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o2rtor2020 20000288075 - eproc- & Poder Judiciario TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2* REGIAO AGRAVO DE INSTRUMENTO N’ 5013002-56.2020.4.02.0000/RJ AGRAVANTE: UNIAO - ADVOCACIA GERAL DA UNIAO AGRAVADO: LEONARDO NICOLAU PASSOS MARINHO ADVOGADO: LEONARDO NICOLAU PASSOS MARINHO (AB RJ164172) ADVOGADO: RENATA MIRANDA PORTO (OAB RI148928) ‘ADVOGADO: RODRIGO DA SILVA ROMA (OAB RI164710) ADVOGADO: JULIANA CRUZ TEIXEIRA DA SILVA (OAB RJI79S10) AGRAVADO: RODRIGO DA SILVA ROMA ADVOGADO; LEONARDO NICOLAU PASSOS MARINHO (OAB RJ164172) ADVOGADO: RENATA MIRANDA PORTO (OAB RJ148928) ‘ADVOGADO: RODRIGO DA SILVA ROMA (OAB RJ164710) ADVOGADO: JULIANA CRUZ TEIXEIRA DA SILVA (OAB RII79S10) AGRAVADO: JULIANA CRUZ TEIXEIRA DA SILVA ‘ADVOGADO: LEONARDO NICOLAU PASSOS MARINHO (OAB RJ164172) ‘ADVOGADO: RENATA MIRANDA PORTO (AB RJ148928) ADVOGADO: RODRIGO DA SILVA ROMA (OAB RJ16470) ADVOGADO: JULIANA CRUZ TEIXEIRA DA SILVA (OAB RJI79510) AGRAVADO: RENATA MIRANDA PORTO ADVOGADO: LEONARDO NICOLAU PASSOS MARINHO (AB RJ164172) ‘ADVOGADO: RENATA MIRANDA PORTO (OAB RJ148928) ADVOGADO: RODRIGO DA SILVA ROMA (OAB RI164710) ADVOGADO: JULIANA CRUZ. TEIXEIRA DA SILVA (OAB RJI79510) DESPACHO/DECISAO Trata-se de agrayo de instrumento, com pleito de atribuigao de efeito suspensivo, interposto pela Unido Federal contra decisdo que, proferida pela Juiza Federal MARIA AMELIA ALMEIDA SENOS DE CARVALHO os autos da AGAO POPULAR n° 5067634-55.2020.4.02.5101, deferiu a antecipagdo de tutela para “suspender os efeitos da revogagao apreciada na 135" Reunido Ordindria do CONAMA” ao argumento de haveria “risco de danos irrecuperdveis ao meio ambiente”. Em suas razdes recursais, a Unido Federal argiiiu a nulidade da deciso agravada, sustentando que o provimento nao teria sido suficientemente fundamentado. Arguiu também a incompeténcia do Juizo, defendendo a prevencdo da 16* Vara Federal da S Judicidria do Distrito Federal para 0 processamento ¢ julgamento da acdo origindria. Sobre 0 mérito da decisio devolvida, a Agravante argumentou que as Resoluges 302 e 303 do CONAMA seriam atos normativos secundarios que foram profundamente alterados pela legislacdo ordindria ambiental superveniente, especialmente pelo novo Cédigo Florestal (Lei n® 12.651/2012 com as alteragdes efetuadas pela Lei n° 12.727/2012), que, ao revogar o anterior, que servia de fundamento de validade aqueles atos, infralegais, teria também revogado tais Resolugdes, situagdo que, com a edigdio do Decreto n° 10.139/2019, passou a exigir declaracdo obrigatéria (artigo 8°, incisos I e III) Defendeu que a definigao das Areas de Preservagdo Permanente (APs) trazida pela Resolugio CONAMA n? 302/2002 nao subsistiria por incompativel com o artigo 4° da Lei n° 12.651/2012, que teria retirado do CONAMA a competéncia para disciplinar tal questio, estabelecendo que as APPs de entomno de reservatério dégua artificiais, decorrentes de barramento ou represamento de cursos d’gua naturais, seriam definidas no momento '5013002-56.2020.4.02.0000 20000288075 . 6 hitpsfeproc. 2 jus br/eprocicontrolador php?acaa=minuta_imprimiracao_origem=acessar_documentoBhash=eac384930652097e3bb126eb3c... 1/6, o2rtor2020 20000288075 - eproc- & Poder Judi TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2° REGIAO licenciamento ambiental, 0 que possibilitaria, inclusive, a fixagdo de faixas de protegio maiores do que as genericamente previstas naquela Resolugio, defendendo que 0 novo Cédigo Florestal teria superado 0 antigo modelo de proteso one size fits all, possibilitando a preservagao tanto do “direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, quanto o direito de propriedade dos envolvidos na regiao”’. Enfatizou que © Excelso Supremo Tribunal Federal, no julgamento das ADIs 4901, 4902, 4903, 4937 © na ADC 42, teria confirmado a constitucionalidade do referido artigo 4° da Lei n° 12.651/2012, afastando, de forma expressa, a existéncia de violagdo ao principio da vedagao ao retrocesso socioambiental, Defendeu nao ser licito ao intéxprete presumir que, quando do licenciamento ambiental, o Poder Piblico incorrera em erro, fraude ou dolo. Sobre a Resolugio CONAMA n° 303/2002, 0 Ente Agravante dividiu os seus argumentos em duas linhas, enfatizando que a referida norma possuiria disposigdes contririas a0 disposto no artigo 4° do novo Cédigo Florestal (caput, incisos I, III, IV, V, VI, IX “a” do artigo 3°, inciso e outras tantas desnecessirias, que apenas reproduziriam o texto legal {incisos 1, VI, VIII, IX “b”, XI, XIII, XIV e XV do artigo 3°). Argumentou que a legislago atual teria emprestado uma protegio maior para a APP circundante de lagos ¢ lagoas naturais ao ampliar a definigdo de drea urbana consolidada trazida na citada Resolugdo n° 303, 0 que também teria ocorrido em relagdo a APP de topo de mottos € montanhas. Defendeu que as APPs de linha de cumeada, de escarpa de tabuleiros e chapadas, de duna, em Estado que no tenha clevagies, de locais de refiigio ou reprodugao de aves migratérias, locais de refligio ou reprodugdo de exemplares da fauna ameagados de extingdo, em praias, em locais de nidificagdo e reprodugdo da fauna silvestre ndo teriam atualmente previsdo em ato normativo primério. Sobre a APP de restinga, defendeu que, apesar de nao haver lei a fundamentar sua existéncia no que diz respeito as restingas em faixa minima de trezentos metros, medidos a partir da linha de preamar maxima, o inciso II do artigo 6° da Lei n° 12.651/2012 estabeleceu a possibilidade de tais éreas serem consideradas como de preservagdo permanente pelo Chefe do Poder Executivo. Quanto a APP de manguezal, a Unido Federal argumentou que houve tratamento normativo idéntico pela Lei n* 12.651/2012 ao previsto na citada Resolugo n° 303, 0 que também teria ocorrido no que diz respeito ao conceito de manguezal Defendeu que as decisées do CONAMA so colegiadas e representam a efetivagdo do principio democratico e que, no caso sob exame, a revogacao, que ocorreu com a presenga do Ministério Pablico Federal, pautou-se no proceso n° 02000.005274/2020-72 & vinha sendo discutida desde 2014 com amparo em critérios técnicos destinados a disciplinar a regulamentagao do novo Cédigo Florestal. Argumentou que a decisio agravada, ao suspender as deliberagdes legitimas do CONAMA, representaria intervengao judicial indevida na esfera de competéncia do Poder Executivo. Aduziu que a Resolugao CONAMA n° 284/2001 apenas teria reunido trechos da legislagdo ambiental que ja cram aplicaveis a irrigagdo, tratando-se de ato desnecessério cuja matéria encontra previsio da Resolugdo CONAMA atinente ao licenciamento ambiental. 5013002-56.2020.4,02.0000 20000288075 .V6 hitpsfeprc. 2 jus br/eprocicontrolador php?acaa=minuta_imprimiracao_origom=acossar_documentoBhash=eac384930662697¢3bb1250b3c. 26 o2rtor2020 hitps/feproc.t2 jus brleprocicontrolador.php?acao=minula_imprimir&acao_origem=acessar_documento&hat 20000288075 - eproc- & Poder Judiciaris TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2° REGIAO Quanto ao periculum in mora apontado no provimento agravado, a Unigio Federal defendeu no haver qualquer ameaga de dano ao meio ambiente. Eo necessario relatorio. Passo a decidir. Na origem, tratase de ACAO POPULAR dirigida contra 0 ato de_revoga¢é das Resolugées 302 ¢ 303, que regulamentavam o regime das Areas de Preservagao Permanente, especialmente, as APPs de restinga ¢ manguezais, ao argumento de violagdo a0 principio da vedacdo do retrocesso em matéria ambiental e da solidariedade intergeraciona Primeiramente, no se pode dizer que a decisio agravada é nula, ainda que a andlise feita tenha sido extremamente superficial para meramente adotar uma suspensio pelo poder geral de cautela, Como como indica o seu relatdrio e fundamentagdo, a Magistrada de Primeiro Grau considerou verossimil a argumentagio trazida na exordial e nela se baseou, Confira-se: I Trata-se de agdo popular proposta com fito de ver suspensos os efeitos e, ao final, anuladas as resolucdes que revogaram as Resolucdes 302 ¢ 303 CONAMA, que regulamentam o regime das dreas de preservasao permanente Tais resolucaes fixam parémetros de prote¢do para APPS tais como restingas, manguezais & outros ecossistemas sensiveis, com fto de impedir ocupagao e desmatamento. Segundo os autores, a revogacao de tais normas viola 0 direito constitucional a um meio ambiente ecologicamente equilibrado, assegurado no art. 225 da CF. assim como a Politica Nacional do Meio Ambiente tracada na L, 6,938/81 e o Cédigo Florestal (L. 12.651/12) Tendo em vista o evidente risco de danos irrecuperivels ao meio ambiente, DEFIRO ANTECIPAGAO DOS EFEITOS DA TUTELA para suspender os efeitos da revogacao ‘apreciada na 135a Reunido Ordindria do CONAMA. IL - Esclarecam os autores populares em 15 dias a insergo da pessoa fisica no polo passivo considerando 0 escopa da asia popular e 0 fato de que o tinico pedido formulado é de anulacdo de resolugées administrativas Da mesma forma, cabe rejeitar a argiiigo de incompeténcia do Juizo de Primeiro Grau, Embora realmente haja conexdo entre a demanda origindria e Agdo Popular n° 1054440-45.2020.4.01.3400, ajuizada anteriormente perante a 16* Vara Federal do Distrito Federal, a propria Unido Federal noticia ter sido proferida sentenga nessa tltima demanda, julgada extinta na forma do inciso IV do artigo 485 do CPC, nao havendo que se falar em reunigo feitos nos exatos termos do §1° do artigo 55 do CPC. Quanto ao pleito de concessao de efeito suspensivo, assiste total razio 4 Unio Federal. Além de a parte agravada nao ter apontado na sua exordial ato concreto diretamente decorrente da revogagdo das citadas Resolugdes apto a gerar danos imediatos a0 meio ambiente, abstendo-se de indicar a existéncia de intervengdes ambientais em andamento legitimadas pela auséncia das citadas normas infralegais, uma leitura atenta das razdes da Unido Federal, permite coneluir, ainda que sob cognigao limitada, que o verdadeito objeto da insurgéncia dos Autores é 0 novo Cédigo Florestal, ainda que, essencialmente, na parte em que colide com as mencionadas Resolugdes 302 ¢ 303 do CONAMA. '5013002-56.2020.4.02.0000 20000288075 .V6 eac32d990662297e3bb125eb3e i6 o2rtor2020 20000288075 - eproc- & Poder Judi ‘TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2* REGIAO Nesse cenério, a questio & de aparente conflito de normas. Como as citadas Resolugdes foram editadas sob a égide do antigo Cédigo Florestal (Lei n® 4.771/1975) e com a exata finalidade de regulamenti-lo no que diz respeito aos parimetros, definigdes e limites de Areas de Preservagio Permanente e o regime de uso do entorno, revogado aquele Cédigo pelo atual, em 28.05.2012, nao ha fundamento de validade a amparar a vigéncia de tais atos regulamentadores. Todavia, com a edigdo do recente Decreto n? 10.139/2019, a referida revogacao, outrora aceita como ticita, passou a exigir declaragdo expressa. Confira-se, nesse sentido, a redago do artigo 8° do citado Decreto: Art. 8° E obrigatiria a revogacao expressa de normas: 1 jé revogadas tacitamente; 11 eujos efeitos tenham se exaurido no tempo: e II vigentes, ewja necessidade ou cujo significado ndo péde ser identificado. Dito isso, qualquer outra discussio pretendida, abrangendo as. supostas violagdes ao principio da vedagdo ao retrocesso e a dispositivos constitucionais, ainda que apresentadas, como foi o caso, sob a roupagem de revogagio ilegal de normas infralegais com cariter mais protetivo, se reveste, na verdade, de insurgéncia contra o proprio texto do Cédigo Florestal, cuja constitucionalidade j4 restou examinada pelo Excelso Supremo Tribunal em diversas ages. Nas citadas ages, julgadas de forma conjunta (ADC 42/DF ¢ ADI’s 4.901/DF, 4,902/DF, 4.903/DF ¢ 4.937/DF, DJ 28.02.2018), 0 STF analisou as disposigdes do atual Cédigo Florestal, por exemplo, acerca da protegdo dos manguezais ¢ das areas de restinga. © Insigne Relator, Ministro LUIZ FUX, concluiu pela constitucionalidade de tal normatizagao, ao argumento, dentre outros, de que a intervengo autorizada em tais locais & excepcional e depende do cumprimento de vérios requisitos. Confira-se trecho do voto condutor: Oo Assim é que a intervencao em APPs nas éreas de restingas e manguezais apenas seré ‘admitida “excepcionalmente” quando reunidos os seguintes requisitos: (i) a fungdo ecoldgica do manguezal estiver comprometida; (it) 0 propésito for a execucdo de obras habitacionais e de urbanizagdo; (ji) as obras estiverem inseridas em projetos de regularizagéo fundiéria de interesse social; e (iv) o local consistir em area urbana consolidada ocupada por populasao de baixa renda. Vale mencionar que 0 art. 4, IX, d, em conjunto com o art. 8°, caput, do novo Cédigo Florestal, jé prevé a possibilidade de intervengdo ou supressao de vegetacio nativa em APP para a regularizacdo fundiéria de assentamentos humanos ocupados predominantemente por populacao de baixa renda em dreas urbanas consolidadas, consoante as condigies da Lei que regulamenta 0 “Programa minha casa, minha vida" e 0 “Programa Nacional de Habitacdo Urbana” (Lei n° 11,977/2009). '5013002-56.2020.4.02.0000 20000288075 .V6 hitpsfeprc. 2 jus br/eprocicontrolador php?acaa=minuta_imprimiracao_origem=acossar_documentoBhash=eac384930552097e3bb1260b3c... 4/6, o2rtor2020 hitps/feproc.t2 jus brleprocicontrolador.php?acao=minula_imprimir&acao_origem=acessar_documento&hat 20000288075 - eproc- & Poder Judiciari TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2* REGIAO Sobre a possibilidade de intervengao em tais areas para a promogio de politicas habitacionais, 0 Hustre Ministro Relator entendeu caber & Administragio Piblica, ao regulamentar e aplicar 0 novo Cédigo Florestal 4 luz da competéncia que Ihe conferem os artigos 84, IV, 87, Il ¢ 225, § 1°, IV, da CREB, fixar os pardmetros para a sua correta adequagio as peculiaridades de cada nicho ecolégico definira os érgios ambientais responsaveis pelo licenciamento ambiental das obras habitacionais e de urbanizacao. Allis, acerca de tais decisdes da Corte Constitucional e com 0 iinico intuito de nortear eventuais provimentos a cargo do Juizo condutor do feito originario, cumpre ressaltar que a ténica que marcou os referidos julgamentos, ¢ que também guia as atuagdes deste Relator em controvérsias semelhantes, foi a de preservagio do principio democritico e de fidelidade a separagdo dos Poderes, sintetizada no seguinte trecho do acérdao de julgamento: oo) 17. A Jurisdigto Constitucional encontra dbice nos limites da capacidade institucional dos seus juizes, notadamente no dmbito das politicas piiblicas, cabendo ao Judiciério a anélise racional do escrutinio do legistador, consoante se cothe do julgado da Suprema Corte Americana FCC v. Beach Communications, Inc. 508 U.S. 307 (1993), em que se consignou que “a escolha do legislador nio esti sujeita ao escrutinio empirico dos Tribunais ¢ pode se basear em especulagées racionais néo embasadas em provas ou dados empiricos (‘Legislative choice is not subject to courtroom facfinding and may be based on rational speculation unsupported by evidence or empirical data”). 18. A capacidade institucional, ausente em um cenério de incerteza, impae auto-contencao do Judiciirio, que ndo pode substituir as escalhas dos demais érgdos dos Estada por suas proprias escolhas (VERMEULE, Adrian. Law's Abnegation. Cambridge: Harvard University Press, 2016, p. 130, 134-135) 19, 0 Prinepto da vedagdo do retrocesso no se sobrepse oo principio democrético no aft de transferir ao Judicidrio fungées inerentes aos Poderes Legislative ¢ Executivo, nem justifica fasar arranjos legats mals ficientes para o desenvolvimento sustentdvel do pals como un todo 20. A propésito, a jurisprudéncia do Supremo Tribunal Federal demonstra deferéncia judicial a0 planejamento estruturado pelos demais Poderes no que tange as politicas piiblicas ambientais, No julgamento do Recursa Extraordindrio n° 586,224(SP (Rel, MINISTRO LUIZ FUX,, julgamento em 05/03/2016), apreciou-se 0 conflito entre lei municipal proibitiva da técnica de queima da palha da cana-de-agticar e a lei estadual definidora de uma superagdo progressiva e escalonada da referida técnica. Decidiu a Corte que a lei do ente menor, apesar de conferir aparentemente atendimento mais intensa e imediata aa interesse ecolégico de proibir queimadas, deveria ceder ante a norma que estipulou um cronograma para adaptacio do cultivo da cana-de-agiicar a métodos sem a wilizagio do fogo, Dentre os fundamentas utilizados, destacow-se a necessidade de acomodar, na formulacdo da politica piblica, outros interesses igualmente legitimas, coma os efeitos sobre o mercado de trabalho e a impossibilidade do manejo de méquinas diante da existéncia de reas cultivaveis acidentadas. Afastouse, assim, a tese de que @ norma mais favordvel ao meio ambiente deve sempre prevalecer (in dubio pro natura), reconhecendo-se a possibilidade de o regulador distribuir os recursos escassos com vistas d satisfagdo de outros interesses legitimos, mesmo que nao Promova os interesses ambientais no miximo patamar possivel. Idéntica licdo deve ser transportada para o presente julgamento, a fim de que seja refutada a aplicagdo automdtica da tese de “vedagio ao retrocesso” para anular opcées validamente eleitas pelo legislador (.) (original sem grifos) (ADC 42, DJ 28.02.2018) (original sem grifos) '5013002-56.2020.4.02.0000 20000288075 . 6 eac32d990662297e3bb125eb3e 5i6 o2rtor2020 20000288075 - eproc- & Poder Judiciari ‘TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2* REGIAO Por tudo isso, a hipétese reclama a prevaléncia da ja consagrada legitimidade institucional e democritica do Cédigo Florestal que serviu de fundamento para a revogagio das Resolugdes 302 e 303 do CONAMA, diploma normative aquele que foi fruto de mais de dez anos de discussdes durante os quais, conforme registrado pelo Iustre Ministro LUIZ FUX, foram realizadas mais de 70 audiéncias piiblicas “no intuito de qualificar o debate social em torno das principais modificagdes relativas ao marco regulatério da protecao da flora e da vegetagdo nativa do Brasil” Por tudo isso, DEFIRO atribui¢do de efeito suspensivo, a fim de que sejam restabelecidos os efeitos das revogagdes normativas ocortidas na 135* Reunido Ordindria do CONAMA. A parte agravada para contrarrazoes. Apés, a0 Ministério Pablico Federal para parecer ¢, em seguida, venham conclusos os autos para julgamento. Documento eletsinico assinado por MARCELO PEREIRA DA SILVA, Desembargador Federal, na forma do artigo 1° inciso IH, da Lei 11.419, de 19 de dezembto de 2006 e Resolugdo TRF 2* Regido n° 17, de 26 de margo de 2018, conferéncia da autenticidade do documento esta disponivel no enderego cletrdnico hisps/eproctrf2,jus.br, mediante 0 preenchimento do eédigo verificador 20000288075v6 e do cddigo CRC 394467d8, Informagies adicionais da assinature: Signatirio (a): MARCELO PEREIRA DA SILVA Data © Hora: 2/10/2020, as 12:23:33 '5013002-56.2020.4.02.0000 20000288075 .V6 hitpsfepro. 2 jus br/eprocicontrolador php?acaa=minuta_imorimiracao_origom=acossar_documentoBhash=eac384930552097e3bb126eb3c... 6/6

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