You are on page 1of 14
Ibis MANUAL DE APOIO PARA JORNALISTAS COMUNITARIOS Planificagao e Produgao de Programas Radiofénicos MIRAC n'4 Titulo: Planificacao e produgao de programas radiofénicos Autores: Faizal Ibramugy e Barbara Plavcak llustragao: Clévis T. Mondlane Composicao: Clévis T. Mondlane Impresso: Brithol Michcoma Tiragem: 200 Maputo, 2008 PLANO MENSAL DE PRODUCAO Tema do més: Nome do programa: Mes: Produtor: Nota Introdutéria O presente “Manual de Planificacao e Produgao de Programas Radiofnicos” retine conceitos basicos para a planificacao e producao de programas radiofénicos numa rédio comunitéria Pode-se usar, por um lado, como meio de consulta e auto- aprendizagem dos produtores de programas radiofénicos, e, por outro lado, como material de apoio em formacées para jornalistas voluntérios nas rédios comunitarias. Os autores sao membros da equipa do Programa MIRAC (Media no Desenvolvimento Comunitério Rural e Empoderamento da Sociedade Civil) da IBIS Mocambique. Entre outras coisas, 0 programa MIRAC tem apoiado, desde 2003, quatro rédios comunitérias no Niassa. As experiéncias recolhidas durante o trabalho nessas rédios foram a base para © presente manual. A IBIS trabalha em Mocambique desde 1976. Nos primeiros anos, esteve envolvida principalmente no planeamento fisico do sector estatal e depois da celebracio dos Acordos de Paz na reabilitagao de infraestruturas. A partir do ano 2000, a IBIS tem dado enfoque A) Educagao para o desenvolvimento nas zonas rurais; B) — Comunicacao e empoderamento das comunidades nas zonas rurais (através das rédios comunitérias); ©) _Resposta da comunidade rural ao HIV/SIDA; D) _ Desenvolvimento distrital participativo. A capacitagao, educagao e formagao da sociedade civil é parte integrada em todos os projectos da IBIS em Mocambique. Acreditamos que a rédio comunitéria, com jornalistas bem formados, pode ser um instrumento muito stil para contribuir para o desenvolvimento da sociedade civil. M Chuma Coordenadora do Programa MIRAC indice 1. O TRABALHO JORNALISTICO NAS RADIOS. COMUNITARIAS . PLANIFICACAO DE UM PROGRAMA RADIOFONICO Definicao do publico alvo Escolha do tema e do t6pico Procura de informacées acerca do tema Definicao do objectivo (mensagem chave) Escolha do formato do programa Divisdo de tarefas e responsabilidades no grupo editorial mM. PRODUGAO DE UM PROGRAMA RADIOFONICO. Producdo dos elementos do programa Elaboracao do guido Gravacao e montagem Escuta do programa pela equipa produtora aNAARWN 2 2 19 20 Escuta do programa pela equipa produtora FR: WH CS: WH! CB: WH WH OK: we OB: Quando a montagem do programa for conclulda, seria bom se os membros do grupo pudessem escutar e avaliar o programa. Essa escuta em comum é uma boa ocasiéo para uma aprendizagem baseada no trabalho pritico: na producio de cada programa radiofénico ha uma falha que podemos evitar 1no préximo programa, e em cada programa radiofénico hd um aspecto positivo que podemos consolidar nos préximos programas. x a oO crabs Ns 20 Gravacao e montagem CR. aS! CB: WH OB: S' eH OB: wD Gravacao do texto do apresentador: Antes da gravacao do seu texto, o/a apresentador/a tem que ler o texto varias vezes, em voz alta, para ver onde tem que fazer pausas, onde vai respirar, para encontrar um bom ritmo de leitura, enfim: para treinaraleitura até parecer que estd a falarem vez de ler. Assim preparado, o apresentador pode entrar no estudio para gravar 0 seu texto: Montagem do programa: Depois da gravacao do texto do apresentador, inserem-se as partes gravadas anteriormente (entrevistas, indicativo, efeitos, etc.) que jé foram “digitalizadas’, quer dizer, transferidas para 0 computador. O plano para essa montage do programa € o préprio guido. Caso a montagem do programa seja feito por um técnico e ndo por um membro do grupo, recomenda-se que um membro do grupo esteja presente para garantir que a montagem seja feita como foi pensada pelo grupo. Nas ridios comunitérias que ainda nao fazem a gravacdo e montagem no computador, esse processo é mais trabalhoso, porque todas as partes (0 texto do apresentador e as partes pré-gravadas) tém que ser gravadas numa cassete. No fundo, porém, 0 processo € 0 mesmo: trata-se de “montar” os elementos que constituem o programa radiofénico. 19 MANUAL DE APOIO PARA JORNALISTAS COMUNITARIOS, Planificagao e Produgao de Programas Radiofénicos 1) O TRABALHO JORNALISTICO NAS RADIOS COMUNITARIAS Radios comunitatias sao radios da comunidade, feitas pela comunidade e para a comunidade; nao tém fins lucrativos e querem contribuir para o desenvolvimento local Além da rédio comunitéria existem mais dois tipos de rédio: A rédio comercial, com fins lucrativos, e a rédio publica, financiada pelo Estado, como, por exemplo, a Radio Mocambique. Em todos estes trés tipos de radio realizam-se, obviamente, trabalhos jornalisticos. Nesses trabalhos jornalisticos ha similaridades, mas ha também diferencas, que tém a ver com os objectivos das radios e coma maneira como sao geridas. Vamos ver duas caracteristicas das rédios comunitarias que influenciam muito o trabalho jornalistico: = Arddio comunitéria contribui para 0 desenvolvimento da comunidade. Por isso, numa rédio comunitéria vamos ouvir mais programas educativos do que, por exemplo, numa rédio comercial. = Numa rédio comunitéria, faz-se rédio com a participagao da comunidade. Isso significa, por um lado, que ha uma tendéncia de envolver membros da comunidade nos programas; por outro lado, significa que sao os préprios membros da comunidade que fazem 0 trabalho jornalistico, num trabalho voluntério, sem remuneracao. Muitas rédios comunitarias em Mocambique tém respondido a essas exigéncias especificas formando “grupos editoriais": Sao grupos tematicos que focalizam certas areas de desenvolvimento da comunidade, como, por exemplo, sade, agricultura, mulher ou educagao. Os membros do grupo produzem, pelo menos, um programa por semana. Isso garante, por um lado, que as éreas focais de desenvolvimento so abordadas regularmente na rédio e, por outro lado, que os jornalistas voluntarios nao tem que trabalhar todos os dias na ridio, Quando falamos, no presente manual, de “programas radiofénicos’, estamos a falar desses programas dos grupos editoriais, que sao planificados e produzidos de uma maneira colectiva e tém um enfoque educativo. Ao escrever o texto para o apresentador, pense em que o apresentador tem que criar uma relacao com 0 ouvinte. O ouvinte tem que ficar interessado no programa, até se o tema nao Ihe interessar! Por exemplo, uma introducao criativa, que chame a atencdo do ouvinte, € muito importante. apresentador nao devia mostrar superioridade ao ouvinte: Ele também é membro da comunidade e tem as mesmas preocupagdes que 0 ouvinte. O apresentador pode ter algumas informacdes que ‘© ouvinte nao tem, mas as explicacdes mais profundas deviam ser dadas pelos peritos que foram entrevistados para o programa. 0 texto do apresentador nao deve sé ligar as partes pré-gravadas do programa, deve transmitir informacao adicional! Por exemplo: Num programa sobre malaria, o apresentador pode falar do niimero de doentes de malaria que actualmente se encontram no posto de satide do distro. 18 Algumas dicas para a elaboracao do guiao = Antes de elaborar o guido, escute todas as partes integrantes: S6 assim vai ser capaz de fazer uma boa ligagao entre as partes, por as partes numa boa ordem, enfim, dar um bom desenvolvimento a0 tema, = Na elaboragio do guido, pense no tempo: soma a duragao de todos 105 elementos gravados para ver o tempo que resta ao apresentador. = Escreve a duragao dos elementos gravados em paréntese ao lado. podem-se também escrever as primeiras e dltimas palavras da voz gravada que queremos usar (isso facilita 0 trabalho ao técnico). . As vezes, no € 0 proprio apresentador que escreve 0 guido: Por isso, recomenda-se escrever sempre de uma maneira clara e nitida, para facilitar a leitura ao apresentador. = Verifique os nomes dos entrevistados e organizagdes com o colega que fez a entrevista: A pessoa entrevistada pode ficar ofendida se disserrmos mal o seu nome. = _Escreva numa linguagem “falada’, com frases curtas e palavras nao muito complicadas. O apresentador tem que ler o texto como se estivesse a falar. E 0 ouvinte s6 pode ouvir uma frase uma vez. Se no a entendeu, porque era longa e complicada, no tem a possibilidade de perguntar: “O qué?” O rédio nao vai responder. 7 Il) PLANIFICAGAO DE UM PROGRAMA RADIOFONICO Uma boa planificacao é a base para um programa radiofénico de qualidade. Nas rédios comunitarias um programa radiofénico é, na maioria das vezes, um produto de um trabalho em grupo. Sao os membros dos grupos editoriais de agricultura, mulher, satide, etc. que planificam e produzem os programas em conjunto. E todos os membros do grupo deviam ter a possibilidade de contribuir com as suas ideias! fénico consiste em: A planificagao de um programa radi Definicao do piiblico alvo Escolha do tema e do t6pico Procura de informacées acerca do tema Definicdo do objectivo (mensagem chave) Escolha do formato do programa Divisdo de tarefas e responsabilidades no grupo editorial SA WNO A seguir, varnos juntos andar esses seis passos da planificacao. Cada passo, claro, € uma decisdo: Hé muitos temas a serem abordados dentro da area que diz respeito a0 nosso grupo editorial, hi muitas maneiras, de abordar um tema e ha muitos grupos alvos dentro da comunidade. Mas ha, também, muitos programas para fazer. Podemos sempre encontrar novos, temas que podem interessar 0 ouvinte, novos angulos de abordagem, novas, maneiras de apresentar um tema. O que é preciso, sobre tudo, é CREATIVIPADE do grupo editorial! Entéo, vamos! CS: GD? OS: wD OD: wD? Definico do publico alvo 7: De principio, 0 grupo alvo de uma ridio comunitaria sao todas as pessoas que podem receber as emiss6es dessa rédio. Dentro dessa comunidade existem, porém, vérias comunidades, por exemplo: mulheres, camponeses, criangas, habitantes de uma determinada zona, pessoas vivendo com HIV/SIDA, etc, No processo de planificagao de um programa radiofénico, 0 grupo editorial se devia perguntar: Para quem estamos a fazer esse programa? Qual € 0 pablico alvo especifico desse programa? A quem dirigimos a nosso mensagem? Muitas das decisées a seguir vio depender dessa primeira decisio: =O tema tem que ir ao encontro dos interesses e preocupacdes actuais do nosso piblico alvo = E mais fécil formular uma mensagem educativa clara se soubermos quais s30 0s habitos do nosso publico alvo = Diferentes publicos alvos podem ter uma preferéncia para certos formatos = Alinguagem do apresentador de um programa para criancas vai ser diferente da linguagem que vai dirigido a um piblico de professores (0 jomnalista comunitario tem que conhecer bem a sua comunidade e as comunidades dentro da comunidade, os seus gostos,interesses ¢ preocupacdes, para fazer um programa que cative um determinado grupo alvo! TEC: Loc 2: Loc: TEC: Loc 2: Loci: TEC: Loc 2: Loc 1: TEC: Loc 2: Loc 1: Como ¢ que 0 mosquito transmite a malaria (2 minutos) No nosso distrito de Ngatima, infelizmente, os mosquitos so muito activos e esto a causar muitos dbitos. Segundo a Direccao Distrital de Satide, em Ngatima morrem anualmente aproximadamente .... pessoas por causa da malaria, dentre eles, ... sdo criancas com menos de 5 anos. ‘A malétia é mesmo uma ameaca para a nossa comunidade. Por isso, ao longo da semana mantemos conversa com a comunidade e a nossa pergunta foi: “O que fazem para nao ser picado pelo mosquito?” Vox populi (3 minutos) Sao diversas as formas de como se prevenir da picada do mosquito, segundo acabamos de ouvir da propria comunidade. © nosso colega Abdala Bilar foi falar com o técnico de satide do Distrito de Ngatima, Virgilio André, para saber ainda mais sobre a prevencao da malaria: Entrevista com 0 técnico de sade (3 minutos) AAlém da rede mosquiteira, segundo o técnico de satide, existem outras formas de prevenir mosquitos, entre elas, fechar os recipientes de gua e tanques Para jé vamos acompanhar a hist6ria de St. Arfindo, que foi, diagnosticado trés vezes com maléria no centro de satide local Mini drama (4 minutos) Bom, esperamos que o Sr. Arlindo tenha aprendido alguma coisa e vamos pér 0 ponto final ao programa de hoje, que essencialmente falou sobre o mosquito como causador da malaria. Ouvimos que a melhor forma de evitar as picadas do mosquito é dormir debaixo de uma rede mosquiteira tratada com um insecticida recomendado. Ouvimos também que os mosquitos nascem em qualquer sitio onde existam dguas paradas. Por isso, € muito importante cobrir os recipientes de agua ou tanques e evitar ter agua parada perto da casa 16 a Asvezes, é importante dizer certos detalhes na locugo por exemplo, na introducao de uma entrevista € muito importante dizer ‘o nome do entrevistado. Num guia aberto, esses detalhes nao estdo escritos e podem-se esquecer facilmente. Nao se indica a duragao das partes gravadas 0 que dificulta o calculo do tempo. = Os outros membros do grupo nao tém nenhuma possibilidade de ver antes da gravacio 0 que o apresentador vai falar. Guido fechado No guido fechado esta escrito palavra por palavra o que o apresentador vai falar no programa, Exemplo de um guido fechado: Programa de satide: Mosquito transmissores da maldria, TEC: Indicativo de abertura Loc 1: Epa, ultimamente os mosquitos entram até no nosso estiidio! TEC: Efeito de palmas de uma pessoa a matar um mosquito. Loc 2: E verdade, e na nossa comunidade ha ultimamente muita malaria provocada pelos mosquitos que parecem estar em todo lugar, e por isso mesmo decidimos falar hoje sobre como prevenir a picada do mosquito, no nosso programa de saiide que terd a duragao de 15 minutos. Loc 1: © ouvinte € o nosso principal convidado, por isso nao saia dai, na apresentacio estdo os amigos Maria Caitano e ‘Samuel Ali e, para evitar a perturbacao sonora convidamos Mugelo de Sousa, para cuidar do som. TEC: Efeitos de mosquitos a voarem Loc 2: ‘Sao esses animais pequeninos que podem transmitir uma doenca muito perigosa, a maléria. A nossa colega Ana Viera procurou saber como acontece essa transmissio. Vém af os factos: 15 Escolha do tema e do tépico oe. we 0 tema é 0 assunto mais abrangente que queremos tratar Por exemplo: O HIV/SIDA. © tépico é um sub-tema que abordamos num programa, mas que tem relagio com o tema a tratar. Por exemplo: Discriminacéo de pessoas vivendo com HIV/SIDA. © tépico permite-nos abordar um tema em varias edigdes com diferentes ngulos a volta do mesmo. Trabalhando com tépicos evitamos também querer abordar um tema muito vasto como HIV/SIDA num programa de 15 ou 30 minutos. Como seleccionar um tépico no tema A seleccao de um tépico dentro de um tema nao envolve grande esforgo, nem sacrificio: o importante é estar bem concentrado e lancar © tema em destaque com as suas causas, consequéncias ou entao 0 que esta de tras deste tema. Os grupos editorais das rédios comunitarias de Ngatima, Mira Lagos de Mecanhelas, Rurumwana de Matia ¢ Luvila Muembe usam um plano de produgao mensal que lhes facilita a escolha do t6pico. PLANO MENSAL DE PRODUGAO Tema do més: HiV/SIDA Nome do programa: Satide na Comunidade Més: Junho de 2008 Produtor: Grupo editorial de sadide [05/06/08 ‘OSIDA Mini drama Joana, Masada, rmanifesta-se ‘Arlindo através de varias Entrevista no Nicleo Saide ee distrital de combate ao SIDA Rubrica de ‘Amade informagao ‘Slogan Arlinds Guiao. Masada ‘Apresentagao ‘Arlindo F12706708 OSIDAnio se | Drama Massada, Joana, transmite através: Amade et Entrevista com ‘Arlindo corpora uma pessoa oe vivendo com SIDA Guido. ‘made ‘Apresentagao. Assane 19706708 Ha trés maneiras | Vox pop com a ‘Adlindo de prevengio: | comunidade Preservative _| Entrevista com ‘Amade Abstinénciae | Chabane, faclitador Fidelidade de uma associaca0 local de luta contra SIDA ‘Slogan Assan ‘Guido © apresentagio | Massada 26/06/08 Debate Participantes: um Abilio Bernardo jovem, um pastor e (convites) Joao de Castro - chefe doNicleo de Combate ao SIDA Moderagao Massada Assistente na preparagao | Amade (material de apoio, questionério) Existem dois tipos de guiao para um magazine: Guiao aberto No guido aberto, nao esté escrito palavra por palavra 0 que o apresentador tem que dizer durante o programa. Sé esté escrito, de uma forma resumida, © conteddo da locugao entre os elementos gravados. Exemplo de um guido aberto: Programa de satide: Mosquitos transmissores da maldria TEC: Indicativo de abertura Loc 1: Apresenta o programa (tema, 0 que vio fazer dentro do programa, quem apresenta) TEC: Ffeito Loc 2: Apresenta a entrevista com a comunidade TEC: Vox Pop Loc 1: ‘Comenta 0 Vox Pop e introduz uma entrevista com um técnico de satide TEC: Entrevista com 0 técnico de saiide Loc 2: ‘Comenta a entrevista e introduz um mini drama TEC: Mini drama toc1 Faz 0 resumo do programa loc 2: Faz a despedida TEC: Indicativo de fecho do programa © guido aberto tem algumas desvantagens: ‘= Oapresentador pode esquecer 0 que queria dizer e pode atrapalhar-se. Nesse caso, 0 técnico tem que interromper a gravagao comecar de novo, podendo a gravagao levar muito tempo. = Aapresentacao pode ser “vazia’, com um apresentador a falar s6 as palavras necessérias para ligar as partes, sem aumentar ideias préprias ou dados adicionais que podiam enriquecer 0 programa. 4 se pode prever o que vai acontecer € num programa de dedicatérias, Procura de informagées acerca do tema porque os textos entre as misicas sao curtos e nao tem uma “carga Swe: ow: informativa’ muito pesada. Nao 6 possivel informar ou educar a comunidade sem ter Outros formatos - por exemplo magazine, reportagem ou radiodrama- “i ps aid eae conhecimentos sdlidos acerca do tema escolhido. precisam de um guido. Sao programas *produzidos” que nao vao para o ar 20 vivo e onde o texto falado pelo apresentador/os apresentadores desempenha um papel muito importante. Existem muitas fontes de informacdo que podem ajudar: Livros, jornais, revistas, folhetos, leis ou a Internet. Para saber mais sobre um A seguir, vamos ver o exemplo do magazine, js que é um formato muito tema podemos também recorrer a ONGs, instituicbes do governo, usado nas rédios comunitirias. professores, régulos e outros membros da comunidade. © guido do magazine é 0 plano do programa que contém o texto do/a Atengao: ‘apresentador/a e todos os outros elementos do programa (entrevistas, Estas investigacdes tém que ser feitas ANTES de ligar 0 gravador, por- misicas, efeitos, etc). que nao € possivel fazer uma boa pergunta sem saber nada sobre um O texto do apresentador liga os elementos do programa, contem informacao tema. adicional e garante o didlogo com o ouvinte. B 6 Definicao do objectivo (mensagem chave) eS: GS a. wD Quando planificamos uma actividade, pretendemos atingir um objectivo. Nos programas radiofénicos educativos, esse objectivo é a mensagem chave. Como acabémos de ver no plano mensal de produgao na pagina, cada t6pico esté ligado a uma mensagem chave. Por exemplo, no programa com o t6pico "Discriminacao de pessoas vivendo com HIV/SIDA’ a mensagem que © grupo editorial quer transmitir &: “O SIDA nao se transmite através de contacto corporal Procure formular mensagens curtas, claras e concisas! A planificacao € producdo do programa vai ser mais facil ¢ motivante. Il) | PRODUCAO DE UM PROGRAMA RADIOFONICO Depois da planificaca producao do programa: : maos & obral Vamos dar mais quatro passos na Producao dos elementos do programa ®: ae OB: ew OB: eH OB: Voltemos, mais uma vez, ao plano de producao na pagina 5. Podemos ver que © primeiro programa do més tem varios elementos que tém que ser gravados antes da gravacao do programa: um mini drama, uma entrevista no nicleo distrital de combate ao SIDA, uma rubrica de informagao e um slogan. As responsabilidades ja foram divididas entre os membros do grupo. ‘Agora, cada um tem que fazer a sua parte. Vamos ver de perto, por exemplo, as actividades de Saide: Saide é responsdvel pela entrevista no niicleo distrital de combate ao SIDA. Esta tarefa inclui vias actividades: = Marcar a entrevista com a pessoa certa do niicleo = Informar-se sobre 0 ntcleo e aprofundar os conhecimentos sobre as doencas associadas ao HIV/SIDA (tépico do programa) Preparar algumas perguntas chaves para a entrevista Recolher um gravador na radio e fazer a entrevista = Entregar a cassete com a entrevista gravada e informacoes adicionais escritas em papel (nome e funcao do entrevistado, etc.) a0 membro do grupo que é responsavel pelo guido. Como 0 Saide, também os outros membros do grupo preparam as suas partes e entregam-nas ao membro do grupo que é responsével pelo guido. Elaboragao do guido ae? CO]: we? CB: eS OB: wo OB: Existem programas radiofénicos que nao precisam de um guido; muitas vezes, so programas transmitidos em directo por exemplo, debates ou programas de dedicatérias. Para esses tipos de programas, o jornalista pode preparar-se anotando perguntas que quer fazer ou palavras chaves do texto, mas nao pode escrever um guido detalhado: num debate, simplesmente porque nao 2 Divisdo de tarefas e responsabilidades no grupo editorial FB: we CB: eS OB: wD? A planificacao e producao de programas numa rédio comunitéria € um trabalho em grupo. Para cada membro do grupo poder contribuir a0 maximo, recomenda-se dividir bem as tarefas entre os membros do grupo (ver 0 plano mensal de producao na pagina 5). Assim, cada membro do grupo sabe o que tem que fazer até ao préximo encontro do grupo. Uma divisdo de tarefas clara também ajuda a cada jornalista voluntério a limitar 0 tempo que ela ou ele passa na rédio. No inicio, costuma haver problemas: Membros do grupo que nao aparecem aos encontros, que chegam tarde ou néo cumprem com as suas tarefas, membros que nao se atrevem a contribuir com as suas opinides, outros membros que fazem tudo (ou porque acham que sé eles podem fazer ou Porque os outros membros do grupo nao fazem mesmo nada), etc. © trabalho em grupo aprende-se com o tempo. Aprende-se com 0 tempo que o resultado final depende dos esforcos de cada um dos membros do grupo! E, com o tempo, vai se descobrindo que uma jornalista, membro do grupo, tem muito talento para moderar debates, outro membro do grupo faz boas entrevistas sem ter medo de fazer perguntas criticas as autoridades locais, um outro membro do grupo tem muitos conhecimentos na drea de agricultura e sempre tem boas ideias para temas, etc. Escolha do formato do programa ®. US oR. wD OB: Cada programa radiofénico tem um contetido e uma forma na qual se apresenta esse contetido. Na linguagem radiofénica, a forma que se escolhe para apresentar um determinado tema chama-se formato. Por exemplo: grupo editorial de sauide da Radio Rurumwana de Mauia quer fazer um programa sobre a prevencao de HIV/SIDA. Em certa altura, os membros do grupo vao perguntar de que forma vao apresentar o programa: ‘magazine? debate? radiodrama? Todos nos conhecemos varios formatos, por exemplo, os ja mencionados: magazine (alguns chamam de radiorevista), debate, radiodrama. E tém muitos mais: noticia, entrevista, crénica, vox pop, spot, painel, antincio, etc. Como escolher 0 formato de um programa? Para transmitir certos contetidos numa réi certos formatos: Em muitas das radios comunitarias em Mogambique, os programas radiofénicos dos grupos editoriais sio apresentados em forma de magazine (adiorevista) de 15 a 30 minutos. Esse formato inclui varios outros pequenos formatos, como entrevista, vox pop, slogan e, muitas vezes, também um pouco de misica ou efeitos. Ha um ou dois apresentadores que guiam 0 ouvinte pelo programa. Para o ouvinte, o formato é agradavel Porque tem muita variagao, muitos elementos e vozes diferentes. © formato ‘também obriga os jornalistas a procurar vozes na comunidade 0 que combina com a missao da radio comunitéria. Além disso, 0 formato facilita a divisao de tarefas num grupo editorial, porque tem muitos elementos diferentes. , criou-se o hdbito de usar Mas: Vale a pena pensar também em usar outros formatos, porque: Certos formatos podem ajudar para a atingir certos obje Voltando ao exemplo do programa sobre a prevencao de HIV/SIDA: Se 0 grupo editorial quiser transmitir uma certa mensagem educativa clara, pode escolher o formato do radiodrama e escrever um guido que transmita exactamente essa mensagem. Se 0 grupo quiser apresentar opinides diferentes que existem na comunidade sobre como prevenir HIV/SIDA, pode optar pelo formato do debate. Gostos dos ouvintes: Os jornalistas comunitarios devem conhecer os gostos dos seus ouvintes e devem, na producao de programas, levar em conta esses gostos: Se uma pesquisa de audiéncia tiver mostrado, por exemplo, que a nossa comunidade gosta muito do formato radiodrama, vamos tentar usar esse formato mais vezes. Recursos disponi ‘Se nao houver transporte, vai ser dificil fazer uma reportagem sobre um certo acontecimento numa zona longe da nossa rédio, Se nao houver cassetes, vai ser dificil recolher material para um magazine. Mas, se houver ainda tempo suficiente para convidar participantes interessantes e se tivermos um membro no grupo que conhece bem 0 tema € pode fazer a moderacao, podemos fazer um debate ao vivo, sobre 0 mesmo tema. (© grupo editorial de meio ambiente na Radio Comunitaria de Cuamba tem um habito interessante: Fazem os primeiros trés programas do més no formato de magazine, eo ultimo programa de cada més em forma de debate.

You might also like