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'INTRODUCAO © QUE RESTOU DE NOSSOS AMORES? Pats 0 pobre Serates, sh hives e Denadmie chi pri Sum grinde afirmador, omen € uot Crctvdinics ee eka, aT Cheeta che cxverdbaater Beaches, “Haprinigeeennus as pails Parodiande uma célebre frase; “Gs franceses nao tm gd mente tedrica.” Pelo menos até.a explosite dos anos sessenta e setenta. Ajeors literiria viven enti Seu momento de gidria, come se a £6 do proséita he houvesse, de repente, peemiticlo. regular quase um sécula de atraso num dtimo de segundo. Ox estudos litert- tios franceses mo conkeceram nada semelhante ac formalismo mussn, ao ciroulo de Praga, ao New Ontictim anglo-amencano, sem falar da estilistica de Lec Spitzer nem cl tapologia de Reber Curtus, de andpositivismo de Benedeuo Cress oem da critica das varlantes de Gianfranco Contin, ou ainda da escola. de Genebra ¢ da erftica da consciéneia, ou mesrio do antiteonsme delibemeda de F. & Leavis e die seus discipulas de Cambridge. Para cuntrabalancar todos esses movimentos originals @ inllventes que ecuparam a primeira metade do séoulo XX qe Europa ena América do Norte, s6 poderiamos citar, na Frinea, a “Poética” de Valery, segundo o titula da-citedra que ceupau no Colegio de Frangn (1936) — efément disciplina, cujo progresse fol logo fnterumpide pela gueera, depors pelamone— ¢ tlvez as sempre enigmaticas Fleurs de ‘Tarbes [Flores de Tarhesl, de Jean Paulban (1941), tateanea confusamente a definivde de uma retérica peril, no instrumental, da lingua: esse “Tude € ret6rica”, que a desconsirucig deverta rem Nietzsche, por valta ce 1968, O manual de René Welle ¢ Austin Warren, Theory of Literarare [Teorta da Literatur), pulibiesilo nes Fstackos Unidos em 149, encon~ trava-se disponivel (nos fins dos unos scssenim), em espanol, faponés, italiano, alemio, goreano, portugues, clinamargués, servo-croata, grego modeme, Seco, hebrew, romene, finkindés . idioma no qual 86 foi publicada em ja. em francés, idio mas mao ent j ; iratre | ia Literaria), CE a ae iio de La Théorie Liitératre|A. Teorka al. um 1971, como titulo de La TE _ nas Editions du Seuil, seq, dos primeiros cla colegia “Poerique ago de balsa. E: wire da calecao : ee Soe arribuia esse atraso ¢ esse isolamento fringes, de marrer, : sun vetho sentimento de superioridacle Higado a um a wes Fateres: ™ telectual continua © eminente; 0 espirito per] tnadligao liteedris im marcado pelo positivismo ciemtificr, dos estudos literirios, sempre acti a de século XIX, & procura das causas-a predominaneta big Priticg escolar de explicagdo de texto, isto €, de uma descrigio ‘ineiliay das formas literirias, impedindo o desenvolvimento de méiadins formals mais sofisticados. Acrescentaria de bom grida, nis isso € eviderte, a auséncia de uma linguistion e de uma flosofi. da linguagem compariveis as que invadiram as universidades de lingua alema ou ingiesa, desde Gottlob Frege, Bertrand Russel, Ladwig Wittgenstein e Ruclolf Camap, assim como a fraca incidéici ch wadicte hermenéutiea transformada, entretanto, na Alemanhu, inteiramente, por Edmund Husserl e Manin Heidegper, Em seguida, as coisas mudaram rapidamente — lids, COMehMT & 5@ Mower, no momento em que Spiteer fa: aquely diagndéstico severo —, 2 tal Ponto que, por uma muito curios: reversao que leva a refletir, a feora francesa Viu-se, tmomentu- neamente, ulead 4 vanguard dos estudos literirios no mune, UM Pouce come se lvéssemos, até entaie, recuado. pura saltar Melhor, a meénos.que um tal fosso, subitamente ‘trinspasta, tenhia Permitido inventar a PSlyora com uma inoeéneia € um ardor 1960, poueo anti S08 Sessenta, Que se estenderam, de fato, de 1963, fim da guerr da Argélia, até 1973, com 9 pamela choque petreleira, Por volta de 1970, a teorls Tterina €stava NO auge © exercia um imenso SinMtivo sobre os jovens da Minha geracao, Sob virias denomina Sea te attica’, "poetica’, “estruturalismo”, “semiolagia” gece — elt brilhava em tode seu esplender, Quem Tis cube oe feéticos s6 pode se lembrar deles com nastalgit ‘ Poderosa arrastava a todos nés, Naquele tempo, a : Tespaldada pela leoria, era sedutona. péonica pecipogica, frequentemente ac arid quanto 4 explicugao de texto, que cli aticava, eniio, energicamente. A estagnagio parece inscrita no destino escolar de toda teoria. A historia lite- raria, Jovem disciplina ambiciosa @ atraente do final do século XIX, conheceu a mesma triste evolugdo, & a nova critica no escapau disso. Depois do frenesi dos anos sessenta e setenta, durante os quais os cstudes literarios franceses mesmo ultrapassinim os outros no caminha doa formalisme © da textualidade, as pesquisas teéricas nao conheceram maiores desenvolvimentos na Franga. Seria‘o caso de incriminar o mono- polio da histéria literdria sobre os estudos franceses, 0 qual & nova critica mio teria conseguidoe abular em profundidade, mas apenas disfaccar provisoriamente? A explicagiio — de Gérard Geénetle — parece insuficiente, pois a nova critica, Mesme que nie tenha derrubado os muros da velha Sorbonne, implantou- -se solidamente na Educagao nacional, sobretucdlo no ensino secundério. Talvez por isso mesmo ela tenha se tornado rigid E impossivel, hoje, passar num concurse sem dominar os eistfi- guos sutls ¢ 0 jargdo de narratologia. Um candidato que nao saiba dizer se o pedaga de texto que tem sob os olhos.¢ *homo-" ou “heterodiegético”, “singulativo” ou “iterative”, de “focalizagao interna” ou “externa” nao é€ admitido, assim como outrona era necessario distinguir um anacoluto de ura hipalage, ¢ saber a data de nascimento de Montesquieu. Para compreender a singu- laridade do ensino superior ¢ da pesquisa na Franca, é preciso ter sempre em mente a dependéncia historea da universidade em relucho aos concutsos de admissiic de professores ao ensine secundario, E coma se ns tivéssemos proviclo, antes de 1980, de tudy o que é suficiente como tearia para renovar a pedagogia: um pouco de poética € de narratologia para explicar o verso € 4 prosa, A nova critica, assim como, algumas geragdes antes, a histéria literdria de Gustave Lanson, viu-se ripidamente reduzida aalguimas receitas, traques e astGcias para brilhar nos concursas, O impulso tedrico estincou-se desde que fomeceu uma certs ciénecia de apoio a sacrossunta explicagdo de texto. A teoria foi, na Franga, um fogs de palha, e a aspiragao que Barthes formulava em 1969 — “a nova critica deve tomarse Muito rapidamente um nove adubo, para depois, fazer outra coisa"! — parece ni ter sido realizada. Os teoricos dos anos seSsenta ¢ setenta nao tiveram sucessores. O proprio Barthes foi canoniaide, o que ndo éa melbor forma de manter viva € ativa 13 disama @'9e entregarant a trabalhos Multey $s mueay : 5 Ss, COMO Trvery f iceell primeizos a alga * ‘ vera ; = paicntiramrse park a Pea OU estéticg: aeevana a velha historia Keriria peto vies dy Muites voltaram-se Festa como revela a moda da critics dity acta: ele ATS ‘ = - redescobverta de manus we, que existe ainda, publica essencia}. endtica. A revisit Poet no se dA com Litttraneny ae ereicios de epigonos; o mest ao mente mr ico pos6R, sempre eclética, acolhendo © marxismy, % Oe He a psicandlise, A teoria acomodou-se © naa & mais . a me esti ai assim como todos os séculos literaras estan yeas ‘thelas as especialidades convivem na universidade, ad umaem seu lugar. Enconun-se compartimentits, inofensiva, espeni os estudantes 4 hor cer, sem Gutro interimbio com outras especialidades nem com o mundo a nile ser por intermédig desses estudiantes que vagueiam de uma disciplina a mura, Nao esti mais viva que as outras disciplinas, na medida ém gue nao emis ela que diz por que ¢ como seria necessario estudar 4 literatica, qual éa pentinéncia, a Provecagao atual do estude q Pp Iterare, Ort, ouda a substiuiu nesse papel, alids, nto mais se estuda tanto a litenttira, “Atgoria volar’, como tudo; e cobertes no dis em que a dgnor Broduzira tédio,” Philippe Sollers 1980, 20 prefaciar a reedicig do Conjuntol — ambiciiso valu Que Se Seguin main de 1968 e uma abet, discanckidos ‘Todanw av Ge seus problemas sero redes- ancia for tio grande que sé anunchiva esse retorne desde de Théorie d Ensemble [Tearia ime publicade durante o outane Cujo titulo fol extraide das mate- Salles — © a0 reunic, talvez com ima Suspeita de “terrorism ou “Ome Sallers reconheu posteriarmente —. a5 lis ee me Foucault, [toland Barthes, Jacques Berrids, iisnsx vane Ino atupo de Fal Quel, o melhor da reoris Soneee ae ae A leona ia, entay, de vento em. popa, dava navida”, have Desenvolver a teoria para nao se arrasar " “via deeretada Lénine, & Louis Althusser invocavaco iat “Teoria” 2 colectin que dirigia Ha Maspera. Pierre turilista. & » ANG guia de movimente estri- Tearky ec Theorie de ja Production Littératre Por uma Ica literarial, obra na qual © sentide marsista da ae © ascensio da ciéncia —e gsentida SM entendinent; Procedimentos linguisticas — entravant wee tio da literanim, A teoria era critica militante — Same no titule inguierante do liveo de Boris Eikhenbaum em 1927, Mirérature, Théorie, Criique, Polémique{Liteeaura, Teoria, Critica, Polémical em parte taducichy por Tevetan Todorov na sus sintologi des formalists russos, Théorie ce tet Littératere Teoria da Literanuieal, em 1966 —, ms ambicionava também funcar uma céncia da literatura, “© objeto da teoria”, escrevia Genewe em 1972, “seria nao apenas o real, mas tambers « toulidade do viral ireririo®. © formalisma ¢ 0 manismo erm seus dois pilares para justificar a pesquisa dos invuriintes OU dos universais da Heeracura, part considerar as obras individuais mais como obris possivels do que como obris Tews, Conk mers cxemplos do-sister liteniria subpcente, mais comedos para atingir a estruturide que as obras desatuulizacas, apenas putencials, Se ess teoria de caniver umbigue —uo mesme tempe marxisty ¢ formalista — (a tinha saido da moda em 1980, 0 que dizer hoje? i fomos suficientement: atingidgs pela ignorancia e pelo técio para desejimmos novamente a teoria? TEORIA E SENSO COMUM Tim balinge, um mapa, da tera literasa seria, entretanto, concebivel? E de Que forma? Nao seria esse um projeto abortado se, como afirma Paul de Man, “o principal interesse tedrico da teoria litcrana consiste na impessibilidade de sua definigan’? A teoria nic poderia, entio, ser apreendida sendo.gragas a uma teoria negativa, segundo o modelo desse Deus escondido do quill somente uma teclogia negauva pode fair. Isso sipnilica situar o horizonte alto demais, ou lange demuis as afiniclades, alias reais, entre a teoria literaria ¢ o niilismo. A teoria no pode se reduzir auma técnica nem a ume pedagogia — ela vende sua alma nos vade-mécum de capas coloridas expostos nas vitrinas das livrarias. do Quarter Latin —, mas isso no é moive pact fier dela uma ietafisica nem uma mistiea. Nao a trutenios come uma religifin. ‘A teotia Iiteniria nao teria sendo um “interesse tedrico" N2a, se estou certo ao sugerir que ela € também, talver essencialmente, critica, opositiva ou palémica. Porque no ¢ do lade tedrico ou teologico, nem de lado Pritica ou pedagOgico, que a teoria me parece principalmente 6 a, ES rombate ferox ¢ Vivificann. Se ae Sif orem das’ estudes, Fem cpa resisiéncia igualmente determinada que = ideias icdais The ane: Esperariamos, talvez, de um balanco da preconcebidas The opdem, Espera ae teoria linertria, que depois de ter oferecido sum propria de! inicio de literatura, como definigie contestivel tnatase, na verthide, da primeito lugar-comum tedrico: “O que € a literatura" =; depois de ter prestado uma ripica homenagem As teorias literdrtas anhpas, medievais & chissicas, desde Aristételes até Batteux, sen) esquecer uma passagem pelas pocticas no ocidentais, arrolasse as diferentes escolas que compenilharam a atengao tedrica ne século XX; formalisme: russo, estruturalismo de Praga, New Ghiticism americano, fenomenologia alemi, psioclogia marxismo internacional, estraturalismo € ceses, hermenéutica, psicanilise, neomurxismo, feminismo etc. Tntimercs manuals sie assim: OCuUpAmM O85 professores. e tranqui- ligam es estudantes, Mas esclarecem um lado muito acessérigy da teotia. Ou até mesma a deformam, pervertem-na: Porque 0 que Cafacteriza, ma verdade, € justamente o contrério do ecletismo, genecbresa, Pis-estouturalisme fran. Zr critics muile sénsatas contra as posiotes de seus Adversdrios, mas visin que estes, conforados SeINpTe, nao renunckum e contingam fedricos se poem também eles a falar alto, defencdem suas pi : ‘antiteses, até © absurdo, ¢ assim, anulam- i Mentar-se em interrompé-lo de UM Pouco debochado, para velo olbas! Basta deixar falar um tedriea € ex *e@em quando com um “Ah! Sesmoronar diante de Tassas Na Bretanha, PErguntava-nosa cada texte e ogia: “Como vsets Sompreendem essa paasagem? qhe O autor quis dizer Onde estd a beleza do versa ou da Original? Que ligde podemos tira Wimos, durante um me qnesmas, Ha ulgumas que nao cessam de se repetirde peragio em gemielo. Colocavamese antes da tearka, jase icolocavam antes da hiwdria Heriria, e se colocum ainda depois da teoria, de mancirt quase idéntica. A tal ponte que nos perguntamos se existe uot histone da critics literdria, come existe uma hisvoria ea Filosofia cou da linguistics, pontuada de ctlagdes de conceitos,; como o cogio oo complement, Na crithct, os parccligenas 126 Morrem nunca, jUNWN-Se Uns wus OUlTas, Cuexistem mais. ou menos paci- ficamenté ¢ jogum indefinidamente com as mesmas nogGes _— nodes que pertencem a linguagent popular. Esse é um dos motives, lvez o principal motive, da sensagio de repetiydo que se experiments, inevitavelmente, dianre de um quactra histarica da critica literaris da de nowo sob o sol. Em teorit, passi-se o Tempo tentando apagar termes de uso corrente: Literatur, autor, jntenglo; sentido, interpretagio, representa rio, contetide, func, valor, criginalidade, histéra, influéncia, periodo, estilo etc, Eo que se fez também, durante muito tempo, em hdgivar recertavat- -se na Linguagem cotidiana uma regite linguistics dotada de yerdade. Mas a kigica fonmalizou-se depois, A teorit literdiriay fii conseguiu desembaracarse da linguagem corrente sobre 4 literamra, a dos ledares ca des amadores. Assim, quanide a teoria se afusta, as vellras nogdes resunem intocadas. F por serem “patuais” ou ‘sensatas” que nunc escapamos delas realmente? ‘Ou, como. pensa de Man, é parque so desjamos resistin’ teona, porque a teock fa mal, contraris noses thistes sobre a lingua © a subjetividade? Pocerfamios dizer, hoje. que quase ninguém fei torado pela tearia, o que Lalvez seja mals confestivel, Entio, nad restaria mais nada, ou apenas o pequena peda- gogia que deserevi? Ndo jnteiramente. Na fase aurea, por volt de 1970, a tearia era um contradiscursa que punhi em questao as premissas da critkca wadicional. Objetividade, gasio e elarezct, Barthes assim resumia, em Critique et Vérité [Critica ¢ Verdadel, em 1966, ano nnigioa, os dogmas do ‘suposto critica” universitiirio, o qual ele queria substituir por unt veidéncin da literatura”, Ha teoria quando as premissas ce discurso comente sabre a literatura rao ato mais aces como evidentes, quince slo questionadas, expestas como construcdes histarieas, come convengdes, Em seu comeo, também a historia lireriria $e fundava nunt teoria, em nome da qual elimineu do ensino lteririo a velha retorica, mas essa tenria perdew-se ou edulcerou-se a medicta que a historia iqacy escolar © universi- ifcando com a institu ‘ amet ate mesmo orfa:€, por definigao, aposie Seber ete ma ade tort © 9 de transformac em metodo pela instituigao aca A a era eae peradla, come diziamen. Vinte anes tepals, e opuie sat han gmais que 0 qualita violemty entre a historia € a Teor ee vaemelfuunga dais perguntas levantadss por uma € Por OUT nos seus peimdedios enmuskisixs, sobnetude esta, sempre a mesma: “O que é a literatura Permanéneia dis perguntis, contrutligao ¢ fragilidade das cespastas: dai resulta que ¢ sempre pertinent partir das nocdies populares que a teoria quis unular, as mesmas que voaltaram quando a tenia se enfrquecen,a fimle nde so rever as respostas opositvas que ela props, mas também fentar compreender por qUE essa5 respastas mio resolveram de uma ver por todas as velhas perguntas. Talvez porque a teria, a custa de sua Iota contra a Hidra de Lema, tenha levade seus angumentos longe demais © eles tenham se voitide contra ela? A cack ano, diante de novos estadantes, ¢ precisa reoomecar com as mesaxis figuras de bom sense ¢-clichés irmeprimiveis, com a mesmo Pequeno nimero de engines «ny de lugares-comuns que balizam o discurso comente sobre literuura, Examinarei alguns, os mis resistentes, porque & . igor de sua justa cdlera, da mesma maneita que cla os combateu — em vin, titers fol se idea, QO upelo a te TEORIA F PRATICA DA LITERATURA Algumas distines oli i ee Dretenicraes Sto indispensiveis, Prime Be ¥ __ & SEM que Seja precisa ser marxista eee Pritica, ou unk Prixis, diante da qual a a, ou da qual ela labora Oma teoria. Nas mas de Génova, alaumis 5 i Salas trazem ‘ se fiz aiteona da lit ste letreiro: “Sala de teoria.” Nao joumon ensinava a falarem pilblicn ¢ instuia . nat locuencia —. mas Sto os estudos literinos, isto €,a historia literiria € a erica firertrit, ou dinda a pesquisa literirin. No sentido de ica, ou melhor, deoitolagta da propria pesquisa literiria, a teora da literatura pode parecer uma disciplina nove, em todo case ulterior do nascimenio da pesquisa liveraria no Sécule XEX, quince da reform dias universidades euro- peius. € posteriormente das americanas, segunde © modelo germanico, Mas se a palavra € relutivamente nova, 2 coisa, em si mest, é celativamente antiga. Podese dizer que Platio e Aristételes faziim weiria da literanuira quinde classificavam os géneros |iteririns ma Rejniblica ¢ na Poética, eo modelo de teoria da literatura ainda €, hoje, para nos, 4 Poéttca de Aristételes. Plato © Aristételes faziam teoria porque st interessavam pelas categorias gerais, ou mesmo universais, pelas canstantes literérias contidas nits obs particulares, como porexemply, os péneros, a5 formas, os modas, as figuras. Se eles se ocupavam de obris individuais (1 Hiada, o édipo Ref, era come ilustragdes de catégorias gertis. Fazer teoris da literatura era interessarse pela literatura em geral, de um ponto de vista que almejiva o universal Mas Platio © Aristoteles nfo faziam teria du literatura, pois sk pritiea que quetiam codlificar nay era o estude litenirip, ous pesquisa literdria, mus 2 literatum em si mesma. Procuravam formular gramaticus preseritivas da literatura, (Ao monmativas Que Plavio queria excluir os poets da Cidade. Atualmente, embora tate da retérica e da podtica, © revulodize sus tradigio antiga ¢ cléssica, a teoria da literatura nao é,em peincipie, nonmatvs: Descritiva, teoria det literatura €, pols, modema: supe a existéncia de estudos literirios, instaumulos ne século XIX, a partir do romantismo. Tem uma relagia com a filosofia da literatura como ramo da estética que reflete sobre a natureva e a fungie da arte a definigde de belo-¢ de valor. Mas # teoria ca literatura flo é filosofia da literatun, no € especulativa nem abstrata, mas analitica ou tépiew: seu objeto S10 obs discursos sobre a literanam, aeritica ea histécia literarhes, que ela questiona, problemariza, ¢ Cujas priiticas organiza. A teoria da literatura nao éa polficia ckts feteas, mas de certa forme sta epistemologia, Nem nesse sentido ¢ verdiideiramente nov: Lanson, o funcader da histeria literiria frances, Mit virida do século XIX pan o XX, cddige, did 19 | . « Emile Faguet, os criticos liteninas (a dizia de ee wee Faguet fosse Seu contemporiiney ee Ns o julgava ultrapassaca —, que nao tnham rene litecdsin" * Era uma maneiea polida de Thes Gees que, a seus olhos, eram Inppression|stis © impostores, osabiam o que furiam, faltavi-lhes rigor, espirito cientifico, metodo, Quanto a Lanson, este pretendia ter Uma work, o que Most que histéria literdria ¢ tepria nao S40 incompativels. © apelo & teoria responde necessariamente @ uma intengio polémica, ou opositiva (critica, no sentido etimoldgico do termo): ateoria contradiz, poe em chivida a pritica ce outros. E util acres centr aqui um terceiro termo 3 teoria e 1 pritica, conforme o USO mantisia, mus ho apenas Marxista, dessas NogOes: o terme ideologia. Entre a pritica ea teoria, estaria instalada a iden|opia Uma teoria diria a verdade de uma pritiea, enunciaria. suns condig¢oes de possibilidade, enquanto a ideologia nao Faria scnae legitimar essa pralica com uma mentim, dissimularia suas conch goes de passibilidade. Segundo Lainson, alids bem’ tecebido pelos ease seus rivais nip tinham teorla, senao ideologias, isto ¢, ideias preconcebidas, Assim, 4 (work reage as priticas que julga asedricas ou antitet> fieas. Agindo assim, elit as institui como hades expiatérias. Lanson. ee we ee afilologia ¢ © positivismo histérice, ulm alm avate 30 hum:iaismo tradicional de seus ae (homens de cultura cu de bom gesto, burgueses). A a Shei senso conan, Mais recentemente, depois de ianeeere an oe levantou-se ao mesmo i iteniria (representado por mi Seo 8 simpatia na criticg literatia ( que havi ee nea por Paguer), assim camo se levantou contra 4 aca frecuente dos dois (prineiro © positivismoe na his my a interpretagae), come oconne ms oe ols de um estude minuciase das fantes fntinaa espe ne Paseams $M problemas a julgamentos Fealicki sobre a-verdade humana der siclor Resumamyys: pe @ teoria 4 literrios, isto a 4 ea ke com a pritica dos estudes pressupostos, enlim critles-os (criticar @ separur, cliscriminar), A fear sera, pois, ume prinein ahorlapem, o enitica da crtica, ou a memcriica (colocum-se em opoasigaa uma linguagem ¢ a metilinguagem que fala dessa linguagem, umu lingwagem © a gramiitica que descreve seu foncionamento). ‘Trats-se de uma consciéncia critica Cum ctiticr da bdeologia literiria), uma reflexdo literati (uma dobre critica, uma self-ccnscieesress, ou uma sutor- referencialidace), trigos esses que se neferem, ma realidace, 4 modernidiude, descke Baudelaire e, sobretudo, desde Mullarmeé: Apresentemos logo o exemple: empreguel ume série de temas que convém definir.em si mesmos, ou: elaborar melhor, part tirsr deles conceitas mais consistentes, paraalcangar essa consciéncia critica que acompanha «tora: vend, depois critica tlentriae butera Mterdria, cuja distinglo é enunciada pela teoria. Deixemos a literatura part o préximo capitulo ¢ examinemos mais de perto os dois outros terms, TEORIA, CRITICA, HISTORIA Por critica literaria. compreenda um discursu sobre as obras literarius que acentua a experiéncia da leitura, que descreve, interpreta, avalia o sentido ¢ 9 eleito que as obras excecem sobre 64 (bons) leitores, mas sobre leitores no necessariamente culos nem profissionais, A critica aprecia, julga; procede por simpatia (ou andpatia), por identificagao ou projegda: seu Jugar ideal é 0 satin, do qual a imprensa é uma metumarfose, nac a universidade: sua primeira forma ¢ a conversagio. Por histéria Iieréria compreendo, em compensagae, um discurso que insiste nos fatares exteriores:& experiéncia da leinins, por exemplo, ma cancepeae ou Til transmissio das obnis, oem outros clementas que em geal nao interessam ao nao especiilista, A histaria litecana é a disciplina académica que surgiu ao longo do sécule XIX, mais conhecida, alids, como nome de filologia, scholarship, Wissenschafi, ou pesquisa. As vezes opdem-se enttica ¢ historia Jiterdrias como WM prawe- dimenta intrinsece ¢ um procedimento extrinseco: a critica lida Com o texto, a histiria com contexte, Lanson observave que se fax histéria liteniria a partir do momenta em que se leo nome do autor na capa do livro, em que se di ao texto um minima de 21 axto, Averitica liters enuncia proponionsdo Spo “A é mais eT nto a historia literint afirma: “C detiva de p+ pe anaes ja texto, sci a explica-lo. wei a da literttun pede que Os Pressupostos dessas afir- re exyplicitados. O que voce cham de literatur? Quais i, at de valor, perguntard ela ios eritices, pais tudes eae oe ‘cai que compartiTham das mesmas normas-e que as por meias palavins, mas, s¢ 140 éocaso,a critica (9 conversagio) transform-se logo em ditlogo de surdos. Nag se tmita de reconciliar abordagens diferentes, mas de compreender por que elas so diferentes. © que voet chama de literatura? Que peso vocé atribui a suas propricdades especiais ou a seu valor-especial?, pergumtari 9 teorla dos historiadores. Uma vez reconhecido que os textos lieritics possuem impos distintivos, voce Os trata como docu- mentos histéricas, procunindo neles suas causas Factunis: vida do autor, quadro social & cultural, inten¢des atestadas, fontes, panidoxa salta aes olhos; yoo? explica pelo contexto um objeto que the interessa precisamente porque escapa a esse contexte fe sobrevive a ele, Ateoria protesta sempre contra o implicito: incémeda, ela € © proterves (o protestante) da velha escolastica, Ela pede contas, nao adota a epiniiie de Proust em Le Temps Retrouvé|O Tempo Redescobental, pelo menos naquila que diz tespeito aos estudos Lene “Uma obra onde ha teoria é como. um objeto no qual a Magee Sane A leoria quer saber o prege. Nao mthratn wane SESHIT, IS cujas reg ‘ <3 Le a lem *postas sao dadas de amtemao. A teora ‘ue ESs8 Derguntas so, respondidas de Problematicas, que podem set diversas maneiras: ela é relativista- TEORIA OU TEORLAS sammie se Ora, todo. mundo j au filar que 3 r 4 ouviu falar q ila senbora fulang oT do senhor fulano de tal, a work d al, “ Powea come d oe RAO, & teria OU as teorias seri) AMIS OU dogmas criticas, ou iden lage! 22 Ha uintas teorits qMeinto tedricos, como nos dominias em que a experimentagao ¢ pouco praticivel, At nio é como a digebra ou @ geometrin: © professor de teoria ensina sua teoria, © que ihe permite, como a Lanson, pretender que os outros no iém nenhuma. Perguatar-me-do; qual € a sua tora? Responderei: nentuma. Fé isto que di medo; gosturiam de saber qual éa minha dourrina, a fé que é preciso abragar ao longo deste livro, Estcjum trinquilos, ou ainda mais preocupades, Eu nao tenho fé — a profernus & sem [é & sem lei, é 0 eterno advogado do diabo, ou po diabo em pessoa: Forse te mon pensavi ch to iéico fossil! Como Dante lhe laz dizer, “Talvea ndo pensasses que eu fosse um logico’ (Cinferno”, cante XXVM1, v.122-123) —, nenhuma cdoutrina, senio a da divida hiperbdlica diante de todo discursa sobre a literanara. A teoria da Literatura, vejo-a como uma atirude analitica ede aporias, uma aprendizagem cética (critica), um ponte de vista metacritica visando interropgar, questionur os pressupostos de todas as praticas ofiticas fem sentido amplo), um “Que sel eu?" perpétuo Evidentemenie, ha teorias particulares, opostas, divergentes, ‘conflituntes — o campo, afirmei, é polémico —, mas nao varios aderie a esta ou Aquela teoria; vamos refletir ce maneira amali- fica © cética sobre a literatura, sobre o estudo literirio, ou seja, sobre tada discursa — critica, histGrica, teirico —a respeite da litericura, Tentiremos ser menos ingémuos, A weoria da literatura é uma aprendizagem da nip ingenuidade, “Em materia de critica literaria”, escrevia Julien Grieg, “todus as palavras que conduzem, a curegorias 580 armadilhas"” TEORIA DA LITERATURA OU TEORIA LITERARIA Tima utr pequeni distincio preliminar. Falei, nos Glimos Parigrafos, de ceoria da fiterttuna, mio de feoria diteraria, Seria Perinente essa distingho? Segundo, por exemplo, o modelo da bistéria da lneranira ¢ da fristoria literinia (a sintese versies a aindlise, o quadro da literitura em opasigag A dlisciplina fllokigica, ‘amo o manual de Lansen, Hisloire de da Linérature Francaise {Histaria da Literatura Francesal, de 1895, frente & Reore d Histoire Litteraire de fa France, fundada em 1894). A teoria da hteratura, come ne munual de Wellek e Warren que inv 0 Gtulo em inglés, Theory of Literature (Teoria da Literatura! 1949), & gerilmente considernida um ramo da fiterstura geral e comparada;: designa a refloxde sobre as condigdes da literatura, ch critica literaria © da histdria literiria; é a critica da eritica, ov a metucritiea A teona literira é mais opositiva e se apresenta mitis come uma critics cla ideologia, compreendendo ai a eritica da teorin da literatura: € ela que afirma que temos sempre uma teorit ¢ que, se pensamas nao tla, ¢ porque dependemos da tecria domi- nante num daco lugar e num dade momento. A teoria literiria se identifica também com formalismo, desde os lormalistas russos do inicio do século XX, marcados, na verdade, pelo marisme. Como lembrava de Man, a teoria literiria passa a-existir quando a abordagem dos textos literiries nfo € mais funcacs em consideripoes nao linguisticas, consideragdes, por cxemplo, histGricas ou estéticas: quando 6 objeto de discussiio nao @ mais © sentido ou o valor, mas modalicades de procucio de sentida ou de valor.* Essas duas descrigdes da teoria literdria (critica da ideologia, andlise linguistica) se foralecem mutuamente, pols a critica da ideologia € uma demincia da ilosdo linguistica (da ideia de que a lingua ¢ a literatura sao evidentes em si mesmuas): a teoria literatia expoe o codigo ¢ a convengie ali onde a teorks postulava a natureza, Infelizmente, essa distingao (teoria da Iiteranara versus teoria literiria), chart em inglés, por exemplo, foi obliterada em francés: 6 livre de Wellek ¢ Warren, Theory of Literature, foi wraduzico — tardiamente, como dissemos — como titulo La Théorie Litéraine, emt 1971, enquanto a antologia dos formalistas russos, de Tzvetan Todorov, foi publicada, alguns anos antes, pelo mesmo editor, com o titulo Théorie cle ta Litératire (1995), E preciso examinar esse quiasmo para melhor nos situirmos. ‘Comp fi se ter compreendide, utilizo-me thas duas tridicdes, Da feoria da literamura: x reflexto Sobre as hogées gerais, os principios, os critérios; da teoria literaria: a critica a0 bom senso literiio e a referéneia aa formalismo, Nao se trata, pois, de fornecer raceitas, A teoria nao € o metodo, a técnica, 0 mexerico, Ao conmrinlo. o objetivo é tomar-se desconfiaclo de todas as receitus, de desfazer-se- delas pela reflexdo. Minha intengao nao é, pomanta, em absoluto, facilitar as coisas, mas ser vigilante, suspeitoso, cético, em poucas palaveus: eritico ou irénico. A teoria é umu escola de ironia. 24 A LITERATURA REDUZIDA A SEUS ELEMENTOS Sobre que nogbes exercer, apuear nossa espirito critica? A felagdo entre a Teoria € senso comum é naturaimente conili- tuost, E, pols, o discurse corrente sobre a literatura, cesignanco asalvos di te que permite colecur melhor a icorial 4 prowa. Ora, todo discurso sobre a literatura, todo estude literirio esta sujeito, aa sua base, a algumas grandes questécs, isto ¢, a um exame de seus pressupostos relativamente 2am pequenc numero de nocdées funcdamentais. Todo discurse sobre a literiturt assume posigla — implicitamente © mais das vexes, mas algumas vezes explicitamenté — em relagdo a excis perguntas, eujo conjunia define uma certa ideia de literarum: © que é literatura? Qual éa relagdo entre litertura e autor? Qual é a relagio entre literatura € realidade? Qual éa relacio entre literatura € leitor? Qual é a relacio entre literatutt € linguagem? Quando filo de um livre, construc forcasamente hipdteses sobre essas definicdes. Cinco elementos sao indispensiveis part que haja literatura: um aieor, um fiero, um feitor, uma lingua © um referente. A iso acrescontaria duas questies que nao s¢ sina exatamente no mesmo nivel e que-dizem respelto, precumente, & bistdria © A critica: que hipdteses levantamos sobre @ transformacao, 0 movimento, a evolugie literdsla,e sobre 0 valor, 2 originalielade, pertinéncia literiria? ‘Ou ainda: come compreendemos a indigaa literdria, tanto no seu aspecto dinamico (a histéria) quanto no seu aspecto estitica (a valor? Fssas sete questées encabegun cada cupitulo do meu livia — a jderatura, o autor, 0 mundo, 0 iettor, O estilo, a bistéria © o valor —, aos quals dei titulos inspirados no senso comNn, pois é o eterno combate entre a teorla ¢ © senso Commm que d4 4 teoria sew sentido, Quem abre um livro tem casas nogoes em menie, Reformulados um pouco mais teoricamente, o$ quatre primeiras titulos poderkum ser os seguintes: jiteraric- dade, intengdo, representagio, pecepgie. Em relagag aos res Gltimas — estilo, histéela, valor—, parece are nao hd motive para clistinguir a fala dos ‘amadores tla dos profissionais; uns € Guiros recorrem as mesmas palavns. ad Ut, gostaria de Mostar a variedade de ae x nao tint o conjunte daguelas que foram respostas Se Ane das que se fazem hoje: 0 projeto nig « phen oe da critica, nem o de um quadro das doutrinas % = saa a teoria da literuturs € una ligao de relativismo, nag an an mo: em outras palavras, wiriis respostis sao Possivejs, i ripaaet aceitiveis, nao compativeis; 28 inves de se somarem numa visdo total © mais completa, elas. se excluem mutuamente, porque nao chamam de literaium, nao qualificam, como literiria a mesma coisa; ado visam a diferentes aspects do mesing objeto, mas a diferentes objetos. Antigo ou moderno, sincrnico ov diaerinico, intrinseco ou exirinseco: nao é Possivel tudo ao mesmo tempo. Na pesquisa literira, “mais € menos’, motive pelo qual devemos escolher. Além disso, se amo a lite vatura, minha escolba ji foi feita, Minhas decisGes literarias dependem de normas extraliterarias — éticas, existenciais = que regen. outros aspectos da minha vida, Por outre lado, essas sete questOes sobre a literatura nao sio independentes. Fonmam um sistema. Em outras palavras, a resposta que dou a uma delas restringe as opgdes que se abrem pan Tesponder 3s oulras: por exemplo, se acentuoo papel do autor, é possivel que nfo dé tanta importancia @ lingua; se insisto na litcrariedade, minintizo 9 papel do leitor; se desiaco a determinagio da histéria, diminus a contribuigaa da-génio etc Esse conjunto de escolhas © soliddria, E por isso que qualquer questio pemite ume entrada satisfatoria no sistema, e sugere todas as outras. Uma tinica, 2 intencao, por exemplo, tulver sepa sullciente, para tratar de todas elas. . E por isso tambér {uea ordem de andlise dessas questées &. fo funda, indiferente: poderse-ia titar uma carta ao acaso € ‘Gon & pista. Escolhi percomlas fundamentando-me nua Mia Que Corn 3 6 ae ee aaa também, ela, a0 senso comum, 0 iho rea mane 7 » Petisa mais no autor do que no ATMS do que na Maneira, Todos ns | F 3 onrent lugares da teoria seri, assim, Visitados, salva, talvez, mee dessa questio brevemente, quando falarmos eoria litersrig or B'ner0 nO foi uma causa come a mediacie mais evidenne cre 0 Beneto € uma generalidade, Ora, por um lade. ae SMM @ obra individual e a literatura. . a leorig : eee Visa dog Universais, eotia desconfia das evidencias, por outro, Essa lista tent qualquer coisa de provecigia, visto que ela canatam, simplesmente, as ovelhas negris da teoria literseia, moinhos de vento contra os. q eh se esfalfou pam fofar conceltos salutares. Que nao se veja ai, entretinto, nenhunma malicial Inventariar O35 inimiges da tecria parece-me o melhor, o rinioo meio, em toda caso o mais cconémico, de examindtos com confianga, de trigur seus pasos, festemunhar sua energiit, jornd- a viva, dssim, como ainda & inclispensavel, depois de mais ge um sévulo, descrever a urte modema através das convenqhes que a negara, Enfim, tlvez sejamos levados a concluir que o “campo lite- ririo”, apesar das diferengas de posigto ¢ de opiniia, 4s vezes exacerbadas, para além clas querelas intermindveis que o animam, repouse sobre um Conjunto de pressupostos @ de crengas partl- thados por todos, Pierre Bourdieu julgaya que as posighes dasumidas com felaglo. 2 arte © 4 literatura [ed cepa nizam-se cm pares de opasigoes, muita vexes herdados de uit passado palemico & concebides como antinomias Initnspo- niveds, alternativas abeclutas, em termes de tude ou nada, que’ eStrumuram @ pensimenia, res tumbent o apdskonen numa série de falsog clilemers ” Trata-se de arrambar essas falsas janelas, essas contadigdes taicoeiras, esses paradoxos fatais que dilaceram 0 estuda lite- tirio; iuta-se de resistin 2 alternaiiva autoritiria entre a teora @ o senso camum, entre tude ou mi porque 4 verde esta sempre no entrelugar

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