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ASTOR Os Pet ny AN areeceen -da-cidade @ do Direitos para esta edicao cedidos a Editora da Universidade Federal da Bahia. Feito 0 depésito legal. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida, sejam quais forem os meios empregados, anao ser com a permissao escrita do autor e da editora, conforme a Lei n® 9610 de 19 de fevereiro de 1998. Projeto Grafico e Editoragao Gabriela Nascimento Capa Alana Gongalves de Carvalho Revisdo de Texto Ana Maria Luz iblioteca Central Reitor Macédo Costa - UFBA A cidade como historia : os arquitetos e a historiografia da cidade e do urbanismo / 568 Eloisa Petti Pinheiro, Marco Aurélio A. de Filgueiras Gomes, organizadores ; projeto gréfico e editoragao : Gabriela Nascimento. - Salvador : EDUFBA, 2004. 223 p. Co-edigao com 0 Programa de Pés-Graduagao em Arquitetura e Urbanismo da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFBA. ISBN 85-232-0349-4 1.Urbanizagao - Histéria, 2. Cidades e vilas - Hist6ria. 3. Historiografia - América Espanhola - 1960-2000. 5, Portugal - Historia - 1992-2002. 6. Cidades e vilas - Planejamento. |. Pinheiro, Eloisa Petti. Il. Gomes, Marco Aurélio A. de Filgueiras. CDU -711.4(091) CDD - 711.09 rG0 de Geremoabo, s/n Campus de Ondina 290 Salvador Bahia } 3263-6160/3263. Dutoa.br oo jufoa.ufba.br SS 209 ARTICULACOES E DESARTICULACOES DA HISTORIOGRAFIA RECENTE DA ARQUITETURA E DO URBANISMO' Carlos Anténio Leite Brandao” Em linhas gerais, 0 balango da produgao historiografica recente da arquitetura e do urbanismo ja o fizemos no artigo “Os modos do discurso da teoria da arquitetura” publicado na revista eletronica Interpretar Arquitetura e nos Cademos de Arquitetura Ritter dos Reis (Brandao, 2001; 2002). Retomaremos alguns pontos desse balango, na medida em que eles nos sirvam para precisar as articulagées e os desafios da pesquisa histérica e da historiografia da arquitetura e do urbanismo hoje, nosso objetivo aqui. sses modos do discurso tedrico séo, basicamente, quatro: descritivo, explicativo ou causal, prescritivo e interpretativo. O primeiro deles “descreve" es- pecialmente os aspectos morfoldgicos ou sintaticos dos edificios e cidades, como ao retratar as axialidades da cidade romana e barroca, as cidades circulares ou * Este artigo faz parte de nossa pesquisa "Humanismo e Arquitetura”, desenvolvida junto ao CNPa, Foi introduzido oralmente na mesa-redonda “Arquitetura, Urbanismo e Cultura: Articulagdes na Pesquisa Historiogratica’, por ocasiao do Vil Seminarios de Historia da Cidade e do Urbanismo: Historiografia da Cidade e do Urbanismo, Balango da Produgao Racente e Desafios Atuais, reali- zado em Salvador (BA), em 18 de outubro de 2002. * Professor do Nucleo de Pés-Graduacéio em Arquitetura e Urbanismo da Escola de Arquitetura da UFMG, _sderarprédios@ conjurtos histxicos apenas do De mado ainrocur nossas consideragées, mais nosinteressam os mods presotios, exlcatvos ou causa, pos so es que é domnnaco. dlaistrgrafa recente. Em funglo da inaustralzacao e do sane ‘upaga0 {40 solo, confome crtérios téricos e estéicas, Surge a “urbanistica’, pertanto, ‘como cncia votlada para a prescicdo de projstos modelares de base técrico- ‘entéca. Tas proposicdes, como demonstra F. Choay em L'Uibanisme: Utopies et ‘réaités (1965), 96 supericizente detirham algum estatuto cientico, mes sua ‘gue essas novas consideragées tebricas e propositvas ‘metropoltano e democritico de centros urbanos cada apenas através de soluedes técnicas e esteticas, Inaugura-se, ai, uma insur scipinar ainda em curso, tanto no Pano profssional quanto académico. De um lado, 0 “urhan design” desapare- | Egypt _—____cerasucs sins sncisns ost 2 C8 do ensino @ dos projetos propriamente urbanos, acuade pela ertica a sua ‘componente técnica € estética, considerada nociva cu coercitva da procugao (08 ‘pols natural, democritica verdad ‘ais Como “grades' e nogbes de redes de saneamento, Desaparece a especu ago de novas idélas © a produgdo de projetes de cardter prospective, Nos Ccuicuios, as cargas horrias dedicadas a projetos urbansticos passam a ser ‘ecupadas por contatos globas repetitivos, mapeamentos meramente descrti- os, levantamentos @ dados estatistcos de base sociolégica, arquteturas banais do presente e de providenciaralteativas. desafo da pesquisa historiogrfica ava: perdemos a capac ‘dade de conceber imaginar & pensar futuro através de imagens, pois nos ‘afogamos demais buscando a descrigio mais verdadeira e real de um objeto cextemamente heterogéneo e metamérico, © mado de srmos autontaios ou de impor uma ordem e enclausurar a realdade nbiu-nos a capacidade dena: char € projtar Gdades. Esquecemos o design ubano e perdemos a artcua- orginal com a acxitetura; tomamo-nos socilogos, polis, sésofos ou histofadores de segunda ordem. ‘Anperdermos a capacidade de especuer sore out, proeto erate Joemimagens possiveis, mesmo que utopias, perdemas tambim a capacdade ce tomar ahistra © 0 passado nas mos e renterpeta los, conugélos no pre- sent efecundar nels sernativas para a banaidade da reakdade tual. A azo do estudo da histra da arquteturae do ubarismo no € provdenciar um cata Jogo de modelos mortos & usa de erusiglo, mas encontrar materia ¢ fortes ‘ue 10s siver para dizer “no ao presente, desvo do curso mecrico & lade e da cidade pretendlda. Para isso servram 1a, Aer dente outros. Através do “projeto”, construimos tm mundo nosso e no submetido 20 “destino” que nos @ imposto por forgas heteréromas, como mostra Argan (2001) em Projeto © Destino. FRefagamos o percurso de nossa retlexdo: 0 problema da cidade, no sculo 2X vorcou-se do proete aquitetdnico e urbanistico. Para der conta da cidade, _arquitetos e urbaristas aproxiraram-se de ouftos campos do conhecimento, ore tendendo cercyinutimente, sua complexidade @ dinamismo, vsando a descrevt Laeindica expicarerevelar as razBes que a constituem de determinada forma. O csforgo por descrevere explcar, contudo, ccupou o espaco do projeto, da imagi- agi 6 do pensament da ckdade futura porimagens ¢ cancelou. energjarequerida para compares um futuro que no icasse a reboque do destino. Por ndo mais ‘querarmos conceber imagens do futuro e especular idéias, perdemos 0 motivo ‘undementl do estudo interpretatvo e da hemendutica da histéria, equisto fun- damental para encontrarmos alternativas a serem Esquecemos que 0 Projeto de arquitetura © urbanismo é néo apenas determinado, mas também determinante desse contexto e, muitas vezes, reage a ele ou introduz sentidos a cidade,” Esquecemos também que a historia, 10s nao séo letras mortas, mas fontes & espera * Sobre Abe ¢ seu De Re Aeccateia, ct, BRANDAO, 2000, ram seus historigratos ‘cem vérias perspectivas elaborar uma estratégia transdisciplinares S40 varios, e comecam | triste um méiodo gel ea prior?” para aransdiscpirandace, capa, de ante —— ers a, 214 Aside cmos tetura e urbanismo, Por ser transcisciplnar, creio que ele j0S contetidos. © bioquimico,trata-se de um curso de graduagao e de profssionals novos, ‘destnados @ cidade e com um universo de formago \dahabitaro profssional Unica do arquiteto das razées que impedem a formagao des- tes novos “urbandiog Aas Cidade, e a cidade 6 uma grande casa, repete Ree Acdificatoria. A homologia 6 admitida a partir do {8 partes que se colocam ese explicam em fungSo ispostas, sole a do mundo privado, familar ou ‘individual, seja a do mundo pibico, comunitério ou universal, Esse mundo pu- DDlico, 0 qual importa, no equivale ao universo de interesses do Estado, pols Albert a0 longo do set Tato de que, em amb de uma totals k 230 tema com outros pesquisadores into 30 neo de Estudos AverGaCOS “Tensdsopinares da UPMG, tenho sido levado 8 concuséo de que, atuamenie, & POSS stobco ua metoclog gral Conus estudo af repent, endo podernos 02800 loc uma assrtia mae concksva. Ouran oa tierogate dc do bation 215 Tegula dé sentido ds andes esfera prvada endo se confunde com a expansdo ‘© projecdo dessa esfera para além dela propria. ‘Asoma das ages e interesses Ptvados no consti o mundo pdbico e, portato, esse mundo pico nBo é '@ mera Somatéria do jogo proporcionado por tais forgas, mas comporta um ‘valor mais elevado que estas © deve regulilas. Cosas, tores, runs, tunes, 21008, pontes e pragas devem dfgi-se e pautarse por lta totalidade cvica na qual o cidado se reconhece @ reconhece nela 0 seu lugar, educa-so nel eperosbe-se part de um organism 90 qual. print, ccabe preservar, pois implica sua prépria preservagio indlvidual. O espago da ‘cue tum? © combate da art em Leon Bata Aber Belo Horzote: UFMG, Se 000. wacko pi bo ue 6s, do prt ce vata doves sb z oe ad tcc ACKERMAN. 8 Ooh maton semennn rapreseiation CCHONY Fangs. Ourbanismo, opis erento Ta Dafne Nascimento Rodrigues. zine an, ssmes 8, Combrdge, Mas: Mossachaate esol Tec ‘Sto Pau: Perspective, 1979, 22, . 256, fv. 1960 COSTA, Lucio, Pano pote de Basia, Ace So Pao

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