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Cree ea cor “oferece ao letor a possibilidade de concetuar de fo Pree eee ee en fungdo socioeducacional, Por ser uma obra de « Oe nt en ee) Ce eee ee eee ne Ro eee ae et en oe nec ee ——————_ rt, oT CBU E Les) urriculc Campo, conceito e pesquisa 7? Edigdo atualizada Enquanto hipercomplexidade em ato, concebemos a prixis ‘curricular como fecundo analisador, podendo se constituir numa inspiragio para o trabalho de revelagio de outras complexas prt «as contemporineas do cendrio educacional E essa configuragdo que empresta ao curriculo uma formi- vel perspectivasstémicae complexa de um macroconceit, Um conceito de fecundas caracteristicas s§6SWRGOFAS ou seja, dotada der a sua especificidade em termos de campo e histéria. Curriculo: campo, conceito e relacées principe vai ficar nu? Distingao e responsabilidade socioeducacional Por mais que o pensamento relacional estimulado plas epis \emologias da complexidade nos proporcione uma intligibilidade spac dle pensar a superagdo das formas reducionistas, hierarquicas « fisicalistas de refletro curriculo, entendemos que carremos o isco hojede cairnum outro obscurantismo:adificuldade preocupante de \lstinguir bem 0 campo e a nogdo, Compreendemos,acemais, que juirbem acolhendo a fecundidade do exerccio do de- lute, cla polisser be pode dist ia eda complxidade do significa de curiclo. A necessidade de distinguie ede relacionar de forma perti- we so ligicas necessrias para que se possatrabalhar em pro Aiicider sempre necessira nos ambitos da formagao eda ativi Ah politico educacional No caso da formagio dos educadores, saber nocionar cur Helo fax parte de uma das pautas importantes para se inse Air de form Babe opees de form fontemporines Deer que “currculo & a vida da escols “tudo que aconte- few surrculo & também o grau de limpeza Hos orredores da escola ow mesmo redz-lo a0 argumento da Jompetente nas tensas discussdes sobre as pol io discutidas na nossa crisica sociedade nvivio escolar’, ™ mercadorizagio, como num escrito de uma prova de selegio de mmestrado onde se dizia:“curriculo é o segredo ea alma do negé- cio promissor da educagao’,é aceitar perspectivas equivocadas, nilistas ou mercantilizadas. Neste cenério de equivocos, vieses rio elucidativos e redugdes, em muitos momentos, curriculo &} mercado ou é tudo e nada. © prejuizo ético, politico e formativo} esses equivocos é facil de ser anunciado, O cultivo de compreensdes como essas e da aceitacio fécil de inovagdes apenas comprometidas ou reduzidas a delirios peda- _g6gicos 66 favorecem as elaboracdes modelizadas de intelectuais delirantes e descomprometidos com as consequéncias sociais dda educacao, ou dos experts de gabinete, em geral,simpiticos is compreensdes reducionistas (tecnicistas) de curriculo, porquan- to ficam & vontade em trabalhar e prescrever através de se ‘modelos pretensamente “apliciveis Isso se torna relativament ficil porque estamos ainda vivendo num ethos e num habits sociopedagogico que dé preferéncia ao modelo, & coisa e a0 si tema pré-montado, em detrimento das pessoas, suas demand formativas,referéncias culturais histéricas; em detrimento dos} contextos e seus interesses indexalizados a0 complexo mundi do trabalho e da produgao; e em detrimento, por consequénci do debate de sentidos que deve ser formulado no coletivo soci [estes termos, a concepgio de curriculo expressa o desejo tecno: crata de uniformidade, de unicidade, como nos diz o educado portugués Joao Formosinho (1991, p. 1) “Curriculo uniforme pronto-a-vestir de tamanho (Ou mesmo, cai nas concep: ‘gbes delirantes de quem acha que as coisas da educagio nao té cespecificidade e que toda fonte de elucidagio e debate ¢ vilid ppara compreender o ato educative a partir, apenas, da sua prépri lgica ou linguagem. 8 No caso dos experts de gabinete, a diferenca em educagio, em eral, no faz diferenca. Tudo é, a prior, passivel de homogenei- zacio, Em geral, o que nio pode ser homogeneizado vira residuo 1 ser descartado, Entretanto, da perspectiva da teoria dos siste duos sio produtos de sistemas mas eda etic complexa, os ve, para construe suas coerenias, eliminam elementos. Porém, esses elementos no desaparecem. Eles se reagrupam na perifria « num certo momento podem retornar em avalanche e desestabi liza o sistema (LEFEBVRE,apud HESS, 2005, p. 22). © que nos mobili, em larga medida, neste moment, & a necessidade de os educadores saberem distnguir 0 campo 0 sljeto de estudo do curricule como processos hstricos, como rocesos de interes formativo eao mesmo tempo de empode raento politico, fm uma recente discuss sobre o curriculo de licencatura vido por nossa faculdade, um representanteestudantl se ex- pressou: “Nio sei discutircurrculo ndo tenho os instrumen tos conceituais para tal, s6 sei que estou implicado e tenho que dliscutir Bssa & uma narrativa emblematica que ilustra bem a Inquietagdo ea possibilidade de empaderamento que o saber cur ricular envolve. Concebidos como seres que objetivam pelo argumento, so ‘animais conceituais e agimos mediados pelos conccitos. Se tudo para 0 homem tem um tome, que inspira e mobiliza deci Wes, querer distinguir e relacionar bem significa trabalhar para \rgumentar bem, no nosso caso, sobre um instrumento poderoso de constituigdo de realidades educacionais ocurriculo, Quanto a ‘materialidade do argumento, ji demonstrara, por exemplo, o per: sonagem Riobaldo em Grande ertdo: veredas, de Guimaries Rosa: Digo, tudo que conto & porque acho sério, preciso, or sso mesmo & que fago questo de rlatar tudo a0 se ‘hor, com tanta despesa de tempo e mincias de pala- J ram, desprogramam, desnaturalizam, desterrtorializam as ligicas eas... AS estris nfo se desprendem apenas do nar radot, mas, sim, o performam nara & resist. E por condem no exist tornarexplicto © complexo...contar ‘onvencionais de compreensio das realidades. Fstou convencido dle que nessas démarches interpretativas ha um formidvel rigor ‘Segui, alinbavado. vdvel muito, Go mitde recrara f '#balhado e cutivado na ago do pensar. Temos exemplos de ana- do, 0 cujo cisma faz emergir do caose do esquecimen- flistas que ao bifurcarem e metaforizarem o curricula o fazem de to. tecer 0 end do que The conto €armar um posto yancira extremamente crativae a0 mesmo tempo contribuem de de um fto. (1986, p92, 162). Mesmo sabendo que os objetos ¢ situagGes educacionais si m ie Parece-nos importante dizer que uma visio dialégica e nao hipercomplexos; que a existéncia das ciéncias da educagio cri , : 7 ‘uma tensio epistemologica relacional em relago aos cruzamenta formal de curriculo, em termos de seu desenho e contetido, no nos remete necessariamente para fora da implicagao com o cam- debate e a reflexio enraizados ai, Ao longo de nossas ela- de objetos e perspectivas educacionais, ou mesmo hibridizag €mestcagens de perspectivasformidavelmente desafiadoras ell. ses sobre curiculo,costumamosimplicar a epistemologia relagdo a esesobjetose perspectivas, esas mesmas ciénias tm, 8 sociologia, a antropologia, a politica, a psicologia, o romance, também, o compromisso de nutrir 0 campo educacional com in: Wauiin'e Gave’ Gates nash lie ee “ po ears cene ane rosiem ane ici Pe lsc otras nara for da proce ‘Apolssemiatraida por uma convivéncia multireferencializa no dispensa 0 rigor ea “vigilincia epstemolégica™(Bachelady dispostvos de resstncia diane das redues e/ontotalizag ‘omo possibilidades de enriquecer/agugar/ampliar/problemati- var a compreensio sobre as pautas ¢ as priticas curriculares e ses, sem com isso perder de vista de onde falamos, de sg «ue flamos e qual nosso compromisso explicitativo em termos obscurs que, em gral viram as costas para ocompromisso comfy creecticaeerahe * as eaplicagdesnecesiras. Podemos dizer, por exemplo, que o uso das metiforas que no sjudam a biferca, a compreender relades relacionais de grand complesiade nio significa um descarte em relagdo a0 rigor cond] Neste veio parece-nos importante tomarmos como uma ins- ceital. Nao tendo compromisso com a rigider as metforas nuncalf io argumentatva a preacupagso do conceto de "campo" em deve perder o deseo do bem pensat Nloudieu, Por mais que a fora objetivsta do pensamento ou demos dizer a mesma coisa no que concerne a apropriagdfeusiano tena idado com dficuldades com a naturezadeslizan. pela anata curricular das ilosofas problematizantes, ao moda] '¢ ambivalenteecontraditGria dos sentidos e dos significado, seu pauloferino,edesconstrucionistas,proximas ds ideias dos ilo] "eto lngaluzes sobre anecesidade de trabalha para distin sofos franceses Gilles Deleuze e Félix Guattari que, responsabiliza] Hv" bem, para que possamos argumentar de forma intelectual das com um outro tipo de explicitagao, destrivializam, desformali-f mente pertinente. Conceito, campo ¢ implicagbes politico-pedagégicas 20 a Assim nos diz Bourdieu: CCompreender a ginese socal de um campo, e apn aquilo que far a necesidade especiica da crenga q © sutenta, do jogo de linguagem que nee se joga, das cosas matriis simbdlicas em jogo que nee se geramy expla, tornar necesiro,subtrar ao absurdo doar bitrrio e do ndo motivado os atos dos produtores © ‘obras por eles produzidas e ndo, como geralmente 5 julga,redune ou destruit. No hi dvida que étentadoy ‘como nota Wittgenstein na Legon sur [Eltigque, aban donar-se ao prazer de “estruir os preconceitos’, send certo que alguns tipos de expicago exercem uma ara 0 irresistvel, como em especial uma explicasio tipo: "isto € apenas aquilo™ (BOURDIEU, 1989, p69) Autorizamo-nos a dizer que o curriculo tem um campo bis toricamente construido, onde se desenvolve 0 seu argumento seu jogo de compreensbes mediadoras. Hi uma alteridade hist6 rica que caracteriza este campo, A propésito, o lexema curriculo, proveniente do étimo | tino currere, significa caminho, jornada, trajetéria, percurso seguir e encerra, por isso, duas ideias principais: uma de s quéncia ordenada, outra de nogio de totalidade de estudi (PACHECO, 1996, p. 16) Existem os substan f os cursus (carrera, cortida) e currie lum que, por ser neutro, tem o plural curricula, Significa “ca reira’, em forma figurada, Dai derivam expresses como curs forensis: carreira do foro, cursus honorum, carreira das honra das dignidades funcionais piblicas, sucessivae progressivament ‘ocupadas. © termo cursus passa a ser utilizado, com varied semintica, a partir dos sécul XIV e XV, nas linguas, como portugues, o francés, o inglés e outras, como linguagem univ sitiria. A palavra curriculum & de uso mais tardio, nesas lingua Em 1682 jé se utiliza em inglés a palavra curricl, com o sentid de “cursinho’, Nessa mesma lingua se utiliza, a partir de 1824, ‘ termo curriculum com o sentido de um curso de aperfeicoa mento ou estudos universitirios traduzido também pela pala 1 course. Somente no século XX a palavra curriculum migra da Puropa para os Estados Unidos. Conforme elabora Beticelli (1999, p. 162), ainda que a partir (ec 1920 jd se tenha orientagées sobre a problematica do curricu- lo, € somente a partir da Segunda Guerra Mundial que vo apa- recer as primeiras formulagoes. CCremos ocorter isto pelasrazbesarroladas que dizem respeito a0 desenvolvimento da tecnologia, uma das caractersticas marcantes da modernidade inaugurada ‘por Galle, a qual passa por Descartes, madurece com Newton e se expande definiivamente com aera indus Iwi, A partir da era industrial se faz a producio de sentido atual do curricula, endmeno que se estabelece

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