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Português Técnico

GÊNEROS TEXTUAIS

Capacidade de
Domínios sociais Aspectos
linguagem Exemplo de gêneros orais e escritos
de comunicação tipológicos
dominante

[Conto Maravilhoso], Conto de Fadas,


fábula, lenda,narrativa de aventura,
Mimeses de ação narrativa de ficção cientifica, narrativa de
Cultura Literária através da criação da enigma, narrativa mítica, sketch ou história
Narrar;
Ficcional intriga no dominio do engraçada, biografia romanceada,
verossímil. romance, romance histórico, novela
fantástica, conto, crônica literária,
adivinha, piada

Relato de experiência vivida, relato de


Representação pelo viagem, diário íntimo, testemunho, anedota
Documentação e
discurso de ou caso, autobiografia, curriculum vitae,
memorização das Relatar
experiências vividas, noticia, reportagem, crônica social, crônica
ações humanas
situadas no tempo esportiva, histórico, relato histórico, ensaio
ou perfil biográfico, biografia

Textos de opinião, diálogo argumentativo,


carta de leitor, carta de solicitação,
Discussão de Sustentação, refutação deliberação informal, debate regrado,
problemas sociais Argumentar e negociação de assembleia, discurso de defesa (advocacia),
controversos tomadas de posição discurso de acusação (advocacia), resenha
crítica, artigos de opinião ou assinados,
editorial, ensaio

Texto expositivo, exposição oral,


seminário, conferência, comunicação oral,
palestra, entrevista de especialista, verbete,
Transmissão e Apresentação textual
artigo enciclopédico, texto explicativo,
construção de Expor de diferentes formas
tomada de notas, resumo de textos
saberes dos saberes
expositivos e explicativos, resenha,
relatório científico, relatório oral de
experiência.

Instruções de montagem, receita,


Instruções e Descrever Regulação mútua de regulamento, regras de jogo, instruções de
prescrições ações comportamentos uso, comandos diversos, textos
prescritivos.
OS TIPOS DE TEXTO

Basicamente existem três tipos de texto: Texto narrativo; Texto descritivo; Texto
dissertativo. Cada um desses textos possui características próprias de construção.

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DESCRIÇÃO

Descrever é explicar com palavras o que se viu e se observou. O emissor capta e transmite a
realidade através de seus sentidos. A caracterização é indispensável, por isso existe uma
grande quantidade de adjetivos no texto. Há duas descrições:

DESCRIÇÃO DENOTATIVA: Quando a linguagem representativa do objeto é objetiva,


direta sem metáforas ou outras figuras literárias, chamamos de descrição denotativa. Na
descrição denotativa as palavras são utilizadas no seu sentido real, único de acordo com a
definição do dicionário. Exemplo:

“Saímos do campus universitário às 14 horas com destino ao agreste pernambucano. À


esquerda fica a reitoria e alguns pontos comerciais. À direita o término da construção de um
novo centro tecnológico. Seguiremos pela BR-232 onde encontraremos várias formas de
relevo e vegetação. No início da viagem observamos uma típica agricultura de subsistência
bem à margem da BR-232. Isso provavelmente facilitará o transporte desse cultivo a um
grande centro de distribuição de alimentos.”

DESCRIÇÃO CONOTATIVA: Em tal descrição as palavras são tomadas em sentido


figurado, ricas em polivalência. Exemplos:

1- João estava tão gordo que as pernas da cadeira estavam bambas do peso que carregava. Era
notório o sofrimento daquele pobre objeto.

2- Hoje o sol amanheceu sorridente; brilhava incansável, no céu alegre, leve e repleto de
nuvens brancas. Os pássaros felizes cantarolavam pelo ar.

NARRAÇÃO

Narrar é falar sobre os fatos. É contar. Consiste na elaboração de um texto inserindo


episódios, acontecimentos. Fazemos um texto narrativo com base em alguns elementos:

O quê? – Fato narrado;


Quem? – personagem principal e o anti-herói;
Como? – o modo que os fatos aconteceram;
Quando? – o tempo dos acontecimentos;
Onde? – local onde se desenrolou o acontecimento;
Por quê? – a razão, motivo do fato;
Por isso: – a consequência dos fatos.

Exemplo de texto narrativo:

Toda a gente tinha achado estranha a maneira como o Capitão Rodrigo Camborá entrara na
vida de Santa Fé. Um dia chegou a cavalo, vindo ninguém sabia de onde, com o chapéu de
barbicacho puxado para a nuca, a bela cabeça de macho altivamente erguida e aquele seu
olhar de gavião que irritava e ao mesmo tempo fascinava as pessoas. Devia andar lá pelo meio
da casa dos trinta, montava num alazão, trazia bombachas claras, botas com chilenas de prata
e o busto musculoso apertado num dólmã militar azul, com gola vermelha e botões de metal.

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(Um certo capitão Rodrigo – Érico Veríssimo)

DISSERTAÇÃO

É um texto que se caracteriza pela defesa de uma ideia, de um ponto de vista, ou pelo
questionamento acerca de um determinado assunto. Em geral, para se obter maior clareza na
exposição de um ponto de vista, costuma-se distribuir a matéria em três partes: .

a. Introdução - em que se apresenta a ideia ou o ponto de vista que será


defendido;
b. Desenvolvimento ou argumentação - em que se desenvolve o ponto de vista
para tentar convencer o leitor; para isso, deve-se usar uma sólida argumentação,
citar exemplos, recorrer a opinião de especialistas, fornecer dados, etc.
c. Conclusão - em que se dá um fecho ao texto, coerente com o desenvolvimento,
com os argumentos apresentados.

Quanto à linguagem, prevalece o sentido denotativo das palavras e a ordem direta


das orações. Também são muito importantes, no texto dissertativo, a coerência das
ideias e a utilização de elementos coesivos, em especial das conjunções que explicitam
as relações entre as ideias expostas. Portanto, a elaboração de um texto dissertativo não
está centrada na função poética da linguagem e sim na colocação e na defesa de ideias e
na forma como essas ideias são articuladas. Quando se lança mão de uma figura de
linguagem, ela deverá sempre ser utilizada com valor argumentativo, como um
instrumento a mais para a defesa de uma determinada ideia.

Exemplos de textos dissertativos que mostram habilidade discursiva, organização


de ideias, precisão argumentativa e reflexão questionadora.

1- Livros desprezados

Grave problema presente no Brasil é o baixo nível cultural da população devido à falta
de leitura de boa qualidade. Segundo o Pisa (Programa internacional de avaliação de
alunos), que verifica a capacidade de leitura do jovem, dentre os 32 países envolvidos
na pesquisa de 2001, o nosso ficou com a última colocação.

Um dos fatores que provocam a falta de domínio da leitura na avaliação brasileira é a


escassez de livrarias: apenas uma para cada 84,4 mil habitantes. Porém, essa não é a
única razão: o brasileiro prefere ler futilidades que pouco ou nada acrescentam ao seu
intelecto a se dedicar aos grandes nomes da literatura.

Os políticos tentam suavizar a situação do semianalfabetíssimo gerada pela falta de


leitura com o discurso de que é perfeitamente normal que algumas pessoas alcancem o

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final do ensino médio sem saber expressar suas ideias por meio da escrita. Obviamente,
é “perfeitamente norma”, visto que o sistema de repetência foi indevidamente abolido
nas escolas públicas.

É imprescindível que a leitura no Brasil seja estimulada desde a infância e que o sistema
de ensino sofra uma revisão. Nossa nação não pode aspirar ao desenvolvimento tendo
tão deficiente capital humano. (Alexandre Bodó)

2- Autodestruição

Há tempos a questão da preservação do meio ambiente entrou no dia-a-dia das


discussões do mundo inteiro. O excesso de poluição emitida pelas indústrias e
automóveis e a devastação das florestas são as principais causas do efeito estufa e
finalmente se tornaram motivo de preocupação. Contudo, até agora, os resultados pró-
natureza são insignificantes perto dos prejuízos causados a ela.

Essa diferença tem razões econômicas. Não é simples nem vantajosa uma fábrica que
emite grande quantidade de poluentes comprarem equipamentos que amenizam tal
emissão. O mesmo acontece com automóveis, grandes vilões do ar nas cidades.
Segundo reportagens, carros e ônibus velhos poluem quarenta vezes mais do que os
novos, e não é por falta de vontade que os donos não os trocam, e sim por falta de
dinheiro. O mundo capitalista inviabiliza um acordo com o meio ambiente e, enquanto
isso, o planeta adoece.

Outros problemas é a falta de informação e educação ambiental. Muitas pessoas ainda


desconhecem os malefícios do efeito estufa, como, por exemplo, o aumento da
temperatura e, como consequência, a intensificação das secas. Esse desconhecimento
somado ao egoísmo e descaso humano traz-nos uma visão de futuro pessimista. Das
poucas pessoas cientes desse problema, muitas não o levam a sério e não tentam mudar
suas atitudes buscando uma solução. Enquanto os efeitos dos nossos atos não atingirem
proporções mais danosas, permaneceremos acomodados com a situação, deixando para
nossas futuras gerações o dever de “consertar” o meio ambiente.
A triste conclusão a que chegamos é a de que a prudência e o bom senso do ser humano
não são mais fortes que a sua ambição e egoísmo. Estamos destinados a morrer no
planeta que matamos.

(Mariana Yamamoto Martins)

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