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POESIA MODERNA E DISSOLUGAO ce jeu évanescent de clair-obscur d'une matérialité en dissolution . CC. Buct-GLucksmaNN: riverrun, past Eve and Adam's, from swerve of shore to bend of bay, brings us by a com- modius vicus of recirculation back to Howth Castle and Environs. ...Til thousendsthee. Lps. The keys to. Given! A way a lone a last @ loved a long the James Joyce A natureza ambigua e equivoca da modernidade literaria corresponde habitualmente uma metalinguagem marcada por alguns equivocos e ambigui- dades. © seu terreno mais fértil € sem duivida o de conceitos como os de «modernos, «modernismo> ¢ , e ), ¢ a atitude vanguardista, essa que, do futurismo ao dadaismo, recusa radicalmente a tradicio e promove uma pratica semioclasta. Quanto ao segundo nivel, o conceit, de aplicagio meramente adjectiva, encerra um valor trans-histérico, uma vez que releva de uma «tipologia literdria» estabelecida por «descrigio fenomenologicar. © «modernists opie-se 20 ‘eacademicistas —e no a0 , ou ao desempenha a fungio de uma subversio estética, © ‘sacademicista> exetce a fungio ética da preservagio de todo um conjunto de valores dominantes. Dai a oposigo «modernista> versus «academicistar se inscrever no plano da , com todos os seus derivados. De qualquer maneira, importa salientar que 0 «moderno», em sentido muito estrito, tem uma presenca quase inteiramente anédina no curso histérico. Como indica Jorge de Sena, o «moderno» & , enquanto o «modernista> representa «toda uma situacdo estéticar que , ainda de acordo com Jorge de Sena, <& propor-se alguém uma superacio» do «tempo em que se vives, 0 tempo sincrénico da , 1a onde a negacdo ¢ a negatividade procuram um sentido positive ¢ fundador duplamente radical. A ela deve a modernidade esta formula brithante de Octavio Paz: «A modernidade é uma separacio. [...] Fiel A sua origem, € uma ruptura continua, um incessante separar-se de si mesmas ?. Ruptura intermitente no interior de uma imensa continuidade descontinua, a vanguarda transporta consigo o virus da sua autodestruigio quando 0 corte fracturante se constitui modelo e convengao para hostes de discipulos que aplicadamente assimilam e impéem todo um catecismo de etransgressSes> ético-estéticas *. Nesse caso, Tegressamos claramente a atitude academicista, ¢ devemos distinguir «vanguarda» como instituigdo gregaria, protocolar e ritual, mesmo folelérica, de «vanguarda> como fungao interina cuja missio se resume a um simples gesto de reftaccao poético-estética, a uma prética significante de subversio e perversao anteriores a qualquer articulado legislative. Distingamos a miragem da imagem em ‘movimento. Vias de dissolugio S6 parcialmente coincidindo com as vanguardas hist6ricas do primeiro quartel do século XX e com as neovanguardas posteriores & segunda Grande © Ensaio de uma Tipologia Literéria, in op. cit, p. 37 Do Conceito de Modernidade na Poesia Portuguesa Contempordnea, in op. elt. p. 408. Los Fijos del Limo — Del Romanticiimo a la Vanguardia, Barcelona, Seix Baral. 1981, p. 51 * Ch. PAZ, Octavio— EI Ocaso de la Vanauardia, in id.; ORTEGA y GASSET — FI caso de las Revoluciones (1923), in El Tema de Nuestro Tiempo, Madrid, Revista de Occidente/ {Alianza Editorial, 1981; DEXEUS, Victoria Combalia— El Deserédito de las Vanguardias, in AA, VV. ~ El Descrédito de las Vanguardias, Barcelona, Editorial Blume, 1980. 251 LUIS ADRIANO CARLOS Guerra, esta dinamica é movida por uma exasperagio estética da atitude moder- nista, que antes do mais se traduz na recusa dos convencionalismos tradicionais, antepassados ou contempordneos, do principio da representagio (mimesis) ¢ do universo discursivo dominante (categorias, hierarquias, etc.), em beneficio da libertagdo e autonomizagio da arte, da determinagéo do significado pelo significante, do Iidico e do transgressivo, da carte como combate de formas» °, A sua estratégia mais radical centra-se no néicleo de uma incandescéncia: a transmutacao constante da matéria Linguistica, com uma finalidade desintegra- dora no campo das matrizes da representacdo. Experimentagio das formas, imaginagao do signo e remotivacio da linguagem compéem uma espécie de epistemologia poética da dissolugao, articulada — ou desarticulada—em duas grandes vias: a via sintdctico-seméntica, que procede a reformulagao radical da organizacao légico-sintagmatica do discurso e da correlagio semiética signi- ficante/significado; e a via morfolégica, com incidéncia directa nas formas unilineares do significante linguistico 19, A via sintéctico-semantica, radicada na gramatica da sugestéo e na vocagio de de um Mallarmé, sem deixar de aderir a descontinui- dade discursiva de um Rimbaud, envolve a concorréncia de duas linhas de acsio: 1. A linha de libertagdo das formas relativamente as suas fungdes Posicionais na ordem do discurso, que ter os seus limites, por um lado, nas Paroliberi de Marinetti, exactamente quando os manifestos futuristas proclamam a edestruigio da sintaxe>, a cimaginago sem fics» e as 1%, de modo tal que «as palavras, destituidas dos ingredientes normais do discurso sintéctico», adquirem «uma projecc’o no espago da pagina abrin- do-se num esforgo que as esvazia de todos os prévios significados e significagses> 33, 2. A linha de pesquisa de uma relagio analégica entre significante significado por intermédio da clivagem dinamica dos dois planos, num per- manente jogo sémico em sede, por um lado, das experiéncias interseccionistas ° Espresso de ZERAFFA, Michel —Préavant-gardes et Avant-gardes: le Tournant Francais au XXe Sidcle, in AA. VV.— Les Années Folles, les Mouvements Avant-gardistes Européens|The Roaring Twenties: the Avantgarde Movements in Europe, Otava, University of Ottawa Press, 1981, p. 10. # Cf, GENETTE, Gérard — «Langage Poétique, Poétique du Langayes, in Figures Il, Pais, Seuil, 1969, pp. 147-148, 4% ‘Sobretudo no manifesto Destruicdo da Sintaxe/Tmoginacdo sem Fios|Palavras em Liberdade (913). 3 CE AA. WV. — Teoria da Poesia ConcretalTextos Criticas e Manifestos|1950-1960, So Paulo, Liv. Duas Cidades, 1975, p, 122 © passim. ® HATHERLY, Ana; CASTRO, E. M. de Melo e—PO-EX/Textor Tedricos ¢ Documentos da Poesia Experimental Portuguesa, Lisboa, Moraes, 1981, p. 145 e passim. 252 NOTAS DE INVESTIGACAO ¢ surrealistas, e, por outro, das praticas imagistas © metaforistas. Com o inter- seccionismo e 0 surrealismo, o significante & apesar de tudo literal, ¢ 0 efeito poético-figural deriva de associagdes inesperadas de bretoniana operam a dissolucio das estruturas Iogico-semanticas nao mediante mecanismos de ruptura da unidade sfgnica mas pelo recurso a uma sintaxe de conexio analégica de unidades signicas em prinefpio incongruentes, segundo esquemas que cedo se tornam modelos auto- maticos de previsibilidade semiética. Nao serio de resto muito diversas as traject6rias do imagismo e do metaforismo, que entre nés um Camilo Pessanha e um Eugénio de Andrade conduziram as mais apuradas realizagSes ¢ que uma abundante produgio epigonal reduziu a esfera de um 0 chamado portmanteau word, ou mot-valise, sintetizador de dois Paradigmas seménticos distintos numa s6 unidade lexical extrinseca as cate- gorizagdes da lingua 18, © fascinio pela dimensio estética do significante representa um dos tragos mais caracteristicos da modernidade, que os poetas decadentistas-simbo- listas assumiram como ficeéo do signo, mas também como fissio instauradora do babelismo do nosso tempo. A sobrevalorizagio das figuras aliterantes Paronomésticas & sobredeterminada por um que persegue , , sascior». Por um aparente paradoxo, foi a deriva decadentista-simbolista, e nio © contexto das vanguardas, que, através de Angelo de Lima, integrou no modernismo de Orpheu 0 proceso de dissolugio dos significantes. A conver- géncia da perturbagio mental ¢ da bizarria estética no autor de «Edd’ora Addio...—Mia Soave...» engendra efeitos textuais em que o significante da loucura € loucura do significante, falta e vertigem, sincope e derramamento de sentido 2. Se 0 catdcter insblito de vocdbulos e associagses internas ainda conserva ressonancias decadentistas-simbolistas — que por essa altura 0 alemio Christian Morgenstern rentabilizava numa invenio poética de complementar da libertagio sintactica das palavras por accio de mecanismos de deformagio- -remodelagao formal, isto é de uma retética do metaplasmo: «a nossa ebriedade lirica deve livremente deformar, remodelar as palavras, cortando-as, aumen- tando-as, reforgando-lhes o centro ou a extremidade, aumentando ou diminuindo © niimero de vogais e de consoantes> #2, Também Apollinaire nao ultrapassa © plano das intenges quando emite em Paris o emanifesto-sintese> do cubismo ¢ do futurismo, A Antitradicéo Futurista (1913), onde aproxima as férmulas e cinvengio de palavrass, repudia os «Léxicos> cons- tituidos © encena a exaltagio do 22, Sé na versio russa do futurismo, 0 cubofuturismo, encontramos uma concretizacao original e engenhosa do projecto. Nils Ake Nilsson considera mesmo que 2, Mas é Khlebnikov quem institui a da lingua: tendo a linguagem sido desenvolvida a partir de , o poeta deve fundar a demanda da «lingua uni- versal», ou «lingua do futuro», numa combinacdo livre dos sons. Essa lingua B In AA. WV. —Aniologia do Fururismo Isliano|Manijestos ¢ Poemas (inttod. de José Mendes Ferreira), trad. port., Lisboa, Vega, 17979, p. 134 3 In id, pp. 136-129. ™ The Roaring Parnassus: Art and Revolution in Russia, in AA. VV.— Les Années Folles... op. cit, p. 44, % Tn TELES, Gilberto Mendonca — Op, cit, p. 127, Terceiro © quarto «direitos», estritamente de ordem ética: «repelir com horror da prépria fronte altaneira a coroa daquels sl6ria barata que fabricastes com as escovas de banho» e eester fortes sobre o escolho da palavra ‘n6s?, num mar de assobios © de indignagSes> (id., p. 128). * TODOROV, Tevetan—O Niimero, a Lera, a Palavra, in Poética da Prosa, trad port, Lisboa, EdicSes 70, 1979, p. 204, # KHLEBNIKOV, Vélimir— Livre des Préceptesl (trad. fr), , da e 0 . Interessa-nos 0 «poema fonético>. Criado por Hugo Ball ¢ cultivado por Tzara, Hans Arp, Raoul Hausmann e Kurt Schwitters, entre outros, explora livremente sons ¢ ritmos da linguagem, sem qualquer inten¢io de sentido global. Bis um depoimento significative de Ball: 7°. Na pratica—v. g. 08 casos de Hausmann e Schwitters —, 0 resulta de meras repetices de sons compondo uma notacao do insignificante combinatorio que aspira a transformar-se em de Jean-Pierre Brisset, Raymond Roussel, Marcel Duchamp e Robert Desnos, ¢ ainda ¢ pelos jogos de «Cabala Fonéticas 5%; as invengdes lexicais de Mario Cesariny de Vascon- Celos nos poemas , iniludivelmente marcadas por uma funcio cripto-interventiva %; e © ludismo verbal de raiz satirica com que Alexandre O'Neill percorre um imenso labirinto de homonimias, trocadilhos, anagramas, deformagGes e intersecgdes a maneira do mot-valise *, Porém, as consideragées tardias de Breton nio sio de todo inocentes, na medida em que visam obter efeitos de correcgio retroactiva num dominio subitamente valorizado pelas produgSes de Joyce e pelo recém-criado movimento letrista. Era recente a edicdo integral de Finnegans Wake (1939), que tivera discreta divulgacdo por fragmentos sucessivos entre 1924 © 1938, periodo coin- cidente com 0 ciclo histérico do surrealismo. De Ulysses (1922) a Finnegans Wake, Joyce deta viva voz ao inconsciente da linguagem, invadira 0 espago onirico de um modo hipersurrealista ¢ administrara magistralmente 0 valot acrescentado de uma inesgotavel economia de dissolugdes verbais e textuais efeitos homonimicos ¢ onomatopaicos, deformagées ¢ compressées, lapsos signi- ficativos e neologismos, composigies a partir do grego e fusoes de pelo menos dezassete linguas. Um everdadeiro alguimista do Iéxico» 5, que soubera, como ninguém, efundir 0 dicionario moderno, converté-lo em plasma proteico reinstaurar a ‘génese ¢ a mutacio da linguagem’s 3, Quanto ao letrismo, surgira oficialmente em 1947, na mesma cidade de Paris, ¢ 0 seu criador, o romeno— como Tzara— Isidore Isou, a par de Maurice Lemaitre, Gabriel Pomerand, Bernard Lecomte, etc., passata um piiblico atestado de 6bito aos surrealistas, que néio teriam «mais nada a dizer> **, Isou autoprocla- mara-se <0 dltimo destruidors *° ¢ anunciara uma «poesia das letras, novo % Poesia de Anténio Maria Lisboa, Lisboa, Assitio e Alvim, 1977, p. 91 ™ © primeiro poema pertence a Pena Capital, Lisboa, Contraponto, 1957, ¢ os restantes, & Alguns Mitos Maiores Alguns Mitos Menores Propostos & Circulacdo pelo Autor (1958), in Poesia) 1944-1953, Lisboa, Delfos, x. d. [1968]. S40 de salientar, entre outros, os seguintes significontes: «maresperantototémicos, «labidquimiss, eArsgrim scaifazcismagios, esufixismary ‘© Sobretudo em Poemas com Endereco, Lisboa, Morses, 1962, ¢ Feira Cabisbaixa, Lisboa, Ulisseia, 1965. % CAMPOS, Augusto de; CAMPOS, Haroido de—Panaroma de Finnegans Wake, Sio Paulo, Perspectiva, 1971, p, 22. "CAMPBELL, Joseph: ROBINSON, Henry Morton —Introducdo @ um Assunto Estranho, cit. por id., p. 107. % Document, #9, fundada numa atitude radicalmente antilexical que captasse as sinfra-realidades» através de eletras», gritos, rufdos e outras entidades minimas de um lirismo pré-verbal combinatério. No fundo, o «perfodo do Alfabeto> vivia ainda o milenar objectivo mitico, intensificado por Khlebnikov, da criagio de uma «lingua fonética» universal: «Trata-se de fazer da poesia uma linguagem sintética. © alfabeto € uma linguagem que exprime tudo ao mesmo tempo. [...] O letrista deve criar uma lingua numa letra, No alfabeto encontra-se o elemento original da poesia, que € 0 Verbo> 4. O , a enotacio hipergréfica>, 0 numa nova misicas 42, Compreende-se pois a observagio de Breton («... que no podia deixar de levar ao ‘letrismo’s), numa altura em que Isou preparava o terreno para o florescimento de uma segunda geracko letrista, provocado no dealbar da década de 60 por Roland Sabatier, Frangois Poyet, Jean-Paul Curtay, Antoine Grimaud e Pierre Jouvet, reunidos em torno da divisa isouiana e hiperbarroca , deixando as palavras de em que ¢o gesto imaginado valha mais que a sua mesma designagio» 4°, Com os Quatro Sonetos a Afrodite Anadiémena a poesia da modernidade conhece a experiéncia de uma tensio exemplar entre o programa de edissolucao das formas constituidas» ‘7 e o programa de reconstituicéo das formas dissolutas. * CARLOS, Lufs Adriano — Jorge de Sena e a Escrita dos Limites... op. Bp. 73166; O Discurso Erdtico nos «Quatro Sonetos a Afrodite Anadiémenas, «Quaderai Porto. shesin, 13-14, Pisa, Primavera-Outono de 1983; Metamorfoses do Signo e uma Supra-melamorfose de Jorge de Sena, «Cruzeiro Semidtico», 2, Porto, Janeiro de 1985 (ou: Metamorfosis del Signo ¥ una Supra-metamorfosis de Jorge de Sena, trad. esp., in AA. VV. — Investigaclones Semis. ficas-t, Madrid, Consejo Superior de Investigaciones Cientificas, 1986). Cf. sinds: CARVALHO, Romulo de — Reflexos Literérios das Investigardes Clentificas sobre @ Linguagem, «O Comércio do Portor, Porto, 12 de Janeiro de 1965, pp. 5.6; MARTINHO, Fernando J. B.——- Uma Leitura dos Sonetos de Jorge de Sena, in AA. VV. — Suudies on Jorge de Sena, Santa Barbara, University of Colifornia/Bandanna Books, 1981, pp. 77-78; FAFE, José Femandes— A Modernidade na Poesia Portuguesa Contemporinea, Lisboa, Iniciativas Editoriais, 1980, pp. 3638 © LEAL. Ana Maria Gottardi—Jorge de SenalA Modernidade da Tradicdo, Texe de Dowtoramento policopiada, Sio Paulo, Faculdade de Filosofia, Letras e Cigncias Humanas da Universidade de S50 Paulo, 1984, pp. 153-161 “ Carta a José Blanc de Portugal, datada de Assis GBrasil, 14 de Maio de 1961 (eranscr. parcialmente em CARLOS, Lufs Adriano —Jorge de Sena e a Excrita dos Limites... 0p. cits, pp. 22-23); © Jorge de Sena sdbre os «Quatro Sanetos a Afrodite Anadiémenas, excerto da carta, datada de Araraguara (Brasil), $ de Junho de 1962, que acompanhou os poemas em Invencio, rev. cis pp. 7374 (transect. parcialmente no post. a Metamorfoses.., op. cit, pp. 132132). “Expresso de BATAILLE, Georges— 0 Erotismo/O Proibido e a Transgressdo, \rad, port., Lisboa, Morses, 1980, p. 19. 260 NOTAS DE INVESTIGAGAO significante 6, como se sabe, a possibilidade de produzir sentido. Por sua parte, © significante postico ¢ a possibilidade de dividir e multiplicar 0 sentido, de o dissolver até A anulacao e ao esvaziamento semiético, mas apenas como efeito retérico, virtualidade semantica e movimento multidireccional. A zona limitrofe do signo dissoluto € a zona do zero—do nulo e do infinito. Luis Adriano Carlos 4 Além dos sonetos a Afrodite, Jorge de Sena escreveu seis outros poemas que sublinham a passagem da ezona do infiniter para a zona do nulos: «Coléquio Sentimental em duas Partess (1961), «Na Transtorndncia...» (1961), eAnflata Cuanimene...» (1963), «Affi...» (1967), «Atia Cul... (1963) e «Petrina, Sanguilicia..» (1971). A quebra de tensfo € nftida, de tal modo os textor quase carecem de suportes seminticos susceptivels de uma reactivagSo da cenergia significante Desde entfo, muitas mais tentativas tém sido feitas neste dominio de experimentagio verbal, mas sem lograrem aproximar-se do que € jd considerada a obra-prima do género, os Quatro Sonetos a Afrodite Anadiémena. Apesar de tudo, nfo pode passar sem referéncia um conjunto pottico de E. M. de Melo © Castro, Corpos Radiantes, Lisboa, & Fte., 1982, que, por se estruturar como espaco de fensto semitica, apresenta uma original textualidade (e metatextuali- dade) onde dissolueo do sigaiticante se far significante da dissolusio, 261

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