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ADICANE, Cburmememele, A)- Ne om pence. [ree Powle: Lr. day boon, 2019 Acelaum Na primeira vez em que nossa casa foi roubada, foi nosso vizinho Osita que entrou pela janela da sala de jantar ¢ levou a Iclevisio, 0 videocassete € as fitas de Purple Rain e Thriller, que {nha trazido dos Estados Unidos. Na s meu pai igunda vez. em {que nossa casa foi roubada, foi meu irmao Nnamabia que forjou lira um do- um arrombamento ¢ roubou as joias da minha n ‘mingo. Meus pais tinham ido para nossa cidade natal, Mbaise, vi- hos. és, por isso eu e Nnamabia foros a igreja sozit k na igreja, como sempre, mas nio ficamos nos cutuca « dirigin o Peugeot 504 verde da minha ma Sentamos juntos ido sufo- cando risadas por causa do chapéu feio ou do cafeti surrado de alguém, pois Nnamabia foi embora sem dizer uma pakavra depois de uns dez min tos. Ele voltou um pouco antes de o padre dizer: “A missa acabou. Vaio em paz”. Eu fiquei um pouco chateada. Imaginei que tivesse safdo para fumar e encontrar algum: me- id que Finalmente tinha o carro s6 para cle, mas podia pelo menos ter dito aonde ia, Voltamos para casa em quanto meu irmao estacionava o carro no longo e2 9 do nosso portio a garagem parei no jardim para colher algumas flores do pé de inora até que ele destrancasse a porta da frente Quando entre, encontre-o parado no meio da sala de estar “Fomos roubados!”, ele disse m inglés, Levou um instante até que eu compreendesse, para que absorvesse a bagunea clo eémodo, Mesmo depois, enti que ha via qualquer cois de teatral no modo como as gavelas estavam escancaradas, como se tivessem sido deixadas dagucla maneira Por alguém que queria impressionar quem as encontrassem, Ou talver fosse plesmente 0 fato de eu conhecer meu irmao tio bem. Mais tarde, quando meus pais voltaram ¢ os vizinhos vie. ram todos para dizer ndo, estalar os dedos e dar de ombros, fque sozinha no meu quarto ¢ entendi o que era aquele enjoo na boca lo estémago: Nnamabia tinha feito aquilo, eu sab; também sabia. Ele cot Meu pai ntou que a veneziana tinha sido aberta Por dentro, nao por fora (Nnarmabia era bastante esperto para no cometer esse erro; talvez estivese com pressa de voltar para a igreja antes de a missa acabar), ¢ que o lad ‘onde ficavam as joias da minha ma bati cle metal. Nnamabia enearou meu pai com um sofridissime olhar dramético ¢ disse: “Sei que ja causei uma dor te voces dois antes io sabia exatamente — no canto esquerdo de s vel a + mas jamais violaria sua confianga desse jeito” Ele falou em ing te usando palavras desnecessérias como “dor €xatamente como fazia sempre que estava se defendendo. Entao, saiu pela porta dos fandos ¢ vel” e “violaria’ 0 voltou Para casa naquela noite, Nem na seguinte, Nem na que veio de pois. Voltou duas se tanas mais tarde, magro, cheirando a cerve- F2, chorando, dizendo que sentia muito e que tinha penhorado a8 jolas com os comerciantes hausa de Enugu e gast lo todo 0 dinheito, “Quanto eles deram pelo meu ouro?", perguntow mi mae. Equa ido Nnamabia contou, ela colocou as maos na cabe- Oh! Chi m eghuo m! Meu Deus me ma- a ¢ exclamou: “OI tou!” Parecia que ela, achava que m 0 ne menos conseguir tm bom prego pela joias. Eu quis bater nela Meu pai pediti que Nnamabia escrevesse um relat6rio contando 1a roubado, em que linha gastado o dinheito, com mio tivesse que pelo como as t . tinha gastado, Eu no achei que Nnamabia fosse contar », mas ele gostava de sas fossem bem que ayerdade, e ereio que meu pai tamb relat6rios, meu pai, o professor; gostava que as c rentadas de maneira organizada. Além do mais, la com cui escritas e doc Noam dado. Estava naquele hi dade, velho demais pa podia ter feito? Depois que Nnamabia es aa gaveta de ago do escritério, onde guardava ha dezessete anos e uma barba apa no médio ¢ a univers jo entre 0 ens evar uma surra, O que mais meu pai creveu o relatério, me pai o arquivou 1 hos escolares. nossos traba ‘Como ele pode foi a ‘ e sobre 0 assunto. Foi a tiltima coisa que disse sobre ae Nnamabia, na verdade, nunca quis magoé-la, Ele e eram os tinicos obje- \goar a mae desse jeito?”, murmurou meu pa Ma fer, aquilo porque as joias da pa m: 10s de valor da casa: toda uma vida re =a eer ‘igo. Também fez. aquilo porque outros fillos de professores estavam fazendo. Era a temporada de furtos no nosso seteno campus em Nsukka, Meninos que tinham passa nfaincia assistindo & Vila Sésamo, lendo Enid Blyton, co- nendo cereal no café da manha e frequentando a escola pri- iétia reservada aos filhos dos professores da universidade com rons brilhantes agora cortavam as telas contra indo uma colegio de suas sandlias me slizavam as venezianas de vidro e pu- mosquito dos vizinhos, desl 1 televisdes € videocassetes. Nos lavam pelas janelas para roubar ki Cee aa SENG) npus de Nsukka era um lugar fio pequeno — com ruas atborizadas € casas dispostas lado a Gane possivel lado, separadas apenas por cercas baixas — que era it ‘quien estav: ilo. Mesmo assim, quando os pais #4 encontravam no clube reservado aos docentes, na ‘UN reunides da universidade, contimiavam a lamentar ue a ralé da cidade estava entrando em seu campus Aagrado para roubar. Os meninos que roubavam eram os mais populares. Eles i Figlam os caros dos pais & noite, com os bancos inclinados para {tds e os bracos esticados para alcancar o volante. Osita, 0 vizi tnho que roubara nossa televisio pouicas semanas antes do inciden. te com Naamabia, era dgil tinha uma espécie de beleza prestes a afforar © andava com a elegineia de um gato. Suas camisas ¢stavam sempre bem engomadas; eu costumava olhar por cima la cerca, vé-loe fechar os olhos imaginando que ele estava cami- tihando na minha ditegao, vindo declarar que eu Ihe pertencia Ele nunca : ke ne notou. Quando nos roubou, meus pais nao foram até a casa do professor Ebube para dizer a ele que pedisse a fi tho para devolver nossas coisas. Disseram publicamente que tinha sido a ralé da cidade. Mas sabiam que tinha sido Oxita, Osita era dois anos mais velho que Nnamabia; a maioria dos meninos que roubavam eta um pouco mais velha que meu irmao, e talvex por isso cle na 10 tena roubado a casa de outra pessoa, ‘I se sentisse velho o suficiente, experiente o suficiente, para nada maior do que as joias da minha ma Bie hho A minha mae, com a pele clara cor de mel, olhos grandes ¢ uma boca generosa que se curvava pesetament Quando minha mae nos levava ao mercado, os feirantes gritavam: “Hi! Ser : {Grants gritavam: “Ei! Senhora, porque desperdigow sua pele ara num menino ¢ deixou a menina to escura? O que um me- nabia era igual nino esté fazendo com tanta beleza?”. E; minha mae ria, como se assumisse uma alegre e travessa responsabilidade pela beleza de Nnamabia. Quando, aos onze anos, Nnamabia quebrou a j a sala de aula com uma pedra, minha mae deu a ele o di para pagar pelo conserto e no contou para 0 meu pai. Quando cle perden alguns livras da biblioteca no segundo ano, ela disse & professora que eles tinham sido roubados pelo menino que tra- balhava li em casa. Quando, no terceiro ano, Nnamabia, apesar de sair cedo todos os dias para ir ao catecismo, nao pode receber a primeita comunbio, pois depois se descobriu que ele nao tinha ido nem uma,vez, ela disse aos outros pais que ele teve maliria no dia da prova. Quando Nnamabia pegou a chave do carro do meu pai e fez tum molde num pedago de sabiio que meu pai en- 10, cla disse vaga- controw antes que ele pudesse levar a um chave ‘mente que aquilo era coisa da juventude e nao significava nad Quando Nnamabia roubou do escritério as questdes da prova & vendeu para os alunos do meu pai, minha mae gritou com ele, ‘mas depois disse ao meu pai que Nnamabia afinal de contas jé linha dezesseis anos, e devia receber uma mesada maior. ‘Nao sci se Nnamabia sentiu remorso por roubar as joias dela. Nem sempre cu conseguia saber 0 que realmente seu rosto en- E. nés no conversamos sobre isso. brin- cantador ¢ sorridente dizi Apesar de as irmis da minha mae terem Ihe mandado se cos de ourro, apesar de ela ter comprado um conjunto de brincos her glamorosa que importava ouro pingente da sra. Mozie, a mu da Itilia, ¢ de ter comegado a ir a sua casa de carro uma ver. por més para pagar as prestagoes, nés, depois daquele dia, nun falamos sobre 0 fato de que Nnamabia roubara suas joias. Era como se fingir que Nnamabia nao tinha feito o que fizera fosse Ihe dar a oportunidade de comegar do zero. Talvez 0 roubo jamais (0s depois, quando estava no icionado se, trés Nnamabia nao tivesse sido preso ¢ voltasse a ser m terceiro ano da faculdad trancado numa cela na delegacia Era época dos cultos no nosso sereno campus em Nsukka. A época em que surgiram cartazes por toda a universidade que is co- diziam, em letras grandes: “pic NKO AOS GULTOS". Os mi B los eram o Black Axe, os Buccaneers e os Pirates. Podiam ter comegado como fraternidades inofensivas, mas tinham evo. Indo e agora cram cham idos de “culto + jovens de dezoito anos ar com perk leos de rap americanos passavam por cer cdo sectet que haviam aprendido a imit os vi io as bravatas vistas nonias de ini- s € estranhas que as vezes deixavam um ou dois a Odim. Armas le agora eram comuns. Guerras e um me cadaveres na coli ldades forcadas e machados re os cultos agora e1 ns; no dizia uma grac era a namorada de ha para uma menina qu m chefio do Black Axe, ¢ menino, ao andar até um q levava uma fac: por acaso, is tarde aquele josquue para comprar um cigarro, a na coxa, Mas ele, por acaso, era membro dos Buecancers, de n ado que os outros rapazes do culto iam a um bar ¢ atiravam no primeito membro clo Black Axe que viam, e en 0 no dia seguinte um Buccaneer e1 no refeit6rio, com o ca a morlo a titos nda sobre as tigelas de sopa de alumfnio, e naquela tarde um Black Axe era estracalhado em seu quarto num alojamento masculino, deisando seu co player Jodo manchado de sangue. ra insano. Iso era tio anormal que logo se tomou norm er ca I. As meninas nao safam dos alojamentos depois das aulas, os professores remiam,e baslava quue uma mos. ca zumbisse alto demais para que todos sentissem medo, Por isso. polfcia foi chamada, Kles passavam toda pelo campus em ta-velha, com armas enferrujadas saindo pelas janelas, olhando feio para os estudantes. Nnamabia seu Peugeot 505 azul, uma chegiva em casa das aulas rindo. Ele achava que a policia ia ter que se ‘sforcar mais; todo mundo sabia que os meninos dos cultos tinham armas mais modernas Meus pais observavam o rosto sorridente de N luma preocupagio silenciosa e eu soube que eles tam Perguntavam se ele pertencia a um culto. Eu, as ver que sim. ‘Todo mundo admirava os mi mabia com: 'm se - achava nbros dos cultos ¢ todo 4 mundo admirava Nnamabia. Os meninos gritavam seu apelido The Funk! —e de quer que cle do por o inte as famosas Big Chicks, ipertavat passasse, prineipalm the davam um abrago longo demais sempre que ele as eumpri wa. Ele ia a todas as festas, tanto as mais trang campus como as mais loueas na cidade, e era um conquistad 1s, do tipo que que ao mesma tempo tinha muitos amigos ho} ¢ Rothmans por dia ¢ cultivava a fama de fumava um mago de Rothmans por ar numa noite conseguir beber uma diizia de latas de cerveja S As vezes, eu achava que Nnamabia nao pertencia a um culto justamente por ser to popular, pois me parecia mais seu estilo igo dos meninos de todos os cultos € nao ser inimigo de yguiém. Além do mais, eu nao tinha nenhuma certeza de que 0 ia — Fosse meu irmao tinha a caracteristica necessa bro de um culto, Na tinica ocasiao inseguranga — para ser 5s Ihe perguntei se fazia parte de um deles, ele me alhou aqueles eilios longos e espessos, como se en em q com surpres: ‘ elaro que nao”. Ku acre- io fen i devesse saber a resposta, e disse: ditei. Meu pai também acreditou, Mas a muita dlferenga, pois Nnamabia jé tin so ¢ e me disse esse “KS claro que no” em nossa wossa fé nele sido preso ¢ acusado de ser um membro. E a onde estava preso. primeira visita a de anda-feira timida, q Foi assim que aconteceu, Numa se; tro membros de um culto se postaram no portio do campus uma professora que dirigia uma a na cabeca dela, empur- raramena para fora do carto e ditigiram até a Faculdade de En- nos que estavam saindo das Sree ceensenat eat eaten Ne perto ¢, quando ouvimos os barulhos agudos dos tiras, nosso professor armaram uma emboseada ps Mercedes vermelha. Puseram uma arn haria, onde atiraram em trés men 5 foi o primeiro a sair correndo da sala, Algumas pessoas berra- tam e, de repente, as escadas ficaram entupidas de estudantes desesperados, sem saber em que ditecio correr. Li fora, havia cadaveres sobre a grama. A Mercedes vermelha sumiu can- tando pneu, Muitos estuda tes enfiaram depressa as coisas nas mochilas ¢ 05 motoristas das okadas cobraram o dobro do pr normal para levi-los ao estacio mento. O reitor anunciou que todas as aulas noturnas estavam canceladas ¢ nao seria permi- tido circular pelo campus apés as nove da noite. Isso 1 muito sentido para mim, jé que as mortes tinha 10 fez. ‘ontecido em plena luz do dia, ¢ talver niio tenha feito sentido para Nna- mabia também, porque, no pri 0 foi para iro dia do toque de recolher, a as nove e passou a noite na rua. Eu presumi que tinha dormido na casa de um amigo; nem sempre passava noite em casa, de qualquer maneira, Na manha seguinte, u seguranga veio dizer a meus pais que Nnamabia tinha sido preso ‘num bar com alguns dos meninos do culto ¢ levado numa viatura, “Ekwuzikwana! Nao diga isso!”, gritou minha mae. Meu pai agra- ele deceu calmamente ¢ nos levou de carro a delegacia da cidade. 4, um policial mastigando uma caneta suja disse: “Est falando daqueles meninos do culto que prenderam ontem? Foram leva: dos p esse problema dos cultos de uma vez por todas! a Enugu. um caso muito sério! Precisamos acabar com N6s voltamos para 0 carro, tomados por um medo inédito, Era possfvel lidar com ag puss sossegado e isola la situagaio em Nsukka — nosso cam- lo, na nossa cidade ainda m isolada; ali, meu pai conhecia o superintendente de policia. Mas Enugu era um lugar andnimo, a capital do estado, onde ficavam a Divisdo de Infantaria Mecanizada do Exéreito da Ni, is sossegada e ia, 0 quartel general da policia os guardas nos eruzamentos cheios de carros. Era o lugar onde a policia podia fazer 0 que todos sabiam que fazia quando estava sob pressio para apresentar re- sultados: matar pessoas 16 A estagio de policia de Enugu ficava numa enorme pro- priedade murada cheia de prédios; havia uma pilha de carros cenlerrujados ¢ empoeitados ao lado do portio, perto da plac: que dizia “su1 Do Comssinio pe Pot{cia”. Meu pai ditigiu até a casa retangular do outro lado do terreno. M 605 dois policiais da recepedo com dinheiro, arroz jollof e cane, nha mae subornou tudo amarrado numa sacola de plistico preta, ¢ eles permitiram se da cela para se sentar conosco num ban- pé de musizi. Ninguém perguntou por que 1 de saber que havia que Nnamabia sa co debaixo de cle tinha ficado na rua aquela noite, ape um toque de recolher. Ninguém disse que os policiais estavan bar ¢ prender todos os meninos que rar em errados por e mn do barman. Em vez disso, ficamos ou- entado no banco de cestavam bebendo li, al vindo enquanto Nnamabia falava, e ficou ntinha de arroz ‘madeira com uma perna de cada lado © a qui indo de expectativa: um artista frango a sua frente, os olhos brilha prestes a fazer sua performance. Nigéria funcionasse como essa ce {Wo organizadas! Nossa a”, disse, “o pais Se a Jo teria nenhum problema. As coisas s cela tem um chefe chamado general Abacha e ele tem um vie Quando voc’ chega, tem que dar algum dinheiro para eles, no der, vai ter problemas.” “F voc? tinha algum dinheito?”, perguntou minha mae. Nnamabia sorriu; seu rosto estava ai uma mordida de mosquito na testa que parecia uma esp le disse, em igho, que linha enfiado o dinheito no a 1 mais bonito, com 1 assim, ¢ foi preso no bar. Sabia que os policiais iam Ihe tomar as as escondlesse ¢ sabia que ia ter que pagar por w nolas se cle protegio na cela, Ele mordeu uma coxa de frango frita e mu- s. “O general Abacha ficou impressionado com dou para ing man ira co 10 eu escondi meu dinheiro, Eu sou respeitoso com ele. Vivo Ihe fazendo elogios. Quando os he dos os novatos segurar as orelhas e pular que ne tocles ei \s mandaram to- sapos enqu ntavam, ele me deixou parar depois de dez minutos. Os outros tiveram que pular durante quase meia hora.” Minha mae abragou o préprio corpo, como se estivesse com {rio. Meu pai no disse nada e ficou observando Nnamabi cuidado. E eu imagine’ meu irm com 0, aquele rapaz respeitoso, en- rolando notas de cem nairas em tubinhos finos como cigartos ¢ cenfiando a mio nos fundos das i alas para realizar a dolorosa para centro de seu corpo. Mais tarde, quando estivamos voltando para Nsukl pai disse: “ operagio de des! , meu isso que cu devia ter feito quando ele arrombou a casa. Ku devia té-lo tranc Minha mae ficou olh indo pela janela, sem dizer nada, “Por qué?”, eu pergunt “Porque isso 0 abalou de uma v por todas. Vocé cebeu?”, pergunton meu pai com um leve sorriso. Eu nao per- cebi. Nao naquele dia. Nnamabia com toda aquela histéria par 1 normal, mesmo de enfiar o dinheiro no anus. primeiro choque de Nnamabia foi ver um Buccaneer chorando aos solugos. O garoto era alto e duro, havia boatos de «que era responsivel por uma das mortes e que estava na fila para se tornar chefio no préximo s mestre, €, no entanto, ali estava ele na cela, encolhido, aos solucos, depois de 0 chefe Ihe dar um soco por tris da cabeca, Nu mabia me contou isso quando o visi- 10s no dia seguinte, num tom que misturava asco e decepeao, ra como se subitamente tivesse se dado conta de que o Incrivel Hulk alg rt 36 um homem pintado de verde. O segundo choque, dias depois, foi a Cela Um, ao lado da sua, Do poliefais 8 tinham safdo da Cela Um carregando um homem morto todo inchado, parando diante da de Nnamabia para se certificarem de que 0 cadaver estava sendo visto por todos. Até o chefe da cela dele parecia temer a Cela Um. Quando Nni tinham dint bia e seus companheiros de cela — apenas aqueles que ha em baldes de » para comprar a agua que v plastico ja usatlos para misturar tinta — iam tomar banho no pitio aberto, os policiais que vigiavam muitas vezes gritavam: la Um agora!”. Nam “Pare com isso ou vocé vai para a C ia tinha pesadelos com a Cela Um. Nao conseguia imagi tio lotada que ele muitas vezes ficava de culos kwalikwata lugar pior que a sua pé, pressionado contra a parede rachada, M ordidas cram terriveis. moravam dentro das rachaduras € stias Quando Nnamabia gritava de dor, seus ¢0 mavam de Leite com Banana, Menino Universitirio, Garoto nheiros de cela o Fino. Era dificil acreditar que bichinhos tio pequenos dess picadas tio doloridas. As picadas pioravam durante a noite, quando todos tinham que dormir lado a lado, os pés de um na cabega do outro, com excegio do chefe, 15 costas se espa Thavam confortavelmente no chio. Era 0 chefe que dividia os 1 empurtados para den pratos de garri e a sopa aguada que era tro da cela todos os dias. Gada pessoa ganhava duas colheradas, Nnamab falava, eu me pergunt rosto também, ou se as bothas que se espalhav: a nos contou isso durante a primeira semana, Enquanto c os insetos da parede tinham picado seu por sua testa 1 algum tipo de infecgéo, Algumas tinham pontos de pus cor de creme. Nnamabia as cogou enquanto dizia: “Tive que cagar em pé. A privada estava cheia numa sacola impermedvel hoj demiis. Eles s6 cio descarga no sibado”. © tom dele era histriénico. Senti vontade de pedir que ea lasse a boca, porque cle estava gostando de seu novo papel de 19 sofredor de indignidades, porque ele nao entendia como era sor tudo de os policiais permitirem que saisse da cela para comer a comida que traziamos, porque ele tinha sido idiota de ter ficado na rua bebendo naquela noite, porque ele nao sabia quido duy oso era que fosse ser solto, Nés o visitamos todos os dias na primeira semana. famos no velho Volvo do meu de |, pois nao era considerado seguro Nsukka com o Peugeot 504 da minha mae, mais velho ainda Quando passivamos pelas blitz da policia na estrada, eu notava que meus pais ficavam diferentes — de maneira sutil, mas aind assim diferentes. Assim que nos mandavam seguir, meu pai no fazia mais tum monélogo sobre como os policiais eram analfabe- tos ¢ corruptos. Nao mencionava o dia em que nos detiveram duc rante uma hora porque ele se recusow a suborné-los, ou a ocas em que pararam 0 dnibus no qual viajava minha prima Ogec! linda, ea separaram dos outros passageiros, chamara porque possu na de pula dois celulares ¢ Ihe pediram tanto dinheiro que éla se ajoelhou no chao, na chuva, implorando-thes que sem ir, jé que seu dnibus ja tinha sido liberado. Minha murmurava “Eles sio sintomas de um mal 1 deixas- die nao is amplo”. Pelo con- trdrio, meus pais ficavam em siléncio. Era como se, recusando-se a criticar a policia como sempre faziam, tomassem a liberdade de Nnamabia mais imin ” fora a palavra que 0 su perintendente de Nsukka tinha usado, Tirar Nnamabia da cadeia ate. “Delicad: ‘em pouco tempo seria uma questao delicada, principalmente com oon issirio de policia se gabando, satiseito, nas entrevistas so- bre a prisio dos mer bros dos cultos na televisio em Enugu. O problema dos cullos era sério. Os poderosos de Abuja estavam acompanhando 0s acontecimentos. ‘Todos queriam parecer estar tomando providencias. Na segunda semana, eu disse a meus pais que no irfamos visitar Nnamabia, Nao sabfamos quanto tempo aquilo ia durar, a guasolina era cara demais para dirigirmos trés horas todos os dias © abia ter que se virar sozinho durante ycarou, surpreso, ¢ disse: “Como assim?”. Mi dia, seria bom para Nnan ‘Meu pai me e nha mae me olhou de cima a baixo e foi até a porta, dizendo nplorando para ir junto; eu podia ficar i inocente sofia. Ela saiu ls, 20 que ninguém estava me ali sem fazer nada enquanto meu irm caminhando em diego ao carro e eu corti chegar do lado de fora, fiquei sem saber o que fazer, e por isso atrds del peguei uma pedra que havia ao lado do pé de ixora e atirei-a no para-brisa do Volvo, Ele rachou. Eu ouvi o som do vidro sendo es- las se espalhando como raios de 1e tranear no quar Lilhagado e vi as linhas mintise sol antes de me virar, correr escada acima e to para me proteger da fiiria da minha mae. Ouvi os gritos dela. Ouwvi a voz do meu pai. Finalmente, ficou tudo silencioso ¢ eu no ouvi ninguém ligando o carro. Ninguém foi ver Nnamabi ‘a pequena vit6ria nnaquele dia. Foi uma suxpresa para mim, aq Nés 0 visitamos no dia seguinte. Nao falamos nada sobre 0 para-brisa, embora as rachaduras tivessem se espalhado como on- dulagdes num lago congelado. O policial da recepgao, 0 simpati- code pele eseura, perguntou por que nio tinhamos ido li no dia anterior, dizendo que tinha sentido falta do arroz.jollof da minha Je, Em esperava que Nnamabia também perguntasse, que esti- snte sério, com uma vesse chateado, mas ele parecia estranham cexpressio que eu nunca tinha visto antes. Nnamabia ndo comeu ‘cava olhando pata longe, na diregao da pilha de Jos do outro lado do terreno, as sobras de todo 0 arroz, carros meio queit diversos acidentes. “O que aconteceu?”, minha mie perguntou. Nnamabia co- megou a falar quase que de imediato, como se estivesse esperando que perguntar, Falow igbo num tom uniforme, sem erguer ‘ein baixar a voz, Um velho tinha sido empurado para dentro de Siu cela no dia anterior, um homem de mais de setenta anos, com eabelos brancos, a pele fina e enrugada, ¢ aquele refinamento a tiquado de um funcionério piblico aposentado e incorruptivel O filho dele estava sendo procurado por assalto a mao armada e, quando a policia ndo encontrou o filho, decidiu prender o pai “O homem nao fez nada”, disse Nnamabia “Mas vocé também nao fez nada”, disse minha mae. Nnamabia balangow a cabega, como se ela niio entendesse Nas visitas seguintes, ele estava ainda mais deprimido, Falava pou 0, quase sempre sobre 0 velho: como ele nao tinha dinheiro ¢ io podia ‘omprar a agua do banho, como os outros homens ea coavam dele ou 0 acusavam de esconder o filho, cor ignorava, como cle parecia 10 ochefe 0 ssustado e tio absurdam “Ele sabe onde o filho esté?”, pergunton nte frig nha mie, Jo vé o filho ha quatro meses”, respondeu Nnamabia Meu pai disse qualquer coisa sobre ser irrelevante que o ho- mem soubesse ou niio onde o filho est “E. claro”, disse minha i. “E horrivel, mi pre faz. isso, Se niio encontram a pessoa que estio procurando, a policia sem- prendem o pai, a male ou um parer Meu pai passou a mio na calga na altura do joclho — gesto impaciente. Ele nao dizendo obviedacles. “O homem ests doente”, contou Nnamabi em sem parar, mesmo quando esté dormindo.” Meus pais nao disseram nada, Nnamabia fechou a qu nnha e se virou para meu pai ndia por que minha mae estava ios tre- 1 quero dar um pouco desta con dda para ele, mas se levar para dentro da cela, o general Abacha vai pegar.” Meu pai entrou e perguntou ao policial da rei podiamos ver 0 senhor que estava epeaio se nds na cela de Nnamabia durante era 0 homem desage alu natos, Quem estava pele clara que nunca agsadecia quando minha mae Ihe entregava 0 subomo de arroz ¢ dinheiro. Ele sorriu com desprezo na cara ddo meu pai e disse que podia perder o emprego por deixar Nna- mabia sair da co na estivamos pedine la, ¢ agora nds ainda por do para ver outro prisioneiro? Sera que cle achava que aquilo era dia de visita no jinternato? Nao sabia que aquela era uma cadeia de seg Mei rosto chei anga maxima para elementos criminosos da sociedade? pai saiu,, sentourse com um suspiro ¢ Nnamabia cogou de bolhas, em silencio. Nnamabia mal tocou no ia com detergente no chao € No dia segui que 0 poli s tinham jogado a nas paredes da cela sob o pretexto de deixs-la mais limpa, como (0 tinha dinheiro sempre € que o velho, qu ho ha uma semana, tinha corrido prar agua € nao tomava b pata dentro da cela, arrancado a camisa e esfregado as costas magras no cho molhado e cheio de detergente. Os policiais tinham comegado a tir quando 0 viram fazer isso € mandaram que tirasse toda a roupa e desfilasse no cortedor diante da cela; quando 0 velho obedeceu, eles riram mais alto e perguntaram se seu filho ladio sabia que o pénis do papai era tio murcho. Nnamabi © arroz laranja-amarelado en- a innao — meu inm: estaya olhando par anto falava ¢, ao exguer a cabega, en vi que os olhos do meu » malandro — estavam eheios de kigrimas, ¢ sealgucr senti uma ternura por ele qui We pedisse, eu nao se capaz de explicar. Dois dias depois, houve outro ataque dos cultos no campus tm menino matou outro com um machado bem em frente a0 édio do departamento de misica “Isso é bom’, disse minha mae quando ela ¢ meu pai estava 3 inanilo para ir ver o superintendente de polfeia de Nsukka is na vez, “Agora, eles ndo podem dizer que prenderam to- {los.08 meninos dos cultos.” Nos niio fomos a Enugu naquele dia, Pols meus pais passaram tempo demais com o superintendente, mas eles voltaram com boas noticias. Nnamabia e o barman se- tiam soltos imediatamente, Um dos meninos do culto tinha con- cordado em fazer uma delacao e insistiu que Nnamabia nio era membro, Nés saimos mais cedo que 0 normal na manha seguin- te, sem 0 arroz jollof, ¢ 0 sol jd estava tio quente que foi preciso abrir todas as janelas do carro, Minha mae passou a viagem intei- wosa. Tinha o costume de dizer “Nekwa ya! Cuidado!” para ‘© meu pai, como se ele ndo consegnisse ver os carros fazendo ccurvas perigosas na outra pista, mas dessa vez. fez isso com tanta frequéncia que, logo antes de chegarmos a Ninth Mile, onde os camelés cercavam 0 carro com suas bandejas de okpa, ovos co- zidos € castanhas de cajut, meu pai parow ¢ perguntou, irritado: “Quem esti dirigindo aqui, Uzoamaka?”. Dentro do enorme terreno da cadeia, dois policiais acoita- vam alguém deitado no chao sob o pé de musizi. A principio, eu, com um aperto no peito, achei que fosse Nnamabia, mas nao era Eu comhecia 0 menino deitado no chio, se contorcendo e gritan- doa cada golpe do koboko do policial. Ele se chamava Aboy, tinha © rosto grave e feio de um eo enorme, dltigia uma Lexus pelo campus ¢ diziam que era um Buccaneer. ‘Tentei nao olhar para ele quando entramos na cadeia. O policial de planto, aquele que tinha marcas tribais nas faces e que sempre dizia “Deus Ihe aben {¢0e" quando pegava o subomo, desviow o olhar quando nos vu. Os pelos do meu corpo todo se arrepiaram, Eu sabia que havia algo de errado. Meus pais entregaram ao homem o bilhete do superintendente. O policial nao olhou para ele. Ele disse a meu pai que sabia da ordem de soltura; o barman ja tinha sido solto, ‘mas havia uma complicagao no caso do menino. Minha mae co- megou a gritar: “O menino? Como assim? Onde esti meu filho?” 4 policial se levantou. “Vou chamar meu superior para ex- plicar para a senhora.” = Mi esti meu filho? Onde esti meu filho?” Meu pai a arrancou dali © policial, antes de se virar e comegar a se afastar, espanou a camisa, como se ela a tivesse sujado, “Onde esté nosso filho?”, perguntou meu pai, numa voz tio ‘ial estacou. ara ele e agarron sua camisa, “Onde ha mae corren p grave, tio dura, que 0 po Eles levaram 0 menino daqui, senhor”, disse m daqui?”, interrompeu minha mae, ainda gritar new filho? Voces “Levara do. “O que isso quer dizer? Vocés mataram, mataram meu filho? “Onde esta ele?”, perguntou meu pai de novo, no mesmo tom grave. “Onde esté nosso filho?” “Meu superior disse que era para eu ir chamé-lo quando vo- @s chegassem”, respondeu o policial e, dessa vez, se virou e sai depressa por uma porta Depois que ele saiu, senti 0 medo gelar meu corpo, quis correr atris dele e, como minha mae, puxar sua camisa até ele trazer Nnamabia, O superior aparecen ¢ eu perserutei seu rosto impassivel, em busca de uma expresso. “Bom dia, senhor", ele disse a meu pai “Onde esté nosso filho?”, perguntou meu pai. Minha mae arquejava. Depois, eu me daria conta de que, naquele momen- to, cada um de nés suspeitava intimamente que Nnamabia tives- se sido morto por um policial desastrado e que aquele homem ra sobre sua tinha a tarefa de descobrir qual era a melhor inventar para nés. 1a, senhor. Ele foi transferido, s6 nonstrava morte que pod “Nao ha nenhum probl 30. Eu levo vocés até ld agora mesmo.” O policial det certo nervosismo; seu rosto continuava impassivel, mas ele nao ‘encarava meu pai. 25 “Transferido?” “Recebemos a ordem de soltura esta manha, mas a trans- feréncia ja havia ocorrido, Nao temos gasolina, por isso estava es- perando voces chegarem para que pucdéssemos ir juntos ao local onde cle est “Onde cle esti?” “Em outro local 1 Ievo voces la.” or que ele foi transferido?” “Eu nao estava aqui, senhor. Eles disseram que cle se com- portou mal ontem ¢ foi levado para a Cela Um, ¢ entio ocorrent ‘uma transferéncia de todos os prisioneiros da Cela Um para ou- tro local.” “El “Iu nao estava aqui, senhor.” Minha mae ¢ comportou mal? Como assim? tio disse, com a voz, cut filho! Eur quero ver meu filho!” Eu sentei no banco de tras, ao lado do policial. Ele tinha mbargada: “Eu quero © cheiro de canfora velha que parecia ser eterno no bari da mi- nha me, Ninguém di io do policial, que censinow 0 caminho ao meu pai até chegarmos ao local cerca de quinze minutos depois, com meu pai dirigindo extraordinaria- te répido, no ritmo das batidas do meu coragao. O pequeno tetteno estava descuidado, com a grama crescendo aqui € garrafas velhas, sacolas de plistico e pedacos de papel espalhados por todo lado. O policial mal esperou meu pai estacionar para abrir a porta e saltar para fora e, mais uma vez, eu senti o corpo gelado de medo. Nés estivamos aquela parte da cidade onde as thas nao eram asfaltadas, no havia nenhuma pla ali que dizia Delegacia de Policia, ¢ o ar estava parado, passando uma cstranha se n Nia inhando em nossa «ago de abandono, Mas o polieial voltou co mabia, Lé estava ele, men lindo irmao, ¢ diregao, exata jente como sempre me parecen, até que chegou 26 perto 0 suficiente para que minha mie 0 abragasse € ett 0 vi querdo estava coberto de ‘estremecer e se afastar, seu b vergdes em came viva, Uma crosta de sangue seco ao redor de ago seu nariz. “Nna-Boy, por que bateram tanto em yoe®?”, pergunton mi- virandose para 0 policial: “Por que voets fizeram nha mae. E isso com meu filo?” O homem deu de ombros, com uma insoléncia renovada cs ele nao estivesse certo sobre 0 seus modos; era como se tar de Nnamabia, és nao sabem criar seus fillos, todos voeés que se acham impor- 1a universidade. Quando seus filhos se as agora ele se permitisse falar. “Wor tantes por trabalha tam que ser castigados. A comportam mal, acham que cles senhora tem sorte, mnita sorte de ele ter sido solto.” “Vamos”, disse meu pai, Ele abriua porta, Nnamabia entrow no carro ¢ nés fomos para casa, M houve um momento em que um policial fez. um gesto amea- ando passamos zunindo, Du nha mae s6 abrit a boca para perguntar pabia queria qu os em Ninth Mile para com- bia disse que nilo, Ja estivamos em Nsukka pai nao parou em nenhuma das blitz. na estrada; te toda a via- «ador com a arma q gem, feita em silencio, n se Nna prar okpa, Nn quando ele fin “Ontem o policial pe balde de agua de graca. Ele disse que ram tirar a roupa e desfilar pelo corredor. Mens companheiros pardssen ente falou, mitou ao velho se ele queria um 1. Ento, cles o manda- de cela riram, Mas alguns deles disseram que era errado tratar um bia fez uma pausa, com o olhar dis- velho daquele jeito.” Nnany tante. “Eu gritei com o policial. Disse que o velho era inocente, que estava doente e que, se eles o deixassem preso, nuunea iam encontrar seu filho, pois ele nem sabia onde o homem estava. Bles disseram que eu tinha que calar a boca imediatamente ow une levariam para t Cela Um. Nao mie import, Nao cael a boca, Hato eles me pegaram, me bateram e me levaram para a Cela um” Nnamabia parou de falar ali, e nés no perguntamos mais nada, Fim ver de perguntar, eu 0 imagine’ erguend a vor, cha tando o'poticial de imbecil, covarde, sidieo,fiho da pata, ¢ imagine’ o susto dos policiais, 0 susto do chef olhando de quel wy eatdo, os otros companheiros de cela pasmos com a audicia “To menino bonito da universidade. E imaginei o préprio velho sthando com sugpresa e orgulho, sem tiara roupa numa recusa vada, Nnamabia nao disse o que tinha acontecido com cle na Cela Um, ou 0 que aconteceu: no outro local, que me parece ser para onde eles levavam aqueles que mais tarde desaparece” viainTeria sido tao facil para meu irmao encantador transfor: mar aqucla histéria num drama elegante, mas ee nfo fer. iso.

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