You are on page 1of 138
GAZETA DOS CAMINHOS DE FERRO Revista quinzenal & marca dos contutores eléericos fabrieados segunda aS HONMAS de seguranea das Instalagoes de blxa tensao, PELA Fabrica Nacional de Condutores Eléetrieas, AGENTES ExcLUSivos: SOCIEDADE DISTRIBUIDORA, L.* 6 a marca de condutores Rua Nova da Trindade, 15-C LISBOA eléctricos QUE SE INPOE A Fundi¢3o0 Tipogrdfica GINI ve MANUEL GUEDES, Limitava A maior organizagao fabril nacional de Fundicao de Tipo Fa © desenvolvimento das artos graficas \do-Ihes ied el material tipografico = 0s mals delicados © originals desenhos Fabris Rua Francisco Metrass, 107 ‘E#ificio préprio) ; 6.2514 SeEB -@ : ~TELEF. A 1EF 63976 Revista quinzenal e PARE IOR AION AAO IOI M. POUSADA. FABRICO DE FERRAMENTAS PARA TODAS AS INDUSTRIAS EM QUALIDADES EXTRAS: Brocas para rolhas ¢ discos. Facas 6 Laminas de todos 08 tipos. Serras circwlarcs para madeira e€ metais, Machos, Canconetes, Mandris, Trados, Verrumas, Te- souras, Ferros de Plaina me- einica @ manuais, Ferros de Pua, Formoes, Badames, ete. RIVALIZANDO EM’ QUALIDADES E ACABAMENTOS COM AS DAS MELHORES MARCAS ESTRANGEIRAS TELEPCNE 41904 // RUA CARVALHO ARACUO, 68 LISBOA // PORTUGAL renin none aonneadnnnrcdanonne OEIC {eC REIT IO IO OC IRC ROR AHIR E10 EFI PIII AER IERIE IOI IO * soe CoHHER ER BONOCULEINE NO HAANEERONE RE FUNDIGOES : NESTOR MARTIN BercHEM—BruxeLAas—BELGICA NOVOS MODELOS DE FORNALHAS, ESQUENTADORES E FOGOES ELECTRICOS = Esquentadores e fogées a gaz — TODOS 08 FOGORS PARA CARVIO POGAREIROS PARA CARVAO B LENA Agencia © sale de expasigio Travesse do Fele-S6, 11-1.-Dt. LISBOA Nan OGRE OCHO RO HEUER EERIE GABORONE F iaienenamamanmanaeneueeanaeeeaanaeamenemeanomeaee i i i GAZETA DOS CAMINHOS DE FERRO pose ueenacGEOEHonET eRGKGOOOR EE MUDOEE Caldeiras a Vapor Sr. Indust no. 20 slime a+ sues caldoires de user O DESINCRUSTANTE INGLES fico para 0 Iratemento por RESULTADOS GARANTIDOS Dispense © tralomento do égue @ 0 uso dos lamines de zinco: evita a3 corresSes 6. protege as super- Ficles ‘metdioas em contacto com o égue e 0 vapor Thata 0 metal-hdo a dgua Se no recobau 0 noste brochore explicaive peca-e 6 i2t REGO, (7 Rua Copelo, 5,°3°—Telef 21598— LISBOA “FH OK IIHR EA RH RHC NOR ISEB 00D GEORDIE RAISIN OR RRR ICE REE KEI ORK RHA EH SHRM RA ARID Jeon cca OER IIR GC IOREIDOODNER SOLDADURA ELECTRICA DINAMO E GRUPOS LINCOLN MOTORES ELEOTRICOS VARIAS POTRNOIAS ELECTRO-BOMBAS VARIOS CAUDAIS FERRAMENTAS ELECTRICAS a ww Sociedade Luso Eléctrica, L® Mi, Calpada Marqués de Abrantes, [3—Telel, 60331 LISBOA OR HOCRIOE HO SOORICE OHIO HACHICHIOHIOHIN Spam BIORGOKI ERO OOROERE OMI KEEEUODCHGE L— . : i i : : : : : : : 5 : : : : : : : : : : : : i t is GAZETA DOS CAMINHOS DE FERRO Revista quinzenal MADEIRAS nacionaisem pranchas, vigamentos, solhos aparelhados, cauf- frage, forros, varedo, ripa, costaneiros, lenhas, serradura, etc. SERRACAO * CARPINTARIA * CAIXOTARIA J.D. Inathias, J.” Rua dos Correeiros, 28, 1.° Telef. 29.013 LISBOA F. Ramada Agente exclusivo em PORTUGAL E COLONIAS ae Fagorsta Broks Antigholag Conséreio das fabricas SUEBECAS DE AQOS Fagersta Kloster —Dannemora — Forsbacka-Horndal Acos especiais para ferramentas e construcdo Serretes « & wi & © » OVAR PORTO SEDE E FABRICA LISBOA 34-P. D. Filipa Lencasire, 34 Telefones: 70-140 Ay. Presidente Wilson, 35, 2.°, Di.’ Telefone: 6966 ‘Folegramas: FRAMADA Telefone: 62546 Revista quinzenal BRS IHN S RS ROSSINI) eo -. arene 5 - 3 _ 1 Ablers, Lindley, Ltd. ; | Rua do Ferregial de Baixo, 33,2° ‘ eMue mkiohin 5 a i : 3 : q $ — o i ¢ hi a Instalagdes Industrieis 4 g Méquines e Metais 4 3 hs Q | é é G —_—_— 0 ' ; i 5 é S G i —— & Aeeate no Pato: 3 § Carlos da Silva J.” 2 @ Rua de Santa Catarina, 220,2° Moinhos, Misturadores, Brita- deiras, etc. para todos os fins e produtos, Madeira, papel, cartio,couros, téxteis, fratas, p. quimicos, etc, José Gouveia, L.” Rua po ALEcRim. 67 Telefone 24930 = a oa GAZETA DOS CAMINHOS DE FERRO $ MORGHD OASIS SNSONSASISHS) Telegramas ; HELIOS Peniche USBOA HONS HORCACAC IO MONT CHTATSCNCHSMS Sociedade de Conservas de Peniche, Limitada FABRICAS EM PENICHE CECHOHSD AONCMHCA SAO SHCHE Gonservas em azeite © em salmoura RDACAR: ® a 4 8 Marcas registadas o & ANCORA — HELIOS — ARGUS 5 — ALCATRAZ — ; 6 THE QUEEN—LEVIATHAN 3 é 5 i i 9 Rua dos Douradores, 83,2.2 3 LISBOA PORTUGAL ¢ ¥ ACRCRSUCMSRS OSHS SHH eee eters et Q j j : Companhia Industrial Portuguesa? 5 é 3 Praga D. Joao da Camara, 11, 3.° 5 G Tele { 38708 ‘Teleg. SANIRIA f g Vidres e Cristais a 0 ms Minha rans 5 by utos quimicos B Febrtou ao | OEP Peyeate bana Tea i 8 Gessos de Presa “Caxinas» * ‘om Obidos 5 inas de Lenhite eGesses.om Obides Fernecedora des e Presidéncia da Repiblica Ministério da Marinha Palacios Navionais Companhia Nacional de Navegacao Companhia Colonial de Navegagao Emprega Ineulana de Navegacao Companhia dos Caminhos de Ferro Portuguoscs Aviz Hotel Estoril Palacio Hotel Casino Estoril, atc. Toda a corespondéncia dove sor drigita para a Sede, em LISBOA x cxSIRCNS NC Fe | 2 | : GAZETA DOS CAMINHOS DE FERRO Revista quinzenal COMPANHIA VEIDREIRA NACIONAL, L COVINA FABRICA MECANICA DE CHAPA DE VIDRO 1: UM MILHAO E OITOCENTOS MIL metros quadradoe do pais: 550 mil metros quadrados INSTALAGOES PARA O FABRICO DE CHAPA ARTISTICA E DE CORES DIVERSAS E MARMO- RIZADA—PRODUZ CHAPA POLIDA E CHAFA INESTILHAGAVEL (para auloméveis) ——= SANTA IRIA DA AZOIA —CEntre Sacavém e Pévon de Santa Iria) (RPoRTUCAL = Povoa: 24 6 25 CORREIO Pana: Tele) sramas: COVINA — P6voa de Santa Iria APARTADO, POVOA DE SANTA IRIA fae See hee PM ET AL S 1 timieio—Utiiie— tor | COMMERCE — DUSTRY — ABRIQULTURE) LATAO ARAMES Importadores — Exportadores COBRE CHAPAS: (importers (porters) BRONZE ‘TUBOS fa 4 "ALUMINTO BARRAS Dioge & Companhia Limitada { ”1NCO Vanons PROPRIETARIOS DE: crnornitron oF.) FERRO VERGALHOES: ROQA IMPERIO—CAFE (Production of Coffee) Ago CANTONEIRAS PALMARES DO LUCALA — OLEAGINOSAS (Pro- CHUMBO CALHAS duction of Palmoil & Palmkernel) ESTANHO mes PALMARES DO LUCALA™CITRINAS (Cltrinas) , FABRICA DE SABAO. seAMtiCOOO. (Production REDES E TEIAS METALICAS of Soap) SEDE (Head Office) LISBOA OFICINA BSPECIALIZADA RUA AUREA-ce, 1 Ex TODOS 08 FRABALUOS DE ARAMEIRO ff if ‘Tela. (Cable OLIRMAOS) He socumranios De! tencierany or) ses et presen ese corres Senne Botto & Leitso, L. | ‘CASA FUNDADA EM 1889 FAZENDA DONDA CAVUNGE — CAFE (Production SEDE EM LISBOA: of Cotte) 14 2 30, Rue Nova do Almada, 38.0 44 {} ‘SUCURSAL: (Branche Office) Luanna HAC Hea ce) Sen oeie alae i Afrion Ooldental Portuguese (P. W. A) Bale erste SCE aad Gaixa Postal 204 (P.O. Box 204) | preman SENWAOTO ‘Telg. (Cable) CARICOEO FILIAL NO PORTO: 31, Rua do Almade, 35 7194 SENNAOTO FILIAIS EM: (Branches) ‘Malange ~Lucala - Dondo—Cariamba SambasCajo— Aldela Nova — Caculo-Cabaga COMERCIO—INDOSTRIA-—AGRIGULTURA | FAZENDA PENSAMENTO — CAFE Revista quinzenal ARRERERAREARERERERERERRERER Sc Rc th Vociedade Portuguesa Exportadores de Conservas de Pelxe Inseritos com o n. 404 COMERCIO GERAL : i S. ALR. L. io IMPORT. EXPORT. ns 22.258 sit 3Sedb8 3 3 3 3 3 $ 3 i Rua do Ouro, 266, 4.°-Dt. LISBOA BEE REP REE PREP ER EE BPR ER PERE EER ER EP EPR EPPO BO RPE REECE SISAIARRARRRRRRARRRRRARARRRRRRARARRRRARA RRR AR RI Ro AS GAZETA DOS CAMINHOS DE FERRO PESO EGR SCAU aa) ee COMPANHIA DE SEGUROS «BONANCA» A MAIS ANTIGA COMPANHIA DE SEGUROS PORTUGURSA Recomendada pela Companhia dos Caminhos-te Ferro FUNDADA SEGUROS: Fogo, Maritimos, Agricolas, Pes: soals, Automveis, Responsabilidade Civil, Roubo, Postals © Transportes Terrestres © Aéroos Delegagao no PORTO: R. $4 da Bandolra, 283, 1° Delegacao em COIMBRA: R. Visconde da Luz, 88, 2° Séde: Rua Aurea, 100, 1.°-LISBOA BAER EERE RERREREPEEEE PE PEE PERC ERE EERE se IReperrrrcnenerrrncennnrnnnannannannan ASSURANCE COMPANY LIMITED, DE LONDRES—1782 1787—A primeira Companhia a efectuar Seguros em Portugal—1948 Seguros conta FOGO, LUCROS CESSANTES, TREMOR DE TERRA, AGRICOLAS, QUEBRA DE VIDROS, AUTOMOVEIS, RESPONSABILIDADE CIVIL, AGIDENTES PESSOAIS, MARITIMO E ROUBO Agentes Gerais: | PHCENIX : JOAO ARCHER & C4—PORTO Em LISBOA: COSTA DUARTE & LIMA, L.°*— Rua Augusta, 100, 2.° Telef. 26922 os BARABOO EEE EEE EOE CECE ERE REPEL EA EA CEE AES BEBE RR ROR RR RRR RR RARE REAR EERO ERROR AERO HORNER FY; GAZETA DOS CAMINHOS DE FERRO. Revista quinzenal et LIVRARIA. LUSO-ESPANHOLA, L.* » * Rua Nova do Almada, 8—LIS BOA ‘TELEFONE: 94917 Travessa do Carmo, 10-A-1.°— PORTO TELEFONE: 4076 cou dactylogre! sereve maior carts por da, mas nunca ne foligoe Gabby sonpre bull sposta gua apirecpio xnibe excofferpira o3eu pessoa? a melhor maquina ce excre- gery ecguirindot oa os paras 3 mata loses 2. que, danclo maior rend ee EDIFICIO DARKE Listes bate aetecee! | Avenida 13 de Maio, 25—Sala 414 aes i RIO DE JANEIRO Rua da Sofia, 78-1°-COIMBRA TELEFONE: 2799 Junqueras, 8-BARCELONA +» ———« I ROS TECNICOS APELARIA ROGRESSO TELEFONE 22181 Sousa Baplista, L.** 29, Praga do Municipio, 30 — Largo de $. Jullio, 13 LISBOA—Telefone 27643 tipografia i litografia | encadernacao 4 banne completes, osgnente; no salao do 1.° andar AMER, irs, enntios” erKmlces de cores, Tolas falancns o fs da fotografia fornecedora da i ESTORIL PLAGE i (© MARMORE £ SEMPRE © MARMORE Secgio de artigos de utilidede © ménege Revista quinzenal Industria Quimica APARELHOS EVAPORADORES PARA CONCENTRACAO DE SUMOS DE FRUTA. TOMATES. R. A.M. Seeagem por atomizaghio ¢ produgao de produtos em pé LEI GUE, >ABAO CENTRIFUGADORES APARELHOS PARA CLARIFICACAO DE sere Ones S.E.M. Misturadores centrifugos para homogenizacao de Po- “pasta, tintas ¢ liquido CHOOOLATE DISTRIBUIDOR EXCLUSIVO ED. DARDEL RUA NOVA DO ALMADA, 24-3 LISBOA CONSTRUGOES ELECTRICAS VITORIA HILARIO. RODRIGUES RUA DO CURA, 24 TELEFONE 61642 Lisson peal eRelcd LUSO ITALIANA, L.* | 4 MEDALHAS DE ‘OURO 5 GRANDES PREMIOS principals entidades do Pais TRAVESSA DAS SALGADEIRAS, 7— (Ao Destorro) Telefone 4.2563 LISBOA GAZETA DOS CAMINHOS DE FERRO. eae Taos) L. LAP LL Lee dais ee aa eee eT SLE Baume & Marpent S. A. | Divisdo de Merpent (Frenga) Material de Caninhos ie Ferra VAGONS ‘CARRUAGENS FOURGONS, ETC. Guindastes hidréulicos para alimentagao de locomotivas— Placas giratGrias — Pegas de freios — Parachoques— Aparelhos de mudanga de via : Caizas de lubrificagao, Bizos, Aros, Rodas, eto., etc. Divisio. de ssume (Belgie) | Acess6ri Agentes gerais para Portugal e Colénias Azevedo & Pessi, L.” Rua Nova do Almada, 46 TELEF. 20354 TELEG. PESsHL LISBOA GAZETA DOS CAMINHOS DE FERRO eel Geleg it As méquinas do eostura, Pocas e Agullias que vondemos, tom a garantia absoluta de serom ma- nufacturadaa nas proprias Fé brieas da ———_—> i retSmineatlencla (anneal Geer pary LISBOA Reg. do Com. 11679 INGLESAS AMERICANAS SUIGAS OH. via NoVA DE Gar SEDE: Lorgo da Biblioteca Publica, 17, 2.°— LISBOA Porcolanas eléctricas do alta ¢ baixa tonsto —Aparelhegem eléotrion para tel6grafos 0 telofones—Tubo Bergmann —Artigos do Daquclite para todos os fins — Poreslanas domésticas, decorativas e industriais =: F, MARQUES FELICIANO 75, Rua do Crucifixo AGENTE COMERCIAL IMPORTANTES FIRMAS. FRANCESAS IRLANDESAS Revista quinzenal HERLOFSON LINE Carreiras regulares de navies répidos @ mé Reocbo paseagoiros o carga para BARCELONA, MARSELHA, GENOVA, BEIRUTE, ALEXAN: DRIA, PORT SAID, SUEZ, ADEN, MORMU: GXO, BOMBaIM, KHORRAMSHAR, BASRAH, BAGDAD via BASRAH 6, so convier, para ——————._"_Kanacn JOHN McCULLOCH Rua da Miserlc6rdia, 36-1.°—LISBOA—Telef. 80613 CAIXA POSTAL 20 TELEFONE 20388 ECAS HUNGARAS ITALIANAS SUECAS "RC On Cerone Celta Coa Uo Revista quinzenal F Lccuaitaunneahieueiassemaneneansiamieannnne Companhia Portuguesa de Madeiras Ss Antiga casa C, DUPIN & C.* Ru JUPIN~ Apartado 24—Telef. 6 2207-60746 INDUSTRIA & EXPORTACAO DE MADEIRAS: Projectos © orgamentos i : : : i : i i i i T _ Armastm 6265 —Doca de Acantare : i i i i : i : i i : i Jem guo bron srormepEnE aE Has BEEBODE CICERO ARORA RR RRA ER Sociedade Portuguesa de Graxas, L.* FABRICANTES DOS PRODUTOS = «UVENALIAy = PRRERERARID Pomadas paracalado, estofos,olea- dos, soallios ¢ automéveis. Cremes ¢ grazas para soalhos e pinturas de } moveis. JUVENOZ, limpa metais li- | quido. Pomada ROSETE para en. 3 grazadores ¢ sapateiros :2: $ g 3 Rua da Ind¢stria, 92 — 1a. 370—LIS BOR BARBER ER RARER RARER OR AREER ER RE EERE EEE Pree reeeteetetes Tornearia de Metais, lac FABRICA DE PARAFUSOS TORNEADOS EM ACO ¥ : $ $ 3 oe $ TRABALHOS DE GRANDE SERIE i SOLDADURA MECANICA GERAL, ETC. Rua Alianga Operiria, 8 Rodrigues, 9 Telef. 36-664 LISBOA PERERA R EE RAR OPER REE PERRO EEE Thanreerennonnrsnrsemnannan: 2 BE SICAL GO III ORION Electrificadora Mecénica do Calhariz, umiTaDa af Case especializeda em mecinica electricidade Fabricantes de material eléetrico de alta balxa tensto Secofonadores @ tudo para cloctricidade ORGAMENTOS GRATIS $ G1, Rua da Rosa, 63 LISBOA ‘Teter. 22654 OOO SNOB IOI Froopenencnccaannonanasisans GAZETA DOS CAMINHOS DE FERRO ENA I HOE OIE IOI MOTORES DIESEL «R. MORIN» » : i i { i A INDUSTRIAIS E MARITIMOS fm tame rouco Rorarwvos : i ; : : i Guinehos, Apetreehon navaie «Moussiauz» Embraiagens maritimas Aparethos diferenciaie eléetricos Rep: EDM. DINIS DA FONSECA, Praga D, JoGo da Clmara, 19, 1." Esq. @o Rossio) LISBOA EERO NINN NBEO pa SARRAEIOREIDAIIOIOHIE Pee Gazo-Esterilizadora, £.° Empresa Esterilizadora Colonial, L.* Cabo Verde © Angola Esteritizadora de Mogamblaue, L-#* 62, 18,300, 20.60 28, Rus Joo Evangelista, 30 -LISBOA -Telef. 27025 | PORTO- GAIA ~ Tele. 2364 PERERA RRR AR RR AA ARR AR ARR RAR ARR AA RAREE Dracaena: 5 s $ $ g ricasio de $ de construgio, rebites, porcas, aniThas, g ‘cecipalas, cavilhas, Urefonds de via, 3 3 i material de fixagio de linhas telegrificas inion LARGO DO CONDE BARAO, 14 ‘elf, 65176 (P. P.C.3 Iinhas) ‘Teleg. PREGADURA isBoa t g 3 t t t i g Fabrica—RUA DAS FONTAINHAS, 27 ¢ 29— BECRITORIO ® ARMAZENS: {pe orn sot GeO SGEEE BEIGE, Luis Baptista, Sueessores, b.* | FABRICANTES DE BSCOVAS, DE TODAS AS BSPROLES EM CABELO R EM ARAME PARA MAQUINAS TUBOS, GARRAFAS, ESTRADAS, ETO. : : race, Sa clam 2880 , amaue DAgo. RUA DA FE, 49— Liebe. GAZETA DOS CAMINHOS DE FERRO Fabrica de Porcelana da Vista Alegre, te Revista quinzenal A MAIS ANTIGA DA PENINSULA—FUNDADA EM 1824 AS MELHORES PORCELANAS PARA USOS DOMESTICOS E INDUSTRIAIS, PORCELANAS DECORATIVAS E ELECTRICAS FABRICA EM As porcelanas da Vista A DEPOSITOS ILHAVO—AVEIRO ICSE rivatizam com as melhores estrangeiras eee Rua Candido dos Reis, 18 |LISBOA—Largo do Chiado, sepE: LARGO DA_ BIBLIOTECA, 17, R/c.-LISBOA CIMENTO tl fatinia. Moreira Rao & ‘Fius, uimitTaba IN| AVENIDA 24 DE JULHO, 54-F Tele | fone: 60879 | gramas: RATOFILHOS LISBOA Paulino Ferreira, FL." ENCADERWADORES-poURADORES ASA FUNDADA EM 1874 18-A, Rua Nova da Trindade, 18-D TELEFONE: 22074 LISBOA Encadornadores da Assembleia Nacional, Camara Municipal de ‘Arquivo de Tdentifieagto, diversas Repartigies do Es- tado, Bancos ¢ Companiias, © dos prinei- ‘pals editores do Lisboa. TRABALHOS DE ENCADERNAQAO ‘em todos os géneros desde os mais simples aos mais luxuosos BROCHURAS, GARTONAGENS, PASTAS, REVISTAS, ETC. RAPIDEZ — PERFEIGAO — ECONOMIA ORGAMENTOS GRATIS AS MAIORES OFICINAS DE ENCADERNACAO DO pais A tinica casa habilitada para os maiores trabalhos no minimo tempo — Revista quinzenal GAZETA DOS CAMINHOS DE FERRO COMPANHIA| EDMOND DARDEL ALCOBIA ENG. CONSULTOR RUA NOVA DO ALMADA, 24-3."-ESQ. Fornccedores dos melhores mobiliérios Ti PORDAS Comodas de estilos || Tapecarias Poreelanas de Saxe |/ Espethos de Veneza || Candeeiros de cristal, de ferro forjado e de madeira ESTUDOS DE, EQUIPAMENTOS INDUS. Agénoia no Porto: Praga D. Jono I, 25, 1° TELER.: 24711 Rua Academia das Ciéncias, 5 LISBOA 8 A AR CONDICIONADO VENTIDACAG | AQUECIMENTO i E REFRIGERACGAO 1 NID Un setae Aer: ' ie | Representante © Distribuidor Exclusivo ' em Portugal e Ihas : i Metalurgica da Longra, Lda. RUA B, AS AMOREIRAS, 1—LISBOA | ‘TELEFONES: 67071-67072 ESTUDOS E INSTALAGOES Assisténcia Técnica Especializada | WESTINGHOUSE ELECTRIC INTERNATIONAL, COMPANY | GAZETA DOS CAMINHOS DE FERRO i GUEDES SILVA & GUEDES, (Ee / FERRAGENS i CROMADEM i FERRAMENTAS trial Portuguesa |i} de 1982 © 32, Rua Eugénio dos Sontos, 32] Telefone 2 3745 Boa . ‘Santos Mendonga i LISBOA | Rua da Boa Vista, 88 Praca da Liberdade, 414 PRODUTOS QUIMICOS | PRODUTOS METALORGIOOS (ferrosos @ nao ferrosos) para todas as Indistrias INSTALAGOES PARA TRATAMENTO DE AGUAS E SAWEAMENTO MMM | SOLICITAMOS INQUERITOS GAZETA DOS CAMINHOS DE FERRO Revista quinzenal * —— « eT Pathé-Baby | | INGERSOLL-RAND | ie e = Por. fuga ‘ L: EQUIPANENTOS PARA CAMINHOS DE FERRO Fornecedores de Meleriel cinemalogréfico sub-Standard para todos os fins Aperelhos mudos e sonoros ALUGUER DE FILMES acentes Loboretérios cinemotogréficos pare filmes est Bm Lisboa: WIMSTELA, La Rua Alexandre EE a Gad Herculano, 11, F. No Porto: ALYARO ARNAUD ESTUDIOS PARA FILMAGENS Praga D. Jo&o I, 25, 7.° Hm Viseu: ANGLO- || -PORTUGUESA IMOUSTRO-COMERCIAL, L Rua Serpa Modelos da classe — «PAX» e «GEM» Pinto, 76-80, Para as Colénias: METROCOL, L.! 9,5 ov 16%) R. dos Douradores, 6, 3:, diteito, Lisboa. revioos i - = Pathé-Baby Portugal, Limitada Telegramass INGERSOLL Lishoa Tele 99671 TIEEOA PORTO Praca Duque do Terceire, 24, 3.° Esq. R.S, Nicolau, 22 Rua Santa Catarina, 315 LISBOA Ce — = = “ - = — = % JC | Compania | José Gaspar i da Carreira, L. UIDENO 1d» d CASA FUNDADA EM 1896 Fabrica em Alhandra ARMAZEM DE PAPELARIA ARTIGOS DE ESCRITORIO (0 PORTLAND ARTIFICIAL MEROEARIAS FINAS ate SABONETES E PERFUMARIAS Ferro para fundigao SEDE Escrilério © Armezém: Rua da Vit6ria, 88-2° LISBOA ; TELEFONES: 28662— 25895 Rua dos Fanqueiros, 360-1. Bara eae eee as eee sneer Avenida dos Aliados, 20-3.— PORTO fone 27 656 TELEFON, 184 1 ee ummm LISBOA * he es Gazeta dos Caminhos de Ferro $$ GOMEROIO HB TRANSPORTS — ECONOMIA E FINANCAS — ELECTRICIDADE E THLEFONIA —OBRAS PORLIGAS =NAVEGAQAO E AVIAQKO—AGRICULTURA E MINAS—ENGENHARIA—INDUSTRIA & TURISMO Fundada om 1888 por DE MENDONCA £ COSTA lor CARLOS D'ORNELLAS Redacco, Administragto ¢ Oficmas: Rua da Horta Séoa, 7, 1." — LISBOA —Teletone: PB X 20158; DireeoRo: 27520 1s Peto, 187 © 190, Tene, (Hatado6 Unione, 190 Promlads nas Exposigdes: Smamrmans 28 toms um wm nats oe rat Lites, 198; Rio de Janelry, 1908.—MEDALIAS DK BRONZE: Antocepi, 380: Deleerdo ao Piste: CARLOS ROCHA, Frage Guilherme Gomes Fernandes, 652. Tustone 2419 Deleride em Eepana: JUA¥ 0. CABRERS, apm 0m, Madre 1469 %m 1— JANEIRO —1949 % ANO LX Qeeo 64° Némero avuleo: Exc. 5§00. Assinaturas: Portugal (wemestre) 30800 Africa (ane) 72500, Nameros atrazados 7850 —Nameros Especiais (avaleo) 25800 REVISTA CUINZENAL ‘earerA os, “CAMINO? DE. FERRO! “ CONSELHO' DinlECTIVO : Gonarel RACH HeTEVES Gorosel_ ALEXANDRE LOPES GALVKO Bagonhero RAUL DA. COSTA. COUVREUR Eagentelro AUGUSTO CANCHLA DE ABREU Engonteire LULZ FERNANDO DE SOUZA oinscron: CARLOS DORNELLAS neoaccho: ngomnetro ARMANDO VERRENRA ALVARO PORTELA KEELO DE DETTENoovRT COLABORADORES. ‘Genees! JOAO DE ALaEIDA, Coronel do Eng CARLOS ROBIA MACHADO Eagontelzo CARLOS MANIITO TORRISS Coronel de ngonbaria ABEL URBANO Mejor ce Rogers ARO come caRto8 ©. 8. GoNcaLvat CARLOS BIVAR. 3. le COELHO DOS REIS Profesor VIDAL CALDAS NOGUEIRA COLABORADOR aRTisTiCco: ‘STUART DE CARVALHATS U,..M., A, oR [© Gaminbon de Ferro, pelo General RAUL ESTEVES. Balanen forrovlario de 1948; pelo Captido de Bngonhiria JAY ME: Da influéneta das Vias do ‘Coimuinicacio hax Concentracdes Popu: Inclonals, por ALBBRTO CARLUS BRAGA JUNIOR," . ca por ANTONIO MONTES " VIDAL CALDAS NOGUEIRA 16 fem 1949, por J, LUCAS a Caminhos de Ferro no Ultramar, servindo o sinteriands estran: xeiro, por GUERRA MATO 19 Actividade dos Caminhos de Ferro de Mogambique, pelo Pro. fessor JOSE FRANCISCO RODRIGUES. = ab Um percaleo ferroviario, por ALEXANDRE SETTAS . 23 Rfemérides ferrovidrias,’ por CARLOS NONO 25 Entre os doutores de Lamego, por AQUILINO RIBEIRO 2 Caminhos de Ferro da Bi Burma), por CARLOS BIVAR 50 Faz gore anot!, palo, Major HUMBERTO CRUZ, 38 0 Aerodromo das aaa ln “Tercera, por BRENO Dis VASCONCELOS" 3 Engenheiro Raiil da Costa Couvreur | 2 Coronel de Engenharia Lopes Galvao 30 © Mundo hd sessenta anos, reportagen retro ptotiva je REBELO DE BETTENCOURT 40 Linhas Eatrangeiras : : u Recortes sem Comentarios Fj ace 6 Guimardon, ee o ‘suas dspiragdon 55 Kroes grandes Tecirson =. @ ia.@ a sua importancia evondinica , Estarreja — As possibilidades ccondmices desta linda vile. 2 A'Viia de Ovat © on seus oncanton - % Oliveira de Azeméis — Cuon} 2 §, Joflo da Madeira — Uma grande cidade em formagio a2 Vila da, —As suas possibilidades econdmicas 85 © Palicio de Cristal, no Porto, vai sor substituldo 89 Notas da Qainsens, por REBELO. DE BETTENCOURT « Mm HA 50 AMOR ew oe : Revista quinzenal Gaminhos de erro 1_RAUL ESTEVES modernos, 08 novos meios de transporte, como o automobi- lismo ¢ a aviagio, criou para os caminhos de ferro, uma nova situagao que, por toda a parte, tem chamado a atengiio dos poderes ptiblicos para Ihes dar uma conveniente solugao. Na verdade, os eaminhos de ferro que, por tantos anos, detiveram a posicao de principal agente das comunicacdes terrestres, com a garantia de uma espécie de quaze monopdlio, ofereciam entao as necessdrias condigdes para atrair o emprego dos capitais partiou- lares, que assim vieram colaborar no estabelecimento das redes fer- rovidrias de cada pats. Com a nova situagao eriada nos modernos tempos, em que a concorréncia dos outros meios de transporte veio alterar profunda- mente aquela posigao fundamental, 0 problema revestiu uma feicao que nao pode rigorosamente ser encarada pola forma que anterior- mente se The atributa, Por um lado, o desenvolvimento do trifego niio comporta as grandiosas proporcdes que deveria apresentar para satisfazer a con- corrénoia, ¢ digamos mesmo a sobreposi¢io, de varias redes de trans- portes estabelecidas sobre o mosmo territério. Por outro lado, as exigéneias impostas pelos melhoramentos a introduzir necessdriamente no antigo material de exploragao ferro- vidria, acarretaram, sem divida, um considerfivel dispéndio, que nio O consideravel desenvolvimento que assumiram, nos tempos GAZETA DOS CAMINHOS DE FERRO GAZETA DOS CAMINHOS DE FERRO Revista quinzenal era comportavel para as disponibilidades das empresas que tinham a seu cargo aquela exploracao. Daqui resultou, evidentemente, que, por uma notiivel redugao nas receitas ¢ um importante acréscimo nas despesas, o balango das empresas ferrovidrias acusou um desequilibrio dificil de remodiar. A tinica e logica solugao a adoptar para se acudir efieazmente a este estado de coisas, consistiria, naturalmente, em ir procurar a uma clevagio de tarifas a necessiria compensagao para obter 0 aumento de receitas da industria que assim se manifestava em crise. Mas esta solugio, que as circunstancias ocorrentes exigiam que aleangasse uma importante verba, vinha trazer como consequéneia inevitével um reflexo bastante nocivo para a economia nacional, e “assim 0 estudo do problema teria de ser conyenientemente remon- tado até as suas bases primordiais no que respeita ao caréeter que Ihe deve ser atribuido de um verdadeiro problema nacional. Como primeira base a encarar neste estudo ocorre necessaria- mente a definigao exacta da posigdo dos caminhos de ferro no con- junto da organizacao social de um pats, ¢ essa definiedo pode ser per- foitamente expressa na seguinte questiio: E’ necesséria 4 economia nacional a existéncia de uma rede ferrovisria? Sem nos explanarmos na longa ¢ conheeida série de fortes argu- mentos que se apresentam em prol da resposta afirmativa, podemos concluir sem restrigao que ela 6 absolutamente justificada. Sendo assim, outra questAo se segue que contribui poderosa- mente para caracterizar a actual posicio dos caminhos de ferro em relag&o sua conyeniente exploragio. Essa questdo 6 a que se refere as condigdes que reveste hoje essa exploracto para que admitamos que ela possa ser objecto de uma inddstria particular, com a necessaria retribuigio que ela deve exigir. Ora, neste ponto, eremos bem que dificilmente se poderio eriar para a exploracao ferrovisria, condicdes remuneradoras que atraiam hoje o avultado emprego de capitais particulares. Essas condigdes 86 poderiam resultar de exageradas restrigdes impostas a outros meios de transportes que com ela nao estivessem. associadas, ¢ de um aumento de tarifas quase ruinoso para a econo- mia nacional. Assim, a nosso ver, 0 problema tem de ser encarado de um ponto de vista superior, tendo em atengao principalmente os verda- deiros interesses nacionais, Revista quinzenal GAZETA DOS CAMINHOS DE FERRO Proeura-se, actualmente, em muitos paises, realizar o que se chama a coordenagio dos transportes, ¢ entre nés comecou-se por fomentar a fusao de todas as empresas ferroviirias. Mas, salvo melhor opiniao, crémos que esta unificagao, restrita unicamente aos transportes ferrovidrios, deixa o problema lamenté- velmente mutilado, pois que, como se conelui do que tomos dito, a coordenagio mais eficaz tem de abranger também, sob a mesma di- Tecgao, outros transportes concorrentes. Ocorre naturalmente indagar se tal coordenagio pode caber nos recursos e nas atribuigdes de uma empresa particular, e, se esta, a formar-se hoje do novo, encontraria o necessirio ambiente favoravel nos meios capitalistas que a teem de financiar. Esta 6, a meu ver, a primeira e principal questao que deve ser posta quando se queira estudar praticamente o assunto. O auxilio que o Estado possa prestar a realizagio do objective apontado, para ser realmente eficaz, ha-de revestir neoessiriamente um carécter absorvente que quase se pode considerar como uma apropriagao efectiva da exploragao dos Caminhos de Ferro, @ assim resultaria para eles uma posigio anfloga a que justificadamente tém os Correios e Telegrafos. GAZETA DOS CAMINHOS DE FERRO Revista quinzenal osonotiya DssehElserit, 10, do ume aio destinada s0% Camishos Ge Perro Portngsses réde ferroviiria portuguesa, sem pro- aresso desde 1938, ano em que se abriu & exploracao a linha de Cintura do Porto (18 quilémetros de Contumil a Leixdes), foi em 1948 ampliads com 14 quiléme- tros de via large, assentes entre Cabeco de Vide e a estaczo de Dortalegre, ligando as linhas de Evora e Leste, ¢, com 17 quilémetros de via es- treita, de Celorico de Baato ao Arco de Baulhe, em prolondamento dalinha de Vale de Tameda, que continua linha de saco, com extensiio agora de 53 quilémetros. Aparte tio limitada ampl ferroviéria, ficam em curso tra pontes, renovagdes ¢ balastragens de via, etc.; tra- balhos de ampliaciio de algumas estacées, como sucede em Torre da Gadanha, Beja e Portalegre; ¢, duplicacao de via entre Cacém e Sintra e entre Chao de Macis ¢ Caxarias. :p alanco ferret Palo Capitke de Engenharia TA ridrio de 194: E GALLO deveria também incluir-se nos melhoramentos fer- roviérios realizados em 1948, mas, circunstancias mais ou menos justilicéveis, si0 motivo para que ‘apenas 2000 metros des! a tenham sido assentes. Como ja tivemos oca: de refes noutro némero da Gazeta, esta variante encurta © desenvolvimento da linha do Sul de cérca de um quilémetro, e vem melhorar consideravel- mente o tracado actual entre Beja e Santa Vité- ria, simplificando também enormemente a explo- raco, porque suprime a inversio de comboios ¢ locomotivas na estasio de Beja, em seguimento da linha Sul. A tio pouco, como acabamos de indicar, se re- duzem os melhoramentos que mezecem referéncia, evados a efeito em 1948, no sentido de aumentar fa extensio e a importaacia da nossa xéde ferro- viéria. Em compensagfo, material circulante moderno veio valorizar bastante a réde dos no: nhos de ferr Revista quinzenal explorac&o com manifesto beneficio para o pablico e empresa concessionéria. Assim ao mesmo tempo que potentes locomotivas Diesel-cléctricas, adqui- tidas na América, vieram aumentar as possibili- dades da Traceio, também automotoras Diesel, recebidas da Suécia, carruagens metélicas impor- tadas da Suica e vagons americanos estio ja circulando nas vias térreas largas, beneficiando o transporte de passagciros ¢ mercadorias. E/ incontestavel: que, no nosso pais, a réde fer- toviéria continua a nfo acompanhar o ptogresso da réde de estradas, a qual desde hé anos pode considerar-se completamente renovada e conside- rivelmente ampliada, devido a preferéncia que, nos transportes terrestres, o Estado Ihe tem dado, construindo inteiramente & sua custa, e supor- tando integralmente todas as despesas de conser- GAZETA DOS CAMINHOS DE FERRO réde ferrovidrie antes de 1938. De facto, nos xilti- mos 40 anos, a réde de via larga foi ampliada apenas como segue: em 1908, conclusio do assen- tamento da linha de Evora a Méra (60 quiléme- tros) abertura a exploracao desta linha e do ramal de Pinhal Novo a Montijo (11 quilome- tros); em Setembro de 1909, inauguracao da explo ragio no ramal da estagio de Torre da Gadanha a Montemor-Novo (12 quilémetros); em 1912, construgio do pequeno ramal de Aveiro a0 Canal de S. Roque (3 quilémetros), como dependéncia do estagio de Aveiro ¢ destinado exclusivamente fa servico de mercadorias; no mesmo ano, constru- eGo da abandonada variante da linha do Norte, entre o antigo apeadeiro de Sisto e a estagio de Granja (5 quilémetros), prevendo que a continua- gio do avanco do mar, em Espinho, atingisse a vaciio, sem a minima participacio da camionagem ou do automobilismo que usa as estradas. Tnaugurado em 22 de Maio de 1936 o troco do eaminho de ferro do Vale do Sabor, entre Moga- doure ¢ Duss Igrejas, com 33 quilémetros, cle- yando a 106 quilémetros a extensio d’esta linha de saco, caja consteusi 40 anos, temos que ne via estreita, decorridos 12 3 86 mais 17 quilémetros de caminho de feero siio entregues ao uso ptblico. Semelhantemente, na via large, inaugurada em 18 de Setembro de 1938 a linha de Cintura do Porto (18 quilémetros de Contumil a Leixdes), 35 dora, decorridos 10 anos, nova extensio de via rga se apronta (14 quilémetros) prolongando até A estacho de Portalegre a linha de construcio iniciada, em 1913, na estacéo de Estremoz. ‘Também nao foram grandes os progressos na actual linha férrea; de 1914 a 1920, inauguragio da exploragao em varios trocos da linha do Vale do Sado, em extensio total de 140 quilémetros, ligando Setubal com Garvao; em Julho de 1923, abertura & exploracéo do pequeno troco de 4 dui Iémetros, entre Lavradio ¢ Seixal; em Agosto de 1925, abertura A exploracéo até Souzel (20 quilé- metros) do 1.° troco da linha de Extremoz a Ca: telo de Vide, de construcao iniciada em 1913; em 1927, inauguracdo da linha de Evora a Reguen- 408 (40 quilometros) e do trogo do ramal de Sines entre Ermidas e S. Bartolomeu (21 quilémentos); em 24 de Setembro de 1928, abertura a exploracio da linha de Lamarosa a Tomar (15 quilémetros} em 1951, conelusao da linha de Louzi a Serpins (6 quilémetros); em 1954 ¢ 1956, inauguragso da exploracie nos trocos da linha de Sines, respec vamente de S, Bartolomeu a Santiago (10 quil GAZETA DOS CAMINHOS DE FERRO metros) e entre Santiago e Sines (16 quilémetros); ¢, finalmente em 1937, sbertura a exploracao do trogo entre Souzel ¢ Cakeco de Vide (50 quiléme- ‘tros) pertencente & linha que iniciada em Extre- moz no ano de 1913, fica em 1948 ligada A estacio de Portalegre, com extensio de 64 quilometros. Excluimos a linha assente em 1945 de Vale de Santarém a Rio Maior (0 quilémetros) por no estar entregue a servico pablico, sendo por enquanto linha em regime de cramal parti- colars. Como principal éréfo da viagio terrestre, pa- rece que mais nfo mereceu ser valorizada a nossa s@de ferroviéria, no lardo periodo de 40 anos, que terminou em 1948, 0 due achamos deveras lamen- tavel, sabido que os caminhos de ferro, muito mais do que a viac&o por estrada, tem de contri- buir permanentemente e de forma intensa para o aprovisionamento dos grandes centros de popula~ ¢ das induistrias que se encontram por todo 0 Pats. Revista quinzenal S608 caminhos de ferro podem assegurar os transportes em grande volume ¢ peso, a grandes ncias,e, nestas condigses, forcoso é considerar (© transporte por estrada complementar do cami. nho de ferro; contudo, sss quilémetros acrescentados a réde ferroviéria, corresponde sem- pre progresso muito maior na réde rodoviria, re~ sultando que em 1949 a xéde de caminhos de ferro em Portugal, comportaré apenas 765 quilémetros de vias estreitas e 2.849 quilémetros de vias lar- gas, dos quais 387 com vie dupla. Presta o automobilismo, sem divide, excelen- tes servigos a0 publico, dando-lhe acesso as loca- Tidades onde 0 caminho de ferro no poderia pe- netrar sem injustificéveia dispéndios, mas esti também fora de dtivida que tanto na economia jonal em tempo de paz, como na defesa nacio- nal em tempo de guerra, a réde ferrovidria tem ‘missio muito mais importante a desempenhar do aue a réde de estradas, s6 desta forma se justifi- cando a enorme despeza de sua instalacio. Ropresentacao grafica da progressao da rede do via larga de 1908 a 1948 HiShaine oor «tone do 90 guilgmeion, ana sto a Arce de Baulhe, se encontra marcada para Janeiro 2 (2 i \ \ \ 1 | \ | ! i | | | i \ | 4 } i 2m 106, entro Yale do in servic abies yragio nas linhas do Cabeso de Vide a Portalogre « de ie 1949, Revista quinzenal GAZETA DOS CAMINHOS DE FERRO inluéneia das Uias de Comunicaca as Coneentracdes Populacionals Der ALBERTO caRLos BRAGA J.er A vida, Natural 6, portanto, que o homem procure fixarse de conte com maior facilidade de movimentos 2, onde taoilidade ee encontre, apareca em maior niimero. ‘Assim, dum modo geral, nds verificamos que os primei 108 aglomerados humanos importantes surgiram junto dos grandes rios. Porque? Simples coincidéneia Nio, decerto, porque os rios davam to homom dgua em abundincia ‘© Ggua= pto-+ vias de comunloagio, No alvorocer das pri- moiras elvilizagGos, hd mals do uma dozona de milhar de ‘anos, 08 molos de produefo ao aleance do homem limitavam- “40. forramentas toscas, feitas dopedra, pau ou 0880, 0 que tomnava tarefa extromamente penosa, som égua que a amo- ecesse, rasgar a face ondureelda da terra; o revestimento ‘lorestal ocupava extenstes enormes da superficie do globo, restringindo grandemente as zonas de cultura que #6 com Srrigaglo sistemétfca propiclavam ao homem certa fartura de alimentos em toda a roda do ano; 0 homem ainda nto aprondera a domosticar o cavalo, que duranto muitos #6. eulos seria o seu vefoulo mais répido, mas j4 sabia fazer Darcos; as florestas densissimas, onde em cada reoesso Podia encontrar-se um inimigo, com mil o um obstéculos a ompeear a mareha, nfo favoreciam a cireulaglo por t ‘quo era a pé. Como nfo havia elo de proferir, para viver, ‘vastas planfolos ques fguas dos grandes rios tinham trans: formado em ofsis perpétuo, onde o solo era féeil de cult. var, a colhelta abundante, ¢ nada entravava a liberdade de ‘movimentos?! Deu pois ems abandonar sou mister de cazador ervante, muito mais contingente e erigado de difieuldades, pera so entregar uo cultivo do solo e as moradias eomege. ram 1 aparosor 0 longo dos ros, adensando-se no sentido di for, estacto términus da grande via quo era o rio testa do outra via maior —o mar. No entanto, o quadro que scabamos do osbogar nto cor- raxpondo sempre, nas suas Hinhas gorals, & forma como fo- ram eriadas as condigbes de desenvolvimento de todas as primeiras civilizayGes conhocidas. Uma dclas, a eivlizagto Egela, fors0 diferentomonte, Nao tivoram of Egeus como pétria nom planuras de largos borlzontes, nem rlos do éguas fecundantes, mas 0 espago limitado das iihas do Mar Egou, ‘poquenos terragos permanontemente a romirarem-so no mar azul, em que a égua pera a cultura era dom de um 86a pouco prédigo © a torra tinha muitas vezos quo ser raepada do oreo das montenhas. Que so darla onto, para quo suas ol- nde erescoosem 0 tanto prosporassom, « dospelto do certa cscasser de alimentos bésicos, para que as artes © manu facturas atingissom umes inscessivois ae outras civil 0s, para que se gozasse dum conforto © nival de vide q 6 multas dozenas do séoulos apés a sua dorrocada trégien, © homem tornaria a encontrar? Apones isto: a estrada rut Tanto do Meditorrineo que os Tigous, eolocados no eentro do mundo civilizado de entto, percorriem em todas as direetdes, © conhosiam como nenbuns outros. Bastava a histdrla da clvilizagto Bgola para saliontar o papel de importdneia das Vias de comunicagto na formeglo das concentragbes popu: GAZETA DOS CAMINHOS DE FERRO lactonais, Ha histéria do todo um povo que, vendo o mar ‘to alcanee da mio @ sabendo 0 dotontor do n6 das comu- rnieagées entre 08 povos do civilizagio adiantada que mar. ginavam o Meditorrinco, so dedicou a oxplorar pacitieamente fa indastria de transportes, praticada através do comércio wos. E dat resultou a formacto de novos micleos ja nos portos froquontados, que no s6 se torns ‘ram entrepostos comoreiais mas, também, outras tantas ma Thas na aperiada rede do seu sistema de comunieagd sn6meno de concentragio populacional, provo- 8 de comunicagto, ocorre igualmente no inte: fe, em muitos oasos, om aftios bom ribeitinbas, Com o edrrer dos séeulos, © homem, que atacara as florestas, quer para aumenter a rea de cultura, quer para exterminto dos inimigos de toda, ‘a espéele que nolas se acoitavam on pela aventura da caga fol abrindo caminhot pelo emeranhamento vegetal. Por esse eaminhos, muitos dos pequenos niicleos de seres humanos ‘quo viviam disseminados entriram em contacto uns com 05 ‘outros, De Infelo, parece que sempre se guerreavam, mas fam, depols, por se concertarem, estabelecendo relagies ‘entre si, principalmente para permuta de sous produtos: Quando se reuniam, era em regra onde os caminhos s6 eruzavam ou deparavam com obstéculos naturais tais como los, serras, ete, porque cada grupo vinha de seu lado. Da frequéncia dos éneontros, queers natural durarem alguns ins por doverem ser acompanhados de folguedos e celebra- ‘q608 do varia ordem, transpareceu a conveniénein de, nesses ocais, existirem habitagSes e, em regra, aparecia sempre quem decidisse Instalar-se 14. Estavam langados os funda, mentos duma povoagio, talver de futura cidade, porque pelos seus variados apelos sobre os instintos do homem, entre os quais multo pesava x necessidade de convivio so- cial, itia tornar-so num contro de atracclo da regio. O mal ‘era tuma questo do tompo ¢, com o fiar dos anos os eaminhos transformar-ee-lam om ostradas © no sitio onde aparecera moradia isolada orguor-se-la povoayio de numeroso casarior que o escopro da estrada talbarla uo sabor do fendmeno da ciroulagtio. ‘A propésito, convém roforir que ao longo @ nas eneruzi thadas des 8 chapead: yedra, que os roms nog, talando florestaa, galgando rlos e transpondo serras abriram, a cruzar toda a Europa, para firmar o seu Imp6rlo, asceramn povoagdes sem conta 6, entre clas, cldadee, quo sto hoje das primeiras do mundo, No nosso pais, desempenhe: spel importante, atraindo a aborigenes que 86 encontravam dis. pers0s pelo allo dos montes, em castros, ao mesmo tempo Quo assentaram o tragado das linhas mestras do povoamento do Portugal, Nio'se deve, no entanto, eoncluir quo as vias de comu- inleagto foram causa de todas as povoagies oxistontes ou 6 inflairam na sua formaglo, Estamos mesino conven. eldos de que, em determinado estédio da existéncia do homem, a facilidade de acesso tos sitios em que so fixa contrarlava 0 seu progresso, porque, constituindo agrupa. ‘mentos Poueo numerosos @ nlo tendo criado ainda condi: ‘qhes de defesa que Ihe permitissem, em qualquor emer- genoia, lutar vantajosamente contra os poderosos. inimigos que 0 assodiavam, o homem, para poder subsistir, teve por Yores de procurar abrigo em pontos onde a liberdade de ‘movimentos ostava bastante cerceada. Ali, com aquele poder feoundo do crlago to nosso conhecido e que o leva a culti ‘var tulipas ¢ narolsos onde pouco antes pusera termo 208, bramidos do mar ou a tornar férteis as areias escaldantes os desertos om a vastidlo desoladora das tundras, langou Revista quinzenal rafzes, arranjou condigées do vida e, tomado do amor da terra, se deixon ficar pelos sGoulos fora—6 0 exso de muitas das pequenas aldeias que so cneontram alcandoradas nos montes, vestidas da cor de terra, parceendo querer ps deapereebidas entre tufos do vogetagto. Outros factores tam- bbém, tais como elima, fortitidade do solo, riquezas naturais, ote, qe na maior parte dos casos aetuam como estimulante sobre © homem, muito contribuem para a proferéncia que mostra por eertas regides desde hi milh via, a favilidade de comunicagies nessas:regides permite = sua melhor exploragao e, consequentemente, um malor po- voumento. Consideremos, por exemplo, 0 nosso continente—a Ku- ropa, ‘Todos sabemos que nos comegos do século XIX, bi, portanto, digamos, conto ¢ tantos anos, a Europa parecia ter atingide 0 ponto de saturagto, quanto a povoamento ito a corrente de imigragto para outras rogides do globo constituir farto caudal, exjo escomento soria superior, por Yyeuos, a meio milhao de slmes por ano. Entrotanto princi- piara a Revolugio Mecinica, que trazia oon sige malores da Terra: —intonsifica-se a extracgho do carvi pecialmento o de ferro, de que sao nec fenormes; as IndGstrias recebem grande impulso de muitos jento das comunicagies por afluem em abundinela, ‘vindos de varlos pontos do globo, etc. etc. Bm consequéncia disto, a vide 6 setivada nos centros industriais, aonde populace acorre, delxando despovoados os campos, © a importineta das vies do comunicaglo tornase cada ver maior, a despelto fraquoza em terra, onde se contl nua sujeito a velha estrada, ja molhorada por Mac Adam mas inda, como ha milhares do anos, limitada a forga @ A ve jdade do eavalo, © homom sont que # obra gigantesca quo quer erguer—a sun obra —osti ameagads se nfo ro. Solver o problema das vias de comuntcagto em terra, de manelra & permitirihe o transporte, nlo de 1. de carga, {Guo 6 0 caso do veiculo rebooado pelo cavalo, mas de cenirs do toneladas ao mesmo tempo, © no dosiste de seu intento: luta, lula e Iuta! E este aer comploxo, feito de barro gros: seiro ¢ de claridades is, que, hé milénlos, Inieiou gua marcha pelo mundo em portia dum sonbo que quer ver tornado vida ¢ a que vota todas as energias, mesmo quando paroco dispersé-las, edo qual nada, absolutamento mada, o rifieio raciooinado de si pro: wo ‘0. ferras, a rasgar monies, a atravessar rios s6 para afeigoar tuna trilhos por onde vlo sendo desfiadas linhas que nfo 80 be onde irto findar. Por essas Linkias, nfo hi vor do «surgo Gt ambalas, mas 86 silvo esiridento dum jacto de vapor, teo- rias de carros, lovados num turbilhio de posira, eorrem velozes em perseguign dum outro que vai empenachado de fumo e de cujes goslas eseancaradas waiem linguas do Togo, tudo ao som de ruido infernal eomo de luta de gigantes, onde nfo falta nem o estridor do eruzar dos ferros, nem 0 farfar da arrancada para o golpo final, nem os gemidos dos ‘agonlaantes. EZ os seres humanos, que, perdido: do mundo (© esquecidos no Tempo, habitam as regides por onde as Tinhas vio sendo desenroladas, sentem-so atraidos para elas, presos da sua forga mislerioan que faz erguer casas & sua ‘volta, ostremecer as toaras em ondulagto mais grossa e ver tir a terra de alegria, como que focundada, E assim « Burops, que nos comegos do séeulo XIX paresis, coin cerea de 175 milhges de habitantes, nto com- portar malor densidade de populagdo, apresenta, eento ¢ tantos anos depois, para cima de 500 milhdes, gragas, em quaia 0 homem, do" Revista quinzenal minando a forpa de expansio do vapor, pos 0 fogo ¢ a agua { trabalharem para si. &, porém, na parte da América que constitu hoje os Estados Unidos e desde a data em que s colonizagdo pelos Huropeus, ou seja fins do século XVI, que melhor s0 observa a influéncia das viss de comunicacto— entre a8 quais o caminho de ferro veio a tor papel de ro: evo — na formagto © desenvolvimento das grandes eoncer rages populacionals. O afluxo de eolonos, quo nlo para de engrossar, val alastrando, primeiramente, pols regio« costeiras — porque af existe maior facilidade do movimen- ton desde 0 Estado do Maine aif o da Flérida, regides fondo aparccom as primetras eldades. Depots, 6, mals lonta- , Afasta-se da costa, mas seguindo, dum modo g © curso dos rlos navegdvois — aqui © além, nicleos perdi- os na vastidio do continente, povoagSes ‘Vso aparceendo 08 poucos nos estados de Indiana, Kentucky, i Louisiana, etc. Ao principiar o séoulo XIX ainda nfo fora pereorrida metade da di ico da do Pacifico e pode dizerse que as povougdes © escassas cidados —nonhuma, talvex, de 100,000 habitantes esto situadas para Ieste do grande rio: faltam as vis de comunieagto ¢ as riquezas quo existem na maior pai do solo ¢ subsolo continuam aguardando que © homem as va deventranhar. No entanto, om 1821, jé esta ultrapassado 0 Missourl o es povoagdos vaosurgindo em ritmo mais epres- sado—os rios, entre os quais avulta o Mississipi, a pro- POsito do qual Bark Twain, um dos grandes exoritores de fodos os tempos, deixon pigins de humor, neia que separa a costa do Atlin GAZETA DOS CAMINHOS DE FERRO comegam a fervilhar de nova vida no ritmico padejar dos ide acontecimento, que corre em 1830: 0 aparecimento do caminho de ferro. Esto 1a estelre, como sementelra do gigantes, clda. dos nascem umas apés outras o, com vigor tal, que 100 anos dopols—aponas um sGoulo, tempo que a vide de alguns sores humanos supera—dos 115 milhtes quo habitam os Estados Unidos, talvez mais de 1/8 encontram se agrupados eo 100.000 almas. As vias de comu: longo, e, ontto clas, principslments, o caminho de ferro, ermitindoa exploragao do manancial de riquezas que exis. Hla em potencial na vastidio do territsrio americano, gers. ram actividades que se polarizaram em volta dos pontos que ofereciam mais vantagens & cireulagto. Depots de termos procurado mostrar que as vias de ‘comunicagao, ao facilitarem a aquisigto dos motos essonciais & existéncia humana, ao pormitirem a vida do relagto en- {tre 08 homens, a0 contribuirem para o aproveitamento dai riquezas da terra, exercom influéneia notavel no povoamento do globo pelo homem, nfos6na sua fixagao em regiGes doss- Ditadas como na concentraglo nos pontos mais propicios & circulagdo, desejariamos referir-nos, também, & maneira como as vias de comunieagfo, causa e efeito do fendmeno do povoamento, actuam ma formagto das concentragSes popula: cionais, Promotemos, todavia, faz8-1o em outra oportunidade, aa CAZETA DOS CAMINHOS DE Revista quinzenal PAISAGEM DE IXVERNO WA SUICA Imagens Por ANTONIO da Suica MONTES ‘Chate do Servigo co Tustamo o Publieldada da 0. F gar o verdo, nao pergunte a si mesmo:— ‘Ondo passar as férias? Conhaci a Sufea, vista do ar, quando, vai para dez anos, atravessei aquele pafs em avido, a caminho da Alemanha. Lembro-me que aterrei em Gendve, que passei ao lado do Monte Branco, que vi do alto as pontes de Basel, entran- do na Alemanha pela Floresta Neg: g Com pesar mou, nunea tinha viajado naquele pafs de maravilha, conhecido em todo o mundo pela sua hospitalidade 6 polos cuidados especiais que, de hé longos anos, dedica a indtistria do tu- rismo. Sempre que pensava gozar as férias na Sufca, encontrava um , aque {4 nos referimos, que, juntamente com os abragos de boas-vindas, nos perguntavam: —E 08 hotéis? E os transportes? Hi os frencos sutgos? Puro engano, Na Sufga, do compativeis com as eondicies do vida ¢ do raga do candidato. Procura-so por osse moio encontrar a cham da voeacko, quo bruxuleia, timida 0 incerta no mando do hesitagdos que domina a juventude do hoje. —Estndar para qué? Nom soi para que tonho voca- gio —dizem uns jd com indiferonga @ copticismo. —Ezsiudo engenharia, Os mens pais assim o quise- rai, mas en tinha vocago para médico—asseveram outros, revoltados © com franco desanimo. —Kstou aqui a servir a un baleio, Gostava, porém, do ser operirio especistizado numa fabric. Compra zia'mo lidar com as méquinas, compreends las de perto —lamentam outros ainda profindamente wlquebrados pola desorientaglo profissional em quo vogotam. Se percorrormos as oscolas superiores ou especifi- cas © as ompresas, onde estudam @ trabalham milhares do jovens, teaha-se a corteza que, nesses Ingares, hi centenas de vocagies contrariadas. Dai, apatia no trae balho @ insuficiénein no estado, No :© podo, do pé para a mio, eriar laboratérios peieotéenicos tantos quantos nocoxsirios. Mas, a-par dostes, deve levantar-se a escola ¢ chamar a sin reali zagio de tio maguo programa. Desde a escola primi ria, passando pelo liesa @ escolas téenicas, até A Unie versidade, aluno precisa ser orfontado @ obrigado a caltivar a profissio por que revele tondéneia. FE a 0s: cola, so quiser, sabo dos meios a emprogar. Por outro lado. nfo seria desvantajoso ir a essos paises, onde surgem sibios, onde o trabalho especiali- zado ¢ fecundo é uma realidade atil, onde a fabrica © a wicola Lapidam © descobrem vocagies, onde nascom grandes escritores o artistas ¢ vor o que li sa ostuda 0 quando onde. Em Portugal, o homom é feito da mesma copa © os valores poderko surgir, num escol invejével, 80 s0 nfo doscurar o axioma: 6 tanto mais perfeito o trabalho, quanto mais eompetonte © assistido for o artifice. rd pros. vooagtes 0 a vida Procurem-se, p pora. Revista quinzenal 0s Gaminhos de EM GAZETA DOS CAMINHOS DE FERRO Ferro Portugueses (io 49 Por Portugneses, 0 ano de 1949 que comega hoje? Tudo indica que ser4 muito dife- rente do que tem sido desde ha muitos anos © que se ird enfim entrar numa fase de grande progresso — no que muito tera a lucrar o Pais. A vida atribulada que os Caminhos de Ferro tm tido desde o seu inicio, como bem demons- trado ficou nos meus tiltimos 10 artigos publicados na estrangeiro fa- Thou, ouiro tanto nao aconteceu nas provincias ulframarinas, onde cinco linhas de penetragao in- ternacional estdo trazendo para os nossos portos eonsiderdvel tréfego de passageiros e de merea dorias, algumas mais do que havia sido previsto, Ade Mormugao, a da Transzambéria, a da Rodé- sia, a de Lourengo Marques o a de Benguela, Resgatamos agora a da Boira A fronteira da Rodésia © 6 natural que a da Transzambézia venha acontecer outro tanto, ficando assim inteiramente 4a nossa mao toda a rode africana, que om terri- t6rio portugues serve os nossos portos. Isto por- que a Companhia do Caminho de Ferro de Ben- GAZETA DOS CAMINHOS DE FERRO guela, tendo capitais ingleses, a sua sede é em Lisboa © 0 sou possoal inteiram: nte portugués. Eu tenho pelo realizador do eaminho de ferro do Benguela, sir Robert Willians —e todos os por- tugueses o deviam ter—um grande sentimento de simpatia 6 de gratidao, Esse homem extraordin&- rio imaginou um dia um caminho de ferro que sorvisse as minas bolgas de Katanga e valorizasse 68 ricos planaltos de Benguela © do Bid ©, a0 mesmo tempo, um porto que no Atlintico Ihe dese vasao. O sr. Willians percorreu, palmo a palmo, 0 territério, consideron a riquez® do solo © acabou por deseobrir um porto que atingia o seu fim, a bafa do Lobito, em que ninguém havia pensado © muito menos utilizado. Bram precisos grandes capitais e em Portugal nao 08 havia. Pois bem; ele os obteria na Ingla- terra. A sede da companhia teria de ser Portugal? Pouco importa, a banea inglesa faz-nos confianga. E 0 ¢ minho do ferro ferse, Levon perto do 30 anos a construir? Foi tempo de mais? Os contra- tempos foram grandes, dos quais 0 maior a guerra de 191418, Mas a linha construiu-se e sem encar- gos para o Estado, o que 6 justo por em relevo. Sir Robert Willians, votho © esnsado por uma longa estadia nas coldnias, viu, porém, o sou sonho izado. Os comboios circulando entre o Lobito ibetheville, capital de Katanga. Portugal fi- cou-lhe devendo essa grande obra que é o cami- nho de ferro de Benguela—a mais extensa via férrea do torritério nacionsl — que ha pouco tive © prazer de percorrer pela segunda voz ¢ avaliar de novo 0 progresso que la trouxe a coldnia e que fez do Lobito um dos mais movimentados portos africanos. Se 0 objectivo a que obedecou a oonstrugao da nossa rede ferrovidria continental falhou, outro tanto nao aconteceu, pois, 20 que teve om visia trazer para os portos do Lobito, Beira e Lourengo GAZETA DOS CAMINHOS DE FERRO eS Revista quinzenal LOBITO— Xstagao dos Caminhos de Ferro de Benguela Marques, 0 tréfego do centro africano, cujo movi- mento ultrapassa grandemente 0 que fora previsto. O governo resgatou agora o caminho de ferro 4a Belra, outro tanto fard certamente os da Trans- zambéria, de menos importfincia do que aquelr, mas que vai dar seguimento ao de Tete, quase conchifdo, @ entao todo o trifego que acode so porto da Bora passaré para a nossa administracao. © resgate do caminho de ferro da Beira vai permitir a ligagio pelo interior ¢ junto a fronteira da Rodésia, por uma linha férrea de que, ao que me consta, se estado j4 fazendo os estudos, a qual vai servir uma zona particularmente rica e sem meios de comunicacao. Mas tanto o porto da Betra, como 0 eaminho de ferro agora nacionalizado, tm deficiéncias de acondicionamento para servirem 0 tréfego nacional ¢ estrengeiro. HA que gastar muito dinheiro para que um ¢ outro estejam & al- tura da sua misao. Mas amplamente o merecem. B quando as duas vias férreas internacionais, a de Lourengo Marques © a da Boira, estiverem ligadas interiormente embora em linha eurva, 0 tréfego dos dois portos aumentaré ainda ¢ em sérias pro- porgdes, se a agricultura se desenvolver como 6 natural. Também @ caminho de ferro de Mogambique, agora com o seu términus marftimo desviado para a Nacala, poderé, um dia, ser estendido até ao Nyasaland. Seré um novo porto portugués a ser- vir o interior africano, de certa importancia, com tréfego assegurado no territério nacional. © projecto do porto da Nacala, que vai ser 20 posto em praca para imediata execucao, é gran- dioso © tem previsto nao 86 0 caminho de ferro ligado ao cais, mas também um campo de aviagao, afim de o por em contacto com a rede aérea da provincia © da Rodésia. porto do Nacala vem dar, porém, o golpe de misoriedrdia A cidade de S. Sebastiao de Mogam- bique, que outrora era conhecida por «Pérola do fndico> © que hé anos entrou em deploravel de. cad@ncia, Mas o progresso nao admite razdes de sontimento e dentro em pouco ela nao sera mai que o simbélico farrapo duma bandeira gloriosa, a0 canto triste dum museu. MOGAMBIQUE—A Fortaleza

You might also like