que o proprietério de ag6es, também é proprietério de parte da empresa que emitiu a ago. 18 no caso de titulos corporativos, seu portador é um credor da empresa que tem um titulo de divida da empresa a ser pago no futuro. Os titulos do tesouro sao emitidos pelos governos como meio de obter recur- 505 financeiros de longo prazo. O investidor que compra estes titulos tem um crédito a ser recebido no futuro acrescido da taxa de juros definida como a ‘taxa de remuneracio do capital do investidor. No Brasil, a taxa de juros Selic, a taxa basica de juros da economia, & usada como taxa de remuneraco para muitos tipos de titulos do govern. Os investidores podem vender estes titulos a qualquer momento para outros investidores e obter rendimentos intermediérios como fruto da diferenga de prego pago na compra do titulo e o prego de venda do titulo no mercado financeito. No Brasil, o governo tem criado mecanismos para que o pequeno investidor tenha acesso as Letras do Tesouro, que sao titulo da divida do governo que so vendidos no mercado de Tesouro Direto, cujo investimento minimo & de $100. © governo brasileiro oferece alguns tipos de titulos como as Letras do Tesouro Nacional (ITN), as Notas do Tesouro Nacional (NTN) e a Letras Financeiras do Tesouro (LFT). Os titulos corporativos tém as mesmas caracteristicas dos titulos do te- souro, porém sao emitides por empresas para obterem recursos que fi- nanciem suas operagées de longo prazo, como a ampliacéo de unidades produtivas, compra de equipamentos, maquinas, etc. Em geral, o mercado financeiro & mais atraido por titulos do tesoure em funcéo de sua maior confiabilidade. Aula 16 Ativos do mercado financeiro 87 16.2.3 Notas promissorias As notas promissérias sao titulos de dividas emitidos pelas empresas e que tem vencimento no curto prazo, geralmente periodos inferiores a um ano, ¢ s80 utilizadas como alternativa de captagio de dinheiro para financiar suas atividades a0 invés da captacdo de empréstimos bancérios, © merca~ do financeiro utiliza estes e outros ativos mobiliarios mais complexos para cumprir sua fungéo de aproximar investidores de tomadores para que seus objetivos complementares sejam atingidos. vorcdo Moda HP —Vencmenta ds NP Vlora > 3 & : H i Enum deeder Pa depanamanto, ata de amie Figura 163: Nota promissora lea exa rata sobre fone bptcesgemne Sop on ‘loca sara Soe protons comets fiancee. Acesse 2 ink: hies!| RESUMO vwumadminisuadorescom:| Nesta aula tives a oportunidade de entender qual é 0 conceito e as apli- sstangeresuztmis| — cagées préticas dos principasativos do mercado financeiro como acées de sasicinvtzess.| empresas, ttulos de dvidas (do tesouro e corporativos) e notas promissérias Atividades de aprendizagem + Considerando os ativos do mercado financeiro que estudamos nesta aula, pesquise no site www.tesourodireto.com.br ¢ www.bmfbo- vespa.com.br, quals so as faclidades e dificuldades para se investir nos ativos comercializados nestes sites. 88 Economia e Mercado OW ER Vento) te ole Nesta aula, estudaremos os principais conceitos relacionados a Bolsas de Valores e como este tipo de instituigso do mercado financeiro opera no Brasil. Também estudaremos quais s80 0s usuarios do mercado financeiro que interagem com as Bolsas de Valores e como ter acesso a elas para transagées financeiras. 17.1 Bolsas de valores AAs bolsas de valores séo instituigdes importantes de acesso de empresas tomadoras 20 capital de pessoas e empresas investidoras através da comer: cializacao de acbes ¢ outros ativos mabilarios do mercado financei. ‘As Bolsas de Valores sao espacos onde sao negociadas as acoes de empresas de capital aberto através do encontro dos dois tipos tipicos de usudtios do mercado financeiro: os poupadores e os tomadores. A negociagéo se dé por meio da intervengdo de corretores financeiros que se encarregam de ofer- tar e procurar as aces de inte resse dos usuarios do mercado financeiro e em troca deste ser- vigo cobram uma comissao em fungéo do valor da transagao de compra e venda de ativos finan- ceiros ee 2) Figura 17.1: Bolsa de valores Em geral, as bolsas de valores fen: wwngensenercdscombr no S80 empresas. Sao socieda: des civis de utilidade puibica e sem fins lucrativos, montadas e administradas or empresas corretoras que a compe. Estas empresas corretoras instalam as bolsas de valores com edificagées, infraestrutura flsica e tecnolégica para que se possa efetuar a negociagio e transagio de acées de forma segura, organizada e répida com vantagens para os compradores e os vendedores. As companhias que térn ages negociadas nas bolsas de valores sto chama- das de companhias “listadas* 89 nk ‘dmiisadores com, brinforme sear go come fundona-aboisa-de ‘alore!30397/ Para que uma companhia tenha acdes negociadas em bolsas, ela deve ser aberta ou piiblica. 0 termo “publica” nao significa que a companhia per- tence a0 governo, mas sim que o piblico investidor & dono ou pode vir a ser dono de ages daquela empresa. Também, para comercializar aces nas bolsas de valores, a companhia deve atender aos requisitos estabelecidos pela Lei n? 6.404, de 15 de dezembro de 1976, a chamada Lei das S.A., ¢ as nstrugbes da Comissao de Valores Mobilidrios, @ CVM, além de obedecer as normas estabelecidas pelas proprias bolsas. 17.2 Bolsa de valores de Sao Paulo A Bolsa de Valores de Sao Paulo, a BMAFBOVESPA, é 2 entidade onde so negociadas as aces das companhias de capital aberto no Brasil. A BM&FBOVESPA ¢ uma companhia de capital brasileiro formada, em 2008, a pattir da integragao das operacbes da Bolsa de Valores de Séo Paulo, BOVES- PA, e da Bolsa de Mercadorias & Futuros, BMBE. Apés a criacdo da BM&FBOVESPA em maio de 2008 com a integracao entre Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM) e Bolsa de Valores de Sao Paulo (BOVESPA), ela se tornou a maior bolsa da América Latina, a segunda das Américas e a terceira maior do mundo. ‘Antes desta integraco, ambas as bolsas de valores operavam separadamen- te com importante participacéo no mercado financeiro nacional. A BOVES- PA foi fundada em 1891 e participou da formacso do mercado financeiro brasileiro ao longo do século XX, como uma importante bolsa de valores no mundo. Jé a BM&f, foi criada em 1986 como uma instituigéo para comer. alizagéo de ativos financeiros relacionados a mercadorias, marcantemente da atividade agropecuaria brasileira. A BM&FBOVESPA é sediada na cidade de Sao Paulo. Figura 17.2: Operagio eletrénica de bolsa de valores Fore wens ae coms 90 Economia e Mercado Uma das vantagens de investimentos em bolsa de valores & que o investi- mento em acdes € aberto para qualquer individuo, seja ele um grande ou lum pequeno investidor. Os pequenos investidores tém 2 oportunidade de comprar uma pequena quantidade de aces, conforme suas posses, ¢ tor- nnar-se um sécio minoritério de uma empresa Assim, a bolsa de € uma op

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