You are on page 1of 12
LINGUA PORTUGUESA wou: Pee Figuras de linguagem PRINCIPAIS FIGURAS DE LINGUAGEM [As figuras de linguagem so recursos estilistices que Proporcionam aos textos um cardter de literariedade, em opesicSo a lteralidade téo comum nos textes informatives, Jornalistcos e ensaisticos, Os textos literdrios so marcados pelo forte emprega de figuras de linguagem, tanto no plano sintdtico quanto no merfelgico, no seméntico eno sonore da lingua. A linguagem mais convencional, que priotiza afunsio referencial, preocupa-se em transmitir uma informaco, relatar um fato de mode objetivo, alguma questo social, politica, econémica ou clentifica, por isso, ela emprega as palavras no sentido denotative. J linguagem literdria no possui necessariamente uma finalidadeobjetiva, oquelheproporciona maiorliberdadecriativa para empregar os vocabulos de modo lidica « polissémico, fo que, por sua vez, possibilita aos letores construir indmeras interpretasSes. Para que vocé consiga perceber a riqueza dos textos literdrios, & importante ter conscincia desses exercicios estéticos explorados pelos autores. Vejamos, lento, as principals figuras de linguagem ea Intencionalidade dos autores ao empregé-las. Lembre-se de que mais importante que Identificar as figuras & saber 0 porqué de seu emprego. instruir o leitor sobre Metafora [A metéfora é a figura de linguagem mais signifcativa nas produces literdrias. € ela que permite aos textos inimeras possibilidades de leitura, ampliando, assim, 0 ndo dito, 1s entrelinhas, os significados que no foram escrites, mas apenas evocados, sugerides. As palavras metaféricas suspendem o significado cristalizado dos vocébulos na lingua, ou seja, extrapolam © sentido denotative des tetmos, a compreansio convencional das palavras como las ze encontram ne diciondrio, Por isso, a metéfora exige, do interlocutor um raciocinlo mais sofisticade, subjetivo, poético e amplo, pois uma expresso metaférica exige 2 leitura daquile que no se encontra nela, mas que nela vive fem estado de potncia, de possibilidade lirica. A metéfora o que esté a margem da lingua, ¢ a figura que precisa da palavra para dela se desprender. A metsfora promove, dese modo, urna ruptura e um dasvio com 0 padrio, instituindo para um tinico significante varios significados. 01 Observe come Atnaldo Antunes estruturou © seu poema “Cultura” a partir de imagens lidicas e metaféricas, criando definigées insuspeltadas para os termos que “conceltua” de forma descontraida e inusitada: cultura O girino é © peixinho do sape. O silancio € o comeso de pape. O bigode é a antena do gato. © cavalo & pasto do carrapato, © cabrito € 0 cordeiro da cabra. © pescoso é a barriga da cobra © leito € um porquinho mais nove. A galinha é um pouquinho do ove. 0 desejo é 0 comase do corpo. Engordar é a tarefa de porco. A cegonha é a gitafa do ganso. (© eachorre & um lobo mais manso. © escuro é a metade da zebra, As raizes so as veias da seiva, © camalo é um cavalo sem sede. ‘Tartaruga por dentro é parede. © potrinho é 0 bezerro da égua Abbatalha é 0 comeco da trégua, Papagaio é um dragéo rriniatura, Bactérias num meio é cultura, ANTUNES, Arnal. As cosas. So Paulo: Tuminuras, 1982. Comparacao ou Simile Essa figura de linguagem é um tipo de metafora realizada cde moda mais nitido, pois a ralagSo de sirilaridade entre os ‘termes aparece construidapor alguns elementos conectivos, tais, como: igual a, tal qual ,damesma forma que, semelhante 1, parecide com, que nem, como, também, entre tantes outros. importante perceber que a diferenca entre ametsfora 0 simile é justarmente o emprego de tais conectivos: Vela come as metdforas de Mario Quintana se transformarso em comparaeio, caso sejam acrescidas de conectives: + Amar é (como) mudar 2 alma de casa. + Aesperanga é (tal qual) um urubu pintado de verde +A mentira é (semelhante) 2 uma verdade que se ‘esqueceu de acontecer. + Canibalismo (pode ser visto como uma) maneira ‘exagerada de apraciar o seu semelhante Eaiontemoal | 64 Méduto 04 Alegoria E uma imagem que jé est consagrada pela cuitura ou entdo uma representaclo mataférica que se repete ao longo deumtesto, Por exerplo, a alegoria darmorte é"desenhada" 1no imaginrio ocidental como uma figura macabra segurando afoice, ou ento pela imagem de uma caveira, ou ainda por animais saténicos que indicar agouro, como acoruja,©corvo, © urubu, etc; a alegoria da justisa é uma mulher de olhos vendados (representao daimparcialidade), segurando urna balanga para poder "pesar”ejulgar uma causa; aalegoria do amor & retratada por um coracdo Mechado (alusdo a0 Amor nna forma de Cupido), assim come a imagem de um casal feliz € retratada alegoricamente pela cena dos "porsbinhos que se amar’. Veja um exemple cléssico de alegoria na histévia da arte: ‘Memento mori (Pensa na Morte), 1471-1528, éleo sila, ‘3hQS em, assnado com a menegrama, no datado, Museu do Emitage, Catacrese £ oemprego de uma certa expresso metaférica, comum cardter mais coloquial, que ficou consagrado na lingua pare denorrinar algo concrete. So exernplos de catacrese ax seguintes expresses: pé da mesa, asa da xicara, braco do Fo, cabega de alfinete, céu da boca, batata da perna, orelha do livro, pé de pagina, mac do rosto, emrbarcar no trem, tomar um énibus, dente de alho, boca do eztémago, ete. Na seguinte musica, os autores empregaram simultaneamente a catacrase e a metifora de modo liica criativo. Tente identificé-as e diferencié-as: Falou e disse Lourival do Santos /Tde Carrir/Prack A pata do meu cavalo Ngo bota ove Eu no vou comer 0 po Que @ diabo amassou Gavigo da minha foice No pega pinto ‘Também a mio de pilgo Nao joga peteca © cabo da minha enxada Ngo tem diviea [As meninas dos meus olhos No tém boneca Os quatro reis do baralho No tam castelo ‘Também o quatro de paus No de madeira Por onde o navia passa Ngo tem asfalto| Carrinho que vai na lua Nao tem poeira A bala do meu revélver Nao tem agiicar No cano da carabina No vai torneira A porca do parafuso Nunca deu cria Na caza do Joo de Barro Nao tem goteira Cachaca nie dé rasteira E derruba a gente A lingua da fechadura do faz fofoca Pra fazer este pagode No foi brinquedo Eu me virei do avesso E no sou pipoca © crave da ferradura No vai no doce A Serra da Mantiqueira Nunca serrou Metonimia Consiste na utilizagSo de um terme por outro, tendo como sustentacio um raciocinio de prolongamento de sentido. € a figura que representa a parte pelo todo. ‘As relages metonimicas podem ser de: Parte / Todo + "0 bonde passa cheio de permas..." (pessoas) + "As velas do Nucuripe vio sair para pescar." (barcos I pescadores) + Um par de seios caminha em minha diresio (rruiher) Marca /Produto Devido a0 poder erblerntice daria, &corrum autiizasso deuma marca emvez do nome do produta So exerrplos disso! ‘Teddy / Nescau (em vez de achocolatado em pé), Maisena (no lugar de arrido de rilho), Chicletes (como termo para denorinar goma de mascar), Cotonete (para se referir a hrastes de algodso), ete. Artista / Obra + Sou alucinado por Guimares Rosa, mas leio mais Drummond. + Estava em divida se ouviria Caetano Veloso ov <2 veria um Fellini, + Aquele mulher & encantada pelo cubismo, hi horas que esté agui no museu diante de um Picasso. Continente / Contetido + Fla tomou eite tacas de vinho. + Fle comeu trés pratos de feijoada ¢ bebeu dois ‘engradados de cerveja, 52 | oem enw Figuras de linguagem Nas artes plisticas, 2 metonimia também é extremamente empregada, principalmente nas obras de vanguarda do inicio do século XX, que retrataram o estihacamento do mundo pelas guerras, como se verifica em Guernica, de Picasso. Antonomasia E uma espécie de metonirria, pois, em vez de se erpregar © nome da pessoa, utiliza-se de uma expresso que posta identifcé-ta Exemplos: + Comemorou-se em 2006 0 cantensrio do voo do 14 Bis, criado pelo pai da aviagSe. (= Santos Dument) + 0 Boca do Inferno foi um dos mais agrassivos poetas do barroco. (= Gregério de Matos) + © poeta dos escravos ¢ 0 autor de Espumas Flutuantes, (= Castro Alves) + 0 Poetinha se autodenominava o branco mais preto do Brasil. (= Vinicius de Moraes) + 0 autor de Iracema teve também uma producéo signiticativa de dramaturgla. (= José de Alencar). + 0 filho de Deus veio para nos alertar Cristo) +O rei do futebol brasileiro entrou para a poltica Pelé) (= Jesus Perifrase Consiste na substituiglo de um nome curto per uma expresso mais longa que o caracterize, € muito semelhante 3 antonomdsia, mas enquanto esta diz respeito as ‘expressées que permitem identificar os nomes préprios, 2 perifrase ~ ou circunléquio ~ envolve as expresses que caracterizam tarrbém os nomes comuns. Exemplos: + Orel da selva (= lego) + Acidade luz aris) + AGiltima flor do Laeio (= lingua portuguesa) Guernica. 1937. deo sobre tea; 350 x 782 em. Museu Rainha Sofia, Madr Hipérbole Ocorre quando se emprega uma expressio exagerada para traduzir uma ideia. Na maioria das vezes, isso se dé Porque 0 autor ou falante quer impressionar, comover ou “chocar” seu interlocutor Exemplos: + "Rios te correrio dos olhos, s2 chorares!” (Olavo Bilac) + "Por vocé eu dancaria tango no teto £u limparia os tilhos do metré Eu iria a pé do Rio a Salvador" (Por vocd" —Frejat/ Mauricio Barros/ Mauro Sta, Cac) Eufemismo © euferrisme é empregado para abrandar umainformacio, evitando a utiizasio de termos que possam agredir ou assustar o receptor da mensagem. Exemplos: + "Wo mucambo sialguma cunhati se aproximava dele pra fazer festinha, Macunaima punka 2 mio nas gracas dela, cunhati se afastava.” (Sedusir / seios, geritdia) + Fle contraiu o mal de Lazaro. (A lepra) + Fu 0s vi daquele jeito, como vieram 20 mundo, (rus) + Vocé faltou com a verdade. (Voce mentiu.) + Ele parti desta para melhor, / Ele descansou. / (Ele morreu.) 53 a a e) 3 Fe) I & S 2 < 5 3 Z Méduto 04 Antitese Emprego de termos antagénicos para reforsar a ideia de oposisio. Exemplos: + ‘Ultima flor do lici, incuta e bela, és, a um tempo, splendor e sepultura.” (Clave Bilac) + “Todo sorriso é feito de mil prantos, toda vida se tece de mil mortes,” (Carlos de Last) + *Residem juntamants no tau peto um deménio que ruge ¢ um Deus que chora." (Olav Bilac) Paradoxo ou oximoro Expresso absurda que pode inclusive ser gerada por imagens antitéticas inconcebiveis. Em seu cléssico soneto, Caries utlizou 0 paradox © amor é fogo que arde sem se ver 6 ferida que déi e no se sente é um contentamento descontente € dor que desatina sem doer um no querer mais que bem querer é um andar soltério entre a gente: é nunca contentar-se de contente: € um cuidar que ganha em se perder E querer estar preso por vontade: é servir a quem vence, o vencedor: & ter com quem nos mata, lealdade Mas como causar pode seu favor ros corases humanos arvizade, 0 tio contrétio a i é 9 mesmo Armor? Observe come 0 oximore foi utiizado, juntamente com 2 Ironia, na seguinte tire do Gartield: Folha de. Paulo, 31 jul, 2000, Prosopopeia ‘Atribuigdo, a seres inanimados, de capacidade dos seres animados. Ou atibuigSo de caracteristicas humanas a animais « coisae, por iss0 é também chamada de personificacso. Os textos de literatura infantil e az fabulas empragam frequentemente essa figura de linguagem, o que garante 0 cardter fantéstico e lidico a tais produsSes ltersrias. Exemplos: + “A lua / tal qual a dona do bordel / pedia a cada estrela fria / um brilho de aluguel” (Joo Bosco e Air Blanc) + “As casas espiam os homens / qua correm atrés de mulheres." (Drummond) +“. es rios vio carregando as queitas do caminko (Raul Bopp) + "Omar passa saborosamente a lingua na areia /Que bem debochada, cinca que é/Permite deleitada esses ‘abusos do mar / Por tras de uma folha de palmeira 7A lua poderosa, mulher muito fogosa / Ver nua, vem nua / Sacudindo e brilhando inteira / Palmeiras 52 abracam fortemente / Sussurram, dio gemidos, zoltam ais / Um cogusirinho pargunta docements / A outro cogueiro que olha sonhador: / ~ Vocé me ‘amar etarnaments? / Ou amanhé tudo Considerada ne contexto, e2sa frase indica, em sentido figurado, que, para e autor, A) forma e 0 contadido sSo indissacidvels am qualquer ensagem. 8) forma éum acessério do conteido, que éo essencial ©) © contetide prescinde de qualquer ferma para se apresentar D) a forma perfeita & condicSo indispensdvel para o sentido exate do contetide. £) ocontaiido é impreciso, se aforma apresenta alguna iemperfeigso. (unrese-sp-2009) Esquecimento Flrbela Espance Esse de quem eu era e era meu, Que foi um sonho e foi realidade, Que me vestis a alma de saudade, Para sempre de mim desapareceu. ‘Tudo em reder ento escureceu, E fol longinqua toda a claridade! Ceguel.. tatele sombras... que ansiedade! ‘Apalpo cinzas porque tudo ardeu! Descem em mim poentes de Noversbro. [A sombra dos meus slhos, a escurece Veste de roxe e negra os crisdntemes... E desse que era meujé me nie lembro.. ‘Ah! a doce agonia de esquecer A lerrbrar doidamente o que esquecemes...! Na itima estrofe, 0 eulirica expressa, por meio de |A) hipérboles, @ diftculdade de se tentar esquecer um grande amex 8) metdforas, a forma de se esquecer plenamente 2 pessoa amada €) euferismos, as contradigBes de amor 0s sofvimentos dele decorrentes D) metonimias, © bemrestar ligado a amar @ querer esquecer £) paradoxes, a impossibilidade de o esquecimento ser Tevado a cabo, EaiaraBernoult | 59 {NGUA PORTUGUESA Méduto 04 07. (PUC Minas) Em todos os trechos retirados de Memirias 10+ Sentimentais de JoS0 Miramar, corre metonimia, EXcETO 1A) "Um cénsul do Keser em Buenos Aires visava como uma congregaria” 8) "No quarto de dormir rlhos queridos no queram ‘que eu andasse com meu prima.” ©) "As barbas alemis de um médico beljavam cerimoniosas mos de arizes” ) "Aptos na cabina extranha estoparam o Marta na madrugeda” 08. (PUC Minas) Considere os versos, numerados, do fragmento do poema "Misica’, presente em Alguma poesia, de Carlos Drummond de Andrade. 4. Uma coisa triste no fundo da sala 2. Me dsseram que era Chopin. 3. A muther de bragos redondos que nem coxas 4. Martelava na dentadura dura 5. sob o lustre complacente, As Riuras esti corretamenteIdentifiadas, EXCETO 1A) Mo verso 2, existe metoniria 8) Hé uma compararlo no verso 3 ©) Hé.uma antitese no verso 4 a 1) No verso 5, hi uma personincagso 09, (urs¥-RS-2006) Lela oseguinte fragmento, extralde do "Sermo de Santo Anténio’, de Pe. Vieira, [ou] © pio & comer de todos 0s dias, que sempre fe continuamente se come: isto 40 que padecem oz equenes. Sie 0 pio cotidiano dos grandes: e assim camo © plo se come com tudo, assim com tudo e em ‘tudo sio comides os miseréveis pequenes, no tendo, nem fazendo oficio em que osndo carreguem, em que os rio multem, em que oz nfo defraudam, em que o= no comam, traguem e éevorem [..] No trecho, observa-se que Vieira 1. constrél a argumentacSo por melo da analogia, o que constitu um trace caracteristico da prosa vieriana 1. fializa com uma gradagéo crescente a fim de dar fase A voracidade da explorarSo sofida pelos pequenos UL, sfirma, a0 estabelecer uma comparagio entre os hurildes e 0 pio, alimento de consume divio, que a ‘exploragio dos pequencs é acatével porque écatidiana, Estd(e) CORRETAS) |A) apenas 1 B) apenas Ie It ©) apenas I D) apenas Ite HL 5) 1, Wet (uFscar-sP) ( pregar hévde ser como quem semeia, endo como quem ladriha ou azuleja, Ordenado, mas como as estrelas. [.] Todas as estrelas esto por sua order; mas ordem que faz inluéncia, ndo & ordem que face lavor Io fez Deus 0 céu em xadrez de estrelas, como 0s pregadares fazem o sermio em xadres de palavras, Se de uma parte hévde estar branco, da outa hé-de estar negro: se de uma parce esté dia, da outra hi-de estar noite; se de uma parte dizem luz, da outra hio-de dizer sombra; se de uma parte dizem desceu, da outra hio-de dizer sub. Basta que néo havemas de ver num serméo dduas palavras em par? Todas hlo-de extar empre em fronteira com o seu contra? Aprendamos do céu oextlo da disposi, e também o da palavras. \IEIRA Pe. Antinio. "Sermie da Sexagésims" [A metifora do xadrer é explicada, no texto, com a seguinte figura de inguagem: A) hipérbole D) ima 8) antitese ©) metonimia ©) repetisio (Mackanzie-sP) ‘ies de conclir est capitulo, fui & janela indagar da noite por que rardo os sonhos hio de ser assim ‘to ténues que se esgarcam 20 menor abrir de olhos ou voltar de corpo, e no continuam mais. A noite rndo me respondeu loge. Estava delicosamente bela, os morras palejavam de luar e © espaco morria de siléncio, Como eu inzistizee, declarou-me que o= sonhos jé nfo pertancem 8 ava juredigfo, Quando elas rmoravam na ha que Luciane Ihes deu, onde ela tisha © seu paléci, ¢ donde os fara sair com as suas caras de vara feigdo, dar-meia explicagSes possiveis. Mas fo tempos mudaram tude. Or conhos antigas foram aposentados, e osmodermosmoram no cérebro da pessoa Estes, ainda que quisessem imitar os outros, no poderiam fazé-lo; 2 ilha dos Sonhos, como a dos ‘Amores, como todas as ihas de todos os mares, sfo ‘agora objeto da ambicio e da rivalidade da Europa © dos Estados Unidos. ‘ASSIS, Machado de. Dom Casmurro No texto, 0 elemento “noite” é exemple de |A)_metéfora, devide & comparacio explicita entre"noite” "Deus", 8) metonia, devide & analogia ent ©) presopopela, j4 que “noite” & elemento inanimade que responde 20 narrader D) hipérbole, pois seu sentido esté arrpliado. ) catacrese, por ser uma metsfora cristalizada pelo uso popula Figuras de linguagem 12. (Miton Campos-MG-2010) Lela 0 texto ‘A slegoria a metafors continuada como wope de pansamento econsite na substtuisie do pensamento em ‘causa por out pensaments, que estéligado, numa elagS0 de semelhanca, a esse mesmo pensamente, LALSBERG Heinrich, Manual de retivicaleréria (Fundamentas de una ciencia de la literatura). Madrid: Gredos, 1986, t TL p. 283 ‘Assinale apassagem de sermio de Padre Vieira que NAO 2 consttui come alagoria, 1A) Se uma nau fizesse um dordo para 0 norte, outro para o sul, outro para oleste, outro para cesta, come poderia fazer viager? Por issonnos pulpites a trabalha ‘tanto ¢ se navega tSe pouco. B) Ha de ter esta drvore varas, que sio arepressio aos Vicis; ha ee ter flores, que sdo as sentencas; e por remate de tudo, hd de ter frutos, que & 0 fruto © 0 fim a que se hé de ordenar 0 serméo. ©) possivel que somos portugueses, © havernos de ‘ouvir um pregador em portugués, © ndo havemos dde entender © que diz? Azsim come hd Laxicon para 1 rege @ Calepine para o latim, assim & necessério haver umn vocabulavio do pulpite, ) A pregardo tem umas coisas de mais peso e de mais fundo, e tem outras mais superticials e mais leves; ‘2 governar 0 leve @ 0 pesado, sé 0 sabe fazer quern faz rede, Na boca de quem nio faz a pregacdo, até ‘o chumbo é cortiga. SECAO ENEM 01. (Enem-2000) Ferreira Gullar, um des grandes postas brasilres da atuaidade, & autor de"aicho urbano", poema sobre a sua relaso com as pequenas e grandes cidades. Bicho urban Se disser que prefiro morar em Pirapemas fu em outra qualquer pequena cidade do pais ‘estou mentindo ainda que li se possa de manhi lavar 0 resto no orvalho © pio preserve aquele branco sabor de alvorada, Arnatureza me ascusta, Com seus matos sombrios suas Sguas suas aves que so como aparicdes me assusta quase tanto quanto fesse abierno de gases e de estrelas aberto sob minha cabesa, GULLAR, Ferreira, Todo poesia. Rio de Janeiro: José Clympia Editors, 199 Embora née opte por viver numa paquena cidade, 0 posta reconhece elementos de valor no cotidiano das Pequenas comunidades. Para expressar a relaglo do 02. 03. homem com alguns desses elementos, ale recorre 3 sinestesia, construrso delinguagern em que se mesclam irmpresedes sensoriais diversas, Assinale a opeSo em que se observa esse recurso. a) 8) ° >) 5) (Enem-2009) Oximoro, ou paradoxismmo, & uma figura de oposte que parecer exclui ro contexto, foram a expresso. Considerando a definicso apresentaca, 0 fragmento postica da obra Cantares, de Hilda Hils, publicada em 2004, em que pode ser encontrada a referida figura de retorica a) 8) ° >) 5) “e 0 pio preserve aquele branco / saber de alverada” “ainda que Id se possa de manhé / lavar 0 resto no orvalho" “Anaturezame assusta / Com seus matos sombrios suas dguas “suas aves que so como aparicées / me assusta quase tanto quanto” “me assusta quase tanto quanto / esse abismo / de cases e de estrelas" ‘etérica em que se commbinam palavias de sentido se mutuamente, maz que, Dicenno Eletrinice Hovis ds Lingus Portuguese “Des dois conterplo rigor e fxidez. Pascado e zentimento me contermplam" (p. 91) “De sol elua Defoge e vento Te enlago" (p. 101), “arela, vou sorvendo A agua do teu rio" (p93). “Ritualiza a matanga de quem sé te deu vida E me deixa viver essa que morre" (p. 62) “o bisturi e 0 verso, Dos instrumentos entre as minhas mos" (p. 95). a a e) 3 Fe) I & S 2 < 3 Z (Enem-2008 / Anulada) Metéfora Gilberto Gi Uma lata existe para conter algo Mas quando e poeta diz: "Lata" Pode estar querendo dizer a incontivel Uma meta existe para ser um alve Mas quando © poeta diz: "Meta" Pode estar querendo dizer inatingivel Por iso, nfo se meta a exigir do posta Que determine © contaide em sua lata Na lata do posta tudonada cabe Pais a0 poeta cabe fazer Com que na lata venha caber © ineabivel Deine a meta do posta, nio discuta Deine a sua meta fora da dispute Mata dentro 2 fora, lata absoluta Detvera simplesmente metifora Disponivel em: ‘cesso em: 5 fev. 2008. EaiaraBernoult | 61 Méduto 04 ‘A metéfora é a figure de Inguagem Identificada por ume comparace subjetiva, pela semelhanca ou analogia entre os elementos, O texto de Gilberto Gil brinca com, 2 linguagem remetendo-nos a essa conhecida figura O trecho em que se identiica a metétora & A) "Uma lata existe para conter algo" 8) "Mas quando e poeta diz: Lata’ C) "Uma meta existe para ser um avo’ D) "Por isa no se mata a exigir do posta’ £) "Que determine © contetide em sua lata’, 04. (Enem-2004) Nesta tirinha, a personagem faz referéncia 2 uma das mals conhecidas figuras de linguagem para FRANK & ERNEST / Bob Thaves asta DELP ney 1] A) condenar a pritica de exercicis fisicas. 8) valorizar aspectes da vida moderna. ) desestimular 0 uso das bicicletas, D) caracterizar o didlogo entre geragses. ) ceriticar a falta de perspectiva do pal. 05. (Enem-2004) Cidade grande Ccalos Drummond de Andrade Que beleza, Montes Clares. Come cresceu Montes Claros, Quanta industria em Montes Clares. Montes Claros cresceu tanto, ficou urbe to notéra, primarrica do Rio de Janeiro, que jd tem cinco favelas por enquanto, e mais promete Entre os recursos expressives empregados no texto, destacarse a |A) metalinguagem, que consiste em fazer a linguagem ‘efert-se & préprialinguagem. 8B) intertextualidade, na qual otexto retoma ereclabora outros textos ) tronia, que consiste em se dizer o contrétio do que 48 penea, com intengio critica, ) denctarso, caracterizada pelo uso das palavras em. ‘seu sentido préprio e objetivo E) prosopopela, que consiste em personificar coisas Inanimadas, atribuindo-thes vida, GABARITO Fixacao a1, 2. 03 A) 0 paradoxo consiste no fato de 0 contato com a ezcasser de bens de consumo implica a satisfagio de ter esses bens, o que tiva finda mais a necessdade e o praver de ser um ‘consumidor efciente. © que soa ainda mais, peradoxal & 0 foto de os turstas afrmarem ‘We, apése22a experiéncia, pascam a dar valr 30 que realmente importa 8) © trecho em idlico deve ser reescrito ineegralmente em discurso indireto ¢ escrta formal, sem a presenca de marcas wpicas, da linguagem coloquial. Virias sfo as possibildades dessa reescrtura, eve elas: 0 guia afrmou que o turismo na favele & um ‘pouco invasivo. Anda-se am rueles apartade= nas quais as janelas abereas expiem 05 ‘moredores 3 tures inconvenientes, que jinvadem 2 privacidede alhez, gerande ‘makestar. A propésie, 0 guia reletou 0 que foi ppresenciade por um colega de trabalho durante uma visita: um euristaintroduats va mio pela Janels de uma casa e tou a tampa da panel de uma moradora que cozinhava no moments Initada, 2 moradora 0 repreendeu com um ‘apa em sua mio. Alcarasio: "brejio bole’ Prosopopeiat "as drvores querem repeti,“gemido de eZ, "mato — vozinha mansa ~ aeiouave", "dos burtis, os respondides’. ‘Aaricace: "mais frie, chelo de calor”, Cnomatopeia:" Elipze: “(ha) os ramos do mato, (hé) um vento, (ha) um galho rangente’; "Do outre mato e dos burs (pareem, vém) os respondidos’ ‘Alagoria construida na tira da Mafalda a parti da ‘aculdade de veter tanto a areie quanto salir. ‘Afaclidade com que 2 areia escapa das mios da menina ~ndo importa o quanto esta se esforce para manté-a ~ é 2 mesma com que o dinheiro “some” do bolso do pai, independentemente dos esforcos deste em poupar economizar. O conjunto da tra sugere que o ganho do wabalhader assalariado no 4 sutielente pare cobrir suas despesas ss ramas do mats, um j-e, “pris, "aeiouava™ Propostos OLB 058 088 me OF 108 oc OFA 1c oD oc ZC Secao Enem on. 2. 03, A OE D oc E

You might also like