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Vac : Ae querer honrar um filssofo, je-se apreendé-lo juste om. de ele nie aleamcou todas a: fundamental consequincias, ou seja, seu pensamente (mo pensameato) de onde ele Rogério Christiano Buys 204 Nos textos que se seguem apreseato @ trabalho psicoterapeutice centrade ma pessoa em seus aspeetos essenciais despojados de fundamen tacdes tedricas © filossficas, porém, dando realee 4 pritica. Entretan te, a pratiea aqui me refiro nao deve ser entendida como um mere Feo fazer" ou "técnica" o que consistiria na apresentagie de comcei- tos, seus significados e sua transliteracdo para a pratica. Por outre lade, também aio apresento aqui didlogos terapéuticos que por rices {me seja oferecem momentos muite pessoais e pontuais do processe tera- peutice. Pretende, sim, eomentar tres aspeetes fundamentais da psicetera- pia cenmtrada ua pessoa: a compreensdo terapeutica — aspecte basal des- ta -, © processo terapéut © a relaco terapéutica, de waneira a ea- fatizar a densidade experi cial de cada um. Espero que a leitura destes textos aproxine o leiter da p: ea da ACP ow da experiencia psicoterapéutica 1» porém, distancia-le de sua fundamentacae tedriea e filosdfica - aque reafirme como es: cial @ sua plena compreensie. COMPREENDER Compreender no Sentide Intermo de Kant? "Por intermédio do sentido experno (de uma pro Priedade do nesse espirite) temos a repr: ta de objetos como exteriores a més e situa - des todos ac espace. £ neste que a sua configu racio, grandeza e relacio reciproca sio deter- anal © espirito se inti a si mesme ou intui também nao nos da, em verdade, Renhuma iatuicao da prépria alma como um obje- to; & tedavia ama forma determinada, a mica mediante a qual & possfvel a imtuicae de si estado interno, de tal mode que tudo o que pertence ds determinagses internas @ represen- tado segunde relaces de tempe. 0 tempo nic po de ser intuide exteriorm te, mem © espace co mo se fora algo interior." 1) KANT, I. "A Critica da Rasao Pura". Pundacdo Calouste Gulbenkian, Lisboa, 1985, Priseira Secc’o, Do Espaco, pg. 63. A compreensie nao ecorre - por acurada que seja - pela observacie @o outro. A observacie, por sua matureza, restringe-se 4s manifestacses externas (sentido extern). As relacdes entre as vivéncias internas e S manifestacoes externas sao unfvocas: culturas, grupos e pes- r diferentemente estas relagoes e, mais, 6 diferentes podew expr a8 expressces exteriores pod r teatralizadas, Ainda, a compreensio do outre pode ser influenciada por condicses de quem “coupreende”: Pre feréncia, medes, desejos, etc., alterando, profundamente, qualquer resultado realizade. Entée, como & possivel a compreensio terapéutica ? Respestas: Palaura-chove* Lukengae . 1) fundamental que aquele que compreende tenha nenbum interes- sse no que é compreendido e que tenha interesse apenas em compreen Gu o> ters (aitBe d StingSo era dings ao chiewte) poriud , oun Pu saqudgits GuWENG do teveparty | 2) Que a compreensio seja assim considerada somente quando accita completamente pelo compreendido como valida: portanto, que e Me\ 240 compreendido coapreenda ampla e profundamente a compreensie rea- lisada_pelo psicoterapeuta; (Compue sac “a eae cond = ay 3) Que a” compreensio realid: Portante valida, 53° 0 & no momento spempo © cireanstincias em que ocorre: en moments outro, pode nie mais ser; 4) Que a compreensio nio se guie por nenhuma manifestacio extern: (sentido externe) por siguificativa que possa parecer; ) Que » compreensio seja sempre do sentido interno do cliente. Obs.1, 0 quinte e dltimo item levanta a questa Woauilesbedo edalory aivo ») a Yn a1) 111) Corn predic ANd Dra qual 2 condi condicses necessari compreensio do sentido interno se deve wer exeluide © sentido externo e suas manifeatacdes 2 compreen— sie do sentido interno ? A primeira resposta & que © sentido interac & 0 que 0 cliente espoptaneamente traz a peicoterapia - seas vivéncias pesseais. Porém, nem sempre é assim, 0 cliente pode evitar_| cv ee Parson chewy eias mais profand: por muito tempo: ‘A segunda resposta que o “clima” terapeutice leve naturalmente @ expfessao do sentide interne do cliente; A terceira respoata, certanente a ais desconcertante, & que © psicoterapenta sintenize sen sentide interac com o do eliente ¢ perceba diretamente suas vivencias neste aivel independentemente do que ele esteja tratando; Com relacie ac iter anterior, 2 sintenia em questio torma-se mais préxima do possivel se pensarmos q' Todos tém intimidade consigo prorpie que chamamos de "Sentide in terne", ainda que esta varie enormemente entre as pessoas; A “sintonia” acima referida consiste em uma forma de atengao que evita os sinais externos da vivéncia interna e procura contactar esta diretamente; “gvitar os sinsis externos" significa mao considera-les como universais, 5 como pessoais, vale dizer, © que um trenos de ios ou de voz; um suspiro ou um longo silencio, significa para aquela pessoa naquele womento; Me Aindo cou co GQ |rperiewia, yw a vain Man ex Aempontak a cu, IV) Resta, por fim, esclareeer que os chamados s: nais externos ou de ide exterme cic visuais ou auditives om percebidos pelos ca~ mais sensoriais-enquanto que o sentido internao na é precvebido por ell Os sentidos interno e externe nao sio diretamente co- neetados. 0bs.2. A compreensie tal como @ aqui tratada se opse 20 esforce de psicodiagnostico qualquer forma de conhecimento da pessoa A compreens: 3 sempre um processo de transforma¢ © ecorre necéssariamente no tempo. Comentarios 1) 2) 3) » 5) respostas: qualquer dos as Qualquer interesse especial do psicoterapenta suntos abordados pele cliente o ultrapassa ¢ desvia s comprees io. do eliente; Esta resposta revela elaramente a questae pouco evidenciada de que a "enpatia® aio apenas was questio do psicoterapeuta, mas 42 relagio terapéoticn; Beta questie sobreleva a compre! como processe que decorre aide em um momento diferente em outre so— mo tempe. 0 compr! mente. Daf também que a compreensge é mais importante que 0 com- preendido, ou ainda, que o processo ¢ mais importante que seu A manifestacio externa é observada - nao compreendida; 0 sentido interno @ inobservavel - sd pode ser compreendide. A questo posta na Observacde 1 as respostas dela decorreates relativas i compreensie do “compreender™ remete @ légica kaatia- na? na qual ¢ cuidadosamente definide o “juizo de percepcio" d 0 sjuizo de experiéncia". 0 primeire permite afirmar que alguém peregbe algo de certa mansira; no permite afiraar que = realida de seja de fato da meneira percebida, enquanto gue © sengundo a- firma a experiéncia vivida por alguém na relagée direta com a realidades A compreen: do sentido interno deve ser sempre um "juize de experiéncia” - o que nio 0 is ata da comprovagio do compreendido, enquanto que a “compreensao" do sentido interno pelo sentido exter- to @ um “julze de percepcao" e que prescinde da comprovacao do do compreendido para ser afirnade. 2) KANT, I. "Maaual dos Cursos de Logica Geral” 2d. UNICAMP ¢ Ed. da Univercidade Pederal de Uberiandia - Barueri Tambora. S. Pe 2003 pg. AK 113. .

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