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pas. de interesse do volume ist6ria * Palitica * Sociologia de sine acdo « Antropolog) ncias « Civilizacda « Cami 128 * Direito * Eucacao « Estética « Filosofia : ‘Literatura Boniomir Abstls sunlor | sanint VouseoF Campedelit Praparapio do toxto Marie Tages Bruce Acie comma projte aralgoyloto, | atorlo ds Amaro Rocka Artetoal feng ene Arégnuy laine Regine do Oliveira [gy Hormone anton U. Baméneio compra (Fe pith 22 Por] 9 19BN a5 08 01073 8 19087 Totes 96 drsitos carves Editors Arter S.A: — Bun ergo de lguspo, 110 Nel. (babs) Zest Caixa Postl 2635 ‘aa Telegrsien“Bomiveo™ — Sio Paula Sumario 4. © conceito de democracia_____7 A denoeracia © a cinein politica ______7 ‘A weoria magxiona co Estado______® XA Luncio do Estado. it (© Estado como orgunizayio espectalizada 13. s tipos histériegs de Estade 17 Forma de Estado e regime politico 19 A demoericia como forma de Estado © como 2. A democracia no pré-capitalismo___.33 A democraci on Historia. 3 Os Estados pré-burguescs © a democracia 38 A dewocracis antiga 39 Atenas; uma democracia nao-iberal st ‘A demoseacia medieval___________48 3. A democracia no capitalismo_____9 (© Estado burauds ___19 ‘A democtacia como forma do Estado burgués 82 'K democracia burguesa ea “Teoria dos ies podeyes AAs variantes da demeeracia burguesa 58 A denioerseia como regime politico burguls——61 ‘A demoeracia burguess 2 “Regis da alternincia”™ 66 ‘A opatia politica na democracia burguesa 69 Democracia burguesa e desigualdade polities 72 4. Socialismo e democracia___7a 5. Vocabulario eritico. 6. Bibtiogr A democracia no programa politica socialista_—_74 © Estado sociatista_ Eg As organizagies de massa © a desestatzagio 78 © eariter democritiee do socialisma-————- 1 86 comentada, 90 Quando fundamos aa Alina um gronde joral, nossa Bandra 36 potia ser, pon 2 bandira da demeerciy mas d= una demoeacin Carer expectiamente poitsio que anda ovis ctimpar, deiniiamente, om seu sar Sante 1 O conceito de democracia A democracia e a ciéncia politica Muitas obras rezentes sobre © nosso tema prope fg Ieitores vostos repert6rios de acepgies em que 0 te tno democracia vem senda utilizada, da Grécia antiga até fos nosios dias. Nag € ess¢ 0 objetivo que nos move, 29 ceserevermos este pequeno livro. Bsclarega-se: & sompre til, de um ponto de vista clentifieo, twatar9 seo da ig do tngulo da histéria das idéias politicas sweeutar ail waa outea area Nossa tarefa mio ¢ antagdniea, e, sim, complementae A da historiador dos idéise pollicar Ela é propria do Hlentista politico: trata-se de transformar 0 termo demno- cracia nom instramento de anslise da vida politica das oeiedsdes humanas coneretas, Ou melhor: compete a0 ciontista politic definir democracia de tal modo que esse termo possa ser uiilizado, pelos que eserevem a historia ‘das sociédades humanas concretas, para registrar diferen- 08 politicas entre as mesmas. Propondo uma, definigio ‘lara. precisa de democracia, o eientista politico fornece ao historiador un instrumento de classificagdo politica dis saciedacles humans concretas ‘Antes de pasar § exscugio dessa tateta, o clentisa polfieo deve, emetanta, ouvir © que le diz 0 est ‘loso da histéria das idéins politicas. Este no The propi- fia apenas informagho sobre a etimolosia (demaeracia, fem grego, quer dust, iteralmente, "o governo do demas", isto-€, "do povo") ou sobre as diferentes acopedes conte Fidns por flésofos © ponsadores politicos ao terme deno- fracie Ble tambéa the indice quat tem sido a Fangio Expresso demacrasia no vocabulieio politico pritizo, cor ent, das difereutes Gpacas. Ora, todos esses elementos (etimotogia, hisiéria do conceito, usos seciaimente difur= didos da expeessio) devers ser levados em conta pelo Siertista politico, ao seu ttabatho de propor uma deli- nigga de democrasia, Ele nie pode redetinir de modo srbitestio ¢ totalmente livee a expresso; por exemplo, tio pode recosrer a0 termo democracta para nomeae cortas earactersticas da vida politica tradieionalmente abri- fais sob os eGtulos da tinania ow do dexpotismo. © des Ehmpromisso absolut com a tradigio intelectual e poli- fica ameaga dirctamente a capacidade de comunicagio social do cientista politico; ow melhor, condena-o a nio fe fazer entender e portanto, a eserever apenas para proprio. Levar em conta 2 tradigio intelectual © politica 10 Sigrifien, entretanto, cepetir puta © simplesmente as ace ser de democracis domisantes as campos da vida inte- Isctual e da vida politica. A tradigao intelectual © politica 6 a miatéric-prima sobre a qual o cientista politico trabalba, com vistas & obler um novo produto: um conceito de demoeracia que se harmonize com os demais eonceitos integrantes de uma teoria da polities, Dito de outra fer- ma: © cientista politico se reapeopria de ume expressio foriada hi enais Ge dois milénios — democracia —, para transformi-la num conesito integrante d= uma teoria da polities. Nesse emproondimento, ele conserva algumas das eouotagdes da expresso, rejeita outras c, inalmeate, agre ga novos elementos & defiigio. E tudo isso € feito scb 2 inspiragio — c, mais ainda, sob a vigiincia — daquela ‘eoria di politica esposads pelo ciemtista politico. O rex sultodo final desss eperagao intelectuat — a proposigio de umm conceit de democracia — deve correspoader as cexigineias feitas por essa teoris da politica; isto &, cle dove ajustar-se integralmente aos demmsis conesites’ que compiem esse conjunto. 'E elaco que aeahura cientista politico esposa apenas por capricho uma denire as virias teorias da politica, A leoria eseolbida ¢ sempre aquela que pucece fornecer os cconceltos mais efieszes; isto 6, eonceltos indispensivels ‘explieagho das processos de .conservagio ¢ de transfor- Sociedades humanas eonceetas. O cvtéeio, por amie, que inspira 0 cieatista, politico na avaliaglo das iversas tworias da politica e na adesio 9 uma denire estas £9 critério da eticicia na explicagio da hist6ria d3s so- biodades humanas, A teoria marxiana do Estado Também nés, a0 nos langarmos & tarefa de propor tum conceit de democeaeis, tomamios como ponto de Ppanida uma dentre se vérins tearing da politica’ nguels ‘que nas parece ser & mals eficaz no que concerne 3 ex- plieagio dx Histdria; & a tcoria marxiana da politica, Cujo eixo principal & a teoria do Estado. proposta por Maree Engels no eonjucto dos seus trebathos. ‘Como postnlantos a exiséncia de uma teoria marxia- tna do Estado, impde-se desde logo dois exclarceimentes. Em primeico lugar, estamos cientes de que muitos es- tudiozes — por exemplo, es Htalianas Norberto Bobbio (1973) © Lucio Cole (1974) — nogam a exisiéneia He uma vsrdadeira teoria do Estado no conjunto da obra de Marx e Engels. Essa objegie 36 podevia. ser plen- ‘mente rebatida se enveredissemos por uma reflesdo pro- funda acerca do que seja a teoria, em oral, ou 2 teria do Estado, em particular. Nio podemos nos tancat a luma rarefa desso eavergadvea mum poqueno livia inte Uutsrio sobre democracia. Limitemo-nos, postanto, a es © sumariamente que somes menos exigentes do ae estudiosos: tudo 9 que encontramos sobre @ Ev alo nas obras escrits por Marx ¢ Engels, past de 1848 (dofinigies breves & simsticas, férmlas operatsrias «,finalmente, um conceit sistematicamente exposto), com: 4 nosso ver, uma tearia marxiana do Estado, Quando ‘se levam em conta esses materiais, ¢ impossivel enten- der 0 que seja a sua concepeio materialista da. Histria: © conceite marsiano de Betxlo, tal quol ele sparcce nas cobras dos dois autores, a partir de O manifesto conunista (8848), € elemento-ehave da explicagio marxiana dos procssos do conserasio e ansformasio dis seiedades [Em segondo lugar, no desconhecemos a existéncia de imprecisies, desizes cerminol6gieos ¢ mesmo contra: \digges internas nas formulages de Mats e Engels sobre © Bstado; tais deft estao presents até mesmo em obras importantes da bibliografia -marsiana, come O Dezoito Bnundrio de Luis Bonaparte (Marx) ¢ A origem da fami Jia, da propriedade privada e do Euado (Engels). Muitos autores usam esses defeitos come argumento centsal a0 (questionarem a exisfncia de uma Gnica teoria mansiane do Estado, Nos persomos, ao contritio, que hii en Marx fe Engels formulagies ajustadas e desajustadas 20 com jmsto da aniliso sobre 0 Estado emproendida em endo teste. E, mais ainda, & a articulagdo orginiea de todas as formulacGes ajustadas a0 conjunto de cada anilise s0- bre © Estado que compie a tworia marxiana do Estado. 1 reagrupamento de todos && desajustes no pode resultar numa segunda teoris marxiana do Estado; pode propiciar, rho maximo, um melhor eatendiments da eveluglo inte” leetual ¢ politica de Marx Engels. Em gue consste, em linhae gerais, a teovia marxiana do Estado? Para Mars e Engels, 90s colevividades em que lumo parte dos homens controla of meios de_produgio (lerras, ferramentas, miquinas, matérias-primas) 6, a0 in Vr de usiclos, dirge ® aa vUlizagao pela outra.pacte dos homens (Goto &, 08 que ndo controlam os meios de produgio), deve exist correlatamente 9 Estado. Esta xpressdo desigina, para or dois autores, o grupo de ho- mens que, sessns colotividades, dedicam todo 0 s2u tempo foa uma parte dele 20 desempenho de atividades necessé- fins A conservagio dessa relagio entre homens controla- lores dos meios de produgio’ e homens utilzadores des mefos de produ Para Marx e Engels, existe portanto uma correlagio contre @ exploracie do trabalho de uns homens por outros eum elenco de atividades, distintas do préprio processo de exploragio, destinadas a assegurar a continuidade dessa felogiia de exploragso. Se uma coletividade se_acha divie Sew cases sols. snegbnies (exporaora € eplo~ rds), deve.alexistir um comple see eats te pradugan: desis & peehar ane tsinda-dle enisas: vale dizer, a assegurac a continuidade {a divisio da colotividade em classe social exploradora fe casse social explorada, A esse complexo de atividades Marx e Engels chamam Estado. ‘A fungao do Estado Advinaese que acima demos apenas 0 primeiro passo na exposigia do coneeito marxiano de Estado. Esse passo ~ aan jf € stticiente para evidenciar o lugar central do elemento fared na conceitvagio marxiana do Esto, Para Macs © Engels, sas coletividades divididas em classes socials antagOnicas (exploradora ¢ explorada) 9 Estado se iden lea com 0 subgrupo de homens, desiaeade total ov parciatmente das tnetas inerentes a0 processo de produgao, ‘que dlesempenta a fungdo de preservar essa cisdo, do in pedir que a divisio da coleividade em classe social explo- radorae classe sosial explerada desaparesa, Agora, & preciso dar um segundo passe; gualificar melhor esi Teneo conservadora. Todos os membros di classe social exploradora tm, para além dos ‘seus doseios singulaces, um interesse comum: preservar a sua condigio ee detentores do contiole dos meios de produgio © de Ririgentes do processo dle produgie. Também es membeos ‘da classe sozial explorada tém um interesse comum, sitne- Iwicamente posto ao interesse da classe exploradora: subtrairse 4 relacio de exploragio, deixar de usar or melos de producio para fins que néo slo definidos por cles préprios, ¢, sim, por aqueles que dirigem 0 processo ‘de produgio (01 homens detontores do controle dos in de produgio). Existe, portanto, nas coleividades cing das erm classes sociais antaginiens, um conflito de interes- ses, Em tals coletividades, existe também uum subgrupo dde homens que desempeaham 2 fengio de preservar essa Cisio a0 agir sobre o conflito de interesies, eontende-o sentso de certs finites; ou sea, no propriamente supri- \do-0 (© contfita nao pode set suprimido se persuirar 4 relagiio de exploragio), mas impedindo que cle dessgiie faa revolugdo social (supressio da relagio de explora- lo). Assiza, para Marx e Engels, o Estado & 0 subgrupo de homens que desempenbam a fungio de assegurar a continuidade da exploragio do trabalho © de preservar & isio da coletividade om classes sociais antagbnicas, na medila em que ests praticam agdes destinadas & amorte- cor 0 conflito de classes ¢ a frustrar a revolugio social E 6 nesse sentido especitico (enzo em qualquer outro) que, para os dois autores, 0 Estade & uma organizagio, em titi instincto, a servigo da classe social explorador ‘Acima sublinkanies o Tuga central reservado 30 ele- mento fungio pela conecituagio marsiana de Estado. Tat tlemente nio ¢ © Unica, como Yeremos a seguir, Mas cselatega-se, catee parGnteses, que alguns importantes te6- ries marxistas do. sGeulo XX preferiram, diferentemente te Marx © Junge para conceitaar, em termos por cles comsideradas figis a0 miicleo da doutrina marxista, o Estado. Essa & a postura que enconteamos consubstanciada em trabalho: Goma os Cadernos do cércere, do dirigente comunista italiano Antonio Gramsci, ow come © ensaio “Ideotogia fe aparelhos ieol6gicos de Estado", do filésofo comu- sta francés Louis Althusser. Nesses impoctantes.traba- thos, Estado equivale 90 conjunto de todas as atvidades voltadas para a conservagio da exploragio do trabalho; fsa perspectiva tedrica implica considerar 0 Estado 180 como um subgrupe de homens peculiares desempentando, de modo também peculia, uma ceria atividade, e, sim, camo um certo tipo de atividade, acessivel a todas os homens que se propdem a detender o interesse da classe social exploradora (couservagio da relagso de exploragie). gels, recorser exelusivaniente ao elemento © Estado como organizacdo especializada J Emm Marx © Engels, a0 contrério, © Estado mio & Imeramente uma fuogio ou uma dimensio da atividade so- cial total, como parecem nas sugerir Gramsci © Althusser. Para aqusles, © Estado é um “poder especial de repres- 0"; vale dizer, consiste num grupo de homens especiais, para_os quais reservam 9 denominagio junciondrios. E. this homens sio especialy no sentido de que so destacades, pptcial ou totalmente, do procesie de produgao, para que Dossant desempenhar ® fungi de amortecer 9 conilito de elawes © frustrar a revolugdo social. Indicamos acima o segundo elemento essencial da conceituagio mariana de Estado: este, mais que uma fungo pura e simples, & o grupo de homens especialmente destacados para desompeahar essa fungio, Essa formi- lagdo € aparentemente simples; todavia, eta 6 ambigua Lendo-a, slguém poderia deduzir que, numa coletvidade cindida ‘em classes socisis antaginieas, alguns homens slo abertamente destacadas do processo Je produsio pare que possam desempenhar 2 Tungio expressa declarada le conter © conllito de classes dentro de eertos limites, fe, desse modo, assegurar a comtinuidade da exploragio do trabalho. ‘Ora, este no 6 0 sentido da earactevizagio que Marx © Engels empreendem do Estado como “poiler especial”. i _ 5 desompenho de ura certa fangao; ¢ tal grupo deve, ao mesmo tempo, se espectalizar de (ato no desempenho de timna outa foncio, que permanece oculta, latente, encor 28 tdretas administrativas (eoletar impostos, constevir esvadss, pontes e ruas) © malitaces (eeprimir 06 comportamentos gue obstaculizem a continuidade do pro- feesso de produeio) deserapenhadas pelo corpo de fur ciondrios se destin, na verdade, a amortecet 0 contlito Contre as classes socials antagbnicas; mas aparecem a esa oleiividade cindide como atividades volladas para a de fosa de ums einia, a realizgio dos desigaios de Devs no mundo dos homens ou a concretizagio das aspiragies do povornagio. Essas tarofas administentivas tim um cariter Instrumentals eriam as condigbes materisis minimas (ce cursos em moeda ou em espécie destinados a armar © alimentar 95 tropas; vias de circulagio e de comunicagio indispensiveis & movimeotagio militar), sem as qusis nao € possivel o desempenho das tarefas militares | i, com toda azo, perguntar: como 6 fssiensis) « esas trees. Ors, & essa expeializario — parca ois, mas sempre preseate — gue conlere ao ceipo de fencionitios a apeéncia de agevtes a serge ds colstividads, © ovulta 0 seu verdadelto papel de sgentes sevigo do dse social exploradora, O compo de func. ast serve objetvamente ao intrese. peal da else cea! exploredora.(preseragio, da enpleragio. 46 nos bale), embora nao aja, necessaramente, por encononda diets dos membros dese sass Podewse, agora, emtenter a efidcia erpectce do corpo de finciondcos no desempenho. de ume fengaa ec (orerngio do exloragio do trabalho) ie Rio esclasivimente sua, por ser ewnprida quotdianamente [Por todos os membrod a clase tploradora, Dh 4 especiaiavio. nas. tarefan_adminisrtiva. muta’, ‘bem como © distanciamento com regio is taretes do iprecesso de producio. foresem numa. base sbjtia pars © mascaramento das atividades reas do carpo Ge fue nitios. Estes, por setem homens expen, spacesem como Ageies a serugo ds eoletiidade o que difiimenteccurre como tenbros da elasse exploradora que se tntast ¢ dlesimipenhar wma fungio dentro do processe de pro 2 Reprodtsimos acima of elementos-chave do cenceito ‘mamiano de Esiodo: a ergezayto especaizade, 1 fun. ge express, “oficial, de preserva a unidade (coletivi dade), fangio atone de reproduc a cso. (explore lo trabalho ue ans. por ostros). Tal cones & sem divi, exttonamente Simpler; rites cenates Soca, tnclisive, objiom que a infnidade de. avidedes desea” volvides ‘poles Estados coneretos, do Murdo. Antigo ta Mndo Contenpordneo, nao pode set comptinida sob 0 61vio da “tungio de amortecr 0 confte. de. costo A. ests objegio, devemos responder, em primero gt, auc um conctito néo pode ser uma copia exautva Jo qualquer fendmeno; cle consist, o-somente, na enamel ‘¢80, om teimos ciemtticos, dos seus aspectos essencisis, lnvariantes. Em seguado logar, consideramos que 36 6 pleno confiecimento, em toda-a Sua simplicidade, da fungdo invariavelmente conservadora, desempenbiada por esse €or ‘no especial de fiatciondeios, nos permite entender as razios protundas pelas quais o% Estados concrstos vGo-se Jas Gunde — sebretude no Mundo Coniempordneo — # uma infinidade ce svidades ‘Além disso, Marx ¢ Engels sugesiram implicitamente, feo) virias oporturdades, que © conecito de Estado ert eral era um insirumento neesssirio, porém do-suficiente, para a explicagio dos processes do venservagio e trans Formagie dhs sociedades humanss eanerctas, Ao fonga da bistériz da humanidade, a exploregie do trabalho de he- rmices desapossados des meias de produgio por homens {que 06 controlam tem assumide diferentes formas: escri- Visio, despotiemo astitice, feudalism, capitalise, Po- erin o Estado se organizar do mesmo modo e desempe- thar também do mesmo modo a sua fungio geral de amortecer © conflito de classes am diferentes coletividades, dominadas por formas diverses de exploragio do trabalho? Os tipos histéricos de Estado incorreto sustentar que Marx e Engels tenhar dado wm cesposta precisa, profunda ¢ ecatheda a essa {questio, Pode-se entretanto dizer que os dois autores pelo menos absiram o caminho para © tratamento da ‘questio, ao ahudicem, em virias passages das suas obras, 2 tipos diversos de Estado, correspondentes aos diferen- {es tipos de relagio de produgao: Estado antigo, Estado asidtico, Estado feudal, Estado burgués moderno, Com seas alusBes, Marx © Engels sugeriam que, se em todas ts coletividades cindidas em classes socials anrapénicas rn existe uma organizagio especial de apartncia “universae lista", mas de fato voltada port a defers Jo inioone feral dle uma dniea parte Celasse exploradora) da colons finde, © modo de organizigio @ de deicmpono doses fencio eonservadora pode variar, correlatamente A varieta 438 forma de exploragio do trabalto, Estava, esse mote indicuds a necessidade de construir novos concs tox malig Pensivets & anétise das coletividades eoncretse. cinlilay {am lasses sociais: 05 tipos de Estado (escravisi, sevtion feuds), burgués), correspondents aos ties diveng ae Felagio de produgio (esera talista) ia, ashen, feud Pesquisadores marsistas contemporinsos se fancaraut a tarefa sugerida por Marx ¢ Engus. © mais bem-auccats entre, eles € © greco-francés Nicos Poulaatras, que em Powvoir politique et classes sociales (Poder police's clan &S socials — v. “Bibliogratia comentada’) propse, ony soaceito solida © preciso de Estado capitaiss,(burgucs) Além do mais, Poulanteas fornece, indirotamente cry 6 na medida em que se sente obrigido a delincar o enn Kaste entre © Estado capitalita e os demas tipos hive Ficos de Estado —, elementos indispensiveis & consiewsio ge outros conceitos: Estado eseravista, Estado sstitcn. Esado feudal 7 {ii 0 historisdor matsista inglés Perty Anderson se Sonstlui, om Linhagens do Estada absoluiiste (193), a Bisléria dos Estados absolutistas eoneretos, Na medivin on, he concidera 9 Estado absolutisa como uma vartinte do Estado feudal, acaba contribuinds, ainda ue de mole indireto, para a consirugéo do conctite de Estado fowls, Neste pequene tivo, opetames com 0 conceito pou, Jasiviano de Estado capitalista (burgués). Atém doo Fecorrentos ds nogées prétieas de Estado esecavstn, Ente, o asidtico, Estado feudal: fazemo-lo levando em con ‘8 indicagoes tebricas comtidas nos livros mencionados ve 19 Poulaias © Anderton, bo eam notvos tnlhos de Syarecrio nos captuios subyeqUontes de Edy ol e's res seer a vara de thor hits ue ta ne btm fa gue de tase dovonoe toda dl no Forma de Estado e regime politico met pn tne sg Se SE coeur aunes Ga a a tnae deus core le funciondrios, Estes defendem, invariavelmente, as suas tte) se autonomear. O1 scja: 0 Extalo, one, Se Cp st om Sp ee : ic funciondrios desempenha as tort ls oo oven ocr classes sociais anta wn rma do Estado, conferindo-the uma utilidade especitica dentro desse quadro teérieo. Entretanto, nfo podewws dase que aperames com 0 coneeito poulanteiane Jo reri= Ime politico, pais Poulantzns sogore implicitemente ue lal conecito 6 parte exelusivaments integrante da teoris do Estado eapitalista. Ora, nz passagem acima procurans amplior a efiedeia do eoneeito, tomnando-0 complemenise ‘a0 de Estado em geral, e a8 apenas ao de Estado capita~ lis (borgués). Esclarega-se finalmente que, na perspectiva tedciea qui adotsda, forma de Estado © regime politico nko sio Sindrimos, tom sio concsites que se exeluam mutua- mente. Como dissemas antes, ambos sho conceitos ‘complementares, na -megida em que: a) referomse a aspectos tiversos do campo politico global; de um lado, ‘© campo estatal (padrio de organizaeio interna do Es. lado), e de outro, 0 das relagits estabelecidas, no terre no da dofinigio/exccugso da politica de Estade, entre o carpa de funeionirios © a classe exploradora; b) ot dois sipectos, acima nicncionadas, do campo pelitco global io correlavas, passando por variagdes concomitantes. Sublinhemes este Gltimo ponto, pois ele & da maior rolevincia para 0 tratamento que, a seguir, daremos fquestio di democracia, All onde varia a forma de Estado, varia_simoltaneamente © regime ps fora de Estado cortesponde um regime politico, Isto nos peraite designar uma ceria forma de Estado ¢ 0 regime politico que the & correlaio por uma Gniea expressdo, ‘Agort estamos prontes. para iniciar a abordagen proprlamente dita de nosso tenis. Recorreremor 2 mivlti- rilenar e controversa expressio democracta, para desig- zat, ao_mesmo tempo, uma forma de E:tado'e uo regime -palitics’ Ou melhor: demoéracia, de um lado, & um pa~ rio de organizagio interna das atividades stats, esbi vel em qualquer tipo historieo de Estado (escravista, asii- 2 tico, feudal, burgués); de outeo, € um modo ée_relacio= aawicnta, possivel em qualquer tipo histérico de Estado, cutie o come de funcionirios © a classe explora iereng da implementacio da politica de Estado, A democracia como forma do Estado e A democracis, come forma de Estado, implica a pis- senpadealgum sig sentagio dirta_da_casse xpiozadora no selo-da_organizncio, esata ota, mas no fe resume 4 Ist, Para que haja democracia, em qualquer tipo historieo de Estado (eseravista, ssttco, feudal, bur si), Cie omnia, quando exons fntervenfa de flo no proceso de excsucto da ple de odor owe nde Dastaqueo Estadio ‘uma Asseabiein, onde se reiaam_tades_ os membcos ds lagse explosaarao0 0s seus.delegades, para que aja. Glemocraela. Se tal Assembléia mio-for capaz.de.intervi ‘fetvamente no. procesto devséria, e se estiver_asdzida fo desempesio do um pepe decoraive, a fooma assumia elo Estalo.ngo & a democraica- ‘Aci, indcamos © “ninina denominador comm” ue carscttiaa, genercomente, a forma demecrtica de Estado, Agors, estlaregase_que,-sinda entra. dos Limes dessa foune. ce Estado, podem. variae (ate gray de abrangéncin do 67gio.de. cepresentacie.dieta,da_lesse exploradora_qusnto. 0 seu,modo. de intervie ng progesto {er detinigaofexecucse da politica de Estado. A Assem- bila pode conceder-aswata a todos os membins.da classe explaradaia (configarando-se, nesse cas0, 2 exsténcia de tma "derceracia.direta da classe explaradora”) ov_tin arse-. abrigae alguns deleqedos_ou_representanses_do Conjusia-da clase explomadora (a “democracia da classe etploradoa™ sssumindo, esses am-caiee “rete. spuatio. pode ine peependerantnente no inet do proceso de implementagho da plea de Exo (er, 2 formal do. prowsto desto, orrentetsents Stiga Como etapa de "tiagio dale, "legidatva’) ea og Conti intervie coma mesma efesea ha Yove Init a se terminal = "exceutva” = do proces dee picmenagio ca pica de Estado (casos uals Aswone Bein age como um étsto “egblave-cnesulvo", ¢ aso como tm Sepze meramente“epltv) ura forma do Estado, smeticamete oposta & de- moss 8 ta, Ni Eng Leni statin io das" qunrendo com tno aise que ele fas o£ iy igang opresto, cana de apa A Hiccre 9, Nolécin-taail para qacante © contnuidale do os ploragio do. ubalie. Ora, este & tde-onente © sonics Jato da wxpressio deadura. Num senide eto, de soos ara desigar um padi Uo organiagao interna do {ado simetisamente posto Sgusleabrigado soba espe So domocrci a aio-pardipasae Ue qualquer depo de Fepresocaio dicta da ele expleaore ne proses de ements da poten de Estado, Quando ao ocors dese dis i 0 corpo Ge tncesnoe autnomeac oage formainente, oa medida em que mosoplia 6 ore eso dessa pripria ese explradars as nd a impede de desempentaravidads destin 8 urante 6 seh Intresse sulted cons § Stl € wnbén um exine_olico, corrcata & Yorn domocriica de Ende, Ose ea cq om Ey (eseravists, sic, fee ol, Sucgs) assume a-faran duane intencasio efetiva do dtgho de represenecio ic ds Sines sks dora no proceso de implmentasio de polten de’ By = t1do), 6 necessirio que os membros da clase exploradaca possain.exprimir abertamente sua jatencia. de: a) part- Siar, através deum_ 6rgi@ de sepreseniagio diets, Jo peocesso, ds, detinig da politica de Estado; 0) enum. gettp ja éla sprovada ou 130 pelo corpo de funcionivies ow pelo conjunto da classe expioradora — a pottiea de Estado. Tomemos de emprés- timo of teemos difondidos pela eieneia poles neoliberst: avitalidade e a eficicia da Assemblgia no scio do Estado, depende de que os menibros da classe exploradora gozen de Geendades-polticas, como a de expressie_do_pens mnenig, a de reunilo, 2 de debate, a de consifaRao de aides” on “facgbes". A cons gelitiea democrética con- sine, portanto, na vigéncia eetien de tel iberdades pol tieas_para-c.conjato- dos memos. da. las Advirtacse que a vigéncia dessas.liberdades nio evs, nnecessarianente, 4 emergéncia de antagonismos no seio da Gasse exploradora quanto A diego a ser impressa. a politica de Estado, nem & eonseaiiente formagio de "fac- s6es" ou "partidos E possivel que uma eerta plataforma para a politica de Estado conguiste, durante um lapso de tempo, apoio tundaime. Cou. quase) no seio da classe exploradora, Nesse oso, a coua. police. dameexitisa assume uma feigio cos: “uutual_absindo pauceesqise.para.o.pluralismo.(faccio- nal, pagiditia). Com esta assergao, deixamos claro que o tixo de nossa dstnigio de regime politico democratico 0 & & efetividade do “pluraismo partirio” ou da “com petigio enire Forgas eivis", mas o clenco de possibilidades bj.tivas abertas plo Estado, na sua forma democcética, 2 tga0 organizada — divergente ou consensual — dos ‘membros da clase exploradora, com vistas a intervir de Tato no. processo éecisério estatal Procuraunos acima resonstru os eoneeites de demo- ‘racia @ de regime politico, G& modo a poder inegré-los A (eoria ‘marsiana do. Estado. Contulo, esses ‘concetos, {Ris come foram aqui expostos, no se encontran nen feitos de Murs, Engels ou Lenin, Este timo, nen soe XS politicos, sempre sublinhow 1 cardter de’ dase a forma democtitica de Estado (ume classe exploradora"), Wiferentes tipos hist “demccrais para 2 bem como postulo a existncs e eon de democrcle (scrvist fon Get, argues). "Mas nfo chegou a consetuey ios democrtica ds Estdo em gra, tnbort a sews pice, ido, de ones va " exploradars (democracia eseravista, fos, Se pode qvaificar © clenifces tqto os soneios (como & patel cracls de classe. explorations Bor stompin, barges, wen sc ay blero & gis € wont demasracin de case exploradorad) Aléw aac {Genin sastenca que, com-a iranstormagie dy coleavey indida em clasies sociale amtagéniens nuine Coleen? \ clises socials. (Gocaliaic), umntany se © 2, gras de desenvolviments ia Com essa afiemosao, ee esti sugerindo liaplchumarte ae aca tun conceto prévio de forma demoetities de ole oe eral. Nosso procsdimento, age, comity em sage esen ingieagbes pritcas de Leni, isio & procader sake fie dem conecito de forma demoutitee Ue Ena an ers Quanto a expressio regime politico, eta nto tom mator telow om Mars, ages © Lenin id ques om resis fora de govemo e fora de Bwtado st desea, os te autores, 3 eabrir de modo indstas © campy jottco global; na verde, fonos busedts om Pouce (aus, por sua vee, teller etticameme solve ce acl ns cone Je Daverger). Todi, dfrencianonos patient da hele ue — que o Uta abordar togime poco Snewtiebcg =n mat am gh propos toneato de rgims poltco demoerico en gra, om: plomentar ao de Torna demoraticn de, Esso, ios lores se speendrto com a simpisiads, aque lies prreatdexcevo, do noo concelo do demo: fre neo ater or tao nae cscs Oscars democrtc, como vtberdade" iguldade" ‘Negldade™ "consttactonoloade™ ou “ogulfono. de pot dss No etaramos, 8 vita iso, cortendo 0 sto do Boral demoeacia? 2 goin de repos, dovomos icoeser gh 6 pre Trauento que & dado & qua da emoaasa pele war tim sv aprouna daqusle que tbo # dado pla corres Sita beara de Tote Schumpeter = autor ae Captalimetctalimo © domocrsie (w “Bogan co. frentoda") dos seus eguiores ata, Os #aep08 Aor corer, so dtinvem »-damoarasa camn 9 todo ees de-hidngas gosemameains oh) ai siceammtiieteth tnoam se mosign pose tenet conn oepesio democrace. Esse “vealane pol fo rewla s inengio. de confrem 8 expresso dao. tvacio oma efeiin pata na andlie Zor Estados eon ‘cet bem Orn i post ie delgado" eal demoeracs, eit geal Eris quanto 20 nindo de esters "els peties marinas schumpeteranos tm, pocanto a por da sas dfstengt —y ago em com Tos cntamrecuprar 9 expresio’deocreia para fale des Estados coctetosProcram deste ods esquiar elo que os ldesloos (teas, doer tn Tati 6) sper a0 tao do proto na ands Bollea conerets, gor consderarem gue & incomanmurivel 3 istinca enue ‘9 "deal democeden 6 ay eats Coracersict' dos Estados commen odova © fo de que se emprepe, nama perp Siva mamta, 0 temo demoerac gone qua eee forma de Estado e um regime poltico cabo on am GUE ino hist de. Estado, “pertange ele a ee (Exados eeburpases) ot 20 psonte Eater io sigan que se eagotom ‘pata ce meas Powibiidaes do uso de expresiio. Essa cones ieee eres a wepiane, vale der, es propose Be eae Zasfo das sciedades humanas cujlabidede aes aieitada plo seu sléncto quanto t etatgie eee ee Ge ago necessicins, i consecusto dae abjative. Televi rents esta nega legtnidade teres do ene mento inteletunlprospeativo. ao conte, samioee eens tarts ental do estudoso dap socesades heaven ee bropnditicn, apoiandone na kits das tondereee mena @ Joao en conn a pasidade de una aghe eae Sransformadora, ji inspira. pelo pptie poco, marca de detectar tendencies em ears, Pen (©: marcistas procutom cescrtar as stopies ¢ se vise por'um programa police, que & 2 wae Brora fet cea me's ploy al consis aa metamorfose da anise eientiica nome ee forma de agio coletive transtormadors: E Fae lerreio — 9 “Gis “GperagSes “iitelectuais prospeciivas da eaboracio propramition — que or minions iene Sistem 5 expssto Tamera, depols dee eae ne como um inrument, ene outtor na anise en Sa sivas meualiedes de dominapio Ue lass, Faw nen a expressto democrecia,dotada de tm ove seats Ate una iowa funsto, aparece no pensamon ees como slemsito.de_unt programa politica, A democracia como programa A propria teorin marxiana do Estado sé <@ comple: tava trade do-um programa police: o sociista, Para Marx’ Engelt, 2 captelismo endia a scr o devtadeio tipo de coletvidade cingida om classes sociats antagonias. At reason proletarad one Bure deveria resultar na consituigio de um Estado option “socialist, euja trefa.couiral consitria om expropriat © burguetia, socnlizar os meice de produgde e, dese free, abrr_o eamisho para a desapurica das classes ovis antagoaiess, Dat o cariter sul generis deste Estado froleisio: ao mesmo tempo que eonsagcarin a *elevacio U3" proletarinde & concigzo de classe dominante™, ciaria 4s condi de possbiiiade de sun propria desaparicio (om a extinct as clases socials antanicas, 0 Estado ‘rganinagio amaricsedors do eonflito ce classes — ne guar fungio’ a desempentar). Apés a experiéneia evolucionicia da Comuna de Ba; ris (IST1), Mars © Engels, sisomatizando as ligGes mi hisradas pela pritica social, devenvolveram a sua teoria fo Estado © aprofundaram 9 seu programa politico soci list, Desde entdo, sustentaram que 0 proleatiado revo- luslonario dover’ apés 2 vioria poltco-miliar sobre a burguesia, consiuir-om Estado dotado de caractert ora : inédlias ¢ cstabsecer um novo padrio de ralacio “He dominante(ocolaawiado) + Srguntasls esi oipe Ue fanion ice enaa CAShce Gave ser permarentmente conelago plo protein’ stia a cargo dos trbaihadores mai Momaci, suaasto de dexmpeno demo de Te Shamaros Ese tres do Estado sian simpli fhe modo pore 0 seu carder de especies; de mode, tomarstin possiel a rtagdo. de todos os tabi= Thedotes manais por esas tata, abrisels 0 cea a toho para 4 total desestatizagSo das tarefas administrativas © militares (desapatiga0 do Estado) =, Quatto décadas mais catde, Lenin obsoevava, a0 re ete, em L’Btat et la Révolution (O Pstade 6 a Revoluern =,,, ‘Bibliografia comeniada"), sobre essas formulagses, que 0 novo Estado proletario, além de concreties: gine, dura (dominagi0) do profctariada sobre a burguesia, de vera s¢ organizar coma democracia protetiria. Usava essa No programa politico socialist, 0 termo democracia fais seive para designar variagdes possivels da oreae sizagio estatal ¢ do regime politica. erganizasio estatal focialistasproletiria ¢ o rogitme politica sociaista-prolerio So invarlantes, iso 6, si democritico-proletérios ou née so socialisiaproletirios. Assim, democracla serve, aqui, para desigaat propria exxéncia do Estado © do reginys politico secialista-proletdtios expressio para designar, sinieticamente, as caractersticns ‘Tombém, num sogundo nivel, © problema politico < trabalho ‘psalariade) se reproduzam invessantomente se @ Estado nnio assumir ss earactersticas que sintetizamos através Go qualificative “burgués", A prestagio de sobretrabatho, elo predator direto, 30 proprietirio dos meios de pro- {lugao 38 pode assumir a forma de um livre contrato centre iguais (contrato de trabalho); portanto, @ mercado fe trabalho £0 pode fncionar quotidianameste se o lado atribuir ao homer desapossado a faculdade ue ofe- reeer, “hvremente” (isto 6, eompolida apenas pela neces- sidade de sobrexivéneis, © no por teceeiro), 2 sun fore de trabalho a quem qucita compricla. Caso 0 Estado rmantivesse os homens desapossados ne condi tn namin aut antanteaballge 2 Bo 4 destacados subjetivamente do coletve clementar (classe Social) a0 qual objetivamente pertencens Poulantaas, em Powvoir pollique et classes soctate, caracicriza sinteticamente ess modo particular, proprio 30 Estado burguts, de amortecer 0 contlito de ‘lessee & ‘evalugdo soca Para esse vutor 0 Eetade bu asa. carastristias. do seu_dlcea_(aamet ev) da seu ide de-mganaaio ner vista. ifeoligice"e palfice. soe 2 efeia de foslavento (tome lvidualizasio™ dos seus membros): b).o fete de represenasio da unidede (ceuntiasio subjtive deses homens “individuniades” numa comunidad imagna, ria: o pove-nsyio), A democracia como forma do Estado burgués Essa breve exposisio sobre o conccity de Estado bburgués 4 nos permite determinar em que sentido a ve ‘mocracia burguesa representa um salto. qualitative com felagio &s demostacias pré-burguesas, Comecemos anal. sando a democcacia como forma do Estado burguts, So 95 membros de todas as classes. sociis, exploradotas-ou explorarlas, so declarados.idadios no plino civil, 36 zestam, no plano da forma de Bstado ¢ do refimepaliieo, duas shtemnativas: 2) a eidadania.politice-é nepada, sos membros de todas a8 classes sociais (ditadura, burguesa) ¥) a cidadania politica € concedida os memos de todas as classes socisis (democracia burguest), Nao hi lugar, sum Estado borgués, para a eidadania. politica restita, yescrvads 2 clase exploradara. (e, cventuslmente, tam. ‘bém is classes intetinedidrias aiadas). Nao € vidvel, para © Estado burguts, declarar poliicamente cidadios apenas ceo seems me ea seid Fam eee sae aati cyl a Sete de em a Ce tS oe tau seo Se a ae oe esses gerais do proletariado (expropriaggo do capital, so- sializagio dos meios de produgio, supressio da divisto fentie trabalho intelectuat trabaltio manual). Ent suma, -©--Eavlameni_pade_abrigar_detesados indicados pelos -Proletitios: em qualquer easo, ele & burgiés pelo sei fan 0. Abordaremos as Yimitagbes politicas inpostas ae fian- clomamento éesse Partamento, “aberto” a todas as classes Socinis, quande formos caracterizar a democtacis como regime polio burguts, A suspensio proviséria de occa demoastiagio € conveniente, ja que aquelas limitagdes 5 também, direia ow indiretamente, impostas 4 agl0 parte aria das classes socials, Por ora, quetemos sublinhar 2 simplicidade radical © a amplitude operational de nossa definizie de democra céa burguesa, De um lado, tal detinigio & simples, poceue sustenta que o Estado burgués impae Invariavelmente Hesis tes, dofinidos pelos interesses da classe exploradora, a Gao do “6rgio da democtacia" (Pariamento); de outro, ela dispde de amplitude operacional, por iejeitar eettog critérion " — dofeadidos por jeristas constitu cionslistas, por liberais ete. — que, em nossa perspective tedriea, 36 poderiam ser usados como base part 0 cstabe, Jeeimento de subclasses de demoeracia burguesa A democracia burguesa e a“ | | ss Contravamente, um Estado set-in se-undow ws poderestnvagne o tr tong dos demaisUguidando 9 sue indepen déncla ese ghilbrando, a se favor 8 rolagho ente ee. Como os proponentes dese ero dstecton a exit tensa de wparagto,indepondéncia © euilbri de pode- ree? Ea geal, comequn’ pela ceinigno prion da Competence de cae unt dos és podetes: a) aa-Bader Lig come dite a ukcas de ae -Stutuais b an Pas EucGeieo competi saccuee els (decses dese sttumtio-c Tepulanenary: ©). a iuest judicidrjo, competiria fiscalizar. tanto-as ative, sages eplativas (a fin de apurars6-a¥ Tos oboraday pelo. Bafana SUHamh_oW Wo em con[esigs0 Eom [er Suprema 8 Constuicto) quanto o process de exe Cogio des les (a fin de setticar so esas estar tand tolladae coreament). 'A sebui, esses avloresestabelecem que, caso a com- pertncia asin definida de cada am dos tes poder ees {endo respeltadn pelos demais, configura, em tal Estado, dima sitwagdo de separa, independGacis'= equine poderes (6. ¢ 2: ees ritério poposto pela “Teoria dos uxés poderes ao podria set inarporedo Bsa defngto de, demo. Grad burpuese, mesmo 32.0 firéssemos acompanhar da fessalva seguinte: 9 resltado final dessa relagao equ "i favor de todos os cidadtos") tragado pelos liberia, & separa, independéncia equilina dee redone ssi incorporaio erica, neinnte uma mers troca ae sina (de postive pata negative) ds "Teone to eae poder” nos parece inconvenient, por divseas eee ira dele ests em que essa ieova price, oe sade “nodemo”, a iisio nite ¢ gue deveninn “podeies”. Ore, a nosso wer, vistingto! Naina 430" esabseil, no mise do aperslno Ge Evade tan Gs, € 9 ditingdo ene bursary (arupa sae oe eee ‘ fuedamenton da ‘aa Gao alin colbert de emocracin, 20 €33== GRESPAP Greoreencaetetorat ent partdos como teria Agee sloglo do Tderangs poe as ative: foment de com governomoutsis Gato & como um ind Ss ovessamentis). pposigio das

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