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at 12 13 14 4.1 42 wana HABEAS CORPUS HABEAS CORPUS. Conceito e natureza . Classificagao ... Sujeitos do HC.... Cabimento e processamento .. MANDADO DE SEGURANCA EM MATERIA CRIMINAL.. DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES.. SUMULAS PERTINENTES .. Sumulas do STF .. Sdmulas do ST)... JURISPRUDENCIA CORRELATA RESUMO. LISTA DE EXERCICIOS EXERCICIOS COMENTADOS GABARITO .... ols, Hoje vamos estudar aquele que é o principal meio externo de impugnacao as decises meu povo! judiciais: 0 habeas corpus. Trata-se de um meio “externo” porque nao faz parte da mesma relacao juridico-processual, como veremos. lala elie 1.1 CONCEITO E NATUREZA Habeas Corpus significa, em bom portugués, “Tome o corpo”, que significa, em linhas gerais, que a pessoa presa é apresentada ao Juiz para que analise se mantém ou nao a prisdo. Trata-se de um sucedaneo recursal externo. O qué? |sso mesmo, trata-se de um instrumento “similar” a um recurso, mas que com ele ndo se confunde. 0 HC, assim como os recursos, é um meio de impugnaco a uma decisdo judicial, mas NAO £ UM RECURSO. O HC é uma AGAO AUTONOMA DE IMPUGNACAO, cuja finalidade é preservar a liberdade de qualquer pessoa, quando ameagada (HC preventivo) ou conceder a liberdade a uma pessoa que estd presa (HC repressivo). O HC possui fundamento na prépria Constituicdo da Republica, estando previsto no art. 5°, LXVIIL Vejamos: LXVIIl - conceder-se-6 "habeas-corpus” sempre que alguém sofrer ou se achar ameagado de sofrer violéncia ‘ou coagdo em sua liberdade de locomogdo, por ilegalidade ou abuso de poder; O HC esta previsto no CPP, no Titulo referente aos recursos, MAS NAO POSSUI NATUREZA RECURSAL. No CPP esta previsto em seu art. 647: Art. 647. Dar-se-d habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar na iminéncia de sofrer violéncia ou coagao ilega! na sua liberdade de ir e vir, salvo nos casos de puni¢do disciplinar. 1.2. CLAssiFICAGAO O HC, como dito anteriormente, pode ser: — Repressivo (ou liberatério) — Quando visa a devolver a liberdade a alguma pessoa que se encontra presa. Nesse caso, seré expedido alvaré de soltura. Nos termos do art. 660, §1° do cpp: Art. 660. Efetuadas as diligéncias, e interrogado o paciente, o juiz decidird, fundamentadamente, dentro de 24 (vinte e quatro) horas. § 10 Se a decisdo for favordvel ao paciente, seré logo posto em liberdade, salvo se por outro motivo dever ser mantido na prisdo. = Preventive — Aqui o HC é utilizado quando a pessoa se encontra ameacada em sua liberdade de locomogao, ou seja, ainda nao houve a violacdo a liberdade de locomocao. £ necessério que esse risco de vir a ser privada de sua liberdade seja CONCRETO, nao bastando mera suspeita ou mero temor de que isso possa vir a acontecer um dia. Sendo procedente o pedido de HC preventivo, o Juiz expediré SALVO-CONDUTO, impedindo-se que a pessoa venha a ser privada de sua liberdade, EM RAZAO DOS FATOS OBJETOS DO HC. Nos termos do §4° do art. 660 do CPP: Art. 660 (..) § 4o Se a ordem de habeas corpus for concedida para evitar ameaca de violéncia ou coacao ilegal, dar-se- 4 a0 paciente salvo-conduto assinado pelo juiz. A Doutrina vem admitindo, ainda, uma terceira modalidade de HC, cuja finalidade é suspender atos processuais ou impugnar procedimentos que possam importar em prisdo futura da pessoa. E 0 chamado HC TRANCATIVO, cuja finalidade é determinar o trancamento de aco penal ajuizada e recebida, mas que no preenche os requisitos (auséncia de condigdes da ago, fato ja prescrito, etc.). Nesse caso, é legitima a impetracdo de HC para que seja trancada a acdo penal, que 6 uma ameaca a liberdade do individu. Importante ressaltar que o STF sé admite o manejo de HC para impugnar decisées judiciais no bojo do proceso relativo a crime punido com PRIVAGAO DA LIBERDADE. Se a pena cominada é apenas a multa, nao ha possibilidade de, no futuro, vir a acontecer a privagao ilegal da liberdade do acusado, de forma que o remédio correto, nesse caso, seria um MANDADO DE SEGURANCA.* CUIDADO! © ST) vem admitindo, ainda, 0 HC trancativo para determinar o trancamento de Inquéritos Policiais que se afigurem como constrangimento ilegal, por ndo haver lastro probatério minimo ou por haver elementos juridicos que impediriam futura aco penal (flagrante atipicidade da conduta, manifesta existéncia de causa de exclusio da ilicitude, prescri¢o, etc.). * Omesmo se ap cano caso de ji estar ext nta.a pun dade. Ja estando ext nta a pena pr vat va de_berdade, no cabe HC, nos termos da simu 2695 do STF: Stmula 695 No é cabivel Habeas Corpus quando jé extinta a pena privativa de liberdade. SUJEITOS DO HC OHC possui trés sujeitos: => Impetrante — £ aquele que ajuiza o HC. Qualquer pessoa pode impetrar um HC em seu favor ou em favor de outra pessoa. Inclusive o MP pode impetrar o HC em favor de alguém. NAO SE EXIGE CAPACIDADE POSTULATORIA (Nao é necessaria a presenga de advogado). A PESSOA JURIDICA PODE IMPETRAR HC. Os inimputaveis e doentes mentais TAMBEM PODEM IMPETRAR HC (Trata-se da maior legitimidade ativa do nosso ordenamento juridico). Nos termos do art. 654 do CPP: ‘Art. 654. O habeas corpus poderé ser impetrado por qualquer pessoa, em seu favor ou de outrem, bem como pelo Ministério Publico. Inclusive 0 ANALFABETO podera IMPETRAR HC. E 0 que podemos extrair do art. 654, §1°, c do CPP: § 10 A peticdo de habeas corpus conterd: 9) onome da pessoa que sofre ou esté ameacada de sofrer violéncia ou coagdo e o de quem exercer a violéncia, coagdo ou ameaca; +b) a declaracao da espécie de constrangimento ou, em caso de simples ameaca de coacao, as razées em que funda o seu temor; ¢) a assinatura do impetrante, ou de alguém a seu rogo, quando ndo souber ou ndo puder escrever, © a designacdo das respectivas residéncias. CUIDADO! 0 Juiz no pode impetrar HC, mas pode concedé-lo sem que haja pedido (de oficio). S40 coisas parecidas, mas sao diferentes. Nos termos do §2° do art. 654 do CPP: § 200s juizes e os tribunais tem competéncia para expedir de oficio ordem de habeas corpus, quando no curso de processo verificarem que alguém sofre ou estdé na iminéncia de sofrer coacdo ilegal. Além do impetrante, temos ainda duas outras figuras: = Paciente — £ aquela pessoa em favor da qual se impetra o HC (Impetrante e paciente podem ser, portanto, a mesma pessoa). CUIDADO! A pessoa juridica, por no possuir liberdade de locomogao, nao pode ser paciente do HC, podendo, no entanto, impetra-lo em favor de terceira pessoa. = Coator ~ £ a autoridade (ou o particular) que privou a liberdade de locomocdo da pessoa ou que estd ameacando privar a liberdade da pessoa. Parte da Doutrina entende que somente a autoridade publica pode ser coator. Mas a maioria da Doutrina entende que o particular também pode ser coator, quando, por exemplo, impede a libera¢o de um interno de uma clinica hospitalar. ualquer pessoa pode impetrar ‘Quem impetrao HC (inclusive pessoa ‘Somente PESSOA Quem esta sofrendo a FISICA. Pessoa ameaca ou coacdo em sua liberdade de locomog30 ‘Aquele que pratica a ameaga ou coagio| a liberdade de locomogao do paciente 1.4 CABIMENTO E PROCESSAMENTO Como disse a vocés, 0 HC é cabivel para fazer cessar coacdo a liberdade da pessoa, ou para impedir que a ameaca de coacao da liberdade se concretize. Mas em que situagdes se considera ilegal a privagdo da liberdade? O art. 648 do CPP dispée: Art. 648. A coacao considerar-se-6 ilegal: 1 quando ndo houver justa causa; 11- quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei; 1 - quando quem ordenar a coacdo néo tiver competéncia para fazé-1o; 1V- quando houver cessado o motivo que autorizou a coacéo; V- quando ndo for alquém admitido a prestar fianca, nos casos em que a lei a autoriza; V1- quando 0 processo for manifestamente nul Vil- quando extinta a punibilidade. Estando presentes quaisquer destas situagdes, a privac3o da liberdade, ou a ameaca dessa privacdo SERA ILEGAL. ‘A competéncia para a apreciacao do pedido de HC é, em regra, do Juiz de primeira instancia, mas cessaré a partir do momento em que a coaco passar a ser praticada por autoridade hierarquicamente superior a ele. Nos termos do art. 650, §1° do CPP: § 10A competéncia do juiz cessaré sempre que a violéncia ou coagdo provier de autoridade judiciéria de igual ou superior jurisdi¢ao. Existem casos nos quais a competéncia é origindria de um Tribunal. Esses casos de competéncia origindria esto previstos na propria Constituicdo. Vejamos as principais regras* de competéncia dos Tribunais previstas na Constituicao Federal: Tribunal Hipétese constitucionalmente prevista Embasamento Competente Constitucional 2A titulo de complementagéo, o STF possul ‘© habeas corpus, o sistema da Constituigéo Federal - com a unica excecdo daqueles em que o coator seja Ministro de Estado (CF, arts. 105, I, c, ¢ 102, 1, ¢) ~, 6 0 de conferi-la originariamente ao Tribunal a que caiba julgar ‘0s crimes da autoridade que a impetracao situe como coator ou paciente (CF, arts. 102, I, d; 105, 1, c)." (STF - RMS 27872). matérla de competéncia para ‘STF sv) TRE Juizes Federais Justiga do Trabalho Impetrado o HC, cumpridas as poucas formalidades previstas no §1° do art. 654, o Juiz podera determinar que o paciente seja colocado em sua presenca (art. 656 do CPP), caso esteja preso. No caso de o Juiz determinar a apresentacao do preso, aquele que esta mantendo o paciente preso ndo poder negar a apresentacdo deste ao Juiz, salvo em alguns casos especificos. Vejamos: > Entende-se que o TRF é competente, também, para julgar os HCs impetrados quando a autoridade coatora for membro do MPU. Quando forem pacientes o Presidente da Republica, 0 Vice- Presidente, os Membros do Congresso Nacional, os Ministros do Estado, 0 Procurador-Geral da Repiiblica, os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aerondutica, os ‘membros dos Tribunais Superiores, do Tribunal de Contas da Unido € os chefes de missio diplomatica de caréter permanente. Quando forem coatores Tribunals Superiores. Quando forem coatores ou pacientes autoridades ou funcionérios cujos atos estejam sujeitos diretamente jurisdigao do Supremo Tribunal Federal. Quando se tratar de crime sujeito a jurisdigao do Supremo Tribunal Federal, em uma Unica instancia. Quando forem coatores ou pacientes os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, os Desembargadores dos Tribunais de Justica dos Estados e do Distrito Federal, os ‘membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas do s Municipios e os do Ministério Piblico da UniSo que oficiarem perante os Tribunais.. Quando for coator tribunal sujeito a jurisdigdo do Superior Tribunal de Justiga, Ministro de Estado ou Comandante da Marinha, do Exército ou da Aerondutica, ressalvada a competéncia da Justica Eleitoral. Quando a autoridade coatora for Juiz Federal’. Quando 0 constrangimento provier de autoridade cujos atos do estejam diretamente sujeitos a outra jurisdigao.. Quando 0 ato questionado envolver matéria sujeita 8 sua Jurisdicao. Art. 102, 1, “d” Art. 102, |, “i” Art. 102, 1, “i” Art. 102, |, “i” Art. 105, |, “c” Art. 105, |, “c” Art, 108, |, “d” Art. 109, |, VIL Art. 114, |, IV Art. 657. Se o paciente estiver preso, nenhum motivo escusaré a sua apresentagao, salvo: 1- grave enfermidade do paciente; |-ndo estar ele sob a guarda da pessoa a quem se atribui a detengéo; III se 0 comparecimento ndo tiver sido determinado pelo juiz ou pelo tribunal. 0 Juiz, entretanto, no caso do inciso | (doenga), poderd se dirigir até o local onde o paciente se encontra. Caso 0 Juiz verifique que a ameaca ou coagdo jé cessou quando do recebimento do HC, declarard este prejudicado (art. 659 do CPP). EXEMPLO: José é preso preventivamente e impetra HC, questionando no Tribunal de Justiga a priséo. Quando o TJ se prepara para analisar 0 pedido de HC, verifica que o Juizo de primeira instancia ja havia revogado a prisdo. Neste caso, o HC perdeu o objeto, pois jé cessou a coacao liberdade de locomogao apontada. Apés efetuadas todas as diligéncias e ouvido o paciente, 0 Juiz decidira, em 24h, se concede ou nao a ordem de HC (art. 660 do CPP). No que tange & decisdo, é importante destacar que esta sera tomada por maioria de votos. Caso haja empate, se o presidente nao tiver votado ainda, proferiré voto de desempate, caso contrério, prevalecerd a decisio mais favoravel ao paciente. EXEMPLO: José impetra HC perante o TJ local, alegando ilegalidade em sua prisio cautelar. No julgamento pelo plenério, ha empate por 06 votos a 06, mas o presidente ja votou. Neste caso, prevalece a soluco mais favorével ao paciente dentre aquelas que empataram. Caso se trate de HC repressivo, e sendo concedida a ordem, como disse antes, sera expedido alvara de soltura‘ (§1° do art. 660). Caso se trate de HC preventivo, ser expedido SALVO- CONDUTO (§4° do art. 660 do CPP). * Podemos ter um alvaré de soltura “clausulado”, que é a hipétese em que o Juiz expede o alvaré determinando a colocacao do preso em liberdade, a menos que haja outro motivo pelo qual deva continuar preso. Em qualquer dos dois casos (JA ter havido a prisdo ou estar na iminéncia de ocorrer), sendo concedida a ordem de HC, serd imediatamente enviada cépia a autoridade coatora, nos termos do §5° do art. 660 do CPP. CUIDADO! Embora nao haja previsio expressa na lei nesse sentido, a Doutrina e a Jurisprudéncia entendem ser plenamente cabivel a concessao de liminar em HC. E importante destacar que a concesséo do habeas corpus nao impedira o curso normal do processo nem pord termo ao processo (ndo encerrard), desde que este nao esteja em conflito com 0s fundamentos da decisao. Vejamos: Art. 651 A concessdo do habeas corpus néo obstard, nem pord termo ao processo, desde que este no esteja em conflito com os fundamentos daquela. Art. 652. Se 0 habeas corpus for concedido em virtude de nulidade do processo, este serd renovado. Assim, se alguém impetra HC impugnando alguma decisio judicial proferida no bojo do processo, isso em nada atrapalha 0 andamento normal do processo, nem eventual deciso favoravel no HC gera extinc3o do processo. Todavia, caso 0 HC tenha por objeto o reconhecimento da nulidade do processo, em sendo concedido o pedido (procedéncia do HC) 0 processo deverd ser renovado (refeito). Mas, é cabivel recurso contra a deciséo no habeas corpus? Sim. Em sendo proferida a decisdo pelo Juizo singular (ndo por Tribunal ou érgao fracionario de Tribunal), cabe recurso em sentido estrito (art. 581, X do CPP). Importante destacar, ainda, que nos termos do art. 574, |, do CPP, quando se tratar de sentenca concessiva de habeas corpus, caberé o chamado “recurso de oficio”, ou seja, a chamada “remessa necessaria”, de forma que a decisdo est sujeita a reexame pelo Tribunal ao qual est vinculado 0 Juiz. No caso de deciséo em habeas corpus proferida por Tribunal, caberé Recurso Ordinario Constitucional, para o STF ou para o STJ, a depender do caso. Vejamos os arts. 102 e 105 da CF/88: Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituigao, cabendo-Ihe: a) WI - julgar, em recurso ordindrio: 0) 0 habeas corpus, o mandado de seguranca, o habeas data e 0 mandado de injungao decididos em unica instdncia pelos Tribunais Superiores, se denegatéria a deciso; Ld Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justica: (ou) |-julgar, em recurso ordinério: 0) 0s habeas corpus decididos em Unica ou Giltima insténcia pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territérios, quando a decisao for denegatéria; b) 0s mandados de seguranca decididos em Gnica insténcia pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territérios, quando denegatéria a decisao; Como se vé, podemos resumir da seguinte forma: ™ ROC’ para o STF —- Quando a decisdo em habeas corpus for denegatoria e proferida em UNICA instancia pelos Tribunais Superiores (ex.: STM). "ROC para 0 STJ - Quando a decisdo em habeas corpus for denegatoria e proferida em UNICA (0 HC se iniciou no Tribunal) ou ULTIMA (0 HC nao se iniciou no Tribunal) instancia pelos Tis e TRFs. No caso de decisao concessiva de HC por Tribunal, a parte que se sentir prejudicada deverd manejar, se for 0 caso, o Recurso Especial (para 0 STJ) ou o Recurso Extraordindrio (para o STF). Vamos ver algumas questées relevantes acerca do HC: => A Doutrina e a Jurisprudéncia NAO admitem mais a utilizago do HC como substituto recursal, ou seja, sua utilizacao ao invés da utilizaco do recurso cabivel®, = A Jurisprudéncia ndo tem admitido a impetrac3o de HC contra ato de indeferimento de iminar em HC, salvo em casos de flagrante ilegalidade ou teratologia da decisdo que indefere a liminar.” 5 Recurso Ordinério Constitucional © Ver, por todos: (HC 258.954/RJ, Rel. Ministra MARILZA MAYNARD (DESEMBARGADORA CONVOCADA DO T3/SE), SEXTA TURMA, julgado em 27/05/2014, DJe 10/11/2014) 7 »(...) 1. Nos termos do Enunciado n. 691 da Siimula do Supremo Tribunal Federal, no é cabivel habeas corpus contra indeferimento de pedido de liminar em outro writ, salvo em casos de flagrante ilegalidade ou teratologia da decisdo singular, sob pena de indevida supressao de instancia. No caso, observa-se flagrante llegalidade a permitir a superagdo do referido dbice sumular. es) (HC 436.993/SP, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, QUINTA TURMA, julgado em 12/06/2018, DJe 20/06/2018) = 0 Assistente de acusagao nao pode intervir no HC. = 0 HC nao comporta dilaco probatéria, ou seja, o impetrante deve provar, DE PLANO, a ilegalidade da coacao. — E incabivel 0 HC para impugnar decisio que defere a intervengao do assistente de acusaco na aco penal. => A prisio administrativa (aquela que nao foi determinada pelo Judiciério), 8 excecao do flagrante delito, foi abolida do nosso ordenamento juridico. Caso seja praticada, poderé ser impetrado HC em face dessa ilegalidade. => E possivel a impetracao de HC para evitar que o paciente seja algemado, ou para que cesse © ato, quando esta medida seja ilegal (nao esteja dentre as excegdes previstas na simula vinculante n° 11 do STF). = E incabivel a utilizacio do HC para atacar ato de punicao disciplinar militar (priséo do militar), salvo se a prisao foi determinada de maneira ilegal (por autoridade incompetente, etc.), mas ndo 0 mérito da medida. OSTJ entende ser cabivel a impetraco de HC para discutir aplicago de prisio domiciliar, Nao é cabivel o manejo de HC para discutir a aplicagdo de pena acesséria de perda de cargo publico (pois nao ha violacdo ou ameaga a liberdade de locomocaio). > OHC é cabivel tanto para reexame do regime inicial de cumprimento de pena quanto para reexame de dosimetria da pena (apenas se no for necesséria uma andlise aprofundada do conjunto probatério e caso se trate de flagrante ilegalidade), pois em ambos os casos hd interfer€ncia na liberdade de locomogao do individuo.” => O HC é cabivel tanto para revogar a prisdo preventiva quanto para revogacao de fianca arbitrada, pois neste tltimo caso também hé interferéncia direta na liberdade de locomo¢ao do agente. v4 2 MANDADO DE SEGURANCA EM MATERIA CRIMINAI * Ver, por todos: (RHC 31.667/ES, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 28/05/2013, DJe 11/06/2013) °"(...) IL Inicialmente, cumpre asseverar que a via do writ somente se mostra adequada para a analise da dosimetria da pena se nao for necessaria uma analise aprofundada do conjunto probatério e caso se trate de flagrante ilegalidade. Vale dizer, o entendimento deste Tribunal firmou-se no sentido de que 2 “dosimetria da pena insere-se dentro de um juizo de discricionariedade do Julgador, atrelado as particularidades féticas do caso concreto e subjetivas do agente, somente passivel de reviséo ‘por esta Corte no caso de Inobservancia dos parémetros legais ou de flagrante desproporcionalidade" (HC n. 400.119/RJ, Quinta Turma, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, DJe de 19/8/2017). Ge) (HC 441,178/SP, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 19/06/2018, DJe 28/06/2018) estudo do mandado de seguranca no processo penal nao esta relacionado ao seu processamento, mas as suas hipéteses de cabimento. O Mandado de Seguranca, como nés sabemos, é um dos chamados “remédios constitucionais”, é uma a¢ao auténoma de impugnacao a um ato do Poder Publico, podendo ser usado, inclusive, como substituto recursal, inclusive no processo penal. Vejamos a redago constitucional acerca do cabimento do Mandado de Seguranca. Vejamos: Art. ( LXIX- conceder-se-é mandado de sequranca para proteger direito liquido e certo, ndo amparado por "habeas- corpus" ou "habeas-data", quando o responsdvel pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade publica ou agente de pessoa juridica no exercicio de atribuigbes do Poder Publico; Vejam que a primeira exigéncia é a de que se trate de DIREITO LIQUIDO E CERTO, ou seja, no se admite dilac3o probatéria no MS, de forma que o impetrante (aquele que ajuiza o MS) deve provar que tem o direito no momento em que ajuiza a aco (Sim, o MS é uma aco, nao um recurso). Exige-se, ainda, que este direito que o impetrante alega possuir ndo seja amparado nem por Habeas Corpus nem por Habeas Data. Aqui, nos interessa apenas a primeira hipétese. Nao sendo possivel a impetracdo de MS quando for possivel o ajuizamento de HC, resta evidente que NAO SERA CABIVEL MS quando a LIBERDADE DE LOCOMOCAO estiver em jogo. Por qué? Porque a se a liberdade de locomocao estiver em jogo, caber HC, nos termos do art. 52, LXVIII da CRFB/88: Art. (..) LXIll - conceder-se-6 "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar ameagado de sofrer violéncia ‘0u coagdo em sua liberdade de locomogéo, por ilegalidade ou abuso de poder; Ora, disso podemos tirar uma conclusdo: Se a decisdo interfere direta ou indiretamente em pena privativa de liberdade, caso ndo haja nenhum recurso disponivel para atacar a decisio judicial, devera ajuizar HABEAS CORPUS, nao sendo cabivel o MS. Por outro lado, nao tendo a decisdio qualquer relaco com pena privativa de liberdade, nado hd qualquer ameaca a liberdade de locomogo do individuo, de maneira que, eventual impugnacao a uma decisdo judicial, para a qual no haja recurso previsto, deverd ser feita mediante MS. STF, neste sentido, editou o verbete de n® 693 de sua simula de jurisprudéncia: Siimula 693 do STF 'Nao cabe habeas corpus contra deciséo condenatéria @ pena de multa, ou relativo a proceso em curso por infragdo penal a que a pena pecunidria seja a Unica cominada.” O MS deverd ser impetrado no prazo de 120 dias, direcionado a autoridade Judicidria imediatamente superior aquela que proferiu a decisdo, ou, no caso de decisao judicial proferida por érgdo fraciondrio de Tribunal, ser direcionado ao Plenério do Tribunal, nos moldes das competéncias constitucionais definidas na propria Constituicao Federal. ‘As hipéteses mais comuns de cabimento do MS em matéria criminal sdo: => Decisdo que indefere a habilitagao do assistente de acusacao (art. 273 do CPP). => Decisao que determina o sequestro de bens do acusado, sem respeitar os dispositivos legais (art. 126 do CPP). => Decisdo que indefere a restituiggo de bens apreendidos. = Para garantir ao advogado 0 acesso aos autos de inquérito policial quando este direito estiver sendo obstado pela autoridade policial. 3 DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES CODIGO DE PROCESSO PENAL % Arts. 647 a 667 do CPP — Regulamentam o Habeas Corpus no CPP: CAPITULO X DO HABEAS CORPUS E SEU PROCESSO Art. 647. Dar-se-6 habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar na iminéncia de sofrer violéncia ou coagao llega! na sua liberdade de ire vir, salvo nos casos de punigdo disciplinar. Art. 648. A congo considerar-se-6 ilegal: 1- quando ndo houver justa causa; 11- quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lel; ‘M1 quando quem ordenar a coacdo ni tiver competéncia para fozé-lo; |IV- quando houver cessado 0 motivo que autorizou a coagao; \V-quando néo for alguém admitido a prestar fianca, nos casos em que a lei a autoriza; V1- quando 0 processo for manifestamente nulo; VII- quando extinta a punibilidade. Art. 649. 0 juiz ou 0 tribunal, dentro dos limites da sua jurisdicdo, faré passar imediatamente a ordem impetrada, nos casos em que tenha cabimento, seja qual for a autoridade coatora. Art. 650. Competiré conhecer, originariamente, do pedido de habeas corpus: 1- ao Supremo Tribunal Federal, nos casos previstos no Art: 101, 1,9, da Constituigdo; 1-208 Tribunals de Apelagtio, sempre que os atos de violéncia ou coaco forem atribuidos aos governadores ou interventores dos Estados ou Territérios e ao prefelto do Distrito Federal, ou a seus secretérios, ou aos chefes de Policia. § 10 A competéncia do juiz cessard sempre que a violéncia ou coagdo provier de autoridade judiciéria de igual ou superior jurisdigéo. § 20 Noo cabe o habeas corpus contra a prisdo administrativa, atual ou iminente, dos responséveis por dinheiro ou valor pertencente @ Fazenda Publica, alcangados ou omissos em fazer 0 seu recolhimento nos prazos legais, salvo se 0 ‘pedido for acompanhado de prova de quitagao ou de depdsito do alcance verificado, ou se a prisio exceder 0 prazo legal. Art. 651. A concessio do habeas corpus ndo obstard, nem poré termo ao processo, desde que este ndo esteja em conflito com os fundamentos daquela. Art. 652. Se 0 habeas corpus for concedido em virtude de nulidade do processo, este seré renovado. ‘Art. 653. Ordenada a soltura do paciente em virtude de habeas corpus, seré condenado nas custas a autoridade que, por mé-fé ou evidente abuso de poder, tiver determinado a coacéo. Parégrafo tnico. Neste caso, seré remetida a0 Ministério Publico cépia das pecas necessérias para ser promovida o responsabilidade da autoridade. Art. 654, 0 habeas corpus poderd ser impetrado por qualquer pessoa, em seu favor ou de outrem, bem como pelo Ministério Publico. § 0 A peticdo de habeas corpus conteré: 2) 0 nome da pessoa que sofre ou esté ameacada de softer violencia ou coacdo € o de quem exercer a violencia, coagdo ou ameasa; b)a declaraco da espécie de constrangimento ou, em caso de simples ameaca de coagéo, as razBes em que funda o seu temor; J @ assinatura do impetrante, ou de alguém a seu rogo, quando ndo souber ou ndo puder escrever, e a designagao das respectivas residéncias. § 20 Os juizes e os tribunais tém competéncia para expedir de oficio ordem de habeas corpus, quando no curso de processo verificarem que alguém sofre ou esté na iminéncia de sofrer coagao ilegal Art. 655. O carcereiro ou o diretor da prisdo, 0 escrivao, o oficial de justiga ou a autoridade judicidria ou policial que embaracar ou procrastinar a expedigdo de ordem de habeas corpus, as informagées sobre a causa da prisdo, a condugao € apresentacdo do paciente, ou a sua soltura, seré multado na quantia de duzentos mil-réis @ um conto de réis, sem pprejuizo das penas em que incorrer. As multas serdo impostas pelo juiz do tribunal que julgar o habeos corpus, salvo ‘quando se tratar de autoridade judiciéria, caso em que caberé ao Supremo Tribunal Federal ou ao Tribunal de Apelagdo impor as multas. Art. 656. Recebida a petigdo de habeas corpus, 0 jul, se julgar necessério, e estiver preso 0 paciente, mandaré que este ihe seja imediatamente apresentado em dia e hora que designar. Parégrafo Unico. Em caso de desobediéncia, seré expedido mandado de prisio contra o detentor, que seré processado 1na forma da le, e o juiz providenciaré para que o paciente seja tirado da priséo e apresentado em juizo. Art. 657. Se 0 paciente estiver preso, nenhum motivo escusaré a sua apresenta¢do, salvo: 1- grave enfermidade do paciente; 1-ndo estar ele sob a quarda da pessoa a quem se atribui a detenco; MN se 0 comparecimento ndo tiver sido determinado pelo juiz ou pelo tribunal. Parégrafo unico. 0 julz poders ir a0 local em que o paciente se encontrar, se este no puder ser apresentado por ‘motivo de doenca. Art. 658. O detentor declararé a ordem de quem o paciente estiver preso. Art. 659. Se 0 ulz ov o tribunal verificar que jd cessou a violencia ou coagéo ilegal, julgaré prejudicado 0 pedido. Art. 660. Efetuadas os diligéncias, e interrogado 0 paciente, o juie decidiré, fundamentadamente, dentro de 24 (vinte e quatro) horas. $10 Se adecisdo for favordvel ao paciente, seré logo posto em liberdade, salvo se por outro motive dever ser mantido na prisao. $20 Se 0s documentos que instruirem a peticdo evidenciarem a ilegalidade da coa¢do, 0 julz ou 0 tribunal ordenaré ue cesse imediatamente o constrangimento. § 30 Se a ilegalidade decorrer do fato de néo ter sido o paciente admitido a prestar fianca, o juiz arbitraré o valor desta, que poderé ser prestada perante ele, remetendo, neste caso, & autoridade os respectivos autos, para serem ‘anexades aos do inquérito policial ou aos do processo judicial. § 40 Se a ordem de habeas corpus for concedida para evitar ameaca de violéncia ou coast ilegal, dar-se-6 00 ‘paciente salvo-conduto assinado pelo julz. § 50 Seré incontinenti enviada cépia da decisdo & autoridade que tiver ordenado a prisGo ou tver 0 paciente & sua isposigdo, a fim de jntar-se aos autos do processo. § 60 Quando o paciente estiver preso em lugar que nbo seja oda sede do julzo ou do tribunol que conceder a ordem, © alvard de soltura seré expedido pelo telégrafo, se hover, observadas as formalidades estabelecidas no art. 289, ‘pardgrofo tnico, in fine, ou por via postal Art. 661. Em caso de competéncia originéria do Tribunal de Apelagdo, a peticdo de habeas corpus serd apresentada «9 secretério, que a enviaré imediatomente ao presidente do tribunal, ou da cémara criminal, ou da turma, que estiver reunido, ou primero tiver de reunir-s. Art. 662. Se a peticéo contiver os requisitos do art. 654, § 10, 0 presidente, se necessdrio, requisitard da autoridade Jndicada como coatora informasées por escrito. Faltando, porém, qualquer daqueles requisites, o presidente mondaré preenché-lo, logo que Ihe for opresentada a peticéo. Art. 663. As diligéncias do artigo anterior no seréo ordenadas, se o presidente entender que o habeas corpus deva ser indeferido in limine. Nesse caso, levard a peti¢do ao tribunal, cémara ou turma, para que delibere a respeito. Art. 664. Recebidas as informagées, ou dispensadas, o habeas corpus seré julgado na primeira sesso, podendo, entretanto, adiar-se o julgamento para a sesso seguinte. Parégrafo Unico. A decisto seré tomada por maioria de votos. Havendo empate, se o presidente ndo tiver tomado ‘parte na votacao, proferiré voto de desempate; no caso contrério, prevaleceré a deciso mais favorével ao paciente. Art. 665. 0 secretério do tribunal lavrard a ordem que, assinada pelo presidente do tribunal, cémara ou turmo, seré dirigida, por oficio ou telegrama, ao detentor, a0 carcereiro ou autoridade que exercer ou ameagar exercer 0 constrangimento. Pardgrafo tinico. A ordem transmitida por telegrama obedecerd ao disposto no art. 289, parégrafo tinico, in fine. Art. 666. Os regimentos dos Tribunais de Apelacdo estabelecerdo as normas complementares para 0 processo € Julgamento do pedido de habeas corpus de sua competéncia origindria. Art. 667. No proceso e julgamento do habeas corpus de competéncia originéria do Supremo Tribunal Federal, bem como nos de recurso das decisées de ultima ou tinica insténcia, denegatérias de habeas corpus, observar-se-6, no que Ihes {for aplicével, 0 disposto nos artigos anteriores, devendo o regimento interno do tribunal estabelecer as regras ‘complementares. 4 SUMULAS PERTINENTE: 4.1 SUMULAS DO STF % Stimula 695 do STF - 0 STF sumulou entendimento no sentido de que, jd estando extinta a pena privativa de liberdade, no cabe HC, nos termos da stimula 695 do STF: ‘SGmula 695 'Nao ¢ cabivel Habeas Corpus quando ja extinta a pena privativa de liberdade. ‘S Sumula 693 do STF — O STF sumulou entendimento no sentido de que nao cabe HC para impugnar deciso condenatéria @ pena de multa ou referente & proceso no qual ndo hd possibilidade de aplicacdo da pena privativa de liberdade: Simula 693 do STF "Nao cabe habeas corpus contra deciso condenatéria & pena de multa, ou relativo a processo em curso por infrac3o penal a que a pena pecunisria seja a nica cominada." % SGmula 691 do STF — 0 STF sumulou entendimento no sentido de que ndo cabe HC para impugnar decisio do relator que, anteriormente, em sede de HC, indeferiu 0 pedido de medida liminar: ‘Sdmula 691 do STF N30 compete a0 Supremo Tribunal Federal conhecer de habeas corpus impetrado contra decisdo do relator que, em habeas corpus requerido a Tribunal Superior, indefere a liminar. Todavia, o proprio STF vem relativizando o teor da simula, admitindo, excepcionalmente, o manejo do HC nestes casos, quando a decis4o impugnada for teratolégica, flagrantemente ilegal, abusiva ou manifestamente contraria ao entendimento jurisprudencial do STF. Nestes casos, para evitar a manutencio da situaco de constrangimento ilegal, poderia o STF conceder de oficio a ordem de HC. ‘ Sumula 690 do STF — SUMULA SUPERADA. O STF havia sumulado entendimento no sentido de que competia a ele, STF, 0 julgamento de habeas corpus contra deciséo de turma recursal de juizados especiais criminais. Contudo, a Doutrina entende que esta simula perdeu sua razdo de existir, pois o entendimento Jurisprudencial do STF se modificou, cabendo ao Tribunal de Justiga, ou TRF, 0 julgamento do HC em nesses casos: ‘Simula 690 do STE “Compete originariamente ao Supremo Tribunal Federal o julgamento de habeas corpus contra decisdo de turma recursal de juizados especiais criminais” ‘S Sumula 606 do STF - O STF sumulou entendimento no sentido de que nao é cabivel o manejo de HC originario para o Tribunal Pleno de decisdo de Turma, ou do Plenério, proferida em habeas corpus ou no respectivo recurso: Simula 606 do STF Nao cabe habeas corpus originsrio para o Tribunal Pleno de decisSo de Turma, ou do Plenério, proferida em habeas corpus ‘ou no respectivo recurso. 4.2 SUMULAS DO ST) ‘S Sumula 376 do STJ — O STJ sumulou entendimento no sentido de que cabe a Turma Recursal processar e julgar 0 mandado de seguranca contra ato proferido pelo Juizado Especial: Sumula 376 do STI COMPETE A TURMA RECURSAL PROCESSAR E JULGAR O MANDADO DE SEGURANCA CONTRA ATO DE JUIZADO ESPECIAL. ‘S Sumula 169 do STJ - O STJ sumulou entendimento no sentido de que nado cabe embargos infringentes contra decisdo proferida em sede de mandado de seguranca: ‘Stimula 169 do STI ‘SAO INADMISSIVEIS EMBARGOS INFRINGENTES NO PROCESSO DE MANDADO DE SEGURANCA. URISPRUDENCIA CORRELATA % STJ- HC 312.767/SP — 0 STI, seguindo 0 entendimento do STF, passou a entender que nao cabe utilizagdo do HC como substitutivo recursal, sob pena de violago ao sistema recursal patrio: ~ 0 Superior Tribunal de Justi¢a, seguindo o entendimento firmado pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, rio tem admitido a impetracio de habeas corpus em substituiclo ao recurso préprio prestigiando o sistema recursal a0 tempo que preserva a importancia e a utilidade do habeas corpus, visto permitir a concesso da ordem, de oficio, nos casos de flagrante ilegaidade. ( {HC 312.767/SP, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em 09/08/2016, Die 16/08/2016) ‘S STJ - RHC 58.622/SC - O STI firmou entendimento no sentido de que sé é possivel falar em nulidade pela auséncia de intimagdo da defesa para o julgamento do HC quando houve requerimento de intimacdo para a sustentago oral: 1. "O Superior Tribunal de Justica tem jurisprudéncia pacifica no sentido de que, para 2 configuracio da nulidade de auséncia de intimac3o da defesa para o julgamento de habeas corpus, cujo reconhecimento a impetrac3o ora sustenta, é necessério que a defesa, de fato, requeira a sua Intimagdo para a sustentaclo oral" (HC 289.477/GO, Rel. Ministro Rogério Schietti Cruz, DJe de 06/06/2014), 2. A auséncia de manifestago da Corte de origem quanto & alegada participago do assistente de acusago impede a sua apreciacio diretamente por esta Corte, sob pena de indevida supressso de instncia. ) 4, Recurso ordindrio parcialmente conhecido e, nesta parte, desprovido. (RHC 58.622/SC, Rel. Ministro LAZARO GUIMARAES (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TRF 5? REGIAO), QUINTA TURMA, julgado em 10/03/2016, Dle 16/03/2016) %S STI - RHC 31.062/DF — 0 ST) firmou entendimento no sentido de que, embora cabivel, 0 trancamento de inquérito policial (que pode ser requerido mediante HC) é medida excepcional, s6 sendo admitido quando restar comprovada, de plano (sem necessidade de dilacao probatéria), a auséncia de justa causa, a atipicidade do fato ou a extingo da punibilidade: 1. A jurisprudéncia dos tribunais superiores admite o trancamento do inquérito policial ou de processo penal, excepcionalmente, nas hipéteses em que se constata, sem o revolvimento de matéria fatico-probatéria, a auséncia de indicios de autoria e de prova da materialidade, a atipicidade da conduta ou a exting3o da punibilidade, o que nao se observa no presente caso (Precedentes). (ra) (RHC 31.062/DF, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, QUINTA TURMA, julgado em 02/08/2016, Die 12/08/2016) %S STJ- RHC 31.062/DF — O STF firmou entendimento no sentido de que, se 0 inquérito policial foi instaurado por requisica0 do membro do MP, cabe ao respectivo Tribunal (perante o qual 0 membro tenha foro por prerrogativa de fun¢do) apreciar eventual HC impetrado contra a instauraco da investigago, jé que 0 ato de instauraco do IP, conquanto tenha sido realizado pelo delegado de policia, decorreu de ordem (requisicdo) do MP, sendo esta a autoridade coatora: COMPETENCIA CRIMINAL. RECURSO ORDINARIO EM MANDADO DE SEGURANCA. INQUERITO POLICIAL MILITAR. REQUISICAO POR PROMOTOR DE JUSTICA MILITAR. MEMBRO DO MINISTERIO PUBLICO DA UNIAO. COMPETENCIA DO ‘TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL PARA PROCESSAR E JULGAR EVENTUAL HABEAS CORPUS. ART. 108, |, a c/c ART. 128, , DA CF. PRECEDENTES. RECURSO PROVIDO. 1. O presente recurso ordindrio em mandado de seguranca visa a0 reconhecimento da incompeténcia do Superior Tribunal Militar para determinar o trancamento de inquérito policial militar instaurado por requisicao do Ministério Publico Militar. 2.0 Ministério Pdblico Militar integra 0 Minstério Piblico a Unio, nos termos do disposto no art. 128, I, da Constituicdo Federal, endo que compete ao Tribunal Regional Federal processar e julgar os membros do Ministério Publico da Uni8o (art. 108, |, a, CF). 3. Consoante jd decidiu esta Corte, "em matéria de competéncia para o habeas corpus, o sistema da Constituiglo Federal - com a dnica exces daqueles em que 0 coator seja Ministro de Estado (CF, arts. 105, , ¢,€ 102, |,e)-, €0 de conferia originariamente a0 Tribunal a que caiba julgar os crimes da autoridade que a impetracio situe como coator ou paciente (CF, ats. 102, |, d; 105, |, ¢)." (RE 141.209, Rel. Min. Septiveda Pertence, Di 20.03.1992). 4. Desse modo, se 0 IPM fol instaurado por requisi¢io de membro do Ministério Publico Militar, este deve figurar como autoridade coatora (RHC 64.385/S, Rel. Min, Sydney Sanches, DJ 07.11.1986), cabendo ao Tribunal Regional Federal o julgamento de eventual habeas corpus impetrado contra ainstauragio do inquérito. 5. Recurso provido. (RMs 27872, Relator(a): Min. ELLEN GRACIE, Segunda Turma, julgado em 02/03/2010, Dle-050 DIVULG 18-03-2010 PUBLIC 19-03-2010 EMENT VOL-02394-01 PP-00164 RTI VOL-00214-01 PP-00420 LEXSTF v. 32, n. 376, 2010, p. 430-439) HABEAS CORPUS Natureza - Trata-se de um sucedaneo recursal externo. Um instrumento similar a um recurso, mas nao € recurso, pois é uma acaio auténoma (um novo processo). Espécies = Preventivo - Finalidade é preservar a liberdade de qualquer pessoa, quando ha risco de violagao a este direito. = Repressivo — Fazer cessar violacao & liberdade. (BSE Doutrina e Jurisprudéncia admitem, ainda, uma terceira modalidade de HC, cuja finalidade & suspender atos processuais ou impugnar procedimentos que possam importar em prisdo futura da pessoa. £ o chamado HC TRANCATIVO. (BSI Nao se admite HC para determinar o trancamento de ago penal ou IP quando se trata de infraco penal em que nao hé possibilidade de aplicaco de pena privativa de liberdade (simula 693 do STF). Sujeitos do HC = Impetrante — E aquele que ajufza o HC. Qualquer pessoa pode impetrar um HC em seu favor ou em favor de outra pessoa. Inclusive o MP pode impetrar o HC em favor de alguém. NAO SE EXIGE CAPACIDADE POSTULATORIA (Nao é necessaria a presenca de advogado). A PESSOA JURIDICA PODE IMPETRAR HC. CUIDADO! 0 Juiz nao pode impetrar HC, mas pode concedé- lo sem que haja pedido (de oficio). " Paciente—€ aquela pessoa em favor da qual se impetra o HC (Impetrante e paciente podem ser, portanto, a mesma pessoa). * Coator ~ £ a autoridade (ou o particular) que privou a liberdade de locomocao da pessoa ou que esta ameacando privar a liberdade da pessoa. Cabimento Considera-se ilegal a privacao da liberdade quando: Nao houver justa causa; = Alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei; = Quem ordenar a coago nao tiver competéncia para fazé-lo; * Houver cessado o motivo que autorizou a coagao; * Nao for alguém admitido a prestar fianga, nos casos em que a lei a autoriza; * O processo for manifestamente nulo; = Extinta a punibilidade. * A Doutrina e a Jurisprudéncia NAO admitem mais a utilizagdo do HC como substituto recursal, ou seja, sua utilizag3o ao invés da utilizagao do recurso cabivel. * OAssistente de acusagao nao pode intervir no HC. * OQ HC nao comporta dilacaio probatéria, ou seja, o impetrante deve provar, DE PLANO, a ilegalidade da coacao. = Eincabivel o HC para impugnar decisdo que defere a intervengiio do assistente de acusacao na aco penal. * E incabivel a utilizagao do HC para atacar ato de puni¢do disciplinar militar (priséo do militar), salvo se a prisao foi determinada de maneira ilegal (por autoridade incompetente, etc.), mas ndo 0 mérito da medida. Bons estudos! Prof. Renan Araujo 7 LISTA DE EXERCICIOS 01. — (CESPE - 2017 — DPE-AC — DEFENSOR PUBLICO) E cabivel habeas corpus a) contra decisdo que condene, unicamente, a pena pecuniéria. b) contra decisdo que tenha indeferido liminar em outro habeas corpus. c) caso se busque o reconhecimento da decadéncia. d) quando ja extinta a pena privativa de liberdade. e) contra decisao ofensiva a legislacao federal nos fundamentos da condenacao criminal com pena privativa de liberdade. 02. (CESPE - 2016 - PC-PE - AGENTE DE POLICIA - ADAPTADA) Qualquer pessoa tem legitimidade para impetrar habeas corpus, mas sé o advogado regularmente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil tem capacidade postulatéria para fazé-lo perante os tribunais superiores. 03. (CESPE - 2016 - PC-PE - AGENTE DE POLICIA - ADAPTADA) No caso de suspeito preso em flagrante delito, o Ministério Publico, como titular da agao penal, estd impedido de impetrar habeas corpus, pois é sua a obrigacao de iniciar 0 processo persecutério. 04. (CESPE - 2016 - TRE-PI - ANALISTA JUDICIARIO — AREA JUDICIARIO - ADAPTADA) Na qualidade de titulares de seus cargos, o delegado de policia, o promotor de justica e o juiz de direito podem impetrar habeas corpus em favor de terceiros. 05. — (CESPE - 2016 - TRE-PI — ANALISTA JUDICIARIO — AREA JUDICIARIO — ADAPTADA) Conforme a lei e a jurisprudéncia, nao se admite liminar em habeas corpus, ainda que presentes 0 fumus boni iuris e 0 periculum in mora. 06. — (CESPE - 2016 - TRE-PI - ANALISTA JUDICIARIO — AREA JUDICIARIO — ADAPTADA) Qualquer pessoa, quer se trate de brasileiro, quer de estrangeiro nao residente no pais, pode impetrar habeas corpus, devendo o writ ser redigido em portugués. 07. — (CESPE - 2015 - DPE-PE - DEFENSOR PUBLICO) Com relagdo a habeas corpus e nulidades, julgue o item a seguir. Os tribunais superiores no mais tm admitido 0 manejo do habeas corpus originario como meio de impugnacao substitutivo da interposi¢ao de recurso ordinério constitucional. 08. (CESPE - 2014 - TJ-SE - TITULAR NOTARIAL - ADAPTADA) E possivel a utilizacdo de habeas corpus para questionar a condenagao do acusado ao pagamento de multa, mesmo que nao tenha sido imposta pena privativa de liberdade. 09. (CESPE - 2014 - TJ-SE - TITULAR NOTARIAL - ADAPTADA) Em caso de empate na votacdo acerca da concessio da ordem de habeas corpus pelo érgao julgador, apés a colheita de todos os votos dos seus integrantes presentes, prevalecera o ato impugnado, mesmo que desfavordvel ao paciente. 10. (CESPE - 2010 - DETRAN-ES - ADVOGADO) Nao cabe habeas corpus quando ja extinta a pena privativa de liberdade. 11. — (CESPE - 2011 - PC-ES - ESCRIVAO DE POLICIA - ESPECIFICOS) A aco penal constitucional néo condenatéria de habeas corpus tem por finalidade evitar ou interromper violéncia a liberdade de locomo¢ao por ato ilegal ou com abuso de poder perpetrado por agente publico ou particular. 12. _ (CESPE - 2004 - POLICIA FEDERAL - DELEGADO DE POLICIA - REGIONAL) E incabivel habeas corpus em relaco a deciso condenatéria a pena exclusivamente de multa. 13. (CESPE - 2004 - POLICIA FEDERAL - AGENTE FEDERAL DA POLICIA FEDERAL - NACIONAL) Se 0 habeas corpus for concedido em virtude de nulidade do processo, este seré renovado. 14, (CESPE - 2004 - POLICIA FEDERAL - AGENTE FEDERAL DA POLICIA FEDERAL - NACIONAL) Considera-se cago ilegal, passivel de habeas corpus, a manutengao do acusado em carcere quando houver cessado 0 motivo que autorizou a coacao. 15. — (CESPE - 2008 - TJ-DF - ANALISTA JUDICIARIO - AREA JUDICIARIA) No caso de habeas corpus repressivo, se o juiz verificar, antes do julgamento do pedido de liminar, que a coacio ilegal jd cessou, nao poder julgar prejudicado 0 pedido, devendo enfrentar 0 mérito, tendo em vista que a coacao ilegal representa violacdo a direito humano fundamental e pode vir a se repetir. 16. — (CESPE - 2003 - DPE/AM ~ DEFENSOR) Apés envolvimento em infragdo penal de menor potencial ofensivo, Ticio foi encaminhado ao juizado especial criminal, onde o promotor de justica requereu a abertura de inquérito policial em face da complexidade do caso, 0 que impediu a formulagdo imediata da denuncia. Posteriormente, foi oferecida, perante o juizo criminal da comarca, dentincia, que tramitou pelo rito sumério, findando pela absolvigdo. O assistente de acusacio recorreu, e o recurso foi distribufdo a turma recursal, que Ihe deu provimento e condenou Ticio a dois meses de detencdo, pena substituida por prestagdo pecuniéria a vitima. Com base nessa situacao hipotética, julgue o item que se segue. Se for impetrado habeas corpus contra a decisdo condenatéria, a competéncia para conhecer da ordem seré do STJ. 17. (CESPE - 2003 - DPE/AM - DEFENSOR) ‘Apés envolvimento em infracdo penal de menor potencial ofensivo, Ticio foi encaminhado ao juizado especial criminal, onde o promotor de justica requereu a abertura de inquérito policial em face da complexidade do caso, 0 que impediu a formulagio imediata da deniincia. Posteriormente, foi oferecida, perante o juizo criminal da comarca, dentincia, que tramitou pelo rito sumério, findando pela absolvicSo. O assistente de acusacdo recorreu, e 0 recurso foi distribuido a turma recursal, que Ihe deu provimento e condenou Ticio a dois meses de detengo, pena substituida por presta¢o pecuniéria a vitima. Com base nessa situacao hipotética, julgue o item que se segue. Nao deve ser conhecida ordem de habeas corpus que venha a ser impetrada ja que, com a substituigdo da pena privativa de liberdade por prestagao pecuniaria, cessou o dano potencial @ liberdade de locomogao. 18. — (CESPE - 2011 ~ TER/ES — ANALISTA JUSICIARIO) Aluz dos conceitos e das normas aplicaveis a aco e ao processo penal, julgue o item subsequente. Ha descumprimento de uma das condigées da aco, por impo: jo de anulacao de pena de multa em habeas corpus. jade juridica, no pe 19. (CESPE - 2012 - PC/CE - INSPETOR) Julgue o item que se segue, em relag3o ao habeas corpus e aos entendimentos do STF a esse respeito. Nao cabe habeas corpus nas hipéteses sujeitas 4 pena de multa, nos afastamentos dos cargos publicos por questées penais ou administrativas nem na preservacao de direitos fundamentais que nao a liberdade de locomogao de ir e vir, salvo manifesta teratologia a repercutir na liberdade de locomogao. 20. — (CESPE - 2012 - PC/CE- INSPETOR) Julgue o item que se segue, em relacdo ao habeas corpus e aos entendimentos do STF a esse respeito. Aauséncia de justa causa tanto pode ser condi¢ao para sustentar o trancamento de aco penal como para promover a soltura do réu. 21. (CESPE - 2009 - DPE/AL — DEFENSOR) Em relacdo & revisdo criminal, ao habeas corpus e a execucdo penal, julgue o préximo item. E incabivel a ordem concessiva de habeas corpus quando jé extinta a pena privativa de liberdade, ou contra deciso condenatéria somente a pena de multa ou, ainda, em relagdo a processo em curso por infraco penal a que a pena pecuniéria seja a Unica cominada. 22. (CESPE - 2012 - TRE/RJ - ANALISTA JUDICIARIO) Em relaco ao habeas corpus e ao processo e julgamento dos crimes de responsabilidade dos funcionérios puiblicos, julgue o préximo item. Ordenada a soltura do preso em virtude de ordem de habeas corpus, serd condenada nas custas, a autoridade que, por ma-fé ou evidente abuso de poder, tiver determinado a coacao. 23. (CESPE - 2012 - MPE-TO - PROMOTOR) Arrespeito do habeas corpus, assinale a opcao correta. a) € admissivel a impetracao de habeas corpus contra deciséo condenatéria a pena de multa, bem como para cessar constrangimento em processo por infracdo penal punivel apenas com pena pecuniéria. b) Em inquérito policial instaurado mediante requisico da autoridade judiciaria, considera-se autoridade coatora 0 delegado de policia responsdvel pela instauragdo do feito, porquanto podia deixar de cumprir a requisicao. c) Nos processos de habeas corpus, é obrigatéria a concessao de vista ao representante do MP, seja no primeiro, seja no segundo grau de jurisdi¢4o. d) O habeas corpus do tipo liberatério, destinado a fazer cessar constrangimento ilegal ja existente, pode ser impetrado por meio de peticdo andnima. €) Ordenada a soltura do paciente por forca de habeas corpus, a autoridade, se tiver agido de mé- 8 ou com abuso de autoridade, ser4 condenada a pagar as custas do writ. 24, — (CESPE - 2010 - DETRAN-ES - ADVOGADO) Compete, originariamente, ao STF 0 julgamento de habeas corpus contra decisdo de turma recursal de juizados especiais criminais. 25. (CESPE - 2012 - TJ-AC - TECNICO JUDICIARIO) Consoante atual entendimento dos tribunais superiores, a a¢4o constitucional de habeas corpus, em substituicao ao recurso ordinario, deverd ser ofertada no mesmo prazo deste. 26. (CESPE - 2012 - TJ-AC - TECNICO JUDICIARIO) O habeas corpus somente deve ser impetrado por advogado, pois se trata de processo judicial. 27. (CESPE - 2012 - PEFOCE - TODOS OS CARGOS) No caso de a pessoa presa preventivamente pretender interpor habeas corpus em seu préprio favor por excesso de prazo na prisao, hipdtese em que ela mesma ser impetrante e paciente, sera dispensdvel a constituicaio de advogado para essa acdo. 28. — (CESPE - 2013 ~ PRF ~ POLICIAL RODOVIARIO FEDERAL) O habeas corpus pode ser impetrado, perante qualquer instdncia do Poder Judiciério, por qualquer pessoa do povo em favor de outrem, podendo, ainda, a autoridade judicial competente concedé- lo de oficio. 29, — (CESPE - 2013 - DEPEN — AGENTE PENITENCIARIO) A capacidade postulatéria para a impetracao de habeas corpus para defender em juizo violagdo & liberdade de locomogao ilicitamente coactada ou ameacada é atribuida a qualquer pessoa, bem como ao Ministério Publico. 30. (CESPE - 2014 -TJ/CE - TECNICO) Com relagio a habeas corpus e seu proceso, assinale a op¢ao correta. A) A impetracao do habeas corpus deve vir acompanhada de comprovante de pagamento das devidas custas judiciais do seu processamento. 8) O promotor de justica podera impetrar habeas corpus caso entenda que o réu em processo penal esteja sofrendo constrangimento ilegal na sua liberdade de ir e vir. C) 0 pedido de habeas corpus, para ser conhecido e julgado, deve estar assinado por advogado regularmente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil (AB). D) Somente é cabivel o habeas corpus caso o paciente jé esteja sofrendo violéncia ou coagdo em sua liberdade de ir e vir. E) No é admitida a formulacao de pedido de liminar em habeas corpus. atayre(elexee a) fos} 01. — (CESPE - 2017 - DPE-AC ~ DEFENSOR PUBLICO) £ cabivel habeas corpus a) contra deciséo que condene, unicamente, a pena pecuniéria. b) contra decisdo que tenha indeferido liminar em outro habeas corpus. ¢) caso se busque o reconhecimento da decadéncia. 4) quando ja extinta a pena privativa de liberdade. e) contra decisdo ofensiva a legislagao federal nos fundamentos da condenagao criminal com pena privativa de liberdade. COMENTARIOS: a) ERRADA: Item errado, pois neste caso ndo ha qualquer ameaca, nem mesmo potencial, & liberdade de locomogao. Este é 0 entendimento sumulado do STF (simula 693 do STF). b) ERRADA: Item errado, pois os Tribunais Superiores entendem que nao cabe habeas corpus para impugnar deciséo que indefere pedido liminar, salvo em casos de flagrante ilegalidade ou teratologia da deciséo impugnada, sob pena de indevida supressao de insténcia. A questo estd incompleta, mas ainda assim esta errada. c) CORRETA: Item correto, pois se jd houve a decadéncia, jd se extinguiu a punibilidade, de maneira que é perfeitamente cabivel o manejo do HC, seja para trancar o IP ou para trancar a aco penal, na forma do art. 648, VII do CPP, pois neste caso haverd constrangimento ilegal ao acusado ou indiciado, materializado pela ameaca potencial a sua liberdade de locomocao. d) ERRADA: Item errado, pois se jé est extinta a pena privativa de liberdade, nao ha mais qualquer risco a liberdade de locomocao do individuo (stimula 695 do STF). e) ERRADA: Item errado, pois neste caso seria cabivel 0 manejo do RECURSO ESPECIAL, e os Tribunais Superiores vém entendendo que nao ¢ cabivel o manejo do HC como substituto recursal, quando ha recurso cabivel para a hipstese. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA C. 02. (CESPE - 2016 - PC-PE - AGENTE DE POLICIA - ADAPTADA) Qualquer pessoa tem legitimidade para impetrar habeas corpus, mas s6 0 advogado regularmente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil tem capacidade postulatéria para fazé- lo perante os tribunais superiores. COMENTARIOS: Item errado, pois qualquer pessoa tem legitimidade para impetrar habeas corpus, ainda que perante os tribunais superiores, nao sendo necessario estar patrocinado por advogado devidamente inscrito nos quadros da OAB, nos termos do art. 654 do CPP. Portanto, a AFIRMATIVA ESTA ERRADA. 03. (CESPE - 2016 ~ PC-PE - AGENTE DE POLICIA - ADAPTADA) No caso de suspeito preso em flagrante delito, 0 ‘ério Publico, como titular da aco penal, esta impedido de impetrar habeas corpus, pois é sua a obrigacao de iniciar 0 processo persecutério. COMENTARIOS: Item errado, pois o MP também pode impetrar habeas corpus, nos termos do art. 654 do CPP: Art. 654. 0 habeas corpus poderd ser impetrado por qualquer pessoa, em seu favor ou de outrem, bem como pelo Ministério Piblico. Portanto, a AFIRMATIVA ESTA ERRADA. 04. — (CESPE - 2016 - TRE-PI - ANALISTA JUDICIARIO — AREA JUDICIARIO — ADAPTADA) Na qualidade de titulares de seus cargos, o delegado de p. direito podem impetrar habeas corpus em favor de terceiros. ja, promotor de justica e o juiz de COMENTARIOS: Item errado, pois apesar de qualquer pessoa poder impetrar HC, na forma do art. 654 do CPP, o delegado de policia e 0 Juiz ndo poderdo fazé-lo NA QUALIDADE DE TITULARES DE SEUS CARGOS. Ou seja, eles podem impetrar HC como particulares, como qualquer pessoa pode fazer, mas ndo podem impetrar HC no exercicio de suas fungdes. O Juiz até pode conceder “de oficio”, a ordem de HC, mas isso nao se confunde com “impetrar 0 HC”. Portanto, a AFIRMATIVA ESTA ERRADA. 05. (CESPE - 2016 - TRE-PI - ANALISTA JUDICIARIO — AREA JUDICIARIO — ADAPTADA) Conforme a lei e a jurisprudéncia, nao se admite liminar em habeas corpus, ainda que presentes © fumus boni iuris e o periculum in mora. COMENTARIOS: Item errado, pois embora nao haja previsao legal, a jurisprudéncia admite, pacificamente, a concessao de liminar em habeas corpus. Portanto, a AFIRMATIVA ESTA ERRADA. 06. — (CESPE - 2016 - TRE-PI - ANALISTA JUDICIARIO — AREA JUDICIARIO — ADAPTADA) Qualquer pessoa, quer se trate de brasileiro, quer de estrangeiro nao residente no pais, pode impetrar habeas corpus, devendo o writ ser redigido em portugués. COMENTARIOS: Item correto, pois 0 HC é um remédio constitucional cuja legitimidade para impetragao ¢ universal, concedida a qualquer pessoa. A utilizacao do idioma nacional é imposigao que se faz a toda e qualquer manifestacao processual, inclusive as pegas iniciais, como é o habeas corpus. Portanto, a AFIRMATIVA ESTA CORRETA. 07. (CESPE — 2015 — DPE-PE - DEFENSOR PUBLICO) Com relacao a habeas corpus e nulidades, julgue o item a seguir.

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