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en Gens ‘CENTRO FEDERAL DE EDUCAGAO TECNOLOGICA DE SAO PAULO ~ CEFETISP Caruso 1 2 3 4 5 6 7 9 10. Bibliografia 4 Agos. 1.1 Finalidade .... Classificagao .. 2.1. Critérios para Classificagao dos Agos 2.2. Classificagao Genérica .. Classificagdo dos Agos por Designagao Normativa 3.1 Classificagdo Normativa SAE/AIS| Classificagao dos Agos Quanto ao Processamento Classificagao dos Agos Quanto a Microestrutura .. Classificagéo Quanto 4 Composigao Quimica 6.1 Agos Carbono 6.2 Agos Ligados... 6.3 Acos de Alta Resisténcia e Baixa Liga (ARBL) Classificagao Quanto as Propriedades... . 7.1 Agos Inoxidaveis.... 7.1.1 Definigdo 7.1.2 Classificaga 7.1.3. Designagées... 7.1.4 Aplicagées. Classificagéo Quanto as Aplicagées 8.1 Agos Estruturais..... 8.2 Acos para Molas, 8.3 Agos para Beneficiamento....... 8.4 Acos para Cementagao ou Nitretagao 8.5 Acos para Ferramentas 8.5.1 Aplicagées... 8.5.2 Requisitos Gerais. 8.5.3 Classificaga 8.5.4 Composigao Quimica... Informagées Complementares. 9.1 Influéncia de Elementos de Liga 9.2 Equivaléncia entre Agos Inoxidaveis.... SSOOHMMDMHNBHHARWNNNNAS Agos Agos sao ligas ferro com até ~2,0% de carbono, podendo conter outros elementos de liga tais como Cr, Mn, Si, Mo, V, Nb, W, Ti, Nie outros elementos (denominados de residuais, provenientes do processo de fabricagao, tais como oP, S, Si). 1. 1 Finalidade Os agos sao um tipo de material metélico que sao utilizados na confecao de pecas (engre- nagens, eixos, parafusos, porcas, rolamentos, etc.), ferramentas (pas, martelos, serras, ma- trizes, pungées, etc.) ou estruturas (pontes, edificios, tanques). O principal motivo do ferro ser o elemento mais consumido mundialmente é por ser utilizado na fabricagdo de agos (e também dos ferros fundidos). A grande gama de aplicages dos agos se deve ao baixo custo de obtengao, associado a grande versatilidade de propriedades que se pode obter a partir de pequenas mudancas na composicao quimica, tratamentos térmicos e/ou no processamento e, principalmente da ele- vada ductilidade aliada a grande tenacidade e elevada dureza ‘CENTRO FEDERAL DE EDUCAGAO TEGNOLOGICA— CEFET SP = @ rested "AREA ELETROMECANICA = 24016 Tecnologia Mecanica Caruso 2 Classificagao Para classificar alguma coisa é preciso ter um critério. Podemos classificar um objeto de acordo com o critério cor (verde/azul/amarelo) ou peso (leve/pesado) 2.1. Critérios para Classificagao dos Agos A olassificagao dos agos nao obedece a um Unico critério, existindo classificagdes quanto & composigao quimica, processamento, microestrutura, propriedades ou mesmo aplicages a que se destinam. Basta uma rdpida verificagdo dos indices de diversos publicagées dedicadas ao assunto e logo se constatard que os agos esto classificados sob varios critérios quando o desejavel seria que se utilizas- se de um Unico parémetro de classificacao. Assim, como exemplos de diferentes tipos de agos fre- y—_qiientemente encontrados na literatura temos: agos ao carbono, agos para ferramentas, agos fundidos, agos inoxidaveis, etc. Note-se que os critérios de classificagao utilizados foram, respectivamente, a composicéo (a0 carbono), a aplicago (para ferramentas), 0 processa- mento (fundidos) ou a propriedade (inoxidavel). Figura 1 — Aplicagao do ago na Existe uma relacdo entre tais critérios jA que o proces- industria automobilistica, samento e a composi¢do determinam a microestrutura do material obtido. Por sua vez, a microestrutura (junto com a geometria e algumas varidveis do ambiente) determinam as propriedades que por sua vez determina 0 campo de aplicagao do material. A figura 2 ilustra a interagao destes critérios e 0 texto a seguir discute os tipos de agos exis tentes em cada critério mencionado, ‘Composigao avin Processamento Figura 2 Microestrutura —* Propriedades ——™ Aplicagao Interagao entre os critérios de classificagao do ago. 2.2 Classificagao Genérica Nessa classificagao, os agos so ordenados de acordo com o teor de carbono, conforme segue: Ago extra-doce: < 0,15%C Aco meio-doce: 0,15%C até 0,30%C Ago meio-duro: 0,30%C até 0,60%C Ago duro: 0,60%C até 0,70%C Aco extra-duro: 0,70 até 2,00%C 3 Classificagéo dos Agos por Designagao Normativa E interessante salientar que as diversas instituigdes normativas, tanto nacionais quanto in- temacionais, estabeleceram critérios de designacdo para os diversos tipos de aco utilizados na industria. Dentre as mais importantes, encontram-se as designagées ABNT' e AISI’ e SAE ! ABNT ~ Associagao Brasileira d Normas Técnicas 2 AISI — American Iron and Steel Institute * SAE — Society of Automotive Engineers ‘CENTRO FEDERAL DE EDUCAGAO TEGNOLOGICA— CEFET SP a @ rested "AREA ELETROMECANICA Tecnologia Mecanica Caruso 3.1. Classificagao Normativa SAE/AISI Essa designagao normativa estabelece uma chave alfanumérica para a identificagéo dos agos, que segue o seguinte critério: yyAxxB em que: yy > tipo de ago (ao carbono, ao manganés, ao cromo) A acréscimo de elementos de liga especiais (acrescentar quando aplicavel) ‘Agos ao boro — xyBxx: B denota aco ao Boro Agos ao chumbo = xxLxx : L denota ago ao Chumbo Agos ao vanddio — xxVxx : V denota ago ao Vanadio xx + percentual de carbono contido no ago x 100 B — requisitos adicionais de qualidade (temperabilidade) (acrescentar quando aplicavel) Tabela 1 — Lista parcial da denominagao normativa ABNT, AISI/SAE Tipo de ago Chave numérica ‘Ago carbono FOx« ressulfurado Tox ressulfurado 6 relosforzado xx ‘Ago manganés Mn 1.75% Tne Ago niquell Ni 3.50% 23xx Ni5.00% 25xx ‘Ago niquel rome Ni1,25% ,Cr0,65 60.80% Sto Ni 1.75% ; Cr 1.07% 32xx Ni3.50% /Cr1.50% @ 157% 33x Ni3.00% ;Cr0.77% Bax ‘Ago molibdnio Mo 0.20 © 0.25% 40xx Mo 0.40 © 0.52% 44xx ‘Ago cromo melibdénio Cr 050, 0.80-¢ 0.95% ; Mo 0.12, 0.20, 0.250030% ax Ago niquel cromo molibdénio Ni 1.82%; Cr 0.50 e 0.80% ; Mo 0.25% A3xx_ Ni 1.05%; Gr 0.45%; Mo 0.20 0.35% Tax Ni0.30%; Gr 0.40%; Mo 0.12% Box Ni 0.55%; Cr 0.50%; Mo 0.20% BOXx 'Ni0.55%; Gr 0.50%; Mo 0.25% 87x Ni 0.55%; Cr 0.50%; Mo 0.35% BBxx Ni 3.25%: Cr 1.20%: Mo 0.12% 93x Ni0.45%; Gr 0.40%; Mo 0.12% 94x Ni 0.55%; Cr 0.20%; Mo 0.20% 97xx Ni 1.00%; Gr 0.80%: Mo 0.25% 98x ‘Ago niquel molbdénia Ni0.85 e 1.82%; Mo 0.20 e 0.25% 46xK Ni 3.50% ; Mo 0.25% ABxX. ‘Agos cromo Cr0.27, 0.40, 0.50 e 065% 50x Gr.0.80, 0.87, 0.92, 0.95, 1.008 105% ST Cr 1.45% ; C 1.00% min S2xxx. ‘Ago cromo vanddio Cr0.60, 0.802 0.95% ; V0.10 80.15% Gtx ‘Ago romo tungstério W175 ; Gr 0.75% Tox Ago silicio manganés__ Si 1.40 e 2.00% ; Mn 0.65, 0.82 e 0.85% ; Cr 0 e 0.65% 92xx Outra denominacdo normativa de importancia ao mercado brasileiro é a alema, regulamen- tada pelas normas DIN. Nessa denominagao, temos: a) Agos comuns para construgao mecanica E indicado a tensao de ruptura a tragao, em [kgfimm’], precedido de St Exemplo: St 37, St42, St58 b) Agos carbono de qualidade Sao indicados com a letra C, seguido do teor de carbono multiplicado por 100. Exemplo: C20, C45 Stahl, ago) ‘CENTRO FEDERAL DE EDUCAGAO TEGNOLOGICA— CEFET SP = @ rested "AREA ELETROMECANICA = 4de 16 Tecnologia Mecanica Caruso ©) Agos liga 1) Agos de baixa liga E constituido de dois algarismos que indicam o teor de carbono multiplicado por 100, seguido pelos simbolos quimicos dos elementos de liga que caracterizam 0 ago, acrescido por nuimeros que exprimem os teores desses elementos de liga multiplica- dos por um fator K, que é dependente do elemento de liga em questao. Exemplos: * 20 CrMo 9 15 — ago ao cromo e molibdénio, com 0,20% 1,25% Cr 1,5% Mo + 22 Cr Mo 54 —ago ao cromo e molibdénio com: 0,22% C 1,25% Cr 0,4% Mo * 25S 20—ago ressulfurado com: 0,25% C 0,20% S. 2) Agos de alta liga (ver item 6.2) Sao agos cuja quantidade percentual de elementos de liga presentes é maior do que 5%. A designagao para esses tipos de aco é formada pela letra "X" seguida pela quantidade de carbono multiplicado por 10, seguida dos simbolos dos elementos quimicos existentes, seguido de numeros que representa a quantidade percentual desses elementos de liga. Exemplos: © X10 CrNiTi1892 Ago ao cromo, niquel ¢ titénio com: 0,10% C, 18%Ni e 2%Ti 4 Classificagao dos Agos Quanto ao Processamento Por processamento entende-se o tipo de operagao que se executa sobre 0 ago visando mu- dar a forma e/ou a estrutura. Os processamentos que visam impor uma forma sao a conformagéo mecdnica (a frio ou a quente, tal como a laminagao, extrusdo, trefilagdo), a fundicao e a consolidagao por sinteri- zagao (metalurgia do pé). Assim, existem agos trabalhados (a quente ou a frio), fundidos ou sinterizados. Os processamentos que visam alterar a estrutura sdo os tratamentos térmicos, tais como recozimento, normalizagao, recristalizagao, coalescimento e a tempera (e revenimento). O processamento altera a microestrutura do ago e portanto, afeta as propriedades. A tabela 2 ilustra a relagao entre processamento, microestrutura e propriedades Figura 3 — Ago durante o processo de usinagem ‘CENTRO FEDERAL DE EDUCAGAO TEGNOLOGICA— CEFET SP = @ rested "AREA ELETROMECANICA = Se 16 Tecnologia Mecanica Caruso Tabela 2 - Relagao entre o processamento, microestrutura e propriedades dos agos PROCESSAMENTO MICROESTRUTURA PROPRIEDADES Encruada (alla densidade de discordancias) | Elevada resistencia Trabalhado a frio | Graos alongados (orientados) Baixa ductilidade Grande anisotropia Rearistalizada (baixa densidade de discordan- | Moderada resistencia cias) Elevada ductilidade Trabalhado a quente | Gr3os refinados e equiaxiais Moderada anisotropia Auséncia de tensées residuais Estrutura dendritica Baixa resistencia Gros colunares e equiaxiais Moderada ductilidade F Baixa densidade de discordancias Moderada anisotropia undido ss s resenga de segregagao Presenga de tenses residuais Presenga de porosidade (em muitos casos) Recristalizada(baixa densidade de discordan-|Baixa resistencia cias| Baixa ductilidade Sinterizado Fraprogeneidade quimica Moderada anisotropia Presenga de poros 5 Classificagaéo dos Acos Quanto a Microestrutura A classificagéo de acordo com a microestrutura é tipica da drea metaluirgica, existindo os seguintes grupos: a) Agos Encruados Estes agos geralmente sao de microestrutura predominantemente ferritica, com um pouco de perlita, sendo resultantes de processos de deformagdo a frio. Normalmente séo agos de baixo teor de carbono (inferior a 0,4% C) e com baixa quantidade de elementos de liga. b) Agos Ferriticos-Perliticos Obviamente os agos ferriticos-perliticos possuem teor de carbono abaixo de 0,8% (hipoeu- tetdides), e sao resultantes de processos em que houve resfriamento lento tais como materi- al trabalhado a quente, recozido ou normalizado. c) Agos Martensiticos Os agos constituidos de martensita revenida geralmente sao aplicados em situagdes em que se exige resisténcia elevada ao longo de toda a seco transversal, tais como eixos e pun- gées. Os agos martensiticos com carbonetos primarios sao aplica~ dos em situagdes que exigem resisténcia ao desgaste eleva- da, tais como em ferramentas de corte ou de trabalho a quente. A martensita propicia a elevada resisténcia e os car- bonetos primarios propiciam durezas elevadas. d) Acos Bainiticos Sob determinadas combinagdes de resisténcia e dureza a es- trutura bainitica propicia maior tenacidade que a martensitica, tomando tais agos preferiveis em situagdes que se necessite resisténcia associada a tenacidade. e) Acos Austeniticos Uma vez que a austenita nao é um constituinte estavel em temperatura ambiente, sua esta- bilizagao depende da presenca de elementos de liga, tais como o cromo e o manganés. A austenita, por ser nao magnética, encontra aplicagao em situagdes em que se deseja mi- nimizar efeitos de campos magnéticos induzidos, tais como em suportes de bussolas. Figura 4 - Aplicagao do ago inoxidavel em tubula- ¢ao de industria petroqui- mica, ‘CENTRO FEDERAL DE EDUCAGAO TEGNOLOGICA— CEFET SP = @ rested "AREA ELETROMECANICA = ede 16 Tecnologia Mecanica Caruso Além disso, a austenita, quando estabilizada pelo manganés, pode se transformar em mar- tensita mediante impacto, possuindo elevada resisténcia ao impacto e a abrasdo, sendo uti- lizada para revestimentos de moinhos e outros componentes de equipamentos de moagem (britadores ou martelos) Ha ainda 0 caso de agos austeniticos inoxidaveis, porém neste caso a resisténcia a oxida- ¢40 € predominantemente devida aos elevados teores de cromo e niquel presentes em tais agos. f) Agos Duplex ou Bifasicos Por acos duplex costuma-se denominar duas categorias distintas de estruturas Na primeira, do tipo austenitico-ferritica (delta), encontram-se certos agos inoxidaveis, cuja resisténcia mecAnica e a corrosdo é superior Aquela obtida nos inox austeniticos. A segunda categoria consiste de microestrutura ferritico-martensitica, resultante de tsmpera a partir de temperatura de dentro da zona critica (entre as linhas A1 e A3 do diagrama Fe- C). Os agos de baixo carbono com esta estrutura apresentam combinagdo de resisténcia e ductilidade mais elevadas que os equivalentes ferriticos-perliticos. 6 Classificagéo Quanto 4 Composi¢ao Quimica 6.1 Agos Carbono A maior quantidade de ago consumida pertence a categoria dos agos carbono. Isto se deve ao baixo custo, em relagdo aos agos ligados e a ampla gama de propriedades que pode ser obtida mediante variagao do teor de carbono e do estado de fornecimento (encruado, tempe- rado, etc.) Pode-se estabelecer a seguinte subdiviséo dos agos carbono para fins de aplicagao. a) Baixo carbono (abaixo de 0,3%) Sao aplicados em situagdes que exigem ductilidade elevada, por exemplo, chapas para es- tampagem, tubos, fios para arames lisos e farpados, ou telas. Neste caso 0 estado de forne- cimento pode ser laminado a quente, recozido ou normalizado. Podem ser aplicados em situagdes que envolvem exigéncias quanto a soldabilidade, pois 0 baixo carbono é necessario para evitar formagao de martensita que ocorre no resfriamento subseqiiente a soldagem, Qs agos de baixo carbono, quando combinados com elemen- tos de liga e cementados, sao aplicados quando se necesita combinar resisténcia ao desgaste (dureza superficial) com tenacidade (no nucleo), tais como eixos, engrenagens, pinos, ferramentas de impacto. Ex.: 8620, 4320. b) Agos de médio carbono (entre 0,3 ¢ 0,5%C) Agos de médio carbono sao aplicados em produtos forjados pois possuem ductilidade a quente (para forjamento) associa- do a média resisténcia a frio no estado forjado (ferritico- perlitico). Quando combinados com elementos de liga, sao utilizados em Figura 5 - Aplicagées dos situagdes que exijam alta resisténcia (obtida mediante témpe- agos ligados na indastria ra e revenido) mantendo ainda alguma ductilidade. A tempe- em geral. rabilidade é obtida mediante emprego de elementos de liga. Ex.: eixos e engrenagens de caminhao. Ao 4340, 8640. c) Agos de alto teor de C (acima de 0,5%C) Sao utilizados em casos que se exige elevados limites de escoamento, tais como molas e vergalhdes de concreto. O alto limite de escoamento é obtido mediante encruamento ou, se no presenga de elementos de liga, mediante tempera e revenido. ‘CENTRO FEDERAL DE EDUCAGAO TEGNOLOGICA— CEFET SP = e rested "AREA ELETROMECANICA = Te 16 Tecnologia Mecanica Caruso Quando combinados com elementos de liga, também sao utilizados para fins de obtengao de dureza elevada, através de carbonetos primarios (VC, Mo2C, WC) como no caso de agos ferramentas. 62 Agos Ligados O uso de elementos de liga geralmente ¢ feito com as seguintes finalidades: + Aumentar a profundidade de tempera (temperabilida- de) * Aumentar a resisténcia ao revenido (isto 6, evitar 0 amolecimento entre 300 e 5500C) * Introduzir propriedades especiais tais como: = resisténcia a corrosao em acos inoxidaveis = resisténcia ao desgaste em agos Hadfield = resisténcia a quente em agos ferramenta (rapidos) Pode-se dividir em trés categorias: a) Agos de baixa liga Sao acos cuja quantidade dos elementos de liga é inferi- Figura 6 - Alguns exemplos de or a 5% e tém a finalidade de aumentar a temperabilida-_ pegas construidas em agos liga de e a resisténcia ao revenido. Os elementos tipicos so: Cr, Mo, Ni, Mne Si Sao aplicados para os seguintes fins: * Aumentar muito a temperabilidade: Aplicado em pegas grandes que devem ter alta re- sisténcia no nucleo. + Facilitar a transigdo (atenuar a queda de dureza) entre o niicleo © a superficie de ago cementados, visando evitar destacamento. + Elevar a dureza de camadas nitretadas pela formagao de nitretos de aluminio ou cromo. Os agos de baixa liga sao os mais consumidos dentre os agos ligados. b) Agos de média liga (2 E.L. entre 5 e 10%) Os agos de média liga s4o os que tém a somatéria dos elementos de liga entre 5% e 10%. Sao aplicados em situagdes que envolvem elevada resisténcia mecAnica em temperaturas elevadas (500°C) tais como agos para trabalho a quente (matrizes). Ex.: Agos tipo H (0,3%C; 5%Cr, 1,5%Mo; 1%Si).. Ha ainda casos onde se exigem resisténcia ao impacto associado com elevada dureza, tais como agos ferramentas para trabalho a frio temperdveis ao ar. Tais agos possuem elevada temperabilidade sendo aplicaveis as matrizes de recorte, estampagem e laminas de tesou- ras. Os mesmos apresentam baixas distorgdes apés a tempera (devido ao resfriamento ao ar) sendo recomendados para manutengao de precisao dimensional. Ex.: Ago ferramenta A2 (1%C;0,6%Mn:0,25%Si;5%Cr,0,25%V e 1%Mo). c) Agos de alta liga (2 E.L. > 10%) A quantidade dos elementos de liga nesses agos é maior do que 10%. Sao agos que podem ser aplicados em diversas finalidades, tais como: * Elevada resisténcia a oxidagao (agos inoxidaveis, %Cr>12%) + Elevada resisténcia mecdnica e ao desgaste (agos D6: 2%C; 0,3%Mn; 0,85%Si; 12%Cr; 0,75%W) sendo aplicaveis em matrizes para forjamento e estampagem. * Capacidade de corte, como nos agos rapidos, utilizados como ferramentas de corte por manterem dureza a quente (agos M1: 0,85C; 0,3Mn; 0,3Si; 4Cr; 1,5W; 1V 8,5Mo) * Capacidade de endurecer sob impacto (agos Hadfield: 1C; 12,7Mn; 0,5Si) utilizados para moinhos e martelos para britagem de rochas. Estes agos sao austeniticos e se transfor- mam em martensiticos sob impacto com as rochas durante o servigo. ‘CENTRO FEDERAL DE EDUCAGAO TEGNOLOGICA— CEFET SP a @ rested "AREA ELETROMECANICA ade Tecnologia Mecanica Caruso 6.3 Agos de Alta Resisténcia e Baixa Liga (ARBL) So agos cujas normas AISI-SAE ndo classifica como agos ligados (tais como 4340, 8620, 4320), apesar de conterem elementos de liga adicionados para fins de obtengao de resistén- cia mecanica e a corrosao atmosférica superiores aos agos de baixo carbono. Os agos ARBL apresentam resisténcia entre 300 e 700 MPa, tendo sido desenvolvidos para elevar a relagao entre resisténcia e peso, visando aplicagao em estruturas méveis. A soma de elementos de liga geralmente nao ultrapassa a 2%, e 0 teor de carbono situa-se abaixo de 0,3%. 7 Classificagéo Quanto as Propriedades De todos os critérios em que se costumam classificar os agos, este é 0 menos sistematico, podendo-se destacar os seguintes casos mencionados na literatura: + Agos de alta resisténcia e baixa liga; + Agos de alta resisténcia; + Agos inoxiddveis; + Agos indeformaveis (baixa distorgdo dimensional resultante da tempera e revenimento); + Agos para fins elétricos e magnéticos (note-se que esta terminologia refere-se tanto propriedade quanto a finalidade do ago). 7.1 Agos Inoxidaveis 7.4.4 Definicao Os agos-inoxidaveis sao aqueles que contém um minimo de 10,5% de Cromo como principal elemento de liga. S40 agos onde nao ocorre oxidagdo em ambientes normais. Alguns agos inoxidaveis possuem mais de 30% de Cromo ou menos de 50% de Ferro. Suas caracteristi- cas de resisténcia sao obtidas gracas a formacao de um éxido protetor que impede o contato do metal base com a atmosfera agressiva. Alguns outros elementos como niquel, molibdé- nio, cobre, titénio, aluminio, silicio, niébio, nitrogénio e selénio podem ser adicionados para a obtengao de caracteristicas mecanicas particulares. 7.1.2 Classificagao Os agos inoxidaveis so dividides em cinco familias, de acordo com a microestrutura, estru- tura cristalina das fases presentes ou tratamento térmico utilizado. As cinco familias sao martensiticos, ferriticos, austeniticos, duplex (austenttico e ferritico) e endureciveis por pre- cipitagao. a) Martensiticos Os aos inoxidveis martensiticos sdo ligas Fe-Cr-C que possuem uma estrutura cristalina martensitica na condigéo endurecida. Sao ferromagnéticos, endureciveis por tratamento térmico e resistentes a corroséo somente em meios de média agressividade. O contetido de cromo é, geralmente, situado entre 10,5 e 18% e o contetido de carbono nao pode ser supe- rior a 1,2%. Os contetidos de carbono e cromo sao balanceados para garantir uma estrutura martensitic. Alguns elementos como nidbio, silicio, tungsténio e vanddio sao, as vezes, adi- cionados para modificar o comportamento do ago durante o revenimento. Pequenas quanti- dades de niquel podem ser adicionadas para melhorar a resisténcia a corrosdo. Da mesma maneira, enxofre e selénio podem ser adicionados para melhorar usinabilidade b) Ferriticos Sao ligas de Fe-Cr, de estrutura cristalina cubica de corpo centrado (CCC). Seu contetido de cromo se situa na faixa de 11 a 30%. Alguns graus podem conter molibdénio, silicio, alumi nio, titanio e nidbio para a obtengdo de certas caracteristicas. Também podem ser adiciona- dos enxofre e selénio para melhoria da usinabilidade. Sao ferromagnéticos, podem possuir boas ductilidade e conformabilidade mas suas caracteristicas de resisténcia em altas tempe- raturas so ruins se comparadas a dos austeniticos. Sua tenacidade também pode ser limi- ‘CENTRO FEDERAL DE EDUCAGAO TEGNOLOGICA— CEFET SP a @ rested "AREA ELETROMECANICA Sde Tecnologia Mecanica Caruso tada a baixas temperaturas e em segdes pesadas, Nao sao endureciveis por tratamento térmico e dificilmente por trabalho a frio. c) Austeniticos Constituem a maior familia de agos inoxidaveis, tanto em numero de diferentes tipos quanto em utilizago. A exemplo dos ferriticos, nao so endureciveis por tratamento térmico, So no magnéticos na condigdo recozida e so endureciveis apenas por trabalho a frio. Nor- malmente, possuem excelentes propriedades criogénicas e excelentes resisténcias mecani- ca e a corrosao em altas temperaturas. O contetido de cromo varia entre 16 e 26%, o de niquel é menor ou igual a 35% e o de manganés é menor ou igual a 15%. Podem ser adicio- nados, também, molibdénio, cobre, silicio, aluminio, titénio e nidbio, para a obtengao de melhores caracteristicas de resisténcia a oxidagao. d) Duplex Sao ligas bifésicas baseadas no sistema Fe-Cr-Ni, Estes agos possuem, aproximadamente, a mesma proporgao das fases ferrita e austenita e sao caracterizados pelo seu baixo teor de carbono (<0,03%) e por adigdes de molibdénio, nitrogénio, tungsténio e cobre, Os teores tipicos de cromo e niquel variam entre 20 e 30% e 5 e 8%, respectivamente. A vantagem dos acos duplex sobre os austeniticos da série 300 e sobre os ferriticos, sao a resisténcia mecanica (aproximadamente 0 dobro), maiores tenacidade e ductilidade (em relagéo aos ferriticos) e uma maior resisténcia a corrosao por cloretos. e) Endureciveis por precipitagao Sao ligas cromo-niquel que podem ser endurecidas por tratamento de envelhecimento. Po- dem ser austeniticos, semi-austeniticos ou martensiticos, sendo que a classificacdo ¢ feita de acordo com a sua microestrutura na condigdo recozida. Para viabiliazr a reagao de en- velhecimento, muitas vezes se utiliza 0 trabalho a frio, e a adigdo de elementos de liga como aluminio, titénio, nidbio e cobre. 7.1.3. Designagées Os agos inoxidaveis so normalmente designados pelos sistemas de numeracao da AISI, UNS* ou por designacao prépria do proprietario da liga. Entre estes, o sistema da AIS! é 0 mais utilizado. Nele, a maioria dos graus de agos inoxidaveis possuem uma classificacéo com trés digits, Os agos austeniticos fazem parte das séries 200 e 300, enquanto que a série 400 designa tanto agos ferriticos quanto martensiticos. A série UNS, por sua vez, possui um maior ntimero de ligas que a AISI, pois incorpora todos 08 agos inoxidaveis de desenvolvimento mais recente. Nesta série, os agos inoxidaveis sao representados pela letra S, seguida de cinco niimeros. Os trés primeiros representando a numeragao AISI (se tiverem). Os dois tiltimos algarismos serao 00 se 0 ago for um aco co- mum da designacdo AISI. Se forem diferentes, significa que 0 ago tem alguma caracteristica especial reconhecida pela UNS. 7.1.4 Aplicagdes a) Martensiticos Estes agos sao especificados quando a aplicagao requer elevadas resisténcia a tragao, fluéncia e a fadiga, combinadas com requisites moderados de resisténcia a corrosao e utili- zagdes em até 650 °C. Entre as suas aplicagdes estdo turbinas a vapor, motores a jato e turbinas a gas. Alguns destes agos encontram aplicagdes, também, como tubulagdes de va- por, reaquecedores de geradores a vapor e tubulagdes superaquecidas utilizadas em refina- rias de combustiveis fésseis, cutelaria, pecas de valvulas, engrenagens, eixos, cilindros la- minadores, instrumentos cirtirgicos e odontolégicos, molas, cames e esferas de rolamentos. b) Ferriticos * Unified Numbering System ‘CENTRO FEDERAL DE EDUCAGAO TEGNOLOGICA— CEFET SP = @ rested "AREA ELETROMECANICA = rode 16 Tecnologia Mecanica Caruso Suas varias classes encontram aplicagdes em sistemas de exaustéo de automéveis, como recipientes de alimentos, em trocadores de calor e em tubulagées contendo solugdes com cloretos e agua do mar. Austeniticos Podem, em fungao dos elementos de liga presentes na sua composicdo, resistir a corrosao atmosférica, em varias solugées aquosas, na presenca de alimentos, em Acidos oxidantes (como 0 nitrico), fosféricos e acéticos, em solugées diluidas contendo cloretos e em acidos sulfurosos. c) Duplex Gragas a sua elevada resisténcia mecdnica, os agos inoxidaveis duplex podem ser utilizados em menores espessuras. Sua desvantagem é que ndo pode ser utilizado em temperaturas acima de 300 °C, sob pena de perder algumas de suas caracteristicas mecanicas, sobretudo a tenacidade. E bastante utilizado nas industrias de gas, petréleo, petroquimica, polpa e pa- pel, principalmente na presenga de meios contendo aquosos contendo cloretos. d) Endureciveis por precipitagao Possuem boas resisténcia mecanica, tenacidade e ductilidade. Sua resisténcia a corroso é de moderada a boa. Suas caracteristicas Ihe garantem aplicagao nas industrias aeroespacial e de alta tecnologia. 8 Classificagao Quanto as Aplicagées Esta classificagdo 6 a mais freqilente na literatura técnica, possivelmente devido a associa- 40 imediata entre o tipo de ago e a aplicagao pretendida para o mesmo, podendo-se desta- car os seguintes exemplos: + Acos estruturais * Acos para molas * Acos para beneficiamento * Acos para cementagao ou nitretagdo * Acos ferramentas (para trabalho a frio, a quente, impacto, etc.) 8.1 Agos Estruturais Os requisitos fundamentais esperados nos agos destinados a construgao de estruturas me- tdlicas (pontes, torres de linhas de transmissao, edificios) sao: a) resisténcia mecanica b) soldabilidade c) disponibilidade no mercado d) prego baixo Os agos ao carbono comuns atendem a esses requisites principais, sendo que os mais util zados s&o os que se encontram na faixa de 0,15%C até 0,35%C. Sdo exemplos mais co- muns os agos AISI 1015 1020 e os DIN C15 e C20. 8.2 Agos para Molas So agos carbono comuns, em alguns casos com adigées de elementos de liga, principal- mente 0 manganés, apresentando como caracteristicas basicas um alto limite de elasticida- de e resisténcia a fadiga. Sao exemplos de agos para molas os AISI 1070, 1080, 1090; da norma DIN podemos citar: 50 Mn 7, 50 Cr 4. 8.3 Agos para Beneficiamento Por beneficiamento entendemos o tratamento térmicos de tempera seguido de revenimento Os agos utilizados para essa finalidade possuem C > 0,25%, com ou sem a adigao de ele- mentos de liga. Os requisitos para a selegao desse tipo de aco sao: ‘CENTRO FEDERAL DE EDUCAGAO TEGNOLOGICA— CEFET SP = @Q@eare "AREA ELETROMECANICA = aide t6 Tecnologia Mecanica Caruso a) propriedades mecanicas da pega e do material b) caracteristicas geométricas da peca c) solicitagdes estaticas e dinamicas sobre a pega d) temperabilidade. Pode-se citar como exemplos de agos para beneficiamento: AISI 4130, 4140, 4330, 4340, 5130, 5140, 8640, 8660. Acos para bene- ficiamento segundo as normas DIN so 25 Cr Mo 4, 42 Cr Mo 4, 50» Cr Mo 4, 60 Ni Cr Mo 2, 50 Cr V4. 8.4 Agos para Cementagao ou Nitretagao So agos que caracteristicamente possuem um baixo teor de car- bono (C < 0,25%), com ou sem a presenca de elementos de liga. S40 empregados em elementos de maquinas que devem ter gran- de resisténcia ao desgaste (grande dureza superficial) e étima duc- tilidade no seu nticleo, tendo portanto étima capacidade de absor- — 40 de impactos Figura 7 — Aplicagao Os acos costumeiramente utilizados para cementagao ou nitretagdo estrutural do ago car- so: AISI 1010, 1016, 3120, 5120, 4320, 8620. Da norma DIN cita- bono. se: C10, C20, 15 Cr Ni6, 18 Cr Ni8 8.5 Agos para Ferramentas Os agos ferramentas sao particularmente importantes pois s40 empregados na fabricagéo de pecas e utensilios que serdo utilizados na fabricagao de outras pecas e utensilios. Exem- plos de pegas feitas de agos ferramentas sao: a) fieiras b) matrizes para injegdo de plasticos c) bits de usinagem d) martelos pneumaticos. Os primeiros agos ferramentas (e ainda utilizados atualmente) foram os agos comuns ao carbono, sem elementos de liga, sendo que a partir de 1868 muitos agos complexos, alta- mente ligados, foram desenvolvidos visando atender as crescentes exigéncias de severida- de em servigo, estabilidade dimensional e facilidade de fabricagao (usinabilidade e isengdo de trincas durante o tratamento térmico). 8.5.1 Aplicagdes As diversas aplicagdes dos agos ferramentas podem ser classificadas de acordo com o tipo de solicitagao envolvida no produto. Assim, pode-se subdividir, para fins didaticos, as aplicagées dos agos ferramentas nos se- guintes grupos: a) Trabalho a frio Considera-se como trabalho a frio as aplicagdes que ocorrem na temperatura ambiente ou abaixo de 200°C, tais como: matrizes para estampagem, dobramento, compactacao de pés, facas industriais, tesouras, ferramentas de corte ¢ usinagem de papel e madeira, pinos gui- as, pungées, calibres, padrées, instrumentos de medigdo, etc. Neste campo, as solicitagdes podem envolver de um lado resisténcia ao desgaste (por exemplo em tesouras) e de outro tenacidade (por exemplo em martelos). b) Trabalho a Quente Sao aplicagdes que ocorrem acima de 200°C e, portanto, séo mais severas que o item ante- rior, englobando os seguintes casos: matrizes para fojamento a quente, moldes para fundi- 0 sob pressdo, extrusdo, facas para tesouras de corte a quente, fieiras, etc. Algumas ferramentas para trabalho a quente trabalham em contato com material aquecido a 1100°C ou mais, provocando o aquecimento da ferramenta a niveis superiores a 550°C. c) Ferramentas de usinagem ‘CENTRO FEDERAL DE EDUCAGAO TEGNOLOGICA— CEFET SP @ rested "AREA ELETROMECANICA = s2de16 Tecnologia Mecanica Caruso Sao aplicagées ainda mais severas que o item anterior, pois trata-se da usinagem de metais, devendo apresentar maior dureza, resisténcia ao revenimento e ao desgaste em temperatu- ras elevadas, devendo trabalhar de modo continuo em temperaturas entre 550 e 600°C. Exemplos tipicos so: brocas, alargadores, machos, cossinetes, fresas, bits, ferramentas de corte, desbaste e acabamento para tornos e ferramentas para plainas. 8.5.2 Requisitos Gerais Normaimente as ferramentas e matrizes sao fabricadas por usinagem (estando o material com baixa dureza, por exemplo, no estado recozido ou coalescido) e, apés atingida a forma desejada para o produto, o mesmo sofre tratamento térmico para que se desenvolvam as propriedades necessarias para a aplicagao especifica a que se destinam. Assim, os agos ferramentas devem atender a requisitos de fabricagao (usinagem e trata- mento térmico) ¢ a requisitos relativos 4 aplicagao, sendo freqiiente haver conflitos entre ambos. 8.5.3 Classificagao Os agos ferramentas nao apresentam uma metodologia racional de classificagdo, uma vez que alguns sao identificados pelo meio de tempera empregado em seu tratamento, outros pelas propriedades e outros ainda pelo tipo de elemento de liga presente. A classificagao abaixo é aquela adotada pelas AISI, e SAE. Ha ainda outros tipos de aos ferramentas, designados pelas letras L e F de uso menos freqiiente. Na tabela abaixo tem- se listados as composigdes dos diversos tipos de agos ferramentas. Tabela 3 - TIPOS DE AGOS FERRAMENTAS (AISI/SAE) TIPO DESIGNAGAO APLICAGOES W_|Temperdveis em agua (Water) Trabalho a frio S_[Resistentes ao choque (Shock) Trabalho a frio ou a quente © Aco ferramenta para trabalho frio — temperavel em) Trabalho a frio éleo (Oil) ‘A_|Aco ferramenta para trabalho a frio — temperdvel ao Trabalho a frio. ar (Air) D |Acos ferramentas para trabalho a frio — matrizes| Trabalho a frio e a quente (Dies) H_|Acos ferramentas para trabalho a quente (Hot Trabalho a quente T_|Acos rapidos ao tungsténio (Tungsten) Usinagem M_|Acos rapidos ao molibdénio (Molibden) Usinagem’ P_|Acos para moldes (Plastics) Molde para injegao de plasticos 8.5.4 Composi¢do Quimica Tabela 4 - Composigao quimica dos principais agos ferramentas TIPO NOME (| C(%)_[ Mn (%) [Si (7) Or (| V(%) | W (%) [Mo (%)| Outros (%), A Ogata aan? 0.4 | 0,25 | 0,20 | 0,10 | 1,00 w VAP 095 4 | 0:28 | 0.20 | 0.10) 1, T3070 2 O6ata 025 ETD 1,00 0.25 ist 0,50 700 | 1.6 3 pie ra | 02 | 200 | o2 s [2 05 7,00 05 iss 055 020_| 2.00 04 is7 p50 I 325 14 CENTRO FEDERAL DE EDUCAGKO TECNOLOGICA~CEFET SP re Qe "AREA ELETROMEGANICA Tecnologia Mecinica Caruso Tabela 4 - Composigdo quimica dos principais agos ferramentas TIPO] NOME) | 61%) Mn (0) SHAD] Cr (|W) ] WL) [Mo (%) | Outros (%) > ft 0.80 7,00 050 | 9 49 | 0.80 ND 0.95 1.25 0.50 0150 AZ 1,00 5,00 1,00 | D2 1.50 72.00 7.00 D2 1150 2.39 | 42°00 | 09 0.95 ibs 2.25 72,00 ° Wvo-130__2'50 1150 | 9? ibe 2.10 7200] 92 | 080 1312140 1150 | °? | 070 IHi0 0.40 3.25 | O40 250 oM___0,32 2.90 | 0.50 2:80 fit 0.35 100 | 8.00 | 0.40 7.50 PC 0.38 90 | 5.00 | 0.40 1138 4 fe 0.35 Foo | 2:00 [040] 1.25 | 1.25 POW 0.35, 5,00 | 0.25 | 1.35 | 1150 Ini 0.35 Too | 2:00 | 1,00 7.50 His 0.40 5,00 | 1,00 150 Hat 0.35 325 [935 | 950 9 0:30 265 8,50 7M 0.70 4,00 | 100 | 18,00 T1075 425 | 1.10 | 18,00 Mz 0.85 4,00 | 2,00 | 6.25 | 5,00 M2 0,90 425 | 1,90 | 620 | 5,00 M7 1.00 4,00 | 2,00 | 1.75 | 8,75 Me? 1,00 3,80 | 2.00 | 1/80 | 8,70 m M3580 4,00 | 2,00 | 6,00 | 5,00 | 500% Go “SE 0,92 4:15 | 4135 | 6130 | 5.00 | 4\80% Go IMat 1.10 4.25 [2.00 | 6,75 | 3,75 | 5.00% Co KM-At 1.40 415 | 2'00 | 6130 | 3,75 | 5.25% Co Maz 1.10 375 [1,15 | 1,50 | 9.50 | 8.00% Co KM-A2 1.40 375 | 115 | 1150 | 250 | 8.00% Go Pa 0.07max 5,00 040 p MEP ,04max 3,80 i [p20 30 O75 025 | 45 ve-20 36 bad 1180 020 |_1%*Ni (*) em negrito, designacdo segundo AISI/SAE. Em letra nao grifada, nome segundo VILLA- RES. Na tabela 4 estado listados apenas os elementos adicionados intencionalmente, podendo ha- ver a presenga de impurezas (Si, Mn) em baixos teores, ndo apresentados na tabela Constata-se que, além do carbono, os elementos mais freqiientemente empregados sao 0 Cr, V, Mo, W (formadores de carbonetos) e, com menor freqiiéncia, o Mn, Si Ni e Co. Nem todos os elementos mencionados estao presentes simultaneamente num dado aco ferra- menta. 9 Informagdes Complementares 9.1. Influéncia de Elementos de Liga A adigao de elementos de liga justifica-se pois muitas vezes pequenos acréscimos de de- terminados componentes causam significativa melhora nas propriedades dos acos. As ca- racteristicas que levam ao emprego de tais elementos sao: + Fésforo: em teores elevados, prejudica os agos tornando-os frageis e quebradigos. + Enxofre: também é prejudicial pois além de frgeis tora os agos asperos e granulosos devido aos gases que produz na matriz metdlica. Em alguns casos, é conveniente a adi- 40 de enxofre em proporgées de até 0,30%, 0 que torna o ago facil de usinar pois os ca- vacos destacam-se em pequenos pedagos, permitindo altas velocidades de corte, ‘CENTRO FEDERAL DE EDUCAGAO TEGNOLOGICA— CEFET SP a @ rested "AREA ELETROMECANICA = 14d 16 Tecnologia Mecanica Caruso + Carbono: é 0 mais importante devido & necessidade de haver carbonetos na estrutura para conferir a dureza e a resisténcia necessérias a aplicacdo. Geralmente 0 teor de car- bono ¢ elevado, situando-se entre 0,8 e 2%. Quando tenacidade é um fator importante para a aplicagao (tais como martelos e talhadeiras devido aos esforgos de impacto), em- prega-se teores de carbono mais baixos (entre 0,5 e 0,7%C), tal como nos agos resis- tentes ao choque (tipo S). + Silicio: tem fungao desoxidante na fabricagao do ago. Normaimente situa-se entre 0,10 e 0,30%, pois teores mais elevados tendem a favorecer a grafitizagao. Em alguns poucos casos (agos resistentes ao choque) emprega-se silicio elevado (1% ou 2%) para fins de aumento de temperabilidade e aumento da resisténcia ao revenido sem que haja abai- xamento da linha Ms (favoreceria a austenita retida). Para estas combinagdes de médio carbono (0.5 a 0.7%) ¢ alto silicio (1 a 2%), a tendéncia grafitizagao é reduzida devido ao baixo carbono e eventual presenga de elementos formadores de carbonetos (Mo, Cr, V). + Manganés: atua também como desoxidante além de dessulfurante. E empregado em teores inferiores a 0,5%. O manganés tem forte efeito na temperabilidade, porém a partir de teores mais elevados (1,5%). O mesmo forma carbonetos menos estaveis que o ferro, no contribuindo para a resisténcia ao revenid. * Cromo: é 0 elemento adicionado com a fungao principal de elevar a temperabilidade, pois o que apresenta melhor relacdo custo/beneficio. Além disso o cromo forma carbo- netos endurecedores que sao facilmente soliveis no tratamento de austenitizagéo que precede a témpera. O efeito de aumento de temperabilidade pelo cromo geralmente é maximo para teores de 4%Cr, sendo este o valor tipicamente empregado em agos ferramentas para trabalho a quente e em agos rapidos. No caso de agos para trabalho a frio, 0 teor de cromo pode atingir 12% quando se deseja dureza elevada. Neste caso o teor de cromo é mais eleva- do para fins de gerar maior quantidade de carbonetos de cromo na matriz (0 teor de car- bono situa-se, entéo, em cerca de 2%C). O cromo tem ainda o efeito (em teores acima de 4%) de elevar a resisténcia a quente por aumentar a resisténcia a oxidagao e contri- buir para a formagao do pico de dureza secundaria. + Vanadio: atua como forte desoxidante (geralmente empregado em teores até 0.5%).0 vanadio tem forte efeito sobre a temperabilidade quando dissolvido na austenita. Entre- tanto a sua fungao principal é a de atuar como estabilizador de grao pois 0 seu respective carboneto ¢ de dificil solubilizagao na austenita no tratamento de témpera, evitando que haja o crescimento da mesma. Em agos rapidos (devide ao emprego de corte a quente), 0 teor de vanddio situa-se entre 1 ¢ 2%. + Tungsténio: também atua como formador de carbonetos, favorecendo a obtengao do pico de dureza secundaria no tratamento de revenimento. Em teores inferiores a 1,5% (mesmo com alto carbono) o tungsténio tem pequeno efeito no aumento de dureza. Em teores proximos a 4% ha aumento significativo da resisténcia ao desgaste, a ponto de di- ficultar operagées de retificagao apés a témpera. Em teores de 12 a 20%, o tungsténio eleva significativamente a dureza a quente (até 600°C) e, por isso, é empregado fre- giientemente em agos rapidos (grupo W e/ou grupo T) + Molibdénio: tem efeitos similares ao tungsténio, tendo sido usado para substitui-lo. O custo do molibdénio ¢ maior, porém a quantidade empregada é menor (normalmente o teor de molibdénio substitui duas vezes a quantidade de tungsténio. Por exemplo, 18% de W eqiiivalem a 6%Mo mais 5%W). A maioria dos agos rapidos emprega Molibdénio e Tungsténio. * Cobalto: tem a fungao principal de aumentar a dureza a quente dos agos rapidos, apesar de nao ser endurecedor. O cobalto aumenta a temperatura solidus, permitindo que se empregue temperaturas mais elevadas de austenitizagao na témpera. Isto permite maior dissolugao de carbonetos (dos outros elementos, tais como carbonetos de vanddio, mo- ‘CENTRO FEDERAL DE EDUCAGAO TEGNOLOGICA— CEFET SP a @Q@eare "AREA ELETROMECANICA 184e16 Tecnologia Mecanica Caruso libdénio e tungsténio, j4 que o cobalto por si sé nao é formador de carbonetos). O efeito final do cobalto ¢ o de aumentar a dureza no estado temperado (por elevar a dissolugao de outros elementos). Agos rapidos com 5 ou 10% sao usados para obter maior veloci- dade em corte continuo (em corte intermitente ha problema de quebra de ferramenta de- vido elevada dureza e baixa tenacidade). + Aluminio: tem efeito semelhante ao silicio. devido a sua grande afinidade com o oxigé- nio. Também é considerado desoxidante. Muitas vezes é utilizado nos agos a serem ni- tretados, pois 0 aluminio tem também grande afinidade com o nitrogénio. + Boro: em quantidades que variam de 0,001% até 0,003%, 0 boro melhora a temperabili- dade e a resisténcia a fadiga. * Chumbo: em pequenas quantidades (0,2% até 0,25%), este elemento melhora a usina- bilidade do ago, sem qualquer prejuizo as propriedades mecanicas. 9.2 Equivaléncia entre Agos Inoxidaveis A tabela 5 mostra a equivaléncia entre alguns agos inoxidaveis, dentre os utilizados no mer- cado brasileiro, Note-se que a tabela em questao é somente parcial e informativa, devendo ser utilizada com cautela, analisando-se os diversos aspectos apresentados pelo projeto do componente a ser fabricado com o material selecionado, levando-se em conta todas as vari- aveis conhecidas. Tabela 5 - Equivaléncia entre agos inoxidaveis EUA ‘remanna vamea | Jooio | tata | RemB] Europa Esporte wsi[ ow +7008 | MN | aenor | us ow est | _cURO-NORM UNE i SUS So | KIPGATTT | Taso [PIPER TAT] SUSaDt | KIT CAT TOT [SOTSTT| NAT GRIT — | MITERITTOT 302 | XS Crni 187 | 1.4919 | Z10CN 18-09 | SUS302 |" X10 CrNi 1809 [302525 X10 CrNi 18.9 X10 CrNvi 18-05 Sus [ XI0GNS 1@o_[ 14305 | Z70CNFre 00|-SUSI00_[ X10 GNS 1809 [a0982H[ X10 CANS 18 9 —[_XW0 GANS 18-09 Bassa 2r0CNF16 09 SUSH03s0|_XI0GNS 1609 [309561 - XID CNIS 169 OR Te | TaaOT ‘eno [e855 aoe | ONE [TN [zecnse00| susaos | xscan soto MSI xecwise10 | xecinis9-10 oe ISUSSoaNa|_Xe CANN THAD Soe IsUSF204H|— x8 C1070 HECRIIETD poe LZCITE [anos 7 OR TOA susaaAL [x2 GAN OTT —[SBESTH| NECK TETO | HSE TO-10 X2 CrNiN 18 10_[ 1.4311 [Z2CN16.10Az |SUS3O4LN|_X2 CrNIN 1817 | — = = 3 Zeon 18-12] SuSa05 [_X8GNI 1812 —[SIEST0] NB GNTISTD [KE GNTIBAZ 305 = = [ecu 1:10 SUS = =~ eGNIGU BOK = 308 | KISGRIS BOTT | TaRae [15 CN 13] SUM 300 | KIBCAN ITE [SORTA] HIS C2812 = 0 5 SUSIGS [XG GN ZI [= | XSGINIZ2 TS = 310 | xiao a7 ass [=| sun 310 | 922 cr 25a [STZ = = B10 S| “xt2 Gros 20~| tase? [ZVTON SO] SUSSTOS | xe GANL2520 [=| NECA IED = “314 [X15 GrNisi 25 20 | 7.4841 [Z12CNS25-20[ [x16 Cenisi 2520 | [X15 CrNiSi 25 20 316 | XSCINIMo 17 122| 1.4401 | Z6OND 17-11 | SUSHI | XS CrNIMo 1/12 [ST6SST| Xe CrNiMo 17 12.2 [XB ANIM 17-12-03] 316 | XSCrNiMo 1713 3| 1.4436 | Z6CND 17-12 | SUS316 | XS CrNIMo 1/13 [316533] X6 GrNiMo 1713 3 [XB CrNIMo 17-12.03| ie F[xizcoNiMes 18 17] 14a27 = = = = S16 N = = = SUsaiEn. = = = = [S16 H ISUSFS16H| XB CMa 7772 XS GNM TTD 516 Hl = XB CIN 1713 = 5 CrNivo 17-12-05 318. |X CNMa 17 732] 1.4408 | POGND TEI | SUSSTEL | x2 CNIMo 1712 [STESTI| XS GANG 17 122[ x2 CrNIMo 17-12-03] te frzcvon 712) 1 aan8|°2°N2 2 leussra.n x2 chon 172 SS a GN TOTES] [ND TTS] —— TS STSSTUL TORN TT TST OS TES te pacnvontr 193] 14aaa] 2°21] acnamen trt9| - - STS ROGAN 122|-1ASTE [ZOCROT EAE] —— — [x GMT TAP [SOSH NE ORT TFT RST TTA sist oonmor 2 1asro Pir GnaT 1713 |a20835) 6 ONMETIIT 185 ONNSTTTTTZ [316 L [X6CrNIMoNbi7 122] 1.4580 [Z6CNDNBI712|—|X6 CrNiMoNb 1712| — [6 CrNiMoNb 17 12 2] = [315.C

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