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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS CENTRO DE CIENCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES DEPEPARTAMENTO DE ARTES Instrumentacgado e Orquestracdo Professor Nilton Souza Maceié, 2005 UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS ‘CENTRO DE CIENCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES DEP.DE ARTES DISCIPLINA: INSTRUMENTACAO E ORQUESTRACAO PROFESSOR: NILTON SOUZA ia particularidades nos registros da clarineta: seu registro grave é chamado chalumeau, isso por conta do instrumento que Ihe deu origem (a charamela); seu registro agudo, clarino. O clarone (ou clarineta baixo em Sib) (Fr. Clarinette basse; Ingl bass clarinet; AL bassklarinette; I. clarinetto basso) & um instrumento muito versétil com extensio capaz. de notas bem agudas para um baixo. O instrumento pode conseguir tanto as notas de um tenor, quanto as de um baixo. Vga a figura abaixo com a familia das clarinetas.” o ¢ “ eo SOY eva senna | i 5 a w f \y ° Figura 7: clarineta em Lab: Figura 8: requinta Eh; Figura 9: clarineta ih, Figura 10: clarinets alta Eby Figur. U1 larone Bb, e Figura 12: clarineta contrabaixo Bb. UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS: (CENTRO DE CIENCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES DEP.DE ARTES DISCIPLINA: INSTRUMENTACAO E ORQUESTRACAO PROFESSOR: NILTON SOUZA Existem basicamente dois sistemas para a escrita do clarone: o sistema francés, que escrevemos para o instrumento na clave de sol, uma nona acima do que se ouve, e 0 sistema alemdo, que escrevemos 0 instrumento uma segunda maior do que soa. Veja o exemplo: ‘Onde soa o instrumento: Notagdio francesa: Te é eret Observe que na notagdo alemA. a distancia intervalar de transposicao é de segunda maior descendente, enquanto na notaedo francesa - mais usual, principalmente por conta do instrumento Pertencer a familia das clarinetas (lidas em clave de sol) e usualmente o instrumento poder ser tocado pelo terceiro clarinetista da orquestra — temos uma transposi¢ao ao som real de uma oitava e uma segunda maior. UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS CENTRO DE CIENCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES DEP.DE ARTES DISCIPLINA: INSTRUMENTACAO E ORQUESTRACAO PROFESSOR: NILTON SOUZA Instrumentos de sopro (Os metais (instrumentos de sopro de metal) Para ser destro ao escrever para os instrumentos de metal, deve-se ter em mente todas, quanto possivel, as particularidades desses instrumentos: sua construgZo; por vezes ter conhecimento histérico do instrumento; e a técnica de execu¢o. Dessa forma, 0 conhecimento dos instrumentos de metal ajudaré ao estudante de orquestrago a entender certas particularidades que somente 0 contato com o instrumento ou uma séria pesquisa sobre o assunto podera elucidar. © fato do uso, em certos periodos, de instrumentos de metal que s6 eram capazes de ‘executar os harmSnicos naturais causou uma demorada evolug3o dos mesmos. As trompas e ‘trompetes naturais, muito presentes nas orquestras clissicas, tinham um efeito especial sobre 0 ‘grupo, porém eram geralmente colocadas a0s pares e, apenas reforcavam a tonalidade, com seus ‘sons harménicos naturais. Desse modo eram necessarias adaptagSes para conseguir tocar outros sons diferentes do da tonalidade da tGnica, por exemplo, poderem tocar no tom da dominant. Somente com a criaglo do sistema de valvulas é que os instrumentos de sopro de metal conseguiram entoar todas as notas do sistema temperado. Na orquestra modema os metais constam de quatro subdivisdes: trompas, trompetes, trombones e tuba Diferente dos instrumentos de madeira, os metais no possuem instrumentos auxiliares (como 0 caso do oboé com o como inglés). ‘As trompas modemas so trompas em Fa, mesmo a trompa dubla (Fé, com rotor para Bb) é escrita para o instrumento em fa. O trompete, por sua vez, ¢ escrito ou para 0 transpositor em Bb (bem mais usado por conta de sua sonoridade mais adaptavel, em volume, as grandes orquestras) ou para D6 (sem transposigo). Os trombones so, geralmente, tenores; podendo chegar a extenséo de baixo. De acordo com o sistema de rotores empregado 20 instrument podemos conseguir um instrumento versdtil, com extenso muito superior ao trombone tenor convencional. A tuba em geral funciona como contrabaixo, embora se encontre a tuba tenor (eufonio) e a tuba wagneriana, que tem 4 sonoridade mais préxima da trompa que mesmo da tuba. Os instrumentistas de metal conseguem produzir sons nesses instrumentos através da vibrag2o de seus labios estimulados por uma coluna de ar por uma boquilha (bocal) em forma de copa, situada na extremidade do instrumento. De acordo com 0 formato da boquilha pode-se ‘conseguir diversos sons nos instrumentos de metal, dos mais graves aos mais agudos. Na figura abaixo veja o formato das diversas boquilhas usadas pelos instrumentos de metal: ‘De acordo com o tamanho do tubo colocado aos metais pode- se conseguir 0 diferencial agudo ou grave. Dessa forma chegamos aos diversos grupos da familia dos metais: —trompetes, —_trompas, i ‘ : trombones ¢ tuba. | tn | Embora os metais, a partir a a ul do século XIX, conseguiram Toor Trompe ie merfeigoamento em relago a0 - sistema de valvulas e pistdes, alguns de seus harménicos soam como desafinados mediante a nossa escala temperada S80 os harménicos de nimero 7, 11, 13 ¢ 14 (partindo da fundamental D6: si bemol, f4 sustenido, lé e la sustenido, respectivamente). Porém essa afinagdo pode ser corrigida com a ago correta dos labios do executante, isso dentro de pequenos limites de afinac3o. Existem também outros meios para “ UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS CENTRO DE CIENCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES DEP-DE ARTES DISCIPLINA: INSTRUMENTACAO E ORQUESTRACAO PROFESSOR: NILTON SOUZA. melhorar a afinago dos metais que é 0 uso da mao na campana, como acontece com a trompa, além dos recursos de afinagdo dos mesmos. E importante salientar que a afinagSo dos meiais no é absoluta ¢ esta passivel de mudangas através dos labios do executante ou de outros mecanismos colocados no préprio instrumento. A extensao de um instrumento de metal esta relacionada ao tamanho do tubo que 0 mesmo possui. Quanto maior a extensao do tubo mais grave sto os sons conseguidos pelos metais: e quanto mais curto, mais agudos so os sons conseguidos. De acordo com o nivel de execucdo do instrumentista e sua experiéncia, pode-se chegar a uma série de 16 sons harménicos para cada posigao. No periodo classico, como j4 vimos anteriormente, a trompa e 0 trompete s6 tocava sons hhamménicos sobre a fundamental em que estavam afinados. Essa afinago era completada com a adigdo ao instrumento de diferentes tipos de tubos, conhecidos como cilindros, uma operago que requeria bastante tempo; portanto os compositores da época tinham que pensar nesses fatos antes de escrever suas pegas. Outro mecanismo muito usado, desde 0 séc. XV é 0 que conhecemos como mecanismo do trombone de vara, ou seja, o principio de trocar o tamanho do tubo sobre a afinagdo de sete fundamentais. Veja 0 quadro abaixo para + x © = melhor entender esse mecanismo: Podemos observar as posicdes ¢ es suas fundamentais. Esse mecanismo os ganhou maior versatilidade com a adi¢a0 de rotores que permitiram que 0 trombone tenor (foto ao lado) pudesse aumentar a sua extensiio e melhorar a execugdo do instrumento, uma vez que 0 sistema de rotores permite ao instrumentista tocar a mesma nota em varias posi¢des. S80 sete as posiedes do trombone, nas trompas e trompetes e tubas, com o mecanismo de valvulas e pistes também so sete as posigdes, como se, na verdade, fossem sete trompas (ou trompetes, ou ‘tubas) inseridos em apenas um instrumento, As valvulas dos instrumentos de metal foram inventadas no comego do século XIX, mas tardaram muito a ser aceitas pelos misicos de orquestra. Somente depois de 1850 houve 0 desejo de sua admissio nas orquestras. O sistema é simples, acionando uma vélvula do instrumento, tem-se um aumento instantneo do tubo, tornando o som mais grave. Esse processo era feito anteriormente com a troca ou acréscimo ‘manual de tubos ao instrumento. O sistema basico de digitag3o desses _instrumentos possui trés vélvulas: a primeira aumenta ° tubo ao correspondente de um tom: a segunda, aumenta meio tom; ea terceira aumenta o tubo a0 equivalente a um tom e meio Por isso é que justamente a terceira valvula ¢ a mais desafinada dos instrumentos de sopro de metal. Por conta dessa imperfeiggo —acistica. os. modemos instrumentos de sopro (principalmente os trompetes) possuem chaves que permitem a regulagem dessas desafinagies. tint vitals ders UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS. CENTRO DE CIENCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES DEP.DE ARTES DISCIPLINA: INSTRUMENTACAO E ORQUESTRACAO PROFESSOR: NILTON SOUZA. (0s bons missicos de metal sabem que as indicagbes dindmicas no tém um valor absoluto e sim relativo. Pois sabem que a intensidade sonora dos metais extrapola aquela que ¢ indicada as cordas, por exemplo; e no podem competir com a delicadeza das cordas ou do piano das madeiras. ‘Um modo de diminuir, ou tomar mais suave o som dos metais, é 0 uso da surdina. Ela é adaptavel a todos os metais, menos a trompa que se usa a mao como abafador. Muitas das surdinas para metais s80 usadas apenas na misica popular (misica ligeira), e raramemte temos usos “orquestrais das mesmas. Na hierarquia da partitura, a trompa se situa acima dos trompetes, abaixo dos fagotes. Se forem quatro trompas se usa dois pentagramas com duas trompas em cada. Os trompetes podem ser colocados até em mimero de trés, desde que a partitura detenha ritmos compativeis entre si. Se acaso esses ritmos forem diferentes e dificultarem a leitura, deve-se usar outro pentagrama para o terceiro trompete. primeiro e segundo trombone pode ser colocado em um s6 pentagrama, geralmente em clave de tenor (clave de Dé na quarta linha). O terceiro trombone pode ser colocado no mesmo pentagrama da tuba (trombone baixo, em clave de Fé) No quadro"® abaixo temos uma referéncia da sonoridade dos instrumentos de metal em seus diversos registros: © sistema de valvulas possui sete posigées como no trombone. Essas posigdes sto conseguidas com a combinagio das vélvulas do instrumento. Veja, no quadro abaixo, como "Qua eid doi Principios de Orguestracion, de Nicolas Rimshy ~ Kosakv. UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS CENTRO DE CIENCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES DEP.DE ARTES DISCIPLINA: INSTRUMENTACAO E ORQUESTRACAO_ PROFESSOR: NILTON SOUZA A familia dos metais A trompa (Fr. Cor; Ingl. horm; AL korn; it, Corno) surgiu na Franca, por volta de 1650 como desenvolvimento da srompa de caga (Fr. Cor de chasse; Ing hunting horn; AL Jagdkora; It. corno da caccia) que, por sua ver, se originou dos primitives instrumentos feitos com cchifres de animais. A trompa natura (Fr. Cor simple; Ingl. natural horn; AL waldkorn; It. corno naturale), dessa época, ou seja, a trompa sem valvulas, que tem um desenho dos séculos XVII € XIX. Esse instrumento poderia ser transportado para diversas tonalidades, as mais usuais eram: si bemol alto; la 14 bemol; sol; fa; mi; mi bemol; ré; d6 ¢ si bemol baixo. Isso era possivel devido a ‘roca de cilindros de varios tamanhos que eram ajustiveis a trompa natural. Veja o desenho abaixo: Embora a trompa modema, ‘com valvulas, por sua facilidade para tocar diversas passagem sem precisar do aparato de troca de cilindros, tenha ganhado 0 espago da trompa natural, muitos compositores a uusaram depois da consagrac3o da trompa com vélvulas na orquestra. Brahms, Berlioz e Rimsky-Korsakov sfo bons exemplos de compositores (que usaram a trompa natural em suas orquestragbes, Por outro lado, o desenvolvimento técnico da trompa com valvulas em Fé, permitiu que esse instrumento adquirisse respeito e gosto pelos grandes compositores. Seu uso, no periodo romantico, foi bastante explorado e sua funcdo cresceu dentro da orquestra. ‘A sua evolugo nao tardou por encontrar meios para aumentar a sua extensio e ampliar sua utilidade na orquestra. Em principio eram passaram a ser utilizadas dois tipos distintos de trompa: a trompa em fi ¢ a trompa cm Si bemol, que poderia emitir os sons mais agudos do instrumento. essa necessidade surgiu a trompa dupla (em Fé, com rotor que a transpée a Si bemol). ‘A trompa dupla, para os instrumentistas ¢ considerada um s6 instrumento, mesmo sabendo se tratar de dois. A musica para esse instrumento ¢ escrita em F4, mesmo que seja executada em si bemol. A eleigo de qual o modo melhor de executar & do interprete e niio esté colocada na partitura. Sua extensio média € de duas oitavas e rope tm Sih ‘uma quinta. eer ‘Apenas instrumen- . tistas cexperientes conseguem 0 sons mais agudos desse instrumento com uma boa afinag’o; os sons graves também exigem ‘técnica e preciso. ‘Ao lado podemos observar a diferenca no ~ niimero de cilindros entre a trompa em Fa ¢ a trompa dupla (Fa e Sib). Hoje, por sua versatilidade de execugso compe spe cm romp pla cm fi 0 Si UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS, CENTRO DE CIENCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES DEP.DE ARTES DISCIPLINA: INSTRUMENTACAO E ORQUESTRACAO PROFESSOR: NILTON SOUZA das mais dificeis passagens do repertério sinfSnico, a trompa dupla tem espaco dentro da orquestra. O trompete (Fr. Trompette; Ingl. trumpet; Al. trompete; It. Tromba), é 0 mais agudo entre 05 instrumentos de metal. Originou-se, provavelmente, no Egito Antigo, no II milénio antes de Cristo, tendo adquirido importancia como instrumento musical a partir do século XVII, ao ser introduzido na orquestra. Assim como a trompa, o trompete - do século XVIII — era fabricado em diversos tamanhos ¢ se podia mudar a afinagio com a troca de cilindros. Veja abaixo um desses instrumentos: O tompete modemo é um instrumento transpositor. Devido a0 uso de diversos trompetes, principalmente no periodo clissico, esse instrumento ganhou uma grande heranga no que toca a transposig#0. So em média oito tipos diferentes de trompete, cada qual ‘com suas particularidades timbricas. Abaixo temos uma relago da nota escrita com a sonoridade dos diversos tipos de trompete. Nowescita Somsotonpaeen:? Fa Mi Mb REDD SiS eld O trompete, em relacao a sua classificagao dentro da familia dos metais, corresponde a0 soprano. Sua grande extensio (do Fa sustenido 2 a0 Dé 5, podendo ainda ser explorado o seu superagudo) permite que no Quinteto de Metais, tenhamos 1° e 2° trompete. Desempenha papel parecido ao dos violinos, no quinteto de cordas. Quanto @ extensio, foi no periodo barroco que no trompete foram exploradas as suas possibilidades agudas, compositores como J. S. Bach, usaram o chamado registro clarino (ou piccolo) do trompete. Porém, no periodo Clissico, 0s compositores escreviam pouco para trompete e evitavam, em sua extensio, notas acima do sol 4. ‘A versatilidade e facil execugSo de notas em staccato e a agilidade nos golpes de lingua duplo e triplo; permite 20 instrumento destaque dentro do grupo dos metais, quando se quer conseguir efeitos em trechos de muito movimento, como na sinfonia N° 5 de Gustay Mahler. Presta-se ao toque de melodias, conseguindo expressividade desde os pianos aos fortissimos. ‘Como solista, o trompete foi usado com maestria desde 0 auge do periodo classico aos dias atuais. Por exemplo, citamos 0 ‘concerto para trompete em Mib que tem data de 1796. A pega é 0 ‘iltimo concerto de Joseph Haydn e a sua tltima partitura uramente orquestral O mesmo foi escrito para o trompetista hu ‘Anton Weidinger da corte de Viena que tinha inventado um UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS CENTRO DE CIENCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES DEP.DE ARTES DISCIPLINA: INSTRUMENTACAO E ORQUESTRACAO PROFESSOR: NILTON SOUZA trompete de chaves capaz de tocar em duas oitavas de maneira pura e rigorosa todos os graus da escala cromatica. Weidinger interpretou pela primeira vez esse concerto em Viena. Por conta da versatilidade do seu trompete, outras peras foram compostas — em particular 0 concerto para trompete de Hummel, de 1803. Nos dias atusis o trompete usado pela orquestra ou é em Sib ou em Dé, geralmente dotado de um mecanismo a pistes, para a mudanga das notas. Na verdade esse mecanismo funciona como se fosse sete trompetes em apenas um; a cada combinago de valvulas pode-se ter um novo ‘rompete, com sua série harménica respectivamente, Dessa forma o trompete possui varias falhas ‘quanto 4 afinagdo natural de cada harménico. 0 uso melédico de alguns harménicos do trompete é desaconselhado devido a sua duvidosa afinagdo. As notas provindas da combinae3o com a terceira vilvula so as mais desafinadas Embora © instrumentista possa usar os labios para corrigir essas desafinagdes, existem recursos, como os gatilhos acionados com os dedos da mio esquerda que ajudam a afinago das vAlvulas um € trés. Evitam-se as posigdes correspondentes a0 sétimo harménico (Si bemol, na primeira posic0, Por exemplo) por ser desafinado em todas as posigdes e nfo haver recurso, seno a experiéncia do ‘misico, para a sua correcdio, ‘Veja no quadro abaixo a relagdo dos harménicos do trompete em cada uma das sete posigdes, do primeiro ao sétimo harménico: Harmonicos em cada posigo r 2 z 4 x e P is = Valvula o00 os aoe cee ebe woos O trombone (Fr. Trombone; Ingl trombone; AL Posaune; It trombone) surgiu provavelmente na Franga, a partir de modificagies introduzidas no trompete. Sua principal caracteristica so as varas, que controlam a emisso e altura dos sons. Foi introduzido na orquestra por Beethoven e tratado como solisia por muitos outros compositores. Existem basicamente dois tipos de trombone: de vara e a pistdes. Os trombones 2 Pistes no sdo usados nas orquestras, embora consigam execugdes invidveis aos trombones de vara. Com as novas tecnologias ¢ com 0 intuito de melhorar a execupSo dos trombones foram ctiados mecanismos (somo os da trompa dupla) que permitiam ao instrumentista execugdes mais faceis. Dessa forma colocando rotores poder-se-ia transpor, automaticamente, o trombone Si b a F4, (trombone tenor-baixo) 0 que the aumentaria a extenso a uma quarta justa inferior e facilitaria a execugdo de passagens répidas. Ainda quanto a execugo deve-se ter prudéncia ao escrever para o trombone tenor passagens rapidas, tendo em vista a troca de posigBes: quanto mais grave 0 trecho, mais longo deve ser 0 tempo para a troca das posigdes, usar notas mais longas; quanto mais agudo, mais rapido poderd ser executado, uma vez que as notas agudas podem ser tocadas em mais de uma posicao. 0 trombone apesar de ser em Si b no é considerado instrumento transpositor. Isso se da devido a transposiggo ser feita no proprio instrumento: a primeira posigS0 corresponde as notas escritas Si b — Fa— Si b ~ Ré, ete. ‘Se fizéssemos a correspondente relago com o trompete Si b que, em sua primeira posigo, as notas sdo transpostas, temos: Dé - Sol - Dé — Mi, etc UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS: CENTRO DE CIENCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES DEP.DE ARTES DISCIPLINA: INSTRUMENTACAO E ORQUESTRACAO PROFESSOR: NILTON SOUZA As claves usadas pelo trombone tenor so as de Fa quarta linha e Dé na quarta linha (clave de tenor). Esta somente é usada quando as notas agudas do instrumento ultrapassam duas linhas suplementares. Suas notas soam como esto escritas, sem transposi¢do. ‘Ao trombone so aplicadas as mesmas posigdes do trompete, em numero de sete. Embora tenha grande extensio (nota mais grave Mi | a aproximadamente 0 Ré 4), 0 uso orquestral de seu registro agudo ¢ feito com bastante prudéncia, haja vista ter na orquestra a trompa e 0 trompete, que soam com bem menos esforgo nas notas agudas do que o trombone. ‘Além do trombone tenor, é usado na orquestra, o trombone baixo (tenor-baixo) em Si b com ‘um rotor que 0 transporta a Fi. Com esse recurso, esse trombone, geralmente, faz dobramentos melédicos com a tuba. O seu calibre é bem maior que 0 trombone tenor, devido a necessidade de sons graves com maior qualidade. Quando no instrumento esté acionado 0 rotor (portanto em Fa), por conta da distancia entre as notas so conseguidas apenas 6 posigdes, a sétima é conseguida com © recurso acionando a vara de Mi, Veja no quadro abaixo a escala grave realizada em um trombone baixo e suas posigdes correspondentes: Trombone tenor ‘Trombone baixo coma vara nota pedal do de Mi. trombone tenor Bb vwuWwvuwin mw vw ‘A vara de mi corresponde, na verdade a um outro rotor, dessa forma o trombone baixo é um triplo instrumento com uma extensio extraordinaria. Atuba (Fr., Infl, AL, It, taba) em Dé, & 0 contrabaixo da familia dos metais. A sua leitura 4 feita na clave de Fé 4" linha, embora ouve-se uma 8* abaixo do que esti escrito. E considerada instrumento transpositor. No convém ao instrumento passagens ripidas nem saltos de mais de oito graus. A tuba ¢ dentre os instrumentos de metal aquele que menos aten¢o tem dos compositores. Quando uma partitura exige, uma tuba, imediatamente o regente ha de procurar entender a que tipo de tuba a partitura se refere. Existem varios tipos de tuba que podem ser usados na orquestra: tuba tenor (em Sib); a tuba orquestral em Fé: a tuba baixo em Mib; as tubas wagnerianas (Sib e Fa); € a tuba contrabaixo, em Sib e Dé. UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS oy CENTRO DE CIENCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES DEP_DE ARTES DISCIPLINA: INSTRUMENTAGAO E ORQUESTRAGAO PROFESSOR: NILTON SOUZA Instrumentos de Percussio Os instrumentos de percussio so instrumentos basicamente ritmicos. Seu som & produrido por vibrapbes transversais numa membrana estendida sobre uma cavidade ressoante ou ‘em corpos sélidos. Existem dois grupos: os de som determinado e de som indeterminado, Os de som determinado podem ser capazes de reprodurir notas musicais, como os timpanos, carrilhdo, xilofone, celesta, glockenspiel, marimba e vibrafone. Os de som indeterminado n3o produzem notas e sim ruidos: triangulo, pratos, caixa, bombo, pandeiro, tanta, castalholas, ag0g®, chicote, etc. entre os instrumentos de percussdo da orquestra, destacaremos os mais usados Instrumentos de som determinado: Os Timpanos (Fr. Timbales; Ingl Kettledrums; AL Pauken; It. Timpani) sto indispensaveis & orquestra, Foi introduzido em 1670, pelo compositor francés Lully. Na orquestra modema sto utilizados quatro tamanhos de timpano. Eles podem ser combinados aos pares, trios, etc. de acordo com a necessidade do compositor. Os timpanos possuem um sistema de pedais que permitem a mudanca das _notas durante uma pega musical. Sdo afinados em quartas ou quintas. De acordo com o tamanho do ‘impano, pode-se conseguir notas mais graves, ou mais agudas.. Veja o exemplo O Carrithéo (Fr. jeu de timbres, carillon; Ingl. e AL Glockenspi [t. campanelli) —éum_ conjunto de Himinas ou tubos dispostos numa armagao e percutidos por uma espécie de martelo, 0 carrithdo aperfeigoou-se e difundiu-se no século XVI. A extensio das notas varia muito, ndo che- gando a alcangar mais de 2 oitavas. Possui sons diaténicos e cromitticos. Escrito naclave de sol, 0 que € tocado soa uma oitava acima do que esta escrito. Sons escritos: do sib 2 a0 dé 5. | Sinos Tubulares UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS CENTRO DE CIENCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES DEP.DE ARTES DISCIPLINA: INSTRUMENTAGAO E ORQUESTRACAO, PROFESSOR: NILTON SOUZA ‘A percussio também pode ser feita por mecanismo de teclado, revebendo ento o nome de ‘celesta. Nesta, as teclas acionam martelos que percutem ldminas metilicas, produzindo um som limpido A Celesta (Fr. celeste; Ingl, AL. e It. celesta) é um instrumento de teclado parecido com um pequeno piano-armatio. Os sons so produzidos por laminas de ago acionanas por marteletes. O instrumento no deixa de ser uma variag3o dos Sinos (gloken), por extensio podemos consideri-lo descendente do glockenspiel (carrilhao). Xilofone (Fr. Xylophone; Ingl. xylophone; AL. xylophon; It. Xilofone, silofono) & formado pot laminas de madeira de tamanhos variados, dispostas em fileiras horizontais, seu alcance varia de modelo para modelo. Os maiores afingem 4 citavas, a partir do dé médio. E Percutido por meio de 2 baquetas, obtendo-se trinados, trémulos, arpejos € repeticdo répida de uma mesma nota. © xilofone soa uma oitava acima do que estA escrito. Sua técnica de execugdo ¢ similar ao carrilho. ‘A extensio do xilofone esti de acordo com 0 tamanho do instrumento, como segue: Formas variantes do xilofone sio o glockenspiel, o vibrafone e a marimba. Derivado provavelmente do glockenspiel, 0 vibrafone surgiu por volta de 1920. Possui laminas de ago vibradas por martelos também de metal. Sob cada Iimina, hd um ressonador operado eletricamente, que amplia e confere maior nitidez a0 som. Possui timbre doce e aveludado. J4 a marimba, de origem africana e desenvolvida na América Central, é um instrumento usado sobretudo pelas orquestras tipicas populares de alguns paises centro- africanos. Integra, por vezes, 0 aparato percussivo das orquestragdes de alguns compositores, ‘contempordneos. Seu timbre ¢ um pouco mais grave que o do xilofone. Os instrumentos derivados do carrilhio so executados com baquetas de extremos arredondados. Pode-se conseguir executar passagens mel6dicas, duos e até acordes, por conta de se poder tocar com até quatro baquetas ao mesmo tempo. Embora 0 som desses instrumentos no possa ser considerado expressivo, por ser bastante seco, cortante e por ter pouca ressondincia alguns instrumentistas conseguem obter um alto grau de virtuosismo. at LUNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS CENTRO DE CIENCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES. DEP.DE ARTES DISCIPLINA: INSTRUMENTACAO E ORQUESTRACAO PROFESSOR: NILTON SOUZA Vibrafone Instrumentos de som indeterminado: 0 Trianguto (Fr. triangle; Ing. triangle; AL. trianget; It. triangolo) é 0 menor dos instrumentos de orquestra, consiste numa vareta de ferro dobrada em formato de triangulo. E percutido com uma ‘aqueta também de ferro. Os sons emitidos, sempre agudos, podem ser curtos ¢ isolados ou formar ‘uma cadeia semelhante A do trinado, provocada por batidas répidas e sucessivas. ‘Conhecido na Europa no século XIV, s6 foi empregado na orquestra a partir do século XVII, por Mozart. s pratos (Fr. cymbales; Ingl. cymbals; AL Becken; It. piati, cinelli) so derivados dos cimbalos, discos metalicos usados no Egito Antigo, foram introduzidos na Europa durante a Idade Média. Medem cerca de 50 cm. de didmetro e so percutidos com uma vareta ou chocados um contra 0 outro, podendo enti produzir uma sonoridade que se sobrepée a toda a orquestra Quando executados pelo mesmo instrumentista que toca os timpanos, um dos pratos pode ser fixado a um suporte, fazendo-se que 0 outro caia sobre ele, por meio de um pedal. Os pratos foram introduzidos na orquestra sinfnica no século XVII, por Cluck. Entre os romanticos, o seu uso se popularizou. (0 Bombo (Fr. grosse caisse; Ingl bass dram; AL grosse Trommel; It. cassa, gran cassa.) conhecido também como grande tambor, constitui-se de uma caixa circular de madeira ou folha de ferro, coberta na parte superior e inferior por uma pele esticada, apertada nas extremidades por parafusos de pressio. Distingue-se da caixa pelo tamanho, pois é muito maior, e por ser executado em posig20 horizontal. E percutido por uma baqueta denominada “maceta”. Caracteristico das bandas militares, fo introduzido na orquestra sinfnica por Mozart, em meados do século XVII. ‘Assim como os timpanos e 0 bombo, a caixa (Fr. caisse, tambour; Ingl drum; AL Trommel; It. cassa, tamburo) é um instrumento da familia dos tambores. Surgiu no século XV, como um desenvolvimento do tamborim, muito utilizado nos regimentos medievais de infantaria. De formato cifindrico, feita de lato ou madeira, é revestida de pele de vitela, geralmente apertada por parafusos que regulam o som. Hi dois tamanhos: = um maior e mais fundo, com sonoridade mais opaca; ~ outro, menor, é circundado por cordas metilicas, que the do sonoridade mais viva e brilhante. UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS CENTRO DE CIENCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES DEP.DE ARTES DISCIPLINA: INSTRUMENTACAO E ORQUESIRACAO, PROFESSOR: NILTON SOUZA, Ambos slo percutidos com uma ou duas baquetas de madeira ou com uma escova de arame, quando se quer obter efeitos especiais. Instrumento caracteristicos das bandas militares. A caixa assou a integrar efetivamente a orquestra sinfSnica, a partir do Romantismo. Bombo Caixa Prats. O Pandeiro (Fr. tambour de Basque; Ingl tambourine; AL Schellentrommel, Tamburin; It. tamburo basso, tamburino) é Originério do Oriente Médio e constitui-se de um arco de madeira, ‘com ou sem guizos, tendo uma pele esticada na parte central. E agitado com uma das mios ou Percutido. Muito utilizado na misicas folclorica de alguns paises. Também é chamado de Spandeireta” © Tan-tan ou gongo chinés (Fr., Ingl, AL. e It. tamtam) é de origem oriental e constitui-se de um disco metilico, geralmente de bronze, suspenso, que se faz vibrar, batendo-se com uma baqueta ou martelo, sobre as extremidades ou no centro. Produz som forte e de altura indefinida. Foi introduzido na orquestra sinfonica em fins do século XVID. Sendo mais utilizado pelos compositores contempordneos, geralmente em momento de climax ou para sugerir desespero. As castanholas (Fr. castagnettes; Ingl. castanets; AL Kastagnetien; It castagnette) é também de origem oriental, provavelmente fenicia, AS castanholas se disseminaram pela Espanha, transformando-se em instrumento tipico do pais. Constitui-se de duas pegas de madeira, marfim ou ébano, em formato de concha, unidas por uma fita ou cordio, que o instrumentista enrola entre os dedos, © som 6 produzido, percutindo-se uma contra a outra. Comum nas orquestragdes de compositores espanhiis. Instrumentos que compem eventualmente a orquestra A harpa (Fr. harpe; Ingl. Harp; Al. Harfe; It. arpa) é um dos instrumentos de corda mais antigos, a harpa jé era usada pelos egipcios no século IT antes de Cristo, em forma semelhante & ‘tual. Trazida para o Ocidente na Idade Média, foi introduzida no século XV nas cortes reais UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS CENTRO DE CIENCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES. DEP.DE ARTES DISCIPLINA: INSTRUMENTACAO E ORQUESTRACAO PROFESSOR: NILTON SOUZA européias. Em meados do século XVI, fabricantes tiroleses acrescentaram & harpa um dispositive mecénico que, acionado pelas mos do intérprete, elevava a altura das notas em meio-tom. Por volta de 1720, 0 alemio G. Hochbruker construiu um modelo com pedais acoplados 4 base do instrumento, permitindo a alterago das notas em meio ou um tom. O moderno mecanismo com 7 pedais, correspondentes as sete notas, foi criado pelo francés Sébastien Erard e recebeu seus ‘times retoques em 1820. ‘A harpa utilizada nas orquestras sinfonicas atuais contém cerca de 46 cordas press a uma armagao triangular. Seu registro abrange seis oitavas e meia (dé bemol 1 ao sol bemol 6). Usada como instrumento solista por alguns compositores, foi amplamente empregada na orquestra sinfnica por uma gama interessante de compositores. O Piano (Fr. piano; Ingl. piano; AL. Klavier; It. pianoforte) foi muito utilizado por alguns ‘compositores contemporéneos como instrumento de percussio. O piano (0 mais versatil dos instrumentos) é, na verdade, um instrumento de cordas percutidas, munido de, um maquinismo e de uma grande caixa de ressonancia. O maquinismo ¢ 0 complexo aparelho que faz vibrar as cordas © se compse, basicamente, de teclas, escapes, martelos, abafadores e pedais. O som é produzido pela presso das teclas, que acionam martelos de madeira recobertos com feltro, que, por sua vez, ercutem as cordas. O principio essencial do mecanismo do piano é a independéncia do martelo em relago as teclas. Depois de percutir a corda, o martelo afasta-se, para que cla possa vibrar, mesmo que a tecla ‘continue a ser pressionada. Esse dispositive é denominado “duplo escapa” e permite a repetigo de uma mesma nota quantas vezes for necessiirio. Os abafadores (feltros que recobrem os martelos) servem para impedir a mistura dos sons. piano € dotado de dois pedais: = 0 direito, mais importante, quando pressionado, permite que as cordas permaneram vibrando, mesmo que se retirem os dedos que pressionam as teclas; =o esquerdo, denominado “surdina”, tem por funcd0 diminuir o brilho da sonoridade. E um dos instrumentos de maior extensBo (sb é excedido pelo 6rg80), seu registro estende-se por 7 oitavas e um quarto. Indo de 142 a d67. Atualmente, existem dois modelos basicos: 0 piano de armario, com cordas verticais e 85 teclas ¢ 0 de cauda, com cordas horizontais ¢ 88 teclas. © antecedente do piano é 0 clavicérdio, que apareceu no século XV, mas a primeira referéncia a0 piano foi publicada em 1711, por motivo de sua apresenta¢3o 20 piblico por seu inventor Bartolomen Cristofori, em Florenga. Neste mesmo século, foi aperfeigoado por Silberman ¢ Stein, na Alemanha, que introduziram os pedais e 0 mecanismo de escape. No século XIX, com 0 aparecimento das grandes salas de concerto, que exigiam ampliago da sonoridade, o instrumento adquiriu sua forma definitiva A literatura propriamente pianistica se iniciou com Muzio Clementi, em 1773, com algumas sonatas. Mozart e Beethoven ampliaram as potencialidades do piano, abrindo caminho para os ‘expoentes do Romantismo. No século XIX, atingiu o apogeu de sua popularidade, com Schubert, ‘Schumann, Chopin e Liszt. ‘Tratado geralmente como instrumento solista, também foi empregado em miisica de cémara , mais raramente, integrou a massa orquestral UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS CENTRO DE CIENCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES DEP.DE ARTES DISCIPLINA: INSTRUMENTACAO E ORQUESTRACAO PROFESSOR: NILTON SOUZA. Evolugdo da Orquestragio ‘A modema orquestra sinfonica representa a culmindncia do desenvolvimento da musica ocidental em quase cinco séculos. Nesse tempo ela passou por inimeras mudancas e teve varias dimensdes, desde as 36 figuras reunidas por Monteverdi, no comego do século XVII, para 0 acompanhamento da épera Orfeo, até os enormes conjuntos organizados por Wagner e outros, no final do século XIX, com centenas de integrantes. ‘A orquestra ¢ um conjunto musical tipicamente ocidental de cuja formagao participam instrumentos de cordas, sopro e percussio organizados em naipes, ou seja, subgrupos compostos or instrumentos iguais ou da mesma familia. O objetivo da instrumentago na orquestra ¢ a fus’o dos elementos aciisticos e timbristicos, 0 que resulta em gigantesco instrumento homogéneo, ‘Sob a diregao de um regente, a orquestra executa sinfonias e outras obras instrumentais, além do acompanhamento de dperas, obras corais etc. Em acepgio mais ampla, o termo orquestra designa conjuntos de instrumentistas inclusive de culturas ndo-ocidentais, A estrutura padrio da orquestra centraliza-se na seg das cordas subdivididas em primeiros ¢ segundos violinos, violas, violoncelos e contrabaixos. Seguem-se as madeiras: flautas, obods, como inglés, clarinetes, fagotes e contrafagote; os metais: trompetes, trompas, trombones & tuba: ¢ os instrumentos de percussio: timpanos, pratos, sinos, tambores, pandeiro, xilofone, celesta € outros. Com frequéncia so acrescentados piano, harpa ou érgio. As diferentes intensidades sonoras dos instrumentos so compensadas por sua posicgo em relagio ao auditério. ‘Na concepeo medieval os instrumentos deveriam tocar sempre em grupos homogéneos, ou seja, compostos de instrumentos de mesma familia. De fato, isso somente acontecerd a partir do século XVII quando se passou a combinar timbres distintos. Monteverdi ¢ historicamente considerado 0 criador da orquestra, porém 0 conjunto que formou para acompanhar suas dperas, composto por cordas ¢ teclados, pareceria caético atualmente, pois carecia da complementaridade existente entre os instrumentos da orquestra moderna. Novas experiéncias que associavam timbres diferentes levaram a formago de conjuntos integrados por um exemplar de cada tipo de instrumento. As cordas de arco (violino, viola, violoncelo) foram as tinicas que se mantiveram coesas mesmo durante esse periodo. ‘As primeiras organizagdes orquestrais no sentido atual surgiram por acréscimo de sopros a um nucleo formado pelas cordas. Assim, por volta de 1670, na Franga, Jean-Baptiste Lully colocou 0s violinos no centro e utilizou também instrumentos de sopro, principalmente madeiras. A mesma formagao foi usada posteriormente por Vivaldi, e 0 oratorio Sedecia, de Alessandro Scarlatti, também a empregou em 1706. O papel de solista desempenhado por cada naipe tomou-se caracteristico da orquestra barroca Mesmo para as grandes obras corais e cantatas, Bach sé tinha & disposigfo 18 miisicos. A expressividade e 0 colorido timbristico de sua orquestra certamente produzia efeito muito diverso da sonoridade grandiosa das orquestras sinfonicas hoje utilizadas na execugao da Matthauspassion (1729; Paixo segundo so Mateus). Haendel, alemao radicado em Londres, onde encontrou ambiente mais exigente, reforgou muito a sepo de sopros e chegou a utilizar quarenta ou cingiienta instruments em Music for the Royal Fireworks (1749; Misica para 10s reais fogos de arificio). ‘A orquestra do classicismo vienense foi criada por volta de 1755, em Mannheim, por Johann Anton Stamitz, Franz Xaver Richter, Christian Cannabich e Ignaz Holzbauer. Tomou-se célebre pelos efeitos dindmicos (aumentos e diminuicdes progressivos da intensidade sonora), entdo UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS CENTRO DE CIENCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES DEP.DE ARTES DISCIPLINA: INSTRUMENTACAO E ORQUESTRACAO PROFESSOR: NILTON SOUZA novos. Apresentou também uma formagao inédita, com cerca de quarenta integrantes, em que nenhum grupo desempenhava fungo solista. Tratava-se de um corpo homogéneo, como uma ‘miniatura da orquestra moderna. A partir de 1760, Haydn utilizou em suas sinfonias - consideradas as primeiras obras, ‘orquestrais modemas - formago idéntica a da orquestra de Mannheim. O mesmo fizeram Gluck e Mozart em suas Speras, os quais demonstraram, no entanto, certa preferéncia pelo clarinete, ausente em Mannheim. Na épera Die Zauberflote (1791: A flauta magica), Mozart usou também trombones, Beethoven foi o primeiro compositor a levar em conta a instrumentagao durante 0 processo de composigao. Ele proprio afirmou que, ocorrendo-lhe um motivo musical, imaginava-o em determinado instrumento, Sua orquestra ndo se caracterizava por grande massa sonora, mas pela sabia combinaco dos timbres dos seis primeiros violinos, seis segundos violinos, quatro violas, trés violoncelos, trés contrabaixos, duas flautas, dois oboés, dois clarinetes, dois fagotes, duas trompas, dois trompetes e dois timpanos. Ocasionalmente, eram acrescidos instrumentos de sopro: no segundo ato de Fidelio surge um contrafagote; na abertura de Egmont, um piccolo (flautim), ena sinfonia n° 9 foram reforgados todos os sopros e a percussaio. E essa a orquestra sinfonica romAntica usada no século XIX por Schubert, Schumann e Brahms, com aproximadamente 40 a 45 integrantes. A orquestra tomou-se maior e mais variada nas casas de épera. Weber, além de reforgar os fagotes ¢ contrabaixos, aproveitou com felicidade o timbre das trompas em Der Freischutz (1821; O franco-atirador). Suas inovagdes foram utilizadas ampliadas por Meverbeer, que antecipou a grande orquestra romintica de Berlioz e Wagner. Para a Sinfonia fantastica, o poema sinfonico Romeu ¢ Julieta e o Réquiem, Berlioz exigiu uma orquestra de 400 a 450 integrantes, Na pratica, nunca péde obter esse numero de musicos, mas sabia conseguir 0s novos efeitos desejados mediante um aproveitamento inédito dos timbres. E de sua autoria 0 Traité d'instrumentation et d'orchestration modernes (1844; Tratado da modema instrumentagdo e orquestrago), no qual codificou as normas de instrumentag3o para as grandes orquestras. Berlioz exerceu profunda influéncia sobre Liszt e principalmente sobre Wagner, 0 que se revela em Tannhauser (1845), pelo uso dos violinos divididos em quatro grupos, na cena de ‘Venus, e pelo reforgo dos instrumentos de sopro e de metal na abertura A forma definitiva da orquestra wagneriana foi atingida em Der Ring des Nibelungen (1869-1876; O anel dos nibelungos), até mesmo com 0 aproveitamento de instrumentos recém- inventados, como a tuba. So cerca de 110 integrantes: 16 primeiros violinos, 16 segundos violinos, 12 violas, 12 violoncelos, seis contrabaixos, quatro flautas, tré. oboés, um como inglés, trés clarinetes, um clarinete baixo, trés fagotes, dois timpanos, trés trompas, uma trompa baixa, trés ‘trombones, um trombone baixo, cinco trompetes, cinco tubas, oito harpas e percussio. Essa ¢ a formagao ainda hoje adotada nas casas de dpera e orquestras sinfénicas, mesmo para a execucdo de ‘obras de Beethoven. No fim do século XIX, a orquestra voltou a crescer e se aproximou das dimensdes com ‘que Berlioz sonhara. Richard Strauss acrescentou varios instrumentos novos, como 0 oboé baritono, € aumentou o nimero de integrantes. Esse nimero foi pelo menos dobrado por Gustav Mahler, que também utilizou instrumentos estranhos & orquestra, entre os quais a celesta, o drgdo e o bandolim. As Orquestras modernas surgidas no inicio do século XIX, com a intengao de organizagdo de orquestras permanentes, gradualmente se tomaram os centros da vida musical de suas cidades. Entre as mais famosas, podem ser citadas, na Europa, as filarménicas de Viena, Berlim, Londres, Leningrado, Praga e Moscou, a Orquestra do Gewandhaus (Leipzig), a Orquestra do Concertgebouw (Amsterdam) e a Orquestra do Teatro Alla Scala (Milo). Nos Estados Unidos, as sinfonicas de Chicago, Boston, Filadéifia, a filarménica de Nova York, as orquestras da Metropolitan Opera ¢ da NBC ou National Broadcasting. No Brasil, cabe destacar a Orquestra Sinfonica Brasileira, fundada em 1940 e a OSESP (Orquestra SinfSnica do Estado de Sao Paulo), UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS CENTRO DE CIENCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES DEP.DE ARTES DISCIPLINA: INSTRUMENTACAO E ORQUESTRACAO PROFESSOR: NILTON SOUZA ‘Com Rimski-Korsakov, o maior tedrico da instrumentagdo posterior a Berlioz, Stravinski houve uma tendéncia ao modelo de orquestra constituida apenas por 120 a 130 integrantes, com forte Participagdo de instrumentos de sopro. Os franceses Debussy e Ravel, grandes orquestradores, preferiram conjuntos ainda menores, com cerca de setenta instrumentos, entre cordas, madeiras, metais ¢ percuss4o, Stravinski, em L ‘Histoire du soldat (1918; A historia do soldado), usou somente uma orquestra de cimara. Carl Orff organizou para suas dperas ¢ obras corais uma orquestra de formagao inusitada, em cujo centro se encontram os instrumentos de sopro, madeira e percussao, e com a participagao de um ou mais pianos. cr Tiepzig, | Mannheim, | Milio, | Exerhazy, | Operade | Viena, | Bayreuth, | Orquesta onquesta M0” | 17s" | 1770. | 1783 | pans t73¢| Ysa | tesa” | Nodeme (Cidsiecan) | Orquesta anda de | Orquestra | Orquestra de Bach wma. | de Haydn | de Wagner pea de Mozart | 7 [Wiainos 3 2 = Fa oe | ow PWtoas [> 4 5 [io f2 1 |S. [Wiotonsetos [2 4 2z 2 D6 fa 10 T [Contrabaixos [ 2 2 2 fz 4 4 R [Paas 3 é z 5 Ta s = U Oboes z 2 2 z 4 iE} 4 4 M Feiss — rh es se i EF ragces [2 z rE 4 2 4 Tt N treme i a z a 4 z te 2 Grapes 7 13 é z S Frremfones [3 7 z 7 rn 3 Tinbales [1 i i 7 i oT z z Quadro da Evolugao da Orquestra™ EVOLUCAO DOS GRUPOS INSTRUMENTAIS E DA ORQUESTRA. ‘+ A Orquestra da Corte: Jean Baptiste Lully (20. metade XVI) ‘2 02 Violinos, 02 Violas ¢ Contrabaixo; trio: 02 oboés 01 fagote; baixo continuo: cravo, © Recursos para variar a quantidade de instrumentos + Cordas a Quatro Vozes: Corelli (20. metade XVII) © 02 naipes violino, 01 violetas, contrabaixos e baixo continuo © ocasionalmente trompete solista em obras em tomo da tonalidade © viola e alaudes solistas, instrumentagao especial + A Orquestra Barroca: 0 Periodo de Bach e Haendel (Io. metade XVIII) ‘© Concertos Brandeburguéses © Tutti Orquestral esquematico e metais dobram baixo continuo + Orquestra Modema: Haydn e Mozart (20. metade XVIII) © 02 flautas, 02 oboés, (02 clarinetas), 02 fagotes © 02 trompas (02 trompetes, 03 trombones e 01 par de timpano. © abandono gradual do baixo continuo Orquestra Roméntica: Beethoven "' PAHLEN, Kurt Historia Universal da miisica. So Paulo: Melhoramentos, sd. P. 356 © Orquestra a partir da Quinta Sinfonia UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS CENTRO DE CIENCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES DEP.DE ARTES DISCIPLINA: INSTRUMENTACAO E ORQUESTRACAO PROFESSOR: NILTON SOUZA 1 flautim, 02 flautas, 02 oboés, 02 clarinetas, 02 fagotes e 01 contrafagote 02 trompas (04 trompas na Nona Sinfonia), 02 trompetes, 03 trombones, 01 par de timpanos quinteto de cordas «Sinfonia Fantistica: Berlioz (1830) © OI flautim, 02 flautas, 02 oboés, 01 come inglés, 01 requinta, 02 clarinetas, 04 fagotes © 04 trompas, 04 trompetes (02 de chave, 02 naturais), 03 trombones, 02 tubas © 02 harpas, 02 pares de :panos, pratos, bombo, 02 carrilhées © quinteto de cordas (15 VLI, 15 VLII, 10 VLA, 11 CELLOS, 09 CB) «As transformagdes de Wagner © Orquestra usada em "Rienzi", 1840 01 flautim, 02 flautas, 02 oboés, 02 clarinetas, 02 fagotes, 01 serpento 04 trompas (02 de harmonia, 02 naturais), 02 trompetes (02 de chave, 02 naturais), 03 trombones, 01 oficteide 01 harpa, 01 par de timpanos, triéngulo, tambor, pratos e bombo. quinteto de cordas orquestra em cena: 06 trompetes de pistdo, 06 trompetes naturais, 06 ‘trombones, 04 oficleides, 06 tambores, 02 caixas de nufo, sinos, tam-tam e orgio. © Orquestra de "Crepisculo dos Deuses” 01 flautim, 03 flautas, 03 oboés, 01 come inglés, 03 clarinetas, 01 Clarone, 03 fagotes (08 trompas (a quinta e a sétima alternam com tubas tenorés, a sexta e a oitava ‘com tubas baixo), 01 saxhome contrabaixo, 03 trompetes, 01 trompete baixo, 03 trombones, 01 trombone batxo, 01 trombone contrabaixo 02 pares de timpanos, triagulo, pratos, 01 carilhio, 06 harpas cordas (16 VLI, 16 VLII, 12 VLA, 12 CELLOS, 08 CB) ‘+ Schoenberg: uma da maiores orquestras da era modema © Orquestra usada em "Gurrelieder" (1900-10) 04 flautins, 04 flautas, 03 oboés, 02 comes ingleses, 03 clarinetas em lie si bemol, 02 clarinetas em Mi Bemol, 02 Clarones, 03 Fagotes, 02 Contrafagotes 10 trompas (entre as quais 04 saxhomnes), 06 trompetes, 01 trompete baixo, 01 trombone contralto, 04 trombones tenores, 01 trombone baixo, O1 ‘trombone contrabaixo, saxhome contrabaixo 03 partes de timpanos, 01 caixa de rufo, pratos, triangulos, carrilhdo, caixa clara, bombo, xilofone, castanholas, correntes de ferro, tam-tam, 04 harpas, 01 celesta cordas (20 VLI, 20 VII, 16 VLA, 16 CELLOS, 14 CB) UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS CENTRO DE CIENCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES DEP.DE ARTES DISCIPLINA: INSTRUMENTACAO E ORQUESTRACAO PROFESSOR: NILTON SOUZA Dados complementares sebre os instrumentes da Orquestra Quadro” de oito dos principais instrumentos transpositores usados nos diversos grupos Quadro retirado de BENNETT, Roy. Como ler uma partitura. Pig. 100, UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS, DEPARTAMENTO DE ARTES DISCIPLINA: INSTRUMENTACAO E ORQUESTRAGAO PROFESSOR: NILTON SOUZA Reviséo Geral down River Violin Vion Viol eto Cotes © exemplo acima corresponde a corrego do trabalho do aluno Artur. O arranjo foi devidamente distribuido: a melodia, com VI ¢ Cello; a harmonia, com os VII ¢ Via em divisi; 0 contraponto € o baixo com 0 CB. Dessa forma, definido 0 arranjo para as cordas (“que deve ser base para um arranjo para corquestra”) segue 0 preenchimento com madeiras, metais e percussio. A opeo por dobramento de melodias (“caracteristica das primeiras orquestras, do periodo cléssico”) ou por pedais, nos instrumentos graves e/ou agudos, é uma opeSo. Também possivel a criagdo de contrapontos as ‘melodias principais bem como a opeéo de um trabalho timbristico nos diversos naipes dessa ‘maneira, um arranjo mais elaborado. © uso dos instrumentos de metal deve ser feito com muita cautela para que o efeito desejado no seja prejudicado pelo excesso. Os metais so instrumentos de timbre nobre ¢ muito se presta a passagens musicais fortes onde se faz necesséria grande massa sonora. A percussdo deve ser usada de forma a abrilhantar 0 arranjo, com bastante cautela. Seu uso sempre esteve atrelado ao dos metais (periodo clissico= timpano, trompete e trompa). Em relagdo ao trecho acima, poderiamos ter os seguintes dobramentos: VI = flauta; VII bots e/ou clarinetas; viola = trompas e/ ou trompetes e trombones; cello = fagote, clarone; contrabaixo = contrafagote, tuba. Essas so sugesties que no devem ser tidas como iinicas. O arranjo esté sempre aos ccaprichos do arranjador que deve ter — antes de tudo — em mente um plano de onde quer chegar, ‘um rascunho como ponto de partida, ter rasurado idéias de estrutura (como introdugéo, 1* parte, tc.) da harmonia a ser utilizada; do tema de acompanhamento que deve usar; dos instrumentos escolhidos, etc. E preciso tor em mente que um bom arranjo é aquele que além de ser bem planejado, ele foi revisado exaustivamente: foram resolvidos os problemas de encadeamento harménico; problemas de tessitura dos instrumentos; equalizagio do som do grupo em relagio das disposigdes de melodia X acompanhamento X contraponto, etc. INSTRUMENTAGAO E ORQUESTRACAO. 1, Ementa s instrumentos musicais; suas caracteristicas, andlise, identificago ¢ combinago. 2. Programa 2.1 Objetives 2.1.1 Combinar os instruments 2.1.2 Esoolha de instrumento ¢ instrumentos para executar um trecho ou pega musical; 2.1.3. Reoonhecer os instrumentos dentro de suas categorias; 2.1.4 Dar conhecimento teérico ¢ pritico para o desenvolvimento do potencial na arte da corquestracao, 2.2 Metodotogia 2.2.1 Uso do quadro branco, uso do piano ¢ partituras, uso de CD's e DVD's relatives a ‘orquestracdo, uso de instrumentos musicais para demonstragdo em sala; uso da tecnologia musical ¢ computadores. 23° Conteido 23.1 Extensio dos instrumentos musicais; 23.2 Cordas, 233 Madeiras, 23.4 Metais 235° Percussio; 23.6 Classificago dos instrumentos, quartetos: soprano, contralto, tenor ¢ baixo; 2.3.7 Forma de misica (fraseologia), 23.8 Uso da tecnologia digital e computadores; 3. Avaliago 3.1 Testes tebricos e priticas; 4. Bibliografia BENADE, Arthur H. Sopros, Cordas ¢ Harmonia, Sio Paulo: Edart, 1967. BENNETT, Roy. Como ler uma partitura. Rio de Janciro, 2001. BRUM, Oscar da S. Conhecendo a banda de musica: fanfarras ¢ bandas marciais, Rio de Janciro: Rivordi, 1988. CARSE, Adan. Pratical hints oa orchestration. London: Augener, sd. Da SILVA, José Paulo. Linguagem da Masica. Rio de Janciro: Ed. da ABM, 1954. De BENEDICTIS, Savino. Curso tebrico-pritico de instrumentaco para orquestra e banda. So Paulo: Ricordi, sd FOX, Fred, Fundamentos de execuso dos instrumentos de metal, Pittsburgh: Volkvein Bros, 1974. GEVAERT, F. A Grande tratado de instrumentagio. Paris: A. Chaimbaud et Cie. ‘GUEST, lan. Arranjo: método pratico Vol. 1, 1 e TIL. Rio de Janeiro: Lumiar, 1996. SADIE, Stanley, BROWN, Howard Mayer. The new grove handbooks in music: Performance practice: Music after 1600, New York, 1990. KORSAKOY, Nicolas Rimsky. Principios de orquestracion: com ejemplos sacados de sus proprias ‘obras. Buenos Aires: Testones Hinos, 1985. PISTON, Walter. Orugestraciéa, Madrid: Real Musical, 1984, PORTER, Maurice M. A embocadura. NY: Boosey and Hawkes, 1980, REIMANN, Hugo. Composisién musical: teoria de las formas musicales, Barcclona: Labor, 1943. UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS: CENTRO DE CIENCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES DEP.DE ARTES DISCIPLINA: INSTRUMENTACAO E ORQUESTRACAO- PROFESSOR: NILTON SOUZA. Extensio dos instrumentos As Cordas (Instrumentos de arco) Os instrumentos de corda constituem a estrutura de base da orquestra ocidental modema. Ex: Cordas soltas 3 Viola Cello Contrabass, ‘0 Contrabaixo soa uma citava abaixo da notago da partitura. © Violino, (Ingl. Violin; Fr. Violon; AL Violine; It. Violino) desenvolvido no século XVI pelos italiamos Andréa Amati, de Cremona, e Gasparo da Salé, de Brescia, a partir do aperfeigoamento do primitivo instrumento de trés cordas, parece, a primeira vista, que, dessa época aié os dias atuais, 0 violino néo sofreu transformagdes em sua estrutura. Porém, a partir das inovagbes introduzidas por Antonio Stradivarius, por volta de 1700, o instrumento passou por equenas mas significantes mudancas estruturais para que pudesse atender as necessidades das sucessivas geragies de compositores e interpretes. O violino € composto de quase 70 pecas diferentes. Constitui-se basicamemte de 4 cordas afinadas em quintas e que atingem mais de 4 oitavas e meia (ver Ex. 1). Na orquestra, por ser o mais agudo versatil instrumento de corda, esté dividido em dois grupos: Violinos I, que é responsdvel pela maior parte do material melédico € normalmente corresponde a voz mais aguda da orquestra; € Violinos Il, que geralmente slo encarregados de dobrar as melodias do Violino I, tanto ao unissono, quanto a oitava inferior e aos acompanhamentos. A Viola (Ingl Viola; Fr. Alto; AL Bratsche; It. Viola) & estruturalmente idéntica 20 violino, embora de dimensdes um pouco maiores, tem origem na chamada “viola de brago”. Seu timbre ¢ ligeiramente mais grave que o do violino (uma quinta abaixo) e suas quatro cordas 80 afinadas em quintas. Tem como claves Dé na 3* linha e Sol. (ver Ex. 1) UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS (CENTRO DE CIENCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES DEP.DE ARTES DISCIPLINA: INSTRUMENTACAO E ORQUESTRACAO, PROFESSOR: NILTON SOUZA A viola, devido ao cardter de sua sonoridade, se adapta melhor a passagens melédicas do que a trechos onde é necesséria a agilidade. Geralmente é usada para acompanhamentos, dobramentos a oitava com violino, violoncelo ou contrabaixo. Durante o Periodo Classico, Mozart usou a viola em divisi’ para acompanhamento de suas melodias. Como exemplo podemos citar a ‘Sinfonia em sol menor n° 40. Outro bom exemplo do uso da viola como parte melédica é 0 German Réquiem de Brahms, onde 0 compositor troca os violinos I ¢ II pelas violas em alguns trechos. © Violoncelo (ingt Violoncello; Fr. Violoncelle; AL Violonvell; It. Violoncello) instrumento de timbre grave ¢ aveludado, foi construido no séc. XVI A maneira do violino para ser tocado como uma viola da gamba. O Cello tinha a fungo de reforgar os baixos da orquestra. Tem sua estrutura semelhante a do violino e da viola, diferencia-se destes pelo comprimento (1,19m), ‘como também pela sua caixa de ressonincia, proporcionalmente mais funda. Possui quatro cordas afinadas em quintas, a uma oitava abaixo das cordas da viola. Tem um registro médio de trés oitavas e meia que podem abranger as claves de Fé, Dé na 4* linha e Sol. (ver Ex. 1) O Contrabaixo (Imgl Bass, doublé-bass, bass viol, contrabass, stringbass; Fr. Contrabasse; Al. Kontrabass; It. Contrabasso) & 0 mais grave dos instrumentos de corda, surgiu no séc. XVI, na Itélia, modelado a partir do violone”. No decorrer dos séculos foram feitas varias experigncias no tocante as suas dimensdes, estrutura da caixa de ressondncia e niimero de cordas. Atualmente 0 contrabaixo usado mede 1,82m de comprimento e possui quatro cordas® afinadas em quartas, Seu registro médio é de pouco mais de 2 oitavas. (ver Ex. 1) ‘Veja abaixo o grifico da Escala Geral em relagao a Familia das Cordas: Ex.2 cD Viola Viola Cello * Palavra italiana que significa a diviso das notas de uma partitura, quando colocadas simultaneamente, deforma igual ‘gre os membros de wn mesmo mnipe. 7 jastramento de cordas medieval ° Exist também um outro modelo de CB que possui 5 cordas, esse insirumento & muito usado nas orquestras rominticas devide a sua extenso para facilitar a exocuglo dos solisias desseinstrumento, A corda Dé Corresponde @ uma terga mio abana da corda Mi, UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS. ‘CENTRO DE CIENCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES DEP.DE ARTES DISCIPLINA: INSTRUMENTACAO E ORQUESTRACAO PROFESSOR: NILTON SOUZA. Basicamente ao escrever para cordas, devem-se evitar os extremos de cada instrumento para ‘que se possa conseguir uma boa sonoridade. Outro fato a ser lembrado é a importancia que se deve dar a qualidade técnica dos misicos que voc dispée: deve-se lembrar que a escrita musical deve estar a fim da qualidade técnica de seu grupo. A técnica basica para 0 estudo da orquestracio deve ficar centrada na transposig&o a partir de uma partitura para piano para um grupo de cordas. A ateng3o com a harmonia deve estar Presente em todos os passos para o trabalho com as cordas. Orquestrar ¢ como fazer um exercicio de harmonia: deve ser cuidadoso em cada nota, em cada resolugao, Devemos lembrar que, assim como ocorre com a série harménica, onde os sons fica mais juntos nas regiGes mais agudas ¢ temos distancias de 5* e 8* na parte grave, o mesmo deve acontecer ‘as orquestragdes para cordas. diferencial a uma boa orquestragao pode estar no fato da observagio relativa distribuigo das notas dos acordes: a posicao larga convém a regio grave; a unida, a regido média ou a aguda. (0s interyalos de 2* devem, preferencialmente, ser colocados na regio aguda, por exemplo, importante evitar 0 distanciamento do baixo em mais de uma oitava devido a perda natural de compensagiio das relagdes de 8*, por conta da disposicao da Série Harménica. cD2 Violin Violin It Viola fato da partitura para piano ter as notas muito juntas est relacionado as possibilidades de ‘execucdo do pianista. Na orquestra podemos alargar essa disponibilidade e conseguir varios efeitos, de acordo com a troca de &* podemos ter varios timbres com o mesmo acorde. Da mesma forma que orquestramos os acordes devemos proceder com as mais diversas melodias. O respeito a relago de 8* eo cuidado com o cruzamento das partes é fator preponderante 20 sucesso da orquestrago. ‘Veja a seguir um trecho de um Coral de Bach colocado para a orquestra de cordas de duas ‘maneiras diferentes: [D3 ~ ~ a UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS CENTRO DE CIENCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES DEP.DE ARTES DISCIPLINA: INSTRUMENTACAO E ORQUESTRACAO | CD 4 PROFESSOR: NILTON SOUZA No exemplo abaixo, a melodia é colocada para cordas tal qual a encontramos na partitura de Bach. a a a Violin I f = + a a Violin 11 t SS f: + a a co m Viola — t coo a al, \ Cello SS te ——— ‘Veja 0 segundo exemplo abaixo, onde é explorada uma oitava superior da encontrada na partitura de Bach. Observe que as violas ¢ 0s violinos II esto em divisi cps A ‘ > a UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS CENTRO DE CIENCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES __ DEP.DE ARTES DISCIPLINA: INSTRUMENTACAO E ORQUESTRACAO PROFESSOR: NILTON SOUZA. cD6 ‘Veja outro exemplo onde a orquestragao ¢ feita de acordo com a partitura, na mesma 8° a a Violin Violin Viola Catto © modo mais facil para escrever corretamente para cordas é a partir da transcriga0 para piano, Nela nds visualizamos os erros de paralelismo, o possivel cruzamento das partes, a resolugo dos acordes, etc 0 orquestrador deve sempre iniciar a orquestragao pelas cordas. Vejamos o exemplo acima, ‘© Coral N° 8 de Bach: podemos observar que Cello e Cb esto dobrando a oitava a mesma melodia, ‘embora a notagio seja a mesma; a viola tem a melodia intermedizria, juntamente com o Vilolino I € 0 Violino I em a melodia principal. O exemplo acima ¢ apenas uma das muitas possibilidades de eserever esse Coral de Bach para cordas, entretanto 0 uso dessa técnica deve ser empregada até que ‘no hajam diividas quanto ao uso das claves e da Escala Geral Particularidades dos instrumentos de corda Cordas duplas — é possivel para os instrumentos de corda tocar mais de uma nota de uma s6 vez: duas, tr € até quatro cordas. Porém essa técnica s6 poderd ser aplicada com eficécia por bons instrumentistas. Ao uséla deve-se atentar para que seja possivel a sua execuggo: uma solugao Prética é 0 uso de cordas soltas combinadas com outras presas. Quando no é possivel ao miisico tocar todas as notas da partitura de acordo com a instrumentacio desejada pelo compositor, usa-se 0 recurso do “divis!” (abreviatura div.) - termo UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS: CENTRO DE CIENCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES DEP.DE ARTES DISCIPLINA: INSTRUMENTACAO E ORQUESTRACAO PROFESSOR: NILTON SOUZA. italiano que significa dividir. Da mesma forma quando 0 compositor desejar que 0 trecho seja executado de modo que cada misico toque duas ou mais notas de uma s6 vez, deverd indicar “ nom divisi” (abreviatura non div.) (no dividir). Nos trechos musicais que encontramos passagens simples, poderemos encontrar também a indicaglo “umésono” (abreviatura unis.) Os instrumentos de corda através da fricgdo do arco (a0 lado) ‘conseguem a reproducao dos sons. O arco tem

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