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encantadores, As vezes nem tanto, da preparagiio deste livro, Por fim, queremos agradecernos mutuamente pelas multas conversas, trlingies, "bi-transcisciplinares’ Canto *virtuais ‘como “reais"), mas sempre inspiradoras ¢ tices, pelos vatios Festins de alta teoria com alta culin sess6es de ostras em Sambaqui e os chu e pela camaradagem @ amizade que ficou eada vex mais forte A medida que o projeto progredia, irazeade noves sentidos a0 coleguismo e & colaboragho intelectual, Feelina Dagnino Arturo Escobar ~ 0 GUUTUML £ 0 POlTICO NO OCIA LATINO-A Sonia, Alvorez Evelina Dagnino Arluro Escobar ICANOS as 5 violéncia, pobreza, diser sem precedentes de exclustio parecem craclas di mente sobre os passiveis projeto: boa parte da préprias fronteiras do que deve ser defiido como arena politica: seus panicipances, insttuigbes, processos, agenda e campo de agto. Os programas de ajuste econd neolive: eniaram nessa disputa como podereses & Uubiquos competicores. Em resposte & suposta logica “inev' tével" imposta pelos orocessos de globalizacdo cconémica, 28 politicas neolibesais relaca enite 0 Bstado € a0 na definigio distintiva da esfera publica e seus paticipanies, baseada num concepelo minimalista do ivi € obrigada a assumir as respon a pelo Estado acoliberal , sun capaciclade como es ico e social, inspirados pelo Enquanto a socieded Jades socials evitad pracesso de encolhimento, para o exérefcio da cidadani desenfatizada, Nessa concep, os cicdadios devem fazer-se por seus proprios esforeas patticulares ¢ a cidadania é cada ver, mais equiparada 2 integragao individual no mercado. Uma concepgio altemat —apresentada p /mentos discutidos neste volume — ve as lutas Inigo nfo 36 do ia de cldad: rais que possam engendrar uma erdem democritica pa sociecade conto um todo. Essa concepgio chama nossa atengao para uma ample gama de esferas puiblicas posstveis onde a ‘cidadania pode ser exercida e os interesses da sociedade nto s também fundamentalmente se/ modeladas, © campo de aco das lutas demccratizantes se cestencle para abranger nfo a6 0 sistem politico, mas também o fururo do “desenvolvimento” ¢ a erradlicagad de desigualcades sociais tais como as de raga e genero, profundamente molcacas or priticas culturais e socia's. Essa concepetio ampliaca 1eco- rnhece ainda que o processo de cons homogéneo, mas interna. dimensOes diferentes tém anal 350 € Ineren- 10" Holston, Caldeira, 1999; ver também nogées convencionais de cidadanic, representag2o politica e pirticipagio e, em conseqtincla, da propria democracia, “Ambos os processes de tradugz0 das agendas dos movimentos fem politicas e de redefinic2o do significado de “desenv mento” ou “cidadac", por exemple, acarrezam 0 estabelecimento dos estudos culfurais qu nova sobre os objetivos o ciais na luta contemporanea pelo destino da democracia ne América Lati 16 UM NOVO CONCEITO DO CULTURAL NAS PESQUISAS SOBRE MOVIMENTOS SOCIAIS LATINO-AMERICANOS > DA CULTURA A POL[TICA CULTURAL. Este livro pretence antes de mals nada set uma investigacao sobre a relagio entre cultura e politica.” Afirmamos que essa relagio pode ser explorada pradutivamente sondando a natureza das polfticas culturais postas em pritica — com mais ‘ou menos clareza e em maior ou mentor extensio — por fodos ‘ce movimentos sociais ¢ examinando 0 potencial dessa politica cultural para promover a mudanga social, A nogio ing! ‘cultural politics € dificl de traduzir em portugues, Na América latina, a expressio ‘politica cultural” designa normalmente as considerada um terreno espe: Freqiientemente reciuzide A produgio e consumo de bens c luruis: arte, cinema, teatro ete. Aq para chamar a atengdo para o | € politica, € a redefinigto de p Esse lago consiituth como concepeao do mundo, como conjunto de significados que integram priticas sociais, no pode ser entendida adequada- mente sem a consideragio das relacdes de poder embutidas nessas préticas, Por ovtro lado, 2 compreensio cla configuragio desoas relagées de poder nio é possivel sem o reconheci de seu carver *c ativo, na medi produzem e comunicam significados. Co cutural’ nos refecimos entio 20 processo pelo qual 0 ¢: se tomna fato politico ‘As ci€ncias socials convencionsis nto tém explorado siste des entre cultura e politics. Aludimos a Alvarez, 1992 igo de Ironteizas que ocorrawns- quem — além da * — define as regras do sustentamos, pari promover 94, Lechner, 19872, 1987; Degnino, 1994). Rabin ue foi “o fomento de uma cutura seu poder mesma cuando a reesiruturacto econémica neoliberal € @ desmodilizigio dos movimentos populares dominavam @ politics no resto do México 21 ‘Ademais, embora 2s disposigbes culturais dé elite observadas: por Diamond e Linz. pudessem sem duvica ajucar a fortalecer a democracia tepresentativa com base na elite, elas nos dizem pouco sobre coma padrdes e praticas culturais mais amplos ‘que promovem 0 autoritarismo social e 2 desigualdade netéria ‘obstruem o exercielo da ci democritica significativa para cidadaos que nfo pertencem i clits Gales, 1994; Telles, ira, 1994; Hanchard, 1994), As rigidas hierarquias de classe, 1aga e genero que catacterizam as relacces is latino-americanas impedem que a yasta maioria dos Jadaos de jure imagine e muito menos reivindique publica- mente a pretrogativa de ter direitos, Como sustentamos em outro lugar, 05 movimentos populares, ao lado dos feministas, mmicricanos, de Iésbicas © hemossexuais, sssim como ambientalisias, foram instrumentals na construgao cle uma nova concepgao de cidadania democratica, que reivindica direitos na sociedade ¢ nio apenas do Bstado ¢ que contesta as rigidas hierarquias sociais que ditam lugares fixos na socie- dade para seus (no) cidadaos com base em critérios de classe, faga © génere: agencra formas de sociabilidade numa onseus nivel Nese senda ae amental ps considerago des paiva nigoes de poder a serem transformadas. E, rz ampliayao © aproturdamen’9 Ge modo a Inciir 9 £03 ms consepeto de dems a Caldeira (a sat) de como € por que defesa dos direitos humancs dos eximinosos comuns continua a ser vista como "algo ruim ¢ condenavel” pela maioria dos 9 llusuis pungentemente por que — A luz do consiante autoritarismo sécio-cultural — "a ¢ social deveria olhar para além do sistema politico* a0 \eorizar sobre as tansigdes democraticas e explorar 0 modo como “os limites da emaeratzacao estzo profuncamtente incrus: tades nas concepgdes populares do corpo, éa aunigio ¢ dos direitos individuais’. A penetracao das nogdes iis do ‘compo € individuo ilimitados', suscenta Caldeira, impede mente a consolidagto dos direitos civis ¢ individusis bisicos no Brasil: "Pssa nogio é reiterada nto coments como ento trabalhar para re-significare transformar as concepcdes ais dominantes dos direitos e do corpo. No encanto, apesar da atencio renovada concedida & cultura ica em algumas anélises politicas recentes, 0 cultural continiia a tocar o segundo violino nas cléssicas harmonias eleitorais, paridirias e politices que inspiram a andlise (neo) inst iberal_ A maiosia dos-tedricas. tradicionais conclu que 0s movimentos sociais © 25 associngSea.cfiicas. desempenham; na melhor das hip6tses, um papel secundério. nna Gemocratizagio e tem, portanto, concentrado sua tengo ha instituctonatizacao politica, que considerada “o fator mais importante e urgente na consolidacicda democracia? Diamond, 1594; 15), = Em conseqiiéncia, as discusses sobre a democratizagio s¢ hoje quase que exclusivamente licade das instituigoes © processos politicos repre- sentativos formais como, por exemplo, tos “perigos do presi- dencialismo" (Linz, 1990; Linz, Valenzuela, 1994), na formacie consolidagio de partidos e sistemas pa GMainwaring, Scully, 1995), € lidade® Guntingzon, 1991; Mainw: M-se Mo que os ci cos Datizaram de “engenharia institucional”, requ lidagao da democracla Fepreseitativajno Sul Uma tendéncia recente no estudo dos mori \ericanos parece, enclossar esse foco exclusive sobre mer I (ver Foweraker, 1995). Embora a teratura mais antiga sobre os movimentos gos.anos.20.¢.80. louvasse sua suposta abstencio da politica institucional, sua 23 defesa da sutonomia absoluta e sua Enfase na demociacia ethos de tucional” (Doimo, 1995 1994), que tornaya dificil para os movimentos art eficicia suas reivindicagdes nas arenas politicas formais ‘Outros tedricos destacaram as qualidades paro Lérias, dos movimentos ¢ eafatizaram sua incapacidadle de trans- Cender o local ¢ engajr-se na realpolitik tornada inevitével pelo reromno 2 democracia eleitoral (Cardoso, 1994, 1988; Silva, 1994; Coelho, 1992). ‘Ainda que a9 relagses doz mevimentas socials com os partidos, o Estado e com as inatituipbes frigeis, ‘cularstas e amitide corruptas os teginnes clvis cla América Latina meregam certamente atencio dos estudioscs, essas we de que arenas pablicas no-go radas ou con possam ser igu Gidadania democriticn signi subalternios, Ao chaniar a atengio para as polticas culturais dos movimentos sociais e outras dimensdes menos mensurdveis is ou submersas, dz aco coletiva Os virios artigos se detem numa v ricos que podem nes ajudar a transcender algumas das ic uma luz diferente sobre s priticas dos movimentos sociais esi20 05 recentes estudos posemarxistas @ pds-estruturalistas sobre den puiblicos, M CULLORA BP MOVIMENTOS SOCIAIS Ss Lr arte apes Shee 9a Se naa Uma maneira particularmente frutifera de ex; ‘a8 intervengoes pol imentos social pira dentro e para além da sociedade politica e do Estado ¢ analisee a configuragio das redes ou teias dos movimentos 1963; Lancim, 1994a; Fernandes, 1994; Scherer-Warten, 1993; Putnam, 1993) Alvarez, 1997 ‘um lado, varios dos capitulos seguintes chamam stengio para as piaticas culturais ¢ redes interpessoxis da vica cotklians que sustentam movimentos sociais ao longo dos fluxos ¢ refluxos de mobilizagio e que infundem novos significados culturais has préticas politicas © na agio coletiva. Fssas estruturas de ignificado podem incluis diferentes formas de consciéncia € priticas relativas, por exemplo, A natureza, A vida de baiero ou 4 identidade, Rubin, por exemplo, descreve com clogtiéncia © modo 10s populares radicals em juchitén, México, extiaem forga d 63, comunitérios € étnicos Ele destaca com ociais* aparentemente.apo- cos, tis-como bancas de mercado, bares ¢ patios familiares, ara a reelaboracao das crencas € priticas @ se tornaram “lugares importantes para & Uscussto € mobilizag2o lem Juchiténl (..) com suas car ticas de género e classe [proporcionande) terreno f repensar a politica e levanco a5 pessoas para as suas", A cen idacle atribuida as redes submersas da vida cotldiana (Melucsi 988) na modelagem da politica cultural dos movimentes encontra eco na discussio de Libia Grueso, Caslos Rosero torno de naturez ents ‘urbanos brasileiros e no capitulo de @ ros neste volume. inham que os movi- se baseiam em redes ‘com outros mov’ atores @ espaces culturais € expa ale politico dos movimenios para muito além das comunidades locais e patios faniliores e, de n0ssos autores sustentam, ajudam a contrabalansar a8 supostas propensoes paroqulsis, ragmentarias ¢ efémeras dos movimentos ‘Ao avaliat o impacto dos movimentos sociais sobre pro- cess0s mais amplos de mudinga politico-cultural, deveros entender que 0 aleance dos movimentos socials se estende para além de suas partes constitutivas dbvias e manifestages visiveis de proiesto, Como sugere An Doimo em seu vo estudo sobre o “movimento pops Em geral, quando escud cipagzo expliciiamente p sibemos onde procurar dados ¢ *| NAO € este o caso do campe dos mevimentos (n.) um tal campo basels-se em relagées Interpes- {duos 4 outros individues, eavolvendo de gaupos expetificos ¢ atravecsam 1s socials paticularcs tele como a Ig icas, bem como as & ros dos movimentos atuais estdo amplamence esp el, pelo tec com suas redes gindo os parl a Tgreja, os meios de cor Vastas redes de profissionais ¢ a axe sie pale latino-americanos sao caca vex mais regionals ¢ transnacionais no seu alcance (ver também Lipschutz, 1992; Keck e Sikkink, 1952; Fernandes, 1994), © terme “teins de movimento social’ (em contraste com o mn “rede") transmite o aspecto intdincado ¢ precério nbricagOes esiabelecklos entre ovgank zagbes dos mavimentos, participantes individuals e outros atores da sociedade civil e 0 Estado. A mettfora ca “teia” ite imaginar mais vividemente os entrelaga- também nos per meatos em mel com os terrenos naturalsambiental, pol euliural-diseursivo aos quais estio incrustados, Em.outras. palavras, as telas dos. movimentos abrangem mais do que suas organizacées ¢ seus membros ativos; elas AShalinenta pola te RTA w a wee Resco cer onene parcielmente) spéia um deiemninado.objettvo-dn:mavimente © ajuda a difundir seus discursos ¢ demandas dentio ¢ contra a insituigoes € cilturas polices dominantes (Landim, 19954 1993b). Quando examinamos 0 impacto dos movimentos,. devemos enido avaliar a extensio em que suas demandas, discursos @ praticas, circulam de modo capilar, como numa tela (por exemplo, como sio iitillzados, adotaclos, apropriados, cooplados ou reconstruidos, conforme 0 caso), 8m arenas itucionais ¢ culturais mais amplas, Warren, por exemple, ltica # nogao predominante de que Is do suces de um movimento social € sua capacklade de consegul mobilizagdes de massa e protestos publicos’, argumentando que na avaliagao de um movimento como o Par ia — baseado em educacio, idioma, reafirmacao cultural ¢ direitos coletivos — devemos considerar que pode nao haver nenhuma manifestagio para coatar porque nto se tram de um movimento de massa que gere protesto. Nas havera geragoes novas de tudantes, lideres, professores, agentes de desenvolvimento & jdasos da comunidade que foram tocados de algumz maneira pelo movimento pan-maia ¢ sua produce cultural Devemos levar em discursos Dera Ci koeee Taree viene tulmae caeliee iA beak Mane MecnetR SB: edes ou teias e como os movimentos, por sua vez, modelam a dindmica e 0 discurso daquelas partidarias sem fins lucrativos que traby mulheres cantam fortemente com os asforzos de mulheres posi clonadas em redes linspiradas no feminismel” no Chile contem- io © re-signill- cagio relativamente répida, ainda que seletiva, dos discursos € tas latino-americanos por insotuigoes culturais dominantes, organizagdes paralelas da sociedade civil e poltica, 0 Estado e « establishment do desenvolvimento, OS MOVIMENTOS SOCIAIS E A REVITALIZACAO DA SOCIEDADE CIVIL «Tal como a nogio de culturt politica, o conccito de sociedade civil testemunhou também um renascimento significstivo, um verdadeiro boom conceitual, nas ultima década (Cohen, Arato, 1992: 15; Walzes, 1992; Avrivzer, 1994; Keane, 1988). Andrew Arato atribui *o notivel ressurei- mento desse conceito! ao fato de que: 48 quais proporcionou uma neva compreenale Essa exratégias se baseavim na organizigio auiénoma da sociedade esfera pil de todss as formas de comunicagio Estado ou pelos partidos. (1995: 19) Com efeito, como diz Alfred Stepan, ‘a sociedade ci tornou-se a celebridade pol ‘americanas recentes do regime autoritétio (Stepan, 1988; 5) € foi uniformemente vista como um ator significativo (embora secundétio) na literatura da democratizagio, Em seu artigo neste volume, Yddice sustente que, sob o Estado em proceso ée encolhimento co neoliberalisio, a sociedade civil floresceu" {mas um terreno de Iu TeSys Or ed beeelaaan 1995) € até “planeta , 1994 © 1995), Tmbora 08 esforgos para clelimitar esse conceito variem ‘0 — Indlo de definigoes abrangentes Cem algunas versbcs, residuais) que inclvem tudo 6 que naoéo Estado ou o mercado, até concepedes que restingem a nogaoa formas de vida assoc tiva organizadas voltadas para « expressio de interesses da sociedade —, « maioria inclui 9% movimentos socials seus componentes centrais © mis vitals. Ademals, sn @ ativistas, tanto conservacores como progress © potencial democratizador da soctedade «i nacional, regior Nossos colaboradores endossan na medida em que 4 sociedade ci perf woes ie Cael Na at essa visto post: amidde a a contesiagia cultural ¢ politica, Porém, eles também chai atts ressalv jantes, mes nem sempre exploradas, Primeiro, desticam que a sociedade civil nao € uma familia ou uma ‘aldela global" homogéneas e felizes, tminado as vezes por relagSes de poder |. atodemocritieas e pelos problemas constantes de racismo, Hetero/sexismo, destiuigo ambiental ¢ ouiras formas de | “exclusdio (later, Alvarez, Lins Ri ps € sua relacao com terais e privadas, fundagdes ¢ ONGs trai nna América do Norte, so também assinaladas como questoes politicas e te6rices especialmente complicadas para os movi- mentos da regio atualmente (ver também MacDonald, 1992; Ramos, 1995) , 1954; Walzer, 1992; Lebo, 1993). Lins m ser de fato um sujeito politico efetiva fragmentado, descentrado em um mundo pds-maderno, mas o custo da fle: lade, do prag- matlsmo e dj. fiagmentagio pode muito bem ser 0 reformismo quecer” timidade © sesponsal femi em que as ONGs parecemas vezes agit como org ‘out "para" em ver de “nfio" govemamentais. E Yadice pergunta: {nto poderial a efervescéncia das ONGS {teil dois sentido: Jara eustentar um setor péblica evacuado pelo Estado €, a0 (0 tempo, tornar possivel para o Estado livrar-se do que antes era consklerado de sua responsabilidade?" Em segundo lugar, varios dos capitulos deste livro nos advertem contta o aplauso ingénuo as virtudes da sociecade fem sus manifestacdes locais, nacionais, regionais ou glabsis. Slater observa que ‘nllo poucas vezes, a sociedade ivil foi essencializada em um matco positivo, como 0 terreno Ho bom e co esclarccido’; seu capitulo, assim como os de Senild, Yédice, Lins Ribelco e Alvarez, destaca que a socie- dade civil € Um terreno minado por relagées desiguais de poder em que alguns atores podem obter maior acess 40 poder, bem como acesso diferenciado a recursos materiais, turais.e.poliicos, Uma vez.que a democratizacao das relapoes is — seja 20 nitel micro do lar, do bairro & da associaglo comunitéria, ou 20 nivel macro das relagdes « mulheres e homens, negros e bi rieos e pobres — ‘objetivo expresso dos movimentos socizis laino-americanos a sociedade civil deve ser entendida ao mesmo tempo como fo seu terrena’ € um de seus *alvos” privilegiados (ver Cohen, ‘Arato, 1992, esp. Cap. 10), Nesse sentido, ha uma conexto culturais ¢ so 0 lug centre sociedade civil e Estado fica embagada muitas vezes ni praticas dos movimentos socials |: enfatiza a frequente "t raglio” das ativistas feminiscas chilenas das ONGs para o Estado ¢ vice-versa ¢ chama ainda aiengao para o fato de que 0 prdprio Estado estrutura relegoes ‘no intorior da sociedade civil, airmando que ‘essa esiruturacio Conia com recursos culturais importantes da prépria sociedade ‘avil", E Slater sustente que h& conexdes entre o Estado & 4 sociedade civil que tornam iluséria a idéia de'um confronto mo de uma delimitagao entre os dois como entidades completamente auténomas (Slater, nesie volume), lo ee Me ra 0 modo como as préticas hibridas mentos sociais também desafiam amide as represen: ‘ovomicas de vida pablica e vide domésica ou privada. Rubin argumenta que as as culturais da COCE] eram freqtientemente postas em pritica nas "zonas intermedifrias de contornes que eram pouco claros’. No mesmo sentido, Diaz-Barriga (1998) sustenta que as colonas que par dos movimentos urbanos ca Cicace do México atuam de modo, semelhante dentro de “fronteiras culturais", Afirma ainda que clas ‘contestayam e ae mesmo tempo reforcavam os significados da subordinagao das mulheres, bem como favam wm espego social envolto em ambigiidade, ironia © conflite", OS MOVIMENTOS SOCIAIS E A TRANS/FORMACAO DO PUBLICO Varias concepeées do pablico — tals como esferas piiblicas, espagos piblicos e contraptblicos-subalternos—faram—[. | ordagens \iteis para explorar. DE ae enone ey T pordneos (Ifabermas, 1987 © 1986; Frascs, 1989 ¢ 1993; Cohen, ‘Arata, 1992; Kobbins, 1993; Costa, 1994) € sao retrabalhadas © expostas de virias maneiris nos capitulos que seguem, ice afirma que os estudiosos das Américas sinuit_4 sociedade disputa nas quais 10 canalizadas ¢ avaliadas' (1994: 2). Jean Franco (citada em Yuiice, 1994) sugere alnda que devemos: ‘examinat “espacos pablicos’ em vez cas esferas pu ficar zonas dle acto “Fecentementé proposias como abordagen: tum dos exemplos de Pranco, que se torna possivel aos grupos rarginais satlsfazcr necessicladles no previstas nos us0s conven: cionais de tais espagos (Yridice, 1994: 6-7). A andlise que Rubin faz dos quintais familiares e mercados locais como locais importantes para a procuiglo de signiticados sobre cultura, politica e particioacao; 0 uso pelos ativistis negros colombianos ‘de-ambientes fuviais ¢ florestais,€ os usos criativos dos zapatistas do ciberespago sto ilustrativos da re/construcdo € apro: ptiagao desses espacos piblicos pelos movimentos socials. a apropriagao de espages pablicos tals coma centros comercizis, “"""T jgdes para minar o auteritarismo ta, ndo € sufl parlamentos e outras arenas polticas nacionais ¢ transnacionais). Devernos ampliar nosso olhar para abranger também outros espacos pablicos — construidos ou apropriados pelos mo mentos sociais — nos quais peliticas culturais «80 postas em pritica e se modelam as identidades, demandas e necessidacles subaltemas, Nancy Fraser argumenta persuasivamente que a anilise de Habermas da esfera publica liberal traz lina piemissa normutiva subjacente, 2 saber, que o confines instituclons! da vida pablica ¢ uma estera pi totalmente abrangente um situagio isso que a proliferacto de ums m representa um afastamento ds demact fem sua diego. (1995: 13) Essa critica € particularmente relevante no caso da América lating, onde, mesmo em contextos pel eréticos, as informagSes, 0 acesso e a influéncia sobre as esfsres governamentais em que se tomam as di afet pequena ¢ privilegiaca da populaczo e negados as classes e 420s grupos subaliemes, Uma vez que 05 subaltemos 1ém sido historicameate relegados ao estatuto de nao-cidadaos na — sustentam virios de nossos autores —, a também como parte da democracia, egrante da expansio e aprofundamento A proliferagao de “poblicos” alt sodais — configurados, sugerem dores, a partir de redes ou teias politico-comunicatives intra @ ntermoyimentos — é, portanto, positiva para a democra no somente porque serve para “par em xeque © poder do Estado”, ou porque “dé expressiio" a *interesses populare: cstruturalmente pré-ordenados, como diriam Diamond e Lin 2 (4989; 35), mas também porque & nesses espagos altemativos que esses mesmos interesses podem mente re/constmfdos. Fraser conccitua esses espaco> al UUvos come *contrapublicos subalternos", a fim de assinalar que eles sio “arenas discursivas paralelas onde membros dos grupos socials subordinados inventam e circulam contradis- cursos, de modo a formular interpretagdes oposicionais de suas identidades, seus interesses @ neces 1993: 14). A contribuigto dos movimentos cociais para a demo- americana pode entao ser enconirada t feraao de muluplas esferas pub! icos oficais Como sustenta Baierie, para alm da luta pela realizagio de imeresses, esses expages lornam poss ‘conilitos em torno de consirago de de espacos nos quis esses coniitos podem se expressav, Assim dado a priori”. Para fe Telles, as Iutas so os 8 deixaram um legaclo yportante aas anos 90; alas ctiatam espacos piiblicos plursis, formals € descoi rue pode ceorrer 0 1econhecimento dos outros como portadores de direitos, Paoli e Telles afirmam que os movimentos populares e operiirios ajudaram igualmente constituir arenas péblicas nas quais os conflites ganham vi dade, os sujeitos coletive guagem publica que s demendas coletivas por justiga © igualdade pode como Baierle € Dagnino, elas susientam ainda que ess: esferas poblicas de representacto, negocizcio e interlocucao representam um ‘campo democritico em consirugao” que sinala pelo menos a pos le de repensar e expandir os parimetros da democracia brasileira realmente existente Como observamos scima, os publicos com mentos ou inspirados por eles esiaio marcados por relaySes de poder desiguais. Com efeito, em vez de retratar 05 movimentos sociais como “intrinsecamente viruosos do ponto de vista como esereven , Viiriog de nossos ca los exploram questBes cruciais relacionadas com a represen ago, a responsabilidade e a democracia interna no interior 43 desses publicos alternatives construfdos ou inspirados pelos movimentos sociais, Ainda assim, sustentamos que, embora contraditoria, a prescriga pablica continuada mediante 2 proli- feragio de teias de movimentes socials © de ppiblicos alternatives tem sido um desenvolvimento posttivo para a democracia exis- tente na América Latina, Nesse sentido, concordamos com 4 avalingio de Fraser de que: Qs contrapublicos subal tuosos; alguns deles si0 expl lemocriticos © jes aqueles com Inrergoes democriticas pre Conssguemn superar a pritica de seus ‘lusko © marginalizagto informal, ainda ue suigemt em feagio 8 oxclusko no icos ajudam| a expandir 0 espage dseursivo. Em princ posios nantes Isehtos de conteattglo serto agora publicamen vidos. im geral, a proliferagio de contrspsblicos subs ternos significa ums ampliagio da conesiasto discersiva, uma fleadas, (1993: 15) Embora 0 papel supostamente democratizador dos se torne mais oroblematico por questées de representatividade fe responsividade, exploradas em varios de nossos capitulos, bricacao de publicos alterrativos e oficiais pode, "dao a8 costas” a partidos ¢ insttuigoes govem: coniririo, seu estudo revels que, enquento a grande maioria dos cidadaos brasileiros descon‘ia clos politicos e considera 8 partidos mecanismes de defesa de mais de setenta por cento dos que militam em movimentos sociais pertencem ou se identificam fortemente cor politico © acreditam que as instituigdes representa ‘arenas cruciais para promover a mudangs social ‘Ainda assim, nossos capitulos sugerem que os militantes negros colombianos, as feministas na ONU, 08 lideres do movimento Pan-Mais e 0s zapatistas nfo estdo apenas lutando por acesso, incorporigio, participagiio ou inclusio na "nagio" 04 no “sistema politico' em termos pré-definidos pelas culturas politicas dominantes. Como sublinha Dagnino, o que também “4 estd em jogo pata os movimentos sociais-de-hoje-¢-0 cireito de participar na propria definicio do sistema politico, o direita de cefinir aquilo no qual querem ser inclafdos GLOBALIZAGAO, NEOLIBERALISMO E A POLITICA CULTURAL DOS MOVIMENTOS: SOCIAIS Ao encerrar, & nacessirio levar em consideracto os mi modos pelos quais a globalizagto e o projets econdmico ne beral cm voga em toda a América Latina afetaram a politica em ands Feeehles, Por um laclo, a globalizagao € seu conceito correlato, o tanstiaciona- ismo (ver a capitulo de Lins Ribeiro sobre esse cistingao), parecem ter aberto novas possibilidades para os movimentos socitis — por exemplo, fecilitando os esforcos para promover uma politica de democratizagiio nAo-territorial de questdes globais, como susienta Slater, Lins Ribeiro acha que as novas tecnologlas de comunicag0, como a Intesnet, Formas noyas de “alivismo politico a distancia". E YOdice observa que embora 1 maioris das visbes do esquerda scbre « global pessin a sociedade civil a0 contexto de 08 us02 das rovas tecnclogiat sobre 28 quais se is & globslinagto abriram formas novas do lua progressista ‘has quai cultusal 6 vina arene crucial de Na Colombia, as lutas étnicas encontram tambem ne globa- izago do meio ambiente — em particular, cia da conservagao da biodiversidace — uma conjuntura potencial: mente favordvel, Tor outto lado, varios colaboradores sugerem que a glol smo no s6 intensificaram a desigual econémica— de tal forma que um numero cada vez maior de ‘americanos-de-ambos.os lacios do Equador vive emi pobreza absoluta, com-os-do. sul privados até da redle de seguranca minima e sempre preciria proporcionadas pelos Estados de mal-estar social do passado —, como redefiniram de modo co-cultural no qual 0s movimentos socisis dever empreender atualmente suas Jutas, Com eleito, ag nealinerais esmagadaras que varreram 0 continent lem anos secentes parecam, em alguns cascs, cer enfraquecido entos populares e abalado a6 linguagens existentes ctesto, colocando os moyimentos 2 mercé de outros, agentes articuladores, de partidos conservadores ¢ narcouifico a igrejas fundamentalistas ¢ consumismo transnacional, A violéncia assumiu novas dimensdes como modeladora do social ¢ do cultural em muitss regides; classes emergentes ligadas a neg6cios ilicitos e empresas impulsionadas pelo mercado transnacional ganharam ascendléncia social ¢ politica @ cottas formas de racismo ¢ sexismo se acentuaram em conexio com a mucanga na divisio do trabalho que poe © peso do ajuste estuutural sobre as n Esté ficando cada vez m: cultural importante do neolibers poderia chamar de “ajuste sos eres, os ndo-brancos © o3 pobres. uma dimensio pol mo econémice é 0 que se OU Sej3, 0 surgimento em tos pafses de programas soviais voltados paraaqueles {grapos mais claramente exelufdos ou vitimizacos pelas politicas dle-ajuste estruturél, Seja 0 FOSIS (Fondo de Solidariecad Social) no Chile, « Comunidade Solidéria no Brasil, x de Solidariedad na Colombia, ou 0 PRONASOL (Programa ional de Solidariedad) no México, esses programas con: tuem — sob a curiosa rubrica de “solidariedade” — estratégias de gjuste social que devem acompanhar necessariamente 0 3) ico (ver Cor Craig, Fox, 1994; Graham, 1994; Rielly, 1994), Podemos, de fato, falar propriamente aqui le “aparatos © priticas de ajuste social” (APAS). Com graus diferentes de alcance, sofisticagio, apoio estaial, ou mesmo Cinismo, os varios APAS nio 36 tornam manifesta meis uma vez a propensao das classes dominantes da América Latina para experimentar e impzovisir com as classes populares — como sugerimos acim em nossa discussio sobre a cultura politica dominante do século XX —, como evicenciam seu propésito de transformar a base social ¢ cultural da mobi- lizagao. Isso talvez. fique mais cla:o no caso do Chile, onde © processo de refundagic do Estado ¢ da sociedade em ermos nealiberais esti mais avangado; com efeito, © FOSTS Chileno tem sido saudado como um modelo para outios paises Iutino-americanos (ver Schild neste volume). Como observamos no inicio de 1m concerrente poderoso ¢ ubsquo na disputa contemportinea 4 pelo slat pelo projeto de democracia. Frogrimas Gon o FOSISTuncienam enade novay exteHorias entes ent bres € Iniodurindo novos discu Ghee ae ou no 0 do *desenvolvi- ‘mento pessoal", da “capacitagio para o auto-des ajuda", da ‘cidadanta alive” ¢ similares. Esses discursos etenclem make do que o auto-gerenciamento da pobreza. De Piva maneita aparentemente foucaultiana (ver o tratamento Slater ¢ Schild dio a0 conceito de “governamenta- ‘de Foueauld, eles parecem introdutir novas formas de auto-subjetivacio, formarao de WWentidades ¢ disciplina Os participantes desses programas acabam se vendo nos tesmos ‘iduslizadores e economicistas do m: dosp a base para a mobi tado is vezes por ONGs profissiona ‘em multos casos atuam como mediadoras entre 0 E movimentos populates. ém, devemos ser ca losos, quando confrontados por Para Lo chileno ser pi — ento hé garaniias de que zagho sera permanente, Com certeza, i fos APAS ficarfio cada ver miais claras. Schild sustenta que no podemos prever “que forma a identidade do cidadaa ‘merca Fado! de hoje poder assumir, ou ém que contextos essa ide (idacle € assumida por diferentes grupos sociais®, mas mesmo Gesifi insiste que “os termos em que a cidadania pode ser adotada, contestada e disputada esto predeterminadas” p ‘ofensiva cultural-econ6i mo, Bm contraste, Paoli e Telles sublinham que o neollberalismo nto ¢ um fador; que @ logica inevitivel; cates sociais articulam 2s vezes suas 0 fato de que ¢ necliberalismo inte as condigdes digoes que os mov! poiiticas. Contudo, per ea globalizaggo trans sob as quais a acio coleti 1c medida as ref bem como-s-agera dominante concepg20 .da nos novos APAS, produzem eda restrita das politicas sockas encan reconyers0es culturais imposantes? Em que medida os grupos populares © outros movimentos socisis serao cupazes de egociar ou utilizar parcialmente os novos espacos sociais € politicos abertos pelos APAS cu pela celebragio professada pelo neoliberalismo da *sociedade Por fim, levemos levantar uma questio relative & possi dade de que as novas condigdes diiadas pela globalizacic neoliberal possam transformar 0 proptio significado de "movi- ‘mento social”. © que conta como movimento social esta sendio reconfigurado? Os movimentos socials esto refluindo a0 contexto aparentemente desmobilizacor das politicas de ajuste ‘ecttutural © doe APAS? Nao deverlamos olhar eriticamente pare a patticipagio de multas organizagdes © ONGs, antes progressisias, 08 aparatos de ajuste social? Alguns de hnossos capitilos propoem respostas preliminares x essas questaes prementes. Com efeito, € tarefa especialmente urgente investigar as iclagécs entre as versdcs ncoliberais de cidadania, sjuste social e @ politica cultural dos. movie ‘que esti em jogo € muito importante © para nds — Intelectuais, estucliosos © militantes intelecuais —, se imbiice com nossa pereepeo do mundo e do estado atusl de nossas tradigdes de conhecimento, Nesta antologia, 0 que tentamos deseavolver 6 uma indagagdo coletiva que possa nos permiiravaliar neamente ambos: referénciais tebricos € as questBes p que esto em jogo. (tradugio de Pedro M ia Soares, revista pelos autores) NOTAS ‘Uma excecdo recente ¢ importante 6 Darnovsky, Epstein e Flacks, 1995. Essa antologia s concentes nes movinentos soci contemporineos 205 Estados Unis ¢ abriga principalmente debates relatives a "policas de iden- tidade" ¢ cemocraca radical, #\fas enquanto alguns pedem 9 abandono de “cu maloria dos anit Ge nté apenas ume década seis, a medida en que a ‘mespage para exercieio da poder ead a forza per 6 a 6 o tabalho de ct Wioron ssioiadbe3 cars «20 dlarorsive al al nan no at dee oie spd se ce fzado, que qualquer interprtapao da teliéade pode ser sempre ‘Snead. Tenor ch nae pertanetceave una reneide rate {pe aac sol cet en empre umoaniesence qu le eno igus «longo pra, «0 qe erst omental eal paraas peteors coveteas Bisa nao, bem contact dos Hosolor entopcloges beratenewas (este: mano ma sie de relaboragSerdardho rompimento devote base! fSuperesiturs 0 pasestuniralismofovcailtana fel a privere 9 toca aivisto ere fomecbes, traces evisbltacesssinivas en ecarsvan oma cscs erganinancoeincorporsno o nlowiscursva Cs igoey, Coo: ies alsin por dine). Lalas e Movlfe (385) iade social. Para eles, nao wa por discurso eto ld dseurso que ide. Astin, «dlferendagio entre 9 mater Mas quer se refia A demosracia de eli arin, eoncepgoes neocenseividk > £ por sso que nao concorcamos om a opiniio arplamiente disdida qué Festtinge oalcance dos mavimentes Socials to sprotundimento > Imaginiric democritica do Ocidents. Refer 45 ideas de syjelio untamo © espace 9 nko, conte Mouffe 592) quer cue fagamoa so endostat a wniheace Chlismo pode exigi jogs fora mais wazos de modsrnidsde de que cle © ‘Onell etro-smericancs perecem ppreparatios para conceder. Di mesma forma, ao mestto temo emaque conor: ‘dames com 0 fato de que os movimentos socials Ao um “rago essencial de ma socedace cv vale noderra’, dtcrdamos ca afta de que eles io devem ser vistos como "prefigurardo urna forma de participagio dos idacios que I ou deveid substiuir os arenes insituconals da demccracla epresentalive® (Coher, Arata, 1952. 19), Nu Tara, que se caracte- rita por culture bri euina diferancidas preciris entre Esiads, economia recede a convene (5 confiado,a.normatlvidace ea estlursenoraue icanios querer sisteniar sto (enue! e problemsticas, exeriplo, i ,-paraelos Resfers dominance laos por Uiferentes pratcts iclomas de proteste (aisha, 1988), 4 unia visto extusiVe Ge lide” de Friedman ¢ MeAdam (1982), izagto das apceseniaghes smbdlisas da 1992: 10) — esto inimimente entrelagados com o desdobrimenio das * opertunidadss polices eda esratégias tos movimentos seca, Caol Mecurg Mueller resume bem essa nora direglo de pasquisa a0 destecar como, enquanio atorracioral eccnomicista da teoria da robilizacio ce recursos mirimzava 0 papel cas ideias, erencas e ‘n0YG ator do m0 90 sortal Constr 0: sign , desde 9 tn(60, 98 upos felevantes de queinas, roeursos © oporunidedes (1992: 21-22), Ver| dese o sarabém Johnston ¢ Kiandexaas, 1995; MeAdim, McCarthy e Zaid, 1996, BIBLIOGRAFIA, _fMMOND, Gabriel, VEEBA, Sidney 1963, To ibis Cultur. 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