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) SOCIEDADE DE INVESTIGACGOES FLORESTAIS ~-BOLETIM: —TECNIED Métodos de Determinacao da Densidade da Madeira 8 NOMERO 1 — 1984 p UNIVERSIDADE FEDERAL DE VICOSA VIGOSA - MINAS GERAIS BERODUCAO sescvancsoss BRNO dea Re sew eden ees ceeersrees FATORES QUE AFETAM A DENSIDADE ......... Reece mecasere ue METODOS DE DETERMINACKO 22... ..e. cc eeeceeeeeceneeceeee 3.1. Métodos de Imersio ..... oe 3.1.1. Determinacgdo do volume através da variagdo de peso do liquido . 3.1.2. Determinacdo do volume através da variagio deqpesotdd duosératine, # Sens iials Fe bahia 3.2. Métodos do Maximo Teor de Umidade ..............5 3.3. Método de Medico Direta do Volume . Bee. MetodoldeHrluitauants,., nt Jena iiate spor en's. a CALCULO DA DENSIDADE DE UMA ARVORE .......-...-2000005 LITERATURA CITADA .....-eeeeceaee Td iF METODOS DE DETERMINAGAO DA DENSIDADE DA MADEIRA Benedito Rocha Vital’ 1. INTRODUCAO Densidade 6 a massa (corriqueiramente o peso) da unidade de ume. A densidade da madeira pode ser absoluta, quando ex- Fessa em g/cm ou kg/m®, ou relativa, quando comparada com a ensidade absoluta da dgua destilada, isenta de ar, 4 tempera- ura de-3,98°C, considerada como sendo 1,0 g/cm>. Nos sistemas GS_e SI, o niimero que exprime a densidade absoluta coincide ‘om o miimero adimensional que exprime a densidade relativa. A madeira é um material poroso e 0 valor numérico da densi- dade depende da inclusdo ou no do volume dos poros. As deter- Minagdes de densidade da madeira podem, portanto, ser feitas de duas formas distintas. Na primeira alternativa, determi- ha-se o volume de uma forma global, incluindo-se o volume dos Poros e obtendo-se, portanto, uma densidade aparente. A densi- dade da madeira & geralmente expressa desta maneira. Na segun- da alternativa, o volume da amostra & determinado sem a inclu- sdo do volume dos poros, obtendo-se a densidade real ou densi- dade da parede celular, cujo valor € igual a 1,53 g/cm, inde- pendente da espécie (i6). A madeira & uma substancia higroscépica, que sob diferentes condicdes de umidade relativa e temperatura adquire diferentes } professor do Departamento de 36570 Vigosa, MG, Brasil. ngenharia Florestal da ULF.V. Boletim Técnico-SIF. n° 1, 1984 es de umidade, os quais, por sua vez, levam @ mesma amos- ‘de madeira a diferentes masSa5 e volumes. A madeira obtida uma arvore recém-cortada possui, também, uma certa quanti- le de Agua que vai sendo gradativamente evaporada para o 0 ambiente, com a constqlente. alteracao de massa e possi- is variagdes de volume. Para calcular a densidade da madeira , portante, a necessidade de estabelecer os tecres de umida- nos quais sao determinados a massa e o volume. Ocritério adotado pelo Forest Products Laboratory - idison - Wisc., que se encontra descrito no projeto de norma PANT 30:1 ~ 004 (9) © norma TAPPIT 258 os - 76 (22), consis- em considerar como a massa réal a madeira completamente se- ae o volume verde, A densidade determinada dessa maneira é lenominada densidade bdsica. A densidade bdsica 6, portanto, sempre aparente, podendo, porém, ser absoluta ou relativa. Por tro lado, o teor de umidade 124 é aceito internacionalmente 14) como média de equilibrio de umidade da madeira, sendo astante comum determinar-se a densidade a essa umidade. Se- undo as normas ASTM (2), a densidade é determinada a 12% e 0% de umidade. Segundo as normas ABNT (3) ¢ Boletim 31 do Ins- tituto de Pesquisas Tecnolégicas (5), deve-se adotar uma umi- dade igual a 15%. Portanto, quando se especifica a densidade da madeira, é necessirio que se indiquem as condigées de umidade em que fo- ram feitas as determinagdes da massa e volume, exceto para a densidade bdsica, em que fica subentendido que a massa é de~ terminada a 0% de umidade e o volume @ obtido a teores de umi- dade acima do ponto de saturagdo das fibras. FATORES QUE AFETAM A DENSIDADE As variagdes de densidade entre as diversas espécies de ma~ deira sdo devidas as diferengas das espessuras da parede celu- lar, das dimensdes das células, das inter-relagées entre esses dois fatores e da quantidade de componentes extratdveis pre- sentes por unidade de volume (6, 13, 16). Variagédes na densi- tim Técnico-SIF. n° 1, 1984 3 le da madeira de mesma espécie, ocasionadas pela idade de fore, gendtipo, indice de sitio, clima, localizagao geogra- ae tratos silviculturais etc., sao decorrentes de altera- 3 nos fatores citados inicialmente. Os efeitos em geral sao erativos e¢ dificeis de serem avaliados isoladamente. As possiveis alteragées na densidade, decorrentes de aumen- na taxa de crescimento, tém merecido a atengao de um grande ero de pesquisadores. Dados disponiveis na literatura indi- m que a densidade das diversas espécies produtoras de madei- nao € afetada de maneira uniforme por alteracgdes na taxa de rescimento. Para as dicotiledéneas lenhosas (folhosas) ~ es~ cies que possuem porosidade em anel ou porosidade semidifusa o aumento da taxa de crescimento, dentro de certos limites, ;casiona aumento na densidade da madeira (12, 18, 17). Isto corre porque a madeira produzida durante 0 crescimento lento jossui uma maior proporcdo de poros de inicio de estagio de crescimento do que a madeira produzida durante o crescimento ais rapido (12, 73). As coniferas que possuem anéis de cres- cimento distintos, aparentemente sofrem uma reducdo na densi- dade quando ocorre aumento na taxa de crescimento, conforme observado por diversos pesquisadores (1, 8, 10, 17). Contudo, segundo HAYGREEN e BOWER (18), essas variagSes sao provavel- mente devidas & idade da Arvore ¢ ndo ao aumento na taxa de crescimento. A densidade da madeira das folhosas que possuem porosidade difusa bem como das coniferas que nfo possuem anéis de crescimento distintos @ algumas vezes afetada por variagoes na taxa de crescimento. 0s dados disponiveis na literatura sio, contudo, varidveis conforme a espécie, ¢ até conflitantes em alguns casos (13). Grandes aumentos na taxa de crescimento, ocasionados por mudangas na localizacdo geografica e conse~ qlientes alteragées no clima, indice de local etc, podem causar reducgdes significativas na densidade da madeira. A idade da @rvore também afeta a densidade da madeira. Nor- malmente, a densidade aumenta com rapidez durante o periodo juvenil, depois, de maneira mais lenta até atingir a maturida- de, permanecendo mais ou menos constante dai para a frente. Em Boletim Técnico-SIF. no 1, 1984 jumaS espécies, a densidade aumenta a uma taxa uniforme du- ite toda a vida da drvore, enquanto que em outras ocorre um réscimo durante o periodo juveni para aumentar depois ou tinuar decrescendo durante toda a vida da arvore (13, 76). As alteracdes na densidade da madeira decorrente da ferti- zagéo ou da irrigagdo sao semelhantes Aquelas ocasionadas w variacées na taxa de crescimento (13, 16), discutidas an- Tiormente, Em virtude da boa herdabilidade (4, 2/, 23), a densidade de ia determinada drvore depende, pelo menos em parte, da densi- ide de seus ascendentes. Esta caracteristica apresenta a rande vantagem de permitir o melhoramento de determinada es- écie, no que se refere A sua densidade, através de uma sele- fio adequada de Arvores com as caracterfsticas desejadas. 3, METODOS DE DETERMINACAO A densidade da madeira pode ser calculada a partir do con- ceito fisico de que-densidade @ a quantidade de massa contida na unidade de volume, A determinacio da massa pode ser feita facilmente por meio de uma balanca. Uma precisdo de 0,01 g & suficiente para a maioria dos casos. A determinacao do volume € mais dificil e as diferencas entre as diversas técnicas de determinacdo de densidade so, geralmente, oriundas das diver- sas maneiras de se determinar o volume. 0 volume pode ser ob- tido a partir de medidas com paquimetro ou palmer, por deslo-~ camento de dgua ou merciirio ou ainda por meio de volumenéme- tros. Quando se pretende determinar a densidade basica, o volume de madeira deve ser determinado a teores de umidade acima do ponto de saturagdo das fibras. Portanto, sempre que possivel, € conveniente utilizar amostras de madeira em estado verde. Quando o teor de umidade da madeira se encontra abaixo do pon- to de saturagio das fibras, as amostras devem ser colocadas em um dessecador, imersas em dgua, e submetidas a vacuo intermi- tente, até que nao mais flutuem. im Técnico-SIF. n° 1, 1984 a ara se obter a densidade basica, hd também a necessidade ¢ determinar o peso seco da madeira: Para tanto, as amos- devem ser colocadas em uma estufa aquecida a 103 * 2°c peso constante. Admite-se que a madeira tenha adquirido jo constante quanto, apds um intervalo de 24 horas, a alte~ Zo no peso for inferior a 0,053. “Adensidade pode, também, ser determinada mergulhando-se a deira em Agua ou em outro liquido de densidade conhecida. A seguir, sfo descritos alguns dos métodos mais comumente regados na determinacao da densidade da madeira. 3.1, Métodos de Imersdo 0 volume € determinado pela variacio de peso ocasionada pe- a submerséo da amostra de madeira em um liquido. 0 método ba- eia-se no principio enunciado por Arquimedes: a perda aparen- e de peso de um corpo imerso em um 1iquido & igual ao peso do fquido deslocado. Esta 6 uma das maneiras mais precisas de determinacao de volume e pode ser usada para amostras com for- ato irregular. Agua e merciirio sdo os liquidos freqlentemente utilizados; imersdo em 4gua constitui a base de algumas normas técnicas. A determinacdo de volume pelo método de imersdo pode ser realizada de duas formas diferentes: pela variagdo de peso do liquido, em virtude da imersdo da amostra de madeira, e pela yariacdo de peso da amostra, quando imersa no liquido. 3.1.1. DeterminagGo do volume através da variagado de peso do liquide. a. Colocar Agua ou merciirio dentro de um frasco de Griffin (copo de laboratério). 0 frasco deve ser de dimensdo sufi- ciente para evitar o contato da amostra com suas paredes laterais eo fundo, além de permitir a imersdo total da amostra, Boletim Técnico-SIF. n° 1, 1984 jeterminar o peso do £rasco com o liquido. Submergir totalmente a amostra no liquide ¢ verificar a di- ferenga de peso indicada pela balanca. Se 0 liquido utili- zado foi gua, cuja densidade é aproximadamente igual a 1,0 g/em®, a diferenca de peso, em gramas, indicada pela balanca, corresponde ao volume da amostra em centimetros cbicos, De fato, tem-se que, em condicao de equilibrio, o empuxo (E) sofrido pela amostra @ igual ao produto de seu volume (V) pela densidade do liquido (0). Admitindo-se una densidade de 1,0 g/cm, para agua, tem-se: que: V = E, desde que p = 1,0 g/cm? © volume da amostra imersa em merciirio é obtido dividin-~ lo-se a diferenga de peso indicada’ pela balanca por 13,55, densidade do merciirio. A imersao da amostra deve ser feita com auxilio do disposi- tivo mostrado nas Figuras 1 e 2. Os pinos que servem de supor- te para a amostra devem ser afilados na extremidade e devem ser introduzidos apenas ligeiramente no liquido para evitar o ‘deslocamento de um volume significativo do 1fquide, introdu- zindo erro na medicao. Se houver interesse em se determinar o volume da madeira seca em estufa, a amostra deve ser impermeabilizada para impe- dir a absorcdo de agua. Para tanto a amostra deve ser retirada da estufae, enquanto ainda quente, ser imersa em parafina derretida. A imersio deve ser répida e 0 excesso de parafina removido para evitar erros na determinagdo de peso e volume (15). Pode-se, ainda, pintar a madeira com uma solucio obtida pela dissolucdo de parafina em gasolina ou tetrocloreto de carbono. Esta segunda opcdo tem a vantagem de permitir a im- im Técnico-SIF. no 1, 1984 7 leabilizacdo da madeira com teores de umidade acima de 0%. ara determinacao da densidade a outros teores de umidade, eferivel determinar o peso antes da determinacdo do volu- evitando-se assim erros, por causa da absorcio de agua ou tratamento com parafina. -FIGURA 1 - Desenho esquematico da montagem, utilizando uma balanca manual, para determinacao do volume da ma- deira através de variacio do peso do liquido. (Adaptado de BROWING - (7)). Poletim Técnico-SIF. n? 1, 1984 URA 2 - Desenho esquem&tico da montagem, utilizando uma ba- langa eletrénica para determinagdo do volume da ma- deira através de variacio do peso do liquido. 3.1.2, Determinagdo do volume através de vartagdo do peso da amostra 0 método consiste em determinar o peso da amostra exposta o ar e quando imersa em agua. Se a densidade da madeira for enor do que a densidade da agua, o volume da amostra 6 obtido omando-se os dois pesos; se a madeira afundar na Ggua, o vo- ume da amostra é obtido pela diferencga entre o peso da madei~ a ao ar eo peso da madeira quando imersa em dgua. Geralmente, o teste € realizado determinando-se o peso da jostra ao ar. A determinacdo do peso da amostra imersa em gua costuma ser feita em uma balanca adaptada para essa fina~ Técnico-SiF. n° 1, 1984 9 de, conforme ttostra a Figura 3. 0 frasco onde vai ser fei-~ a imersao deve ser de dimensio suficiente para permitir a sao completa da amostra e lastro sem tocar no fundo ou nas des laterais. A amostra de madeira € mantida suspensa por o de um grampo ligado a uma corrente ou fio flexivel que, -sua vez, € preso ao mecanismo de suporte do prato da ba- mca. Na parte inferior da amostra deve ser fixado um segundo po ligado a um lastro de chumbo, conforme mostra a Figura ve que tem a finalidade de manter a amostra submersa. Ralanga 2 IC sf Gramoo Contra-peso para compensar a re a tirada do prato ~~... bmersio Suporte _— Lastro p: submersit FIGURA 3 - Adaptacio de uma balanga para determinacdo do volu- me de uma amostra de madeira através de variacao do peso da amostra ( segundo desenho original da Technical Association of the Pulp and Paper Industry (22). 0 Boletim Técnico-SIF, 1, 1984 O peso do volume de Agua deslocado, equivalente ao volume da amostra de madeira, @ igual ao peso da madeira ao ar mais o peso do lastro imerso em agua menos o peso do conjunto madeira mais lastro imerso em Agua. 0 cAlculo da densidade @ feito segundo a maneira usual, di- -vidindo-se o peso seco pelo volume saturado. Para se determinar o volume de pequenas amostras @ necessa- rio que se facam algumas alteracdes na técnica descrita. 0 mé- todo foi estabelecido originalmente por SMITH (19) para a de- terminacéo de amostras em estado verde cujo volume estivesse compreendido entre 100 ¢ 1,000 cm>, A amostra de madeira deve ser totalmente saturada através de imersdo em agua em um des- secador e com aplicagdo de vacuo intermitente até peso cons- tante. A amostra @ entao removida do dessecador, elimina-se o excesso de gua com auxilio de papel absorvente e determina-se © peso saturado. Acima do prato da balanca coloca-se um supor- te; sobre este ser4 posto um copo contendo Agua 4 qual se adi- cionou pequena quantidade de um agente umidificante. Fixa-se ao brago de suspensaéo da balanca um fio flexivel, amarrado a pequeno bloco de metal contendo uma agulha na extremidade Fi- gura 4. A seguir, determina-se o peso, imerso em Agua, do con- junto formado pelo bloco de metal, agulha e parte imersa do fio de suspensdo, A amostra de madeira @ fixada na extremidade da agulha o conjunto mencionado mais a madeira s4o imersas em agua determinando-se o peso. Se os pesos tiverem sido obtidos em gramas, o volume em centimetros ctbicos @ calculado pela seguinte férmula: Vol = P = (PE - PEM) em que: Vol = volume saturado, cm°; B = peso da amostra ao ar, g; PE = peso do conjunto formado pelo fio de suspensao. bloco de metal e agulha imersos em Agua, g: tim Técnico-SIF, 1, 1984 Bae EM = peso do conjunto anterior mais a madeira, imersos em agua, g. seguir, a amostra é colocada em uma estufa a 103 * 2°C peso constante. A densidade basica € obtida dividindo-se o peso seco pelo lune saturado. 3.2. Método do Maximo Teor de Umidade Este método baseia-se na relagéo existente entre a densida- eo maximo teor de umidade da madeira (18). A densidade sica € determinada sem haver necessidade de se determinar o June da amostra, Para tanto a amostra deve estar completa- te saturada. Por causa da dificuldade de se saturar comple- ente amostras de maior dimensio, o método sé deve ser apli- do para amostras com um volume maximo de 3.000 mm> (7). FIGURA 4 ~ Equipamento de determinacio do peso, imerso em Agua, de amostras de madeira de pequena dimensio. (Desenho original de BROWNING (73). Boletim Técnico-STF. n? 1, 1984 A determinacdo da densidade é feita de acordo com o seguin- procedimento: . Colocar as amostras da madeira em um dessecador e manté-las imersas em Agua destilada. . Aplicar vacuo intermitente durante um periodo de 5 a 10 dias até que nao haja mais absorcdo de gua pelas amostras. 0 controle da absorgio de agua 8 feito através de pesagens sucessivas dias amostras. 0 processo @ encerrado quando nao houver diferenga significativa nos pesos das amostras apés um perfodo de 24 horas. c, Apés remover o excesso de agua da superficie das amostras, _ determinar o seu peso ao ar. d. Colocar as amostras em uma estufa a 103 > 2°C, até peso constante (24 a 48 horas). e. 0 cAlculo da densidade basica 6 feito pela seguinte férmu- la, conforme proposto por SMITH (18): i B set_- P secosg:- 1 P seco 1,53 DB = ou, ainda, conforme proposto por FOELKEL e colaboradores (77): DB = 7 Psat P seco ~ 0,346 em que: DB P sat P seco densidade basica: " peso da amostra saturada; peso da amostra completamente seca. im Técnico-SIF. n° 1, 1984 : 13 3.3. Método de Medigéo Direta do Volume Se a madeira possui dimensdes suficientes para permitir o eparo de amostras com uma forma prismatica bem definida, o lume pode ser obtido, com precisao aceitavel (7, 14), atra- 3s de medicdo direta. As amostras devem ser preparadas com iquinas cuidadosamente ajustadas para cortar superficies pla- as, com todas as faces formando angulos de 90° entre si. A leterminacdo das dimensSes pode ser feita com um paquimetro, om precisdo de 0,01 cm. As dimensdes das amostras podem ser x §x 15 cm, se preparadas segundo normas ASTM (2), ou x 2x 3 cm, se foram seguidas as normas ABNT (3). Se as mostras foram adequadamente preparadas, o método de medicdo ireta de volume @ comparivel, em termos de precisdo, com os demais métodos mencionados anteriormente. Uma alternativa para este método consiste em submergir a amostra de madeira em @gua contida em um cilindro graduado, conforme mostra a Figura 5. A diferenca de volume provocada corresponde ao volume da amostra. A preCisdo, neste caso, de- pende da precisdo com que se consegue determinar a variacdo de yolume no cilindro graduado e da rapidez com que se faz a lei- tura. 3.4. Métodos de Flutuagao A densidade da madeira, quando nao ultrapassa 1,00 g/cm, pode ser determinada de forma empfrica, mas com rapidez, sim- plesmente colocando-se a madeira na Agua. Para tanto, prepa- ta-se uma amostra com secdo uniforme, que deve ser colocada para flutuar em uma proveta contendo Agua, conforme mostra a Figura 6. 0 caélculo da densidade é feito dividindo-se o com- primento da parte submersa pelo comprimento total da amostra. Este método baseia-se no fato de que: PA = IMx Sxh Boletim Técnico-SIF. no 1, 1984 FIGURA 5 - Desenho esquematico, mostrando o uso de um cilindro determinagao direta do volume de uma graduado para amostra de madeira. stim Técnico-SIF. n° 1, 1984 15 le que sendo: PA = peso (massa) da amostra; = densidade da madeira; Grea da secio imersa; comprimento da amostra; DAX Sx h' “ empuxo; g/em>s dengidade da agua, 1,00 g/cm; = comprimento da parte imersa. # c. \ Quando em equilibrio, tem-se: IGURA 6 - Desenho esquematico, mostrando a determinagio da densidade da madeira pelo método de flutuacao. Boletim Técnico-SIF. n° 1, 1984 4, CALCULO DA DENSIDADE DE UMA ARVORE 0 cdlculo da densidade média de uma tora pode ser feito se~ do critérios estabelecidos pelas normas técnicas. A norma T - 26/40 (3) estabelece que de cada tora devem ser obtidas amostras com as dimensdes nominais de 2 x 2 x 3 cm. Segundo jorma ASTM D 143 - 52 (2), essas amostras devem ser coleta- is de pelo menos cinco Arvores. Contudo, os critérios de ostragem descritos pelas normas s4o geralmente adequados pa- quando se pretendem determinar, também, as demais proprie- les fisicas e mecanicas da madeira. Outro critério de amostragem, seguido por inimeros pesqui- ores, para determinagdo da densidade basica média, consiste retirar diversos discos com aproximadamente 2,5 cm de es~ ssura ao longo do tronco da arvore, conforme mostra a Figu- 7, Estes discos podem ser retirados de forma equidistante mo, por exemplo, de metro em metro ou a uma percentagem fixa lo comprimento comercial do tronco como a 0, 25, 50, 75 ¢ 00%. Em qualquer das modalidades, é também comum retirar-se m disco extra 4 altura do DAP. A determinacdo da densidade ode ser feita tomando-se o disco inteiro ou apenas uma fragao ue se obtém dividindo-se o disco em varias partes conforme onveniente, Os cortes deverio ser feitos no sentido radial, le forma que a fragdo do disco utilizado teraé formato de cu- a, devendo a aresta interna situar-se mais ou menos na posi- Go de ocorréncia da medula, conforme mostra a Figura 8. Para se calcular a densidade basica média da arvore nao se leve tomar a média aritmética, Conforme foi discutido anteri- mente, a densidade da madeira varia no sentido medula-casca, endo bastante comum encontrar as densidades mais elevadas na egido mais préxima da casca. A densidade varia também confor- ie a altura no tronco. Como o didmetro do tronco nao @ unifor- me ao longo de seu comprimento, tém-se diferentes volumes de madeira com diferentes densidades. Portanto, para se calcular a densidade bdsica média, € preferivel utilizar a média ponde- rada, tomando-se o volume entre as segdes de onde foram reti- im Técnico-SIF, n? 1, 1984 7 a FIGURA 7 - Método de amostragem para determinacdo da densidade média da frvore Boletim Técnico-SIF. n° 1, 1984 os os discos como fator de ponderamento. 0 calculo pode ser to usando-se a seguinte expressao: N-1 z DEM = i= 1 Vs(i) x DBQ) N --d, i= 1 vs(i) que: DEM = densidade média da arvore, g/em?; VS = volume da tora - férmula de Smalian, m; pe + az ys = 0,00007854 2+! x L; 2 " diametro sem casca da base da tora, cm; " diadmetro sem casca do topo da tora, cm; = comprimento da tora, m; DB, + DB. p= 2 ° densidade média da tora, g/cm: densidade do disco retirado na base da tora, g/cm; ia ow won = densidade do disco retirado no topo da tora, g/em?; me a o on niimero de discos; iz, 35 --s Ne Be 8 FIGURA 8 - Método de fracionamento de um disco de madeira para determinagdo da densidade. im Técnico-SIF. no 1, 1984 19 5, LITERATURA CITADA ALDRIGE, F. § HUDSON, R.H. 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