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INSTALACOES ELETRICAS INDUSTRIAIS 72 EDICAO Joio MAMEDE FILHO Engenheiro eletricista Diretor de Planejamento e Engenharia da Companhia Energética do Gear (1988-1990) Ex-Diretor de Operaciio da Companhia Energética do Ceard — Coelee (1991-1994) Ex-Diretor de Planejamentoe Engenharia da Companhia Energética do Ceara (1995-1998) Ex-Presidente da Comité Coordenador de Operagies do Norte-Nordeste — CCON Ex-Presidente da Nordeste Energia S.A. — Nergisa (1999-2000) sAtual Presidente da CP: — Consultoria e Projetos Elétricas Professor de Hletrotécnica Industrial da Universidade de Fortaleza — Unifor (desde 1979) LTC EDITORA cAPITULG FORNOS ELETRICOS 8.1 INTRODUCAO 8.2 FORNOS A RESISTENCIA 8.2.1 Fornos a Resisténcia de Aquecimento Direto Com o desenvolvimento econdmico do nosso pais surgiram projetos industriais em que os fornos elétricos siio parte fundamental da carga. Em geral, apresentam uma poténeia elevada que preocupam sobremaneira as empresas concessiondrias de energia elétrica, tanto pela capacidade do seu sistema supridor, como pela possibilidade de perturbacao no seu préprio sistema, depen= dendo, neste caso, do tipo de forno que o cansumidor adquiriu Os fornos clétricos estao divididos em trés grupos distintos, cada um com suas caracteristicas de processamento e operagio definidas. Assim, saa encontrados nos complexos industri sepuintes tipos de fornos elétrica: + fornos a resisténcia elétrica; + fornos de indugdo eletromagnética; + fornos arco, Dentro dos objetivos deste livro ¢ em particular do presente capitulo, serao estudados sucintamente os dois primeiros tipos de fornos, devendo-se proceder a uma analise mais detathada do tiltimo, devido as implicagdes que trazem aos sistemas de alimentagzio das concessionarias de cnergia elétrica que, por este motivo, exigem dos interessados a apresentagiio de estudos ou de dados que permitam fazé-los, a fim de assegurar um grau de estabilidade de tensao dentro dos limites de suas normas particulares. So assim denominados aqueles que utilizam o calor gerado por perdas Joule numa resisténeia elétrica que é atravessada por uma corrente de intensidade, geralmente clevada, Os formas a resisténeia, ao contrdrio dos fornos a arco, nao provocam oscilagdo na tensio das redes de que so alimentados, Na verdade, contribuem significativamente para a melhoria do fator: de poténcia do sistema de suprimento. Sao constiturdos de dois diferentes tipos, indicados para uplicagdes especificas nos processos, industriais, ou seja, fornos a resistencia de aquecimento direto e de aquecimento indireto. Neste tipo de foro, 0 material a ser trabalhade & posicionado entre os dois eletrodos atravessado pela mesma corrente elétrica do circuito, Normalmente, a tensdo dos eletrodos 6 pequena intensidade Sao fornos de emprego muito especifico, podendo-se citar, como exemplo, 0 aquecimento gua para produce de vapor, a manutengao da temperatura de fusdio do video a partir de um bl de material fundido, a fabrieagio de eletrados de grafite utilizados em fornos a arco, a manuteng da temperatura do banho que permite a témpera dos agos etc A Figura 8.1 ilustra o funcionamento desse tipo de forno. de aquecimento direto FoRNos ELETRICOS 355 2 Ser Aquenida Eletrodo Fornos a Resisténcia de Aquecimento Indireto 8.1 Neste tipo de forno, o material a ser trabalhado esta contido em uma cémara isolada termicamente, € 0 calor € transferido da resisténcia elétrica através dos fendmenos de condugiio, convecgio € irradiagao, Si os tipos mais comuns de fornos 4 resisténcia, Industrialmente, so empregados na fusdo de materiais como o chumbo e o aluminio, na secagem de varios produtos farmacéuticos, na vulca- nizagio em geral, no cozimento de produtos alimenticios, no tratamento térmico de metais etc. © dimensionamento-da resistencia bem como o material de que o forno é constituido deve obedecer a algumas prescrigdes basicas, tis como: © (eruma elevada temperatura de fusio, na ordem de 25% superior A temperatura de fusdodo material a ser trabathado; + serresistente A corrosio na temperatura de operagao; * ter resistividade elevada; + apresentar um elevado grau de dureza em altas temperaturas Alguns materiais respondem a estas e a outras caracteristicas, o que permite serem utilizados como resistencias de fornos elétricos, tais sao as resisténcias de Nicromo ¥ (80% NI - 20% Cr), Cromax (30% Ni - 20% Cr - 50% Fe), Kantal (Cr, Al, Co, Fe} etc., normalmente eonstituidas de figs ou fitas dispostos em forma de espiral. fica superficial (W/cm?) __ GrAL-Co-Fe As resisténcias elétricas podem ser ligadas de forma simples em cireuitos monofisicos (fase neutro ou fase-fase) ou em circuitos trifésicos, arranjados nas configuragbes estrela ou triangulo, preferindo-s¢ esta Ultima, que resulta uma menor quantidade do material resistor. Um dado importante na escotha da secdo da resisténein € a carga espectfica superficial, que representa a maior taxa de transferéncia de poténcia cedida por unidade de superficie, Sua uni- dade ¢ dada, em geral, em Wem’, E necessério, no entanto, avaliar para cada projeto a carga especifiea superficial, ja que as segbes de pequenas dimensdes das resistencias elétricas custam ‘menos, porém tém durabilidade reduzida quando comparadas com as resistencias de maior seqgio que apresentam custos significativamente maiores. Nas aplicagdes industriais, a carga especitica Superficial dos fios resistores ¢ escolhida na faixa de 0,5 a 4,5 Wem’. A Tabela 8,1 fornece a carga especifica superficial de algumas ligas de uso comumn, A Tabela 8.2 fornece a resisténcia Shmica, caracteristica das ligas Crome] ¢ Copel ‘356 Capituta Oo TABELA 8.2 Caracteristicas das ligas Cromel e Copel 10.414 0.01269 0,005742 0,642.60 3.3368 1.5092 8,255 002017, 0,009121 051050 ‘5.2791 2.3886. 6553 0.03208 0.014502 940380 8.4322 3.8158 S,182 0,05 124 0.022467 0.32000 13.4190 6.0764 4,15 0.08136 0,036747 0.25400 21,3300 9.6461 | 3,258 0.13025 0.05886 | 020320 33,3350 15,0600 | 2,591 020506 0.092850 016000. 53,7100 24,3120 | 2,087 0,32515 0.146990 0,12700 85,3060 38,5840, 1,626, 0.52102, 0.235570 0.11430 105.3200 47,6400 1,295 0,82020, 0.370750 0,101 60. 133,2100 60,2720 1,016 133210 0,602720 0.08900 174,200, 78.7400 0813 2,08340 0.941650 0.07870 221,790) 100.4000 J © proceso para o dimensionamento de um forno elétrivo de aquecimento indireto pode obe- decer tis seguintes etapas: at) Poténcia desejada do forno ‘A poténcia do forno é fungdo do material a ser trabalhado ¢ do tempo para 6 qual se dese} atingir a condigio de operagiio, No caso de materiais metilicos, a Tabela 8.3 fornece a energia {que deve ser utilizada para elevar as suas temperaturas 1 um valor desejado, proximo & temper tura de fusdo. Nessa tabela, os mimcros em evidéncia representam aproximadamente a energia necessé por tonelada, para os materiais indicados atingirem o estado de fusiio. A Equacao (8.1) fornece a poténcia do forno de acordo com a quantidade de energia necessaria | para a sua operagaio ¢ que é uma fungae da natureza da carga de trabalho, p 2% Pe ESQ XT (kW) Bl) P,~ poténcia do forno, em kW; 4q— rendimento-do forno: varia entre 0,6 ¢ 0.83 T tempo desejado para o material atingir a sta temperatura de trabalho, em horas: P..— peso do material a ser trabalhado, em t; E— energia consumida no processo desejado, em KWhit, ‘A Tabela 8.4 apresenta as principais propriedades de alguns materiais utilizados tanto ent resisténcia de fornos como em carga de trabalho. ‘TABELA 8.3. Energia para elevar a temperatura dos metais (kWhit) F aco | 20 | 38 | 50 | eo | 90 | 120 | 160 | ars | 21s | 225 | 250 | 260 | 280 | 20s ‘Gark z . = a = Ee : i - 310} 330 | gas | ats |] As LS | SO | at | |G | 230), Sago) |iaapiN 370 | SoA Bs] ee ep el cu . - - 57 65 16 a 100 120 135 200 215 223 235 he PALA a | 38 {as | so || $5) ao [tos ito | 120 | 127 | 135 | 140) Ni 20 38 50 60, 85 100, 11S. 140 160, 180, 195 220 237 533 Fornos ELeTRiGes 357 ‘TABELA 8.4 Propriedades dos materiais ‘Nicromo, ‘Nicromo V ‘Cromax Nirex Nilvar ‘Bronze comercial ‘Ni pure » 0.0997 Platina 0.10600 Ago F 0.0999. Zineo 2 0.0592 ‘Molibdénio 0.0569 ‘Tungsténio 0.0552 : 0.0267 0.0242 00172 0.0163, b) Determinagde do dimetro do fio resistor Max . *( om 7) (mm) (8.2) D,— difimetro do fio resistor, em mm: ~ resistividade do material do resistor, em Q-mm'/m: »— carga espec uperficial do resistor, em W/em’ V—tensio de suprimento, em Y: Py — poténcia por fase do forno, em kW: N, — niimero de circuits resistores em paralelo, D, ¢) Determinagao do comprimento do fio do resistor Lp ste 63) R, —resisténcia do fio resister, em ©; Roig Fesisténcia, por unidade, do fio resistor, em (fm. DE ApticacAo (8.1) ‘Deseja-se calcular a resisténcia de um forno elétrico de aquecimento indireto destinado a fusdode 650 ke de prata, por corrida, num tempo de 30 min, Serd utilizada como resistor do Forno a liga Nicromo V (80% Ni = 20% Cr). A tensao de alimentagao € de 380 V, triffsica, e-0s resistores serao ligados em tridngulo, + Determinagdo da poténcia do forno EXP. 6X 0,65 z, =130 kW Fn XT 0.60% 0,50 E= GOKWhit (Tabela 8.3%; 7) = 0,60 (valor adotada); T 0,50 horas; 358 CapiTuLo OI FIGURA 8.2 4 Ligagao do forno em estrela [o=ov f sao P,, = 680 ky = 0,65 ¢ (peso da prata a ser trabalhada), Come as resisténcius do foro esto ligadas em triangulo, conforme a Figura 8.2, a poténcia dissipy por fase vale: ae = 43,33 kW wr 8 + Determinagiio de difimetro do fie resistor Aplicando-se a Equa (8.2), tem-se: fogs 43.33 D, Hay oa, a 1,0806 12.mnmivm (Tabela 8.4) 1,5 Wem? -Tubela 8.1 (liga Nicromo ¥, 80%% Ni - 20% Cr, considerando-se a temperatura de fusdo da prata igual a 900°C aproximadamente) 380 V (ligagao tridngulo) 1 Logo, 0 didmetro nominal do fie ¢ de 8,255 mm (Tabela 8.2). * Determinacio da corrente de fase ) =7,25mm B 130 bax Bxose 4 i 1925 Lp = 140A Bo V8 €} Determinagio da resisténcla do resistor por fase 1.000% P, _ 1,000: 43,33 # na 3.3302 © Determinag’o do. comprimente do resistor por fase Re 389 uj 165m Ry 0.02017 FIGURA 8.5 Ligagio de um forno de indugao Retificador Oscilador FORNOS ELETRICOS 359 Roig = 0502017 O/m (Fabela 8.2) Logo, o comprimento do conjumo dos resistores vale: £,= 3X1, 3X 165 = 495 m TABELA 8.5 Caracteristicas de fusio de metais - fornos a.canal FORNOS DE INDUCAO Sio assim denominados aqueles que utilizam as propriedades das correntes de Foucault para produzirem ou manterem a fusiio de metais encerrados deniro de um recipiente isolado termicamente por material refratério e envolvide por uma bobina indutora. Os fornos de indugdo operam basicamente como um transformador, no qual 0 primanio representa a bobina de indugdo do forno eo secundario, em curto-circuito, equivale & carga metalica de trabalho, As bobinas de indugdo geralmente so fabricadas de cabos tubulares de cobre eletrolitico, den- tro dos quais circula o meia refrigerante, normalmente a Zigua tratada. ‘Uma propriedade vantajosa dos fornos de indugiio reside no fato de se poder transferir para a carga de trabalho uma poténcia elevada, sem que isto provoque fendmenos quimicos externos que, combinados, modifiquem as caracteristicas do material processado. © rendimento dos fornos de indugie depende de varios fatores, tais como a geometria do cir cuito indutivo ¢ do material processado, as caracteristicas elétricas ¢ térmicas da carga, a intensi- dade do campo magnétieo da bobina de indugio, a freqiiéncia de aperagao do eireuito indutivo, a resistividade do material da carga e suas perdas magnéticas. Além disso, o rendimento dos for nos esta diretamente ligado & profundidade de penetragdo das correntes induzidas no material da carga, Quanto maior for a freqléneia do circuito indutive, menor é a penetragiio das correntes de Foucault na carga processada. Também o rendimento dos fornos é maior quando a carga € cons- tituida de materiais ferromagnéticos e conseqlientemente menor quando a carga é constituida de materiais paramagnéticos ¢ nlo-magnéticos, tais como 0 alumfnio-e 0 cobre. Em geral, quando a carga é de grandes dimensdes, a freqiiéncia do circuito indutive deve ser baixa, igual a freqiiéncia industrial ow algumas vezes inferior a esta. Em pegas delgadas podem ser aplicadas -altas freqiiéncias. Sic consideradas freqliéncias médias aquelas situadas em torno de 12.000 Hz. Canal de Desearga a ate Furi [Booira nautora can Naeiea a4 Far ours da Baoina 360 8.3.1 Fornos de Indugao a Canal FIGURA 8.5 Foro de indugio de eadinho CAPITULO OTD AAs tenses de operagiio das bobinas de indugo variam entre 60 ¢ 600 V, dependendo da regu: Jago de tensdo que se deseja, a fim de se manter una determinada poténeia requerida, de acordo com as necessidades do proceso. Em geral, os fornos de indugo silo monoffsicos, sendo as bobinas de indugio ligadas entre duas fases de um sistema triffsico, provocando inevitavelmente um desequilfbrio de corrente na sistema alimentador, Para se estabelecer um equilibrio de corrente quando nao se dispoe de tes fornos de inducao iguais, é necessério utilizar um retificador-oscilador, conforme desenho esque-) miédtico da Figura 8.3, Este esquema poderd ser substitufdo por um grupo motor-gerador. Hii trés tipos diferentes de fornos de indugdo, cada um com uma aplicace espectfica, ou s¢j + fornos de indugio a canal; * fornos de inducao de cadinho; + foros de indugdo para aquecimento de tarugos. A seguir serd feita uma andlise sumdria de cada um desses tipos sem entrar no detalhe do seu dimensionamento, que ¢ normalmente um exereicio de diffeil solugiio, dado 0 grande nimero de pardmetros indeterminados, (ais como a reatincia de dispersio, a densidade de corrente induzida na massa do metal processada etc Este tipo de forno 6 constituido de um ou mais recipientes isolados termicamente, em tomo dos quais se constréi uma carcaca metilica dentro da qual se deposita a carga de trabalho. Em comunicagdo direta com o tecipiente ha um canal construido na parte inferior, em forma circulan, cheio de material fundido da propria carga. No interior do canall sio colocadas as bobinas de indugio, envolvendo um nticleo magnético, submetidas, em geral, a uma tensio a freqiiéncia industrial Os fornos de indugio a canal tém grande aplicagio na manutengao da temperatura de metals {jd fundidos por outro fomo ou por outro meio. Também so muito empregados na fusdo de cobre, aluminio, zinco, bronze ete. ‘A Figura 8.4 mostra esquematicamente um forno de indugio a canal, 14 a Tabela 8.5 most as principais caracterfsticas de fusdo dos metais num fore a canal. TABELA 8.6 Caracteristicas de fusdo de metais fornos de cadinho 740.0770 © 550 2.650 520.0570 350 0.400 370.0420 340 4 380, Formos ELeTRICOS 361 .2 Fornos de Indugdo de Cadinho Este tipo de forno € constituido de um recipiente circular isolado termicamente, envolvide por uma bobina de indugao ¢ dentro do qual se deposita o material de trabalho, Sio empregados particularmente na fustio de cobre, bronze, ago inox etc, Também so muito utilizados na manutengao da temperatura de metais fundidos por outros foros ou por outros pro- cessos, A operagao de fornos de indugao de cadinho em baixas freqliéncias provoca uma intensa movi- mentagao na massa fundida de metal, devido as forgas eletrodiniimicas da bobina de indugio, resultando um efeito benéfico a9 proceso, pois homogeniza o banho. A Figura. ilustra esquematicamente um forno de indugao de cadinho mostrando a bobina de indugde construida em fio tubular dentro do qual circula égua como meio refrigerante, A Tabela 8.6 fornece as caracteristicas de fornos de indugdio de cadinho empregados na fusdio de cobre ¢ aluminio, segundo recomendagdes do IPT. .3 Fornos de Indugao para Aquecimento de Tarugos Este tipo de forno ¢ constituide de varias bobinas circulares, instaladas no interior de material refratsirio, através das quais é introduzida a carga. Sao empregados particularmente em companhias sidertirgicas destinadas & fabricago de ferro para a construgiio civil, utilizando como matéria-prima a sucata, As pegas metilicas de trabalho sio conduzidas de uma extremidade & outea do forno através de roletes motorizados, ‘As bobinas que constituem a indutor podem ser dimensionadas diferentememte, a fim de man- tera temperatura do material de trabalho dentro de condigdes adequadas do proceso ae longo do farno. Os fornos de indugdo para aquecimento de tarugos sao constituidos basicamente de um conver: sor de freqiiéncia para permitir uma freqiiéncia compativel com o processe desejado, um banco de capacitores em derivagao, com a finalidade de corrigir o fator de poténcia, um sistema de tefri- geragio das bobinas de indugao e o préprio conjunto de bobinas indutoras, A Figura 8.6 ilustra esquematicamente um foro de indugdo para aquecimento de tarugos, mostrando seus prineipais componentes. 46 ie induso para nto de tarugos Incutores, Guias Rolotas Sistorma Transportador (ear aco a Cy Sao assim denominados aqueles que utilizam as propriedades do arco elétrico para produsirem a fusdio dos metais mantides dentro de uma cuba isolada termicamente por material refratério. Os fornes a arco sao largamente empregados nas instalagGes industriais destinadas Q fustio do ferro © ago, muito embora sejam empregados na fusiia do cobre, lato, bronze e outras ligas metlicas, Os fomos a arco surgiram no comeso do século, mais precisamente no ano de 1904, concebi- dos pelo francés Héroult Sua construgio estd baseada no que hoje se denomina forno a arco direto, o mais utilizado atualmente pelas induistrias siderirgicas, 362 8.4.1 Fornos a Arco Submerso FIGURA 8.7 Subestagio de alimentagio de um forno a arco submerso 8.4.2 Fornos a Arco Indireto CAPITULO O:TO O fendmeno de formagio do arco eléttico esta fundamentado ma passagem de uma corrente entre dois eletrodos, tendo como meio ionizado, geralmente, 0 ar. Os foros a arco podem ser canstituidos de trés diferentes tipos: * arco submerso ou arco-resistén = arco indire! + arco direto. Para-cada um dos tipos de forno anteriormente citados, a transmissio do calor chega até a carga de forma especifica, No caso dos fornos a arco submerso, 0 material € aquecido como conseqiiéncia da passagem de uma corrente elétrica através de sua massa, resultando em elevadas perdas Joule, No segundo caso, o calor € transferide através dos fendmenos de irradiagao e convecgdo. Nos foros a arco direto, © propria arco é 0 responsivel pela transferéncia da energia térmica diretamente para.o material da carga. Os fornos a arco so fontes permanentes de poluigdo ambiental, tal € a quantidade de gases e inaterial s6lido expelidos para a atmosfera, A poeira langada para o meio ambiente € constituida, em sua maioria, por Gxidos (CaO, MnO, SiO € Fe.0;), € chega a atingi, em média, I kg/t de carga, correspondendo percentualmente ao fantistica valor de 1,1 Também conhecido como forno 4 areo-resisténeia, este tipo de forno é constituide de uma cuba revestida de material refratirio dentro da qual operam os eletrodos submersos na massa da carga de trabalho. Sio destinados mais especificamente a produgao de diversas ligas de ferro que, dependendo de sua composigao, consomem uma quantidade de energia compreendida entre 3.000 c 6,000 kWhit, podendo atingir, em certos casos, valores bem superiares, Tumbém sao comumente empregados na manutengao do estado liquido da gusa ou ago oriundo de outros tipos de fornos. Os fornos a arco submerso podem ser monofésicos a um eletrode (Figura 8.7), monofasicos a dois eletrodos e trifisicos a trés eletrodos (Figura 8.8). Este tipo de forno basicamente nao apre- senta distirbios no sistema alimentador. Este tipo de foo 6 constituido basicamente de uma cuba revestida de material refratério dentro da qual operam os cletrodos fixados horizontalmente num ponto acima da carga de trabalho. Neste caso, 0 arco & mantido entre os ¢letrodos, ¢ a energia térmica atinge a carga através dos fendmenos de irradiagiio e convecgao Sao destinados mais especificamente & fusio de vérios metais nio-ferroses. Sao de pouca uti- lizagio constituidos normalmente de poténcias modestas, compreendidas, em geral, entre 100 € 1,000 kVA. ‘A Figura 8.9 mostra esquematicamente este tipo de forno ¢ a sua ligagio no sistema, FORNOS ELETRICOS: 363 Tanto pela sua poténcia como pela maneira de operar, mantendo constante o arco formado entre os eletrodas, este tipo de forno ndo proveca disttirbios sensiveis nos sistemas de suprimento das concessiondrias 4.3 Fornos a Arco Direto 88 arco submerso ste Lipo de forno é constituido basicamente de uma cuba revestida de material refratirie dentro da qual operam os eletrodos posicionados verticalmente acima da carga de trabalho, Sao destinados mais especificamente a fustio de sucata de ferro ¢ ago dirigida a fabrisagiio de lingotes que, apds laminadas, se convertem em vergalhdes utilizadas na construgao civil ¢ em barras de espessuras tamanhos variados, utilizadas em aplicagdes diversas, Também sao empre- gados no superaquecimento ¢ manutencdo da temperatura de banhos de metais Ifquidos. prove- nientes de outros Foros A Figura 8.10 mostra a vista lateral de uma instalagao de foro # arco direto, detalhando a protegao de sobrecorrente, o reator limitador, o transfarmador do forno, os barramentos tubulares de cobre refrigerados, os cabos flexiveis, também refrigerados, ¢ finalmente 0 proprio forno, Jia Figura 8.11 (a) e (b) mostra um forno a arco de fabricagio ASEA, podendo-se abservar os seus diferentes. componentes que a seguir serio descritos € analisados. Enquanto isso, a Figura 8.12 apresenta o esquema elétrico trilusico simplificado de uma instalagdo siderirgica, detalhando principalmente a parte referente as figuras anteriores Os foros a arco direto, em geral, sio trifiisicos. O seu principio de funcionamento se baseia na formagiio de um arco entre os eletrodos ¢ a carga. A operagio do foro se inicia com a ignigdo do arco e termina aproximadamente 2 1/2 horas depois, quando-a carga é vazada da cuba refratdria, Este perfado pode ser dividido em dois ciclos basicos de operagtio. O primeiro ciclo, chamado de periodo de fusio, € caracterizado pelo constante movimento da massa sélida a ser fundida, Neste perioda hé grandes variagdes de corrente motivadas pela instabilidade do areo, Ocorrem cerca de 600 a 1.000 curtos-circuitos € 0 periodo dura aproximadamente 50 minutos. E a parte mais critica do regime de operagao do forno. © segundo ciclo, comumente chamado de refino, é caracterizado por uma melhor estabilidade do arco devido ao estado liquide que a carga adquiriu. Neste ciclo, as flutuagdes de tensdo sio de menor intensidade, resultando um regime de operagdio mais favordvel ‘A operagio do forno em curto-cireuito € caracterizada quando a queda de tensio no arco ¢ nula, isto 6, as eletrodos estzio diretamente em contato com a carga metiiliea. Nesta condigao, a paténcia ativa absorvida pelo fomo é praticamente nula, O forno absorve somente poténcia reativa, resul- tando, neste momento, num fator de poténcia também nulo, Os curtos-circuitos podemt-se dar com os trés eletrodos tocando simultaneamente a carga ou mais comumente com dois eletrodos. “veneformarsor do Fema Wi ' 4 ! ea Os grificos da Figura 8.13 mostram as caracteristicas de aperagae de um forno a arco tifisico referentes a uma fase, em fungdo da relagdo entre a eorrente de carga J, para um determinado ins- tante de funcionamento e a correme de curto-cireuito do forno /,,- quando os eletrodos esto em contato com o material de trabalho, Com base nas curvas desta figura podem ser feitas varias consideragées sobre as curacteri ‘operativas dos fornos a arco, ou sejaz + © futor de poténcia diminui quando corrente de carga do forno, J, cresee, sendo nulo quando © seu valor for igual a corrente de curto-circuito do Forno, isto €: H:i.¢= 1; 364 FIGURA 8.9 Subestagio de alimentagao de um forne a arco indireto CAPITULO O1TD + a poténcia ativa absorvida pelo forno eresce com o-aumento da corrente de carga J, atingindo o seu maximo quando a relagao [,/1,., = 0.707; + a poténcia ativa absorvida pelo forno decresce a partir do aumento da corrente de carga que faz. a relagio J:dsg = 0,707, atingindo o seu valor nulo quando esta relagdo for unitéria; + poténcia reativa absorvida pelo forno cresce exponencialmente com o aumento da corrente de carga do forno, J,, atingindo o seu valor miximo quando fy= Z., 00 seit, fF, + a poténcia aparente absorvida pelo forno cresce com o aumento da corrente de carga, fy atingindo 0 seu valor maximo quando 4,= Lys + a_poténcia ativa maxima absorvida pelo fomo é 45% da poténcia de curtos uma poténcia puramente reativa; + quando o forno esté operando em sta poténeia ativa méxima, a poténcia aparente corresponde 270% da poténcia de eurto-cireuito; + quando o forno est operando.em sua poténcia ativa méxima, a poténcia reativa correspond: a 64% da poténcia de curto-cireuite, ito, no casa No periodo de fusio, 0 forno funciona em média com uma poténcia ativa 20% superior a sua poténcia normal absorvida e com um fator de poténcia compreendido entre 0,75 ¢ 0,85. 44 na perfodo de refino, quando a carga se acha em estado Nquido, a poténcia ativa média absorvida pelo forno ¢ aproximadamente 30% de sua poténcia normal ¢ com um fator de poténeia entre 05 limites de 0,85 ¢ 0,90, Como se pode observar, durante o perfodo de fusfio as condigies de operacdo do forno sao as mais severas possivels, transferindo para o sistema de alimentagia zrandes perturbagdes no nivel de tensiio, As principais partes fisicas componentes de um fomo a arco direto sao; a) Cuba refrataria E constituida de um recipiente de ago de grande espessura, isolada termicamente com materials refratérios, compostos a base de argila, dentro da qual é depositada a carga de trabalho. ‘A parte superior da cuba é provida de uma tampa na qual estiio montados os cletrados. A tampa € deslocada de sua posigao de trabalho quando a cuba descarrega o material fundido. Um sistema de basculante permite a inclinagao da cuba até um determinado Angulo para se proceder & descarga do material trabalhacio, Logo em seguida se procede & recarga do forno, que € feita através de um. rande recipiente montado numa ponte rolante ¢ dentro do qual se encontra a sucala, a gusa oi outro material a que se destina o forno. ata HHHESHHEH A tampa ou absbada, geralmente de formato cdneavo, é constitufda de ago revestido int mente por uma camada de material refratario. Tanto a cuba como a tampa so normalmente resfriadas através de um sistema de refrig cujo meio circulante € a agua, Os fornos a arco podem ser de ubdboda fixa com carregamento pela porta de escéria, ou abdboda giratéria, permitindo carregamento pela parte superior. A carcaga dos fornos ¢ fe com bica de vazamento, porta de escéria, ane! refrigerade da abdboda, colunas ¢ bracos das trodos, sistema para levantamento e rotagdo da ab6boda, O basculamento dos fornas poder feito por meios mecanicos ou hidraulicos 10 de slimemagio de jaareo direto FoRNOS ELETRICOS 365 b) Eletrodos Os eletrodos sao constituides de um bloco cilindrico de grafite de comprimento ¢ ditimetro varidiveis em fungio da capacidade do forno. uso provoca desgaste dos eletrodos, diminuindo o seu comprimento, o que pode ser com- pensado através de emendas apropriadas. Os eletrodos de grafite apresentam uma densidade maxima de corrente da ordem de 40 Afet A fim de manter uma determinada distancia entre os eletrodos e a carga, estes sio movidos \ividualmente na vertical através de um sistema automético de regulagdo, Esta distiincia é neces- sdria para manter um comprimento de arco entre os eletrodos e a carga que resulte uma poténcia 4 mais aproximadamente constante durante o ciclo de operagio. Os fornos sio fornecidos com regulagem autorndtica dos eletrodos, porta-eletrodos refrigera- dos, economizadores ¢ todos os acessérios necessérios, c) Transformador Este equipamento é de fabricagio especial, sendo imerso em éleo mineral e refrigerado a gua Deve suportar elevadas solicitagdes eletrodinamicas, devido ao regime de trabalho dos eletrodos que freqiientemente operam em curto-circuito franco. Os transformadores so trifasicos, com os enrolamentos primérios ligados em estrela ¢ 0 secun- diario em triingulo, conforme mostrado na Figura 8.12, © primdrio é constitufdo de 10.2 20 tapes, de modo ase ter no secundério Lenses varidveis compreendidas peralmente entre 50 e400 V. Normalmente o transformador acompanha o forno respectivo, o qual & fabricado sob condi- es especificas A impedincia percentual dos transformadores de forno esté compreendida, em geral, entre 8 © 12%. As tens6es primérias de alimentagie dependem da capacidade do forno, Pura pequenas unidades, os transformadores podem ser ligados & rede de distribuicdo primaria da concessions- ria em 13,8 kV ouem outra tensao padronizada na drea, E comum, porém, as sidertirgicas, pelo porte da carga, possufrem subestagGes proprias em tensa igual ou superior a 69 KV, ea partir da qual deriva o alimentador do transformador do forno. ‘A Tabela 8,7 fornece a poléncia aproximada dos transformadores em fungiio da capacidade do forno destinado & fusfio de ago e ferro fundido. Mecaniars Aelonarvent dosEistrodos_/ d) Cabos fle veis Sao condutores de cobre anular resfriados a agua e fazem a conexdo entre as barras fixas, ligadas ao secundario do transformador do forno, e os blocos méveis fixados no brago do porta- eletrodo. e) Disjuntor do forno 0 equipamento de protegdo do transformador do forno, Deve possuir uma elevada capacidade de ruptura. Devido as suas severas condigdes de operacao, os disjuntores de protegiio de fornos a arco so normalmente ar comprimido ou do tipo a vacuo, 366 FIGURA 8.11 Vistas de im forno a arco direto f) Painel de comando O painel de comando inelui todas as fungGes necessirias para a operagiio do forno. Pos comando manual e um automético, independentes, 0 que assegura maior flexibilidade a0 comando dos eletrados. O controle automiitico dos eletrodes ¢ feito par meio de acionamentos eletronicos, de respostas reversiveis ¢ de resposta instantéinea, programaveis através de um sinal de referencia, e de um sinal gerado no arco, podendo ser de corrente ou impedncia. ui wm 8.4.3.1 Determinagao da flutuagao de tensao (flicker) Os fornos a arco so uma fonte permanente de distirbios para © sistema de alimentagdio das concessiondrias, que, por este motivo, mantém uma vigiliincia sobre as instalacdes sidertirgicas que operam com este tipo de equipamento, Os distirbios se fazem sentir principalmente na ilumina por uma variagdo da luminosidade das lampadas, que, além le; ‘Jo incandescente ¢ se caracterizam irritar o ohservador, pode provocar sao olho humano. Esta variagao da luminosidade € 0 resultado da variagao do valor eficaz, da tensao da rede provocada pela operagao do fono, fenémeno este conhecido coma flicker Comp jd mencionado anteriormente, quando da operagio dos fornos a arco, principalmente no periodo. de fusio, os eletrodos tocam momentaneamente a carga sélida, entrando em regime de curto-circuito, quando entio a poténcia ativa absorvida do sistema se reduz as perdals ohmicas do transformador, resuttando num valor maximo de poténcia reativa, conseqtientemente reduzindoa fator de poténcia a niveis muito baixos, O grande ntimero de curtos-circuitos, no. periodo de fusao, e a instabilidade do arco criam 0: des na rede que podem atingir cerca de até 20 variagies por minuto. Nessas condigdes, observando-se 0 gréfico da Figura 7.32, pode-se concluir que a centual de variagao de tensdo é de 3,6 V na base de 120V, que corresponde a 3%. Cabos. Barta de fHetrado (Cuba Retrataria p— ica de Descarga Retrigerados] — [ alimencacao| Aik Kenran Tat (a) Vista geral (b} Detathe da cuba relrataria A Figura 8.14 mostra a variagao do nivel de tensdo produzida por um fore a arco, destacander se 0 comportamento da envoltéria, o valor da tensdo instantdnea Y;, e a correspondente tensio eficaz Vi inter sante observar que as flutuagdes de tensdo produzidas por dois fornos a arco. de mesma Poténcia nominal si 18% mais severas do que aquelas verificadas quando somente um Forno est eit! Operagao, Para se manter um nivel de flutuago de tensdo num sistema de suprimento a dois fomos a arco compativel com 0 nivel de flutuagao de Lensdo quando somente um forno esté em operagao, é suficiente que a reatincia do sistema seja reduzida a 83% do sistema anteriormenie himbém é certo que a poténcia equivalente para provecar os mesmos distirbios que dois ow is fornos de poténcia e caracteristicas nominais iguais pode ser dada pela Equacdio (8.4). Fornos ELETRIGOS 367 (84) Nj; ntimero de fornos em operagaios Py ~ poténcia nominal do forno, em kVA, PLO DE APLICACAO (8.2) Caleular a poténcia equivalente de um forno que produzird os mesmos disttirbios que trés fornos de potén- cia unitéria igual a 2.000 kVA, considerando as mesmas earacteristicas de operaga0. P, = 8 © T000 = 2.632 kVA Quando dois ou mais fornos fazem parte de uma instalagao, podem-se desprezar 05 efeitos provocados pelos fornos cuja potncia unitéria seja inferior a 75% da poténcia do maior forno, ‘AS redes de alimentagao de complexos sideningicos devem possuir um elevado nivel de eurto-cireuito que minimize 0s eleitos do flicker. A Figura 8.15 fornece a capavidade do transformador do Forno em fungdo do nivel de curto-circuito trifisico na barra de conexdo do-referido transformader, para produzir uma queda de tenso especificada numa rede de 120 V. Dessa forma, a instalagio de unt transformador de 3.000 kVA conectado a uma barra eujo nivel de curto~ circuito seja de 300 MVA provocard uma flutuagao de tensia de 2,5 V num sistema de 120 V, correspon dente a 2,08%, 8.12 Rade da Concessionaia trifilar simplificado de jo siderigica | ‘Chavo Seccionadora _F Medigto da ———*_Goneassionaria pi -Goncesss wa Bara de Foma Carga. 368 Capiruco Orr ‘Quando da elaboracdo de um projeto de uma instalagao sidenirgica. ¢ necessério calcular o nivel de flutue agdo de tensdo e comparar 0 resultado com valores preestabelecidos que indicam a possibilidade de operagao do forno sem causar distirbios pmejudiciais aos consumidores ligados ao sistema supridor da concession dria. Podem ser encontradas, na prética, situagdes distintas que serio analisadas detidamente, FIGURA 8.13 Caracteristicas de operagiio de um forno a arco trifisico 8.4.3.1.1 Método da queda de tensao a haixas tregiéncias (método inglés) Existem virios métodos de célculo que permite determinar 0 nivel miximo de flutuacio de tenstio, podendo-se destacar © método francés da EDP, o método alemio (FGH), 0 métode americano da constante de queda de tensio matua e, finalmente, « método inglés (ERA), que relaciona a queda de tensio a freqiténcia industrial, queda essa devida a um curto-circuito tifiisico franco nas pontas dos eletrodos, com as componentes de baixa freqiiéncia entre 1,5 ¢ 30 Hz responsaveis pelo efeito visual do flicker. O curto-circuito é considerado admitindo-se que transformador do forno esteja conectado na derivago mais desfavordvel. Mais recentemente a UIE ~ Unido Inteacional de Eletrotermia desenvolveu um medidor de flicker, cujo método de avaliagdo desse fendmeno vem ganhando a adesio e confianga dos especialistas.. a pound tr iu 7 it i Sa a6 Fator de Paténoia a u ern a Moat “A andlise do flicker pode ser feita observando-se a Figura 8.14, em que a onda de tenséo varia acentuadamente em relagio ao tempo, Considerando-se a envolt6ria da onda de tensdo, percebe- se que a sua formagao € aleatéria ea sua freqtiéncia é baixa, Essa onda de valor eficar, Vis é a responsdvel pelo efeito do flicker em televisores ¢ principalmente em Limpadas incandescentes. TABELA 8.7 Caracteristicas b: as dos fornos a arco direto ‘600 07 0.70) 550 1,500 30 1,80 545 3,000 70 2,80 625, 5,000 10,0 6,30 480 7.000 20.0 9.23 460) 10.000 35,0 14,48 440 12.500 40.0 14 435 17.500 65.0 26,00 420 20.000 80,0 30,00 20 25,000 10,0 37,50 420 31.500 110.0 49,80 440 35.000 120,0 53,30 420 40.000 150.0 62,10. 420 FoRNos ELerricas. 369 A.avaliago do efeito do flicker pode ser feita caleulando-se o valor médio quadrético das variagdes de V, vistas nas curvas da Figura 8.14. Tomando-se a tensio eficaz, V., a0 quadrado, aproximada- mente igual ao valor médio quadrético das flutuagdes de tensio, pode-se relacionar percentualmente aquele valor com a tensiio eficaz da rede de alimentago no ponto de entrega de energia A determinagiio percentual de um valor de ¥,, que limitasse as condigdes de operagao das for- nos a arco foi Feita através da medico de flutuagdo de tensdo em varias instalagdes sidertingicas. ‘Como resultado destas investigagdes. foi elaborado um grafico que expressa a proporvio de lempo- durante a qual © valor de V,,% tinha sido excedido. ida por um forno a arco ‘A curva da Figura 8.16 mostra, como exemplo, o resultado de urn Tevantamento de dados que permitiu determina, jumtamente com um grupo de consumidores, o valor maximo da flutuagio de tensdo capaz de suscitar um ntimero aceitiivel de reclamagdes por parte dos integrantes do referido grupo analisado, Nessa curva, a abscissa representa o5 valores de fluuagio de tensio percentual ¢ a ordenada, as percentagens de tempo durante o qual os valores de ¥,,% foram excedidos. Coma resultado pratico, foi adotado como limite o valor da flutuagao de tensio igual a0,25%, que se passou a denominar padriie de flutuagde de tense ~ AV, Logo, 0 padrdo de flutuagao de tensdo & dehinido como “a variagio de tensio provocada pelo farno e que 6 excedida em apenas 1% do tempo total de funcionamento do mesmo". Sendoa aceitagiio do nivel do flicker um caso subjetivo e as medigdes efetuadas para uma certa quantidade de instalagSes existentes, 0 padriio de flutuagaio de tensa relative a um determinado forno indica a probabilidade de surgirem ou ndo reclanagdes durante a aperagao do mesmo, © desenvolvimento do céleulo que permite determinar o valor da flutuagéio AV, pode ser assim considerado; a) Queda de tensdo priméria percentual ‘A queda de tensio no ponto de conexao do primério do transformador do foro com o sistema de alimentagao pode ser determinado peta Equagao (8.5) Ps ce Sal (8.5) P,, ~poténeia de curto-circuito do forno, em kVA; P_, —poténcia de curto-circuito do sistema de suprimento no ponto de conexio considerado, em kVA © valor de P,, pode ser tomudo considerando-se os trés eletrodos em curto-citcuita franco e © transformador do forno ligado no tape mais desfavordvel, isto é aquele que resulta na maior corrente de curto-circuito..A poténcia de curto-circuita de forno € fornecida pelo fabricante e, em geral, esta compreendida entre 1,8 € 2,5 vezes a poténcia nominal do foro. b) Fator de severidade E.um fator empfrico que depende das earacteristicas de operagdo do forno, Pode ser calculado pela Equagao (8.6). =the ane (8.6) | j 370 FIGURA 8.15 Determinagao da capacidade do transformador de forno a areo CapiruLo Ole: fi do 25 AAD: ut de SV. Fi “ & Flutaagbos. ‘do Tens Baes de 120 to ‘Capucielars do Transformadior elo Forno RVA's 1.000, Es ° PS es Be Valor do Curto-circulo ern MIVA na Barra do Forno O valor de K, pode variur entre os limites de 0,09 € 0,15. Muitas vezes 6 atribuido 0 valor de 0,15 quando nao sao conhecidas as caracteristicas construtivas ¢ de operagao do forno, c) Cileulo do padrio de flutuagiio de tensio Este valor ¢ obtido a partir da combinagdio das duas equagées anteriores, ou seja: AV, =k, x FE 100 on O valor de AY, assim obtido refere-se ao ponto considerado do curto-circuito, P.,. O valor de AV, em outros pontos do sistema pade ser determinado utilizando-se a relagio de impedincia, ou seja; (8.8) 2,~ impedincia do sistema até © ponto no qual se deseja obter AV,,: Z,— impedincia do sistema vista do ponto de instalagao do forno, O valor de AY, assim obtido esté relacionado com a operagao de somente um forme a arco. 0 calculo de AV,, quando estao em funcionamento dois ou mais fornos, pode ser feito através da Equagio (8.9) ap, 288 Noe ae =p A 89) AV, = padrio de flutuagiio de tensdio resultante; AV, ~ padrio de flutuagio de tensdo de cada forno considerado; Ny, —nlimero de fornos em operagilo E importante frisur que os valores do padrdo de flutuagdo de tensdo culculados anteriormente (AV, e AV,,) para uma determinada instalagao siderirgica que utiliza fomos a arco ndo deverio. ser superiores ao valor-limite estabelecide de 0.25% para sistemas alimentados até a tensiio de 138 kV. Para tenses superiores, o valor de AV, & de 0,20%, URA 8.16 ‘Curva de Mutuagao de tensio ea antagem de tempo excedide FoRNos ELETRICOS: 371 x“ 109.0 S00 109 80 a0 ps 0 Percantagem do Tempo para Vt EXCticio - iy B05 0.8 0.28 9.30 Flutuagao de Tensda Percantual O etifico da Figura 8,17 permite antever se a operagao de um forno a arco iri provocar flu- tuacdes de tensiio num nivel talerdivel ao observader, ser perceptivel mas sem afetar © conforto visual do observador ou, ainda, simplesmente ser intolerdvel. Esta averiguagao pode ser feita conhecendo-se a reatiincia de sistema de suprimento expressa na base du poténeia nominal do fomo. Também, como uma primeira indicagdo da probabilidade de haver flutuaglio de tensio em niveis tolerdveis ou nao no ponto de entrega de energia, podem-se verificur as seguintes desi gualdades P fy = 100 (futuagdes de tensao toleriveis) P. = < 60 (flutuagGes de tensao intoleraveis) P., ~ poténcia nominal do forno Nos célculos prdticos, como o transformader do forno esta geralmente muito priiximo do forno correspondente, podem-se desprezar as impedineias dos eabos flexiveis e das barras fixas ligadas ao sistema secundario do referide transformador, Muitas vezes, fornos antigos devem ser remancjados de uma unidade industrial para outra, em geral localizada distante, devendo 0 mesmo ser ligado a um sistema supridor cujo nivel de curto-cireuito seja menor. Neste caso, ¢ comum o proprietirio nao conhecer mais os dados carac- teristicos do forno, crianda uma incégnita para os técnices que irio calcular as novas condigdes de operagdo desta unidade. Desta forma, deve-se calcular 6 valor do curto-cireuito maximo em que deve operar o fomo Ligado nas novas instalagdes, considerando que o mesmo apresenta con- dieses severas de funcionamento em razio de sua propria construgdio, o que pode ser dado pela Equagao (8.10). P= O0167 XP. (8.10) Essa equagdo é obtida da Equagdo (8.7), considerando-se os valores miximos do padriio de flutuagio de tensio, AV, = 0,25 eo fator de severidade K, = 0,15. 372 FIGURA 8.17 Niveis de flutuagao-limite de tenso em funco da poténcia nominal do transformador e da reatdincia da linha Caprio O1ro. 0100 ovso |K—LD FutuaOes intolrdvete 1040 9,030 oie wee” a.n20 oo10 0,005 Hy 0.008 i e.003 Flutuagtes Toteryeis Festincia Xs ep Sistema em PU aa Boténels to Feo 008 i || ft aco \ 1235 1 20 50 100 FPoténcia Aparete Nominal co Transtormaor 446 Fora a co Py em NVA EXEMPLO DE APLICACAO (8.3) FIGURA 8.18 Industria sideningica ‘Considerar a instalagio industrial representada na Figura 8,18 na qual est prevista a instalag@e de um forno a arco direto, Determinar as condigdes de flutuagao de tensio na barra de conexio do primério do tansformador do forno que corresponde praticamente ao ponto de entrega de energia, ‘+ poténcia nominal do tomo: 1.500 kVA; + potncia de curto-circuito do forma: 3.004) kVA; fator de severidade: 0, 10; tensio secundaria maxima de alimentago do Forno: 400 V; poténcia nominal do transformador do forno: 1.500 kVA: impediincia do tansformador de forna: 10%; perdas do cobre do transformador do foro: 18.000 W: impedtincia propria do forno: 2% (na base P,,) ‘Os dados do sistema sto: + corrente de curto-circuito trifisico no ponto P de entrega de energin: 3.5 kA; * tensdo primiaria de fornecimento: 13,8 kW. Sao desconsideradas as impediinciay dos condutores primérios que ligam © cubiculo de protegio geral 2 subestagdo destinada ao forno por serem de efeito despregivel. A Figura 8.19 mostra.» diagrama unifilar simplificado da instalagao, wo fr earns Producao ERE RREAE ol 25m 48m ma si i Administragao BAF compensag 30 FoRNos ELeTRICOS: 373 8) Escolha dos valores base * poténcia base: P,. = 1.500 kVA; + tenstio base: V, = 13,8 kV. O valor da corrente base vale A 1.500 iy t= = 62.75 A Vx, BX138 b} Célculo da impedancia reduzida do sistema de suprimento + Reatincia yy = 13,80 KV 1, = 35004 P, = NIV, XI, = VIX 13,8 x 3.500 = 83.658 KVA Boe = Ry, XIX, = 0+ j0,0179 pu ©) Caleulo da impedaneia do transformador do forno + Resistencia 2 18,000 ae 12% xP, 101.500 012 pie (na base Pi) ox bex ts) aor x 158 (BA) i 1500 ” 13,80 Ry, = 0,012 pu (na base P,) + Reatancia X= ZF — BY, = OTD $0,012" = 0.0993 pur (na base P,) Ky oy Bev(He) 0,009 e500 BAVs 1.500 Xq, = 0.0003 pe (na base P,) Z,, = 10% = 0,10 pu (na base P.,) Zig = Xy = 2% = 0,02 pu (na base P,.) 2, =, + 1X =0,012-+ j0,0993 pu Bags = 2a, + By + Zp =(0 + J0,0179) + (0,012 + j0,0993)-+ j0,02 Zogy = O01 + jO1372 pu > Zag, = 013772 pu Fede da Coneossiondrla P Chave aecoionadora kW a kw kVA Disumtor [-] TP Barra do Fomo- (Ghave Secsionadara, f ® pe Te Te Disluntor a Disjuntor 4) Disjuntor Tianstonrador 41500 WA e 09% Aminisraga Prods Se” ‘Aclaria Forno) 374 Capituta O10 ) Determinacdo da corrente de curto-cireuito no barramento secundarie do transformador do forna L ny Ve = 62.75, 13.800 % 0.13772, 400 = 157194 A determinago do padre de flutuago de tensdo no barramento secundérin do transformador do form Fe x too=0,10 x 20H 2. 10.890 TX 0.40 X 15.719 = 10.890 kVA AV, > 0.25% X 100 = 2.75% Como se pode observar, nenhuma carga deverd ser ligada ao barramento secundério do transformadar do Forno, tanto em conseqikéncia do intolerdvel nfvel de Nutuaggie de tens’io como pela possibilidade de variagio do tape do referide transformador, ©) Determinagio-do padrio de flutuago-de tensfio no barramento de conexio do foro, om seja, primésio do transformador do forno. 3.000 83.658 AMA: * 100 = 0.35% P, A210 = 0,10 x Re AY, = 0.25% (maximo valor admitido) ‘Neste caso, a concessionéria nfo deve permitira ligagdo do forne ao seu sistema de disteibuigdo, sob pena de sofrer reclamagdes de seus consumidores. Desta forma, © projetista deve prever medidas de corregio das flutuagdes de tensio, O mesmo valor poderia ser obtide através das relagdes das impedincias, ow sejaz 0,0179 Z, Foweave z; ay, 0.13772, Ava 2,75 = 0,359 Uma outra averiguagio pode ser feita através do grético da Figura 8.17, tomando-se a reatincia do sistema de suprimento X,, = 00179 pu na base da poteneia nominal do forno, Desse modo, a futuagis de tenste esti na faixa das flutuagdes intolerdveis, conforme se constatou pele cilculo, Também pose ser veriticada a seguinte relagto: Be BS ew P, 1.500 Nesse caso, as fluruagdes de tensfio so de nivel intolerivel. EXxEMPLO DE APLIcAcAo (8.4) Considerar uma instalagao sidentirgica composta, entre outras cargas, de trés fomos a areo de mesma poténcia nominal ¢ igual « 3.000 kVA ¢ Fatores de severidade iguais a 0,09, 0,10 e 0,11, respectivamente, Considerar que as poténcias de curto-circuito dos fornos sejam iguais a 1,9 vex a sua poténcia nomin: Um quarto forno é ligado ao sistema, send, porém, a sua poteneia igual a 1,000 KA. Sabendo-se que a poténcia nominal dos transformadores dos fornos € igual i dos respectivos fornos ¢ que a poléncia de curta-cireuito no ponte de entrega de energia € de 260.000 KVA, calcular 6 nfvel de Fhutuago de tens da inscalacdo. a) Determinagdo do padrio de Alutuagie de tensiio do conjunto dos fornos av, =k, < 2 x 100 1,09341,9 6 109) - 0.195% 260.000 AV, = 0,10 1,9 ae 100 = 0.22% Voy = O11 1,9 56 100 = 0,246 Como 4 poténeia do quarto forno ¢ menor do que 75% do maior forno, nio seré considerada no c4leulo de avaliagio do flicker. Fornos ELeraicos 375 iy = ae x Pay) = ee OIF F OIE FOIE) — AY, = 0,29%% > 0.25% Logo, pela andlise, a concessionaria de cnergia elétrica nao deverd fazer a ligayao da instalagao siderdr- gica no seu sistema, pois ha probabilidade de haver reclamagSes dos outros consumidores, devido as flutu- ages de tensio, 820 AVIS de freiéneia cumulativa 1.0 a Lampada de 120 V on 4 10 100 \Variagao da Tenséo por Minuto 1000 PLO DE APLicacao (8.5) Deseja-se instalar um forno numa indistria siderdngica, mas seu proprietério adquiriu-o de terceiros sem {que the fossem fornecidas as caructeristicas téenicas do mesmo, Saber qual o limite de poténcia de curto-cir- cuito que deve possuir o forno, conhecendo-se, no panto de entrega de energia, a corrente de curto-circuito, Jr, = 3.500, valor simétrico, na tensio de 13,80 kV. ‘A poténeia de curto-circuito no ponto de entrega de energi P, =v 13,8 X 3.500 = 83.568 KVA Para que as flutuagdes de tensio sejam tolerdveis, deve-se ter: B97 kVA P,, = 0.0167 X P,, = 0.0167 * 83.658 Considerando-se que a poténcia nominal do forno seja a metade de sua poténeia de curto-circuito, tem- ser Como £2 > 109 . as flutuagdes de tensao so perfeitumente tolecdveis, P. 8.4.3.1.2 Método da UIE ‘A Unio Internacional de Eletrotermia — UIE props uma metodologia estatistica para avaliagao do flicker que vem sendo adotada nos mais diferentes paises do mundo, com excegiio dos Estados Unidos, sendo reconhecida pelas diferentes concessionérias do setor ¢létrice brasileiro como a forma mais adequada para andlise de viabilidade da conexdo de fomos a arco nos seus sistemas elétricos Qualquer método de andlise de flicker leva em consideragi a reagdo das pessoas quanto ao incémodo visual. Assim, @ analisador de cintilagae de modula a tensdio num determinado ponto do sistema e, através da ponderagao da tensdo modulante pela caracteristica do conjunto limpada~ olho-cérebro, indica um valor peculiar de desconforta visual, Curva analiti do pardmetro ‘ove Para ciclo de 10 minutos CaeiTuLe Ora ETD - 13,8 kV — Fase B 9/9/99 nN 2 Giclos de 10:minutos - Inicio 20:55 O medidor de flicker, au analisador de cintilagao, desenvolvido pela UIE — que permite quan- tificar © ineémodo visual do efeito de flicker provocado por flutuagées de tensdes — tem como referéncia uma limpada incandescente de 60W-120V. Porém, no inicio das pesquisas a UIE desenvolven um medidor de flicker com base numa Kimpuda de 60° W-230 V. O método encontroa restri¢des de uso nos Estados Unidos, Canada ¢ nos paises do leste da Asia, nos quais se utilizam Jampadas de 120 V. Pars atender a essa demanda, a UIE desenvalyeu novos estudos adaptando a concepeio original do método para a ampada de 60 W-120 Y, A inetodologia desenvolvida pela UIE consiste na classificagaio dos nfveis instanténeos de sensagio do flicker, obvidos a cada ciclo de 10 minutos pelo medidor de cintilagdo. Esses niveis silo expressos em pu no limiar da percep¢ao, abtendo-se uma curva de freqléncia cumulativa das sensagdes de flicker em pu, em conformidade com a Figura 8.20. Sao utilizados filtros dedicadas, de acordo com a freqiiéncia das Lampadas, assaciados & sensibilidade do olho humano & reagio do cérebro, A curva de freqiiéncia cumulativa € obtida a partir das medigées efetuadas pelo medidor de cintilagio, cujos resultados estao expressos pelo gréfico da Figura 8,21 paraciclos de LO minutos, ¢ pelo grafico da Figura 8.22 para ciclos de 2 horas. Atvavés da curva da Figura 8.21, obtém-se um fndice que representa o desconforto visual pro- vocade pelo flicker num periodo de 10 minutos, medido pelo parimetro P,, O algoritmo que per- mite converter a curva de freqiiéncia cumulativa no parimetro P,, foi desenvolvido de modo que © valar de P,, fosse igual a | para todos os valores limites de variagdo de tensiio recomen pelo IEE 555-3, O parimetro P,, indica 0 nivel de severidade do flicker para um periodo de 10 minutos, consi derado de curta duragdio (short time), ¢ 0 parametro P, para perfodo de duas horas, considerade de longa duragio, adotados pela ULE ¢ tides como os mais adequados pardmetros de severidade do jl cker, 0 qual propée valores para niveis de compatibilidade em conformidade com a Tabela 8.8. Estes valores tém sido questionados em fungdo de varias medigdes realizadas em diferentes paises por serem muito conservadores, Ha fornos em operagio nos Estados Unidos ¢ na Europa operando a um P,, de até 1,85 ¢ a P, igual a 1,35 sem que tenha havido comprometimento da qualidade de servigo capaz. de gerar reclamagio dos consumidores potencialmente afetados. Ha especialistas que sugerem valores de P,, cP, respectivamente, iguais 42,50 e 2,2, Pelo que o autor conhece, no mundo hd poucas sidertirgicas operando nos limites dos valores da UIE, E necessério que os estuclos desses limites sejam aprofundados no Brasil para se evitar que empreendimentos siderirgicos sejam penalizados desnecessariamente com clevados niveis de investimentos para atender um requisito considerado extremamente conservador, A severidade do flicker é funcio da taxa de repeticao da perturbagdo da tensaio, da amplitude do valor da tensao e da forma de onda ForNos ELETRICOS 377 ——-FIGUIRA 8.22 ETD - 13,8 kV— Fase 8 Curva analitica do paraimetro = 9/9/99 Pra para ciclo de 2 horas 00:25 02:05 Ciclo de 2 horas atura existem diferentes indicagdes para os pardmetros de P,,¢ P, em fungie da pro: balidade de serem excedidos. Assim, por exemplo, 0 P,.»s significa o valor de P,, que tem a pro- balidade de 1% de ser excedido num determinado perfodo de medigaa; neste caso 10 minutos € na caso do P,, 2 horas, O cilculo do P,, é determinado pela Equagao (8.11) correspondente a cada ciclo de 10 minu- tos, considerando os valores Py), Pyy, Py Py ¢ Pio obtidos da curva de freqiiéncia cumulativa da Figura 8.21 e que consistem nos niveis que foram excedidas, respectivamente, de 0,19, 1%, 3%, 10% © 50% do tempo de medig ‘io. P, = yO,081E XP, +0,0835 XB, + 0.0857 XP, + O28 KF, FORK A, (8.11) io valor de P, € obtido da Equagiio (8.12). (8.12) A avaliagio do flicker numa instalagio industrial € simples € bastante pritica, Utilizando-se um medidor de cintilagdo, conectado geralmente no QGF localizado na subestagdo, procede-se & io dos valores de P,, indicados no aparelho ae mesmo tempo em que se percebe a variagia do fluxo luminoso emitide por uma Kimpada padrao, Os valores mostrados na Tabela 8.9 exem plificam 0 resultado de uma medig Para se determinar o valor do P,, num dado ponto do sistema elétrico, ou mais especificamente no Ponto de Acoplamento Comum (PAC), pode-se utilizar a Equagao (8,13), RK, x E (8.13) Fs P, — poténcia de curto-cireuito do sistema; P., ~ poténcia de curto-cireuito do forno: K,, —coeliciente de emissia caracteristico que varia de 48 a 85 ¢ depende do tipo de forno. De acordo com a literatura, 0 valor mais adequado ¢ 60 para fornos a arco de corrente alternada, Para se determinar o valor do P, nas mest (8.44). as condigGes anteriores, deve-se aplicar a Equagio xi (8.14) fs : 378 CAPITULO O1Te K,, ~ cocticiente de emissdo caracterfstico do forno ¢ que varia de 35 a 50, Os valores de K, € K, dependem do tipo de foro, do tipo de carregamento e do método de operagio. Apesar de a UIE estabelecer os valores de P,, © P,dados na Tabela 8.8, € que nfio sio excedi- dos para 99% do tempo de observasiio, os especialistas costumam trabalhar também com valores de P,,¢ P, tomades a 95% do tempo de observagao e utilizam tais valores para complementar os critérios de avaliagto do flicker. ‘TABELA 8.8. Valores de P,, ¢ P, propostos pela UIE Considerando que sejam adotidas medidas corretivas de atenuagao do nivel de flicker, através da aplicacio de quaisquer um dos métodos indicados na Segio 8.4.3.2, ou por meio do coeficiente de transferéncia entre alta tensfo © média tensio, a Equacio (8.13) pode ser complementada & transformada na Equagao (8.15), ou seja: * Kaw (8.15) K. say ~ fator de redugio por compensagio: Koy — coeficiente de transferéncia entre AT ¢ MTT. Este valor pode variar entre 0,6 ¢ 0,80, ‘TABELA 8.9 Medicio da severidade do flicker Ainda de acordo com os especialistas, a aplicagio desses coelicientes permite que se admitam valores superiores iqueles estabelecidos na Tabela 8.8, conforme comentado anteriormente. Atualmente existe uma tendéneia mundial para utilizagao de fornos a areo de corrente continua em substituigao aos fornos a arco de corrente alternada. Os fornos CC esto sendo empregados | mais recentemente ¢ existem no mundo poueas unidades em operago comparativamente aos For nos a arco CA. Sua grande vantagem é: + redugo do consumo dos eletrodos; * aumento da vida dtil do refratario; + aumento da eficigneia do proceso: + fedugiio do consumo de energia elétrica por tonelada de produto; + atenuagdo do nivel de flicker. Muitos projetos podem ser viabilizadas em certas regides onde o nivel de curto-cireuito 6 baixo) simplesmente trocando 0 forno a arco de CA por CC. Estudos realizados mostram que os fornos 8.23 ago entre K€ 2, para intes valores de P.//P., Foros Evétaicas: 379 Fay 9996 4 12 10 a arco CC podem necessitar operar com a metade do nivel de curto-circuite exigido pelos fornos CA, Porém, especialistas conservadores apontam para algo em torno de 75%. ‘A Figura 8.23 mostra a correlagdo que existe entre os valores de K, ¢ 0 valor de P,, para ditt rentes relacées de P,/P., 8.4.3.2 Correcado da flutuagao de tensao ‘A corregio da flutuagiio de tensio provocada pela instalugao de um forno a arco exige que sejam adotadas algumas medidas que normalmente envolvem uma soma aprecidvel de recursos, ou seja: + aumentar a poténeia de curto-cireuito do sistema de suprimento do Forno; + dispor de alimentadores exclusives para suprimento do foro; + instalar reator série: + instalar compensador série: + instalar compensador sincrono; + instalar reator série e eompensador sinerono; instalar compensador estitico. Nem sempre ¢ possivel executar economicamente a primeira medida, pois ela envolve, em geral, investimentos vultosos par parte da concessionéria, A segunda medida pode ser adotada com Menos recursos ¢ estar limitada & melhoria das condigdes de fornecimento aos consumidores que poderiam estar ligados ao mesmo alimentador do forno. As demais medidas séio aquelas geralmente adotadas nos estudos de suprimento de fornos a arco ¢ que sero objeto de estudo suméario, 8.4.3.2.1 Instalagao de reator série A aplicacio de reatores série tem sido o sistema mais utilizado pelos complexos sidenirgicos de pequeno ¢ médio portes para atenuar as Hutuagdes de tensao provocadas pela operagtio das fornos a arco, Este sistema consiste em utilizar um reator, representadlo por uma reatancia X,, ligada em série com 0 circuito de alimentagao do forno. A Figura 8.24 ilustra o esquema elétrico simplifi- cado de uma usina sidentirgica ¢ a Figura 8.25 mostra as impedncias envolvidas, Oreator série ajuda a estabilizar o arco e permite que se opere © farno com arcos langos, redu- zindo, em conseqtiéncia, o desgaste dos eletrodos, Na realidade, a inserydo do reator limita consideravelmente a poténeia de curto-cirevito do forno, resultando em menor queda de tensio no alimentador de suprimento, MedigOes apontaram que 0 reator série pode reduzir 0 eleito do flicker em cerca de 20%: O reator pode ser constituido de varios tapes, cada um deles correspondente a uma reatdineia inserida de acordo com as necessidades de limitagdo da corrente de curto-circuito do forno. O valor da reatincia do reator pode ser dado pela Equagao (8.16). VX Up = bey) NB OX by X Loge (Qi fase) (8.16) 380 CAPITULG O1TO FIGURA 8.24 Rede da Cancassionéria Compensagao com reator série P a (Chave Seccionadora we we wen wean Diswenor TF Bara da.Forn0 Uitendanxnnion bo . si fs ie EUs sae rate Sa Aciana (toro) V, — tensaio de alimentagio do reator, em V; 1, ~ corrente de eurto-circuito do forno, considerando os eletrodos tocando diretamente a carga, em A: ~ corrente de curto-circuito do forno com o reator inserido e que corresponde ao valor desejado para permitir a queda de tensio prevista na barra em estudo, em A, O valor da indutancia da bobina do reator pode ser calculado pela Equagao (8.17). x, HH fase} 8.17) 2XaXF a ) ey O valor da queda de tensio percentual na bobina do reator pode ser calculado pela Equacio (8.18). ITB X, X Lop & Be AYE (8.18) Jy corrente nominal do forno, em A. A poténeia nominal do reator pode ser calculada pela Equagio (8.19). BXX, x P, =——L— (kVA) (8.19) 1.000 X,—reatdineia do reator, em (0. EXxemPLo DE APLicacao (8.6) Considerando-se 9 Exemplo de Aplicacaa (8.3) da Seco. 8.4.3. 1.1, determinar ax earacteristicas nominais do reator série necessérias para atenuar as quedas de tensio nos niveis do padraio de flutuagio de tensio, As reaténcias resultantes estio mostradas na Figura 8.25. a} Determinagao da méixima poténcia de curto-cireuite de operagiio de forne Este caso corresponde ao valor miximo do padrio de flutuagdo de tensio AV, = 0.25%, Considera-se que © tape do-transformador do forno esté posicionado de modo a permitir ay mais severas condigdes de ‘operagio do fomo. De acorde com 1 Equagia (8.7), tem-se: = 2.0014 kVA oO ForNos ELeTRICas 381 | Xr b) Calculo da reatineia do reator De acareo com a Equagao (9.16), tem-se: 3.800 > (12: 5) BO BES) or a V3 X 125,5%87,5 Ns £, 3,000 ee oe BO e955 Bxv Bxiaa0 | 8 ly = = OM nasa SOME W VEX 13,80 €) Cfilewlo da indutaneia da bobina iy — 275 9,073 Hace 2X TX OO d) CAlculo da queda de tensda no reator . De acondo com a Equacae (8,19), tem-se: 175 X 27,5 x 62,75 x scnd5.57 ne DELS ATS sO Pee na os Ave an A4% 1.500 vw BKV VOX 1380 cosif = 0,70 (valor considerado) + w= 45,57° PB. 1, =6275 8 Rade da Concessionaria Sa apa aees (Chave Soceionadora as vo re L—~po— an | Desturtor 0 i Xe FS Capacitor Séxia Barra do Forma ‘Chave Seccionadora c - é és ecko put oF vo ow setae ae ly Aclaria 382 CaptTUL O10 ¢} Céloulo da poténcia do reator De acordo com a Equagao (8.18), temn-se: Axx, XR, _ Ux I71S KOT 1,000 1.000 324 kVA, 1) Caileulo do valor do P., De acordlo com a Equagao (8.19), tem-se: 3.000 83.658 = 70% P,, = 70 (valor médio adotado) Logo, utilizando-se um reator de 324 kVA de poténcia nominal, obter-se-4 um padidio de flutuagio de tensio de 0.25%. Analisando os resultados pelo lado do P,, pervebe-se que seu valor ¢ elevado, superior a0 valor admitide pela UIE, mas aproximadamente igual a 2,5 aceitsvel de acordo com os comentirias anterio- res, Observar que os valores encontrados pelos dois processos sito perfeitamente compativeis, isto ¢, esto nos limites de aceitagio. FIGURA 8.27 Diagrama de impedancia 8.43.2.2 Instalagdo de compensadores série Considerando-se que 0 sistema de alimentago do forno seja representado por uma reatincia indutiva ao se instalar um banco de capacitores com uma determinada reatéincia capacitiva em série com o reterido sistema, a reatiineia resultante € sensivelmente reduzida, diminuindo os efei- tos da queda de tensao provocada pelas elevadas correntes provenientes da operagao do forno, principalmente no ciclo de fusde. Une Observando-se 0 esquema elétrico da Figura 8.26, com base no esquema unifilar simplificada da Figura 8.25, pode-se concluir que: X=X,-X, (8.20) realncia resultante do sistema de alimentagao, em puffase; reatincia propria do sistema de alimentagio, em pulfase; — reatiineia do banco de capacitores, em pu/fase. Deve-se alertar que a instalagdo de capacitores em derivagdo ndo ¢ adequada para a comegio de flutuagao de tensdo, devido 4 operag.io de fornos a arco, O seu efeito sobre 0 sistema pode até agravar as flutuagées de tensfio, pois a queda de tensio nos terminais do capacitor devido & ope- ragdo do forno resulta um menor fornecimento de reativos por parte deste, devendo a fonte suprit a pargela restante, ocasionando, deste modo, uma maior queda de tensio no sistema, A determinagio do valor do banco de capacitores série pode ser feita através da Equacio (8.21). _3XX XE R, Toon VAD (B21) ForNos ELETRICOS 383 _X, ~reatancia capacitiva em OMfases J, —corrente que eircula no baneo de eapacitores, em A ‘A instalagdo de capacitores série resulta um aumento considerdvel da poténcia de curto-circuito do sistema, No entanto, a sua utilizagiio tem sido muito limitada devide & ocorréneia de sobreten- ses em transformadores ¢ motores de indugio decorrentes do fendmeno conhecido como resso- nincia série, quando o valor da reatincia capacitiva toma-se igual a0 valor da reatincia indutiva, ficando a corrente do circuito limitada somente pela sua resistencia. PLO DE APLICACAO (8.7) Considerar a instalagdo da Figura 8.26, cujo diagrama de impediincia esta representado na Figura 8.27, Verificar se 0 nivel de thutuagao de tensdo ¢ tolerdvel e, caso contririo, determinar 0 valor do banco de capa: cilotes série necessério para corrigir o disttirbio. Sabe-se que: ‘+ poténeia nominal da Forno: 1.000 kVA; + poténcia de curko-cireuito do Forno; 2,000 kVA; + fatorde severidade: 0,15: + poténicia dos transformadores! Pay = 300KVA Pry = SOOKVA Pry = 1,000 kVA. + impediineia do forno e do transformador do forno: 8%; = tensdo de fornecimento; 13,80 kV; + poténcia de curto-circuito do sistema: 45.000 kVA. a) Escotha das bases V, = 13,80 kV P= 1,000 kVA, 000 Vx 13,80 = 41804 b) Céloulo da impedincia reduzida do sistema + Resistoneia Ro=o = Reatiincia es = 0,0222 pu €) Cileulo do padrio de flutuago de tensilo sem 0 capaciter série 2.000 ay, =, x A x 100 = 015 x 100 = 0.666% AV, > 0,25% (neste caso, devers haver fortes fumagties de tensao) 4) Caloulo do valor do P,, De acordo com a Equagite (8.13), tem-se: Feo as x P,, = 85 (valor maximo adotado) ee 2.000 2377 Observar que o resultados obtidos pelos dois processos sd0 compativeis, ©) Céleuto da poténeia de curto-circuito na barra do forno necessdrio para que AV, = (25% Kg x 100 = 0.15 x 22% 0,25 2 100 — P,, = 120.000 WA Logo, a reatiincia resultante deve valer: Po 1.000 P. x, = 0,0083 pu 120.000 Entiio, a reatincia capacitiva vale: X= X)— X, = 0,0222 - 0.00 0.0139 pu 384 Capiruto O1To. FIGURA 8.28 eck cn Coren Compensagdo com compensador PT censnwaseaasaoe sinerono te wo am Dauner) TF ara. oo Forno Crave Secetinadors [ [ ( 1 © tre 7 b autor Disuntr Desuntor sunt “anatase Put 8 Pie —— Tee Compensarior imimistraclio 0 1000 kVA rnerome ws “ Frome Pua G 20% + Tara ‘A reatncia capacitiva ohmica vale: 1,000 < 13,80" 00139 RE =n 1.000 1) Caleulo da poténeia total do banco de capacitares vale; = XO TSS ay oevap ° 1.000 300 + 500 + 1.000 35 5 Logo, send instalaco um capacitor (riffsico de 50 kvar em série com a sistema de alimentagio do forme, conforme mostra. a Figura 8.27. 8.4,3.2.3 Instalagao de compensadar sincrono A instalagdo de um compensador sfncrono rotalivo como solugdio para atemuar as Mutuages de Lensfio se prende ao fato de que as quedas de tensio produzidas na rede. pela operagao do forma a arco, sao conseqiiéncia das oscilagdes de corrente reativa absorvida pelo referido forno e que, estas condigées, @ compensador sincrono fornece uma parcela da poléncia reativa, enquanto & rede de suprimento fornece a parcela restante do total dos reativos abssorvidos pelo forme. A resposta do compensador sincrono as flutuagoes de tensao € considerada no regime de oper fo transitéria da maquina rotativa, Desta forma, no diagrama de impedancias o valor considerado para representar o compensador sinerono é o da reatincia transitéria que pode ser tomado coma um valor médio aceitavel igual a 0,5 pu na base da poténcia nominal da miquina. A poténcia nominal do compensador sinerono & baseada na méxima poiéncia reativa que 0 mesmo pode fornecer & barra do forno, Esta poténcia reativa € estimada na ordem de 5 a 10) superior & poténcia reativa absorvicta pelo forno, isto € Py = (1,05 a 1,10) % Py (KVA) (8.2) P,, ~ poténeia nominal do compensador sfncrono rotativo, em kVA; Py — poténcia reativa média absorvida pelo forno, em kWVAr. A queda de tensao percentual na barra do forno apés a instalagao do compensador sincron pode ser dada pela Equagéo (8.23). 8.29 de impedancia Fanos ELETRICOS (385 Xai 100 x = x, XxX, xX, 1+ Se |x[ 1+ x, a, X, ~ reatdncia do fomo e do transformador do forne, em pus X,, — reatdncia do circuito do compensador sincrono que compreende a do transformador maisa da maquina, em pi ~ reatincia indutiva do circuito de alimentagiio, em pu. AVG = ) (8.23) x, ‘A instalagao de compensadores sincronos permite a elevacdo do nivel de curto-circuito no sis~ tema de alimentagdo, Medigdes efetuadas com fornos a arco utilizando compensadores sineronios demonstraram que 0 flicker foi reduzido em até 30%. Algumas desvantagens podem ser atribuidas 2 instalagao de compensadores sineronos: + contribui com as correntes de curto-circuito, quando da ocorréncia de um defeito no-sisterna de suprimento, + responde com lentiddo as flutuagoes de tensio: + prego de aquisi¢ao e custo de instalagao geralmente elevados be ApLicacdo (8.8) ‘Estudar a corregiio da flutuagio de tensio, conectando & barra do forno um compensador sinerono retative de poténcia a ser determinada ¢ tensiio nominal de 2,600 V, ligado a um transfarmador elevader, confarme est mostrado esquematicamente na Figura 8.28. O valor de K,, neste caso, € de 0,09, A impedincia X,, = 0.0024 pu nas bases de P, = L000 kVA e V, = 13,8 KV. A poténcia de curto-circuito do forno € duas vezes ‘a.sua poténcia nominal, ‘Como se pode observar, a reatancia do cireuito do compensador sincrano esta em paralelo com a reatdin~ cia do-sistema de suprimento do forno, a) Determinagiio da queda de tensio percentual compensada ‘Considerando-se o padrio de flutuagan AV% = 0.25%, a queda de tensiio maxima permitida é dada de acordo com a Equagio (8.6). Av, 0.25 K, 0,08 AVS 277% bb) Céleuto da reatdncia do conjunto transformador e compensador sincrono Da Equagi (8.23), tem-se: ‘S,0n# 7-— 0,08 1+(2oz4) x (1 + 0.08 100 * 0,045 pu (nas bases de 1,000 kVA e 13,80 kV) X, = 0,08 pe (valor dado nas bases de 1,000 kVA ¢ 13,80 kV)

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