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ee Meo O Oracilo N Sagrado tas’ | ee EE CELLU ol d CD Ser caccesces gg La 1S) Fe EAGT eG TOO a XN = DITORA PENSAMENTO =—— O Ordculo Sagrado das Runas ilo do onyinal: Ronen = Orikel, Beratung, Lebvenshilte (Copyright @ 1984/7988 Fdred Thorssom Samuel Weiser, York Beach, Mai Copyright "2001/2011 Kénigsfurt-Urania Verlag GmbH, wwwkoenig; Copyright da edly raf 2013 Pditoea Pensaivento-Culteis Uda. 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Minag Editor agd0 BleteOnies [ovt Buseaa Revisior Yociko Otkawa :UP-Mirasil, Catalogago na Publicagho Sindicato Nacional dos Editorcs de Livros, RJ 4120 ‘Thorsson, Edred (© oniculo sagrado das runas - autoconhecimento-¢ oni Bare Thonn fratyie Marcel B la pelo sistema divinatstia rallenar dos paras medicos / Led. ~ Bio Paulo: Pensamento, 2013, Tradugdo det Rumen : Qrakel, erating, Lebenshilfe ESBIY 978-853 /5- 1840-9 1. Runas, 1. Titulo, 3303037 Direitos de tradugio para o Brasil adguiridos com exclusividade pela TO-CULTRIK LIA, que se ceserva a npriedade [lerdria desta tradugin, Rua Dr Maria Vicente, 43 ~ 04270-000 ~ Sto Palo - SP 11) 2066-9000 ~ Fax: (11) 2066-9008 ewweditorapensancentia com be jendlmento@editorapensamenincomer Fei fetta a dep betta egal SUMARIO 1 Panorama histérico 7 Histéria das runas 8 O jogo de runas na historia ena literatura 9 — 2 ‘Teoria divinatéria das runas 13 Asrunaseodestino 14 3 Instrumentos para ojogo de runas 17 | 4 Rituaisdojogoderunas 21 AQecasiio 21 OLocal 22 Criagiio talisménica das pegas 22 © corte da madeira para as pegas 23 Energizagio das pegas 24 Olangamentorunas 27 5 Métodos para jogareinterpretarasrunas 31 Exercicio de leitural 31 Fxercicio deleitura2 32 Sobreos aspectas 32 Determinagio dos aspectos 33 Os Métodos 35 LO métodonérnico 36 xemplo de leitura segundo o métode néraico 37 2.0 metodo dos eftir 38 Exemplo de um langamento segundo o método dosa@iir 42 3,0 método futhark 44 emplo de leitura segundo o métoda futhark 46 4, © metodo dos sete reinos 48 ! Exemple de leitura segundo o método dos sete reinos 50 Métodes alternativos 51 Respostas sim ou nao 53 6 Simbolismo ranicoe tabelasoraculares 55 Glossario 152° "7 Abreviaturas 153 Fontes dasimageng 9154. ‘Posficio 155 cuca 1 PANORAMA HISTORICO A palayra “runa” significa simplesmente “mistério” ou “segredo”. O significado. basica é.0 mesmo em todos os dialetos germanicos antigos: rtin em noruegués antigo, rina em alto-alemao antigo, rin em inglés antigo e rina em gotico, Provavel mente, a palavra remonta a uma raiz relacionada 4 vocalizacdo - um Sussurro ou um murmurio, e isso ven antes da escrita ou da imagem. Refe- re-se, primordial ¢ basicamente, a uma ideia ou principio expresso oralmente e/ou por magia, € em segundo lugar a representagao visual desse principio. Quando o5 povos germnicos comegaram a escrever como os gregos € ro- manos, eles deram aos diagramas com que realizavam essa tarefa o nome de “runas”, Cada runa representava um mistério e estava relacionada a certos principios da tradi¢ao esotérica, (Isso nao surpreende, pois as pessoas que de- senvolveram e mantiveram esse sistema também cram os depositarios de outros materiais intelectwais ¢ religiosos dessa cultura.) Além disso, 0 proprio sistema podia ser usado para representar uma linguagem natural, e assim preservar foneticamente as formulas magicas em si. As runas tornaram-se “sussurradoras de segredos”, Através delas era possivel haver comunicagao - de maneira silenciosa e através de prandes distincias e periodos de tempo, entre os reinos da existéncia - entre deuses e humanos, humans ¢ deuses e até entre os reinos da natureza. A importdncia desse fata deve ficar clara para quem quer que se interesse por magia ou ordculos, As runas, embora no sejam uma linguagem no sentida habitual da palavra, constituem uma metalinguagem, ou seja, um sistema simbdlico através do qual € possivel transmitir significades acima ¢ além da capacidade da linguagem natural, do mesma modo que a poesia. Na verdade, &bem provavel que a poesia germanica clissica tenha surgida de préticas divi- natdrias rinicas, Por meio dessa metalinguagem, o runomante pode encetar um didlogo signifi- cativo com seu ambiente, interior e exterior. Esse aspecto esta na raiz do verda- deiro significado da palavra “runa”. Mas tudo isso faz muito mais sentido se entendide dentro da antiga cosmologia nérdica dos mundos multiplos - ¢ sua psicologia de almas miultiplas. HisTORIA DAS RUNAS No sentido histérico mais exotérico, as runas representam uma tradigao intn- terrupta: ua “alfabeto” usado pelos povos nérdicos desde tempos antigos até o inicio do século XX, em regides remotas da Escandindvia. Entretanto, essa tradigao continua passou por muitas transformagdes, E importante compre- ender que as runas, embora sejam um sistema de simbolos (uma metalingua. gem), n&o constituem uma linguagem no sentido habitual. Qualquer lingua natural (coma o inglés, a russe, japonés} pode, teoricamente, ser escrita em caracteres riinicos, embora, historicamente. as runas nunca tenham sido em- pregadas fora do grupo linguistico germinico, ou seja, nunca foram usadas por celtas ou finlandeses, por exempla. A mais antiga tradicio rinica é a composta de 24 pecas, o Futhark Antigo, Esse sistema pode ter sido iniciado em torno de 200 AEC, mas certamente era usado no primeiro século da Era Convum, (A mais antiga inscrigéo encontrada até hoje éa do brache de Meldorf, que data aproximadamente de 50 EC). Na Escan- dindvia, esse sistema continuo a ser empregado mais ou menos até 800 EC, quando foi reformada sistematicamente ¢ denominado Futhark Novo, de de- zesseis pecas. Dentro da escala de tempo do Futhark Antigo (que comega por volta de 450 AEC), fol desenvolvido um futhore estendido, com 28 pegas, nos territérios [risio eanglo-saxo. Esse sistema continuo a ser expandido e repre- sentado amplamente em meios mais variados (em manuscrites) até por volta de 1050, Dentro da tradi¢do formal do futhark de 24 pegas, houve ainda uma tra- digio riinica do sul da Alenmanha que floresceu nos séculos VI ¢ VII da Era Comum, especialmente na Bavaria, Alemania ¢ Turingia, Na Escandinavia, o vigoroso sistema do futhark antigo de dezesseis pecas, ini- clado na aurora da chamtada Bra Viking, fol ans poticos sendo corrompido pelo sistema alfabético do sul da Buropa. As runas foram sendo retiradas de sua ordem caracteristica no futhark e postas em ordem alfabética. Essa reforma alfabética foi conciuida, na maioria dos casos com propésitos exotéricos, por volta de 1300. No entanto, os poemias riinicos mostram quea Lradi¢gao esoterica da ordem do futhark sobreviveu até o século XV. Oconhecimento das runas como sistema de escrita praticamente desapareceu, exceto na Escandinavia, onde continuou a ser usada como forma alternativa e utilitaria de escrita (especialmente em entalhes) por clérigos, comerciantes € fazendeiros. Por fim, a tradigao rdinica acabou sendo preservada apenas nas areas mais remotas do interior da Escandinavia, © JOGO DE RUNAS NA HISTORIA E NA LITERATURA Sema fontes escritas, especialmente textos en: ndrdico antigo e latim, seria difi- cil determinar cientificamente a natureza histérica do jogo de runas. Esses re- latos, e certas palavras usadas neles, fornecem muitas pistas sobre a estrutura do ritual divinatéria rénico e proporcionam o contexto para atos divinatérios em geral, Contudo, ha limites para essas evidéncias, Em primeizo lugar, esses textos tornaram-se comuns apenas na Idade Média, ¢, embora certamente representem materiais muito mais antigos e reflitam priticas arcaicas, devemios levar em consideragao essa discrepAncia temporal. Em segundo lugar, os rela- tos das sagas esto integrados a contos ficcionais e podem conter certo grau de conven¢io literdria, Entretanto, esses dois pontos si0 pequenos se vistos contra o pano de fundo mais amplo da tradigao. Nao existem, nos registros arqueolégicos, exemplos claros de runas enta- Thadas com finalidade divinatéria, mas provavelmente isso se deve ao fato de elas terem sido gravadas em materiais pereciveis. Outra possibilidade & que fossem destruidas ritualisticamente depois de usadas como parte de um pro- cedimento normal. Outro fato surpreendente é que nao existem referéncias diretas, ndo mitoldgicas, ao ato de se langar runasna literatura nérdica antiga. Apesar de tudo isso, é praticamente certo que a pratica era conhecida, devido a evidéncias linguisticas ¢ a relates paralelos em textos histdricos. As evidéncias linguisticas sie de dois tipos: (1) palavras sobre os instru- mentas ou jogo de runas, ¢ (2) expressées que, originalmente, devem ter sido caracterizagSes dos resultados do jogo de runas. As pegas de madeira em que as runas individuals ou combinagées de ru- nas eram entalhadas (geralmente coloridas com sangue ou tinta vermelha) eram conhecidas na linguagem ndrdica antiga como hlaut-teinar (Maut-teinn) ou gravetos da sorte (também interpretada por Snorri Stuurluson como “grave- tos sangrentos"), ¢ hlaut-vidhar, peas de madeira da sorte. O uso original da expressio germdnica stabaz, que significa pau ou palito, pade ter relagia com o fato de as runas screm entalhadas em pedagos de madeira que, com grande probabilidade, eram empregados em praticas divinatérias. Os termos germa- nicos rund e stabaz estavam ligados gracas a essa pratica e, com o tempo, tor- naram-se sindnimos, Uma evidéncia corroboradora interessante ¢ encontrada na palavra wiyrd-steef, do inglés antigo, que significa tabua wyrd (destino pes- soal) ou weird (ver glossario), 0 que parece uma referencia ao uso divinatério. ‘Os antigos dialetos germinicos estio repletos de palavras compostas que se referem a diversos tipos de runas/varetas. Algumas sio descrigdes téenicas (em nérdico antigo [NA] mdlrinar, ranas falantes; NA blddhgar ranar, ronas sereeesescenone abimrce Seah Fas, * 5 cence empire Se” 1p DU aun PIES o eet sangrentas; em alto-alemao antigo [AAA] Jeod-riina, runa cantante etc), enquanto outras dao indicagdes das razées pelas quals deviam ser empregadas (NA brint-réney, runas do mar [para acalmi-lo}; bjarg-rdnar, runas do parto [para facilita-lo] etc.) Entretanto, entre essas existern algumas que parecem classificar as resultados de um jogo de runas. Algumas sdo auspiciosas (NA itkn-stafir, varetas da satide; NA gaman-riinar, unas da alegria; NA audh-sta- is varetas da riqueza; NA sig-rinar, runas da vitdria), enquanto outras pare- cem desfavoraveis (NA myprkir stafir, varetas sombrias; NA bél-stafir, varetas malignas; inglés antigo [IA] beadu-run, runa de conflito; NA flerdh-stafir varetas engamosas). No que iz réspeito a pratica efetiva do jogo de runas, a melhor descrigéo é aquela proporcionada por Tacito, no capitulo 10 de Germania (cerca de 98 EC). Antes, pode ter ocorrido certa discussdo sobre se as nofae, signos, men- cionados por ele referiam-se de fato as runas, pois acreditava-se que a inscri- cao mais antiga dataria de 150 KC, aproximadamente. A descaberta do brache de Meldorf, porém (cerca de 50 EC}, proporcionou evidéncias fisicas de que as runas eram conhecidas desde antes da época em que o Germania foi escrito, O relato de Tacito pode ser traduzido assim: Quanta a titagem de auspicios e ao langamento da sorte, eles acreditan tanto quanto quaisquer outros: 0 nrodo pelo qual langam a sorte é simples, Cortant um galho de una drvore frutifera em rodelas, assinalando-as com certos signos (notae, ent latin), e langande-as aleatoriamente sobre unt pano branco. Depois, o sacerdote estatal, se a consulta for publica, ou o pai de familia, se privada, oferece uma prece aos deuses, ¢, enquanto olha para o céu, pega trés rodelas, uma de cada vez, e interpreta seu significado de acordo com os signos entalhados nelas, Se a mensagent proibir alguma coi- sa, nia se faz mais nenhuma pergunta sobre o assunto nesse dia; mas se permite alguna colsa, é necessdria a canfirmagita dos auspicios. Em A Conquista da Galia (Livro 1, 53}, César, escrevendo por volta de 58 AEC, também menciona a “consulta da sorte, trés vezes” (fer sortibus constltian); portanto esse deve ter sido um aspecto importante da adivinhagao germAnica, Trés passagens das Eddas também atribuem significados magicos im- portantes — e um tanto quanto enigmaticos - as priticas divinatdrias rt- nicas. Tudo acontece em contextos miticos. No poema “Véluspa”, est. 29; “[As Nornes] cortavam madeira, estabeleciam leis, escolhiam as vidas, pro- nunciavam os ‘destinos’ (NA orldg). No poema “Havamal’, est. 80, lemos que “foi provado quando vocé pergunta 4s runas, que foram criadas pelos deuses” (NA regin, conselheiros divinos). No “Havamal’, est. 111, encon- tra-se esta passagem instrutiva: E tempo de cantar na bangueta da mago, no pogo de Urdr Sentei-me e calei Sentet e pensei. e ouvi os discurses dos honrens das runas, ew ouvi falar os conselhos revelados No saldo de Har No salio de Har assim ouvi dizer. Esta passagem proporciona nao apenas um retrato objetiva dos procedi- mentos rituais - como Ticito, o estrangeiro, também proporciona -, mas tam- bém nos dd um vislumbre dos processos interiores subjetivos da mente do langador de runas, Isso é algo que s6 um conhecedor, s6 alguém que realmen- te era versado no jogo de runas, poderia ter feito. Ha outros relatos histéricos de observadores cristaos que nos dizem pou- ca coisa além do fato de que o nimero trés era muito importante, Odin com seus corvos Huginn eMuninn. Manuscrito islandés do sécuta XVII, 2. TEORIA DIVINATORIA DAS RUNAS A compreensdo de como funciona o jogo de runas pode ser relativa, O modo como o entendemos hoje pode ser diferente daquele pelo qual um langador de runas dos tempos antigos o via. Além disso, hd diversos niveis de compreenséio em nossa época. Assim, por que pensar em “teoria"? Por que nao “praticar” simplesmente, sem se preacupar com tais assuntos? Para quem sé esta preocupado com a leitura das runas, naturalmente tais questées sio absurdas, ‘Tudo 0 que essa pessoa quer é perguntar ¢ obter uma resposta das runas, Mas se as runas sio mais do que um sistema de “leitura da sorte” —e elas certamente sito mais do que isso -, temos de tentar compreendé-la em todos os seus aspectos. Logo, a “teoria” é, basicamente, uma mancira de praticar, ‘Tradicionalmente, 0 jogo de runas é uma comunicagio direta entre os seres humanos e as divindades de muitos reinos. Essa conuinicacdo se da na metalinguagem dos deuses (as runas) ~ a forma exterior do Presente de Odin. As pegas de runas e toda a tradigdo relacionada a elas, bem como os métados rituais para sua consulta, também eram considerados presentes dos deuses. O primeiro “runomante” foi o proprio Odin, e ao langar as runas o adivinho esta, com efeito, participando do processo divino de forma imitativa. Essa ¢ a esséncia da teoria tradicional do jogo de runas, pelo menos do ponto de vista odiano. Outros povos dos tempos antigos teriam visto no processo divinatério a “voz dos deuses”, ¢ nisso devem ter sido encorajados pelos odianos, Esse entendimento exatérice - tal como ocorre com todas os miveis verda- deiros de entendimento — nao estd de todo incorreto. Entretanto, o que nao se percebe aqui é que, durante o ritual, o runomante assume o papel de “um deus”. Para se comunicar com a realidade transpessoal oculta (as runas), 0 runomante de fato precisa assumir esse papel, Em seguida, os resultados do lancamento s40 comunicados ao nivel humano de consciéncia do ranomante (e talvez ao de outras pessoas) por meio das runas ¢ sua tradi¢ao, Loge, 0 jogo de runas n&o é uma atividade totalmente passiva. A vontade, o talenta, 0 co- nhecimento ea evalugdo do runomante sdo muito importantes, Sem esses ele- mentos, as runas ficariam para sempre escondidas, Outro aspecto da teoria tradicional envolve as “divindades do destino”, que sio numerosas e predominantes na tradicao germanica. Pode-se atribuir-lhes EES * SS cerea de trés “fungdes” ou esferas de atividade. As Grandes Nornes (NA Norutiry Urdr, Verdandi e Skuld, simbolizam agio ¢ reagao, causa ¢ efeito, tempo e sin- cronicidade. Existem também as “guardias do destino” individuais, que sfo entendidas como entidades ligadas a cada pessoa e que ttm nas mios o seu destino (NA orldg) ¢, portanto, influenciam sua vida e suas agdes. Até certo ponto, o runomante busca conhecer essas entidades. Entre aquelas que perten- cem a esse segunda grupo esto os fetch (NA fylgja) eas nornir (nornes meno- res}, bem como, ema certos casos, as valkyriur (valquirias) e distr (dises), Existem também os “guias’, entidades que supostamente manipulam as pegas de runas para que caiam em determinadas posi¢ées. Os guias podem ser nor- nes, dises ou até valquirias, E preciso lenrbtar que, do ponto de vista odiano, essas entidades sao, na verdade, partes do seu eu. AS RUNAS E O DESTINO Aruna perthro é fundamental para a compreensio do contexto em que se dia oraculo rinico. Bssa runa contém os trabalhos secretos das trés Grandes Nor- nes ~ Urdr, Verdandi e Skuld -, vastas forgas do universo, cuja manifestacao sindnimo da origem do tempo (inclusive da sincronicidade}, do movimento (e, portanto, da lei de causa ¢ efvito) ¢ de tudo o que existe. So forgas etin obscu- ras, segundo o “Voluspa”, est. 8, na Edda Poética. A-esséncia de seu mistério esta refletida no significado de seus nomes. Urdr (1A wyrd} é simplesmente o participio passado do verbo verdha, surgir, tornar-se. Logo, Urdr significa, na verdade, “aquilo que foi" - em autras pa- lavras, “o pasado”. Verdandi € 0 participio presente do mesmo verbo e, por- tanto, significa “aquilo que é”, ou seja, “o presente”, Skuld deriva de outro verbo, skulu, que significa “dever". Essencialmente, ou qualitativamente, & diferente dos outros dois, e significa “o que deveria ser”. Em nordico antigo, isso tem conolagGes de dever como obrigagao, mas nos niveis mais arcaicos, quando a expressio surgiu, ela indicava meramente aquilo que deveria acon- tecer, tendo em vista as circunstancias passadas. Além disso, é muito importante perceber que a antiga ideia germanica de tempo era construida sobre um modelo “passado versus ndo passado”. Se repa- rarmos, nem o inglés moderno tem, na verdade, um tempo futuro (ele neces- sita de um verbo auxiliar para formar esse tempo). Essa é uma caracteristica comum das linguas germvnicas — alemao, inglés, holandés e os dialetos escan- dinavos, Mas temos, com efeita, um tempo passado real, Isso se deve ao fato de que, para a mente germénica, o passadbo ¢ real, o futuro é apenas hipotetice e sujeitoa mudancas, eo presente é um elerno agora, Se esses conceitos foren compreendidos em sua plemitude, serd facil per- ceber a verdadeira natureza do conceito germanica de “destino” (NA arlig), Orlég ndo é fixo e imutavel; na verdade, é constantemente transformado pela aciio continua, No entanta, erlég é uma forca poderosa, de cujo aleance poucos conseguem escapar depois que certos padrdes de comportamento tornani-se arralgados, © conhecido “fatalismo” gernvanico é, em sua maior parte, o en- tendimento exotérico desse processo. Nosso “skuld” é influenciado - ¢ até mesmo determinado - pelo nosso “urdr”, ou wyrd, Wyrd é, essencialmente, a “agiio passada” que foi formuladae gravada pelo nosso ser, Ora, se acrescentar- mos a essa teia ja vasta a ideia germanica de “reencarnacio” (NA aptrburde, renascimento}, surge uma imagem realmente complexa, Wyrd parece (e de fato ¢) tao impactante porque suas raizes costumam estar acultas em um pas- sado distante: elas estéo tao arraigadas em nds que se tornaram invisiveis. Além disso, a propria complexidade da teia de wyrd, todas as aces ¢ reacées passadas em todos os niveis da existéncia ao longo de todo o tempo de suas “existéncias essenciais”, faz com que seja imensamente dificil isolar os seus fios. No nivel mais elementar, 0 poder de wyrd pode ser expresso pela frase “f. dificil romper velhos habitos”. Pelo jogo de runas, o vitki ou mago procura chegar a raiz ou.ao nivel wyrd do assunto em questio, Duas expressdes técnicas mencionadas talvez exijam uma andlise mais aprofundada, Apirburdr (NA) ou renascimento é 0 processo pelo qual os poderes e caracteristicas essenciais de uma pessoa so transmitidos a gera- gGes posteriores. Isso costuma acontecer naturalmente ao longo de linha- gens genéticas; por exemplo, o neta é a reencarnagao do avé falecido. Com esse renascimento, 0 neto também “herda” o destino do avé (orldg é afetado por sua heranga). A propria ideia de oridg é complexa. A palavra significa literalmente niveis primarios” ou “lei primordial”, ¢ indica, na verdade, uma agao que esti ‘orada” no passado, Mas orlag age de duas maneiras. Refere-se tanto a ages passadas que realizamos (nesta vida € talvez nas existéncias anteriores de nossos eus essenciais) quanto Aquila que outras pessoas (au forgas impesso- ais) nos legaram durante o mesmo Rertoge de tempo, Em inglés, a unica forma que ainda preserva esse conceito ¢ a palavra ordeal (derivada de primal-deal, “assunto primério’, “provagéo”), algo que foi gerado no passado. Assim, em teoria, 05 julgamentos por ordalios, provas que causavam agonia, simplesmente demonstravami de maneira objetiva a verdade baseada nesses conceitos “a jeveeesaveneene apace ES? # Shee iwagetees a © eer Gu? CD ys aasnstntenian eC oe +i Coen cana sesonease & Com essa explicagdo, deve ter ficado clara que 0 processo que o runomante busca investigar por meio do jogo de runas nao é estritamente de causa ¢efeito. 0 processo nérnico formula um conjunto de probabilidades com base numa gama de ages e reagSes complexas em muitos niveis da existéncia. O jogo de runas é uma tentativa de reproduzir uma imagem dessa rede de wyrd, para que seu con- tetido possa ser analisado e interpretado. A teoria mais préxinva desse modelo germanico éa da sincronicidade, praposta pelo psicdlogo sulgo C. G. Jung. ‘Uma sincronicidade é uma coincidéncia significativa na qual acontecimen- tos externos coincidem com um evento psiquico (a percepcdo de um significa- do}. S80 momentos em que nossa alma e todo o mundo a nossa volta podem ser remadclados de algum modo -.caso tenhamos consciéncia da sincronicidade, O jogo de runas é mais uma tentativa de organizar as circunstincias inte- riores e exteriores (a alma eas runas), de modo a tornar legivel o centro da tela de wyrd, do que de prever eventos futuros. A partir desse centro, somos capa- zeg de interpretar boa parte dos demais desdobramentos e tramas do mundo que nos rodeia, Podemos até conseguir enxergar 0 mundo todo: passado e “presente”, arquetipico € mundano. Aqueles que conseguem ler as runas so capazes de expandir sua visio de modo a esclarecer todos os fatores candicio- nantes de qualquer situa¢do, As linhas da teia de wyrd podem ser expandidas na conseiéncia - e com isso o conjunto de probabilidades que cerca os eventos que ainda esto por vir pode ser vislambrado, Se o vitki considerar o padrao da Yggdrasill como uma estrutura tetradi- mensional eo ato de langar as runas como um meio para expandira conscién- cia ao longo de todos os caminhos que levam aos nove mundas, entio o jogo de runas pode ser visto como um meétodo para a expansio da percepgio a partir de um ponto central (Midgard). Mas assim como Midgard é o fruto fi- nal da manifestagao dos mundos de Yggdrasill, é também a semente a partir da qual surge um novo crescimento, O jogo de runas pode nos oferecer os pa- dres provaveis desse novo crescimento, Por fim, é preciso dizer alga sobre a “experiencia de wyrd”. Na linguagem coloquial, a expresso inglesa “weird” tornou-se um sindnimo de “estranho’. E uma pena. Antigamente, experiéncia “estranha” era aquela que parecia ori ginar-se no divino, do mundo dos deuses. Uma experitncia estranha fazia com que os pelos da nuca se arrepiassem, ¢ era considerada altamente signifi- cativa. Tais eventos ¢ sensagées eram mais sincron{sticas do que qualquer ou- tra coisa. As coisas ficavam claras de forma palpavel, ds vezes causando uma reagao de temor ou assombro. Espera-se que este livro ajude, de algum modo, a tirar essa palavra do limbo do uso moderno e sem significado, 3. INSTRUMENTOS PARA O JoGco DE RUNAS Como método oracular, o jogo de runas é muito flexivel com relagao as manei- ras pelas quais pode ser usado, Teoricamente, é preciso apenas 24 tiras de papel nas quais se pode desenhar as runas, pois a magia esté no eu do runomante nao nas objets, Contudo, para a maioria dos runomantes, um conjunto dura- vel. de peras riinicas e alguns inslrumentos especiais sfio essenciais para manter a importante sensacdo de conexio, compromisso ¢ intensidade, A escolha dos objetos fisicos nos quais os simbolos sao entalhados pode ficar a critério do runomante, As pegas podem ser feitas de madeira, osso, pe- dra, cerdmica ou qualquer material que vocé preferir, e podem ter o tamanho ea forma que desejar, A unica coisa que recomendo com veeméncia € que voce faga suas proprias runas, Sugiro isso por dois motivos: (1) as runas sio tio simples que qualquer um pode fazé-las sem dificuldade alguma (por isso, tire proveito daquilo que € tradicional), e (2) do panto de vista migico e talismani- co, até pedacos de papel com simbolos escritos com uma esferografica sao pre- feriveis 4s runas vendidas em lojas, pois vocé coloca sua prdpria energia nas pegas quando as ctia. Mesmo assim, ainda é melhor comegar com pegas de qualidade compradas prontas do que adiar por muito tempo a sua pratica. O tipo de pega (ou até de “carta”) que o runomante vai usar depende mui- to de gosto ou da preferéncia pessoal. Sugiro um periodo de experiéncia: veja, na pratica, que tipo vocé prefere. Com o tempo, pode descabrir que é algo di- ferente do que preferia na teoria, Existem varios tipos de rumas: (1) pecas pequenas e redondas (de cerimi- ca, madeira ou osso}, (2) pequenos pedagos retangulares de madeira, com den- tes réinicos (3) curtos ou (4) lengos, ¢ até (5) cartas, Ha exemplos de cada um desses tipos na figura a seguir, mostrados aproximadamente em seus tama- nhos naturais. Embora cada tipo de pega possa se adaptar melhora um deter de langamento ou tiragem, na verdade praticamente qualquer usado, independentemente do métado, A pega arredondada pode ser feita com galhos dearvore com cerca de um a dois centimetros de didmetro, cortados a intervalos de 6 mm. O resultado é um conjunto de pequenos discos, ou rodelas, nos quais se podem entathar os simbolos rinicos. Esse tipo genérico também pode ser feito com contas de penton toe oeees calf pci 6 IG sonesnesnee pais babus'sdevs peat vf i EAE Ste ves enscoee Diferentes tipos de rinas A disco pequenoe redondo de madeira B haste fetta de wim pequeno pedago retangular de madeira Chaste curta e D haste longa, E carta com ranas madeira - mag, como as pecas esféricas podem rolar, nao sao adequadas para todos os tipos de lancamento. Peas retangulares de madeira podem ser feitas com pedagos de madei- ra com 1,5 mm de espessura, cuicdadosamente lixados. Provavelmente, era esse o tipo descrito por Tacito, Elas também podem, no entanto, ser feitas com lAmtinas finas de compensado. (Encontrados em lojas de ferragens ou de bricolagem.} Podem-se fazer pecas riinicas mais finas com gravetas curtos (ci centimetros) ou com quadradinhos de madeira de lei, mais resistente (com uns 6 mm de largura). Esse tipo, e as pecas retangulares de madeira, sio muito convenientes para levar no bolso ou na bolsa. As ranas mais longas sio provavelmente as formas mais tradicionais, Embora nunca tenham sido encontradosexemplares, os escritos mais antigos parecem alu- dir a esse formato. Esse tipo de pega rinica pode ser feita com gravetos cinicos de 13. 15 cm de comprimento e 0,6. 1,2 cm de largura na extremidade superior. As pegas podem ser rtisticas, ainda com casea, com uma pequena superficie lixadana extrentidade mais larga, onde se pode entalhar o simbolo rinico, Finalmente, para métodos oraculares que cxigem a disposigdo das runas em padres, também é possivel confeccionar cartas, E possivel acrescentar formagdes, como o nome da runa ou seu valor numérico, o que pode ser dil nas leituras, As cartas podem ser feitas de cartolina ou papel-cartao branco da forma e tamanho que mais agradarem. A escotha dos materiais empregados na criagdo das runas tem certa im- portdncia, Para as pegas, substancias naturais, como madeira ou osso, sia pre- feriveis. Naturalmente, a madeira ¢ 0 material mais tradicional e niais usado para esse propdsito, mas 0 osso € até pedras preciosas podena ter sido usadas em adivinhacdes. O simbolismodo uso da madeira esta claro no contexto cul- tural germanico, Lembremo-nos da Arvore do Mundo, Yggdrasill, em cujas rafzes fica o Pogo de Urdr, ¢ em cujas raizes e galhos as runas reluzem como parte de uma poderosa estrutura. Use sua intuigao para decidir que espécie de madeira é a mais adequada para suas runas. Tacito conta que usavam-se arvo- res frutiferas ou de frutos secos, mas talvez seja mais importante ainda vocé escolher uma madeira com um valor ou significado especial para voc’, As pegas também podem ser confeccionadas com tipos diferentes de madeira, cada uma correspondendo ao simbolo ritnico entalhado nela, As pecas também poder ser coloridas. A tinta ou corante tradicional- mente usada para isso pode ser feito faci!mente com acre vermelho. (Outros pigmentos vermellos naturais também servem.) A substincia usada original- mente era 6 sangue, mas mesmo em épocas pré-histéricas o ocre vermelho foi coa sete ease 5 COU 6 usade como substitute do sangue. Cores diferentes - conforme determinar sua intuigao ~ também sio passiveis, Deve-se evitar usar o branco para colorir as pecas, pois a toalha sobre os quais sdo langadas é branca. Uma das melhores coisas sobre o jogo de runas & que vocé pode ser tio tradicional ou inovador quanto desejar. E relativamente simples agregar cle- mentos tradicionais a técnicas inovadoras. Para conhecer os elementos rituais do jago de runas, veja o capitulo 5, A toalha sobre a qual as pecas slo langadas deve ser feita de material bran- co, Nao 86 Tacito indica isso em seu relato, como essa pratica surgiu em fungaio do simbolismo da cor branca como representagao da soma indiferenciada das luzes magicas. E sobre esse campo branco que as runas apresentam suas inter- -relacdes de forga. O tecido deve ser feito de linho ou de outro material natural, emedir 1,0x1,0 m ou 1,201,20 m. Alguns runonvantes decoram suas toalhas com simbolos carregados de significado. Se vocé consultar o capitulo 6, verd métodas do jogo de runas que exigem que o runomante interprete certos significados em areas distintas da toalha (ver figura da pagina 39). Esse padrio pode ser bordado na toalha caso orunoniante o deseje, ou pode ser simplesmente visualizado com o /ugauga ~ oolho magico (ou terceira olho), Se o runonvante preferir usar essas linhas na toalha, elas devem ser azul-escuras ou pretas, ¢.0 mais finas possivel, Essa Ultima recomendagdo é meramente de cunho pratico, para facilitar as leituras, Quando nao estiverem em uso, as runas devem ser guardadas num reci- piente adequado. Um saquinho de tecide ou de couro, ou uma caixa de madei- ra, sic ideais para isso. O lugar onde yocé as guarda é da maior importancia caso vocé tenha moldado e carregado stias pegas como “criaturas talismani- cas", com seu proprio orldg, Alguns runomantes preferem langar as pecas com um copo {a caixa de madeira também serve para esse propdsite}, O copo de lancamento pode ser feito de chifre, de couro ou de madeira, e pode ter a forma que a runomante desejar. O unica fator importante é que ele seja grande o suficiente para conter, com folga, todasas 24 pecas. Esse copo, caso seja tratado como um tauft (tall mii) deve ser carregado comya runa pertira, Em rituais muito formais de langamento de runas, especialmente aqueles com inrportaneia cosmica realizados por verdadeiros mestres bem énecessdrio uma banqueta de trés pernas pintada de dourado, (No entan- to, ele nao ¢ necessirio para a maior parte dos propésitos do jogo de runas.} O runomante deve se sentar na bangueta, chamiada de “banqueta do mago”, antes de fazer uma leitura. icos, tam sashes 40 oe i Meeae df sansvesensseimnsyes esses 4. RITUAIS DO JOGO DE RUNAS Quso do ritual em todos os langamentos de runas ¢ importante por dois moti- vos: para evitar que o langamento seja encarado como um “jogo de salao”, o que as vezes acontece com essa atividade sagrada, e para ajudar o runomante a gir um estado concentrado de consciéncia que aumentard a qualidade do langamento e da leitura, A realizacdo do ritual deixa o runomante num estado alterado de consciéncia, levando-o a se concentrar na pergunta formulada ou na situacao geral de vida que tiver mais importéincia na casi ~ abrindo as- sivas portas de comunicagio entre o runomante co reino das Nornes. Depois de passar algum tempo langando runas, 0 vitki vai comegar a sentir que, em cerlas operagbes, ele se “sintoniza” mais do que em outras. A funcao do traba- tho ritual interior é garantir que ele entre nesse estado regularmente. Embora o runomante tenha a liberdade de criar as formulas rituais que julgar adequadas, recomendo a todos que executem fielmente algumas vezes as formulas apresentadas como exemplo para verificar se 03 métodos tradicio- nais s4o adequados no seu caso. Hum infortinio quea antiga tradigdo germa- nica tenha sido to negligenciada — especialmente porque temos deserigées dos métodos exatos empregacdos durante muitos séculos. Segundo todas as fontes tradicionais, a seguinte formula ritual complexa parece ter existido des- de as tempos mais remotos: Cortar ¢ entalhar as pegas Invacar as Nornes (ou outras entidaces e deuses) Langar as pegas (sobre a toalha branca) Invocar as deuses (ou outras entidades) Escolher as pecas fem grupos de trés ou multiplos de trés) Sentar-se sobre a banqueta do mago Nauhawun = Interpretar as runas A OcasIAo A época ea hora do dia em que o runomante faz as leituras de runas, especial- mente quando sia importantes, merecem alguma consideragio. Tradicional- mente, o runomante leva em conta (1) a estaco (posigéo do sol no ciclo anual}, ay 9 a api ea 5 Sea STp le savevasoerees (2). fase da lua ¢ (3) a hora do dia (posi¢ao do sol no ciclo diario), Naturalmen- te, o momento escolhido deve ser adequado ao tipo de leitura ou A natureza da pergunta, Perguntas envalvendo o inicio de empreendimentos serio mais efi- cientes em épocas associadas a inicios; durante o yuletide, por exemplo (de 21 de dezembro a 2 de janeiro, aproximadamente), na Pascoa (ou Ostara, o festival da primavera que aconlece no equinécio da primavera ou perto dele), nas noi- tes que antecedent a lua nova ou pouco antes da lua cheia, ao nascer do sol. As trés primeiras noites apds a lua nova, a quinta, sétima, oitava, nona, décima segunda, décima nona, vigésima, vigésima terceira e vigésima sexta noite da lua sio adequadas para trabalhos divinatérios. Para descobrir a noite (ou “dia”) correta, conte a partir da primeira noite da lua nova. Ha 28 noites no ciclo lu nar. Além disso, para consultar as runas sobre assuatos intimos ou esotéricas, © horario noturne é preferivel; por outro lado, para questdes exotéricas on niundanas, as horas do dia sio mais apropriadas, Também é preciso lembrar que essas épacas sio meramente complemen- tagGes para os rituals; do ponto de vista plenamente odiano, essas recomenda- g6es no precisam ser levadas em conta. O Loca. Por motives praticos, a maioria dos langamentos é realizada em ambientes in- ternos e familiares, Para aumentar a eficdcia do ritual, os langamentos deve ser realizados no mesmo local. Uma vantagem do jogo de runas é que o vitki pode jevar consigo o seu “local sagrado” na forma da toalha branca. No entan- to, para langamentos muito importantes, outros locais sagrados podem ser le- yados em conta, Os mais benéficos situam-se sob drvores sagradas ~ carvalhos, faias, teixos, frelxos — ou perto de fontes naturais ou de pogos artificiais (ao sul desses locais, se possivel). © cume de montanhas também é um bom lugar para se ler as runas. Ao ar livre, o ranomante pode seguir com mais exatidao as re- comendarées da tradigao antiga e olhar para o céu ao escolher cada pega. O poder ninico pode ser particularmente intensoa noite, caso se contemple dire- tamente a Estrela do Norte — 0 olho de Odin ~ ao se escolher as pegas. CRIAGAO TALISMANIGA DAS PEGAS Os objetos fisicas ou meios sabre os quais os caracteres riinicos sao entalhados recebem varios nomes: varetas (NA stafir), dentes (NA tefnar) ou sortes (NA hlawter), mas todos sfo taufer, talismas, O runomante pode se concentrar no nome ¢ no valor da runa ao desenhd-los com tinta vermelha num pedago de cartolina— criando pegas ranicas eficientes. No entanto, se ele quiser produzir 24 pegas rinicas poderosas, dotadas de poder vivo para interagir diretamente com as Nornes, com o Pai de Tudo e com todas as suas forgas interiores, preci- O corte da madeira para as pecas Se o vitki desejar recortar suas préprias pegas da madeira de uma drvore viva, sera preciso seguir certos procedimentos rituais, Apds ter escolhido uma ar- vore (pode-se usar uma drvore ou mais para produzir as 24 pecas), 0 runo- rnante deve dirigir-se a ela numa atitude ritual, na aurora, ao meio-dia, no creptisculo ou 4 meia-noite. O momento escolhido sera determinado pelo ca- rater da pega rtinica que ele pretende produzir. Encontre um galho que se cur- ve para a célula ou airt do céu que corresponda a runa em questio. Antes de recortar a pega, realize o Ritual do Martelo ou um ritual sagrado no qual toda a drvore (raizes e galhos) fique envolvida numa esfera energética, Depois, po- sicione-se perto do galho que vocé pretende cortar, Talvez seja preciso subir ra Arvore para fazer isso, Dirija sua mente para o Pai de Tudo ¢ para o poder da Arvore, ¢ enuncie a fornralii Satido-te, poder do [nome da arvore, p. ex. “carvalho"]! Pego-te que nte dé este galho. Imprime nele tua forge, associa-o ao poder da runa [nome da runa, p. ex., febul! Agora, corte a parte do galho que vocé deseja, enquanto murmura ou en- toa o nome da runa. Depois de remover a matéria-prima para a pega, o runo- mante deve agradecer a esséncia viva da drvore pela sua didiva: Esséncia do [nome da drvore), aceita meu agradecimento, Que teu poder esteja doravante neste galho! Profundamente interligado a runa [nome da ronal. Esse procedimento ritual pode ser adaptado caso vocé queira corlar um galho grande, a partir do qual todas as 24 pecas sera produzidas, simples- @ ¥D et é ea Ou 9 2 ®), bm y oe, 22 REE ver een cn nes Pasvoscacccs sais 23 Ree eee eeerooes ress mente invocando todos os nomes das runas, O ritual também pode ser nodi- ficado para se adequar a outros materiais, como pedra, metal, osso etc. Energizacao das pegas Com o procedimento a seguir, 0 runomante pode moldar talismas nao especi- ficos, energizados coma esséncia simples de uma runa, Ele pode energizar uma pega por dia, ao longo de 24 dias. Ou grupos de runas (p, ex. os ettir) podem ser energizados juntos, ou entao todo o futhark de 24 runas pode ser energiza- do de uma sd vez. As pegas devem ser preparadas antecipadamente, de modo que tenham superficies lixadas, para receberem os entalhes. O runomante vai precisar de um ambiente adequado, com um altar ou bancada, uma faca ritual ‘ou ferramenta para entalhay, utensilios para pintar a pega (pigmento e um for- ido ou pincel) e quaisquer outros trajes ou equipamentos considerados neces- sirios, Ele deve dirigir-se ao local de trabalho no momento mais propicio. Abertura: E melhor fazt-la por meio do Ritual do Martelo, para consagrar 0 local e protegé-lo contra energias indesejiveis. 1 Voltado pata o norte, erga o indicador direito e comece com a runa fehw no norte, Visualize uma luz vermelha brilhante sendo projetada da ponta de seu dedo. Com essa luz, trace as runas do futhark em pé, dentro de wm circulo a uma distincia de um 1,50 a 1,80 do seu corpo. Desenhe cada runacom uns 0,30cm de altura, Vire-se no sentido hora- rio e trace cada runa de tal maneira que ocirculo termine com ofhala ao norte, perta de felts. Ao desenhar cada runa noar, pronuncie seu nome. 2 Novamente, de frente para o norte, fique em pé com os bragos esten- didos e visualize uma cruz equiltera disposta horizontalmente no plano do anel riinico, tendo como centro da cruz o seu plexo solar, Os bragos dessa cruz terminam nes pontos onde cruzam a faixa das runas ao norte, sul, leste ¢ oeste. Imagine uma esfera de luz azul bri- Thante que tena a faixa vermelha como seu equador, Agora, visualize um eixo vertical percortendo o comprimento do seu corpo desde o espago infinito acima de sua cabeca até o espago infinite abaixo de voce, Sinta e veja a forga fluinda em seu plexo solar a partir de tados os seis campos, formando uma bola vermelha reluzente de poder no centro do seu corpo. wy reneeescenve nse epee RSE 24 EAMETS adn eosnscnsenns 3 Agora; toque sen plexo solar com 0 dedo indicador direito e retina parte do poder da runa em sua mio e lance-o 4 frente, enviando a forga desse centro para um ponto da face interna da esfera exterior. Depois, desenhe o martelo com o poder magico coletado. O desenho pode ser feito da maneira indicada na figura a seguir. Enquanto isso é feito, pronuncie as palavras: “Martelo no Norte, santifica e mantém sagrado este local” Depois, virando-se 90° para a direita, trace outro martelo e diga: “Martelo no Leste, santifice e nrantént sagrado este locail” Eno sul: “Martelo no Sul, santifica ¢ mantém sagrado este local!” E no oeste: “Martelo no Oeste, santifica e mantém sagrado este local!” Voltando para o norte, dinija seu olhar para cima; desenhe novamente asimbolo do martela no “teta” da esfera, dizendo: “Martel sobre mim, santifica e manfém sagrade este local!” Depois, projete o simbolo do martelo para baixo, pera base da esfera, (nao para o solo ou para 0 piros do recinto) ¢ “Martelo abaixo de min, santifica e mantém sagrade este local!” Agora, forme a posigdo da “cruz” com os bragas estendidos e di “Martelo, santifica e mantém sagrado este local!” ponto inicial ponte final Assim vocé desenha a runa do martela “= —— seaiytet a 25 a Steere age aecceaeaveve Virando-se para a direita, repita isso paca cada uma das outras quatro (ou oito} diregdes e uma vez para o eixo vertical. 4 Por fim, centralize as forgas, dobrando os bracos que antes formavam acruze tocando o plexo salar com os dedos, e diga: “Ao meu redore em emir, Asgardr e Midgard.” “Preparaiio da tinta (opeiorl): Seo pigmento (p. ex., acre com dleo de linhaga) ainda ndo foi preparado, o runomante pode prepard-lo ritualmente nesse momento, Sente-se diante do altar ao norte, trituree misture o pigmento com o dleo e cante: Sangue de Kvasir, seje agora abengondo, O poder da rina floresce quando misturadol Galdar prelimin ar: Em pé diante do altar na posigdo da runa elhaz (com os bragos estendidos num Angulo de 45°), pronuacie a(s) nome(s) da(s) runa(s) que vocé pretende energizar. Repita o(s) nome(s), desta vez desenhanda als) runals) com o dedo (ou gandr, um bastiio magico) sobre a pega bruta. Repita fs) no- me(s) uma terceira vez enquanto fica em pé na posigao da runa elltaz, Isso pre- para as pecas para a energizacao runica, “Fritalfie: Sentado ou em pé diante do altar, entalhe a forma da runa na pega enquanto entoa o seu nome {ou o galdr completo da runa), Naturalmente, 56 uma runa deverd ser entalhada em cada peca, Durante esse proceso, sinta, veja e enfoque a energia brilhante da runa, que flui naturalmente do céu, da terra e dos mundos subterraneos através de seu centro, de seu braco e da faca ou for- mio, alé a pega. Visualize a energia da runa impregnando as ranhuras feitas pela faca, Col. Jsando uma ferramenta afiada (um pauzinho com ponta fina também serve) ou ums pincel fino, impregne as ranhuras do desenho da runa coma substancia corante. Entoe novamente o nome ou galdr da runa enquanto pensa no significado profundo do mistério. Concluida a pintura, é bom passar algum tempo meditando sobre a runa em todos os seus n{veis de significado, jizatgda (forntall): Para determinar o “destino” da pega, enunciar seu orldg, se assim preferit, vocé ser pronunciar um jormadli postica sabre ela. Pade ser um dosantigos versos tradicionais de um dos poemas réinicos, ou um verso especial redigido por voc€ mesmo. Essa fOrmula, ou outta similar, tam- bém pode servir de auxiliar mneménico para as leituras rdnicas em si, inpreg nagito: Para a energia da runa se impregnar na pega, trace trés circu- los ao redor do taufr (talisma) enquanto canta: Energia riinice, fique impregnada nas runas sagradas, para que consellios corretos elas possaimt sempre SussuTran “Encerramento: Apés colocar a peca em seu recipiente (caixa, saquinho, etc), entoe um breve verso de encerramento: Agora o trabalha estd feito, com o poder das runas. Assim sejal O lancamento das runas Nem todo jogo de runas precisa ser feito com a grande solenidade do rito apre- sentado a seguir. Entretanto, quanto mais importante a pergunta, mais 0 ver- dadeiro runomante desejara seguir um ritual, De certo modo, ¢ ritual pode ser visto como uma “magia adicional”, quanto mais vinculos de comunicacio en- tre os reinos interior e exterior forem forjados, maior serd a chance de conse- ult aquela sensagdo especial de se estar em “sincronia’. Do ponto de vista tradicional, os rituais sio considerados elementos tao fundamentais quanto 0 proprio langamento; eles fazem parte da operagdo como um todo, ‘Preparagido: Para um ritual completo, coloque a toalha branca diante do altar (caso vocé va usar uma), com um lado voltado para o norte. Dependendo do tipo de langamento on disposigéo, a banqueta do mago (caso seja usada) deve estar ao sul da toalha, ou ao norte dela, diante do altar, conforme mostra n figura da pagina 29, —" 0 ale 3 oTbertara: Faga a Ritual do Martelo descrito anteriormente. Tnvocagiio das Nornes: De frente para o notte, na posigio da runa elhaz, invoque o poder das Nornes para ajudd-loa langar ea ler as runas: Vinde pelo caminho secreto que sai de vosso lar oculto e puxal, é Nornas, este destino. [Pausa] Urdr, Verdandi e Skuld, : Cam esse verso, 0 ranomante se concentra na ativacao das “forgas nérnicas” em dois niveis: (1) no nivel das nornes pessoais (cuja “ajuda” os fluxos rinicos podem empregar}, ¢ no nivel das (2) Grandes Nornes, como fonte impessoal dinamica da mudanga constante. “Perguntst: Agora, cancentre-se em siiéncio durante certo tempo na questéo a ser formulada. Enquanto isso, embaralhe as pegas nas mios ou na caixa ou copo. Assim que sentir que se formou um vinculo forte entre as forgas ndrnicas ea perpunta, repita a formula em siléncio ou em voz alta. Riinar rddh rétt rédh! ou Runas, susseerrem o conselho correto! Langantento: Agora, enquanto ofha para cima (na diresio da Estrela do Norte, caso vocé esteja ao ar livre), lance as pegas sobre a toalha branca estirada 4 sua frente, Enquanto as pegas estiverem no ar, invoque: Urde, Verdandi e Skula! Se for usar o metodo de tiragem das runas (e ndo de langamento}, as per- guntas ea tlragem devem ser combinadas de tal forma que, enquanto as pecas ou cartas estiverem sendo entbaralhadas, a pergunta deve ser formulada men- talmente, O processo se conclui com as formulas; “Runas sussurrem o canse- Tho correto!” ¢“Urdr, Verdandi e Skuld!” teeeneseeeasnes caiman ~ PES se Algere Sage fivocagda a Odin: Depois que as pecas estiverem sobre a toalha, eo runo- nante ainda estiver olhando para cima, ele deve assumir a postura ellraz e dizer: Odin, abre mens olhos, para que eu possa enxergar as pecas ¢ interpretar carretamente as unas, [Pausa] Odin, Vili, Vel Alguns runomantes podem preferir declamar um verso a Frigga. Selegdo das runas: (ista etapa € omitida caso voce esteja seguindo um método puro de langamento, no qual as pegas sao lidas tal como caem na toa- Iba.) Agora, com os olhos ainda voltados para cima, ajoelhe-se e sorteie o nu- mero adequado de pecas, de acordo com o método empregado, E muito importante que a3 pecas sejam colocadas sobre a toatha na ordem em que fo- ram sorteadas, Posicione-as com cuislado — uma de cada vez, enquanto as sele- ciona. (Se estiver seguindo o método da tiragem, as pegas ou cartas devern ser dispostas na configuragao apropriada.) Posiggo alternativa: da banquata de mago Toalha branca Langador de runas Banco do maga Disposigdo dos elementos no langamenta ritual das rinas. a é ue alee savavensseee feencensencee opera 29 as Leituind: Seestiver usando uma bangueta do mago, o runomante deve se sen- tar nela - ainda voltado para o norte - ¢ dispar as pegas em sua ordem correta segundo o método usado, ou no altar, ou na extremidade da toalha. Se a leitura for feita diretamente a partir das pegas sobre a toalha, posicione a banqueta do mage ao sul da toalha e examine as configuragdes, Tranquilize a mente neste estdgio, ¢, antes de comecar a leitura (especialmente quando a leitura for para outras pessoas), entoe este verso baseado no “Havamal”, est, 111: E tempo de discursar da cétedra do oradar. Junta aa paca de Urdr eu esfava sentado e calei-me, eu estava sentado e pensei eouvi o elevado discurso, Das runas ouvi o sussurrar nto sald de Har, assim as owvi dizer, assim as interpretel corretamiente, Eneernarrertto; Concluida a leitwra, encerre com as palaveas tradicionais: Agora os conselhos de Har foram dados, na saldo de Hart E importante manter um registro das leituras das runas. Por isso, antes de devolver as pegas ao seu recipiente, faca suas anotagdes, Depois, coloque as pecas no recipiente em siléncio. a a @ S P _ 4 My vooneauacccs ses para aquele que taca neles; ¢ especialmente para aquele que descansa ro meio deles. ORRP O espinto deixa as mulfieres doentes; poucas se alegram com o infortinio. ONRR e dos fabitantes das montanhas, > O espinfio é 0 tormento dits mulfteres, e do marido de Vardfi-riina (uma giganta?) Saturnis: Saturna OIRP Pe cee eae ee eee mS uBeeecosaese Beeeccsens se on Meceersecotes ane mien aes ‘Thurisaz é a forga césmica aplicada na destruigao e na defesa. E a vontade ins- tintiva arquetipica, sem autoconsciéncia, A runa TH ¢ um simbolo do raio, do trovdo e equipara-se a Mjollnir, o martelo de Thor. Essa arnta destrai os etins (gigantes) e protege Midgard e Asgard. De diversas maneiras, Thor € sintilar aos gigantes (hursar) em tamanho e forca bruta, e portanto ¢ o contraponto ideal para a forca deles. Os sir estiia constantemente tentando defender seus territérios no cosmos, e o poder dessa runa é valiosissimo para isso, A ideia expressada por esse aspecto de thurisaz ¢ idéntica do simbolo do martelo, 1. Essa é a forga de destruicée dos poderes hostis @ ordem cosmica, Bsses poderes hostis nao sio moralmente “ruins” no sentido judeu-cristéo da palavra; repre- sentam apenas um impacto negative sobre o impulso instintivo de vida ilustra- do pelos #sir e Vanir, e expressado pela humanidade. Assim como o espinho protege a rosa, Mjollnir protege Midgard ¢ Asgard. Aruna TH contém a polaridade vida e morte. E 0 poder supremo que assimilou a energia potencial de dois extremos da energia cinética em um padrao de agao. Thurisaz é uma forma configurivel de forga aplicada. Geral- mente, isso pode funcionar como uma limitacio e para direcionar varias formas de energia que ocorrem em pares, Ou seja, qualquer runa energética por natureza (conto, por exemplo,:F; :<: :%:) pode ser combinada com oulras runas que tenham caracteristicas predontinantemente paradigmati- cas (como, por exemple, :1; :3:), usando-se a forca da runa TH e di- recionando-a para algo pritico. Thurisaz também éa runa da regeneracdo e da fertilidade. Assim como 0 raio anuncia a Chuva fecunda, a runa TH rompe barreiras e fecunda para que possa haver um novo comeco. O espinho € 0 espinhe do despertar, que afasta o poder do svefnthorn {espinho do sona). Esta runa representa o poder falico césmico. SHER «Ree ooecssessel Forga reativa, forca direcionada, erotismo vital, catalisador regenerative As reaches as suas acdes podem ser perigotas, Tome cuidado se esta abordan- do passiva o “mundo exterior” (ou seja, fora desi mesmo ou de sta casa) ou se agarrando cegamente a ele, Faca-o com conhecimento de causa. O perigo pode estar presente no mundo exterior. Esta runa também representa a forca vital erética. A expressio erdtica pode ser intensificada, mas talvez venha acompanhada de dor, Se aplicada corretamente, essa energia pode proteger € levara mudangas evolutivas e 4 regeneragdo. Esta é a runa da crise parao bem ou para o nial, uma catalisadora das mudargas, Pode representar uma pessoa grosseira ¢ desajeitada, ‘Runa Sombria Perigo, vulnerabilidade, compulsio, traigdo, embotamento Se abordada sem sabedoria, a runa TH prenuncia perigo e vulnerabilidade, Cuidado com intmigos externos, Indica compulsdo e problemas nas relagoes como sexo oposto, Pode ocorrer uma traigao. Thurs Guma entidade intelectual- mente “densa”, semelhante a uma rocha. pee é ok ETE She sons nscccnene 4, Ansuz-A Palavras-chaye: Os Aisir, Odin, soberano deus ancestral do intelecto, recepao, transformacio, expressio, receptdculo/contetido, palavra, musica, conhecimento divino, inspiragdo, éxtase, mistérios da morte Alemao moderno: Ahne (antepassado), Ase Inglés moderno: ans Deuséa ‘Baca éa fonte de todas as palavras, F a viga mestra da sabedoria eum conferte para os sdbios, para os nobres guerreiros é esperanga e felicidade, OERP O estudrio é a camino da s maioria das jornadas; mas a bainfia 0 é para as espadas. ONRR Ase (Odin) é 0 pai ancestral, € chefe de Asgard, eo fider de Valhill, “7 Jupiter: Jupiter ORP 2 e Hvseneceneeneens apd Grape 70 Comentar Ansuz é 0 mysterio tremendiim das runas. Aruna A é fundamental na criagio da humanidade, Ela encarna dois dos varios dons espirituais oferecidos a Askr e Embla (o primeiro homem e a pri- mira mulher) pelos deuses (Odin, Hoenir e Lodhur - um aspecto triplice do deus Odin}, Esses dons eram dnd, on anda (respiragdo, espirito, principio ani- mador da vida), e ddr (atividade mental inspirada, inspiragio). Esta éa runa de Odin em seu aspecta deus da magia ¢ do éxtase. Answzé a runa que recebe, preservando ¢ expressando, o poder espiritual eo conhecimento divine. Essa forga é emanada pelos /Esir e transformada na humanidade, sendo novamente manifestada no cosmos em ritos migicas ¢ religiosos. Essa ecologia do poder anda de mos dadas com aquilo que é des- crito camo a recepgdo da sabedoria das runas, por Odin, ea subsequente ex- pressiio dessa sabedoria para a humanidade. A runa A abrange o meio pelo qualo conhecimenta divino é recebido, o recepticulo desse poder, ea forga em si, manifestada como estado de éxtase, Essa equacdo receptaculo-conteddo é comum nos simbolos do estado inspirado ou extatico. Na mitologia nérdica, o hidromel poético da inspiracaa e o frasco no qual ele é contido sio conhecidos pelo nome Ofhroerir (o que desencadeia a inspiracao), Fo éxtase que conduza formagiio de um corpo de tradigao ¢ sabedoria, Esta éa runa da palavra, da misica, da poesia edo encantamento magica (galdr) como receptaculo ¢ expressio da forga magica. Ansiz & um poder magico ancestral, um poder que foi transmitido de geragéo em geracao, ao longo das linhagens. Os antigos paves germanicos sa- biam que eram “descendentes de seus deuses”, como mostram as gencalogias de seus reis, herdis ¢ chefes de clas. A ligagao entre o poder dos detises e dos homens era, para eles, ininterrupta, E continua assim. Gracas ao poder desta runa, pode-se tomar consciéncia novamente desse vinculo entre os deuses an- cestrais ¢ seus povos. Ela representa um conceito extatico que complementaa forga mais estavel e institucional de Othala, Aruna A incorporaos mistérios da morte des Asir. a oC € sesoncenesne abe TaN 11 SET ate « ‘Runa Inspiragdo (entusiasmo), sintese, transformagio, palayras Ha a indicagio de habilidades envolvende a linguagem. Grande talento para persuadir através da palavra, bem como capacicdade de imitar, Acesso direto 4 fonte da consciéncia ¢ transformagao por meio de uma experiéncia espiritual sio possiveis. Conhega o caminho de Odin, mas ndo 0 venere. A runa aconse- Tha a lidar com responsabilidade com a tradi¢do e proteger os interesses dos antepassados. B necessirio sintetizar, reunir elementos dispares para compre- ender. Inspira¢do e realizagio intelectual esto dispontveis, Pode-se esperar o inesperado, Procure o melhor ¢ 0 mais elewado, Esta runa pode indicar um intelectual ou sacerdote. Runa Sombria Desentendimentos, ilusio, manipulacio peles outros, tédio Sem uma compreensio adequada, ansuz pode levar 4 ilusio. Situacdes des- confortaveis podem ser iminentes, como testes ou catalisadores de novos conhecimentos, Cuidado com as tentativas de manipulagdo por parte de ter- ceiros. O perigo pode advir do uso equivocado do conhecimento ou de influ- éncias pouco salutares. O bloqueio dessa forga conduz ao tédio ¢, finalmente, aA morte intelectual, 5. Raidho - R Palavras-chave: Cavalgada, carruagem de Thor, veiculos, viagens, estradas, aco € ordem corretas, lei ciclica césmica, religiao, magia, ritual, ritmo Alemao moderna: reiten (cavalgar), Ross (corcel) Inglés moderno: riding (cavalgada), rowel (roseta) qualquer querreira mas riuita difleil para quem monta um carcel poderoso ao longo de quilémetros de estrada, OERP Cavalgar, dizem, é ruim para es cavalos; Reginn forjow a melhor espada, ONRR R Cavalgar no saldo é facil para e unt viagem rdpida, ea labuta do cavalo, R Cavalgar é um passeio abengoado, iter: caminfio percorrida OIRP o,¢ | CD Ie werescennencens nei erat 12 CER Necross eons boon eresnecseanse oT PL oy RDM Sage nse Comentario Raidho é a lei da ordem correta e arquetipica do cosmos. Isso se expressa por meio de fendmenos naturais como a jornada didria do sol eos ciclas da nature- zae da humanidade, A runa R é 0 mistério da lei divina, manifestada tanto no cosmos quanto na humanidade, Raidho tornou-se um simbolo da religido organizada, ou, melhor dizen- do, da Asatrit, a antiga forma germanica de religido, Antigamente, a order externa ¢ autaconsciente da religiéo era muito menos rigida em virtude da ordem interna, inconsciente e instintiva da sacralidade. Essa ordem interna encontrou expresso em instituigdes que eram uma mistura equilibrada de religiio, magia ¢ lei (politica), Hoje, a runa R é um simbolo do “caminho de volta ao que é certo”, por meio do esforgo consciente de dsatriarfolk para re- cuperar a esséncia da ordem primordial. Esta runa representa a passagem correta do iniciado através dos Nove Mandos de Yggdrastil. Sabios conselhos e julgamentos carretas sio atribuldos araidha, Outro aspecto importante do mistério da runa Ré o ritual; ou seja,a organizagao da energia e das acdes segundo uma ordem césmica para um pro- pésito especifico. Aqui, a énfase estd na organizacdo correta dessas energias. Raidho é a canalizag3o da forca segundo leis naturals, ao longo da estrada certa ¢ que leva ao resultado corteto, Ela descreve ¢ analisa certo aspecto 1 cessdrio para o funcionamento das leis de causa e efeita (ver também a runa P). O conceito de ritmo e de dan¢a também ¢ importante para a runa R. Esse rilmo esta incorporado a todos os mundos do cosmos. Por meio da acao ritmi- cae da dangca ritual, o witki pode perceber seu ritmo pessoal e se mesclar com ele, tornando-se, por sua vez, um s6.com o ritmo ea danga do mundo, Estaéa tuna dessa danga ritmica ritual, que ainda deveria ser praticada hoje em dia. Raidho também expressa o conceito do desenvolvimento em espiral, Isso corresponde a ideologia tradicional dos ciclos da vida, em circulos mas sempre para cima (ou para baixo) rumo a uma meta — 9 alvo. Atingir essa meta nao é 9 fim da estrada, mas uma transformagao ¢ um nova comego rumo a uma expansio maior, Na tradicio popular, esta runa é um simbolo da Corte de Vehm, e come tal é um sinal da precedéncia que as profundas leis religiosas do povo tém sobre aquelas provenientes da autoridade civil. ‘Runa Luiinosa Razao, acdo, justiga, crescimento ordenado, viagens Sugere um crescimento ordenado. Acées éticas coordenadas si necessarias. Entretanto, elas exigem planejamento, preparacdo ¢ bom senso. & preciso agir, Ganhar experiéncia no “mundo exterior’. Fylgja e hamingja precisa de forca. Uma viagem ou mudanga na situagdo doméstica sdo iminentes. Questées ldgicas podem preacupar. Deve-se esperar justiga. Use a razdo ¢ ouga os bons conselhos. Esta runa pode significar uma pessoa que lida com leis ou com transportes. ‘Runa Sombria Crise, rigidez, estagnacdo, injustica, irracionalidade ‘Tempos dificeis A frente. Possivel crise espiritual, cuja causa ¢ a falta de prepa- ro, Eventual tédio espiritual resultante de rotinas rigidas. Cuidado com maus consethos. Um bloquelo da forga raidha pode levar a injustigas, violencia, apa- tia ou irracionalidade, Gyre 2 a Ye ses eesenees 6. Kenaz - K Palavras-chave: Tocha ou ferimento (kaunaz), a runa da humanidade, energia controlada, transformagao, regenera¢do, vontade criadora, habilidade, criatividade, desejo sexual Alemao moderno: kiihn (audaz, corajoso) Inglés moderna; keen (perspicaz) Todo mundo sabe que a tocha fein uma chama viva, N clara e brilfante, que geralmente queima quando os nobres descansam ne saldo, OFRP O Jerimenta é a maldigdo das eriangas; a dor empalidece.o homem. ONRR euma praga, eamorada da carne em decomposigéo. / O ferimento é 0 fardo das criangas, flagella; chicote OIRP BV exeneeessonees a] Srerscesecee-ap be cocnnsaceecess ie Comentario Aruna K retrata o mistério da regeneragio através da morte ou do sacrificio. Ea runa do fogo, ou seja, 0 fage controlado pelo homens, na forma de tocha (em comparacao ao poder mais primitivo e arquetipico da runa F). Ritualmente, Kemaz € © fogo da eriacio, o sacrificio, 0 forno e a forja - 0 fogo controlada pela humanidade para obter um propésito especifico, A cre- magao, como tito fiinebre, prapicia a transformagao dos aspectos psiquicos do complexo psicossomatico em novas formas regeneradas, impedindo seu retor- no paraa forma original. O fogo do sacrificio queima ¢ torna a carne do ani- mal sacrificado sagrada ¢ aceitavel para o consumo de homens e deuses. O fog é sempre visto como uma forca transformadora e repeneradora, Kenaz incorpora a capacidade e a vontade de gerar ¢ criar, Portanto, 6a runa do artista e do artes, e um simbolo dos aspectos técnicos da magia. Novamente, a importancia do fogo controlado - a energia controlada ~ fica aparente. O poder controlado da psique combina-se com a energia controlada da natureza, e dessa unido surge um objeto. Esta éa “runa humana”,aruna da humanidade. A tuna K representa um grande tesouro de conhecimento ¢ de experién- cia, o conhecimento combinado com a habilidade. Outro aspecto de kenazéo mistério da criacao de um terceiro, a partir da combinagao de dois. Os opostos se ligam de forma estética ¢ os resultados dessa unido sio manifestados. Aruna K éa runa da paixdo ¢ da luxtiria humanas e do amor sexual - amor em seu sentido positivo. Fa raiz emocional da criatividade em todas as esferas da agao. A deusa Freyja encontra muitas correspondéncias com esse aspecto da runa, Kenaz também é importante para o conceito de parentesco, sobretudo quando ligado as tradigdes tribais, que professam a unidade entre os membros vivos e os mortos, numa forma sincrélica de forga vital consciente. ‘Runa Cuminosa Capacidade técnica, inspiragao, crialividade, transformagio, filhos Esta runa indica criatividade ¢ senso artistico ou capacidade e aptidéo em ge- ral, Repousoe relaxamento sio necesstirios para que esses dons aflorem, O uso do fogo criativo aplicado a personalidade Esta rana recomenda transforma- a0, reformulagao da situagdo atual, auxiliada pela inspiracdo divina. Talvez haja um filho no futuro préximo, Esta runa pode indicar um artista ou artesio. < ‘Runa Sombria Doengas, rupturas, incapacidade, falta de crialividade Dissolugdo indesejada, talvez na forma de doenca fisica ou do término de um relacionamento. Podem surgir problemas. com filhos, © bloqueio da forga ke- nazlevaa falta de habilidade, de criatividade ou pericia. oo¢- wttesensesesses ape saath Bee 78 tess 7. Gebo -G Palavras-chave: Generosidade, doagéo/doacor/dar/dadiva/dom, hospitalidade, harmonia entre itmaos, éxtase, magia sexual, sacrificio, o mistério sagrado da dualidade. Alemiio moderno: Gabe (dom, generosidade) Inglés moderno; gift (dom, presente) AA oferta de wm presente é orgutlhe e exaltagdo do homem, ajuda e meérito; para os que nada tém é auxilio e sustentagdo. OBRP Comentario Geboéa runa “deus’, ou seja, aeminente forca magica inconsciente presente no Ginnungagap (wazio carregado de magia) antes da formagio dos mundos’. 0 mistério sagrado da dualidade na unidade (au de muitos em um). Esta runa representa o doador, a doagio, o que recebe e aquilo que se da: “o sujeito, verbo, objeto direto e objeto indireto do cosmos”. Ela também des- creve uma parte do ntistério do sacrificio cam um presente (o poder, em ulti- ma andlise) dado a humanidade pelos deuses a fim de manter a ecologia do poder cdsmico, 4 Nas antigas linguas germénicas, antes de serem tocadas pela influéncia crista, a palavra “deus” (AN godh) era neutra, Depois que 0 dogma cristéo, dominado pelo machisma, foi infundido na linguagem, o género da palavra tornou-se masculino. @ py se avepireaes pseseevees apes Be a ees ee Pelo poder desta ruina, as pessoas se retinem pelo desejo de alcangar um objetivo particular. Essa runa simboliza a forga-raiz das ordens rinicas, o sis- tema dos séquitos etc. Aruna G tem algumas semelhangas funcionais com a runa A, pois ela também € uma runa de éxtase, Fo mistério do poder magico do Extase, rece- bido ¢ preservado pelo vitki como conhecimento divino, Gebo contém os segredos da unio psiquica de duas pessoas (geralmente homem ¢ mulher), ou de diversas pessoas, para que possam produzir uma for- ga criativa que exceda a das forgas individuais. Esta é a rana da magia sexual. A magia sexual era praticada na antiguidade germanica, especialmente para obtencao de sabedoria e conhecimento divinos. Sigurdhr, o maior dos herdis germianicos, foi iniciado na sabedoria rinica pela valquiria Brynhildr, numa cena ritualistica rica em simbolismo sexual (nasce uma crianga dessa unio}, Esse era o modo habitual da magia sexual, na qual a energia era intercambiada pela polaridade homem:/mulher. Evidéncias adicionais disso sio encontradas na estrofe 164 do “Havamal”, que trata da décima oitava runa: Essa décima oitava que conheco, nunca revela auma danzela ow d esposa de win homem, um segredo que escondo de todos exceto para aquela que estd em meus bragos ou para minha propria irma. Gebo éa rana do amor fraternal, éa energia psicossexual permutada entre dois polos de poder - humano e humano ou divino e divino. Neste tiltimo caso, gebo descreve a fora vital sexual usada na magia da fertilidade e aquela usada em praticas xamanisticas. 2 oe. a e icy) Sie deer eessarsareeaee col ee a EARS sn vencenes ‘Runa Luminosa Presentear, generosidade, intercimbio magico, honra, sacrificio Seja hospitaleiro e generoso, Prepare-se para receber o mesmo, Um presente material ou espiritual pode estar a caminho. Possibilidade de reputagaa, hon- rarlas, dignidade ou de ser convacado paca conferir as mesmas honrarias a outros, caso esteja numa posigéo de poder. Vacé pode ter um intercdmbio ma- gico com um membro do sexo oposto. Uma experiéncia poderosa ¢ sincronis- tica (Wyrd} pode estar proxima, Esta runa pode representar uma pessoa que trabalha numa ONG ou numa instituigao de caridade, ou alguém ligado a ho- téis ou restaurantes, ‘Runa Sombria Trafico de influéncias, cobiga, solidio, dependéncia, sacrificio excessivo Tome cuidado para néio dar tudo o que ter. Gaste com sabedoria, Néo fique muito dependente dos presentes dos outros, porque, como diz o ditado, nin- guém da nada de graca. B possivel que haja una tentativa de traficar influén- cias com presentes; cuidado coma dependéncia financeira. Talveza situagao piore antes de melhorar. O bloqueio de gebo causa cobiga e fraqueza, ou po- breza e solidio, 8. Wunjo - W Palavras-chave: Alegria, prazer, felicidade, harmonia, bem-estar, atragao que existe entre aqueles que estao na mesma sintonia, amizade, vinculo Alemédo moderno; Wonne (felicidade) Inglés moderno: wyn. Alegria sente quent ndo confiece problemas dores ¢ tristezas, eaquele que tent poder e hénpiios eunta boa casa, OERP Comentario Aruna W éa forte atragao que seres afins (wights) tm um pelo outro, ou seja, seres sencientes que descendem de uma fonte comum. Esses seres se retinem num todo organico, o que, no mundo dos homens, ¢ exemplificado pelo cli e pela tribo. No antigo mundo gernranico, a sociedade era “clanocentrica”, pois um dla forte e tradicional era a melhor prote¢ao contra invasores ou contra o totalitarismo. Levando em conta em primeira lugar a honra ea integridade do cla, o individuo tinha mais possibilidades de preservar sua liberdade. Wunjo éo mistério da existéncia harmoniosa de diversas forgas afiliadas. No cla, essa é a fonte da maior alegria humena, Quando todos os membros do cla trabalham juntos em harmonia, integrados em seu ambiente de forma sin- erética, existe o verdadeiro estado da sacralidade, ey carat 4 eg yi seeeeoe peoraccoons See ees: eS Opoder daruna W ajuda na promocao da amizade ¢ da boa vontade entre irmaos, por isso essa runa ¢ uma poderosa forca na manutengdo das socieda- des e corporacées de oficio. Wunje é a energia que vincula campos de forga diferentes e, portanta, é um conceito muito valicso para a magia minica, Com essa energia, 0 vitki pode vincular diversas runas numa tnica forca harmoniosa, que pode atuar em pro! de um objetive comum, DIC: Como obter pressdgios Se for necessirio confirmar os resultados da leitura, convém obter pres- sagios. Esta ¢ uma parte tradicional da antiga adivinhacio germanica (e indo-enropeia) - a necessidade da “evidéncia corroboradora” por ‘outro meio, A ciéncia dos pressagios (NA heilar) é complexa demais para ser detalhada aqui. O método mais simples consiste em sentar-se numa drea aberta ao ar livre; visualize wm espace fechado a sua frente (nde menor do que um metra quadrado, mas pode ser bem maior). Depois, aguarde até una ave ou algum outro animal entrar nesse ¢s- pace ou yoar sobre ele. Para a conlirmacao ou negacdo (sim/nao) da validade de qualquer previsdo, animais ou aves de cor escura (especial- mente de cores como preto, verielho, azul-escuro ou marrom-escure) significam “sim” e animais de cores claras (especialmente branco, mar- rom-claro ¢ azul-claro) significam “nao”. nD =< Be aeerenee ‘Runa Cuminosa Harmonia, alegria, amizade, prosperidade Pode-se esperar harmonia social e doméstica, Esta runa indica afastamenta da dor ou capacidade para se lidar com ela. Mantenha os ideais em mente; lute por cles, Esta runa é sinal de boa satide ffsica ou a atengo para com ela. Esforga para reunir elementos dispares na vida; organizagao das coisas, Harmonia na vida exterior e na intimidade. Probabilidade de novos relacionamentos sociais = ndo necessatlainente sexuais, Prosperidace material pode resultar de relacio- namentos profissionais, Esta runa pode representar uma pessoa que lida com assisténcia social, ‘Runa Sombria Entorpecimento, tristeza, conflito, alienagao Esta runa indica entarpecimento da individualidade na “mente grupal”. Esfor- gos individuais so escassos e a reducio ¢o ego aum minima pode levar 4 perda da identidade. A cessagao da forga wanjo resulta num mau relaciona- jnento com os outros — conflitos e alienagdo -, bem como na alienagdo com telagdoa si mesmo aos deuses. 9. Hagalaz - H Palavras-chave: Semente da vida césmica primordial, ove césmico — uniio, evoliigo, padraa césmico ~ o padrao primordial do floco de neve, a conclusdo, a mae runa, o ntimero mais sagrado: nove, protegao Alemda moderno: Hagel (granizo) Inglés moderno; hail (granizo) fangado do céu; rodopia coma vento e transforma-se em égua, OERP | O granizo é 0 gréo mais branca, O granizo é 0 mais frio dos gritos; kK Cristo moldou o mundo ert tempos antiges. ONRR O granizo é um grdo fri >k e uma chive de neve ea doenga que destrdi cobras grando, granizo O1RP sam Oud Oph |eseeseeneeneen paisa ES 90 AMES Comentdrie Hagalaz é 0 ovo césmico de gelo, repleto de poder nvdgico cristalizado e de padrées césmicos, O granizo ¢ 0 simbolo do “ovo” que contém a semente de Ymir, o gigante primordial do gelo, Ymir foi formado pela uniio do mundo de fogo de Muspetheim com o mando de gelo de Niftheim. Esse é 0 completo paradigma naultiversal em potencial - o ovo da manifestagéo. Esse conceito “seminal” esta enfatizado no Poema Rinico em Islandés Antigo: Hagall € wi griio frio e wna chuva de neve ea doenga das cobras Aruna H é0 mistério da estrutura do mundo, e define a forma primordial do cosmos. 0 floco de neve se forma ao longo do padrao séxtuplo do antiga simbolo sagrado : + :, que substituiu o :H: no Futhark Nove. Hagalaz & 0 nyodelo completo, que contém a energia potencial do poder neutro do cosmos, nascido da unidade dindmzica, generativa e progressiva en- treo fogo (energia) eo gelo (antimatéria), Aruna I descreve a eterna harmonia césmica, Na mitologia e religiio gernvinicas, o niimero nove € o mais sagrado € misterloso dos nuimeros; existem nove mundos em Ygedrasill; Odin ficou pen- durado nove noites nessa arvore para obter as runas; 0 deus Heimdall nasceu de nove mies e assim por diante, Esse ¢ um mimero de completude, levando ao nascimento de um poder e de uma produtividade maiares. Hagalaz é a cuna mae, em virtude de seu valor numérico e de sua fornia 1: (que pode de fato ser a primaria). Todas as formas de runas podem ser encontradas na hagalaz séxtupla colocada numa figura sélida (ver figura a seguir). Arana H representa a evolugio constante dentro de unia estrutura fixa, Hagalaz é uma runa de protegao e de banimento, pois sua natuteza com- pleta ¢ harmoniosa promove uma seguranga especial e previne a introntisso de elementos desarménicos, Aruna mie: o sélido hagalaz, Runa Cuminosa Mudanga conforme ideais, crise controlada, conclusio, harmonia interior Mudanga ou transformagao na atual situagao de vida. Uma crise ou trauma pode estar a frente. A fonte desse impulso pode vir de algo além de sua cons- ciéncia atual, Prepare-se para uma crise, Esta rena indica auto-organizagao e harmonia interior baseada em modelos miticos. (Essa é a Gnica preparagdo possivel.) ‘Tente desenvolver ideais ou principios puros e cristalinos. Se a mu- danga adveio de uma crise, pode-se esperar bons resultados. A runa H indica que a situagao atual sera transformada com base em formas ou prinetpios (ar- quétipos) superiores. Esta runa pode indicar um mistico, mago ou sacerdote. ‘Runa Sombria Cetdstrofe, crise, estagnagiio, perda de poder Esta runa indica uma crise que leva ao enfraquecimento da forga vital e das fontes de bem-estar. Falta de preparagdo. Mudanga para pior. A estagnacao pessoal é um convite para a catdstrofe, Bloqueio do "granizo”, o que resulta na estagnacao total e na falta de mudanga na vida. A primeira vista, isso pode parecer benéfico, mas a crise deve ser controlada, ¢ nio totalmente evitada. 10. Naudhiz / Nauthiz - N Palavras-chave: Necessidade, compulsao fatalista, aflicao ~ alivio das aflicdes (fogo ritual), resisténcia, protecao espiritual, magia de amor Alemao moderno: Not (miséria, necessidade) Inglés moderno: need (necessidade) ‘A necessidade aperta o peito embora, pare os filfios dos omens, \ ela costume ser uma ajuda e unta salvagéo, ciso seja atendida a tenpo. OERP Anecessidade é uma situagdo dificil: os mus congelam no frio. ONRR e uma situagdo diftcil de vida, A necessidade é 0 pesar da jovem eserava, eum (rabalfio exaustivo. opera: problemas OIRP on ECE } besescsnsere aemicseapiite dr sesseuseccens Comentdrie Nandhiz ¢ 0 poder césmico das forgas que moldam o “destino” da humani- dade e do mundo. Para uma analise do conceito alemaa de “destino” (orldg) ¢ das “forcas modeladoras” (Narwir), vera rina P, Aruna N nao representa erlg; cla representa o poder cosmico necessdrio para sua formulagao, 0 po- der da resisténcia, Ela é a sintese de uma tese e de uma antitese implicitas expressas nas runas, Naudhiz ¢ um conceito duplo. Contém a ideia da affigao, mas também a do alivio dessa afligio. Essa ideia é bem expressada pela seguinte estrofe dé Poema Ruinico em Inglés Antigo: A necessidade aperta o peito embora, para os filhos das homens, ela costirme ser unid ajuda e wna salvagdo, caso seja atendida a tempo. Aruna N é0 fogo autocriado, o fogo ritual, criado pela fricgdo/resisténcia para servir 4s necessidades clo homem no Ambito material e no espiritual. Naudhiz € a acio dirigida pela vontade, com conhecimento e sabedoria, que pode combater os poderes ~ geralmente negativos ~ de arlig Naudhiz também representa o conceito de manifestacao. Essa ideia origi- nou-se coma criagae das Nornes. Nessa épaca, a resisténcia nascia no univer- so, as leis de causalidade passaram a vigorar ¢ as sementes da “destruigdo" do mundo dos deuses eram plantadas, Nao se deve entender isso no contexto de algum tipo de “moral maléfica” ou conceitos similares, As Nornes sagradas também ajudam a sustentar o cosmos, despejando constantemente agua do pogo de Urdr sobre a arvore da vida para que ela nfo fenega ¢ morta. Em virtude dos elementos sexuais inerentes ao seu simbolismo,a runa N tornou-se um poderoso instrumento na magia de amor islandesa. Além disso, éuma forte runa de protecdo, especialmente espiritual. Runa Cuminosea Resisténcia (que conduz A forga), reconhecimento de orlég, inovacao, fogo ritual (autossuficiéncia) Quando reconhecemos uma “necessidade”, tomamos as medidas necessirias para santd-lae acabar com a nossa aflicio. O estresse se transforma numa forga gracas a consciéncia, Quando a sua vontade encontra resisténcia, ela fica mais forte. A crise promove ideias inovadoras e autossuficiéncia. A mudanga conduz a salvacao vinda do préprio eu. Esta runa pode indicar um trride caso amo- roso ou uma crise no relacionamento atual, Também pode significar um traba- thador simples ou um burocrata ~ ou um mistico/mago. Runa Sombria Limitagao da liberdade, afligao, fardos, trabalho tedioso, lassidiio Circunstdncias externas limitam a liberdade, Cuidado com ambientes hos- tis. Vocé pade encontrar resisténcia, As dificuldades da vida estdo minan- do suas energias. Pode haver atrito em seus relacionamentos. Vocé esta muita voltado para coisas “exterlores” - yolte-se para dentro. O bloqueio de nauthiz leva a falta de dindmica na vida. Existe o perigo de ser seduzido pelo caminho em que ha menos resisténcia. Isso pode embotar suas capaci- dades ¢ impedi-lo de crescer. penis: 95 SRE Sete co vv ean enees Boda soeatavr ape = 11. Isa - I Palavras-chaye: Gelo do mundo, antimatéria, “buraco negro”, o fluxo primordial de gelo de Niflheim, aumento da autoconsciéncia, concentragdo Alem4o moderno; Fis (gelo) Inglés moderno: ice (gelo) O gelo é muito frio e escorregadio; ele reluz como cristal, | cintila como pedras preciosas; a campo coberto de gelo é bonito de se ver. OFRP oS ceqos precisam | O gelo, chamamos de ponte larga: ser conduzidos, ONRR 0 feto das ondas, | O gelo ¢ a casca do rio, eum periga para os infelizes. glacies: gelo OIRP ae bececne e880 -albe. ra 38: o— fMieossecconeeane 960 cbs sa008 >% Comentario Eihwaz € 0 eixo vertical do mundo que representa a coluaa central da drvore césmnica, A Arvore do mundo dos nérdicos antigos era geralmente simboliza- da por um telxo, € ndo por um freixo, como se costuma supor. Essa ideia & corraborada pelos textos antigos, que sempre se referem ao fato de essadrvo- reestar sempre verde e mencionam as suas agulhas ~ o teixo € uma conifera. Outro nome do teixa em nérdico antigo é barraskr (freixo de agulhas). A palavra Ygedrasil! significa “montaria de Yggr (Odin)” ou “pilar do teixo”, O primeiro desses significados é uma referéncia direta ao ritual xamanico do “Havamal”, A forea costuma ser descrita poeticamente como 0 “cavalo dos enforcados” em nérdico antigo. Trata-se do rito pelo qual o erilaz se dirige a Hel (reino dos mortos, ou mundo inferior) ¢ depoisa todos os Nove Mun- dos para receber sua sabedoria. Isso € feito ao longo da dimensio vertical do cosmos, A: I: define esse “eixo numinoso” que transpassa e conecta os trés mundos, céu, terra ¢ mundo inferior. Uma fungdo semelhante, embora distinta, 6a da runa T. No caso dela, a énfase recai na separagdo; neste caso, Na conrunicagdo, Esta runa representa o mistério da vida e da morte, e eva em sua esséncia a unido mistica de ambos. © teixo (Taxus baccata) contém uma toxina alea- loide que afeta o sistema nervoso central. Preparada adequadamente, € um alucinégeno poderoso. Um professor de medicina chamado Kukowka, da Universidade de Greiz, na antiga Alemanha Oriental, descobriu que nos dias quentes o teixo expele uma toxina gasosa que paira na sombra da arvore ¢ pode causar alucinagdes em quem ficar prdximo aos seus galhos. A impor- tancia dessa descoberta no estudo da natureza xamanica da iniciagao de Ygg- drasill nfo deve ser subestimada. Além de sua associagio com a morte, o teixo também é um simbolo de vida eterna ¢ de resistércia, Isso se deve ao fato de que essa arvore ser perene, ter uma extrema longevidade (até dois mil anos} e uma madeira excepcionalmente dura. O teixo costuma ser encontra- do nos antigos cemitérios de igreja na Europa e em locais onde antes se er- Ruiam templos asated, Bihwaz ¢ 0 poder que da vida e a maneira de conseguir esse poder. Na fi- leira mais recente, esta rua é representada por : 4: (NA yr), que as vezes sig- nifica “arco de teixo”. Isso porque muitas vezes os arcos eram confeccionados con a madeira dura e resistente do teixo, em virtude da ligagdo entre o “Deus do Arco”, Ullr, ¢ 0 mistério do teixo, Ullr é o deus arcaico da morte, que gover- naaestagdo de Yule. Oteixo também éuma poderosa runa de protecdo ¢ de banimento. (Neste sentido, ver também a forma : Y: e suas conexdes.) Até hoje, em certas partes da Alemanha, pode-se ouvir o provérbio magico: “Diante do teixo, nenhum feitico resiste”. t ‘Runa Luminosa Tluminagdo, resisténcia, iniciagao, protegio O “teixo” promove a ilunsinagéo espiritual ao longo do eixo vertical da consci- éncia. Sao necessdrias Mexibilidade e forga mental. A chama interior deve ser acesa por uma rigorosa disciplina. Procure ser independente da ordem natutal/ mecinica do universo. Sao aconselhaveis alteragdes especificas na consciéncia {iniciagéc). O reconhecimento da forga interior vai protegé-lo de perigas exter- nos, Retina a luze a treva. Esta runa pode indicar um mistico ou mago. Runa Sombria Confusio, destruigio, insatisfagao, fraqueza Se eihwaz aparecer cedo demais na vida de uma pessoa, pode causar muita confu- siio- e consternagao. O foge quente, aceso inconscientemente, pode causar esgota- mento, levando a morte ea debilidade, O-bloqueie do principio do “teixo” naqueles que estio preparados para ele causa uma profunda sensagao de insatislagio, tédio ede falta de sentido. Também enfraquece a vontade ea autadisciplina. of © @ HER SH ee eee

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