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HISTORIA GERAL HILARIO FRANCO JR. RUY DE 0. ANDRADE FILHO Hilério Franco Jr. listdria — Universidade de Sio Paulo Oliveira Andrade Filho ia — Universidade de Sto Paulo et 2G, Este Atlas de Histéria Geral foi concebido para ser uma obra de interesse e consulta para professores, pais e alunos. Assim, pretende ser ao mesmo tempo simples nas formulacdes, porém rigoroso nas informacées. Procuran- do cobrir em poucas paginas toda a Historia Geral, é ne- cessariamente seletivo, tanto nos textos que introduzem ca- da capitulo quanto nos mapas e gréficos que apresenta. A selecao do material foi guiada por um critério basico: con- templar a globalidade histérica de cada civilizagao, de ca- da época. Por isso, ao contrério do que se poderia esperar de um atlas hist6rico convencional, os mapas sobre fronteiras po- Iiticas constituem apenas uma parte dele. Procurou-se ea. Fantir espago também aos aspectos sociais, econdmicos, de. ogréficos, culturais, religiosos, apresentados em fotos, ta. belas e gréficos. Dentro de suas propostas e limitacdes es. Peramos que este Atlas se revele um instrumento de pes. quisa bastante dtil. E 0 que desejamos Os Autores. editora scipione Sumario uidade As civilizagies do antigo Oriente Médio A Grécia arcaica e classica A civilizacio helenistica A formagao do mundo romano A fragmentacao do mundo romano A cultura cléssica Média A penetracao dos germanos As civilizagdes bizantina e mugulmana O Império Carolingio A Europa feudal: politica e economia ‘A Europa feudal: religiio ¢ cultura A sociedade medieval As crises do fim da Idade Média Moderna O Renascimento As reformas religiosas Os descobrimentos O mercantilismo A colonizagio ibérica ‘A colonizag&o anglo-saxdnica As monarquias absolutistas A erise do século XVIL ‘A sociedade do Antigo Regime A.cultura do Antigo Regime mporanea Os Estados Unidos no século XIX A América Latina no século XIX A Revolucio Francesa e 0 perfodo napolednico A Europa da reagio ¢ da revolugio As unificagdes A Revolugio Industrial O imperialismo A Primeira Guerra Mundial ‘As relagdes entre os Estados Unidos e a América Latina perfodo entre-guerras: politica O perfodo entre-guerras: economia ¢ sociedade ‘A Segunda Guerra Mundial A Guerra Fria Novas linhas de ramo Indice remissivo Bibliografia utilizada aSNSSSSRse Sas 2BSeses 83 y o 3000) £006. Eros aes Ey a (ERTS [1 A vida econémica do Antigo Egito As civilizagées do an Oriente Médio O homem apareceu na Terra ha trés milhdes de anos, mas formou sociedades complexamente organizadas (com escrita, Es- tado, leis, cidades) hd somente cinco ou seis mil anos t=". Ou seja, sua vida “histérica”? € muito mais curta e recente que a “‘pré-histérica”, sobre a qual temos informagGes fragmentarias, dispersas ¢ polémicas. Sabemos, entretanto, que por volta de 4000 a.C. o homem descobriu a agricultura, com ela se seden- tarizou ¢ assim comecaram a se desenvolver as primeiras civili- zasies. Conhecidas como civilizagées hidrdulicas ou de regadio consti- tufram-se em torno ¢ em funco de grandes rios t=. : a Meso- potémia estava ligada aos rios Tigre e Eufrates US" , o Egito a0 Nilot- , a India ao Indo t=, a China ao Amarelo. Foi no Oriente Médio, com as civilizagdes da Mesopotamia e do Egi- to, que teve inicio a Histéria. Tempos depois desenvolveram- =r se ali outras sociedades, que, sem contar com o poder fertiliza- @ cons dor de grandes rios, ganharam caracteristicas diversas: pastoris Ftp (hebreus, filisteus, cananeus, hititas) C31 C=) , mercantis (fe- nicios, Ifdios, cretenses)-2~ , militares (assirios, hititas, per- sas) (= . Cada um desses povos teve, além de uma rica hist6ria interna, longas © muitas vezes conflituosas relagdes com os demais, As duas principais civilizagdes foram a Mesopotmia e o Egito. A Mesopotamia, planfcie aberta & constante movimentagio de diversos povos, conheceu quatro grandes periodos hist6ricos: 0 sumério, 0 babilénico, 0 assirio 0 caldeut> . Essa periodi- zacdo cldssica baseia-se na complexa hist6ria polftico-militar da regido. Em todas as fases, hd uma clara continuidade social (elite, homens livres pobres, escravos) e econdmica (cerealicultura, pe- cuéria, artesanato e comércio). Também do ponto de vista cul- tural (escrita cuneiforme, cédigos juridicos, astronomia) religioso (politefsmo antropomériico), os povos mesopotémicos mostraram suas semelhancas. O Egito (+5, por sua vez, mais isolado por mares e deser- tos, s6 passou a ter contatos freqiientes com outros povos numa época relativamente tardia, por volta do século XVIII a.C. O fato de o faraé ser considerado um deus (enquanto os gover- nantes mesopotdmicos eram apenas representantes de deuses) contribuiu por muito tempo para a estabilidade da regio. Para reservar 0 corpo do faraé falecido e assim perpetuar a socieda- de, construfram as pirAmides. Estruturalmente ligados ao Ni- Jo, 05 egipcios concebiam o mundo como reflexo da luta entre © tio (deus Osiris) € 0 deserto (deus Seth). A vida econdmica desse povo dependia do Nilo: agricultura em suas margens, trans- porte de pessoas e mercadorias em seu leito. Pao FF io S cite Pou “9 Pots proccss > as comers 3 ouvades ‘Observe a concentracso da populagao asltica no Orienta Préximo, fo subcontinente indiano (sobretudo no Yale dori Indo) ena China (Gobretudo no vale do rio Amarelo). [20 mundo ao redor de 3000 a.C. ES Aotcatores ] Prinires impsrios | Cagacores _— Novimentos populacionals ankora ste. vila. ste. Mac. EIR COIs A Grécia arcaica e classica A peninsula BalcAnica, habitada pelos gregos, é pequena, tem poucas dreas férteis ¢ muitas montanhas. Sendo bastante recor- tada pelo mar, possui intimeros portos naturais. O grande ni- mero de ilhas prOximas permite a navegac%o com seguranca, quase sempre com terra a vista. Tal configuragao geogréfica con- tribuiu para a formagao de algumas das caracteristicas histéri- cas basicas dos antigos gregos =. Compartimentados em pequenos cantées cercados pelas mon- tanhas ¢ pelo mar, cada grupo humano da Grécia Antiga esta- va relativamente isolado dos demais. Os gregos organizavam-se, assim, em pequenas unidades politicas, as cidades-Estados ou poleis | = . Esse relevo acidentado, entretanto, dificultava as in- vasdes estrangeiras, como ficou claro nas Guerras Médicas (499-449 a.C.), quando o poderoso Império Persa foi derrota- do pelas pequenas poleis. O litoral bastante recortado da Grécia apresentava uma es- capatéria ao solo pouco favordvel & agricultura, com excecdo da producao de azeitonas e uvas. Azeite ¢ vinho eram exporta- dos possibilitando aos gregos a importagio de cereais, madeira Em funcao dessas necessidades econémicas, des- deo século XII a.C. os gregos fundaram intimeras col6nias por toda a bacia do mar Mediterraneo, sobretudo nas costas da Asia Menor 1 4 |. E, fato extremamente importante, todas essas trocas comerciais cram acompanhadas por trocas culturais. Os gregos absorveram, sclecionaram ¢ adaptaram elementos de outras ci- vilizagSes, proporcionando a elas sua prépria cultura. As colé- nias gregas do sul da Itélia, por exemplo, teriam mais tarde papel significativo na formagao da civilizaco romana. Na maior parte das cidades-Estados, a populacao reduzida © a participaco de todo cidadao na defesa da cidade foram.ge- rando um sentimento de certa igualdade que acabou por levar A democracia C=. Por outro lado, a autonomia de cada polis criava forte sentimento regionalista. Antes de se considerar grego, © individuo se via como ateniense, espartano ou tebano. Assim, nao surpreende que, embora unidos contia 0 estrangeiro, os gre- gos, com certa freqiiéncia, lutassem entre si. Alids, foi o maior desses conflitos, a Guerra do Peloponeso (431-404 a.C.), opon- do a democratica Atenas & olig4rquica Esparta e sttas respecti- vas aliadas, que enfraqueceu definitivamente a Grécia Antiga. O auge da antiga civilizacdo grega foi o perfodo classico (sé- culos V-IV a.C.). A implantagao da democracia (2) em va- rias cidades e a producao de notaveis obras artisticas, literérias e carne = (EEE rz 2 | Péricles e a democracia No inverno de 431-430 a.C., com a Guer- ado Peloponeso iniciada, Péricles fez a ‘sua oracao finebre. Em lugar de louvar ‘apenas os mortos, decidiu exaltar Atenas. ‘Seguem-se dois emocionantes trechos dessa oragao. “Nossa constituigdo 6 chamada de demo- ‘cracia porque o poder esté nas maos nao de uma minoria mas de todo 0 povo. Quando se trata de resolver quest6es pri- vadas, todos s4o iguals perante a lei, quando se trata de colocar uma pessoa diante de outra em posig6es de respon- sabilidade piblica, o que vale nao é 0 fa- to de pertencer a’ determinada classe, ‘mas a competéncia real que o homem possui”. “Aqui, cada individuo se interessa ndo s6 pelos'seus assuntos particulares, mas ‘também pelos assuntos do estado... ndo dizemos que um homem que nao se inte- ‘essa pela politica é um homem que tem ‘muito que fazer para si mesmo; dizemos {que ele ndo tem absolutamente nada que fazer aqui... E ha outro ponto em que nos distinguimos de outras pessoas: somos ‘capazes a0 mesmo tempo de assumir ris- (008 ¢ de calculé-los previamente. Outros ‘so bravos por ignoréncia e, quando pa- ram para pensar, comecam a ter medo. Mas 0 homem que pode em verdade ser ‘considerado bravo é aquele que mals sa- bbe avaliar tudo o que é doce na vida e tu. do o que 6 terrivel e sai, entdo, sem temor, para enfrentar 0 que vier.’ 5 | Comércio grego Yee saree Til cones wen © esate [i onic conse cartaginesas SS Fero rte Pes cP Metais presosos eves 9 Pecain Ca 7 Te note + Vito 2 brace MAGNA sro GRECIA te [3] 0 mundo grego cristo ALEXANORE PeRIcLEs HoNERO Insitagso [+1000 a.c, | Wea Iestlacso osaqueis lo EE Horas He. V6, e106, A civilizagao helenistica O préspero perfodo classico nao levou ao surgimento de um espfrito nacionalista e ao estabelecimento de uma unidade poli- tica entre as cidades-Estados gregas. Pelo contrario, a prosperi- dade geral de alguma forma acentuou as disputas internas e per- mitiu que, em 338 a.C., toda a Grécia fosse submetida por Fili- pe da Macedénia. Seu filho e sucessor, Alexandre Magno [45 , em poucos anos conquistou o vasto ¢ poderoso Império Persa e parte da India, constituindo o maior império conhecido até ent&o (= . Mas esse vasto territéri unido & morte prematura do con- quistador: seus generais dividiram o império em trés reinos, que, enfraquecidos por lutas internas, foram submetidos por Roma nos séculos II e I a.C (1. Portanto, a obra politica de Ale- xandre foi efémera, mas a fusio de elementos gregos e orientais propiciada por suas conquistas deu origem a um mundo novo, a civilizagdo helenistica C nao sobrevive No plano econdmico, ela significou uma expansio das ativi- dades mercantis e artesanais, facilitadas pela unidade politica criada por Alexandre naqueles extensos territ6rios. Assim, desen- volveu-se uma economia internacional, com cada regido se es- pecializando em determinadas atividades havendo intensa troca de mercadorias entre elas. Prenunciava-se a vida econdmica do Império Romano. Se até o final do século TIT aC. a Grécia beneficiou-se com as conquistas alexandrinas que abriram gran- des mercados aos seus produtos ¢ proporcionaram grandes pilhagens aos seus soldados, depois desse perfodo ela passou a segundo plano. O eixo econdmico deslocou-se para as re- gides orientais, donas de recursos naturais e de populacdes bem maiores 23 No plano cultural, a fusio entre 0 dinamismo dos gregos 0 tradicionalismo dos povos orientais egipcios, mesopotamicos € persas produziu resultados importantes. Nas artes predomi- naram a suntuosidade oriental, em obras como o Farol de Ale- xandria ¢ 0 Colosso de Rodes, 0 equilfbrio grego, em obras como a Vénus de Milo C= . A filosofia grega, influenciada por certo fatalismo da visio de mundo dos orientais, levou a cor- rentes de pensamento mais adequadas Aquele momento: o es- toicismo, que pregava a aceitacdo do destino, 0 ceticismo, que negava a possibilidade de se chegar & verdade, 0 cinismo, que defendia o desprezo as convengSes sociais. Nas ciéncias, 08 co- nhecimentos tedricos dos gregos ¢ o pragmatismo dos orientais permitiram o despontar de grandes nomes, como Euclides na Geometria, Arquimedes C23 na Fisica, Aristarco de Samos na Astronomia, 9 JUVNNNNNULDONONUUNNAEOOUO0000 0000000008 (DE_MODERNA ZT) Sia eee [| Oimpério de Alexandre Magno ae — fea econtmioa dos gies — hrea econ dos soleus ste. vita seetac. EIIEKs A tormagao do mundo romano Fundada no século VIII a.C., pequena cidade de Roma acabaria por controlar todos os terri- ios da bacia mediterranea. No periodo inicial de sua hist6- ria, essa cidade foi uma monarquia (753-509 a.C.) e pouco se expandiu sobre seus vizinhos peninsulares. Mas com o estabe- Iecimento de uma teptiblica controlada pela oligarquia de grandes proprictarios agricolas, Roma passou a ter uma politica expan- sionista. Como resultado disso em 275 a.C. toda a peninsula Itdlica estava submetida C9 na regio central da Itdlia, a Cada conquista colocava os romanos em contato com outras poténcias ¢ tornava necessarias novas conquistas para preser- var os territérios adquiridos anteriorm cem anos, foram conquistados a Sicflia, a peninsula Ibérica, 0 norte da Africa C29, a Grécia, a Asia Menor G9 No entanto, esse rapido crescimento territorial provocou al- guns problemas socioecondmicos decisivos para o futuro do mundo romano, Podemos dizer que o imperialismo aumentou ncias sociais em Roma. Com as guerras os pequenos € médios proprietirios rurais morreram ou viram-se endividados © que favoreceu a concentracao de terras nas maos dos latifun- didrios. Milhares de individuos foram ento obrigados a aban- donar o campo e a migrar para as cidades. Ali, sem recursos econdmicos, essa populago marginalizada tornava-se fator de cusdes sociais © de Instabilidade politica c. Foi assim que, em Diante disso, o Estado procurava proporcionar a ela alimen- toe diversio, ‘‘pao ¢ circo” C23 , o que aumentava as despe- sas governamentais. Tornava-se necessério, entao, dar conti- nuidade as conquistas, que, por sua vez, introduziam cada vez mais escravos em Roma — no século II a.C. existiam dois mi- Ihdes deles. Assim, era cada vez menos provavel que um cida- dao romano pobre achasse emprego. Essa dificil e complexa si- tuacdo abria caminho para experiéncias autoritérias, a mais co- nhecida delas, a de Juilio César (48-44 a.C.) = [4 "Pao e circo" Te 5 | Jilio César [1 O inicio da expansao (esr chun Le es se TIRRENO aecin siciua 9 ioe poe Roma e 0 Mediterraneo: 0 mare nostrum ccmaksn Sadun xpi onan nes de 28, ido © vee = oo oe cone apoles PONTO EUXINO [Roma e o Mediterrineo Ocidental: as Guerras Puinicas GALIA EXPANSAO| |CARTAGINESA apés a 1? guerra pinica — + 7. ANIBAL | MAURITANIA B® canago | Possessiescatagiesas tesias de Cargo Fore Conquista romanas (264 a 212 6) Ered onanas Cates ages @OO© ces mites dt, 26 guras pias Baahas Nv a ( SQ, eS Nia | &, 2 i othe te [CONQUISTADA em 212 RETORNO DE ANIBAL, Golo de Sites eine we Ve ESTES ESET on Otévio Augusto A fragmentagao do mundo romano A crise social decorrente da répida expansio romana levou a um perfodo conturbado de tentativas de reformas (irmios Graco) ¢ de ditaduras militares (Mario, Sila , César, Ot4vio), que abalou profundamente a Repiiblica. Dessa forma, quan- do Otévio t+, apés derrotar seus rivais e conquistar 0 Egi- to, reuniu todo poder em suas maos, na pratica inaugurou 0 perfodo imperial (27 a.C.). Todavia continuou a se ressentir dos problemas estruturais dos tltimos tempos republicanos. A forte desigualdade sécio-politico-econémica, 0 escravismo, © gigantismo do Estado, a crise espiritual continuaram pre- sentes. A passagem do poder oligarquico (0 Senado republicano) ao pessoal (0 imperador) nao resolveu a questo politica. Se Oré- vio Augusto ¢ mais tarde alguns sucessores (Trajano, Adriano, Anténio) revelaram-se eficientes estadistas ¢ administrado- res =~, no conseguiram formular uma regra clara e indiscu- tivel de acesso ao trono, Em funcdo disso, muitos militares ¢ aventureiros puderam tomar o poder, numa sucessio de gover- nos efémeros que aumentaram as dificuldades de Roma, No cur- to perfodo de 235-284, por exemplo, Roma conheceu vinte ¢ seis imperadores. E natural ento que muitas provincias tenham } buscado sua autonomia, mostrando a impossibilidade de se man- ter vasto império unido t > . Tentativas de reformas politico- administrativas, como a de Diocleciano no final do século III, go tiveram sucessy dusaduury. Nesse contexto é que se deve entender a politica de aproxi- magio entre o imperador Constantino ¢ o cristianismo >"). Essa religiio, pouco importante no inicio, era uma seita judaica, sur- gida em uma distante e secundéria provincia do império. Sua mensagem de igualitarismo, pacifismo e sobretudo de esperan- ga dizia muito 3s populagées mais pobres e marginalizadas do império. As dificuldades desta vida eram suportiveis com a ex- pectativa do Céu. Por isso, a nova religido ganhara terreno em funco da crise romana. Apesar de tornar-se proibido por ne- gar o carter divino do imperador romano, o cristianismo t= continuou a fazer adeptos. Percebendo isso, Constantino | =, €m 313, revogou a proibigao ao culto cristo e Teodésio, em 380, transformou-o na religiio oficial do Estado, proibindo, em 392, os cultos pagios. Significativamente, nessa iltima data, reconhecendo 0 alcance da crise, Teodésio dividiu o império em duas partes auténomas, com duas capitais ¢ dois imperadores t=. Quebrava-se a ve~ ha unidade mediterranea, Paralelamente, a pressao dos povos germanicos desde o século ITI gerava enorme inseguranga ¢ acen- tuava as tendéncias separatistas de cada regio. Caminhava-se claramente para a fragmentaco da Europa, que se estenderia por varios séculos. viac. ac. 14 AUALAEO ETT CR TNH TE crt EES . [4] 0 fluxo sangiiineo segundo Galeno A cultura classica —a a ‘Como um poeta romano jé havia percebido, ‘a Grécia cati- va cativou Roma". Ou seja, os rudes romanos, agricultores ¢ guerreiros até ento, ao invadirem e conquistarem a Grécia (I a.C.), ficaram fascinados pela cultura. Na verdade, os ro- manos jé tinham contato com ela havia muito tempo, devido a presenga de coldnias gregas no sul italiano. Mas, sem diivida, a admiracio foi reforcada com a chegada dos romanos & terra helénica. Povo menos especulativo e mais pragmético, menos inovador e mais tradicionalista, menos criativo e mais discipli- nado, os romanos adotaram e adaptaram varios elementos da cultura helénica. (sistema de Galeno entendia que a respiragdo tinha como funcao restriar ‘9 sangue @ 0 coragio pela vela pulmonar. © coragao seria 0 centro iradiador do calor i © 05 pulmées, os foles de restriamento, [2] Aarte da pintura grega Tal concepgao mesclava a idéia do ar como pneuma (espirito), donde surgu 2 expressao popular "sopro de vida" Entre 0s gregos a pintura era sobretudo praticada nas antoras de argila que acondicionavam 0 azelte e 0 vinho muito ‘eonsumidos internamente bastante exportados. O exemplar & direita, de principios do século VI ‘a.C,, mostra os herdis miticos Ajax e Aquiles Jogando. Os romanos, por Sua vez, apreciavam a arte aparentada do ‘mosaico, que com pequenas pedras de cores e formatos diversos compunham as mais variadas imagens, como neste exemplar do sécul Il [] O teatro de Epidauro O teatro de Epidauro, nna Grécia, podia receber até 14.000 espectadores Construldo ao ar live le tinha acdstica perfeta, No efrculo da orquestra ficava o altar do deus Dioniso, JA que 0 teatro nasceu lorouestea como parte dos rituals dedicados aquela v eater, Na divindade, ESS ‘ato. A estatua da direita ‘mostra o motivo romano cristao do bom pastor 10 do proprio Cristo) “gue fecuperou a ovelha ‘desgarrada (0 tiel que se perdera e retoma a ___seguranea junto a Divindade). ev ste. vi Rees A penetragao dos germanos Os greco-romanos chamavam de barbaros os povos estranhos a sua cultura e a seu mundo. Dentre eles, os mais préximos eram ‘os germanos, divididos em duas grandes familias: a gética (vi- sigodos, ostrogodos, hérulos) e a teut6nica (francos, anglos, van- dalos, lombardos) (=~ . Localizados nas fronteiras setentrionais do mundo romano, os germanos mantinham com ele contatos esporddicos. No século IV, com a crise do império, muitas tri- bos germénicas foram incorporadas ao exército para policiar as fronteiras romanas. No momento de recuo demografico da po- pulacdo romana C77 e de sua crescente cristianizacZo, diminuiu a procura pela carreira militar, 0 que propiciou a germaniza- cao do exército imperial A posterior ocupacio dos territérios ramanos pelos germa- nos foi, assim, apenas o resultado de uma evolugo que os tor- nara a forca viva do império. Portanto, por cerca de dois sécu- los houve uma penetragao pacifica e apenas na primeira meta- de do século V aconteceram as verdadeiras invasdes germani cas. Estas, na realidade, foram precipitadas pela pressao de um povo oriental, os hunos (3 , que levaram os germanos em fu- ga a entrarem macicamente em territério romano t Golocavam-se, desta forma, frente a frente duas civilizagdes que ao longo dos séculos seguintes iriam se fundindo para for- mar a Europa, a romana e a germanica Cs) C22 . Socialmen- te, os germanos baseavam-se na familia patriarcal e monoga- mica e, politicamente, na tribo. Seu chefe era um rei eleito pela Assembléia dos Guerreiros, com a qual dividia as principais de- cisdes. Economicamente, os germanos eram agricultores ¢ pas- tores, com um artesanato pouco desenvolvido (com excecao da metalurgia) e trocas comerciais esporddicas. A literatura e o direito eram transmitidos de forma oral de geracio a geracio; as artes principais eram a ourivesaria € os trabalhos com outros metais, Os povos germanos eram politefs- tas, com deuses representativos de fendmenos naturais € sociais. Os principais deuses eram Thor, divindade da guerra, e Freya, da fecundidade. Apesar de representarem apenas 5% da populacao total do Império Romano, em poucos anos os germanos ocuparam pontos nevrdlgicos do Império. A cidade de Roma foi conquistada em 476 (5 € 0 tiltimo imperador deposto. Quebrava-se a unida- de de polftica anterior. Surgiam varios reinos germAnicos, pon- to de partida dos futuros pafses europeus (32 Ca) Ce] C=? Comecava a Idade Média. PEE la 0 reino merovingio (480-560) PO Testis mein en 50 | er | hneas courses | PeL08 cemusnicos ens Benew ene [o> ners de Aecio, do ebro (88572) [Ea eros zane artes ce 574 |= Foss tos Esato Pnticios [erste arcs co od 08 Campanas de Pepi, Breve cata olombardos TZ Ategressio demogratica Erolugo demogrfica da Crstandade ocldental (ons eM) ge 200 0 (eine dos visgodos em 887 | => congusts visigiticas Reino vsigtico em 711 Temttobizantin ente $54 e 624 smoe ret pe nw 6 [ar anaes | [iti osu FE Gs somteae Cannas te 18 com As civilizagées bizantina e muguimana Ee ADE Enquanto os germanos partilhavam entre si o Ocidente, no Orien- te a outra metade do Império Romano sobrevivia e teria importante papel ao longo da Idade Média (= . Tendo como capital Constanti- nopla (+ , antiga cidade grega de Bizincio, o Império Romano do Oriente ficou conhecido como Império Bizantino. Tratava-se de um Estado multirracial, que aceitava como cidado todo aquele que falasse grego e seguisse 0 cristianismo ortodoxo C= A monarquia era teocrétiea, sendo 0 imperador considerado um vice ‘Deus. Por isso, a Igreja ortodoxa (ao contrério do que ocorreria com a cat6lica no Ocidente) era dependente do Estado. A religiosidade po- pular era muito exaltada, e ndo poucas vezes ocorreram revoltas e crises profundas por razdes religiosas. A cultura, embora sintetizasse as con- tribuigdes de varias provincias, tinha um inegavel carter grego. A economia era de base agraria, mas com um importante setor artesa- nal ¢ comercial = Os mesmos elementos que possibilitaram a vitalidade do Império Bizantino acabariam, contudo, por enfraquecé-Io. © poder do impe- rador despertava inveja, rivalidade e atentados. O forte sentimento religioso levava a desentendimentos e separatismos. A riqueza do co- mércio e da capital atrafam concorrentes ¢ invasores. Depois de uma hist6ria longa e conturbada, o Império caiu, em 1453, nas mios dos turcos, povo seguidor de uma religido nascida na Arabia oito séculos antes € que se difundira por extensas éreas. Depois de um comeco dificil, em 630 Maomé conseguiu unir os rabes em torno de sua proposta religiosa, o Isla. Seus seguidores, ‘conhecidos por muculmanos ('‘os que fizeram a paz com Deus”), acre- ditam na existéncia de um tinico Deus, Al4. Em nome dele devem rezar cinco vezes ao dia voltados para a cidade santa de Meca e pere- grinar pelo menos uma vez na vida até ela (2. Estavam obrigados ao jejum diurno durante o més sagrado de Ramada, ¢ deveriam tam- ‘bém dar esmolas aos pobres ¢ ao Estado. Aqueles que morressem em nome dessa religigo ganhariam o Paraiso. Unidos por essa crenca, necessitados de terras mais ferteis, em pou- cos anos os arabes conquistaram um imenso império e converteram imimeras populaces ao Isla esse vasto mundo muculmano 6s problemas politicos nao foram raros, mas foi a vitalidade econémi- cae cultural que mais se sobressaiu, assim como ocorreu com 0 vizi- nho e inimigo Império Bizantino. Foram na verdade essas duas civilizagdes que preservaram ¢ ampliaram muito da cultura antiga, transmitindo-a A Europa (= Se até o século XI as civilizagdes orientais, bizantina e mugulma- na foram, em todos os sentidos, superiores & do Ocidente romano- germanico, depois desse perfodo a situagao se inverteu, em parte gra- {gas & rica heranga cultural que elas legaram aos ocidentais PUUEEEUE ETL | ESS [2 ACaaba, em Meca [antec AEA Nesta miniatura iraniana, vernos 0 ‘centro de Meca, onde est um ‘pequeno templo cibico — a Caaba. Antes de Maomé, a Caaba (0 cubo) era lum lugar de culto e de peregrinagao. ‘Ainda hoje, durante o periodo anual de peregrinaggo a Meca, a Caaba ermanece recoberta com um pano Preto sobre os quais se escrevem (1 Planta de Constantinopla Constantinopla, além de ser ‘um grande porto, é também capital religo sendo muito povoada. po Allg Bebeae ott Etapas e comércio do do imp Bizantino F a z PERI ries cise eine 3 (a v 3 e eee f ae g Bos ce NO ry sh 2. ——— Aan 3 On 12 A % e a A D impo Bzsnino em 1480 a 2 = ! 3 rs 4 etn S Ko 3 3 ow a ko © tree | é & e ow ) s = :. eB DO Pat “. cS 3 2 tee * ‘ ; 4g = 2 Go i ee a a: ; o + ve s . th ne _| 3 Aexpansao mugulmana (séculos Vile Vill) e as rotas comerciais (séculos VIII ao XI) — rcs @ On © jot Paw a aS eee SS \ sn © tant yeas ps = Bbc Ly 88 7 ficient ‘ Sam Pie a ; te “> = ons SY foe tat j on : ele * Wie ee i ons 22 pms te 2200 accu nn | O impétio Bizantino e o Isla Cléssico de nr manna tea i 0 - =. = z 3 — ry = aT eae 1: Ea co aoe oo ae sico | 2000 0 Império Carolingio A penctracio dos germanos alterara definitivamente 0 mapa politico da Europa, porém por muitos séculos 0 sonho de uma nova unidade politica permaneccu vivo. A primeira expresso concreta desse sonho coletivo foi o Império Carolingio, consti- tuido no ano de 800 (4 . Suas rafzes, no entanto, eram bem anteriores. A primeira delas é de 496, quando o rei Clovis, da tribo germanica dos francos, converteu-se ao cristianismo, per- mitindo uma primeira aproximagio com a Igreja G3. A se- gunda deu-se em 732, quando o chefe franco Carlos Martel der- rotou os mugulmanos que tentavam invadir a Gélia e passou a ser visto como uma espécie de defensor de todo 0 Ocidente cristo. A terceira ocorreu em 751, quando seu filho, Pepino, © Breve, foi coroado com apoio papal, inaugurando a dinastia carolingia. Em retribuigao, entregou ao papa (754) 08 territ6- rios italianos arrancados aos lombardos (3 . Estava assim preparado o caminho para que o filho de Pepi- no, Carlos Magno, passasse a ser visto como senhor da Euro- pa. De fato, ele venceu definitivamente os lombardos, subme- teu os dvaros ¢ saxdes, forgando sua cristianizagiio. Carlos Magno criou para scus vastos territérios um sistema administrativo que, apesar de muito personalista e rudimentar, estava bem adequado as condigdes do momento C=) . Assim, conseguia-se certa esta- bilidade depois de trés séculos de vida conturbada para os oci- Dt ae dentais 21 . Preocupado em ter clérigos ¢ funciondrios reais [Ea ori ets wap mais capazes, Carlos promoveu um movimento cultural conhe- a cido por Renascimento carolingio 23 . Esse perfodo foi mais de preservagao de elementos da cultura classica do que de cria- ses originals. Contudo, mais uma vez, era o que no momento [5] 0 comércio do Império Caroiingio se podia fazer. " Sisinemaddhul ange enna dh lhammspeeatnige a ees ‘Cod cnt co ee & roacao de Carlos Magno pelo papa em Roma, no natal de 800 2 lertenremet Teoricamente, renascia o velho Império Romano. Na pratica, tratava-se de algo bem diferente tanto que pouco sobreviveu a Carlos Magno. Seus netos assinaram em 843 0 Tratado de Ver- dun, dividindo o império e desenhando a base do futuro mapa pol sdes assolava a Europa Ocidental C3 . - se. etc. (EES [77 1Esquema do mundo ra Eee europewta3 . Paralelamente, uma nova onda de inva- O fracasso do Império Garolingio ¢ as invasdes dos vikings, muculmanos e hiingaros mostraram ao Ocidente que sua orga- nizacZo politico-econémica deveria ser reformulada. A respos- ta espontanea a essa necessidade foi o surgimento da sociedade feudal por volta do ano 1000 (ES 1789 (EYES aN ee) BANGELZADR = fe 598 0 715, OCEANO J] rtandaie cts no final do siculo Vi ATLANTICO Propopaio do cistinisno VANGELIZADA par vote de 700 Lite do infacia arabe (a0 redor de 750) EVANGELIZADE de 600 2 750, [6 ] As novas invasées (séculos IX e X) tan tee eg Branson tg a, 2000 a.C. One A Europa feudal: politica e economia A sociedade feudal reunia uma série de instituigées e prati cas anteriores ao perfodo, mas que s6 a partir do século XI pas- saram a formar um conjunto coerente ¢ predominante na Europa ocidental (= Politicamente, era caracterizada pela fragmentacao do poder piiblico: cada grande detentor de terras exercia um papel quase monarquico em seus dominios (+ Os reis, sucessores dos monarcas germAnicos, continuavam a existir, mas tinham po- deres efetivos somente sobre extensGes limitadas dos reinos | =~. No aspecto econdmico, estreitamente ligado ao politico, predo- minava a agricultura; assim, tinha poder econémico e politico quem tinha a posse de vastos territ6rios. Quanto mais terra alguém possuisse, mais parcelas dessa terra (feudos) poderia ceder em troca de servico militar (vassalos) (= Gada uma dessas parcelas era habitada e cultivada por campo- neses dependentes (servos) {> | que entregavam parte signifi- cativa de sua produc&o ao nobre local t=". Essa organizacao social conseguiu impedir as invasdes estran- geiras ¢ alcancar certa estabilidade interna. As inovagies na téc- nica agricola | = |, o aumento da producao t = eo crescimento populacional [s2) — no se sabe qual fenédmeno desencadeou ‘0 outro — passaram a fazer pressdo sobre os europeus. Por quase dois séculos, buscaram obter novas terras para o cultivo, para abrigar 0 excedente demogrifico ¢ para ampliar o comércio. Junte-se a isso o forte desejo dos cristéos ocidentais de conti- nuar peregrinando a Jerusalém — o que os turcos os impediam de fazer desde 1078 — e teremos as condigdes que provocaram as Cruzadas (>). Por dois séculos (1096-1270) esses movimentos religiosos- militares tentaram conquistar para a cristandade latina o Oriente ‘Médio muculmano. Paralelamente, com 0 mesmo espirito, ocor- reram a Reconquista Crista da peninsula Ibérica e a Marcha para o Leste dos alemaes sobre a Europa Oriental eslava [= Em suma, a Europa feudal conhecia um momento de expansio territorial e econdmica que teria profundas repercussdes. [40 orgamento de um senhorio Orgamento total (em tras) Detalhe do orgamento em porcentagem Recetas i Dospesas ‘ a a, ‘ AS. ws PES [1] Um castelo medieval uanysaconeen @ inane 2) ao io @ Ta tniga Olea @ romper tnt @ conmeoreies "G3 ron ac pel @ comaemape Pepsin © wnt @ sous © pov @ rouse Oiweitemins ia teecad @ row @ tomar ingto (eens @ tretwocsa @ Enlace [6] Exemplo de rotagao trienal HE 90. vero Cereals primaves| (ave 0 cbvaaa) impose ceninnos [10) 0 crescimento demografico Palses ‘Anos (segnds ote stun) 1000 1100 1200 1300 hia 50 575 725100 | Aemanha 5 40 80 Holanda 04 08 Belgica Luxemburg 04 08 09 Suiga 04 08 Frange 775 105 Inglterae Gales 25 Espana Portugal Totaie [£7 Trabalhos camponeses B a ——— i cys iti IB cis cass cL oie csr orem [Twn 7% Finns cones de propio eX! Ears ES A Europa feudal: religiio e cultura um tratado ingle i é ‘sobre a pobreza © 0 O crescimento demogréfico-econémico-territorial que a Eu- Pareto ropa conheceu desde meados do século XI influenciou a visio " faziam os frades de mundo dos homens da época. No que diz respeito & religiaio, Seaninle cereiiars franciscano). ‘ocorreram dois importantes fenémenos. O primeiro no plano institucional, com a Igreja, definindo de forma clara e indiscu- tivel sua organizacao interna (parocos, bispos, arcebispos, car- deais, papa), seus dogmas e suas crencas essenciais (Trindade, Encarnagao, Virgindade de Maria, sacramentos, ete.). A Re- forma Gregoriana (1073-1216), ao procurar purificar a Igreja [21 [= , libertando-a das interferéncias da nobreza feudal, passou a dividir a sociedade em dois grandes grupos opostos, cléricos e leigos C21 segundo fendmeno no plano religioso foi de certa forma uma reagao a essa crescente institucionalizacdo da Igreja. Mui- tos grupos que desejavam uma Igreja mais aberta, menos cor- porativa € nobiliérquica, formulavam interpretacdes do cristia- [7] As universidades medi nismo que se opunham aquelas defendidas pelo clero. Eram as heresias C=. iaeane ‘Outros grupos, embora também eriticos da Igreja excessiva- DAS UNIVERSIDADES mente rica ¢ poderosa, procuravam propor novas condutas scm se afastar da obediéncia ao Papado. O caso mais conhecido mais importante fot o das Ordens Mendicantes (Franciscanos Dominicanos) (= Essa trajet6ria religiosa da Europa feudal teve repercussbes na concepedo e producao cultural. De um lado, a cultura erudi ta dos cléricos desenvolveu, sobretudo no século XIII, uma im- portante teologia-filosofia conhecida por Escoldstica (21 . De ou- tro, a cultura popular dos leigos produziu uma rica literatura em Iinguas locais (verndculas) — cangées de gesta, ciclo artu- riano L=1. No entrecruzamento das duas culturas, a arte ro- ménica (=) (séculos XI-XIl) a arte gética L=1 (séculos XII- XIV) aproveitavam elementos teolégicos e folcléricos, transmi- tindo valores que atingiam praticamente toda a populacio. @ Antes de 1200 e 1200 a 1300 B De 1900 a 1350 io Faculdade de destaque "na universiade [4] Arquitetura romanica e gética e 2 iti i Fl = A Quorela da ‘espritual, na ssquema da arquitetura romanica (notar as paredes realidado, largas e os arcos redondos) e, a direita, da gética (notar as ‘questionava o lugar paredes delgadas onde se colocavam vitrals, os arcos ogivais € da monarquia na ‘08 poderosos contrafortes externos). peers

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