PROCESSO CIVIL
19 de Margo de 2012
1. A (esidente em Madrid) e B, (residente em Sintra), irmaos, espanhéis, so comproprietirios
de um prédio urbano situado em Sintra.
Por escritura publica, B doou a C, seu filho, espanhol e residente em Sintra, a sua quota no
prédio. A, todavia, esta convencido de que, na realidade, se tratou de uma compra e venda, pelo prego
de € 100.000,00, ¢ que a doagao foi simulada com o objectivo de o impedir de preferir na venda.
‘Assim, A quer instaurar em Portugal uma acco pedindo:
Contra B ¢ C, que a doagio seja declarada nula, por ser simulada;
= Contra C, que seja admitido a exercer 0 seu direito legal de preferéncia, substituindo-se-lhe na
titularidade da quota vendida, propondo-se proceder ao imediato depésito do prego.
1, Diga se a acco pode ser proposta nestes termos e, em caso afirmativo, qual é 0 tribunal
competente. Esclarega, em particular, se 0 pedido de declaragiio de nulidade tem de ser formulado
simultaneamente contra B e C e, ainda, se o pedido de preferéncia pode ser dirigido apenas contra C,
2. Suponha que se desconhece o paradeiro de B ¢ que ele ¢ citado editalmente e nao contesta. C
contesta, mas apenas diz que nfo houve nenhuma simulago, pois que a quota Ihe foi realmente doada,
Diga:
1) quais so as consequéncias decorrentes da falta de contestagio de B, esclarecendo se os
factos nao impugnados por C devem ow nao considerar-se assentes;
b) se B, intervindo posteriormente na acgio, pode vir alegar a nulidade da compra e venda
alegadamente dissimulada, por falta de forma.
3. Suponha agora que, para provar a simulagdo que alega, A indica determinadas testemunhas &
que:
a) € sustenta que provar a simulago implica ilidir a forga probatoria plena da escritura de
doagio ¢ que, portanto, a prova testemunhal nao é admissivel. Tem razio?
b) Ouvidas as testemunhas oferecidas por A e aquelas que C indicou, o tribunal di come néo
provado que B e C quiseram realmente comprar ¢ vender a quota de B. Como deve ser julgada a acco?
Il. D propés contra E uma acgio na qual pediu a sua condenagdo no pagamento de uma
indemnizagio por incumprimento de um contrato de fomecimento de determinadas maquinas, que Ihe
encomendara e que E nio entregara no prazo acordado, assim Ihe causando prejuizos no montante de €
100.000,00 (por se ter visto obrigado a recusar encomendas, para cuja execugio precisaria das
‘miquinas). Apesar de E ter contestado alegando que, por acordo, 0 prazo inicialmente fixado fora
ampliado por mais um ano, ainda no decorrido, a accdo foi julgada procedente, sendo E condenado a
pagar € 100,000,00 a D por sentenca transitada em julgado.
Suponha que, posteriormente, E propde uma acco contra D, pedindo a sua condenagio no
pagamento do preco das maquinas, que diz ter concluido dentro do prazo prorrogado e que DIL. D propds contra E uma acgao na qual pediu a sua condenagdo no pagamento de uma
indemnizago por incumprimento de um contrato de fornecimento de determinadas maquinas, que the
encomendara € que E nao entregara no prazo acordado, assim Ihe causando prejuizos no montante de €
100.000,00 (por se ter visto obrigado a recusar encomendas, para cuja execugdo precisaria das
méquinas), Apesar de E ter contestado alegando que, por acorda, o prazo inicialmente fixado fora
ampliado por mais um ano, ainda ndo decorrido, a acgdo foi julgada procedente, sendo E condenado a
pagar € 100.000,00 a D por sentenga transitada em julgado,
Suponha que, posteriormente, E propde uma acco contra D, pedindo a sua condenagiio no
pagamento do prego das méquinas, que diz ter concluido dentro do prazo prorrogado e que D
indevidamente se recusou a receber, quando as pretendeu entregar.
D contesta invocando o caso julgado formado na primeira acgdo, sustentando que deve conduzir
4 sua absolvigdo do pedido, Tem razio?
Duragao da prova: 2h30m