You are on page 1of 16
Priscila Gomes Dornelles Ileana Wenetz Maria Simone Vione Schwengber (Organizadoras) ETA Satine © 2017, Editore Unijut Rua do Comércio, 3000, Bairro Universitétio 98700-000 - Ijuf- RS ~ Brasil Fones: ($5) 3332-0217 E-mail editora@unijui.edu.br Hetp://wwyneditoraunijui.com.br Editor: Fernando Jaime Gonzalez Capa: Alexandre Sadi Dallepiane Responsabilidade Editorial, Crdfica ¢ Adminisirativa: Editora Unijui da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuf; [juf, RS, Brasil) E24 Catalogagiio na Publicacao: Biblioteca Universitaria Mario Osorio Marques — Unijui Edueagio fisica e sexualidade : desafios educacionais, 1 / organizacio Priscila Gomes Dornelles; Ileana Wenetz; Maria Simone Vione Schwengber. — Ljui: Ed. Unijuf, 2017. — 160 p.— (Colegao educagao fisica). ISBN : 978-85-419-0237-3 1, Educagao Fisica — Questées de género e se Educagio fisica — Rducagio sexual. 3. Educacio ~ Questées de género ¢ sexualidade. 4. Educagio fisica escolar — Pedagogias do género e da sexualidade, I, Dornelles, Priscila Gomes (Org,). Tl. Wenet, [cana (Org.). IIL Schwengber, Maria Simone Vione. IV. Titulo: Desafios educacionais, 1. V. Série. CDU : 796:37 613.88: 796 37: 613.88 eit Unit aad ‘Associagio Brrsileima og Eaitoray Universteiae Acolecio Educacao Fisica é um projeto editorial da Editora Unijui, yinculado a um conselho editorial interinstitucional, que visa dar publicida- dea pesquisas que buscam um constante aprofundamento da compreensao tedrica desta area que ven constituindo sua reflexao conceitual, bem como os trabalhos que garantam uma maior aproximacao entre a pesquisa aca- démica e os profissionais que encontram-se nos espacos de intervengao. Promover este movimento é sem dtivida 0 maior desafio desta colecao. Conselho Editorial Carmen Lucia Soares — Unicamp Mauro Betti- Unesp/Bauru Tarcisio Mauro Vago - UFMG Amauri Bassoli de Oliveira -UEM Giovani De Lorenzi Pires - UFSC Valter Bracht - Ufes Nelson Carvalho Marcellino - Unicamp Paulo Evaldo Fensterseifer — Unijui Vicente Molina Neto - UFRGS Elenor Kunz - UFSC Victor Andrade de Melo — UFRJ Silvana Vilodre Goellner - UFRGS Comité de Redagao Paulo Evaldo Fensterseifer Fernando Gonzalez Maria Simone Vione Schwengber Leopoldo Schonardie Filho CAPITULO 1 CAMINHOS TEGRICOS E POLITICOS DO TRATO COM A SEXUALIDADE NA EDUCACAO FISICA: Uma Andlise Inicial das Produgdes na Area (2001-2015) Ileana Wenetz Maria Simone Vione Schwengber Priscila Gomes Dornelles DE COMO PRODUZIMOS UM DESEJO DE INVESTIR NAS RELAGOES ENTRE SEXUALIDADE E EDUCAGAO FISICA Hé alguns anos, quando comecamos a nossa atuagao intelectual- militante, nos rastros de uma provocacio foucaultiana, a partir da nossa insergao-atuagao-formagao académica em diferentes tempos junto ao Grupo de Estudos em Educagio e Relagées de Género (Geerge) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), privilegiévamos, a0 passo que questionavamos, a 4rea da Educagao Fisica em sua inter- face com género € sexualidade. Considerévamos que alguns desafios jé estavam colocados € anunciados para a area da Educagio Fisica a Partir das proposigdes € produgGes de autores/as que muito contribuiram © ainda contribuem com este debate na area, como Silvana Goellner, 24 Heana Wenetz ~ Haria Simene Vione Sckweegber ~ Priscila Gomes Dornelles Helena Altmann, Ludmila Mourio, entre outros/as. Perguntavamo- -nos sobre como ofertarmos ferramentas (conceituais, metodoldgicas ¢ politicas) aos/as professores/as de Educagio Fisica em sua atuacao profissional? Como problematizarmos as proposigdes género-sexua- lizadas da Educa¢ao Fisica no contexto escolar? Como visibilizarmos esta articulagio entre Educagio Fisica, género ¢ sexualidade na escola, considerando esta relacdo, paradoxalmente tao presente no cotidiano escolar e, ao mesmo tempo, to ausente da formagao de professores/as om Educagao Fisica? Quais caminhos trios para evidenciarmos a importdncia das articulagdes entre Estudos Feministas, Estudos de Género, Estudos da Diversidade Sexual ¢ a Educacto Fisica? Como demarcarmos 0 que compée restritivamente as teérico-polfticos seriam necess: nogdes de humanidade e de corpo a partir de concepgdes de género € sexualidade acionadas nos espagos de exercfcio profissional do/da profes- sora de Educagao Fisica? De que mancira poderiamos assumir posigdes politicas democraticas que ampliem estas nogoes restritivas € se consti- tuam a partir de outras bases epistemoldgicas? Ao fim ¢ ao cabo, quais as composigées da Educagio Fisica sobre sociedade, democracia, educagao? Hoje, apds cerea de {5 anos, estes questionamentos continuam a exigir uma andlisc social complexa ¢ um engajamento te6rico-polttico, principalmente se considerarmos, em didlogo com Rogério Junqueira (2017), 0 cenatio brasileiro atual caracterizado pelas agdes organizadas de grupos que movimentam um “ativismo religioso reacionério” no Brasil ¢ em outros pafses, mas que aqui cunharam a ideia de que qualquer mengo ou aproximagao do curriculo com as discussdes de género ou sexualidade se constituiria como uma ago de “Ideologia de Géncro”. Nesta linha, segundo as mobilizagdes de grupos catélicos (inicialmente) € neopentecostais, as mobilizagées em corno das discussdes de género ¢ sexualidade na escola seriam uma das estratégias de ataque a familia. Conter os avangos da “Ideologia de Género” seria um dos modos de retomar a primazia da familia na educagao moral dos/das seus/suas suces- sores/as € disputar as concepgées de género, yoltando-as para as bases biolégicas. Assim, a organizacdo ¢ a envergadura politica destes grupos b Caftlo | — Camas ericos epics do rato com a exualidade na Educaci Fisica junto as baneadas religiosas no Legislativo criaram mobilizagdes diversas em Ambito nacional de modo a produzirem a exclusio das expressdes género, igualdade de género, diversidade sexual ¢ sexualidade, bem como objetivos que estivessem vinculados a pluralizagio do género ¢ da sexualidade dos Planos Municipais, Estaduais e do Plano Nacional de Educagao. Além disso, os indices de violéncias dirigidas aos sujcitos nao heterossexuais no pais sio altissimos. O Brasil foi campedio de mortes de pessoas transexuais ¢ teve o mais alto indice de assassinatos de pessoas LGBT cm 2016!, segundo informagées de diferentes Organizagdes Na ja-nos, enquanto area do io Governamentais. Este panorama nacional conv’ conhecimento ¢ de atuagio politica, a repercutir alguns dos questiona- mentos postos anteriormente: 0 que a Edueagio Fisica tem a dizer sobre este contexto? Como se posiciona? Quais suas contribuigées sociais? De que forma ensejos de luta ¢ mobilizago social so constitufdos pela sua produgao do conhecimento? quisas, as “‘Temos observado as produgdes da rea (as nossas p produgdes de colegas) em congressos, cm simpésios e/ou em eventos, bem como no exereicio das orientagdes em Aimbito de Graduagio ¢ Pés- -Graduacao, assim como na elaboracao de pareceres para os periddicos da Area, de que ha a necessidade de operar com o conccito de sexualidade como agenda de pesquisa da drea Educagio Fisica. Esta proposig&o se especifica ao percebermos também que € preciso circunscrever modos de constituir um debate prprio sobre a sexualidade nesta 4rea €, ainda, de como este conceito se afasta ou aproxima da categoria g@nero. Nossos olhares interessados tém indicado que os estudos voltados as andlises sobre a generificagio dos corpos foram responséveis pelo maior volume de “entradas” de discusses sobre sexualidade nos diversos espagos de produgio do conhecimento em Educagao Fisica. ' Maiores informages disponfveis em: . Acesso em: 16 maio 2017, Ileana Weretz ~ Naria Simone Yione Schwengber — Priscila Gomes Dorrelles Movimentando algumas posigdes sobre esta emergéncia, ou melhor, sobre modos de circunscrever € posicionar uma temiatica como objeto de pesquisa, buscamos ampliar a nossa compreens%io de como a sexualidade se articula com a Educagio Fisica a partir das suas produ- Ges, evidenciando como este conceito foi acionado, suas bases episte- mol6gicas ¢.a sua relagio com a area da Educagio Fisica, como esta cate- goria foi acionada analiticamente, entremeada a quais metodologias ¢ locus de pesquisa, arraigados por quais lutas politicas, produzindo senti- dos nas priticas corporais, liidicas e esportivas sobre os corpos. Perguntas propulsoras, movimentos de pensamento, caminhos que néo se esgotam neste texto. Dialogando com estas provocagées ¢ j4 destacando que uma vertente das produgdes em Educacio Fisica que criaram 0 conceito de sexualidade dialogaram com autores/as do campo da Educagio no Brasil, acionamos 0 conceito de sexualidade corroborando com Guacira Louro (1999, p. 11) ao afirmar que a “sexualidade nao é apenas uma ques- to pessoal, mas é social e politica”. Esta autora, em suas produgées e especialmente no livro Género, Sexwalidade e Educagdo: uma perspectiva pés-estrusuralista, nos convoca a problematizar e compreender que “a sexualidade € ‘aprendida’, ou melhor, é construida, ao longo de toda a vida, de muitos modos, por todos os sujeitos” (p. 11). Dita aprendizagem tem sido vivida em diversas insténcias. Os modos de educagio ¢ ensino sobre sexualidade ¢ sobre ser/viver um corpo si0 produzidos cotidiana- mente por diferentes pedagogias culturais, entre clas a escola. Referimo-nos as pedagogias da sexualidade que se constituem a partir e em diversos mecanismos, etapas, objetivos e com diversas formas de controle € funcionamento, seja visibilizando-o/silenciando-o, seja violentando um corpo. Estas pedagogias caracterizam-se por seus modos € efeitos, que sao “muitas vezes suti[s], discreta[s], continuals], mas, quase sempre eficiente[s] e duradoura[s]” (Louro, 1999, p. 11). Cepitlo | ~ Comins eric pelts do trato com a seualidade na Eduagae Fica i Corpos, identidades, esbogos grosseiros de identidade, repre- sentagdes, papéis. Construgées processuais Iegitimadas ou nao durante diferentes momentos da vida escolar e com a contribuigao da Educagao Fisica Escolar — uma pedagogia cultural potente na género-sexualizagio dos corpos. Uma instancia de fabricagao do sujeito pela educagio escolar a partir de caminhos normativos fundantes do sujeito . Campos de inteli- gibilidade e de politica por meio dos quais os sujeitos escolares tornam- -se (im)possiveis ¢ (ir)reconheciveis. Essa argumentagio se dé na medida em que 0 sujeito pode ser compreendido como efeito dos processos educativos ¢ priticas pedagégicas normalizadoras da Educagio Fisica. Nesta linha argumentativa, a sexualidade € acionada enquanto dispositive biopolitico da moderidade: ‘A sexnalidade € 0 nome que se pode dar a um dispositivo histé- rico: nto a realidade subterranca que se aprende com dificuldade, mas a grande rede de superficie em que a estimulagio dos corpos, a intensificagdo dos prazeres, a incicagio ao discurso, a formagao dos conhecimentos, 0 reforgo dos controles © das resisténcias, encadeiam-se uns aos outros, segundo algumas grandes estratégias de saber e poder (Foucault, 1988, p. 117). Michel Foucault posiciona a sexualidade como um dispositivo de controle ¢ normalizagao individual e populacional moderno. Isso significa compreender a sexualidade a partir de um contexto histérico, politico € sociocultural, acionado em diferentes estratégias ¢ téticas de poder © a partir de campos epistemol6gicos que reivindicam sua concep- cio e/ou marcam suas posigées discursivas como verdade na sociedade contemporinea. Dialogando com estas posigdes, a Educagao Fisica aciona modos de conhecer a sexualidade, as quais tém produtos politicos. Caminhos de uma 4rea do conhecimento e de atuacao profissional. Seja na escola ou bilizar os modos de compreensio da nos espacos outros de exercicio. Vi sexualidade desta rca é também disputar os sentidos atribuidos social- mente ¢ posicionades como verdade em relagio a0 que € sexualidade, a0 que se pode conhecer, como se poder conhecer sobre este tema ¢ 28 Means Wenetz ~ Haria Simone Vione Schwengber ~ Priscila Gomes Dorselles categoria social importante na formagao dos sujeitos sociais. Significa também ater-se aos pressupostos ontolégicos produzidos para tensionar a produgao do conhecimento, as éreas de atuagio, inclusive a escolar, ¢ a sua relagao com os desejos do Estado, sobre as concepgdes de sexuali- dade ¢ seus funcionamentos para a definigao dos corpos e de suas (im) possibilidades, sobre modos de esgargar aquilo que entendemos por democracia. ‘Tomando a escola como foco para problematizarmos alguns ense- jos de discussfio, para Guaciza Louro (1999) a escola tem uma dupla dificil tarefa que “precisa se equilibrar sobre um fio muito tenue: de um lado, incentivar a sexualidade “normal” ¢, de outro, simultancamente, conté-la” (p. 26). Na Educagiio Fisica Escolar isto se da de forma latente, pulsante, inquietance, mesmo que os esforgos escolares sejam de silen- ciamento e naturalizagio biolégica da sexualidade. Por um lado, localiza- mos Educagao Fisica como uma disciplina constituida por uma matriz biolégica, muito ligada as nogées de satide € higiene do corpo ¢, dentro desta trama de inteligibilidade, funcional na separacio de meninos ¢ de meninas. Por outro lado, a “Educagio Fisica parece ser, também, um palco privilegiado para as manifestagdes de preocupayao com relagio a sexualidade das criancas” (p. 74). B/ou, por fim, somos acionados/as como rea escolar privilegiada para 0 trato com a temdtiea sexualidade nesta instituigao (Dorelles, 2013b). Nesse sentido, consideramos que a Educagio Fisica, enquanto drea do conhecimento, precisa ampliar 0s scus espacos de constituicao, negociagao, articulacio, negagio ¢ de posicionalidade em relago aos debates postos na mobilizagao da sexualidade enquanto categoria e nos modos de diélogo com os Estudos de Género, de Sexualidade, de Diver- sidade Sexual ¢ gaeer que se colocam no campo das humanidades para pensar ¢ propor cpistemologias © posigdes para a vida em sociedade na contemporancidadc. Recentemente, com a criagdo e funcionalidade do (apitlo|—Caninhs tba pots d tat com sexual dade na Eeuacio sca Grupo de ‘Lrabalho ‘Tematico Género (GTT Género)’ do Colégio Brasi- Iciro de Ciéncias do Esporte, especialmente em seu evento de expres- sio intitulado Gongresso Brasileiro de Ciéncias do Esporte, realizado em 2015, identificamos a poténcia das discussdes sobre sexualidade em alguns dos trabalhos apresentados ¢ nos debates realizados no teferido GTT, instigando-nos a propor um modo mais estruturado ¢ sistematico de localizar e explicar a produgao do conhecimento sobre sexualidade na Educagio Fisica. Uma contribuigéo humilde ao que jé produzimos enquanto 4rea. ‘A partir dessas provocagées apresentamos aqui um levantamento realizado para visibilizar os modos da relagiio entre sexualidade ¢ Educa- cdo Fisica, bem como para contribuir/fortalecer os debates propostos neste entremcio. DO LEVANTAMENTO BIBLIOGRAFICO Segundo Gil (2002), a pesquisa bibliografica apresenta como prin- cipal vantagem 0 fato de “permitir ao investigador maior cobertura de uma gama de fendmenos muito mais ampla do que aquela que poderia ser pesquisada ditetamente” (p. 45). Dito método nas permitiu produ- zir um panorama das elaboragdes na Area, a partir de alguns critérios de selegdo. Deste modo e dialogando com a ideia que tratamos de alguns critérios, no apresentamos esta produgao como explicag’o toralizante/ totalizadora do que produzimos enquanto area nas relagdes com sexua- lidade. Apresentamos, aqui, um panorama parcial ¢ interessado, vi que os critérios de selegao privilegiam um modo de visio da drea € os to seus diélogos localizados. 2 Para compreender mais sobre os debates para incusto do GT'T de Género, sugerimos acessar © trabalho de Macedo ¢ Goellner (2014), Meana Wenetz — Haria Simone Vione Schwergber — Priscila Gomes Doraelles Ao realizar essa revisio bibliografica objetivamos fundamental- mente, evidenciar os modos de compreensio da sexualidade aciona- dos pela produgio cm Educagao Fisica, as articulagées entre diferentes campos de estudos que produziram fundamentagao teérica para abordar sexualidade na Educagio Fi ica ¢, por fim, os caminhos metodolégicos realizados. Para tanto priorizamos a selegao do material empiric em dois tipos de produgao em Educagio Fisica: a) os artigos apresente- dos em algumas revistas que circulam na érea, a saber, a Revista Movi- mento, com circulagao internacional (avaliada como A2), Revista do RBCE, Revista Motriz, Revista da UEM (Maring4) e a Revista Brasi- Icira de Educagao Fisica e Esportes (Sao Paulo) - todas disponiveis on-line © avaliadas como B1; b) os trabalhos apresentados em edicoes do Congreso Brasileiro de Ciéncias do Esporte (Conbrace), pois este representa um espago em dmbito nacional em que pesquisas em anda- mento ou concluidas sio apresentadas. Com esse panorama esperamos Produzir uma contribuigao inicial sobre o cendrio entre eventos ¢ revistas de circula © da 4rea para articulagio sexualidade © Educagio Fisica. A revisio compreendeu o perfodo entre os anos de 2001 ¢ 20155 © nas revistas © nos anais do Conbrace buscamos os seguintes descrito- tes: “sexualidade”, “oricntagao sexual”, “identidade sexual”, “cducagao sexual”, “heterossexualidade”, Escolhemos essas palavras c expresses por entendermos que 08 debates iniciais sobre sexualidade ¢ Educacio Fisica se localizam a Partir de relagdes com as produgdes no campo da Educacio com muitos investimentos em andlises da Educagao Fisica Escolar, Deste modo, 0 campo da educagao em articulagdo com os Estudos de Genero ¢ Sexuali- dade investiu em buscar diferenciar “orientagio sexual” de opgao sexual, visibilizando debates epistemolégicos sobre identidade e diferenga, “A tevisio dos eventos Conbrace foi realizada aré 2015 em fungio da primeira edigho do GTT Genero, o qual abrigou trabalhos diversos com a tematica sexualidade, dos quais acompanhamos os debates durante 0 evento. Além disso, no caso da Revista Movimento, a revisto comegou desde 1994 em virtude da digitalizagto dos textos disponiveis, Capitulo | — Caminhos tebricos & politicas Go trato com a sexualidade na Educacio Fisica 31 mobilizando, por vezes, a categoria “identidade sexual”, bem como os investimentos que insinuam um lugar ¢/ou alguns lugares adequados para tratar de sexualidade na escola a partir de uma ideia de “educacao sexual”, Por fim, os recentes trabalhos a partir da teoria gueer apontam para uma “heterossexualidade” compulséria na escola, Nesta linha de pensamento ¢ articulagao, optamos pelos descritores citados. Apés as buscas, destacamos que encontramos apenas 1 artigo na Revista Motriz. Na Revista Movimento foram elencados 18 artigos. A Revista UEM apresentou 5S artigos, a Revista REEFE acionou S artigos, a Revista RBCE apresentou 9 artigos. E as buscas realizadas nos anais das edigdes do Congresso Brasileiro de Ciéncias do Esporte (Conbrace) resultaram em um total de 20 trabalhos/artigos. Para apresentar este panorama inicial ¢ localizado, organizamos dois blocos de apresentagdes dos trabalhos/artigos, os quais esto dispos- tos a seguir, A) PRODUGOES SELEGIONADAS NOS ANAIS DO CONBRACE A partir destas posigdes teérico-politicas, realizamos um levanta- mento dos trabalhos apresentados nas edigées do Gonbrace, por conside- rarmos que este evento retine, localiza ¢ expressa os debates cientificos realizados por pesquisadores/as que alimentam e atualizam a area da Fducagio Fisica. Assim como expresso de modo geral na segao anterior, ao realizarmos a Icitura dos resumos observamos que a maioria dos textos nao centralizava suas discussdes na categoria sexualidade. Em geral, ou apresentavam uma sobreposigao conceitual perigosa entre género € sexualidade, isto é, realizavam, efetivamente, discussdes de género e mencionavam eventualmente algo relacionado a sexualidade. Em nosso. entendimente, isto revela a necessidade de inyestirmos em circunscre- ver e compreender melhor os debates sobre sexualidade na 4rea Educa- gio Fisica. Deste modo, alguns trabalhos foram eliminados e fechamos 0 estudo em 20 produgdes, entre comunicagées orais e pésteres. Deste Weana Wenetr ~ Maria Simone Vione Schwengber ~ Priscila Gomes Dornelles total, realizamos a Icitura de 19 trabalhos, pois uma destas produgdes nao estava disponivel (Overbeck; Jaeger; Vedoin Venturini, 2015), em sua integra, nos Anais no site do evento. Tabela 1 —Tiabalhos do Conbrace* Edigao do| Titulo dos trabalhos Grupos de traba- Conbrace Ihas Tematicos (GTTs)/quanti- dade 2001 1, Onientacéo Sexual nos Parémetros Curriculares Nacio-\GTT Escola ais Autoria: Helena Altmann uaBailio 2007 2. Um olkiar- sobre corpo, ginero e sexwalidade num curso|GTT Corpo ¢ normals« que a Educagio Fisica tem aver com isso? | Culeura Autoria: Patricia Balestrin ¢ Priscila Gomes Dornelles . Ginero e recreio: um espace educativo? Autoria: Lleana Wenetz e Marco Paulo Stigger 2 trabalhos: 2009 | 4. Exiuato emografico no futsal feminino: disentinds expore|GTT Corpo e chomossesuatidade Cultura Autoria: Raquel Silveira e Marco Paulo Stigger 5..A separagiio de meninos ¢ meninas na Educagao Fisica escolar: marcas de género Autoria: Priscila Gomes Dornelles 6. Compo, classe social ¢ género feminino: (des)naturalizando Finswagens e marcas do wniverso escolar 5 abllios Aucoria: Aline da Silva Nicolino HES 20117. Sexwalidade e Educagio Fisica escolar: articulagies (im) | 7. GIT Escola passhacis? 8, GT'T Forma- Autoria: Ileana Wenetz-¢ Priscila Gomes Dornelles | cdo Profissional ¢ 8. Formagéia continuade com educadorasles: perspectivas ¢| Mundo do Traba- possibitidade de (des)construir didlogas sobre corpo, género|*® e sexnalidade em escolas piblicas de Goidnia{GO 9, Corpo e Cultura Autoria: Aline da Silva Nicolino et al. 9, Send que ela & Mutheres atletas e quesites de enero Autoria: ‘Talica Affonso Gaspar e Julia Mara Pegoraro] 3 uabalhos 33 Captus 1 —Canintoswrcse patios de rato coma seuaidade na Educa Fisica 2013 10. As priticas pedagigicas da Educagao Fisica escolar e a) 10. GTT Escola normatizagao do género e da sexuatidade no interior baiano| 14, GIVE Corpo € Autoria: Priscila Gomes Dornelles Cultura 11. Género e sexuatidade 12. GT'Y Corpo ¢ ‘Aucoria: Maria Regina Costa Cultura 12. Genero e sexualidade: desconsiraindo preconceitos 13.61 ecole: Autoria: Rogério Goulart da Silva, Maria Regina e f f Lazer e Ferteira da Costa, Fernanda Battagli Kropeniscki Sociedade 13. As perspectivas de am bolsista do Pibid de Hducagiio Fisica sobre género na extol Autoria: Marcelo Alberto de Oliveira 14. As Arincadeiras no patio escolar: a geografia de género Autoria: Heana Wenetz 15. Corpo Feminine no Esporte: entre heterosse- xualidade compulséria ¢ lesbofobia, Viviane Teixeira | 6 trabalhos Silveira ¢ Alexandre Vaz 2015 16, Afinal, 0 que é sexwatidade: entendimento de estudantes) GTT Género de Educagéio Fisica — licenciatura Autoria: Muriel de Oliveira Overbeck, Angelita Alice Jaeger, Ivana Vedoin Venturini 17. O voleibol coma uma proposta pedagggica para a tema- rizagito da ginero e sexualidade na escola Autoria: Dayvid Celso Silva Oliveira, Douglas Eleote- rio ¢ Mariana Zuancti Martins 18. Trabalkando género e sexualidade com alunos do ensina médio e FJA noturno: um relat de intervengao Avtoria: Aline Andrade dos Santos et al. 19. stigmas do corpo, gbnero ¢ sexualidade no coleibol enguanto espace da mulher e da “bicha” Autoria: Paula Nunes Chaves 20.A Educagao Fisica e os conflitas de género: uma posstoel| unio durante as aulas Autoria: Jarlson Carneiro Amorim da Silva, Bertyza Silvestrin + A partir dos critérios j6 apresentados, nao selecionamos trabalhos nas edigdes realizadas nos anos de 2003 e 2005, > Quando todos os trabalhos selecionados e citados em uma edigao do Conbrace estive- rem vinculados a0 mesmo GTT, faremos apenas uma mengio de mesmo, conforme indicado nos anos de 2001, 2007, 2009 e 2015. Carvalho Faleiio Fernandes, Iraquitan de Oliveira Caminha 5 trabalhos Fonte: Produgao das auroras. Este quadro se constitui como um panorama que identifica as produgées de modo temporal, bem como localiza os GT'IS que os acolheram ¢, em certa medida, potencializaram o debate entre Educa- cio Fisica ¢ sexualidade nas edigdes do Conbrace dentro do periodo analisado. Esta sintese nio define de uma vez por todas (e nem se pretende isso) as contribui¢des autorais na drea da Educagao Fisica, mas 34 Weana Wenetz — Maria Simone Vione Schwengber ~ Priscila Gomes Dorrelles nos permite identificar alguns/algumas autores/as que se dedicaram a compor uma agenda de discussées sobre sexualidade, bem como ajuda- ram a citcunserever a tematica na drea da Educagao Fisica. Sobre os modos de circunscrigao da tematica sexualidade na Educagao Fisica a partir das produgdes analisadas e citadas anterior mente, realizamos um investimento de identificagao epistemolégica € politica das produgées dentro do recorte deste estudo, Para anto, apoiamo-nos nas discussées realizadas por filésofos como Judith Butler (1990, 2004) e Paul B. Preciado (2008, 2014), nas produgées na 4rea da educagao (Louro, 2001, 2004) e da Educagao Fisica (Dornelles, 2013b), as quais argumentam, a partir de diélogos com a produgao foucaultiana, a sexualidade em sua constituigao social ¢ categoria potente para 0 funcio- namento das biopoliticas ¢ dos seus processos de regulagéo dos corpos na modernidade. Para isso, disputa-se com planos epistemologicos que definem este conceito a partir dos discursos bioldgicos, os quais acionam 0 corpo € sua disposicio em uma leitura biologizada/biologizante para explicar a sexualidade e/ou deriva-la desta constituig&o discursiva — em geral, com base no sexo. Sobre isso, Guacira Louro (2004) destaca que a sequén- cia sexa-género-sexualidade tem explicado, organizado e produzido os corpos na contemporancidade, apesar de nao ser “natural nem segura, muito menos indiscutivel. A ordem pode ser negada, desviada. A sequén- cia desliza e escapa. Ela € desafiada e subvertida” (p. 81). Com base nesta discussao, investimos nas analises a partir de algu- mas categorias que nos ajudaram a compreender, a organizar e a explicar, teérica c politicamente, como a sexualidade é circunscrita e acionada neste panorama de produgées da Educagio Fisica selecionado para este texto, Propomos duas categorias para organizar este material. A primeira delas identifi a maioria das produg®es analisadas € se caracteriza pela definigdo da sexualidade em estudos com base no sexo, os quais, na nossa analise, operam com binarismos sexo-género. Encontramos aqui produgdes que operam com 0 conceito de sexualidade como dispositivo 35 Capital Cains reins plies do ato com asewveldade na Educa Fa moderno em estudos identitdrios, contudo acionam concepgoes de corpo com base no sexo para explicar estas tramas sem tensionar a linearidade entre sexo-géncro-sexualidade, a qual planifica a sexualidade nas tramas da nacuralizagao da heterossexualidade e, assim, da vinculagao do descjo a.uma episteme biolégica. Esta categoria engloba subcategorias, as quais: a) acionam a sexua- lidade como operador biopolftico dos sujeitos ¢/ou analisam os proces- sos de normalizagio dos corpos sem tensionar o pensamento binario; b) organizam a sexualidade como categoria identitéria (andlise das relagdes desiguais entre identidades e, ao acionar a identidade, operam com a estratificagao das expcriéncias do desejo); c) definem a sexualidade a partir da sua expressao enquanto contetido curricular de base biolégica € sindnimo de sexo (andlises que posicionam a sexualidade come risco € que operam com a prevengio de doengas ¢ de gravides,); d) realizam uma sobreposigao entre sexualidade ¢ género ¢/ou apresentam a sexualidade como mengao em estudos que se dedicaram a uma aniilise de género (a sexualidade apresenta-se como “uma aparig’o”, visto que nao se cons- tituem em esuudos especificos de scxualidade). Dezessete trabalhos acionam este plano discursive para conccituar ¢ analisar a sexualidade na Educagio Fisica e, aqui, as subcategorias b) e d) orientam teérica & politicamente de modo mais significativo os trabalhos analisados. Identificamos, também, um plano epistemolégico que produz as discussdes sobre sexualidade a partir do questionamento do sexo. Assim, caracterizamos esta segunda categoria a partir da definigdo da sexuali- dade em estudos que deslocam o pensamento binario ¢ heteronormativo de naturalizagao da heterossexualidade. Aqui, encontramos apenas dois trabalhos (ntimeros 10 e 15 da Tabela 1). Sobre os didlogos entre diferentes campos de conhecimento, iden- tificamos uma aproximagio destas produgdes cm Educagio Fisica com os Estudos de Género, os Estudos Culturais, 0s Estudos Feministas, os Estudos gucer. Sobre o /ocus, encontramos uma centralidade na escola, pois 12 produgées discutem os modos de funcionamento da sexualidade 36 eana Wenetz ~ Maria Simone Vione Schwengher — Priscila Gomes Dornelles neste espago. Deste escopo, 8 investigaram a Educagio Fisica escolar ¢, deste montante, 4 anunciaram uma relagao de promogio a partir das atividades do Programa Institucional de Bolsas de Iniciagao 4 Docéncia (Pibid). Junto a isso, identificamos 3 produgdes que associaram esporte © sexualidade (soja como categoria acionada para explicar a organizagao de grupos para a sua pratica c/ou pela anilise de artefacos culturais) e, também, trabalhos que investiram em problematizar as polfticas ptiblicas nacionais para a area da educagdo (uma produgio) e/ou a formagao inicial e continuada de professores/as (duas produges). B) PRODUGGES SELECIONADAS NAS REVISTAS® Nesta andlise, assim como nos trabalhos encontrados no Conbrace, hé um investimento nas disci ‘es de género ¢ de relacdes de género em alguns dos trabalhos selecionados. Buscando afunilar as discussdes para 0 foco da sexualidade, poucos artigos realizam uma argumenta- ¢do sem colar ou fazer esta discussao a partir de um investimento no conceito de género, Estas considcragdes nos indicam, inicialmente € talvez, que a 4rea ainda necessite circunscrever ¢ fortalecer 0 debate sobre sexualidade. Posteriormente, diante desse panorama, realizamos um segundo recorte determinando a definigdo de sexualidade ¢ identificando alguns miltiplos significados. Por um lado, temos um ntimero significativo de artigos que acionam a antiga ¢ j4 citada confusio entre enero ¢ sexuali- dade. Por cutro, observamos um grupo de artigos que se referem a sexuali- dade como sindnimo de sexo, Nestes trabalhos, sexualidade aparece para atribuir certa diferencl ‘do entre homens/meninos e mulheres/meninas © pautar simplesmente a diferengas dos sexos ou a maturagdo biolégica © O trabalho de Martos (2010) foi climinado porque embora arenda ao requisito de apresentar o descritor “identidade sexual”, trata-se de uma sesenha de livro, perfil de produgo que niio consideramos foco inicial das nossas buseas. 37 Capitulo |= Caminnestetrics¢polins do tra com a sexual na Edvcagi Fsca (Vitor et al. 2008; Cardoso; Marinho; Assis, 2013; Bozza ct al., 2009; Loch; Porpeta; Brunetto, 2015; Godoi Filho; Farias, 2015; Rodrigues; Lima; Duarte, 2015). Retomando os debates sobre sexualidade a partir das nossas imer- sdes no campo da Educagio (como citado anteriormente), consideramos que este rastro epistemolégico evidencia o que, em nossa percepgio, indica a forga da matriz, bioldgica como campo cpistemolégico defini- dor da Educagio Fisica. Associar sexualidade e sexo 6, inclusive, um dos modos de operar com as bases que orientam posigdes epistémicas e politicas heteronormativas, que produzem os corpos performativa- mente, insistindo em movimentos que produzem “e estabilizam nao 36 08 efeitos do género, mas também a materialidade do sexo” (Butler, 1993), Referimo-nos aqui a caminhos de uma heteronorma produzida na linearidade sexo-género-sexualidade. Além disso, nos perguntamos como alguns descritores ¢ ense- jos de didlogo com a sexualidade so acionados sem a produgio de um debate mais profundo, complexo ¢ consistente com as produgdes em Giéncias Humanas a partir de diferentes areas como a Educagio, a Antropologia, a Psicologia, por exemplo, as quais tém investido em tema- tizar a sexualidade no Brasil. A ligagdo sexo-sexualidade apresentada também nos indica que buscamos poucos didlogos com estas areas ¢/ou Fisica. como estes debates nao foram apropriados pela area Educa Assim, ao todo, analisamos 12 trabalhos, os quais so apresentados a seguir. 38 Hleana Wenet2 — Maria Simone Vione Schwengber — Priscila Gomes Dornelles Tabela 2 — Artigos das Revistas Ano da] Ticulo dos trabathos Revista publi-| jcacao 1996 I. Corpo, Soxualidade ¢ Deficténcia. [Autoria: Sonia Berenice Hoffmann ¢ Eva Regine Carrazoni|Movimento aia |Chages. 2. Masculinidade hegemBnica, esportes e atividade fisica, 2015 |Autoria: Juana M. Sancho, Fernando Herraiz, Feraando Hernan- idez, Judit Vidiella 3. A educagito fisica no ensino médio: am oltar sabre 0 corpo. |Autoria: Femanda Avevedo Gomes da Silva, Luis Aurcliano Imbi-| riba ¢ Silva, Silvia Maria Agatti Lidorf. 4. Gays « lésbicas no esporte: 0 discurso de jovens universitarios espa Adis acerca da sua accitagao. 2015 |Autoria: Joaquin Piedra, Revista Movimento. 5 trabalhos 5S. “Vélei masculine & pra komen": cepresentazbes do homossexual e do loreedor a partir de wn episodio de homofobia. lAucoria: Luiza Aguiar dos Anios. 2015 2OiT 6. O Fuiabo! Feminiao nus Jogos Oltmprcas a Papuan. |Revista JAutoria: Marco Antdnio de Carvalho Ferretti, Renata Pascori Zuzzi,| motte Aline Edwiges dos Santas Viana, Fernando Morales Vilna Junior. [T trabalho 7. Corporeidade e sexualidade em dangarinos de rua: axé e hip hop. 2011 JAutoria: Fernando Lui \ Cardoso, Rozana Aparecida Silveira, ICinara Sacomori, Fabiana : lores Sperandio, Thais Silva Beltrame, 2013 [8 As (desheonstrucdes de genero ¢ sexuatlidade no recreia escolar. JAucoria: [lena Wenetz, Masco Paulo Scigget, Dagmar F. Meyer. 2009 |9- Lmplicagties do conkecimento corporal no comportamento sexual. |Autoria: Fernando Luiz Cardoso, Ana Carolina Savall, Samantha|> tabalhos ISabbag, Aline K. Mendes, Thais Silva Beltrarnc. 2001 |10. Exica = preconceito: win decafio para profissianais wo ambito d|Revista dal ear Educacao Autoria: Renata Laudares Silva, Gisele Maria Schwartz. Fisica UEM 2015 fu. Orientagito sexual e educagt fisiea: sabre a prtica pedagdgica da|™ A404 yrafessar na escola Autoria: Ivan Luis dos Santos, Sara Quenzer Matthiesen. nos [12 Hdecar pare a diversidade: ebuero ¢ sexualidade segundo a percep- eto ci estudaies e supervisoras do programa institucional de Bolia de uiciagtio & Docéncia (USM). |3 crabalhos Jaeger, Silvana Autoria: $uélen de Souza Andres, Angelita Ali L___Wilede Goeitner a Fonte: Produgao das autoras.? 7 Os titulos dos trabalhos da RBCE foram retirados da tabela pois eles no aprofundam no debare que constitui o foco de nosso levantamento. Posteriormente, também, as temiticas que sic: atividede fisica € lazer, jogos ¢ idosos e aptico e maturagio. Capitulo | — Caminhos teéricos ¢ polticas do trato com a sexualidade na Educacéo Fisica 39 Em uma andlise geral destas produgées, observamos um movi- mento proprio da drea de dificuldades na circunscrigao da categoria sexua- lidade, 0 que pode ser devido a uma necessidade de amadurecimento do debate, visto que estavamos (e ainda estamos) descrevendo, debatendo e problematizando os modos como 0 género est4 imbrincado em dife- Assim, parece-nos que 0 rentes priticas culcurais, esportivas e hidic: debate da sexualidade se constitui na esteira das discusses de género, contudo em um segundo momento. Esse argumento € reforgado nas nossas andlises quando identificamos que artigos inclufdos com foco nas discussdes de sexualidade na Revista Movimento sto produgSes estran- aciras, nos quais tém destaque as produgdes espanholas (Piedra, 2015; Sancho et al., 2010). Destacamos que a referida revista aceita produgées em outras Iinguas Assim, como pode ser observado na Tabela 2, apresentamos cinco trabalhos publicados na Revista Movimento, um trabalho na Motriz, trés produgdcs na REEFE, trés artigos na UEM, tés produgdes na RBCE. As teméticas associadas foram: futebol e homossexuslidade (2); futebol olimpico feminino (1), masculinidade ¢ esportes (1), imagem corporal na EF durante o Ensino Médio (1), sexualidade ¢ deficiéncia (1), corporei- dade ¢ sexualidade nas dangas (1), brineadciras ¢ reereio (1), lesbianismo ¢ lazer (1), meninos ¢ iniciag&o esportiva (1), orientagao sexual e EF (1), génecro ¢ esportes de aventura (1) e Pibid na EF (1) trabalho, Dos 13 artigos analisados de modo mais consistente ¢ esmiu- gado, somente dois especificam os campos epistemoldgicos que cons- tituem referéncias para o debate e em didlogo com a area da Educagao Fisica, Estas duas produgdes assumem a perspectiva pés-estrucuralista ¢ se colocam a partir dos Estudos Feministas ¢ dos Estudos Culturais (Wenetz et al., 2013; Sancho et al., 2010). Deste modo, 11 produgdes nao especificam areas ou linhas teéricas para constituir 0 debate que fazem sobre sexualidade para além da Educagao Fisica, Apesar disso, destaca- mos que 6 destas produgées localizam a categoria sexualidade como uma construgao sociocultural citam autores/as proximos desse referencial, ae Heana Wenetz — Maria Simone Vione Schwengber — Priscila Gomes Dornelles como Michel Foucault, Joan Scott, Deborah Britzman, Guacira Louro, David Le Breton, Judith Butler Francisco Ortega (Ferreti ct al., 2011; Aguiar, 2015; Piedra, 2015; Silva ct. al. 2015; Andre et al., 2015), contudo sem indicar uma ancoragem teérica de estudos, perspectivas efou de areas de filiagdo para produzir os debates realizados. Como destacamos no item A}, no qual analisamos os trabalhos apresentados no Conbrace, propomos duas categorias para organizar este material. A primeira delas identifica a maioria das produgées analisadas e se caracteriza pela definigao da sexualidade em estudos com base no Se€XO, OS quais, na nossa al ¢, operam com binarismo sexo-género. Encontramos aqui produgdes que operam com 0 conceito de sexualidade como dispositive modemo em estudos identitérios, contudo acionam concepgdes de corpo com base no sexo para explicar estas tramas sem tensionar a linearidade entre sexo-género-sexualidade, a qual planifica a sexualidade nas tramas da naturalizagao da heterosse- xualidade e, assim, da vinculagio do desejo a uma episteme bioldgica. Esta categoria engloba subcategorias, as quais j4 foram apresen- tadas anteriormente. Na anilise das revistas identificamos que todas as produgées acionam a sexualidade definindo-a com base no sexo como. caminho epistemolégico € politico. Dentro desta trama, trés artigos refe- rem a categori sexualidade como operador biopolitico dos sujcitos ¢/ ou analisam os processos de normalizagao dos corpos sem tensionar 0 pensamento bin4rio ~ item “a” da categorizag&o apresentada na se¢ao anterior; seis artigos organizam a sexualidade como categoria identitaria (andlise das relagdes desiguais entre identidades e, ao acionar a iden- tidade, operam com a estratificagdo das experiéncias do desejo) - item “b” da categorizagao apresencada na seco anterior - ¢ quatro artigos realizam uma sobreposigo entre sexualidade ¢ género e/ou apresentam a sexualidade como mengio em estudos que se dedicaram a uma andllise de género (a sexualidade apresenta-se como “uma aparigao”, visto que nao se constituem em estudos especificos de sexualidade) - item “d” 41 Caplio 1 — Canines etic epics do tat com 2 sexual dade ma Educgao Fisica da categorizagio apresentada na segao anterior. Assim, néio identificamos produgées que se localizam em um plano epistemol6gico que produz as discusses sobre sexualidade a partir do questionamento do sexo. CONSIDERAGOES TRANSITORIAS Este texto, como anunciado no seu inicio, teve como proposta apresentar um panorama inicial do debate cientifico ma Educagio Fisica sobre a categoria sexualidade. Apés os investimentos realizados, acredi- tamos «que produzimos uma sucinta e localizada contribuigéo que funda- mentalmente expressa uma visualizagao de como constituimos 0 debate sobre sexualidade na area da Educagio Fisica ao longo dos tiltimos anos. Nesse sentido, importa situar que nesta andlise identificamos 0 poriodo apds 0 ano 20008 como um marco temporal com aumento significacivo das produces sobre sexualidade na area. Apcsar deste aumento, consideramos que dois aspectos precisam, ser observados: primeira, as produgdes se colocam a partir de estudos de género cm uma trama tedrica com ressalvas com relacao a possibi- lidade de contundentes e complexas comprecnsdes sobre sexualidade na produgdo de conhecimento em Educagio Fisica; em segundo plano, precisamos destacar que a forga de algumas macrizes de pensamento na frea da Edueacdo Fisica, como a Biologia, por exemplo, ainda citeunscre- vem o que entendemos como sexualidade ao acionarem tanto sexualidade com sinénimo de sexo, como ao acionarem a sexualidade com base no sexo. © Apesar deste marco remporal, um trabalho publicado em 1996 jé apresentava um revorte otiginal sobre a discussio da sexualidade e deficiéncia, Nese texto, Hoffmann ¢ Carra- zoni (1996) abordam uma definigéo de sexualidade que se afasta da angio biolégica, compreendendo-a como parte de umn processo sociocultural, destacando, inclusive, ums proposta metodolégiea de como trabalhar a vemadtica com um grupo de pessoas com deficiéncia visual. Sleana Wenetz — Natia Simone Vione Schwengher ~ Priscila Gomes Dornelies Estas indicagdes constituem-se como “movimentos de pensa- mento”, indicagdes propositivas ¢ propulsoras para constituirmos € fortalecermos 0 debate sobre sexualidade na érea da Educagio Fisica. As evidéncias iniciais e localizadas desta produgao apontam para o fato de que devemos investir na constituigao desta produgio, prineipalmente se considerarmos que nos situamos em um pais ¢ em um periodo no qual precisamos defender as politicas da inclusio da sexualidade na educacio © para 0 exerefcio da democracia. REFERENCIAS ALIMANN, Helena. Orientagao sexual nos Parametros Curriculares Nacionais. In: GCONBRACE: SOCLEDADE, CIENCIA FE ETICA: DESAFIOS PARA A E. F, 12., 2001, Caxambu. G77 Escola. Caxambu, MG. 2001. AGUIAR dos Anjos, Luiza. “Vélei masculino € pra homem’”: represen- tagdcs do homossexual € do torcedor a partir de um episédio de homofo- bia. Revista Movimento, v. 21,n. 1, jan./mar. 2015. Disponivel em: . Acesso em: 21 fev. 2017. ANDRADE DOS SANTOS, Aline et al. ‘Trabalhando género ¢ sexualidade com alunos do Ensino Médio e EJA noturno; um relato de intervengao. CONBRACE, 2015. G77 Género. Disponivel em: . Acesso em: 25 mar. 2017. ANDRES, Suelen de 8.; JEAGER, Angelita A; GOELLNER, Silvana Vilodre. A percepgao de estudantes e supervisoras do programa institu- cional de bolsa de iniciagao & docéncia (UFSM). Revista Educ. Fis, [UEM, ¥. 26, n. 2, p. 167-179, 2 trim. 2015. Disponivel em: . Acesso em: 15 mar. 2017. Caplio |— Caninos tebe epoca do rato com 2 sexunlidade na Educacio Fisica B BALESTRIN, P; DORNELLES, Priscila, Um olhar sobre corpo, genero € sexualidade num curso normal: 0 que a educagio fisica tem a ver com issa? In; CONBRACE, 15., e CONGRESSO INTERNACIO- NAL DE CIENCIAS DO ESPORTE, 2., 2007, Recife. GTT Corpo ¢ Cultura, Recife, 2007. BOZZA, Rodrigo; MICHELIN, André; LADEWIG, Iverson; CAMPOS, Wagner. Comportamento das capacidades fisicas durante a puberdade em meninos participantes de iniciagao desportiva. Rev. Educ, Fis /UEM, v, 24, n. 4, p. 597-608, 4. trim. 2009. Disponivel em: . Acesso em: 13 jan. 2017. BUTLER, Judith. Gender ‘rouble: feminism and subversion of identity. Nova York: Routledge, 1990. | Bodies that matter, on the discursive limits of “sex”. Nova York: Routledge, 1993. _ Undoing Gender. Nova Yorks: Routledge, 2004. CARDOSO, Fernando Luiz ct al. Corporeidade ¢ sexualidade em dangarinos de rua: axé ¢ hip hop. Reo. Bras. Educ. Ft. Esporte, So Paulo, v.25, n. 4, p. 663-72, out/dez. 2011, p, 662-672. Disponivel em: . Acesso em: 14 jan. 2017 CARDOSO, Fernando Luiz et al. Auto-percepgao corporal € prefe- réncias motoras de praticantes de danga. Revista Movimento, v. 16, n. 1, 2010. Dispontvel em . Acesso em: 10 jan. 2017. CARDOSO, Fernando Luiz; MARINHO, Alcyane Pimentel; ASSIS, Giuliano Gomes de. Questées de género em universitarios praticantes de esportes de aventura, Rev. Educ. Fis./UEM. v. 24, n. 4, p. 597-608, 4. trim. 2013. Disponivel em: . Acesso em: 12 dez. 2016. 44 Ileana Wenetz — Maria Simone Vione Schwengber ~ Priscilz Gomes Dornelles CARNEIRO AMORIM, Jarlson da Silva, FERNANDES, Bertyza Carvalho Faleao; CAMINHA, Iraquitan de Oliveira. A educagio fisica € 08 conflitos de género: uma possivel unido durante as aulas. CTT: -Género. CONBRAGE, 2015. Disponivel em: . Acesso em: 15 jan. 2017. CHAVES, Paula Nunes, Estigmas do corpo, género e sexualidade no esporte: volcibol enquanto espaco da mulher ¢ da “bicha”. GTT-Género, CONBRAGCE, 2015. Disponivel em: . Accsso em: 2 dez, 2016. COSTA, Maria Regina. Género ¢ sexualidade. GTL-Corpo e Cultura. CONBRACE, 2013, Disponivel em: . Acesso em: 14 dez. 2016. DORNELLES, Priscila. A separagao de meninos e meninas na educa- go fisica escolar: marcas de género. GIT Corpo ¢ Cultura. CONBRACE, 2009. Disponivel em: . Acesso em: 7 dez. 2016. . As priticas pedagégicas da cducagao fisica escolar ¢ a norma- ligago do género ¢ da sexualidade no interior baiano, GTT: Escola. CONBRACE, 20132. Dispontvel em: . Acesso em: 11 dez. 2016. A (hetero normalixagiio dos conpos em praticas pedagigivus da Educa- ao Fisica escolar, 2013b. Tese (Doutorado em Educagao) — Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Faculdade de Educagio, Programa de P6s-Graduagao em Educagio, Porto Alegre, 2013b. (pitt | — Camis teins potas do rat com sna dade ma Eder ica ts FERRETTI, Marco Antonio de Carvalho et al. O futebol feminino nos Jogos Olimpicos de Pequim. Momiz: rev. Educ. Fis., online, vol. 17, n. 1, p. 117-127, mar. 2011, ISSN 1980-6574. Disponivel em: . Acesso em: 10 noy. 2016, POUCAULLD, Michel. Histéria da sexualidade I: a yontade de saber. Rio de Janeiro: Graal, 1988. GASPAR, Talita Affonso; SILVESTRIN, Julia Mara Pegoraro. Seré que ela é? Mulheres atleras c questies de género. GIE-Corpo ¢ Cultura. CONBRAGE, 2011, Disponivel em: . Avesso em: 4 nov. 2016, GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa, 4. ed. So Paulo: Atlas, 2002. GODOI FILHO, José Roberto de Maio; FARIAS, Edson dos Santos Aptidao fisica de escolares do sudoeste da Amaz6nia Ocidental em dife- rentes estagios de maturacao sexual. Rew. Bras. Educ. Vis. Esporie, Sio Paulo, 29(4):631-39, out/dez, 2015. Disponivel em: , Acesso em: 15 dez. 2016. HOFFMANN, Sonia Berenice; CARRAZONI Chagas, Eva Regina. Corpo, sexualidade ¢ deficiéncia. Revista Movimento, v. 3,0. 5, 1996. Disponivel em: . Acesso em: 8 jan. 2017. JUNQUEIRA, R. D. “Ideologia de género”: a génese de uma categoria politica reaciondria ou: a promogio dos direitos humanos se tornou uma “ameaga 4 familia natural”? In: RIBEIRO, P. R. C5 MAGALHAES, J. C. Debates contemporéneos sobre educagdo para a sexualidade. Rio Grande: Ed. da Purg. 2017. 46 HWeana Wenetz ~ Naria Simone Vione Schwengber — Priscila Gomes Dornelles LOCH, M. R.; PORPETA, R. H.; BRUNET TO, B. C. Relagio entre a pratica de atividade fisica no lazer dos pais ¢ a dos filhos. Rev. Bras. Ciéne. Esporte, 37(1):29-34, 2015. Disponivel em: . Acesso em: 10 fev. 2017. LOURO, Guacira L. Género, sexualidade e educagao: uma perspectiva pos- -estruturalista, Belo Horizonte: Auténtica Editora, 1999. . Pedagogias da sexualidade. In: LOURO, Guacira L. (Org.). 0 corpo educado: pedagogias da sexualidade. Belo Horizonte: Auténtica Editora, 2001. p. 7-34. . Um corpo estranho: ensaios sobre sexualidade ¢ teoria quecr. Belo Horizonte: Auténtica Editora, 2004. MACEDO, Christiane Garcia; GOELLNER, Silvana V. Género ¢ Educagio Fisica: inclusao da tematica nos Conbraces. In: CONGRESSO SULBRASILEIRO DE CIENCIAS DO ESPORTE, 7., 2014, Mati- nhos. Avais... Matinhos, PR, 2014. Disponfvel em: . Acesso em: 15 fev. 2017. MATTOS, Rafac! da Silva. Sociologia do corpo é sociologia da Educa- Gao Fisica. Revista Movimento, v. 16, n. 4, 2010, Disponivel em: . Acesso em: 11 dez. 2016. NICOLINO, Aline da Silva. Corpo, classe social e género feminino: (des)naturalizando linguagens ¢ marcas do universo escolar. G7T-Gorpo ¢ Cultura. CONBRAGE, 2009. Disponivel em: . Acesso em: 11 dez. 2016. a7 Capitulo Canines tries potion do rat com senul dade na aco Fisica OLIVEIRA, Dayyid Gelso Silva; ELEOTERIO, Douglas; MARTINS, Mariana Zuaneti. O voleibol como uma proposta pedagégica para a tema- tizagio do género € sexualidade na escola. CTT Género. CONBRACE, 2015. Disponivel em: . Acesso em: 10 dez. 2016. OLIVEIRA, Marcelo Alberto de. As perspectivas de um bolsista do Pibid de Educagio Fisica sobre género na escola. GIT escola. CONBRACE. Disponivel em: chttp://congressos.cbce.org. bi/index. php/ conbrace2013/Sconice/paper/view/4966/2535>. Acesso em: 5 dez. /2016. OVERBECK, Muriel de Oliveira; JAEGER, Angelita Alice; VEDOIN VENTURINI, Ivana. Afinal, 0 que é sexualidade? Entendimen- tos de estudantes de Educagio Fisica — Licenciatura. GTT-Génera. CONBRACE, 2015. Dispontvel em: . Acesso em: 20 fev. 2017. PIEDRA, Joaquin. Gays ¢ lésbicas no esporte: o discurso de jovens universitérios espanhéis acerca da sua aceitagio. Revista Movimento, v. 21, n. 4, outfdez. 2015. PRECIADO, Paul Beatriz. Zexro Yonqui. Madrid: Espasa Calpe, 2008. . Manifesto conrrassexual. Tradugao Maria Paula Gurgel Ribeiro. Sao Paulo: n-1 edigdes, 2014. RESENDE, Wanderley Moisés Sipriano de; SANTOS, Rosirene Campélo dos; OLIVEIRA, Velleria Araijo de. Formagao continuada com educa- doras/es: perspectivas e possibilidades de (des)construir didlogos sobre corpo, género ¢ sexualidade em escolas pliblicas de Goidnia/GO. GTT-2. Formagao profissional e mundo do trabalho. CONBRACE. Disponivel em: . Acesso em: 11 dez. 2016. 48 Mleana Wenetz ~ Maria Simone Vione Schwengber ~ Priscila Gomes Dornelies RODRIGUES, M. de Castro; LIMA, Leopoldo Henriques Rezende; DUARTE, Rodrigues E. Aptidao fisica de jovens atletas do sexo masculino em relagao A idade cronologica e estagio de maturagao sp. SAo Paulo, v, 22, n. 2, p. 139-148, abr.fjun. 2008. Disponivel em: , Acesso em: 18 jan. 2017. sexual. Rev. Bras. Educ. Fr. . Jogos recreativos para a terceira idade: uma andlise a partir da percepgio dos idosos. Reo. Bras. Ciéne. Esporte, 2015; 38(3):283-289, Disponivel em: . Accsso em: 8 der. 2016, SANCHO, Juana M. et al. Masculinidade hegeménica, esportes ¢ ativi- dade fisica. Revista Movimento, v. 16, n. 4, 2010. Disponivel om: . Acesso em: 5 jan, 2017. SILVA, Fernanda Azevedo Gomes da; IMBIRIBA, Luis Aureliano; SILVA, Silvia Maria Agatti Liidorf. A Educagao Fisica no Ensino Médio: um olhar sobre 0 corpo. Revista Movimento, v. 21, n. 3, jul./set. 2015. Disponfvel em: . Acesso em: 28 nov. 2016. SILVA, Rogério Goulart da; COSTA, Maria Regina Ferreira da, KROPE- NISCKI, Fernanda Battagli. Géncro ¢ sexualidade: desconstruindo preconceitos. G7T-Corpo ¢ Cultura. CONBRACE. 2013. Dispontvel em: . Acesso em: 7 jan. 2017. SILVEIRA, Raquel; STIGGER, Marco Paulo. Estudo ctnografico no fursal feminino: discutindo esporte ¢ homossexualidade. GIT-Corpo ¢ Cultura, CONBRACE, 2009. Disponivel em: . Acesso em 24 fev. 2017. 99 Capitulo | Caminhos tines e polices do rat cm 2 senuaidade ma Eoucaceo Fisica SILVEIRA, Viviane 'T, Corpo feminino no esporte: entre heterossexua- lidade compulséria ¢ lesfobia. Simpésio (des)faxendo genero nas pedagogias escolares, esportivas ¢ de lazer: didlogos com os estudos queer. Salvador, Ba, 2015. Disponivel em: . Acesso em: 20 abr. 2017. TORREBADELLA-FLIX, Xavier; VICENTE-PEDRAZ, Miguel. A ginistica como dispositivo antionanisca na conformagéio da Educagao Fisica escolar do século XIX na Espanha: 0 nascimento de uma disei- plina escolar. Revista Movimento, v. 22, n. 1, jan./mar. 2016. Disponivel em: . Acesso em: 8 nov. 2016. VITOR, Fabricio de Mello et al. Aptidio fisica de jovens atletas de sexo masculino em relagio a idade cronolégica ¢ estagio de maturagio sexual. Revista Brasileira de Fducagéo Fisica Esp., Sio Paulo, v. 22, n. 2,p. 139-148,abr/jun. 2008. WENETZ, Ileana; STIGGER, M. P. Género reereio: um espago cduca- tivo? In: CONBRACE, 15., 2007, Recife. GTE-Corpo ¢ Cultura. Recife, 2007. WENETY, Ileana; DORNELLES, Priscila. Sexualidade ¢ Educagio Fisica escolar: articulagdes (im)possiveis? O77: Escola. CONBRACE, 2011. Dispontvel em: chitp://congressos.cbe.org.br/index.php/ conbrace201 1/201 1/paper/view/3385/1509>. Acesso em: 13 jan. 2017. WENETY, Ileana. As brincadeiras no patio escolar: a geografia de género, GTT:Lazer ¢ Sociedade. CONBRACE, 2013. Dispontvel em: chttp:|/congressos.cbce.org, br/index.php/conbrace2013/Sconice/paper! view/5318/2845>. Acesso em: 9 dez. 2016.

You might also like