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RT| AGRICO mnvotheé fh) GPyoas AS wot ne Guernt oe 10 FE 08 AUTORES Domingos Gallo (in mernoriem) Professor Catedriticn Octavio Nakano Professor Tila Sinval Silveira New Ricardo Pereira Lima Carvalho Professor Tear Gilberto Casadei de Baptista Professor Titular Evoneo Berti Filho Professor Tiwlas José Roberto Postali Parra Professor Til Roberto Antonio Zu Professor Tita Sérgio Batista Alves Professor Associoda José Djair Vendramnim Protessor Asoctada Luis Carlos Marehini Profeesor Assocado Joao Roberto Spotti Lopes Professor Doutor Celso Omoto Professor Doutor (Os autores desenvolveram ou desenvolvem suas atividades profssionais na; Universidade de Sio Paulo Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz" Departamento de Entomologia, Fitopatologia ¢ Zoologia Agricola Campus “Luiz de Queiroz Caixa Postal 9 13418.900 Pizacteaba, SP, Brasil SN SUSIOLU GL AHBIE ULL Dowincos Gatto (i memoriars) Ocravio Nakano Siyvat Sitveira Nero Ricarpo Persia Lina CARVALHO GiuneRto Gasper pe Barnista Evoxco Bernt Fino José Ronerro Posratt PARRA Ronrrro Antonio Zucent Séroio Barista Auves José Dra VeNpRamint Luis Cartos Marcuint Joxo Romeiro Srorn Loves Gx1s0 Owsoro © \ BIBLIOTECA DE CIENCIAS AGRARIAS LUIZ DE QUEIROZ S25, Volume 10 FEALG © FUNDAGAO DE ESTUDOS AGRARIOS, ‘LUIZ DE QUEIROZ — FEALQ fav Conta, 1080 13416:00 Piacieaa, SP, Bras one: 19-3817-6600 : A an: 19-3420-2758 Agradecimentos Website: felgore be E-mail: edt@ fealg.org. br dos Inervacionas d CatalogagSona Publicagto (CIP) a ‘Somos gratos a todos que direta e indiretamente colaboraram DIVISAO DE BIBLIOTECA E DOCUMENTACAO ~ Campus "Luiz de Quciroz"USP a elaboragie desta sbra, eepecialmente avs professures, Lécnieos, alusios de ——— Se araduugio e pée-graduapto de instituipesofcias e pareuleres pelas ‘informagaes, fotegrafias, dados e literatura, Agradecemos também as _nomolgiaagucol/onningos Gallo Gin sora) ea Pacha: FEAL, ‘mpreses ablxo pelo apoio inanceie: 2002, 920 p. il. Biblioteca de Cigneias Agrérias Luiz de Queiroz, 10) Aventis CropScience Brasil Ltda, I. Entomologia agricola 1. Nakano, O. II, Silveira Neto, S. IIL, Carvalho, R.P.L. IV. Dow AgroSciences Industrial Ltda. Bapista,G.C, de Bess Fitho, EVN Pars, 5 RP. VAL Posh R.A, VB. Alves SB. 1. Vendraniny, J.D. X. Marcin L.C, XL. Lopes, 8S. XIL, Omoto, XU Tito Du Pont do Brasil S.A, L tal FMC Quimica doBrasil Ltda. Hokko do Brasil Industria Quimies'e Agropecuéria Ltda. ‘Monsanto do Brasil Lida. ISBN 85-7133-011-5 Syngenta Protegdo de Gultivos Ltda. (Novartis Agribusiness e Zeneca Agricola) Fovagrafas colors (grancts) Hecalde Negi de Oiveiza Esitoragio eletnica das pranchas: Regina Célia Botoguio de Moraes Tystragdes das ofdens dos insetos: Cleonice A. da Silva Makfoul "Nenhuma pavte deste obra poderi ser radusida, eproduzida, armazenada ou tansmitida por meio eletrénico, mecnico, de fotoespia, de gravaglo e outros, ‘sem zutoriaagao da Fendagio de Estados Agratios Luiz 6e Queiroz ~FEALQ. Sumario APRESENTAGAO..... se xm PREPACIO. eee x 1. INTRODUGEO 1 2, IMPORTANCIA DAS PRAGAS DAS PLANTAS 5 3, 0S INSETOS E O REINO ANIMAL. a Nogies de somenclatura zoolégica 13 Tdentifcapao doe insetos a 16 Classiticagdo dos ineetos 1 Ordons da classe Insecta 28 Ordem Archacognatha 28 Ordem Thysanura : 29 Ondem Ephemeroptera 30 Ondem Odonata = 30 Ordem Plecoptera 32 Ordem Blattodes. 33 Ordom Ieoptera 4 Ordem Mantodea : 36 Ordem Grylloblatiodea a Ordem Dermaptera 37 Order Orthoptera 38 ‘Ordem Phasmatodea 2 Order Embioptera z “a Ondem Zoraptera “4 ‘Order Peocopters aa Ordem Phthiraplera 6 Ordem Thysanoptera : 3 Ordem Hemiptera z 48 Order Mogaloptera Sn 6 Orem Raphidioptera . 6a Ordein Neuroptera = ot Ordem Coleoptera 6 Ondem Strepsiptera 15 Grdom Macoptera oe 16 Ordem Siphonaptera i ” Ordem Diptera 18 Ordem Trichoptera os Ordem Lepidoptera Ordem Hymenoptera Bibliogratia 4, MORFOLOGIA EXTERNA Bibliografia 5. ANATOMIA INTERNA E FISIOLOGIA ‘Tegumento Aparelho digestive e sistema de exeregao ‘Aparelho cireulatério ‘Aparelho respiratério ‘Aparalnos reprodutores. Sistema nervoso.. Orgaos do sentido Sistema muscular Sistema glandular Orgao fotogénico. Bibliografia ... & REPRODUGAO E DESENVOLVIMENTO DOS INSETOS... “Reprodugao Desenvolvimenta Metamorfcse Tipos de larva’ ‘Tipos de pupa Controle da metamerface Bibliografia 1. COLETA, MONTAGEM E CONSERVAGAO DE INSETOS ‘Métodos de coleta ‘Métodos para matar Conservario. Bibliografia 8. ECOLOGIA ‘Autecologia ‘Temperatura Umidade Lue Vento Alimenta Sinecologia var 86 96 105 107 107 309 i 16 ut 120 124 127 19 129 153 138 M1 M5 150 158 164 166 169 10 ma ma 113 115 116 ur v8 380 181 181 183 188 189 191 a1 12 195 204 205, 207 10. Populagto... Comunidades Biocenoses Regides biogeograticas Beossistemas Bibliograt INSETOS UTEIS. APICULTURA Biologia de Apis melee Criagao Mel Cera Geléia real Produo de raina cio glia rea Polinizaeao. Propolis. Veneno Inimigos das abeinas SERICICULTURA ‘Accultura da amoreira Sirgaria, depésito de folhas ¢ chocadeira Criagéo do bicho-da-seda Doeneas do bicho-da-seda Bibliografia -M#TODOS DE CONTROLE DE PRAGAS METODOS LEGISLATIVOS Servigo quarentendsio ‘METODOS MECANICCS.... METODOS CULTURAIS METODO DE RESISTENCIA DE PLANTAS. Plantas transgénices : Plantas inseticidas, METODOS DE CONTROLE POR COMPORTAMENTO ... Controle com horménios.. Feroménios sexuais Controle por meio de esterilizacao de insetos METODOS DE CONTROLE FisICO METODOS DE CONTROLE BIOLOGICO Parasitéides ¢ predadores Entomopatdgenos (controle microbiano) METODOS DE CONTROLE AUTOCIDA Radiagao ionizante CONTROLE DE PRAGAS NA AGRICULTURA ORGANICA.. METODOS QUIMICOS. Inseticidas 207 212 213 216 217 218 219 219 220 222 227 228 229 229 280 231 281 231 234 235, 237 239 240, 242 243 243 43 246 246 249 263 265 269 269 270 276 276 282 288 289 295 297 301 303 303, we 4, Formulagies 303, Classificagao de inseticidas 307 Galeulo para o emprogo de inseticidas 310 Granulados : 316 Via Kquida ai Expurgo. 320 ‘Transformasao de doaes € coneeniragten de Famigantes 320 Aplicadores de inseticidas 821 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS 327 Implementagao de Programas de MIP 328 Amostragem de insotos = 331 ‘Manejo da tesisténcia de artropades a inseticidas 343 RECEITUARIO AGRONOMICO. 348 Bibliografia z 353 | TOXICOLOGIA DE INSETICIDAS. 361 Classificagao de inseticidas 362 12. Neurotéxieos Insoticidas que atwam na transmissdo sindptica, Inseticidas que ataam na transmissio axdnica Reguladores de erescimento de insetos. 367 Inibidores da sintese da quitina 367 Tuvengides (agonistas do horménio juvenil).. 367 Antijuvensides (antagonistas do hormdnio juvenil) 367 Agonistas de ecdistersides 368 ‘Toxicidade de inseticidas 385 Riscos decorrentes do uso de insetici - 388 Dosequilibrio bioldgico e seletividade de inseticidas... 390 aegis basa registro de agotoicos 393 Bibliografia : 395 PRAGAS DAS PLANTAS E SEU GONTROLE....... 397 PRAGAS DAS GRANDES CULTURAS wooo 397 Algodoeivo : : 397 ‘Amendoim . a 419 ‘Arroz. Cafocir® wan. Cana-de-apiear Reijociro, Brvilha e Fava..sssoosococoe ‘Trigo, Aveia e Cevada.. PRAGAS DAS PEQUENAS cuniroRAs 519 llfata. 519 520 520 Batato-doce. Caupi Crotalaria Ervamate Fumo Girassol Lentitha Liaho ‘Mamona .. Rami Seringucira Tungue PRAGAS DAS FRUTIFERAS Abacateiro ‘Nbaeaxi, ‘Abin ‘Acerola ‘Amoreira ‘Anoneira Bananeira Cacauciro Cajueiro Caquizeiro: Cavambola, Citros igueira Goiabeira o Aracazciro Jabuticabeira.... Jambeira Saqueira Macieira, Pereira Marmeleiro Mamoeiro Mangueira . Maracujazciro. . Nospercira e Ameixeira.. ‘Nogueira poca Oliveira Palmcoas. Pessegueira o Nectarina ‘Tamarindeivo Uvaia Videira PRAGAS DAS HORTICOLAS ORNAMENTAIS. Batatinha Cogumelo Cruciforas Cucurbitdceas 522 524 526 528, 531 538 539) Bal 542 57 578 378 Bal 585, 586 587 559 593 599 607 aut eld eis, 646 652 656 659 660 662 663, 665, 667 er 677 681 856 687 590 eal 699 705 708 107 na na 71 2 Pe Ficus. Folhas e Folhagens Gi : Hlortaligas Lilidceas Loureiro Morangueiro Orquideas Quiabeiro Roceira .. ‘Tomate, Berinjela e Pimentio .. PRAGAS DAS ESPECIES FLORESTAIS ARBOREAS ‘Acacia nogra ‘Angico-vormelho Canela-de-cheiro Casta Cedro Eucalipto, Guapuravu! pe. : ‘Mogno... Peroba Pinheiro-do.parana Pinus ~ PRAGAS GERAIS. Cupins ou Térmitas Formigas, Gafanhotos| PRAGAS DOS PRODUTOS ARMAZENADOS. ‘Amendoim.. vo ‘Arror. Gacau Café Farinhas. igo Bibliogratia.... {NDICE REMISSIVO. ‘SUMARIO DAS PRANCHAS. at 720 731 735 736 ma us M4 ut 752 154 187 170 770 m m7 72 174 75 782 184 1785 786 181 789 7 791 91 si a5 826 827 830 831 533 535 538 539) 845 6, 543, 598, 913 a9. Apresentacao ‘Meu primeiro livro de Entomologia fot a “Entomologia Agricola Brasileira” de Carlos Moreira, segunda edicao de 1929. Eu devia ter em torno de 14 anos ¢ minha ie o encadernou para mim, Ainda o guardo como uma religuia, embora as pégi- ras estejam amareladas e quebradicas. Na introdugo do livro, Carlos Moreira Tamenta a caréncia de boas colegdes e monografias sobre as principais pragas das plantas cultivadas do Brasil. Ele realga, porém, as eontribuigdes de Rodolfo von Thering, Adopho Hempel, Costa Lima e Gregorio Bondar, que, na realidade, torna- ram-se 0 nieleo da Entomologia Agricola brasileira. Desde entao, varias abras tam sido editadas com o intuito de aprimorar 0 estudo dos insetos. Os insetos sao consideradas os nossos mais sérios eompetidores pela hegemo- nia do planeta. Dependemos dos insetos para a polinizagao de muitas plantas, para a produgao de mel, seda e outros produtos naturais, para decomposigao da ‘matéria orgiinica e a reciclagem do carbono, e para muitas outras fungdes ecol6- gicas vitais. No entanto, 0 foco principal de nossas preoeupagies é 0 impacto negativo dos insetns como pragas de nossas eulturas. Nao ha informagies exatas das perdas totais causadas por insetos como vetores de patdgenos e parasitas hhumanos e de animais domésticos, como agentes de destruigio de estruturas domésticas e industriais, ou como pragas de cultivos agricolas, mas estas perdas devem chegar a centenas de bilhdes de délares anualmente. As estimativas su- ‘gerem que as perdas mundiais causadas por insetos e vertebrados a somente oito das principais culturas agricolas (algodao, arroz, batata, café, centeio, milho, soja, ¢ trigo) entre 1988 e 1990 chegaram a 90,5 bilhses de delares Na primeira metade do séeulo 20, prevalecia uma dicotomia entre entomologia basica © entomologia aplicada (ou econdmica). Desde entio, o uso da expresso Entomologia Beondmica declinow e foi substituida pelas designagées dos seus ramos principais: Entomologia Agricola, Entomologia Florestal, Entomologia Urbana, ¢ Entomologia Médica e Veterinaria, Bstudos dos aspectos fundamen- tais da ecologia, biologia, e comportamento dos insetos associados com plantas cultivadas e animais domésticos estao no Ambito da Entomologia Agricola e, Portanto, se reconhece agora que existe um elo entre estudos bésicos ¢ aplicados. A antiga dicotomie desvaneceu e algumas das contribuigées mais fundamentais aan para o conhecimento dos insetos tém resultado de estudos realizados com inse- ‘tos-praga, em centros de ensino e pesquisas agricolas. Bntre esses estudos estio a descoberta de feromdnios e horm®nios e seu papel no comportamento sexual de animais, os modelos de dinimica de populagdes e a relagao predador e presa, a demonstragao pratica dos prinefpios do deslocamento competitivo de espécies homologas, a inducio de resisténcia em plantas por herbivoria prévia, ¢ a gené ‘ica e mecanismos de resisténcia aos produtos quimicos. Estes estudos prove a base fundamental para o desenvolvimento ¢ implementacao de programas de Manejo Integrado de Pragas (MIP), Na década de 1940, quando “descobri” o livro de Carlos Moreira, as fontes de informagao sobre Entomologia Agricola no Brasil eram limitadas. Os livros de Costa Lima, que comecaram a ser publicados em 1939, eram de distribuigéo vestrita, No primeiro volume dos “Insetos do Brasil”, Costa Lima cita apenas 0 livro de Carlos Moreira (edigao de 1921), os segundo e terceiro catalogos dos insetos que vivem em plantas do Brasil (de 1927 e 1936, respectivamente), de sua propria autoria, e dois livros de Cesar Pinto sabre artrdpodes parasitas de importancia médica e veterinéria. Como o panorama mudou nestes tltimos 60 anos! O Brasil agora é reeonheci- do como um dos grandes centros mundiais de pesquisa entomoligica aplicada a agricultura, Atualmente a literatura de entornologia agricola brasileira é ds mais ricas na América Latina, As fontes primérios incluem trabalhos cientiicos publi- cados em revistas internacionais de alta reputacdo cientifica, eo estabelecimento dos Anais da Sociedade Entomolégica do Brasil, atualmente Neotropical Entomo- ogy, oferece aos peequisadores brasileiros um vefculo de comunicaeao cientifica em nivel internacional. A literatura secundaria também floresceu com wim merca- do de consumo de informagdes em portugués que estimula 0 interesse de editoras no langamento de livros técnicos de alto valor edueacional e informativo. © langamento do livro ENTOMOLOGIA AGRICOLA representa o dpice des- ta fase de florescimento téenico-cientifico da Entomologia brasileira. A trilha, desde o trabalho pioneiro de Carlos Moreira até a proparagao deste volume, foi longa e sinuosa, percorrida por varias geragies de entomologistas dedicados ao ‘estudo basico dos insetos de importancia econémica e & aplicagdo dos resultados da pesquisa na solugdo dos problemas de pragas das plantas de valor exondmnien. Nesta linha, a equipe de professores da FSALQ se destaca por ter atingido um nivel de exceléncia incomparavel nos eendrios nacional e internacional. 0 langa- mento desta obra reflete a dedicacdo desta equipe ao progresso da pesquisa e tensino entomoldgicos no Brasil e representa uma contribuigdo valiosa para o treinamento de faturas geragées de entomologistas, que necessariamente cont nuario na trilha dos pioneiros. ‘Marcos Kocax: Corvallis, Oregon, USA. xv Prefacio Entomologia Agricola é 0 resultado da experiéneia de varias décadas dos autores como professores dos Cursos de Graduacio e Pés-Greduagao na ESALQ/ USP. Entretanto, este livro extrapola as finalidades didaticas, pois inclui muitas informagoes de carter prético sobre os insetos de importancia econémica, O estudo dos insetos associados & culturas agricolas é dinamico, pois a im- portdncia e o nimero de espécies-prage podem se modificar ao longo do tempo para determinada cultura. Algumas causas contribuem para isso, como 0 uso de reas normalmente nao agriculturdveis (exemplo, cerrados),introdugéo de pra~ gas, resisténcia aos produtos quimicos, inovagies na condusdo de uma cultura (exemplo, plantio direto), entre outras. Conseqiientemente, 08 progressos nos estudos dos insetos-praga periodicamente precisam ser reunidos em obras, que permitam um facil acesso a esses conhecimentos. Assim, 0 objetivo deste livro & reunir as informagdes atuais sobre 0s insetos de importéncia agricola, disponibi- lizando-as aos estudantes e demais interessados em resolver problemas fitossa- nitérios, que envolvam as pragas de varias culturas agricoles Este livro contém 12 capitulos e pode ser dividido em trés partes. A primeira corresponde & Entomologia Geral (capitulos 1 2 8), na qual discute-se um breve histérico dos estudos entomoldgicos no Brasil, a importdncia econdmica das pra- 4gas, além dos conhecimentos basicos sobre classificapi0, morfologia, fisiologia, biologia, métodos de coleta e conservagio e aspectos ecolégicos dos insetos. A segunda (capitulo 9) 6 dedicada aos Insetos Uteis (abelhas e bicho-da-seda). A terceira parte refere-se a Entomologia Agricola propriamente dita. Inicia-se no capitulo 10, com os métodos de controle de pragas ~ lezislativos, mecdnicos, cul- turais, plantas resistentes, comportamentais, fisicos, biol6gicos © quimicos. No capitulo 11, 6 apresentada a toxicologia dos produtos quimicos. O eapitulo 12 é sobre as pragas das grandes culturas, das pequenas culturas, das frutiferas, das hortaligas, das florestas, pragas gerais e dos gros armazenados, num total de 500 pragas. Para eada praga, sdo apresentados uma sucinta earacteriza¢30, da- dos biolégicos, prejuizos ocasionados e métodos de controle. As recomendagées de controle quimico so apresentadas para as diferentes culturas, no entanto, devido as constantes alteragdes nessas recomendagses em razao do registro de av novos produtos, sugore-se a consulta ao portal Agrofit-chttp//200,252.165.A/agrofit>, do Ministério da Agricultura, Pecuéria © Abastecimento, para os produtos for- mulados. Portanto, este livro redne um grande volume de informagées sobre os inse- tos com énfase nos de importéncia econémica. Assim, constitui-se em fonte de consulta indispensavel a todos os interessados (engenheiros-agronémos, enge heiros-lorestais, bidlogos, técnicos e produtores) nos conhecimentos entomnel6- sicos e nos procedimentos mais adequados para a protegao das culturas contra ‘pragas agricolas, dentro de uma visdo moderna de Manejo Integrado de Pragas. Introdugao belecendo suas relagies com os seres humanos, plantas e animais, cor- respondendo, respectivamente, a Entomologia Médica, Entomologia Agri cola e Entomologia Veterindria, A.Entomologia Agricola, objetivo deste livo, é estudo das pragas agricolas Ainsetos ¢ éesr0s) que eausam danos as plantas eultivadas e dos métodos para controlé-las. Ui grande desenvolvimento dessa area ocorreu na déeada de 50 em todo o mando, havendo, a partir de 60, grandes avangos na dea de Manejo, Integrado de Pragas. Atualmente, a Entomologia esta cada vex mis interligada com as vérias areas do conhecimento (genétiea, bioquimies, bioteenologa, fisio- logia vegetal, fitopatologia, matologia, nutrigo de plantas, bioestatistica, clima- tologia, arise de impacto ambiental ete.) pois para o controle de pragas so necessérios programas inter e multidisciplinares. No Brasil, a histéria da Entomologia pode ser contada a partir do fim do steulo XIX com pioneiros como Gustavo Dutra, Hermann von Thering, Carlos Moreira, Emilio Goeldi, entre outvos. A partir da primeira década do século XX, intensificaram-se os estudos entomologices, representados principalmente pelas pesquisas de Angelo Moreira da Costa Lima, professor da Bscola Nacional de Agronomia (hoje Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro), mundialmente éonhecido pela publicagao de mais de 200 trabalhos cientificos e uma obra de 12 ‘volumes iniciada em 1938 e concluida em 1962, denominada “Insetes do Brasil” Nesse periodo predominava a Entomologia descritiva, com énfase na taxo- znomia. Emm 1937, foi fundada a Sociedade Brasileira de Entomologia (SBE), lide- E ntomologia € a ciéncia que estuda os insetos sob todos os aspectos, esta- 2 — | Bntomologia Agricola ~ Capitulo 1 ada prineipalmente por taxonomistas e voltada para os estudos basicos. Na década de 60, os estudos aplicados estavam eoneentrados nas Instituigdes de Pesquisa (Instituto Biolégico de Sao Paulo, Instituto Agronémico de Campinas tc.) havendo pouca pesquisa nas Universidades. Entretanto, gracas ao pionei- rismo de dois entomologistas, Domingos Gallo, em Piracicaba, SP (ESALQ/USP) Padre Jesus 8, Moure, em Curitiba, PR (UFPR), foram eriados dois Cursos de P6s-Graduagao (CPG) em Entomologia - 0 Mestrado (1969) para ambas as Ins- titaigdes e o Doutorado na ESALQ (1972) e na UFPR (1976). Os Cursos de Pés- Graduagio surgiram da necessidade de treinar pesquisadores nas diversas éreas, da Entomologia, que teve grande impulso a partir da década de 50, especialmen- te em paises desenvolvidos. & eriagio desses cursos enincidiu com a fundagao da Sociedade Entomolégica do Brasil (SEB), em 1972, que congregava principal- mente 08 entomologistas agricolas. Nesse periodo, surgia também a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaria (Embrapa). Multos pesquisadores da Em- brapa realizaram Curso de Pés-Graduagao em Entomologia no exterior, uma ver que 0s Cursos de Pés-Graduagéo nessa drea no Pais ainda estavam sendo estruturados. Os Cursos de Pés-Graduagio foram eriados baseando-se no modelo norte- americano. Nesses 25 anos, a Pés-Graduagio em Entomologia evoluiu ¢ adap- tou-se & realidade brasileira. Embora um quarto de século seja um perfodo curto para estabelecer um paralelo com Cursos de Pés-Graduagio da Europa e dos EUA, pode-se eonsiderar que jé hé cursos no Brasil com maturidade e capacida- de compardveis as dos grandes centros universitarios de paises desenvolvidos. Apesar de todos os problemas, especialmente falta de recursos financeiros e de ‘uma politica cientifica no Brasil, muitos cursos estéo, atualmente, bem estrutu- rados e perfeitamente adequados as condigoes brasileiras. Atualmente, hé sete Cursos de Pés-Graduagao em Entomologia no Brasil (BSALQ, UFPR, FFCLRP, INPA, UFV, UFLA e FCAV), $40 cursos diferentes, com linhas e tendéncias préptias, Mais de 600 mestres ¢ 150 doutores jd foram formados no Brasil. Essa ‘masca eritia, somada aos que obtiveram treinamento no exterior, eredencia a Entomologia brasileira como a mais importante na América Latina, e em igual- dade de condigées com alguns paises desenvolvidos. A especializagio nos CPGs trouxe, como reflexo, a irradiagao de conhecimen- tos entomoldgicos para todos os pontos do Pais e a possibilidede de divulgar cada ver mais a Entomologia brasileira na América Latina. A participagdo nos even- tos cientificos organizados pela SEB (Congresso Brasileiro de Entomologia, Sim- pésio de Controle Biologico, além de varias reunides cientificas) tem erescido exponencialmente nos tltimos anos, atingindo aproximadamente 1.000 partici- ppantes nos Congressos nacionais. A qualidade dos trabalhos, como conseqtiéncia desse treinamento, também methorou consideravelmente e houve maior distri- Dbuicio de trabalhos por drea de pesquisa. Assim, enquanto nos primeiros Con- ssressos da SEB havia predomindincia de trabalhos em controle quimico de pra- | Introdugéo| 3 gas, houve, com o passar do tempo, alteragdo nesse quadro, com aumento ex- Pressivo de trabalios em outras éreas. Com a ampliagéo das pesquisas em Entomologia, principalmente nas éreas aplicadas, © com uma visd0 mais ampla dos problemas entomolégicos, surgiram «_interedmbias entre entomologistas de diferentes pontos do Pais. Em razio disso, aumentos o niimero e melhorou a qualidade das publicagées, criando-se centros de pesquisa em éreas até entao sem tradigdo, fortalecendo cada vez mais a Ento- rmologia brasileira. Um reflexo desse fortalecimento foi @ escolha do Brasil pela cemunidade cientifica internacional para sediar o XI Congresso Internacional de Entomologia em Foz do Iguagu, PR (agosto’2000), numa promocao conjunta da SEB e Embrapa Soja Importancia das Pragas das Plantas te um milhao, das quais corea de 10% sao pragas, prejudicando plantas, animais domésticos e o proprio homem. Segundo o Departamento de Agri- cultura dos BUA (USDA), cerea de 5.000 novas espécies sio coletadas ¢ classifi- cadas anualmente. O niimero de espécies de insetos deseritas ¢ estimado em aproximadamen- Os danos causados pelos insetos as plantas s&o varisveis, podendo ser obser- vvadas em todos os érgaos vegetais. Dependendo da espécie e da densidade popu. Tacional da praga, do estadio de desenvolvimento e estrutura vegetal atacada da duragao do ataque, poder haver maior ou menor prejuizo quantitative e qualitative. Tais danos sao varidveis de pais para pais, de acordo com caracteris: ticas climaticas, variedades, téenicas agronémicas utilizadas e, obviamente, ca- racteristicas socioecon6micas. Os insetos podem causar danos diretos quando atscam o produto a ser e0- ‘mereializado, ou indiretos quando atacam estruturas vegetais que nfo serao co- mercializadas (folhas e raizes, por exemplo), mas que alteram os processos fisio légicos, provocando reflexos na produpo. Além disso, também podem atuar indi- relamente, transmitindo patdgenos, especialmente virus, facilitando a prolifera- ao de bactérias e o desenvolvimento de fungos (famagina) e outros patégenos, ‘0 injetando substancias toxicogénicas durante o processo alimentar (Tab. 2.1), 6 | Entomologia Agricola ~ Capitulo 2 Tabola 2.1. Tinos de dance nr) ocasionados por insets na ageututa (eto, 199). ‘Tipos de ila Insetes als comune’ ‘a Nas cures ou plantas Lagetas,besours, galas, fonmigas-cotadeiras, larvas da moscas. Sugar a seiva de fotas, botbes oral, ramos ou Percevojs,pupbes cigarirhas, pes, inaos. cochenihas, Broquear ov anlar a casa, ramos, tose Besours, ages, lavas. somentos ou ver etre a superties das fois (minadores) ‘Causar tumor em alguna pare da pant, para ‘servi de abigo e alec galas ‘aca aizes ov colo ds plants sgadores ‘oumastgadore) Aleta cu dest fas, amos, botdos ois, ‘asca ou ruts da planta para postr. Lnlzr pares da planta para a constugéo de {Lawvas de moscas, lars de vespas, Bese ages, Sars iis, Besours, cigars, moscas, ros. Formigas, vespac, abehas, lavas riros ou ratios. demoscas. Cider ov transport outros instes para a Fomigas. Plan Dissemina ou acta o deserolvnerto de ricroorgansmos Hlopstoganics (ungos, Dactérias, pretazosros evs), notando os os tei da planta ao 2 almenta, \warsporando-os por gales ou oeasorando ‘um fiment, através G0 qual o organism ‘ausador da doanga nossa penetra 1b~ Nos gros au produtos armazenatos ‘Almertarse de todo ou de pate de proto ‘manera, CContariear o prtsuto com suas secrebes, excragies 0s o agua pate do corpo, tomando-oimprstavel para consu Buscar prctogfo ou consti rnhos ou abigos com au sobre esse substrto. "Flac 28 are comire oo SU sia eotnec pul pet Pulgoos, cigarintas, besours, ‘cochorinas, moscas braces, ‘belhas, vespas, pes, moscas. CCarunchos, gorquos, basours, rages. CCarunchos, gxquhos, basoues,ragas. CCarunchos, gorohos,basoures, tapas. Bm termos mundiais, 0s prejuizos causados por pragas e doengas so bas- tante clevadose, juntamente com as plantas daninhas, chegam a causar perdas da ordem de 88% (Tab, 2.2). Alguns paises tiveram a sua economia fortemente abalada devido ao ataque de pragas. Assim, em 1867, a Franga sofreu tremendo impacto devido & presen- ¢2 do pulgio-da-videira, Daktulosphaira vitifoliae, que dizimou em pouco tempo 0s vinhedios existentes, uma das maiores eulturas do pats naquela época. A pro- | | Importincia das Pragas das Plantas | 7 ‘Tabela 22. Perdas (4) mundas de produgeo, por aro, por ataque de prages, doencase plantas dan thas ANDEF 1687), Cutturas ____Perdas (%) Pragas__Doengas__Plantas daninhas Total “Tigo 5 10 10 5 Aveia ? 10 10 a Centeio 2 3 0 15 Covad 4 8 9 21 ‘Asroz 2 8 10 a7 Pango. eorgo x0 10 8 38 mano 13 10 3 36 Batata 6 2 4 2 Boterraba a 10 6 24 ‘Cana-ce-agucar 2 19 15 sé Honaligas 8 2 a ey Piantas futforas 7 “4 3 2 Vidoira 3 ze 10 s cate 13 v7 4s Cacau 18 a 6 cha 8 1s 2 Fumo 10 13 3t \Lspulo 8 8 2 Owveira 18 a 36 oqueiro 12 7 2 Soja 5 i" 2 ‘Amendoim 18 iw 40 ‘Algodso 13 10 28 tuanaga 3 id i Cota’ 3 7 st Gergetm 3 a 28 Gopra 5 @ “4 Outras plantas osas 5 8 23 Seringueira 5 15 25 Media 13 4 38 dugao de vinho baixou de tal maneira, que 0 governo estabeleceu um prémio aquele que conseguisse resolver esse problema Outro exemplo 6 a mosca-do-mediterrineo, Cerattis capitata, que exigin 0 gasio de mithdes de délares para sua erradicago. Em 1929, 0 governo dos EUA fo alertado pelos técnicos da grave situaeo.em que se encontrava a citricultura da Florida, causada pela introdugao dessa mosea. Assim, foram decretadas me- espinhos proesternais presente... e bespinkos proesternais ausentes.. .~ Phaneropterinae € —pronoto com 2 suturas transversais Peeudophyllinae © pronoto com 1 sulura transversal ou nenhuma soon 4 fastigio estendendo-se além do escapo -» Copiphorinae @ —fastigio nto indo além do eseapo Conocephalinae Ordem Phasmatodea Jacobson & Bianchi, 1902 (phasma = espectro) ‘Sao insetos que se distingoem pelo extraordinario mimetismo, confundindo- se com gallos verdes ou secos, folhas e até mesmo liquens, recebendo daf o nome comum de bicho-pau, Algumas espécies podem atingir mais de 300 mm, porém hd espécies com pouco mais de 10 mm, Cabega livre, pequena, opistognata, Ni mero de ocelos varidvel (0, 2 ou 3); olhos compostos desenvolvidos. Antenas seté- ceas, multissegmentadas, com até 100 articulos, Aparelho bueal mastigador. Térax cilindrieo, liso ou com espinhos ou carenas, Protérax curto, menor que a cabera. Mesotérax bem desenvolvido, pelo menos trés vezes maior que 0 pro- téeax. Metatérax semelhante ao mesotérax. Asas bem desenvolvidas em algu- mias espécies, mas ha espécies apteras, Na maioria, porém, a asa anterior 6 atro- fiada, Em algumas espécies, os machos sio aladas e as femeas dpleras, Asas, em geral, hialinas. As formas aladas voam mal. Deslocam-se lentamente, protegi- das polo mimetismo. Pernas ambulatérias, providas ou nao de espinhos e salién- Os Insetos e 0 Reino Animal | 43 cias de aspecto foliéceo. Pernas anteriores, ge- ralmente mais longas que as posteriores; tarsos pentameros. Abdome eilindrico, sendo o primei- + tergito fundido com o metatérax, formando o segmenta mediano. Cereos curtos nas fémeas € Jongos nos machos (Fig. 3.18). A reprodugdo sexuada. 0 macho, em ge- ral, é bem menor que a fémea. Entretanto, ha espécies partenogenéticas, pois 08 machos so muito raros. Os fasmatédeos sao pouco proliferos. Os ovos em nimero muito varidvel geralmente sto postos no chdo, em série ou isolados. Stio opereulados e de varios formatos. O desenvolvi- mento é por hemimetabolia, eclodindo des ovos formas jovens semelhantes aos adultos, que logo apés 0 nascimento se distendem consideravel- mente. No Brasil, os bichos-paus apresentam pou- ca importincia econdmica, apesar de fivofagos, Fgua3.16, Orem Psmatea pois seu potencial bidtico ¢ baixo, vivendo em maior abundancia nas matas e, raramente, nas areas cultivadas. A ordem conta com mais de 2.500 espécies deseritas, divididas em tres familias Ordem Embioptora Sipley, 1904 (embio Sao insetos terrestres, de 5 até 20 rom de com- primento, Possuem coloragio escura, corpo alonge: do, com o 3° tarsomero das pernas anteriores extre- mamente dilatado; eercos assimétricos (Fig. 3.19). Vivem, preferencialmente, em climas quentes, abr sados sob tineis ou galerias de seda, no solo ow em pedras e troncos de arvores. Algumas espécies for- mam eolénias, outras vivem icoladas, Os machos podem ser atraidos por fos luminosos, Ax fémeas sho apteras © pouco proliferas. A reprodugao so xuada e 0 desenvolvimento por hemimetabolia. Ca vega relativamente grande, deprimida; olhos ovais sgranulosos. Sem ocelos; antenas filiformes; apare- ‘ho bueal mastigador. Pernas eurtas,trimeras, com 0 I’ articuio tarsal com glandulas tarsais que secre tam a seda para a ecnstrupao dos abrigos. Existem deseritas eerea de 200 espécies,distribuidas em 8 familias, Avan; ptera = asas) Fea 318. Orde Embortara 44 | Entomologia Agricota ~ Capitulo 3 Ordem Zoraptere Silvestri, 1913 (coros = puro; aptera = sem sas) Insetos pequenos, 3 mm de com- primenta no msximo. Cabeca gran- 4e, hipognata, Olhos e ovelos presen- tes somente nas formes aladas. An- tenas monliformes com 9 segmentas. Aparelho buesl mastigador. Protérax mais desenvalvido que 0 mesotérax nas formas épteras (0 inverso nas for- mas aladas). Pernas ambulatérias; tarsos dimeros. Asas membranosas Aispostas sobre o abdome, as anterio- res maiores, cobrindo as posteriores; sistema de nervacio bem simples. ‘Abdome com dea seginentos, provido de corcos curtos nao-segmentados, com uma cerda apical (Fig. 3.20). Sao terrestres, vivendo em solos vicas em matéria orgaica, paus podres ¢ cupinzeitos. As formas apteras, mais comuns que a8 aladas, so predadoras de Gearoe. Sem importancia econdmica. A ordem apresenta apenas a familia Zoro- typidae com corea de 30 espécies descritas,distribuidas no nico género Zoratypus com representantes no Brasil Figtra 2.20, Orem Zorn Ordem Psocoptera Sipley, 1904 (psoco = triturar; ptera = asas) Insetos em gera] pewuenos, 0s maiores com 20 mm, de coloragao variével, ‘mas em geral pardo-acinzentada. Cabeca hipognata relativamente grande e sa- liente. Olhas compostos em geral grandes e mais desenvolvidos nos machos. Trés ocelos nas formas aladas. Avtoas filiformes ou moniliformes, de 13 a | {50 segmentos. Aparelho bueal mas- tigador, Protérax e metatérax peque- nos, sendo 0 mesotérax mais desen- volvido, Pernas ambulatérias dime- ras ou trimeras. Insetos dpteros ow alados e, nesae caso, com quatro asas membranosas. Abdome com 9 a 1 segmentos (Fig, 3.21). Apés 0 acasalamento, a fémea coloca os eves isolados ou agrupados, podendo colocar de 80 a 90 ovos jun- tos, Em soguida, cobre-os com uma teia de fins de seda. O desenvolvi- Fira 921. Ordon Pesenptara Os Insetos e 0 Reino Animal | 45 mento é r4pido, por hemimetabolia, levando mais ou menos um ms para chegar 20 estado adulto, Sao conhecidas cerca de 2.000 espésies, agrupadas em trés subordens ¢ 35 familias. Sem importncia econémies; entretanto, algumas espécies podem in- . festar armazéns com umidade alta, Ordem Phthiraptera Haeckel, 1896 (phthir = piolho; aptera = asas) ‘Nessa ordem estdo reunidos os piolhos. & dividida em trés subordens, sendo duas de maior importincia: ‘+ Subordem Mallophaga, Cabeta relativamente grande; aparelho bucal mastigedor + Subordem Anoplura. Caboca relativamente pequens; aparelho bucal sugador labial ‘Subordem Mallophaga (Os matéfagas so pequenos, com menos de 10 mm de comprimento, épteros, 4e corpo deprimido, ectoparasites de aves e¢ mamiferos. Cabeca relativamente sande, hipognata. Os olhos, quando presentes, sio rudimentares. Ocelos au- sentes, Antenas filiformes ou clavadas. Aparelho bucal mastigador, Protérax livre, meso e metatérax unidos e pequenos. Pernas ambulatérias curtas. Abdo- re geralmente com nove urdmeros (Fig. 8.22) Apés 0 acasalamento, as femeas colocam 03 ‘cas na hase de penas ou pélos, colando-os com secreroes que elas préprise produzem. AAs espécies pilivoras alimentam-se de es- ‘camas epidérmicas e pélos, ¢ as pentvoras, das escamas epidérmicas das penas. Podem, even- tualmente, alimentar-se do sangue que aflora dos tecidos raspados e do exsudato do hospe- deiro. Em geral, nascem e rorrem apenas em um hospedeirs, mas podem, no entanto, ata- car dois ou mais, Apés a morte do hospedeiro, ‘0g maléfagos geralmente morrem, no viven- do mais que trés semanas, prineipalmente de- vido & falta de ealor do animal parasitado. Quando muito abundantes causam irritagses, determinando intenso prurido, que obriga © ‘animal a se cogar continuamente, Os piothos que atscam aves sao mais pre- Judiciais e, quando o ataque ¢ intenso, as gali- nhas ficam inquietas, alimentam-se mal, di- Fgura 322, orsemetunatrs,Subodem Melephona 46 | Bntomologia Agricola - Capitulo 3 ‘minuindo as posturas. Além do dano direto, esses insetos podem ainda servir de hhospedeiros para soltérias que atacam cles e gatos. A subordom Mallophaga contém corea de 2.000 espécies doseritas, agrupa- ‘das em duas divisdes: Amblycera e Ischnocera. Alguns autores consideram Amblycera e Ischnocera como subordens e no adotam o nome Mallophaga Subordem Anoplura ‘Sto os picthos sugadores de sengue dos mamiferos, Os anopluros séo peque- ros, medindo no maximo 6 mm de comprimento, Corpo mais ou menos deprimi- do. Cabeca horizontal, distinta do srax. Othos, quando presentes, relativamen- te grandes, com apenas um omatideo. Ocelos ausentes. Antonas com 8 a5 sog- ‘mentos, Aparelho bueal sugador labial com as mandibulas atrofiadas. Térax pequeno; pernas curtas do tipo escan- sorial; tarsos mondmeros. Apteros. Ab- dome com 6 a 9 segmentas; sem eoreos Fig, 3.23), Avreprodugao é sexuada. A femea, apés a fecundacao, faz as posturas nos pélos dos mamiferos, afixando-a8 por ‘meio de uma secregio especial das glan- dulas coletéricas. Os piolhos dos huma- nos podem colocar de 250 a 300 ovas em 25 dias de postura, Apés 4 a8 dias, eclo- dem as formas jovens, que, depois de 15 dias, transformam-se em adultos. O desenvelvimento é por hemimetabolia ‘A familia Pediculidae apresenta im- portancia médica, pois 14 espécies de piolhos que atacam o homem. Como exemplo, cita-se Pediculus humanus, que ceorre tanto na eabega quanto no cor po do homem, Outra espécie Phthirius pubis, vulgarmente conhecido por cha to, Pela agde direta das picadas, podem causar, no inicio, um prurido que se alastra, causando dermatite. Os piolhos transmitem o tifo exantemético, a febre recorrente € a febre-das-trincheivas. qua, Cxdem Pico, Subd Angee Ordem Thysanoptera Haliday, 1836 (thysanos = franja; plera = asas) Retine os insetos conhecidos por tripes. Sao pequenos, de 0,6 a 13 mm, de cor escura na fase adulta. A cabera, vista de cima, apresenta contrno quadrangu- lar. Olhos compostos desenvolvidos e 2 ou 3 ocelos. Antenas filiformes ou monili- Os Insetos e @ Reino Animal | 47 formes, de 6 a 10 segmentos, tendo além das eerdas comuns, outras chamadas sensilos (fungao sensorial), importantes na classificagao sistematica, Aparelho Ducal do tipo sugador labial triqueta, isto é, com trés estiletes que 2a deslocamn dentro de um conjunto formado pelo labio e clipeo, chamado cone bueal. Protérax livre, maior que meso e metatérax soldados. Pernas ambulatérias normais; ma- chos apresentam, geralmente, a tibia mais dilatada. Tarsos com 1 ou 2 articulos, arélio vesiculiforme entre as garras tarsais. Quatro asas semelhantes, frania. das; hd espécies apteras, Abdome com 11 segmentos, os dois tltimos bastante reduzidos (Fig. 3.24). Os tripes reproduzem-se sexuadamente, mas existem ‘espécies partenogenéticas. A postura é feita nas proprias plantas que atacam. Os ovos fo relativamente volumosos. Em Terebrantia a postura é endofitica e em Tubulifera, sobre as plantas. O desenvol- vimento é por hemimetabo- lia, Entretanto, ocome uma ‘variagao nesse tip de desen- volvimento, devido a0 apare- cimento de fases, denomina- das impropriamente ‘pré-pu- ps” e“pupas", que nao se ali- mentam ¢ se movimentam apenas quando perturbedas. Em ‘Terebrantia, hé a pré-pupa e a pupa; em Tu- bulifera, ha duas fases de pré-pupa e a pupa. Dos ovos eclodem as formas jovens ou ninfas, semelhantes aos adultos e que sé adquirem tecas alares apés a 3° ow 4° ecdises. Alimentam-se de seiva; no entanto, existem espécies que se alimen- tam de esporos de fungos e células de algas; outras formam galhas ou cesidias. ‘Além das espécies fitofagas, que constituem @ maior parte, existem as espécies predadoras de dearos, pulgdes, cochonilhas e também de outros tripe. Fie 824. Oram Thysanstera Muitas espécies atacam plantas cultivadas, causando danos apreciéveis. Pro- forem sompre as partes aéreas das plantas, ou seja, folhas, ramos e frutos. Nas folhas, localizam-se quase sempre na face inferior. Como conseqiiéncia da retira- da da seiva, tornam as folhas descoradas e, nos Toeais das picadas, provocam pontos escuros devido & necrose dos tecidos. Quando o ataque é muito intenso, as folhas ficam como se fossem queimadas, com brilho prateado e, por fim, eaem. ‘Naa flores, podem as vezes atxiliar na polinizago, mas na maioria das vezes afetam os drsios reprodutivos, causando esterilidade. O ataque aos frutos novos impede seu desenvolvimento, Além da agao direta causada pela picada, a maior 48 | Rntomologia Agricola ~ Capitulo 3 importancia dos tripes esté na transmissio de dooneas, principalmente viroses, como 0 vira-cabes-do-tomateiro, ‘Sto tonhecidas mais de 4.000 espécies de tripes. A ordem Thysanoptera é dividida em: + Subordem Terebrantia, Fémeas com ovipositor (térebra), no T* © 8 seg- ‘mentos abdominais; 0 timo segmento do abdome dos machos e das femeas 6 arredondado ou nico, nunca tubular. + Subordem Tubulifera. Fémeas nao tém térebra; tltimo segmento ab- dominal 6 em forma de tubo, tanto nos machos como nag femeas. ‘A subordem Terebrantia conta com maior niimero de espécies de importan- «ia agricola, que pertencem a familia Thripidae. Colocam os ovos endofiticamen- ‘te sob uma cuticula preta. Na subordem Tubulifera eneontra-se 0 “Iacerdinha” Gynaikothrips ficorum, comum em figueiras de pragas pablicas CHAVE PARA ALGUMAS FAMILIAS DB THYSANOPTERA 1 Apice do abdome cdnico (fémea) ou arredondado (macho) (Subordem ‘Terebrantia); nunca tubular; antendmeros II ¢ IV com sensilos pontia~ ‘gudos simples ou bifurcados . ‘Thripidae 1 Apice do ebdome tubular (femea e macho) (Subordem Tubulifera) : Eee Phlaeothripidae Ordem Hemiptera (Linnaeus, 1758) (hemi = metade; pera = asas) (Os hemipteros apresentam aparelho bueal do tipo sugador labial tetraque- ‘ta; canal de suogio ¢ de saliva farmado pela justaposigao dos estiletes maxilares envolvidos pelos estiletes mandibulares; normalmente dois pares de asas, 0 an- terior, em geral, total ou parciaimente mais duro do que o par posterior; cercos ausentes. ‘A classificagdo de Hemiptera em subordens ainda é motivo de discussdo en- tre os hemipteristas. Anteriormente, Sternorrbyncha e Auchenorthyncha eram consideradas na ordem Homoptera. Entretanto, com base em estudos filogenéti- cos, foram transferidas para a ordem Hemiptera ¢ 0 nome Homoptera nao tem ‘sido mais adotado. Neste livro, considera-se a ordem dividida em trés subordens, todas com espécies de importdncia agricola + Subordem Sternorrhyneha. Rostro aparentemente separado da cabe- ‘ga, emergindo entre as pernas anteriores; antenas longas ou curtas; “pteros ox alades (asa membranosas ou tégminas); ninfas e/ou adul- tos podem permanecer aderidos as plantas hospedeiras. Retine as co- chonilhas, os pulgdes, as moseas-brancas e os psilideos. ‘+ Subordem Auchenorrhyneha. Rostro emergindo da parte inferior da cabega; antenas setéceas curtas com filamento apical; asas membra- Os Insetos e 0 Reino Animat | 49 ‘noaas ot téeminas; ninfas ¢ adultos de vida livre. Agrega as cigarras e cigarrinhas. * Subordem Heteroptera, Rostro inserido afastado do proesterno; gula presente; asas anteriores, quando presentes, do tipo hemiélitre. Cor- responde aos percevejos, marias-fedidas, baratas-d'égua, barbeiros, percevejos-do-leito ete. Portanto, apresenta importncia agricola e médica. ‘Como esas subordens apresentam caracteristicas peculiares, seréa discuti- das separadamente. Subordem Sternorthyncha Os esternorrineos so pequenos, altamente especializados e alguns niio pos- ‘suem a aparéncia de insetos, pois sio escamiformes e ficam aderidos as plantas ‘cochonithas). Cabeca opistognata, com o rostro emergindo da parte posterior da cabera, aparentemente entre as pernas anteriores. Olhos compostos com omati- cos difereneiados nas moseas-brancas e nos pulges. Antenas geralmente com 3.a 10 segmentos; 2 ou 3 ocelos (mostas brancas ¢ psilfdeos). Aparelho bucal sugador labial tetraqueta, entretanto, as pegas bucais esto ausentes ex todos os machos © nas fémeas de algamas espécies de cochonilhas e em algumas for- mas sexuadas de pulgées. Protérax desenvolvido; furca metatoraciea bem de- senvolvida nos psilideos (loeomorao aos saltos). Pernas ambulstérias, mas nos pailideos e mostas-brancas esto adaptadas para saltar. Duas garras tarsais, ‘mas apenas uma nas cochonilhas. Asas membranosas ou tégminas; recobertas por seeregao pulverulenta branca nas moscas-braneas, ausent2 nas femeas de cochonilhas (presente nos machos). Abdome dos pulgdes em geral com um par de siftunculos; estruturas perianais (glandula de cera, orificio vasiforme, eodicola, tubo anal) desenvolvidas para a remogao das excregées. Glandulas produtoras de cera presentes em muitas espécies, Anatomieamente, 0 aparelho digestivo pode diferir dos demais insetos, por apresentar-se na forma de eémare-fitro, isto 6, uma camara que envolve a parte inicial do meséntero com a parte anterior ou posterior do protodéu. Assim, 0 cexcesso de liquido sugado passa diretamente da parte inicial para o final do tubo digestivo, sendo eliminado pelo anus em forma de gotieulas. Por essa razio, & possivel a sucpio continua da selva, pois s6 é aproveitado pelos insetos um sued alimentar concentrado e de facil absoreio. As cochonilhas e alguns afldeos nao apresentam vaso dorsal distinto 0 desenvolvimento 6 por hemimetabolia. As moscas-brancas apresentam uma variagéo nesse tipo de desenvolvimento, caracterizado por uma fase que nao se Jocomove ¢ nem se alimenta denominada ninfa TV ou, impropriamente, “pupério”, antes de emergir o adulto, 50 | Entomologia Agricola - Capitulo 3 Os Stemorrhyncha sto fitofagos e muitas espécies so de importancia agri- cola, Sio divididos em quatro superfamilies: Psylloidea (psilideos), Aleyrodoiden (moscas-brancas), Aphidoidea (pulgdes) e Coccoidea (cochonilhas). Superfamilia Psylloidea. Divide-se em 6 familias, dentre as quais se destaca: + Familia Payllidae. Sao insetos com alguns milimetros de comprimento, trés ocelos, antenas bem desenvolvidas (10 segmentos) e rostro curto. Sao semelhantes a mintiseulas cigarras. As pernas posteriores 380 saltatérias. Asas membranosas, em ndmero de quatro. Bliminam subs- tancias aguearadas que atraem formigas. Sao oviparas, sendo os ovos geralmente pedunculados. As formas jovens diferem dos adultos, pois sao achatadas e com pernas curtas. Muitos psilfdeos causam deforma. 8e8 no limbo foliar ao sugar seiva, as vezes formam galhas, em geral ‘causadas pelas formas jovens. Os psilideos podem também ser vetores de virus, Como espécie de importdneia agricola tem-se Diaphorina ci tri, que ataca a laranjeira Superfamilia Aphidoidea. Compreende os pulgdes ou affdeos. Insetos peque- nos, no méximo 5 mm de comprimento, pouco esclerotizades, ovalados e de colo- ragdo varidvel, Nas antenas, apresentam cerdas sensoriais denominadas sensi- Jos, de importancia na sistemtiea. O abdome apresenta dois apéndices tubula- res laterais chamados sifinculos e um central chamado codicola. Reproduzem-se por partenogénese telitoce, isto 6, sem o concurso de mechos, originando ninfas que se transformario em fémeas. A reprodugdo 6 ainda per viviparidade, ou seja, a femea coloca ninfas e no aves. Hsse tipo de reprodugao ecorre em locais de clima quente, Em locais onde hi frio intenso, ocorre partenogénese ciclica, porque somente préximo ao inverno 6 que aparecem os machos, © a repredugio é ‘sexuada, No restante do ano as espécies se roproduzem por partenogénese. Exis- tem dois tipos de femeas: as dpteras, encarregadas da reprodugao dentro de uma ‘mesma colénia, € as aladas, que disseminam as espécies para outros locais, A capacidade de proliferagao é enorme, dai sua grande importancia econémica, pois em pouco tempo podem tomar conta de qualquer cultura, causando com isso ‘vdrios danos, quer pela suepo continua de seiva e deformagoes, quer pela trans isefo de doengas. O némero de familias de Aphidoidea varia entre os especialistas. Do ponto de vista agriola, as mais importantes séo: ‘+ Familia Aphididae. & a familia dos pulgées propriamente ditos. A maio- ria das espéties de importancia econdmica pertence a essa familia + Familia Phylloxeridae. Nessa familia acha-se a espécie Daktulosphai- ra vitiofoliae (filoxera-la-videira). Ataca as rafzes da videira, onde cau- sa galhas, nodosidades e alteragdes no sistema radicular. Quando 0 porta-enxerto € resistente, pode atacar a parte aérea e formar galhas nas folhas sem eausar danos eonsiderdveis. | Os Inestose 0 Reino Animal | 51 Superfamilia Aleyrodoidea. Con: importancia agricola: ituida por uma Gnica familia de grande ‘+ Familia Aleyrodidae. Sao hemiptoros pequenos com quatro asaz mem- branosas, na fase adulta, recobertas com substancia pulverulenta, de onde ver 0 nome comurm moseas-brancas, A reprodugdo é sexuada com oviparidade, mas pode ocorrer partenogénese. Os ovos sao peduncula- dos e ficam, como as ninfas, presos & face inferior das folhas, envolvidos (ou nao) pela cera branca. Tém desenvolvimento répido, ocorrendo qua- tro ecdises. Entre as espécies mais importantes esto: Aleurothrizus floccosus, que ataca folhas de citros e Bemisia tabaci em feijoeiro, soja, algodoeiro ete. ‘Superfamilia Cocecidea. Compreende as cochonilhas ou coceideos. Os ma- chos sio apteros na fase de ninfa, vivem sobre as plantas e quando atingem a forma adulta so alados, semelhantes a diminutos mosquitos e de vida livre. ‘Tom duas asas membranosas e pernas bem desenvolvidas. Diferem dos dipteros pela nervagio reduzida das asas, suséneia de balancins, aparelho bucal atrofia- do ¢ tarsos monémeros. As femeas sia apteras ¢ nunca abandonam a planta, ‘mesmo depois de adultas. Tém corpo muitn pequeno e delicado, E na morfologia das fémeas que se baseia a classificagao das cochonilhas. O aspecto do corpo varia muito nos diferentes grupos. As variagies quanto ao re: vestimento sao bastante notaveis e permitem a separagio de muitos grupos. Existem cochonilhas sem revestimento, outras recobertas com cera produzida por glandulas epidérmicas, de forma varidvel, produzindo secregoea pulverulentas, ou em forma de placas. Ha cochonilhas com prolongamentos céreos de aspecto estrelado. Existem cochonilhas que seeretam a laca; outras apreseniam corpo recoberto por escamas. Em geral, nas femeas adultas, notam-se apenas 0 rosto as pemas que, no entanto, em muitas espéci2s sto atrofindas, Ha um grupo de cochonilhas em que os tiltimos segmentos abdominais sio unidos, formando uma pega tinica chamada pigidio, A reprodugdo é partenogenética (mais comum) ou sexuada, Os coceideos sto mito proliferos. A maioria € ovipara, mas ha espécies ovoviviparas, As posturas, variam de 50 a 5.000 ovos. As fémeas de algumas espécies produzem uma secre- pao cérea posteriormente ao corpo, denominada ovissaco, onde 0s ovos séio depo- sitados. Os coccideos sao ectoparasitas das plantas, atacando tanto a parte aérea como a subterranea, Algumas cochonilhas formam galhas nos ramos de certas plantas. Os danos eausadas pelas cochonilhas so enormes, pois, além da sucgao da seiva, podem prejudicar @ qualidade dos frutos, e ainda hé o desenvolvimento de um fungo negro (fumagina) sobre as substincias agucaradas excretadas, que 6 prejudicial a fotossintese ¢ transpiragao da planta, 52 | Entomologia Agricola ~ Capttulo 3 Apesar de a maioria das espécies ser muito prejudicial, existem algumas que sio Gteis, ou por atacarem plantas daninhas, ou por secretarem cera, laca.€ carmim, No Nordeste brasileiro, Ceroplastes psidii pode ser usada como vela pela cera que produz. A laca é produzida por Laceifer lacea, que nao ocorre no Brasil, eo carmim por Dactylopius coccus. ‘As cochonilhas esto divididas em 19 familias. A identificagao das espécies depende da preparagao de laminas microseépicas. Varias espécies de importan- ‘ia econémica tém nomes vulgares, tais como pardinha (Selenaspidus articulatus), escama-farinha (Pinnaspis aspidistrae), cochonilha-verde (Coecus viridis), esea ma-virgula (Lepidosaphes beckii) ete. ‘Subordem Auchenorrhyncha Nessa subordem estio as cigarras, as cigarrinhas, as jequitiranas-boia ete. Cabega opistognata; rostro trissegmentado emergindo da parte posterior da ca besa; gula ausente. Aparelho bueal sugador labial tetraqueta. Olhos eompostos normais; niimero de ocelos variavel, 0 ou 2 nas cigarrinhas e 3 nas cigarras (Fig. 3.25), Antenas setéceas curtas, com filamento apical, inseridas entre 08 olhos ‘compostos e com pedicelo normal (Cicadomorpha) ou inseridas sob os olhos € com pedicelo dilatada (Fulgoromorpha). Mesot6rax mais desenvolvide do que 0 pro e ‘metatérax; todavia, na farailia Membracidae, 0 pronoto é mais desenvolvide, prolongando-se sobre o abdome. Pernas ambulatorias; nas cigarras, os femures anteriores sio dilata- dos, pelo fato de as ninfas terem pernas anteriores escavadoras, em azo do seu habito subterraneo. ‘Asas membranosas ou tégminas. ‘Abdome séssil; 10° segmento nos machos e fémeas de muitas esp cies mudificado em um tubo anal (proctiger). Muitos suquenorrincos da superfamilia Fulgoroidea secre tam substncias pulverulentas s0- bre o corpo. Os Auchenorrhyncha tem um complexo mecanismo para produ- air e receber sons, cujos componen- tes principais sao. timbale e o tim: pano, localizados dorso e ventrala- teralmente no abdome, respectiva- ‘mente. timbale esta presente em y ambos 08 sexos, mas é mais desen- Faua325. Oder Hemptra, Subordem Auchorontynchia Os Insetos ¢ 0 Reino Anima | 53 vvolvide nos machos. Bsse sistema est mais bem desenvolvido nas eigarras, que produzem sons audiveis, Entretanto, cigarrinhas e outros auquenorrincos pro: ‘vavelmente produzem sons nio-audfveis, como sinais acisticos transmitidos por ‘meio das plantas em vez do ar. Reproduzem-se, em geral, por via sexuada e oviparidade. A postura 6 feita sobre folhas e ramos ou na interior dos tecidos das plantas. O desenvolvimento é por hemimetabolia. As cigarras apresentam uma modificago nesse desenvolvi- mento, que corresponde & fase quiescente que fica presa na arvore até a emer- Oncia do adulto. ‘Sao insetos fit6fagos, que sugam a seiva das partes aéreas e raizes das plan- tas. Dai sua importineia agricola, pois, além dos prejuizes diretos causados pela suogdo continua de seiva e das deformagies e lesies produzidas nas plantas, a8 cigarrinhas podem inocular substincias toxicas nas plantas, ‘A subordem esté dividida em trés superfamiias ~ Cicadoidea, Cercopoidea ‘Membracoidea — reunidas na divisao Cicadomorpha ¢ uma tinica superfamilia Fulgotoidea ~ na divisdo Fulgoromorpha, ‘Superfamilia Cicadoidea + Familia Cicadidae. & a famflia da cigarra, que se cavseteriza por apre- sentar trés ocelos no vértiee, em triangulo. As asas sao membranosas, transparentes ou coloridas; Srgao sonoro situado no abdome, mais de- senvolvido nos machos. As cigarras sugam os ramos novos das plantas, onde as fémeas efetuam a postura endofiticamente. Dos ovos nascem as ninfas, que se aprofundam no solo para sugar as ratzes. As formas Jovens caracterizam-se pelo 1? par de pernas, que 6 do tipa fossorial. O desenvolvimento é bastante longo, podendo durar varios anos. As es- ppécies krasileiras tém o desenvolvimento completo ao redor de um ano. As principais espécies edn: Quesada gigas, Dorisiana drewseni e Carineta fasciculata, Todas atacam indmeras plantas, dentre elas 0 eafeciro ‘Magicicada septendecim ¢ uma espécie norie-americana eujo ciclo bio logico dura cerea de 17 anos. Superfamilia Cercopoidea. Compreende os insetos vulgarmente eonhecidos por cigarrinhas. B dividida em quatro familias, destacando-se + Familia Cereopidae. Hemipteros pequenos ou de tamanho médio, nao raro de cores vivas, distinguindo-se pelo aspecto da cabs e do pronoto pela presenga de 1 ou 2 espinhos nas thbias posteriores. O adulto suga a parte aérea das plantas, onde se movimenta bastante. A forma jo- ‘vem localiza-se junto as raizes e no colo das plantas onde permancce sugando, recoberta por wma espurna que a protege. Varias espécies so de importincia econdmica. 54 | Entomologia Agricola - Capttulo 3 ‘+ Familia Aphrophoridae. Compreende as cigarrinhas que atacam ra- mos apicais de diversas drvores, onde produzem uma espuma caracte- rfstiea para protegdo das ninfas, Superfamilia Membracoidea. Também agrupa insetos conhecidos por cigar rrinhas. B eonstituida por quatro famflins, sendo as mais comuns: ‘+ Familia Membracidae. Com espécies que apresentam 0 pronoto extra- ordinariamente desenvolvido, as vezes com ornamentagdes. Sem im- portincia econémica, ‘+ Familia Cicadellidae. Cigarrinhas com menos de 20 mm de eampri- ‘mento; tibias posteriores com uma ou mais fileiras de espinhos. Sugam seiva de plantas, provocando danos diretos e indiretos (toxinas e virus) Postura endofitica. E dividida em varias subfamilias. Do ponto de vista agricola 6a familia mais importante, pois muitas espécies séo pragas. + Familia Aetalionidae. Pronoto normal; tibias posteriores sem espinhos. A principal espécie é Aetalion reticulatum, que ataca varias frutiferas, ‘como citros, mangueira ete Superfamilia Fulgoroidea. Apresenta cores ¢ formas variadas, com cabeca geralmente grande, muitas vezes com prolongamertes para a frente. Antenas ‘com 0 pedicelo extraordinariamente desenvolvido e localizado sob os olhos eom- ppostos (esse carsiter separa Fulgoroidea das superfamilias de Cicadomorpha). ‘Asas anteriores do tipo tégmina ou membranosa. Conta com 20 familias das quais se destacam: + Familia Fulgoridae. Com espécies que no Brasil stio destitutdas de im- portadncia econdmica. As espécies que mais chamam a atenedo so as do género Fulgora, conhecidas vulgarmente por jequitirana-béia, que tem uma forma bizarra devido ao enorme prolongamento anterior da cabera. ‘+ Familia Flatidae. Entre as e tera phalaenoides, de coloragao esbranquigada com pint tante comum, assemelhando-se @ lepdépteros (mariposas). ‘+ Familia Delphacidae. Carncteriza-se pelo espordo apical na tibia pos- terior. Unica familia com espécies de importancia agricola, como Pere- grinus maidis, praga do milbo. cpécies dessa famflia, destaca-se Pockillop- ‘pretas, bas: Subordem Heteroptera Nessa subordem esti os insetos vulgarmente conhesidos por perceveios (Fig. 45.26), que se caractericam por apresentar um rostro articulado, Sao insetos de tamanbo varidvel (de 1 2 100 mm). Poem ser fitéfagos ou predadores. A maio- ria das espécies terrestres ¢ fitéfaga. Os percevejos aquatiens, em geral, 80 pre dadores. Os Insetos e 0 Reino Animal | 55 Cabega, em goral, pequena, livre, opistognata, porém pouco mével e de aspecto variavel. Apresenta-se, geral- ‘mente, dividida em regides bem dis- tintas, que recebem denominayses especiais: tio € a porgdo distal do eli- peo, limitada por dois suleos, que 0 separa dos jugos (lobos laterais); gu- la, area ventral onde 0 labio se alo- Jae baiculas, carenas laterais & gu- la, Olhos compostos, em geral bem de- senvolvidos e sésseis; em algumas es- pécies, porém, sao pedunculados ¢ ‘estio ausentes em duas familias. Dois ovelos presentes entre os olhos com: postos, mas ausentes em algumas espécies, Antenas em geral sotdceas, com 8 a 5 segmentos, bem visiveis na maioria das espécies terrestres. Em Fips926.Créom Hence, Subrdon etecptee tlitas espécies aqusticas, as antenas ficam escondidas em uma fosseta. Aparelho bucal sugador labial, representado por um rostro. Este é bastante alon- zgado nes espécies fitéfagas e curto nas espécies predadoras e nas hematéfagas, atingindo apenas as coxas anteriores. Nos percevejos predadores 0 rostro 3-seg- mentado é encurvado, formando em repouse um éngulo largo € curvo com a gula, enquanto nos hemipteros hematofagos é 3-segmentado & reto © nos fitéfa- 408 € 4-segmentado e reto, isto 6, em repouso, ficam paralelos & gula. Aparelho ducal sugador labial tetraqueta, com a hipofaringe, epifaringe ¢ palpos atrofia- des. O estojo formado gelo lébio inferior ou rostro 6 um pouco mais curto que os estiletes; apenas as duas maxilas e as duas mandibulas fazem a penetragio no tecido do hospedeiro O térax, visto de cima, com as asas em repouso, é representado quase exclu sivamente pelo pronoto trapezoidal ou hexagonal, bem desenvolvido em cortas famtias, © meso ¢ 0 metatérax so menores e protegidos pelas asas. Pernas, em geral, ambulatérias; natatorias © preensoras nos percevejos aquaticos; fossoriais nos percevejos de habitos subterraneos. Em algamas espéeies, nas tibias poste riores, hd expansdes folidceas. Tarsos trimeros, om geral. Asas anteriores do tipo hemislitro e posteriores membranosas. O hemiélitro € formado por uma parte dura (brio) e outra flexivel (membrana) com ou sem nervuras, O eério pode apresentar as éreas: emblio (na margem anterior); edneo (Area em forma de cunha entre o embélio ea membrana, presente em poucas familias); lavo (na ‘margem interna) e 0 e6rio propriamente dito (érea eentral). Nem sempre todas essa dreas estao no cério, as Vezes 86 uma ou outra esta presente. Abdome, om 56 | Entomologia Agricola ~ Capitulo 3 eral, com nove urdmeros nos machos ¢ 10 nas fémeas, desprovido de ceroos. AS fémeas de algumas espécies possuem ovipositor bem desenvolvido. Algumas es- pécies apresentam as margens Iaterais do abdome achatadas ¢ visiveis dorsal- mente (eonexivo), como nos barbeiros. ‘A maioria dos heter6pteros possui glndulas que secretam um fluido de cheiro repugnante (cheiro de percevejo). Nas ninfas, essas glandulas odoriferas abcem- se no dorso de alguns segmentos abdominais, e nos adultos hé apenas um par de glindulas metatoracieas, com dois eanais excretores, cada um dos quais se abre no tegumento num orifieio denominado ostiolo. A secrecao eliminada escorre para uma poredo diferenciada do tegumento chamada érea evaporatéria. Os heterépteros reproduzem-se sexualmente e a maioria das espécies 6 ovi para, Existem, no entanto, espécies viviparas. Os ovos variam no aspecto € es- trutura do cério, So colocados isoladamente ou agrupados. As espécies fitéfagas realizam postura sobre as folhas © as providas de ovipositor colocam os ovos endofitieamente. O desenvolvimento 6 hemimetabélico e, em geral, sofrem cinco cedises até atingir o estado adulto. As ninfas do * instar jé apresentam tecas alares. Apés a 5? ecdise passam de dimeros a trimeros e, nos adultos, as glandu- las odoriferas abdominais so substituidas pelas glandulas metatordcicas, A importéncia econémica dos heterépteros 6 muito grande, pois muitas es- pécies atacam plantas cultivadas, causando enormes prejuizos. Além da impor: tincia agricola, possuem importncia médica, pois os barbeiros sao transmisso res do protozosirio Trypanosoma cruzi, eausador da doenga de Chagas. ‘A subordem Heteroptera compreende cerca de 25.000 espécies deseritas, dis- tribuidas em: * Divisto Geocorisae. Percevejos de antenas longas © garras tarsais api- ais. Geralmente terrestres. * Divisio Amphibicorisae. Percevejos de antenas longas e garras tarsais pré-apicais, Sao adaptados para viver na superficie da égua. ‘Divisio Hydrocorisae. Percevejos de antenas curtas localizadas numa fosseta perto dos olhos na parte ventral da cabega. Sao aquatics Divisio Geocorisae ~ Pentatomorpha Superfamilia Pentatomoidea. Sto os percevejos com antenas de 5 sogmen tos ¢ eseutelo bastante desenvolvido. & formada por 14 familias; as mais comuns ‘ Familia Pentatomidae. Escutelo geralmente plano, estendido até a base da membrana do hemiélitro. Tibias desprovidas de espinhos. £ a fami- lia mais numerosa dessa superfamilia, estando dividida em varias subfamilias. As espécies mais importantes so: Oebalus poecilus, per- ‘covejorrade on chupao, que ataca o arroz; Nezara viridula, pereevejo- verde que ataca varias frutas e leguminosas; Mecistorhinus spp., as Os Insetos ¢ 0 Reino Animal | 57 “marias-fedidas", bastante comuns. Nessa familia hé ainda predado- res, como Aleacorhynchus grandis e Podisus spp. * Familia Cydnidae. Percevejos poquenos, os maiores com 20 mam de com: primento, Em geral, de colora¢ao parda ou preta, com tibias espinhe- ‘sas e pernas anteriores, néo raro fossoriais. So hemipteros que vive enterrados no solo ou sob pedras. Sugam raizes de plantas. Espécies de importéncia agricola sao o percevejo-castanho Scaptocoris castanea, que ataca varias plantas, como algodoeire, amendoinzeiro, cana-de-agicar te., e Atarsocoris brachiarae em pastagens. + Familia Scutelleridae. Apresenta escutelo extraordinariamente desen- volvido, que cobre todo o abdome. Sem importancia econdrniea, Superfamilia Coreoidea. Membrana do hemiélitro com muitas nervuras, fs veres salientes, partindo de uma nervura basal curva, paralela ao bordo do cério, Ocelos presentes, escutelo pequeno, rostro de quatro segmentos e tarsos trimeros, + Familia Coreidae. Além dos caracteres jé citados para a superfamilia, apresenta o rostro trés vezes maior que a eabeca. As espécies de impor tancia econémica sao Diactor bitineatus, que ataca 9 maracujé; Lepto: glossus gonagra, em cucurbitéceas ¢ ctros (frutos); Crinocerus sanctus, em citros; Phthia picia, sobre solandceas (tomateiro) e Corecoris spp., que danificam solanéceas, principalmente, fumo. «+ Familia Rhopalidae. Caracterizam-se pela auséncia de glandulas odo- riferas. Sto fitéfagos, mas sem importancia agricola + Familia Alydidae. Cabeca maior e mais larga do que o protorax, corpo, em geral, alongado. Emitem odor muito desagradadvel. As ninfas de virias espécies mimetizam formigas, e os adultos podem mimetizar vespas. Algumas espéties sio pragas da soja ‘Superfamilia Lygaeoidea. Antenas e rostro com quatro segmentos, tarsos trimeros com arslio, parte membranosa do hemislitro com poucas nervuras. Ocelos presentes. E composta por seis familias, destacando-se: + Familia Berytidae. Corpo muito estreito; pernas ¢ anitenas longas ¢ finas. Pronoto, em muitas espécies, provide de espinhos. ‘+ Familia Pyrrhocoridae. Occlos ausentes; pronoto com as laterais ele- vadas; poucas nervuras na membrana do hemiélitro. E a familia dos pereevejos-manchadores-do-algodao, Dysdercus spp. + Familia Largidae. Percevejos semelhantes aos da familia Pyrshocoridae, que se caracterizam pelo pronato sem laterais elevadas. Sem impor- ‘tancia econdmica. + Familia Lygacidae. Bspécies pequenas ou médias, nfo ultrapassando 20 mm de comprimento. Rostre 4-segmentado, um par de acelos e pow 58 | Entomologia Agricola ~ Capitulo 3 cas nervuras na membrana do hemiélitro, Ha espécies fitéfagas que apresentam ‘mportdncia econémica, como Blissus antillus, em pasta- gens, porém hé também especies predadoras Divisio Geocorisae ~ Cimicomorpha Superfamilia Tingoidea. Compusta por trés familias, sendo @ mais impor- tante: + Familia Tingidae. Porte poqueno; trax ¢ hemilitros reticulados; an- tenas curtas, ocelos ausentes, Corythaica cyathicollis ataca tomateiro. Superfamilia Reduvisidea. Bspécies com rostro curto, aproximadamente do comprimento da cabega, recurvado ou reto. Femur anterior dilatado, Espécies predadoras e hematéfagas. A familia mais importante & + Familia Reduviidae, Cabeca livre, geralmente bilobada. Rostro curto com trés segmentos que em repouso aloja-se num suleo do proesterno. ‘Antenas, em geral, com quatro segmentos. Hemiélitros bem desenvol- vidos com as nervuras anastomosadas na base ¢ 3 a 4 nervuras longi- fudinais formando 2 a 3 células diseoidais tipicas. s reduvitdeos vivem da hemolinfa de outros insetos ou de sangue de aves ¢ mamiferos. Os predadores podem auxiliar no controle de pragas por serem mui- to ativos. Os hematéfagos Lém importdncia médica, pois podem transmitir a &o- nga de Chagas. Os ovos so postos em plantas, em geral nos mesmos locais onde vivem os adultos. Os ovos tém forma varivel, sendo muitos deles oa: rmentados. Ao aprisionar um hemiptero predador entre os dedos, deve-se tomar cuidado, pois sua picada ¢ dolor. Os reduviideos acham-se divididos em varias subfamilias. Entre essas, a sub- familia riatominae se destaca, pois a ela pertencem os barbeiros. Estes se ca- racterizam por possuirem 0 rostro retoe fino abdame dilatado e colorido de ama- relo e preto ou vermelho e preto (conexivo), Protérax geralmente com espinkes. Os barbeiros colocam os ovos isoladamente em frestas das residéncias ru- vais, Sugani, em geral, & noite, mas nos locais escuros podem fazé-lo mesmo durante o dia. Nao tém local preferido para o ataque, mas é mais freqiente no rosto ou na mao, porque fieam descobertos durante 0 sono. A picada nao é dolo- rida e causa apenas coceira local, de modo que dificlmente a pessoa acorda a0 ser picada. Apis picar, 0 barbeiro defeca, © é por meio das fezes que é feita a transmissdo do Trypanosoma eruzi, que penetra pelos orficios da picada e pelas escoriagies causadas pelas garras do barbeiro e pelo ato da pessoa de se cogar. A cépula € efetuada varias vezes. Apés 20 a 30 dias da fecundagao a fémea inicia a postura, que é sempre parcelada, variando o ntimero de ovos de espécie para espécie. Panstrogylus megistus coloca, em média, 200 ovos. Os ovos, logo apés a postura, elo brancos e, préximo da eclosao, vermelhos, Vive escondidos nas frestas ¢ buracos de casas de barro ou no assoatho, Difiilmente os adultos Os Insetos e 0 Reino Animal | 89 so vistos durante o dia. Reconhece-se a existéncia dos barbeiros pelas manchas escuras de fezes que deixam nas paredes. As ninfas comecam a sugar sangue trés dias apés a eclosio. Sofrem cinco eedises e 0 ciclo completo dura cerca de 160 igs. O maior nimero de adultos aparece, geralmente, em setembro. As espécies __ mais comuns so: Triatoma sordida e T: infestans, comuns no sul do Brasil e em Sao Paulo, Sao espécies que vivem em domicdlios. No Nordeste & frente 7: brasiliensis, sendo ainda comuns as espécies Rhodinius profixus no Sul e R. brumpti no Norte. Na subfamitia Apiomerinae, encontra-se Apiomerus nigrilobus, predador de sbelhas. A subfamilia Zelinae tem como uma das espécies mais comuns Zelus leucogrammus, predador de varios insetos que vivem sobre muitas plantas frats- feras, Tém certa importancia como predadores ‘Superfamdin Cimicoidea, Apteros ou alados; nesse caso, hemiélitro com ei- xneo; membrana Com poucss ow sem nervuras. + Familia Cimicidae. Corpo achatado, ovalado, cabeste de cerdas; caboga grande; sem ocelos; rostro com trés sogmentos; eseutelo largo; hemiéli ‘ros rudimentares (escamiformes) ¢ sem asas membranosas, Sao suga- dores de sangue dos vertebrados. A espécie mais importante é Cimex lectularius, percevejo-da-cama, Suga sangue a noite, Durante o dia, eseonde-ce em frestas e fondas nas paredes. B espécie cosmopolita. & postura é feita nos mesmos Ingares em que vivem os adultos. O nime- rode ovos varia de 75 a 200 e um ciclo completo se processa em 43 a 50 dis, Sao avidos por sangue e, em geval, sugamt cerca de 10 minutos. ‘Além da euegao de sangue, sao considerados transmissores potenciais de doengas, embora isso nao tenha sido definitivamente provado, ‘Superfamilia Miroidea. A familia mais importante é + Familia Miridae, Pervevejos poquenos, alguns com cores vivas e dese- hos variados. Cabega distinta; antenas de quatro segmentos; sem oce- Jos; escutelo pequeno e triangular. Hemiélitro com ctineo; por esse mo- tivo, o hemi¢litro ¢ dobrado para baixo, na regido da membrana. A majoria das espécies ¢ fit6faga, sendo as mais importantes Horcias rnobilellus (percevejo-rajado-do-algodociro) as espécies de Monaloniuum, com diversas espécies em cacau, Divisio Amphibicorisae ~ Gerromorpha Superfamilia Gerroidea. Aquéticos ou semi-aquiticos; antenas longas; he- miglitros, quando presentes, com o cério total ou parcialmente membranoso. + Familia Gerridae. Vivem agrupados e deslocam-se rapidamente na su- perficie das éguas paradas e sombreadas, mas podem ser encontrados em aguas mais movimentadas. Por serem revestidos por uma substin-

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