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Universidade Federal do Rio de Janeiro MUSEU NACIONAL Programa de Pés ~ Graduagao em Antropologia Social Gustavo Alejandro Sora LIVROS DE UMA EXPOSIGAO ETNOGRAFIA DAS BIENAIS INTERNACIONAIS DE LIVROS DO RIO DE JANEIRO E SAO PAULO Rio de Janeiro Agradecimentos Este trabalho é o resultado de uma pesquisa realizada como aluno de mestrado do Programa de Pés - Graduagao em Antropologia Social, Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro, ao qual ingressei em Margo de 1991. Foi planejada ¢ projetada no marco do projeto "Trajetérias sociais de intelectuais € 0 pensamento social no Brasil" (MN-Finep-Ford), dirigido por Luiz de Castro Faria e Afranio Raul Garcia Jr. Para o mestrado contet com uma bolsa do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnolégico) durante 1991 © 1992, e com uma bolsa de finalizagao de mestrado da CAPES durante o primeiro semestre de 1993. Em Julho de 1993, obtive por concurso um auxilio de pesquisa (tipo B) da ANPOCS (Associagao Nacional de Pés ~ Graduagac em Ciéncias Sociais), com fundos da Fundagao Ford. Agradego a todas as instituigoes que dispuseram de meios materiais para que pudesse realizar meu trabalho. Agradego a todos meus professores de cursos de mestrado: Moacir Palmeira, Afranio Garcia Jr., Giralda Seyferth, Roberto Cardoso de Oliveira, Eduardo Viveiros de Castro, José Sérgio Leite Lopes, Luiz de Castro Faria e Otavio Velho; aos colegas de cursos, @ por extensao a todo o pessoal docente, discente e functonarios do PPGAS. Mas muito especialmente devo agradecer a Afranio Garcia Jr., con quem aprendi o sentido da “orientagao” no inicio de uma carreira de pesquisador. Isto é, dedicagao e refinamento do olhar, seriedade e gosto pelo trabalho de pesquisa. A partir da radicagao temporaria de Afranio na Franga, tive o prazer de compartir sua orientagao com a de Luiz de Castro Faria, quem destila paixao pela profissao e uma intengao reflexiva sempre orientada em vanguarda. Também devo um agradecimento especial acs restantes professores membros da banca examinadora: José Sérgio Leite Lopes, Federico G- Neiburg e Moacir Palmeira, que deram sugestoes e apoio intelectual © afetivo prévio & defesa desta dissertagao. Agradego também a Pedro Moraes, colega de mestrado com quem realizei a primeira fase de trabalho de campo na V bienal de Rio. Devo a ele parte dos dados registrados e sistematizados para tal evento. Assim também devo agradecer a Joao Moraes, fotégrafo naquela ocasiao. Agradego em nome de Pincha Opi, Mauricio e Aline, aos amigos paulistas que me acompanharam e me receberam com muita hospitalidade durante o trabalho de campo em Sao Paulo. Também agradego acs editores, funciondrios das entidades de classe, da Biblioteca Nacional e “gente do livro” com quem me relacionei durante a pesquisa. Particularmente os que aparecem mencionados ou retratados neste texto, os que me ajudaram a construir minhas verdades. A estes devo-lhes aclarar que longe de pretender interpreta-los essencialmente, tomei-os como pessoas Gnteressantes para pensar a cada ume a todos ao mesmo tempo. Como pessoas que me permitiram pensar-me, pensando um objeto “Gnevitavelmente reflexivo para meu mundo. Devo entac aclarar que ‘@s afirmagoes contidas neste texto sao da minha inteire responsabilidade. Espero também que meu aporte Ihes sirva p. pensar vossa realidade, e que a vontade aprofundada para conhecer os livros do Brasil, me levem a continuar em contato com muitos vocés por varios anos mais. Devo um agradecimento todo especial para os colegas Axe! Lazzari e@ Roxana Boixados, que me acompanharam, discutiram e euxiliaram em diversas fases da pesquisa, E assim nos fizenos muit 271905, compartindo com Ludmila, Roman e Goretti Goldenzweig Eduardo Bellavilla, nossa paixao de viver no Rio, © nocs Gescobrimento estrangeiro de ser argentinos. Eles sao parte 2 minha melhor colheita nestas praias, junto a um bande de amigos cariocas que, como Ruth e César Carvalho Britto e Simone Dubews, para mim, sao Brasil, na sua calidez, na alegria, na lindeza que dao ao Rio. Os agradecimentos mais profundos comegam pelos Catela, o= Sora, suas “sucursais" © essa quantidade tao grande de amigos qu rondam a vida da minha familia e a casa de Gabriel e Sarita, mi vieios...08.que, senten nossa distancia, “dos\ique. tence’ miltaa saudades, os que carrego em cada viagem © sempre estao nos bons © maus tempos, perto ou longe, mas sempre perto. E finalmente, todce OS agradecimentos confluem a Ludmila da Silva Catela que, com sea agudo sentido da antropologia, seus planteios, sugestoes, ajudac revisoes, chimarroes, corregoes, é uma filigrana deste texto cimplice alegria de um projeto de viver todos estes anos no Ric, aye 34 sao muito mais que ser um pouco melhores antropélagos. A ela, dedico esta dissertacao. La luz procede de unas frutas esféricas que llevan el nombre de lamparas. Hay dos en cada hexagon transversales. La luz que emiten es insuficiente, incesante ". Jorge Luis Borges, 1942, La Biblioteca de Babel. " Nunca foi completamente comprendido tudo aquilo que esta implicito no fato de que um autor escreve para um publico." Pierre Bourdieu, 1968, Campo intelectual e projeto criador. SUMARIO INEFODUGAO. eee eect tet e cece ee ee eens Capitulo 1 AS BIENAIS INTERNACIONAIS DE LIVROS. UM UNIVERSO DE CLASSIFICAGOES........., eee +28 Do catalogo ao stand, da classificagao ao classificader 0 ESPAGO E SUAS POSSIBILIDADES. 0.2.2... 00... ceeesteseveeeees 34 Imposigao de regras de participagao e incorporagao de posigoes....... aon aae os Distribuigoes, diferenciagoes e hierarquias...... seat LEED ONT ChMop sad ecado anh odcappeadobsen Weare essen aecG V Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro........6.4.47 XII Bienal Internacional do Livro de Sao Paulo.. se... eee e000 55 VI Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro.... Relagoes para um modelo morfolégico de erganizagao das bienais...... Capitulo 2 A HIERARQUIA DE LEGITIMAGAO DAS CATEGORIAS CLASSIFICATORIAS. .. Estratégias de identificagao. A LITERATURA ENTRE VOLUMES E LINHAS: dos cldssicos para colecionar ao intelecto bem temperado........., Temporalidade e distancias. Economia e cultura..... Ediouro.........5 Record Companhia das Letras.. Relume & Dumara.... Oporvir: a invengao do prestigio....+...5 Volumes © linhas. Sacerdotes e profetas...........- Editoras académicas. Da casa ao mercado........ Editora da Universidade Federal do Rio de Janeiro.........--114 Associagao Brasileira das Editoras Universitarias Da academia 4 literatura. Passagem aos classicos.. GESEOS en bapsoadada See ee tor) erred Mod os) (der enVelheoers ss scsi i saseaiseeiica amen em baie «6510 ae DO INFANTIL A APREENSAO DOS CLASSICOS.... eee een eri 25) Um grande numero de Lobatos.... ogoanbanosooths) Riani Costa..... ooh +136 A inovagac pelos materiais. Companhia Melhoramentos de Sao Paulo.... eer Ee eect ST) Editora Brasil América... te eteretale Bpbronsba soe ke) LIVROS DIDATICOS. UMA ANALISE FOTOGRAFICA......s+eseeeee cee e142 Revelagao numéricas....seseeveeee : 145) Velado simbélico......eeeeeee pee ete Livros paradidaticos. Da obrigagao professoral ao gosto pela leitura......seee 0046150 ECOLOGIA E ESOTERISMO: Modas e rotinizagao de enclassamentos... Um editor ecolégico......+ Especialistas ocultos...seseeseseeeeee Nao ocultistas videntes..... LIVROS DE EXPOSIGAO. 0 PODER DO LITERARIO.......++e+0e+ Capitulo 3 ENTRE RIO E FRANKFURT, 0S LIVROS DO BRASIL.........170 A EXPOSIGAO. Entre publicos e profissionais..... 2173 Dias profissionais, Pertencer........ssseseeeeeeee +174 Dias publicos. A construgao dos leitores... 20176 eee eee Eee Ritos de consagragao profissional.. AS BIENAIS INTERNACIONAIS COMO BOLSAS DE VALORES............183 MEDIAGAO INTERNACIONAL DE AUTORES E LIVROS. Os agentes literdrios. etree atti oO) LINGUA, NAGAO, MERCADO DE LIVROS....eeeeeeeeeeeeeseeteee ree e19L CONCLUSAO.... Petrie icici prettiest 9) Apéndice 1: Estatistica por titulos e por exemplares editados no Brasil em 1991......eceeee essen eee 1205 BiblWognatiarennss erence ere h iri eae serene CEE EEE ct 2 Or 5 a o - Z - = 4 6 « « ‘ « « « « « « « CS « « « « « « « « « Indice de Figuras Plantas 1 e 2: Normas simétricas, posiqoes assimétricas... Planta 3: Participantes da V BIL - RJ ausentes en la VI... Planta 4: Participantes da VI BIL ~ RJ ausentes na V.. Tabela 1: Bienais emnumeros.......+ Tabela 2: Lugar de origem dos participantes por bienal.......-...44 Tabela 3: Distribuigao percentual de tipos de participantes......44 Quadro 1: Participantes da V BIL - RJ....... aa Planta 5: V Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro......48 Quadro 2: Participantes da XIIa BIL ~ SP.... oH Planta 6: XIIa Bienal Internacional do Livro de Sao Paulo. Quadro 3: Participantes da VI BIL - RJ.. een! Planta 7: VI Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro.....72 ABREVIATURAS, BIL - RJ = Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro BIL - SP = Bienal Internacional do Livro de Sao Paulo = Biblioteca Nacional DNL. = Departamento Nacional do Livro SNEL Sindicato Nacional dos Editores de Livros cBL = Camara Brasileira do Livro INTRODUGKO Nos universos culturais do Rio de Janeiro e de o Paulo, egosto € més de bienal internacional do livro. Feiras de ampla difusto nas quats profissionais do livro expaem as publicegbes dominantes no mercado cultural no Brasil na atualidade. Eventos complexos para os quai se mobilizem, com diferentes intensidad e impulse, todas as figuras do universo dos livros, desde escritores © leitores, passando pelos estamentos de intermediarios como editore. livreiros, distribuidores, criticos, agentes lite bibliotecérios, instituigtes publicas Jornais com suplementos literdrios. se procura realizar uma etnografia das Bienais Internacionais do Livro do Rio de Janeiro e de S&o Paulo, como inst prim&ria de uma pesquisa maior que pretends compor um estado do campo de produg&o e circulag&o de livros. Se descrevem @ interpretam as condigte ociais e culturais das bienais a partir das légicas de classificag&o de livros que relacionam @ opdem os agentes expositore As bienais se apresentam como eventos totais que permitem observar dentro de limites temporais e espaciais determinados, astes © perspectivas que é preciso considerar para a composiqao d2 um estado do campo', Para isso, estabeleceram-se trés fas. de il ® Noga de etnografia como momento prim&ric da ugao do objeto, A definigao de um estado do campo precisavds @ cruzada das trajetérias sociais e culturais de agentes 1 : : z . z ‘ : ‘ « ‘ « « « « « « « « « “ « « « « 4 Ce Se « = - - = = _ - ee | oe -_ ebservagso etnogréfica': na V Bienal Internacional do Ge Janeiro (setembro de 1991), na XII Bienal Internacion: de So Paulo - 2 SILAR (agosto de 1992) e na VI Internacional do Livro do Rio de Janeiro (Agosto de 1993)’, Se bem inicialmente pensou-se em realizar um trabalho exclusivement centrado na feira do Rio, com a progressiva construg&o do objeto, e particularmente a partir do trabalho em Sd Paulo, viu-se = estreita dependancia da bienal do Rio em relag&o a feira do S&° Paulo, levando a consideré-la como uma unidade cultural e unidade minima de reflex%o, Embora se possa falar a partir de uma delas, cutra deve ser levada em considerag%o a0 menos como contrasts, S&e feiras interdependentes desde a alternancia de calendario, os agentes concorrentes e a organizag&o, até a denominag&o Bienal, que empresas de intermediagao sobre as que se baseam suas relagoes de dominagac. Este aspecto es tratado parcialmente na dissertagac © forma parte do aprofondamento da pesquisa planejada para o doutorado. A etnografia permite assim, problematizar um sistema de Telagoes observadas © interpretadas a partir do qual se optimizam as eleigoes analiticas de proximas fases de pesquisa. Assim, se bem aqui nao da-se conta do estado do campo editorial no Brasil, esta negao funciona como horizonte conceptual que ordena passos de pesquisa. 2. Tomando a Geertz, considero que ‘fazer etnografia" 6 o prorpio Oficio do antropélogo social. Nao como técnica que perisdica © exteriormente & atividade de pensamento, opera-se para ir ao campo em busca de dedos; mas como “forma de conhecimento e esforco intelectual" que, tomando a forma de descrigao densa, permite “descrever estruturas de significagao em situaqac, pars determinar seu campo social ¢ seu alcance” (1975: 21-24). 3. A primeira fase de trabolho de campo foi realizada com Pedr Bodé Moraes, que realiza uma pesquisa sobre a trajetéria social intelectual de Monteiro Lobato. Estas pesquisas fazem porte 4 projeto " Trajeterias sociais de intelectuais e o pensamento socie no Brasil" (MN - Ford - Finep), coordenado por Luis de Castro Far © Afrénio Garcia Jr; e procuram construir dois cortes cronolég para o estudo da autonomizagso do campo editorial no Brasil 2 sintetiza um esquema de exposigko de relaqtes cult objetivador de histéricas tenstes competitivas no eixo Ri Paulo. o Nas bienais n&o somente se tornam visivei materializam contactos diretos entre autores e leitores, mas também os intermediérios, (figuras anuladas pelas propriedades simbélicas do objeto livro, tornam-se publicas, ao se submeterem as légicas a exibig&o préprias das feiras. Cotidianamente a identidade de cade intermediério vive misturada e fragmentada no espago das livraria ou das bibliotecas, ou encerrada nos limites dos catdlogos. Nas bienais surge a individualidade em uma concorréncia na qual cad expositor procura destacar a sua marca, maximizar a valorizagso 4. uma imagem, estilo, através da organizago de uma representativa (no duplo sentido estatistico @ simbSlico) de seu patriménio, de seu catélogo. A participag&%o de um expositor de uma bienal representa atualizag%o de uma histéria e um recurso par. lutar pela conservag%o e@ melhoria de uma posig3o neste campo cultural. Mas ao mesmo tempo as bienais s&%o espagos negociados, ordens institucionalizadas de consenso para pautar as regras da concerréncias que se ptem em marcha. Assim, as b internaciénais de livros do Rio de Janeiro e de S&o Paulo tém co! elementos funcionais de mercado, importantes consequéncias prat dos livros que circulam no Brasil, o que leva a compreender certss varacteriaticas deste mercado cultural, determinadas pele Sspecificidads do produto que se pte em circulag%o. Como prac: lugares de mercado, as biensis permitem esbogar e introdu: de principios de mercado (Polanyi, K., 1 dos estados objetivados das lutas de © dimens&o institucionalizada e incorporada destes transformam em ambitos de consenso e disenso em um mesmo movimento. da premissa que afirma que 2 mensagens escritas entre um autor e@ um sistemas de categorias de classificag&o, de percess ordenadas por agentes especializados para tal fi os profission editores, livreiros, tradutores, literarios, bibliotecdrios, @ outros sistemas de agentes disposigko @ manipulam as estruturas materiais @ simbél orientam os esquemas de pensamento e ag%o, a percepg&o e 3 pelos quais um leitor reconhece um Livro e com ele um autor obra. Processo cognitive elementar na realizag&o do entendiment entre autores e publicos leitores, para produg&o, circulagio consumo de livros, @ diferenciagko em classes de leitores, auto @ intermediarios’. 4. As relagdes dos autores com a escritura @ as relagtes dos leitores com as leituras correspondem a duas légicas relativamente auténomas de relages com a cultura, pelo que @ possivel referir~ nos acs campos de produg%o e aos campos de consumo.Cempos homd logos que criam as precondig&es de existéncia do mercado cultural dos livros. Por isso se entende, seguindo Bourdieu (1998: 230), que intemediarios s&o um segmento dependente -de tais relagses de homologia e funcionam como pontes ou "tradutores" entre uma logi 2 cutra, Os espagos de intermediag&o serSo t¥o diferenciados quan diferenciados sejam os mundos dos autores ou dos produtores © mundos dos leitores ou dos consumidores. A diferenciagzo autores, a profissionalizag&o da carreira de escritor, o prince do autor se d& com a evolug&o do campo intelectual; a diferen de publico leitores ¢ possivel gragas & difusdéo de escritu sofisticag&o do sistema escolar (Goody, 1977). Dai que pens intermediarios do mundo dos livros @ também uma pega est para s@ pensar relagoes entre esses mundos. 4 A categoria profissionais do Jivro tem uma gé: paralela & trajetéria das bienais e @ central na construgéo das pessoas que possibilitam estes eventos na atualidade. ¢ uma Tepresentag%o com uma historicidade precisa utilizada segundo interesses © posigtes diferenciais no campo e enfatizada nas bienais. Enquento, nog&o englobante e@ homogeneizadora, deve ser co derada como um eixo de relagdes estruturadas @ hierarquizadas. Ao mesmo tempo 4 significative da evolugo de,especialistas para materializar a circulag&o dos livros e sua autonomizag%o como campo de relagdes com principios de organizag3o especificos relativamente auténomos de outras inst&ncias de autoridade (publicas, religiosas) que disputam a definigdo da cultura legitima. Um dos objetivos centrais deste trabalho 4 pois, analisar @ autonomizagko relativa de especialistas na produgso © na eirculag&o de livros no Brasil atual. A pesquisa fof inicialmente encarada como um estudo do campo editorial. Embora o peso dos editores como intermediarios culturais telvez 86 seja igualado ao dos eriticos literdrios, © embora a5 bienais sejam eventos organizados pelos editores, Progressivamente se ampliou conceitualmente o quadro de reflexto para os intermediarios em geral motivades pela caracterizag&o de categoria profissionais do iivro'. Cada sistema de especialista 5. Na soctologia da cultura é frequente a utilizag%o da nog’o de gampo da industria cultural, associada geralmente & nogso de cultura de massas e medios para a grande difus&% cultural. Baseando-me em Darnton ("0 que ¢ a histéria dos livros", 1990; 113) rato os profissionais do livro como campo de intermediagso ultural por considerar que este conceito ressalta, mais que a nog%o economicista de rig, ou os processos de dicotomiz 5 ercaniza segundo principios especificos e em relago c°0 A posig&o e@ disposig&o de classes de agentes nas bi So expressivas da especificidade atual.de atividades na p e circulag&o de livros, e seus graus de autonomizag&o relative. Po exemplo a localizagio e forma dos standes de érgXos publicos, deslocados para o fundo da feira, contrasta com grandes ¢ decorad standes das editoras dominantes do mercado situadas logo ne entrada. Pode-se mencionar também a ativa participag&o nas bienais internacionais dos agentes literérios, motivada por encontros organizados pela Biblioteca Nacional, onde proliferam discursos que tem como uma de suas principais férmulas retéricas a indicagko do preciso lugar e papel que os érg%os publicos representativos dos "livros brasileiros" devem ter, para permitir a organizag&o desta atividade especializada em transportar e colocar em mercados estrangeiros ou introduzir no mercado nacional, valores literarios. As fronteiras entre os intermedidrios do mundo dos livros s%o tensas © méveis, e envolvem interesses publicos e privados, como as bibliotecas e os leitores, a escolarizag&o e as leituras. Os profissionais do livro devem ser compreendidos como agentes sistematizadores e intermedidrios culturais, na medida em que se diférenciam a partir das agdes especificas que realizem sobre os livros: na competig&o por mercado, transformam os livr entre cultura erudita, popular e de massas, os processos cul especificos que do aos livros, enquanto bens simbélicos, matureza, de mercadorias © significagdes. Ou seja, ni Produtos econémicos dispostos a funcionar em um mercado, ma como produtos de um trabalho de imposig&o @ apropriagao em sua circulagxo, permitem a organizag&o da relag#o autor - leitor, e a express%o da variabilidade de classes que comptem cads estrutura elementar do mundo dos livros. Assim permitem que, a0 entrar em uma bienal de livros, com seus milhares de metros quadrados cobertos por uma emaranhada selva de publicagdes, o visitante penetre em uma paisagem homogénea e difusa que rompe e define a medida que se orienta praticamente', que encontra aqueles ambitos, stands, livros, posturas, esquemas conceituais, decoragées que funcionam como sinais que ativam os gostos e a percepg&o de diferengas através dos quais formula um espago heterogéneo, e guia um itinerario com livros que chamam a ateng&o e outros que passam desapercebidos. Sentidos obrigatérios e “proibidos", j& esbogados a nivel de pensamento antes de entrar no pavilhto da feira. Portanto editores, distribuidores, livreiros e outros expositores manipulam um poder para produzir sentido sobre os livros, os autores, os géneros, os modos @ as modas de produg¥o escrita. Incluir um Livro em uma coleg&o, escolher certos textos e outros 6. Outro conceito que guia a percepg&o analitica ¢ o de sentido prético, que procura centrar a ateng&o sobre os esquemas de Percepg&o © de apreciag&o incorporados sobre os quais se baseiam os Processos cognitivos © 4 crientagXo de um agente no espago social. Entende~se que este sentido de localizag#o no mundo s&0 guias dos habitus: Gondigko social feita corpo que em estado inconsciente ordena es classificagdes e juizos de acordo com a posig&o que o individuo ocupa em um campo de relagdes e no espago social. A nogko de sentido pratico nos conduz a estabelecer as bases sociais dos gostos, afinidades e divistes em classes que provoca a cultura. Se bem neste trabalho se parte prioritariamente da descrigéo de estados objetivados de relagdes da cultura, pretende-se construir, a partir das propriedades sociais que mobilizam os agente intermediarios, os estados incorporados, que em ultima inst&nci explicam 9 capital cultural em estado objetivado intitucionalizado (Bourdieu, 1988). See ee eee eeaeeaeaeaeeeaeaeeae eee ea ean eannneenae esa ona & MiMees pare traduzir, aopresenta los on varios tam) em diferentes amb fotografias, pinturas, expé-las chai fazé-los brilhantes ou opacos, configuragdes de livros, atribuir-lhes géneros, dividi-los @ subdividi-los ou sébrios, gpocas, editoras, autores, leituras, faz com que os livros objetos de densos enclassamentos! nos quais se expressam element ¢ relates hierarquizedas @ hierarquizantes, ave organizam "o mund getrés dos livros" (Darnton, 199Za1. Com & disposigzo dos livros 2° aicance dos consumidores, os intermediarfos 5° transformam em peg chave para a imposigao simbélica dos valores culturais de uma te de um leitor @ tambem epoca. 0 reconhecimento de wm Livro Por par um ato de desconhecimento, no sentide em que deixa suspense, ou em a merce dos habitus, 3¢ estado inconsciente, em estado pratico, ye veiculam a percepgto ¢ que aqui 5° relagtes classificaterias q) problematizam: a divisto, selegtio, classificag’e de livros que Segecsgn oe Letereediar tes, veteulan meonninns de consagrag#o de Bites (ES stores, através de) atoe quesanulen erbitrariedade das Pidbrai Piden So asi iagias , ndomstosrindensndenece dos suportes tipograficos que veiculem sua comunicagtor © 9° imagens ganham ov perdem forgas de representaguo ligadas S08 meios em que se Pita to BUiiifizoles tengo do texte on neclogismccienclasss i enclassador» Meira Heo. dasclassary etc. ne dnspizadonans tradugéo a Eien ccea para o oastelhano de)TA aistingaor (Bourdieu, 1969: Ruiz de Elvira, realiza para enfatizar © sentido dado P fatiavas dos termos classer, Classante, cla seur) para 30 Peeccveno, ako e variabi lidede de) possibilicadss que 25 praticas de classificagao (valha redund&ncia). Seeeeettzim (Chartier, 1990; Darnton, 1992n). - Deste modo se Postula que cs intermediarios s%0 uma engrenagen indispensével do campo de produguo cultura! para a realizag%o da ordam dos iP discursos Ae disputas para inst{tuctonalizar ordens de digcursoc ¢ ANAS Ae 98.66. 2eeeopats o-mnzer {alll Mil iene “ekg ies Ge tMierin sete mae es aueiestruturansoicampol(neanaveuyisy74aan Batches ycptcco deste pretends; tlumtnaroaspectaepemrerca tea cs pub Arideaclass!ficaqac nas quais se enlagam:prorissisnairiaé livre, SrgXos publicos, instituigtes religiosas, jornai com suplementos wikenerios @cutros intemediartos (interncneatelidl entre si), no PArcUUcTeuomsntolide cums gbienal, interact onalenan livro. As Slassiticagtes dos livros e,seus.em torno separam autores, eeteue? tg) Vids. | emprestrion,, leitorest: ecianie diferengas e distancias, classes hierarquicas de legitimizagao cultural. Dando eee ee peeppetaisMichel) Fousault, oss iiveoser & edigto s%0 “suportes pase cu orale Md uetmperul toms one-armecn tee Procedimentos de GPiasaee pose soureos.\ Conaiderajque opiises’ aie obra n&o sé srigeseshomogéneas, nem dadas imediatamente, rom remativeis 4 erigens de uma assinatura autoral, nee exclusivamente a0 discurs Bi peeee cdo NS: toxtohyparavo autor umuliveciaBe toe Tigorosos nem Giaros. & ‘um ponto em uma rede" 1to71. 19), que apresenta us Tiengl® I@indicagtes que remetom, explicitanentetcn no, a out BACs Acutros ‘taxton, a icutraritctey & Tundamentalmente, = ereueen ede, Ativemscos’ mecanismosi de (ecatcoien e delimi tags: Peo sgutteagto distri buicuo do discurcowmaccie se pretende fa toda gc? hipstese basal de Foucault que ctine que, "(...) toda sociedade a producto do discards esta ac mesmo te: Proceg ieee selecionada e@ redistribuida por in certo nume Borie mentSe lade temapore €ung&o, conjuras ioe poderes @ per Gominar o acontecimento aleatério « Materielidade" (1992: 11) esquivar sua pesada @ terrivel \ ‘ ‘ ‘ ‘ ‘ 4 4 a ‘ 3 relevo a agko Classificatéria dos intemediar do mundo dos livros, conhecem-se aspectos fundantes de enclassamentos ao que se submeten apropriag8o de livros, autores, obras. relagdes que proporcionem conhecimento sobre algumas sociais © culturais sobre as quais repousam os mecaniemos consagrag%o de obras © autores, Sob estas perspectivas, as bienais permitem obser compreender n&o apenas a diferenciag&o de profissionais do somo também alguns dos mundos que comptem o universo dos liv (Darnton 1992a: 9 - 111.,A morfologia espacial das bienais obje relagtes sociais e estruturas de significades que permitem compreender 9 valor simbélico de cada subespaqo neste campo, Fesultante de tais lutas de concorréncia © claseificag&o. 0 espago Gractibui, ©) diterencia por um) lado, os | diversos’ sittesce ae intermediarios (editoras, livrarias, jornais, instituigdes Ponencea: @tou)s| por oltrow ladov a agente task ieeaeees tipo de Intermediagdo, mas de diferentes origens (privada, publics, Teligiosa); finalmente os agentes de uma mesma espécie, me iferanciados por antigiidade, volume © estrutura da espécie 4 capital que poem em jogo (por exemplo, editoras de literaturs antiga © pretendentes de vulgarizagio e especializadas). A ans! dessas ruturas de diferenciag&o espacial constitui o obj Primario em cada observagto de campo. Conheceu-se o espaco cada evento, inventariando a populag#o de expositores *comunidades", conhecendo aqueles que eram os organizedores montadores, relevando aspectos histéricos _institucio descrevendo a diferenciag&o dos publicos. A interpretagao diferenciag&o dos expositores foi incrementada com a descri detalhada da série de categorias de classificag&o de livre explicitas e implicitas emcada stand, 6 o recolhimento sistematicc de catdlogos © outros impressos circulantes nas bienais. interpretag&o de diferengas primérias a partir desses dados, permitiu otimizar a escolha de uma mostra representativa de stands nos quais se descreveu detalhadamente os ambientes de exposigho. através da observag%o de suportes materiais, sinais, emblomas ¢ simbolos; atendentes @ piblicos visitantes, @ todo outro elemento © individuo que configurava o quadro de um stande e o mosdico de uma felra. Baseado nestas interpretagtes se apresonta no primeiro capitulo aspectos globais dos trés eventos observados. Primeiro se explicitam contextos historicos © instituctonais de realizag&o das duas bienais, para depois apresentar o eventos observados em suas Telagtes reciprocas © internas. Esta estratégia de apresentagao permite ressaltar diferengas sistematicas que levam a esbogar um modelo morfolsgico de organizag&o das bienais. Este modelo permite aprofundar em um segundo capitulo a analise da diferenciagao © autonomizag#o do campo editorial, através de um estudo de expressividade diferenciol de distintas espécies de livro. egentes editores observados nas bienais. Analisam: livros representados como de literatura, académic didaticos, esotéricos e ecolégicos, apresentando casos de edi representativas. Preferiu-se esta modelizag&o por géneros 34 que seu carater de representages amplas e difusas, englobam = pe indagar uma complexa rede de relages de oposig&o marcantes. exemplo: por que se identificam como de literatura uma edit antigs, publicadora de valores super consagrados guiada pela légic do lucro do capital econémico, e uma editora recente, baseada em langamentos e@ estratégias simbélicas préprias 45 pretensdes vanguardistas? Que variabilidede de agentes » concepgtes editoriais esconde a representag&o de boom dos livros esotéricos 7 Com este estilo de perspectivas se pretendeu ressaltar a natureza relacional das propriedades dos agentes, dos livros e dos autores, evidenciando os sistemas de possibilidades e referéncias nos qusis cada editora, imagem, género, escritor ou “modo de viver liter&rio” pode impor-se ou cristalizar-se, pode marcar época, @ fazer marcar (editorial), temporalizando o campo de disputas como um campo do presente (Bourdieu, 1977 : 40). Por outro lado, ainda que cade categorla-trace subespagos de concorréncia, definindo a espécie de livros que se movimentam em cada subespago e os capitais econémicos @ simbélicos utilizavei para sua produg%o e apropriagtc, = Presenga sincrénica nas bienais das variadas classes de li Permite analisar o peso especifico de cada g@nero e const modelo de relages hierérquicas, dominado pela diacrise li 12 2 0 principio do autor (Foucault, 1992: 24). Consid representativas aquelas que por suas distancias © 2s empresariais e culturais opostas, permite otimizar a andl forgas de diferenciag&o de cada subespago em seu relaciona: hierarquia de legitimizag&o. A diferenciag’o de cada mundo livros partiu da descrig&o densa das estratégias de exp: dentificagko armadas pelos expositores no interior dos stands. Estas observagSes fizeram parte de uma segunda etapa nos trabaih de campo, a partir da qual se recorreu & interag%o direta com expositores através de entrevistas’, A partir dessas escolh construfram-se parcialmente trajetérias de editores e empresas cruzades com informag&o histérica (especialmente Hallewell, 1985 e estatistica recolnida na Biblioteca Nacional e nas entidades de cla. se. Este capitulo permite compreender lutas de classificags especificas (ou melhor dito, "genéricas") que permitem transladar- pos em um terceiro capitulo a andlise das formas simbélicas que baseam as praticas de intercAmbio editorial efetivadas nas bienais, 2 que Ihe imprimem uu carater de instituigdes de consagragko 3. Esta opgio tardiamente ativada a partir da bienal de Sao Paulo, t foi acertada uma vez que percebi a "relag%o jornalistica” na qual os intermeidérios queriam envolver ao antropélogo. As bienais Tepresentam o momento anual em que os intermediérios se tornam t publicos, nas quais‘o jornalismo incrementa o tratamento da quest&o ; dos livros, desviando a ateng#o desde os sutores para o. t intermediarios, o que os leva a intensas disputas para aparecer = emitir opiniSes. Por outro lado, os agentes, especialmente os editores, se julgam muito seguros sobre o conhecimento dos aspectes Giobais do mundo dos livros, armando seu discurso com i Jeneralizegdes firmes e as vezes contundentes sobre si ¢ sobre os outros. # um discurso de dificil relativizagéo, que deve ser Fegistrado com objetivos previamente bem formulados. 13 te capitulo tem como objetivo demonstrar mecanismos simbélicos e institucionais que levem categoria profi ional do livro ‘correlativa: internacionalizag&o progressiva das bienai livro se destacam nas bienais em oposig&o ao publico © im novos par&metros profissionais internacionais através dar de homenagens, prémios, concursos e outras expresstes altamente ritualizadas'', que desempenham papel fundamen processos de diferenciag#o © autonomizaq%o do campo de produ circulag%o de livros. Estas relag’es permitem interpretar bienais como pontos de um circuite de feiras internacionais livres, que impte. através destes eventos, mudangas nas pratics intercambios simbélicos e mercanti + @ um redimensionamento concepgtes de nag%o e lingua, como principios ordenador: discursos imprimiveis em livros no Brasil atual. Nesta extremamente util o recurso comparativo utilizado para experiment as hipéteses, tanto em feiras de livros “menores", como as feiras rotativas que a Associag¥o Brasileira do Livro realiza por pracas Eduardo Viveiros de Castro, “como conjunto de precedimentos (‘gestuais, espaciais, gréficos, verbais) que objetificam Materializam as premissas cognitivas e categorias fundament. um grupo, © seus processos de imbricag&o e transformag#o (... isso que chamo ritualizago, mais que um envelope de diferengas sociais, que poderiam, subsistir sem ele, @ no @ proprio mecanismo de produg%o dessas diferengas - a m ritual que inscreve na terra (aqui poderiamos dizer nos os homens os significados, ¢ a prépria sociedade, e nada = ela" (1986:45) 10. Tomo 0 conceito de ritualizagyo no sentido lato que Ihe 4 do Rio de Janeiro, © Feira do Livro de Porto Alegre, organi pela Camara Gaticha do Livro; como em feiras de similar int "Internacional", como a "Feria del libro del Autor al Lector= am Buenos Aires e “Frankfurter Buchmesse" de Frankfurt. Estee referéncias permitiram considerar eventos contrastantes para situar © fenémeno feira de livros entre outros da mesma espécie. © fio condutor dos capitulos est& assinalado pelos diversas frentes que permitem abrir as bienais para pensar os variados processos de diferenciag&o e autonomizag&o progressiva do campo de produg&o e circulagio de livros. Como frentes esta monografia n&o pretende esgotar um objeto, mas sim afirmar sinteses Progressivas, como novas janelas que se abrir%o para aprofundar = construg&o de um estado atual do campo editorial, através de proximas sbordagens de pesquisa. Capitulo Primeiro AS BIENAIS INTERNACIONAIS DE LIvROS As Biensis internacionais de livros sao umas feiras geGetiesgue, a. partir de 1970 em sano Paulo e 1981 no Rio de Janeiro, se impuseram como momentos de grande importancia CececesntoeBractilolem quacss teak Sociedade com uma industria editorial desenvolvida, a modalidade Dienal - internaciona! apresenta certas particularidades Préprias aos circuitos atuais de circulacao des livros!, mente por editores e as Fepresentam ambitos de definigao, institucionalizagao, res. Por ser o maior Svento-pdblico' do mundo-dos livros no Brasil, também incentivam a Participagao dos outros =e Setamentos’ envolVidos;ana, produesiie ‘Na atualidade, internacional de live © modernizagao; Bevidez'e ograu de atividade ac mercado, sirculagso: livreiros, distribuidores, fabricantes de papel, graficos, tradutores, agentes literarios, bibliotecdrios ¢ autores. Aclsenceleditoras, livreircs agentes literamion on autodenominam @ denominam a esses conjuntos como profissfonais do divro, e frequentemente os partioularizam referindo-se a segnentos'. Por outro lado também participam organiamos de educagao e de cultura municipais, estaduais e federais, como a Biblioteca Nacional e outras instituigoes publicas que zelam pela ‘cultura brasileira", ce eaes nA produgao e circulagao de) 1ageeeT Outros meormactes) ssced ltcres|doliroviatas eid iariasqim empresas nao relacionadas com a produgao e circulagao de livros, que utilizam o evento como espago promocional. Mas as bienais mobilizam outra forga essencial: o publico leitor. Uma multidac que gira em torno de um milhao de visitantes reconhece, consagra, legitima, através Ge suas preferencias @ eleigoes, percepgces @ Suizos, nao sé ‘ttulos e autores, mas também correlativanente e em diferentes Gras, as agees dos diferentes intermediarios. Nesce sentido os Profissionais do livro nao s6 participam das bienais para realizar ee Outra variante mais restrita é a Enddstria sido? "livre, quell exclu escritores e livreiros. de profissionais da Professores, bibliotecarios, Dificilmente dentro do campo semantico protissionais do livre incluir—se-ia organicgos publicos, E mais, parte romizagao de um campo de profiseionais se derine cm grande cantar or CPOE GRO Ao publico-estatal, fonte de cuter inne cultural Pegulerseet competen, Os conflitos que as empress sdirerae mantém dag iarmente como estado faz com que predomine uaa vison negative das instituigoes publicas como fatored antinaturais na circulagao Go livros especialmente quando se dedicanc “tarefas econémicas" de eaigao e decisac sobre quantidade de exemplares e titulos de livros publ icen nsumidos pela escola ou outros dewinice de “interesse pani cotiderinidorea\de*sipiae camacaceae consumidores. definido pela nogac 17 negécios, mas também para disputar o reconhecimento paBEieo da marca a0 redor de seus autores. IntercAmbio simbélico fundamental para lograr seu proporcional econémico. As bienais internacionais de livros sao ao mesmo tempo espagos de consenso e dissenso, de ordeme diferenciagao, de negociagac e gisputa. Sao realizadas por acordos coletivos e veiculadas pel= agao agremiativa, criando e impondo condigoes globais de mercado que nao poderiam concretizar-se pela agao individual. Por um lado as feiras contam com estritas regras de organizagac © participagac que ativam agoes © representagoes socializantes. Por outro lado cada segmento mobiliza nas bienais suas entidades de representagao, transformando-as em Aambitos de consolidagac institucional e negociagac de interesses coletivos. Por exemplo, a V Bienal do Rio marcou a irrupgac institucionalizada dos tradutores. 0 sindicato (SINTRA) formado em 1968 tomou a bienal como espago para difundir, com panfletos, sua existéncia e seus objetivos de reivindicagao coletivos. A prépria diferenciagac em segmentos so expressa em modos anAlogos de estar nas feiras, e uma similar organizagao dos stands entre distribuidores, entre editores, entre organismos publicos, etc. Por sua vez, a ordem institucionalizada que estabelece 0 evento © cada segmento, se particulariza na montages de cada stand; @ internalizada diferencialmente por cada individuo em relagao a suas capacidades @ possibilidades, a sua destreza pare armar um stand, identificar uma marca, expressar seu patriménio de livros e, em ultima instancia, a sua situagao no campo e os acordos tacitos ou praéticos que dominam os principios de organizagac 18 campo da produgao e circulagao de livros em geral e de cada subcampo em particular. As feiras objetivam deste modo, um espago de concorréncia pela dominagao de um mercado cultural. Nas bienais internacionais de livros, ao diferenga 4° outras feiras menores, como as que a Associagao Brasileira do Livro realiza em pragas do Rio de Janeiro, com suas ruas e vielas de parracas verdes indiferenciadas, as forgas de divergéncia ¢ diferenciagao da cultura se agudizam, se aceleram ao redor de um jogo de exibigac e estratégias de distingac onde cada stand ¢ diferente ¢ encena um ambiente individualizante ajustado ao perfil do expositor, de seus autores e seu publico. No Brasil se realizam bienais internacionais de livros no Rio de Janeiro e em Sao Paulo’. Ambas as feiras respondem a uma mesma Légica organizacional solid&ria com padroes internacionais contemporaneos para a realizagao de feiras internacionais de livros. Mas o peso material e simbélico da feira de Sao Paulo faz com que a feira do Rio funcione alguns passos atras, tomando-a como modelo, competindo © demonstrando certos aspectos instaveis ou de feira em constante crecimento’. Como toda relagao construida sobre ‘ Um-grupo de empresdrios graficos nucleados na ABIGRAF, planeja a organizagao de um pélo editor em Brasilia, para o qual marcaram a realizagao em 1995 de uma primeira bienal internacional do livro de Brasilia para entre outros motivos, competir como e1xo Rio - Sao Paulo. + Ro mesmo tempo pode interpretar-se a bienal de Sao Paule correndo uns passos atras da Feira de Frankfurt, imitando © perseguindo seus para&metros e sucessos, desde os modos de intereambio de bens editoriais e a busca de um _ perfil profissionalizante, até a setorizagao do espago e a estilizagao dos cartazes, Como se ver& no capitulo 3 os contrastes com feiras de outros paises permitem por sua vez a descrigac de um circuito de 19 QRERRARLRRRRLALLELELLALLRRERECECREERRRAUALEEE °C © mundo dos livros no Brasil este parentesco pode ser simbolizado com @ nogac nativa de eixo Rio - Sao Paulo, vetor de tensao, oposigoes e complementariedades que, como duas metades com seus clas, pode explicar grande parte das razoes histéricas das diferengas entre ambas as bienais. As bienais de livros do Rio e de Sa0 Paulo constituem uma unidade social e cultural, que acs fins do estudo deve tomar-se como um bindmio. As semelhangas e diferengas entre as bienais internacionais de Rio e de Sac Paulo sao muitas. Os organizadores, promotores ¢ montadores; os espagos fisicos ocupades, as formas de organizagao @ as dimenssoes dos mesmos; as populagoes de profissionais do livro participantes; as populagoes de profissionais do livro em cada eidade; os suportes urbanos @ populacionais, com suas estruturas publicas e privadas (prineipalmente os suportes escolares-culturais que dao sentido ao que est& em tornc de cada bienal); e, finalmente, as representagoes com as quais, em suse curtas histérias, se armou cada evento para distinguir-se da outra bienal. A Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro se realiza em anos impares desde 1981 e 34 se realizaram sei aA versoes feiras internacionais de livros entre as quais circulam seqmentos dominantes na intermediagac no mundo dos livros de diversos paises, gesponséveis pelas dimensoes de uma carreira competitiva que da forma a importantes caracteristicas das feiras e dos mercados editoriais nacionais. “Em 1961 se realizou a Feira do Livro no Hotel Copacabana Falace. A feira seguinte foi montada no estacionamento do shopping Senter. Sao Conrado Fashion Mall, denominando-se 1a Feira internacional do Lirvo. 0 terceiro evento, denominado 32 Bienal Internacional do Livro, foi realizada no Riocentro, complexc Tunicipal de eventos e esposigoes localizado em Jacarepagua, no limite sul da cidade, a aproximadamente 75 km do centro da cidsde. 20 Bienal Internacional do Livro de Sac Paulo se realiza em anos P Geade 1970 @ em 1992 teve sua 12a verano. Ainda que a denominagac cacycethesesejashouonimary ceCal, atalpogentaeee legal do nome para a blenal paulista, o que ¢ “emprestado" a cua Parenta carioca. Os paulistas falam de sua fetra como A Bienal Internacional do Livro, ressaltando o empréstimo do nome @ 0 apoie que dao, a partir de sua experténcta e tradigao, & versac carioca’. Una primeira diferenga Surge a0 nivel das entidades de classe. SNEL ¢'0 sindicato patronal poskecitersejsortadotonli942) para’ ceoraane; a gerir as leis e convengcessdestrabalho, representandet cal interessentene patroes e cuidando da parte institucional. SNEL tem representatividade no governo federal ¢ ¢ reconhecido por este como a instituigao de representagao oficial dos editores, ee oeneeseetneee wal Esta terceira feira foi congressos. As quarta e q exposiqoes menor, @ soamente na sexta versace passou a ocupar o reese con 18; 000" a2” Segundo 'exarecascaerben Te A. Aisen, Satter de EBAL, & primeira feira aceistiu "a costa privilegiada", suregunda teve ‘um aspecto mais popular", one atualidade, "a multidao vem para ca, 6 uma obrigatortedede ACBL é uma camara comercial, io primeira feira de livros da CBL em Sao Paulo foi realizada Mota eo om UM 88paco que a Fundagao Bienal, presidide por Francisco Matarazzo Sobrinho, ofereceu no Pavilhae Bienal. Dois anos mais tarde, foi realizada a primeira Bienal. Por con vez a CBL tomou qamprestada* a denominagao da Fundagao Bieral at Sao Paulo, quem paministra o Pavilhao Bienal do Parque Tbirapuera na cidade de Sao Paulo. Esta construgao leva a marca arquitetenios de Oscar Niemeyer ede da internacional Bienal de Arte de Seo Paulo, conhecida Simplesmente como a Bienal de Sao Paulo e realizada desde 1951, Alem da denotaqao de periodicidade, esta denominagao é carregada pecans, Geum notavel capital de reconhectinsnte @, sem duvida, permitiré trazer, a partir 4a exploracas ce esquemas andlogos de difusac © instituctonalizacao, Intereesantes homologias entre o produces ames Plasticas © © campo editorial. coco campos de Pepaucac cultural. Atualmente a CBL a considera « quarta maior feira de livros do mundo, logo depois de feira de Frankfurt, o salao de Paris e a Feira de Nova Delhi. 21 meme Se eeneccceccacaannc... fundada por editores de Sao Paulo em 1946. Ainda que = CBL tambem tenha um amplo poder de reivindicagao, 0 foco do seu trabalho sac as empresas, e os objetivos se centram no desenvolvimento do mercado do livro e a otimizagao do comércio de livros produzides no Brasil. A sede do SNEL esta situada no Rio de Janeiro e a da CBL em Sao Paulo. A primeira estao associados aproximadamente 180 membros @ & segunda 250, emquanto que os editores mais ativos se encontram filiedos @ ambas as instituigoes. Outra diferenga significative se da em relagao aos quadros diretores de cada instituigao. SNEL ¢ geralmente dominado por um conjunto de editores cariocas e a CBL por editores paulistas. Esta diferenga de localizagao acarre miltiplas divergéncias entre SNEL e CBL, associadas as diferengas da estrutura do campo editorial em cada cidade. Na tensao competitiva entre ambas as cidades, se armam representaqoes identificadoras sobre os diferentes perfis editoriais do Rio de Janeiro e Sao Paulo, baseadas em uma virtual diferenciagac do trabalho editorial entre ambos os pélos do eixo. © Rio ¢ considerado pelos profissionais como o centro da produgac de livros de literatura geral e Sao Paulo de livros didaticos, técnicos, e religiosos. A esta valorizagao se lhe associa a idéis de maior profissionalizagao! e movimentagao econémica das empresas ‘ Pode-se mencionar, por exemplo, que a CBL conta com ums Escola do Livro encarregada de desenvolver atividades profissionalizantes tais como semindérios, encontros, e eventos culturais nao s6 para editores, mas também para bibliotecarios professores, livreiros, etc. A organizagao da socializagac pars acesso & profissac, j& conta com cursos regulares de editoragao nas universidades publicas mais importantes do pais (USP © UFRJ). Porem, a julgar pela experiéncia de campo, onde somente pude encontrar apenas uma graduada em editoragao trabalhando pars =me 22 paulistas, e maior antiguidade e tradigao das contrapartes cariocas. SAO PAULO RIO DE JANEIRO didaticos, técnicos, religiosos literatura geral volume peso simbélico { | profissionalismo tradigao movimentagao econémica defesa de interesses patronais mercado Estado "Alem de suas diferengas, o eixo Rio - Sao Paulo deve ser tomado como uma unidade analitica 54 que as relagoes materiais e simbélicas do mundo dos livros no Brasil estao objetivadas para que © eixo perpetue seu papel dominante na produgao ¢ circulagao. Descrevendo parte de suas dimensoes objetivas e institucionais, se descrevem as condigoes antagénicas necessérias para analisar aspectos da circulagao de idéias em outras regioes. Em outras palavras, no eixo Rio - Sao Paulo nao sé se produzem os livros do Brasil, como também se reproduzem as condigoes da produgao © circulagao dos livros no resto do pais. Ainda que a quantificagao do universo editorial no Brasil seja complexa, pelo menos 65% das editoras se distribuem entre estas editora (precisamente na EdUSP), @ pela participagao nos cursos “A produgao editorial de um livro", organizados pela Biblioteca Nacional, a sincronizagao ou solidariedade entre estes cursos © = tradigac "familiar" estabelecida no campo, evidencia certas distancias que mereceriam um estudo em profundidade. i e-S-O-O ea OOO eaaamaaaaaaanan.c.... _ 23 ga) duas cidades, semestre de 1993 pela agancia nacional do International Standard Book Number (ISBN) administrado pela Biblioteca Nacional, se obtem um total de 1116 pessoas fisicas e Juridicas inseritas « Basti ttedes pare publicar livros. Este total bastante vago 34 que ebarca numerosas pessoas que solicitaram inscrigao para publicar um se titulo, empresas inscritas para evadir impostos, agentes cancelados (os que mudam o numero do ISBN ao superar o numero de edigoes autorizadas, © aparecem recadastrados em uma faixa numérica anterior). Tomando em conta estas e outras Tessalvas, a listagem eftetal do ISBN para conhecer a populagac editorial no Brasil pode ser considerada somente em porcentagens, que deven ser Relstivizadas com outras fortes. Assim, um doe methores indicadores que podemos extrair é a proporcionalidade de inseritos por estados © regioes do Brasil: sinteticamente, 32,4% dos inscritos 520 de Sao Paulo; $1,7% do Rio de Janeiro; 5,2% de Brasilia; 4,5% do Rio Grande do Sul; 4,02% da Bahia: 4,03 de Minas Gerais. Todos estes Somam 61,05% dos editores registrados pela agéncia nacional do ISBN em 1993, dos quais Rie e Sao Paulo somam 64,1%, Este percentual ¢ considerado um piso minimo. Outras quantificagoes da populagac editorial no Brasil sao muito divergentes com respeito A listagem Berhi.do ISBN. As enticades’ de clases’ cénaideran somente as Beabsencs)c¢ v4". \Para\ a CHL né,, atualmentens aprostmenee. eteteen Beecseo: tives, hei para, © °SNEL- aproximadamente aio’ anaes que durante a VI bienal do Rio ambas as instituigoes teriam acordado fixar arbitrariamente um numero de 150 editoras ativas’. Segunt= Antonio Laskos, estatistico consultor do SNEL, o numero deles © menor porque a CBL considerou as pequenas, aquelas que produzes a= mais de dois titulos ao ano, ou que inclusive estao inatives durante um ano, Para ele, o eixo Rio - Sao Paulo concentra 85% 4 Produgao nacional; assim como Aluisio Teixeira Costa, gerente gera da CBL considera este indice préximo a 80%. Por agora sé interessa ressaltar que a distribuigao por regices ¢ similar, com Praticamente trés quartos das editoras funcionando entre Rio e Sac Paulo, © uma leve diferenga quantitativa na segunda no que diz respeito & primeira. Os "numeros" de ambas as bienais apresentam um constante crecimento", tanto em quantidade de participantes, como de Movimentagao econémica, metros quadrados ocupados, visitantes, langamentos e eventos paralelos. No Rio ainda que pese a expressac dos organizadores de que cada versao ¢ a consagradora do “maior evento cultural da cidade", os contrastes entre as dimensoes das "Esta quantidade, resultado de uma reuniao, mostra claramente a fabricagao e crenga nos numeros. As divergentes estatisticas setoriais que vinham realizando cada entidade (ver anexo 1), criava “descrenga" por parte dos filiados. Os objetivos da reuniao teriam sido, logo, o estabelecimento de acordos para trabalhar os numeros conjuntamente. A especializagao nesta tarefa, tambem 6 de Primordial importaéncia para as aspiragoes de internacionalizagac dos agentes locais. “As bienais também ganham forga como evento, apresentando-se através de numeros, com os quais se mede o éxito e a ascendente trajetéria das feiras. Representam uma carta de triunfo do diretores do Sindicato e da Camara, razao pela qual a divulgagao de suas estatisticas e projeqces numéricas muitas vezes sofrem ume Inflagao de “marketing” evidenciada nas declaragoes que c= erganizadores deram & midia durante as bienais (ver nota 37; p.69)- 25 ' 1 ‘ 4 4 4 4 4 4 ‘ 4 ‘4 ‘ 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 s 4 4 | 4 4 4 4 a f A A a a 4 4 4 4 bienais 54 realizadas dé uma sensagao de feira inst4vel"' © em vias de consolidagao na qual, antes do comego de cada versao, cada nova administragao do SNEL responsdvel pela organizagac, cria nimeros e formas ideais que se devem alcangar. # uma carreira que ainda nso alcangou sua plena realizagao "fisica" e cultural” A FESTA DE TODOS A Bienal do Livro do Rio «le Janeiro avinge, em 1993, 0 seu momen de consagraca Pelos dadios existentes no momento de fechar esta edigéo, as expectativas do eventos ultrapassam todos os limites da previsdo otimista dos seus primeiros momento A vit6ria do otimismo ¢ da perseveranca aparece retratada abaixo, num quadiro comparativo entre a tiltima edigdo (21) e a préxima (93). 1951 1933 Piblico 600,000 1,000,000 Livros comprados por visitante 31 4 Custo médio de livro uss 12,00, USS 12,00 Movimento em vendas ‘USS22.320.000,00 | USs48.000.000,00 Valor movimentado com servigos para o evento | US$5.000,000,00 | US$12.000,000,00 Area 8.000m? 18,000m? Langamentos 410 1100 Expositores 170 380 Eventos aralelos 60 150 Visitagao escolar 120.000 300,000 N° de escolas (geral) 920 1.780 Escolas particulares 650 1.350 EscolasPublicas 270 430 ‘A crenga nos ndmeros das bienais. (Jornal do SNEL, Ago. '93, p. 3) “A instabilidade ¢ uma representagao usada_ pelos erganizadores como constante recurso retérico vitim4rio - pelo menos para as bienais trabalhadas sistematicamente - para afirmar que a realizagao de cada feira foi um empreendimento "cheio de Gificuldades dada a atual crise econémica que atinge o setor". Neste movimento discursivo, as causas e condigoes da instabilidads se transferem ao Estado. Se as bienais buscam “criar imagens" e expectativas, 2 divulgagac de estatisticas também parece obedecer a tais sstratéegias. Na projegao de numeros publicada para a VI bienal; SNEL declarava ‘um crescimento de 100% !!* ("0 Globo", suplement @special “VI Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro", p.2: “Veja Rio", 16 - 22 Agosto de 1993, p.8), Em campo, como se vera, pude contrastar a draéstica redugao de algumas destas projecoes. especialmente o numero de participantes e metros quadrados por stand (ver nota 37, p.69). 26 | = Por empresas privadas". A bienal encarregada nao sé de prover materiais de montagem © servicos de polo, como também de enviar convites, captar publicos, projetar formas de apresentagac, e coordenar atividades recreativas o realizar tudo 0 que, neste setor, so chama mix de marketing. Sao 06 encarregados da propaganda e canalisam a cobertura jornalistica da bienal, BAY bienal toi patrooinada Fabricantes de Papel e © Nacional Seguros, Pela Associagao Paulista dos 2 @ VI bienal pela Nacional-Visa “Um exemplo agudizad wi bienal do Rio. a promogac do events foi amplamente induzida por publictdade @ marketing, levadaa a cence, pela FAG-EI, baseadas numa intensa propaganda nas ruas, pela tslevisao, radio e jornais, cujo enero Seglarado fot de use ‘210,000. "A isto se deve parte das Sansre®, Giferengas materiais entre a ve VI bienais do Rio de Janeiro, ambas montadas pela FAG-EI, e aproximagac de certos sree ntios Muméricos da bienal de Sao’ Paulo (4rea do pavilhao de so ge (08S © quantidade de publice). Mas oe ultima instancia trata- por 2mPresas de servicos a partir das quais devemos perguntar—nos eee aue® foram contratadas © que gama de recursos © consumidor ®xplorou. 27 S ) gaaananae PRARHKKRAK HHA DA APD ADAH OHA HAD HAHA HAHAH HOO wo ® @ Ge grandes feiras internacionais como a de Frankfurt, conta com @ependéncias préprias para controlar as relagoes com os meios de Somunicagac, o marketing, a montagem e a participagac em feiras internacionais. Estas relagoes sao introdutérias para compreender que = morfologia das feiras nao @ dada como espagos aleatérios o homogéneos onde circula naturalmente o que é bom para ser Publicado. Mas sim espagos construidos, altamente diferenciados « diferenciadores nos quais nao sé cada agente e cada titulo tem seu lugar, como também um sentido referido a principios de organizacac, seleqao @ separagao do universo de livros. Logo, os espagos das feiras nao sao causas, mas sim resultados de lutas de classi ficagac Para a imposigac econémica e simbélica dos valores especificos que comunicam os livros. UM UNIVERSO DE CLASSIFICAGOES: do catalogo ao stand, da classificagao ao classificador. Nas bienais nao se expoem todos os livros editados no Brasil, nem todos os personagens do mundo dos livros. Sao realizadas, a partir de violentos recortes e eleigoes, admiqoes & exclusces. Nas bienais os profissionais do livro tem nomes que se tornam publicos, as editoras se expressam como marcas, © os livros sofrem ordenamentos arbitrérios. & preciso digtinguir qual ¢ o universo de possibilidades proprias a estes eventos, entre as quais variam as classificagoes, tanto de individuos organizadores, 28 Partiotpantes, autores © visitantes, como de livros e suportes materiais. Como esclarecem Durkheim e Mauss, focalizar as formas de praticas culturais, j& que: weetseificar nao 6 apenas constituir grupos: é dispor estes Grupos Segundo relagoes muito especiais. Nes os representamos cated pe csnades| cu subordinadog uns acs outros, Aissoee que estes (as espécies) estao incluidos naqueles (oc géneros), que que co cs 2grupam os primeiros. HA os que dominam, cutios Ciagel teetttoa, outros que sao independentes entre al veos Classificagac implica uma ordem hierarquice de qual Dene censivel nem nossa consciéncia nos oferscen! modelo. Peve-se pois, perguntar onde fomos procuré leu (1981: 403), Expositores © livros se distinguem a partir de denominagoes, divisoes, classes, categorias de Classificagao que aglutinam, Separam e dao sentido as formas do espago. Longe de tratar-se de livros e editores equivalentes, estas disposigoes deven ser © quadro de uma bienal. Pretende-se demonstrar como as feiras, enquanto espagos apropriados material o simbolicamente, sao espagos Siuparncmen dt terencladon, te) scuanalian some een agente se fame one demmodolpantioular, com 0, espage’s aaniae outros agentes expositores. Como conhecemos estas ordens 7 A ecaracterizagao de Participantes @ stands de uma bienal nao é simples. Por um lado se 29 conta com varias listas sobre os participantes. © apresentado pelos organizadores no Catalogo Oficial. = possivel estes elaborem, uma vez comegado o evento, outra lists base: arranjos de ultimo momento. Por sua vez é possivel que @ participantes distribuam panfletos impressos com uma lista localizagao dos participantes em uma planta da fei em que ressalta o préprio stand. Outra variante de lista é promovida p Jornais e outros meios de comunicagao que cobrem as bienai Finalmente, o antropélogo no campo deve armar seu inventario contrastar as listas, para achar e entender presengas nao nomead @ auséncias nao explicitas". A descrigao da variabilidade de agentes e livros ¢ uma tarefa dificil devido & constante tentagao de valer-mo-nos positive homogeneamente das interessadas categorias nativas para separar os tipos de livros e participantes. Deve-se interpretar que cada categoria classificatéria obtem seu valor simbélico e sua forga como representagac, por oposigao e contraste com as outras categorias que formam o esquema classificatério e referencial de um agente e de outros. A dominagao de certas formas de classificagac sobre outras provoca o encobrimento de Livros e agoes editoriais correspondentes a individuos diametralmente opostos no campo “As listas circulam em profusao nas feiras. # o modo mai usado pelos organizadores e jornalistas para dar conta “do que ha” “O que significa uma lista 7", esta pergunta aparentemente estéril 6 uma ferramenta importante nas argumentagoes de Jack Goody (197 74) para demonstrar as implicagoes das formas de organizagao Pensamento e as relagces cognitivas as que compelem a organizagac da cultura pela escrita e suas tecnologias de organizagao Pensamento, 30 editorial. Um caso revelador disto, como se demonstra no capitulo dois, se d& coma classe Iiteratura, Por exemplo, se se considera © juizo corrente que atribui uma divisao do mundo editorial entre Rio de Janeiro e Sao Paulo, entre produtores de literatura na primeira cidade e de didaticos e técnicos na segunda, engloba-se rapidamente editoras como Record e Relume & Dumaré, ou Ediouro @ José Olympio, todas elas do Rio de Janeiro, como editoras de literatura; ou se omite o surgimento, desde meados dos ‘60, de bem sucedidas editoras de literatura em Sac Paulo como Companhia das Letras, Iluminuras, Estagao Liberdade ou Scritta. # neste sentido que, como classificador, cada agente esta compelido a classifiéagoes de si por outros, que o relacionam preferencialmente a outros classificadores classificados. Nao sé cada categoria distintiva adquire sentido na série de categorias com as quais se combina na apropriagao e uso que cada agente Ihes imprime, como também, ac mesmo tempo, o agente (e seus livros) adquire um valor ao ser classificado pela ordem a que aderiu e ajudou a formar. Trataremos de dar conta deste fenémeno para distinguir configuraqoes de representagoes que nos permitam caracterizar uma variabilidade de participantes e livros sociolégicamente significativa. Para a descrigao dos livros expostos dever-se-ia considerar criticamente a génese das categorias com as quais sao classificados. Aspecto reconstrutivel parcialmente nas bienais, a partir do conhecimento da expresividade relativa de cada categoria. Estas formam entre si matrizes compostas por séries flexiveis de BL denominagoes. H& duas formas de apresentar os livros nos stands: rotulando ou nac rotulando com categorias lingUisticas de classificagac e agrupamento. Nos casos em que o participante explicita as denominagoes nas que considera que se dividem seus vmateriais", nos deparamos com a representagaco nativa, seus sistemas denominacionais e os livros caracterizados. Nos casos que nao se explicitam categorias de agrupamento por género. tarefa de descrigao deve contemplar contato verbal com respons4veis pelo stand e analogias com outras ordens explicitas, como catalogos e stands similares. © catalogo como forma de ordenagao forga 0 editor & utilizagao de técnicas denominacionais e de fragmentagao do universo de livros préprios. A subdivisac classificatéria est& na base da configuragao dos catélogos. Funciona, por un lado, dividindo valores simbélicos da maneira dos tragos emblem&ticos dos tétens, a partir dos quais se pode remeter ao sistema de afinidades e genealogias (de autores, de geéneros e outras referéncias que configuram o que os agentes chamam 8 Iinha editorial). Os catdlogos sao quase os tnicos meios que comunicam cotidianamente o editor com os outros agentes intermediarios. A bienal, como se expressou, representa para eles um periodo extraordinario do ano editorial em que saem em cena, materializando minimamente nao sé a ordem de seus livros co também um conjunto de representagoes e agoes dissimuladas no sotidiano editorial, para atrair os gostos dos seus leitores © criar a marca. Nesta transformagao os editores se tornam publ © os catdlogos se desdobram em stands. Ambos se exibem com o% veskimentas para exagerar @ valorizar o patriménio cultural e eeonémico scumilado pelo participante. A andlige simbélica do stand eferece a oportunidade de interpretar como 0s catélogos, um registro impresso de dados objetivados em Papel, escondem uma complexa rede de individuos e relagoes observaveis em um espago multidimensional (visual, sonoro, corporal, temporal, mutante). a forma de disposigac dos livros em um stand permite revelar ordens © hierarquias ampliadas, © fundamentalmente, o papel ativo dos individuos (ou seja, seu sentido como agente) na cristalizagao e/ou moaificagac dos esquemas de classificagac. Estes sao atributos visiveis, terminais cognitivos de complexos processos de foal aan tUa9 80m Para, svosh quai) eeisees trabalhadores que speansavelmente)fazen-a-s1ctenatica pundeirétdiceln circulagac. Ao indagar os modos de classificagao dos Profissionais do livro vemos Some de nenhuma maneire ha unicidade nos critérios ontolégicos de classificagac. 0 que para um profissional # um livro infantil, outro pode ser um infanto-juventl, para um terceiro um paradidatico * Para um quarto as trés coisas ac mesmo tempo. 0 que demonstra que neo @ a natureza do livro que impoe uma forma de Classificagao e que estas constituem pontos de consenso -ao coincidir mais de um sgente em uma mesma palavra para denominar um agrupamento de livros~ e de dissenso -ao diferenciar, nas apropriagoes especificas nas concepqoes e representagoes de cada Classificagao (no que Permite e impede) wa Pshoategoriac.de.claasit(caqacasanareatemt ran 33 = Um mesmo movimento dialético, todos os agentes distribuides no Sampo que formam os profissionais do livro, o que as transformam em vetores de relagoes em disputa: os profissionais formam um campo de forga a0 estar unidos em suas oposiqoes e lutas para impor modos Sspecificos de classificagao e apropriagao de livros. Deste modo concluir-se-& que um profissional do livro nao sé se define © identifica pelas representagoes de seus livros mas também pelas formas de representa-los. Porém antes de tratar das editoras editores, livros e autores, leituras e leitores de modo individualizado, ¢ preciso comprender os espagos globais das bienais © suas distribuigoes possiveis. A compreensao da morfologia dos espagos das bienais deve ser introduzida por uma andlise das regras e maneiras pelas quais cada agente passa a participar das feiras. # preciso indagar como cada agente ganhou o espago que ocupou e o que significam as distribuigoes e proporqoes observaveis na descrigao e interpretagao dos espagos de cada bienal. © ESPAGO E SUAS POSSIBILIDADES Imposiqao de regras de participagao © incorporagao de posigoes As bienais longe de serem feiras amorfas, estao dotadas de estritas regras de organizagao e normas de conduta. 0 esforgo pars realizar e@ expor em uma bienal ordena, para quem pretende 34 Participar, uma série de atividades durante o ano ou biénio que Geest om cues bienais. 0 andncio e abertura de inscrigoss geraimente se da poucos meses depois de terminada a feira anterior, e o maior impulso de langamento e publicidade comega durante a bienal em curso na outra cidade, um ano antes. Outra feira, a de Frankfurt, € tomada para a promogao internacional das bienais e a captagao de Participantes e expositores estrangeiros. A Inscrigao 6 possivel até poucos meses antes da realizagao da felra ¢ a antecedéncia de inscrigao permite prioridade na escolha Ga zona da feira a ocupar. A distribuiqao de espagos se realiza om wins Teuniao geral na qual funcionam dois critérios: prioridade por tempo de inscrigao @ superficie alugada, e sorteio. Quem organiza © microespago de um stand tem in mente o macroespago e tudo o que este implica, permite © impede. Mas as regras do jogo nao coincidem homogeneamente com as normas instituidas nos estatutos e Fequiamentos, Ac serem internalizadas diferencialmente por cada expositor, dependem em witima instancia dos usos efetivos que se modelam nas praticas e competéncias entre os expositores, adquirindo sentido a partir do patriménio mobilizavel por um agente © sua posigao no campo. Forgas que desfazem as tentativas Gemocratizantes ou a busca de um plano de distribuigoes sinétricas Planejada no periodo de inscrigoes pelos organizadores (plantas 1 © 2, pagina seguinte). Para cada interessado representa um esforgo econamico ¢ erganizativo. Ha expositores que, tendo participado de todas ou quase todas as bienais de Rio © Sao Paulo, manejam a dinamica de 35 Brepsragac para uma bienal com desenvoltura ¢ previsao. Estes tem we modelo fixo de stand e um estilo expositivo que oscila entre os limites possibilitados por um conjunto constante de arquitetos ¢ Gesenhistas contratados, ou “da casa"; ao mesmo tempo em que conhecem de antemao os requisitos de participagao e as varidveis de ofertas que escolherac, entre as possibilidades de regras impostas pelos organizadores (normativas para a montagem do stand e exposigao). Deste modo asseguram, invariavelmente, a ocupagao dos maiores stands, localizados na privilegiada posigao “préxima & entrada* da feira. Para os pretendentes, os iniciados na arte de participar das bienais, o esforgo econémico para pagar cada valioso metro quadrado de stand ocupa quase todas as decisoes'’. Ainda que a barreira do prego por metro quadrado de stand seja um argumento recorrente de todos os participantes, este se agudiza nos pequenos expositores, os que nao planificam nem decidem, geralmente, o desenho e localizagao dos stands, que sao montados em tamanho Padrao, com os materiais oferecidos pelos montadores @ préximo ao fundo da feira". Em sintese, os participantes dominantes do campo, as maiores, tradicionais e antigas editoras, contam com condigoes de desprenderse das necessidades econémicas da feira para pensar "0 prego por metro quadrado de stand varia segundo « antecedéncia de inscrigao, o modo de pagamento e a associagac ou Rao ao Sindicato ou & Camara. Por exemplo, para a i2@ bienal de Sao Paulo o leque de variagao de pregos por metro quadrado de stand crecia, desde US® 115 para associados, e pagamento a vista no primeiro mes de inscrigac, ate US$ 290 para nao associados, = Pagamento em parcelas, seis meses depois (20/2/92). A partir desta data o metro quadrado para associados se fixava, a vista em US$ 220 © para nao associados em US$ 320. os valores monetarios para a i BIL-SP ¢ a Ve VI BIL-RJ, rondam estas cifras, 36 ricas: plano inscrigao) e finalmente I bienal do Rio (dias de feira), a agao nas dec mo espetaculos e fixer stands e outros jogos simbélicos, outras préticas “sem sen pratico", que exigem os consagrades vultos literérios que ex uma marca empresarial reconhecida e o marketing para os produtos ce venda r4pida que prevalecem a frente de seus stands. Os dominad: pequenos, novos e iniciados participantes, estac compelidos @= necessidades econémicas @ aos altos custos que acarretam o comego de uma carreira e um ritual para fazer-se um nome. Poderia dizer-se que nas bienais se entra "pela porta dos fundos". A frente parece um caleidoscépio configurado sempre pelos mesmos participantes. As observagoes comparativas entre a Vea VI pienais do Rio reforgam esta proposigac. Como se vé nas plantas 3 e 4, dos 30 participantes da bienal de ‘91 ausentes na de ‘93, 19 se localizavam préximo ao pélo posterior e 11 préximo ao anterior. Assim mesmo, dos 50 novos participantes na VI blenal, 41 se localizavam préximo ao pélo posterior (margem inferior), @ somente 9 préximo ao anterior. Por outro lado, se se acrescenta que somente 13 participantes na VI bienal do Rio estiveram ausentes na bienal de Sao Paulo, se reafirma o carater da bienal do Rio como feira instavel e subordinada em importancia @ bienal de Sao Paulo. Pode~ se recorrer a uma metafora geolégica para descrever a regiac posterior das bienais como uma 4rea afetada por movimentos sismicos e mudangas em profundidade, @ a parte anterior como uma pla est4vel, antiga, submetida a erosoes superficiais, ciclicas © ¢ certa previsibilidade. Esta diferenga se objetiva na forma iden dos stands de quase todas as editoras localizadas préximo & en 38 39 Planta 3: Participantes da V BIL-RJ ausentes na VI. Planta 4: Participantes na VI BIL-RJ ausentes na V. @a Feira e os valores superconsagrados que publicam as editoras de literatura para a grande difusao, o que cria um ce sincronizagac, que sé volta a ser temporalizado como se vera proximo capitulo, com a aparigao de algum movimento de vangua: associado a empresas que “marcam época*, e que sempre surgem no Panorama editorial desde posigoes posteriores das bienais. As normas dos organizadores abarcam tanto questoes espa gerais, como normatizagao classificatéria para o controle da dos livros. As classificagoes de livros e agentes comega nas préprias fichas de inscrigao nas quais se solicitam, no Ric "Os tipos de obras a serem expostas ou de sua edigao/distribuigac". Esta lista oferece opgoes entre 96' categorias lingiisticas numeradas para classificagao de livros. Cada uma contem uma categoria simples, ou um unico rétulo classificatério. Na bienal de Sao Paulo utiliza-se uma “Classificagao dos titulos editados/ distribuidos*. Trata-se de uma tabela do ISBN que contem 238 unidades classificatérias, na qual cada numero pode conter até 6 sub-ordens classificatérias, o que implica um quadro ordenador extremamente mais complexo que o oferecido pelo SNEL para a bienal do Riol'. Com base nestas informagoes sac redigidos os Catélogos Gerais das feiras nos quais se ordena os participantes. Como se analisa no segundo capitulo, a partir das légicas de disposiqao dos livros nas bienais, estes ordenamentos “oficiais" inicia homogéneos e de categorias equivalentes, também se dissolvem “Estas maneiras de classificar os livros respondem a pa glassificatérios internacionais atualizados periodicamente Sistema de Classificagac Decimal Melvil Dewey -CDD-). 40 ordenam hierarquicamente entre as categorias incorporadas utiitzadas por cada agente, como ferramentas para impor categorias de percepgao e apreciagao legitimas- A demonstragao destes jaasVocauentoatoulajustes praticos!ganha lmaionisentide ee ee expoe Gados sintétioos e sistem&ticos correspondentes as trés bienais observades, que permitem contar com nogoes sobre as dimensoes de cada evento, os nomes e posigoes de cada participante, as estruturas materiais mais caracteristicas '@ quaisquer outras relagoes que canalisem a formulagao de um modelo morfolégico de organizagae dos espagos das bienais internacionais de livres. Distribuiqoes, diferenciagoes e hierarquias As diferengas entre as bienais observadas caracterizan-so por Um crecimento das dimensoes globais desde a V bienal do Rio até a izagptenalWdelscomraulowmetas ‘relagats\ieaen Zen resumidas na seguinte tabela: Tabela n@ 1: Bienais em numeros. — Vv BIL RI vi pit rs | xtr prt sp No de expositores 170 380 soo No de participantes 133 148 2368 [No de stands 106 125 217 Publico (mil) 600 950 1000 Escolares (mil) 120 300 300 Escolas visitantes 920 1780 1000 Area ocupada (m2) 8000 18000 26500 Area / stands (m2) 5197 6000 11669 at ee eeteeeee ne eee _____—__ Paises participantes 4 a Dias publicos 12 10 10 Dias exc. profissionais i 1.5 3 Eventos paralelos 60 150 Langamento de titulos 410 1100 Fontes! CBL: Regulamento 128 BT Trabalho de campo. Considero como participantes as empresas ou ocupavam individualmente um stand, ou a cada uma das compartilhavam um stand nomeado pela marca ou denominagsc diferentes responséveis. Também os participantes podem de como aqueles agentes inscritos aos quais foi entregue um = Assim, o numero de stands 4 menor do que o numero de participan considerando-se que um stand podia estar dividido por vari Participantes (por exemplo, o stand de Portugal na V BIL-F contabilizava 12 unidades-participantes; o stand da ABEC agrupave 5, etc.), ou que certos agentes costumam participar das bienais conjuntamente (como por exemplo, Companhia das Letras - Jorge Zahar, Gaia ~ Global - Ground, Civilizagao Brasileira - Bertrand - Difel, Vila Rica - Itatiaia - Briguiet e Garnier, etc.). Em outros casos uma empresa editorial expunha livros de mais de uma marca ou selo préprios, ou cedia espago de seu stand a uma firma associade ou "amiga", © que se exteriorizava em stands divididos, como p: exemplo, os da Nova Fronteira que incluiam espagos particulares Para a Nova Aguilar e Edigoes 34, ou a Record que incluia em seu stand divisoes para Nova Era e Rosa dos Tempos. A partir da clare individual de um stand, o universo de quem estava em uma bienal tornava difusa. Os organizadores introduziam outro aumento numer a0 considerar como expositores as editoras representadas po ciatribuddoras'!. Neste cago o-ndmero aumenenen considerando-se, ou ss Tepresentadas por distribuidoras como Unilivros, Vérios Escritos, Irradiagac Cultural, Union Pour L'Expansion de 1a Presse Frangaise dans le Monde (Unipresse-Franga), Federacao Espirita Rio de Janeiro, Associagao Brasileira de Difusao do Livro em Golegac (ABDLC], etc, Baseadas neste atributo as entidades classe declaravam & imprensa a presenga de mais expositores do que 08 que podem ser considerados participantes. As proporgoes ressaltadas na tabela indicam & primeira viet aeSingsZaeibienal de, S20. Paulo, foi, ac menos em quantidades de Participantes, stands e superficie, A © dobro da V bienal do Rio. diferengas sao menores no que diz respeito ao PUblico e escolares Masyensiawaiaistcy ghcte, | daver—se ka, _agresetvos campanhas Publicitérias que, como se mencionou, Caracterizaram a ative Baguagihegao, da. FAG-EI na Vi Lienal_¢o’ Rio, © a um intecece explicito de ambas as entidades de classe na formagao de um publi leitor brasileiro. Sa0 Paulo, como a tabela seguinte ajuda a visualizar: eStats ales "As distribuidoras repetiam a exposigac dos livros de maior wenda de editoras representadas que expunham na bienal one stan Demet ete ae ouhelO,auall,.nestes, casos ,JosWorgantzadarec essai Goment® Aauelas edftcras|dictribuidasl sem @tandenaaniecein 43 Tabela nQ 2: Lugar de origem dos participantes por bienal. Origem | N | Nao RI SP Identif. Evento, y_ BIL. RJ 133 |_7 | 5,26 57_| 42,85 46_| 34,58 VIBIL. RJ 14g| 3 |2,02 | 68 | 45,94 52 | 35,13 XII BIL. SP 238] 25 |10,54 | 43 | 18,14 | 121 | 51,05 MG RS DF Outros Portugal | Outros Estados Paises 4 {3,00 | 1 los | - = 2 [1,05 [12 [2.77 | 2 [2.25 so [aos | -[ - Ts [eo | 2 [iss [5 [5.40 | « [2.70 5_|2,10 | 9 |3,79 | 2 |o.e4 | 2 fo,o4 [14 15,90 | 17 17,59 Fonte: Trabalho de campo. Esta tabela permite perceber que além do maior carater internacional da bienal de Sac Paulo, nas blenais domina uma maior presenga relativa de agentes paulistas. Também a dominagao de agentes cariocas nas bienais do Rio, menor proporcionaimente que a extrema dominagao de agentes paulistas em Sao Paulo, alerta sobre as condigoss locais des eventos. Outras diferengas significativas surgem ao nivel das caracteristicas dos participantes: Tabela_ng 3: Distribuigao percentual de tipos de participantes. v BIL RJ | vi BIL RJ_| 12a BIL SP Editoras” 4644 54 59,68 Editoras - graficas 14,29 8,33 5,41 Editoras - livrarias 4,8 7,85) 6,58 Livrarias 5.6 6,33 Zeist Distribuidoras S52) 3,33 3,87 Empresas de periédicos 6,76 2,33 Ot Fabricantes de papel 0,75 1,33 1,16 44 Orgaos piblicos 142 4 2,71 Representantes de paises signe | Giiorea 6,97 Empresas nao produtoras- 6 4,66 5,84 distribuidoras de livros outros 2 = 1,54 Fonte: Trabalho de campo. Entre estes percentuais, ressalta-se a maior proporcionalidade de empresas definidas pela produgao e distribuigao de livros na bienal de Sac Paulo, em comparagao com a do Rio. Inversamente cresce os percentuais de participagao de érgaos publicos, empresas de periédicos e agentes nao relacionados com a produgao e distribuigao de livros no Rio de Janeiro. Este quadro de diferengas ressalta, sinteticamente, um carater de diferenciagao progressive do campo, entre a V bienal do Rio e a 128 de Sao Paulo que permite evidenciar um papel mais ativo do evento paulista no trabalho de autonomizagao relativa do campo. Estas estruturas correspondem a uma maior especializagac da CBL, em comparagao com o SNEL, para 4 realizagao das bienais. A CBL foi reformulada como entidade empresa, a partir de 1987 com a nomeagao de Aloysio Teixeira Costs como gerente geral e procurador, a quem ¢ delegada a coordenagao d= Comissao Executiva das feiras, para o que a CBL conta com departamentos exclusivamente dedicados ao planejamento da bienal, como secretarias de imprensa, a Escola do Livro para a realizage dos eventos paralelos, as jornadas profissionalizantes, etc. A CBL planeja, monta, divulga, negocia e comercializa tudo na bienal, contratando, ocasionalmente, empresas fornecedoras de materiais = J& 0 SNEL, como se informou, delega grande parte 4 servigos. 45 { ' ‘ ‘ ‘ ‘ 4 ‘ ‘ ‘ ‘ ‘ 4 ‘ ‘ ‘ ‘ ‘ ‘ ‘ ‘ ‘4 ‘ ‘ ‘ ‘ ‘ ‘ ‘ ‘ ‘ ‘ ‘ ‘4 4 4 ‘ 4 ' 1 4 ' ' ' 4 responsabilidades pelas decisoes sobre as bienais & empresa de eventos FAG-EI, especialmente a comercializagao e divulgagac. A significagao das proporgoes ressaltadas poder-nos-ia lever @ tragar complexas relagoes da histéria da diferenciagao dos campos culturais no eixo Rio - Sao Paulo’. Creio porém que est significagoes podem ser progresivamente interpretadas = complexificarmos a descrigao de processos de diferenciagac observados no espago de cada bienal. Espagos © agentes No que diz respeito as dimensces © proporgees tratadas, a caracterizagao da distribuigac dos agentes no espago comporta uma estrutura de caracteristicas complexificaveis de evento para evento. Por isto considero apropriado tratar particularmente a morfologia espacial de cada feira para, a seguir, tragar um modelo geral. Por sua vez esta din&mica permite apresentar a série de agentes efetivamente participantes por evento e interpretar relagoes que permitam marcar o peso relativo com que cada um se apresentou, e as redes de relagoes que conferiu importancia ¢ legitimagao a cada bienal. * Especitalmente poder-se-ia ampliar a problematizagao 4 diferengas en termos das estruturas educacionais ¢ institucionalizagao da cultura construtda em cada cidadi Consciente da importancia destes fatores causais e impossibilidade de um tratamento exaustivo nesta disertags apresento alguns dados complementares no apéndice 2. fap 46 V Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro Esta feira realizou-se no menot pavilhao do complexo de exposigoes do Riocentro, Jacarepagué, entre 27 de Agosto e 7 de Setembro de 1991. A distribuigao dos stands nos espagos nao era setorizada, razao pela qual o caminho de circulagao na feira se Senominava ebrigatério. A partir da “entrada* eaian dois corredores de duplo sentido de circulaqac, que definiam um tragado simétrico (aseado em um eixo anterior-posterior) ziguezagueante Por curvas Ge 902 que, na regiao da entrada, eram mais préximas. Entre cada metade lateral, definida por nimeros de stands pares ou impares ‘diretta © esquerda respectivamente, olhando desde a entrada) nao se distinguiam diferengas morfolégico-espaciais marcantes, Tnversamente, os stands e a morfologia do espaco se diferenciava gradualmente entre o extremo anterior @ o posterior. Quadro 1: Participantes da V Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro Stand Participante/s Lugar de origem Se) Agéncia Siciliano de Livros, Jornais e revistas caeern Editora Nova Fronteira. 3 RS Galileo livraria Ltda. (e Liv.Leonardo da Vinci) 4 sp Editora Moderna. 5 SP Editora da Unicamp - Pontes editores - Editora Lisa. 6 RI Atheneu Editora. 7 RS Rio Fundo Editora. 8 SP Editora do Brasil. 9 RS Livraria Kosmos Editora Ltda. 10 RI Método Fausto Oliveira (Seame editora) 11 sp Circulo do Livro S.A, 12 SP Editora FTD S.A. 13 RJ Editora Campus Ltda. 14 RI Distribuidora Record de Servigos de imprensa S.A (Record - Rosa dos Tempos ~ Nova Era) 15 RJ Instituto Liberal (RJ) 16 RJ Editora Rocco Ltda. 17 RI Jorge Zahar Editor Ltda ( e Editora Schwa SP Companhia das Letras) 18 RJ Livraria José Olympo Editora S.A. 19 RJ/RJ Editora Bertrand Brasil (e Civilizagao Brasileire — SP Difel). 20 SP Livraria Martins Fontes Editora Ltda. ZigE Se! ABEC: Associagao Brasileira de Editores Cristaos SP(4) (Editora Betania - Juerp - CPAD - Vida - Centro de MG Literatura Crista) 22 RS Ao Livro Técnico S.A. Ind. e Com. 23° SP Livraria Nobel S.A, 24 RI Vira e Mexe Editora Ltda. 25 RS Cidade Cultural. 26 Fr UNIPRESS: Union Pour L'Expansion de la Presse Frangaise dans le Monde. 27 RI LTC: Livros Técnicos e Cientificos Editora Ltda. 28 SP Global Editora e Dist. (e Eds. Gaia - Ground) 29 SP Editora Logoséfica, fees) fay ‘Straabos Plano 5: V Bienal Internacional do Livro do Rio de Jane 48 30 31 32 33 34 35 E 36 37 38 39 40 42 43 44 45 46 47 51 53 54 55 57 59 60 61 61a 62 63 64 65 66 67 68 69 10 SP SP Ro RI RI RI SP RJ SP RI RI 42A MG SP/RI SP RJ SP RJ Port RJ SP SP MG SP RI Ir RI SP SP RI SP SP SP RI Atual Editora Ltda. Editora da Universidade de Sao Paulo (e Unesp). Brinque Books Editora de Livros Ltda. Livraria Francisco Alves Editora S.A. Companhia Editora Forense. Editora Guanabara Koogan S.A. Editora Paz\/@sTerra,S*A.(etedigces Graniittaal+ Cortez Editora e Livraria Ltda.) Editora Tecnoprint S.A. (Ediouro) ABEU: Associagao Brasileira das editoras Universitarias. Casa Publicadora Brasileira. Sodilivro: Sociedade Distribuidora de Livros S.A. EBAL: Editora Brasil — America S.A. Editora Briguiet ¢ Garnier Ltda, (@ Villa Rica - Itatiaia) Edigoes Paulinas. Editora Globo 3.A. Varios escritos Com. de Livros Ltda. Edigoes Aduaneiras Ltda. Imago Editora Importagao e Exportagao Ltda. Instituto do Comércio Externo de Portugal: Associagao Portuguesa de Editores © Livreiros (Ed. Texto, Ed. Porto, Livraria Civilizagao, Ed. Cotovia, Ed. Livros do Brasil, Livraria Almeida, Ed. Presenga, Edigoes Asa, Ed. Desabrochar, Circulo de Leitores, Chaves Ferreira Publicagoes, Ed. Afrontamento, Ed. Lidel, Ed. Dinelivros); Meribérica ftiber ed. Ltda.; Afrontamento; Editorial Verbo; Ed. Lelio e Irmao; Bertrand Ed.; Livros do Brasil; Ed. 70 Ltda; Publicagoes Europa - America; Ebradil (Distribuidora de Sao Paulo); Publicagoes Dom Quixote y Paisagem Editora @ Distribuidora Irradiagao Cultural Ltda. Fondo de Cultura Econémica Brasil Ltda. American Express do Brasil Ltda. Turismo. Editora Nova Cultural Ltda (e Ed. Best Seller) Editora La S.A. Saraiva S.A. Livreiros Editores. Livraria Interciéncia Ltda. ETC (Correios) Ira (Embaixada da Republica Islamica do Ira) Alfarraibo Livros Ltda. Devir Livraria Ltda. Enciclopaedia Britanica do Brasil Publicagoes Ltda. Editora Liberato de Publicagoes Ltda. Moore Formulario Ltda. Companhia Melhoramentos de Sao Paulo. Junta de assisténcia Social Islamica Internacional Cbrasileira) Artes Graficas Industrias Reunidas S.A, Livraria Agir Editora) i cece Apel Editora e Dist. de Livros Ltda. ms RS Book's Rio Comércio de Livros e revistas 74 RI Editora Vozes Ltda. 75 RI Editora Abril 5.A. (assinaturas) e@ Abri 78 RI Livraria Freitas Bastos S.A. 19 RD Editorial Nérdica Ltda. Si SP Editora Atica S.A. 62 RS Multi Market Comércio Int. e Rep. Ltda, (Newsweek. News Magazine) 85 SP Editora Riani Costa Ltda. B66 ES. Secretaria de Educagao e Cultura de Espiritu San 88 Esp. Ministerio de Cultura de Espafia. 89 SP Editora Maltese Ltda. 93 SP ABDLC: Associagac Brasileira de Difusao do Livro em Colegao. (Livraria Editora Iracema Ltdas Altair Brasil Editora Ltda; Libreria Editora Ltda; Opus editora Ltda; Editora Nerman Tucano) 94 RS Federagao Espirita Brasileira 96 Banco Bradesco S.A. 97 RI Editora Abril Jovem S.A. 101 Lual. 102ASP Editora Rideel Ltda. 102BSP ~ Enciclopaedia Britanica do Brasil Publicagoes Ltda 104 RS Secretaria Estadual de Educagao. 105 SP Cia. Suzano de Papel e Celulose. 107 SP Camara Brasileira do Livro. 109 RI KSK Viagens: Kattelmann Schuch e Kuhn Agéncia de Viagens e Turismo Ltda. 1O9ART Editora 0 Globo - Sistema Globo de Radio. 110 SP Special Books Services Livraria Ltda. Lit RS Editora Gilberto Huber - Paginas Amarelas. 116 RJ Secretaria Municipal de Cultura. 120 RI Secretaria Municipal de Educagao. 122 MA SIOGE - MA: Servigo de Imprensa e Obras Graficas do Estado de Maranhao, 124 Club de Leitores de Ficgao Cientifica. 126 RJ Biblioteca Estadual Celso Kelly. 128 SP Revista Ciéncia Hojé (SBPC) e Rev. Leia. 130 RI Editora Terceiro Mundo Ltda. 132 RI Fundagao Biblioteca Nacional, 136 RJ Unilivros Distribuidora Ltda. 138 RI Bloch editores S.A. 140 RI Teles Sales Representagoes Ltda. (Time) 142 RS L & PM Editores Ltda. S/N Isto S/N Mecs. Ed. Préximo & entrada se dispunham editoras e distribuidoras livros, de maior antiguidade, com tradigao de participagao nas 50 que identiticam Hat nies APelgelEdiouroveae 155 mrecedal UmkeRGlistance sae 100 m2 (ABEC: Aswociagao Brasileira de Editores Cristacs; ABEU: Associacao Brasileira das Fattoras Universitarias; Ctvilizagao Brasileira — Bertrand Brasil — Difel; FTD; Atica; Vozes), Nestes stands se observou entre tamanho (valor econémico) (simbélica de apresentagao), encontrar organizadores 30 que representagao de ci, as bienais sao Ambitos que impuistonam & exaltaga, ‘© das estrategias de distingao cultural que devem Scomanhar © souk, oii vreat Estas empresas ganeumente -dedtacavamp. 2 luminosas que Sobrepass, Consagrados © consagrantes) cada participante, 9 estrategias expositivas (260 ie a Permanentes ou enquadradas em estilos de stands que p. identicos de bienal para bienal, ou variantes base: repertérfo limitado de possibilidades estilisticas. Ne: concentrava o maior numero de langamentos ¢ rituais rel circulagao @ consagragao de livros e autores. A regiso an tambem se caracterizava pela entrada, formada por um hal! de de ingressos e cartazes publicitarios, os postos de informag vigilancia policial. A dimensao local do evento esteve marc partir do privilegiado stand da Nova Fronteira, pela dominac editores carfocas préximos a esta regiao do pavilhao. A regiao posterior configurava-se por stands pequenc montados predominantemente com os materiais padronizados oferecid: pelos organizadores: paredes homogéneas de corlock branco acabamentos de aluminio, pequenos spots metalizados, idéntics plantas ornamentais e pequenas placas vermelhas, com letras brance Para a mengao do nome fantasia e o numero do stand, voltadas par 0s corredores. Estes espagos foram ocupados predominantemente po agentes nao diretamente concentrados na produgao e circulagao 4 livro: empresas jornalisticas (Jornal do Brasil e 0 Globo -jorna @ Sistema Globo de Rédios-, e editores de revistas o representantes, como Bloch, Abril-revistas, Terceiro Mundo, Ci Hoje, Leia, Newsweek, Times); 6rgaos publicos (Fundagao Bibl Nacional, Biblioteca Estadual, Secretaria Estadual de Ed Secretaria Municipal de Educagao, Secretaria de Educagao e ¢ * Dos 106 stands, esta zona abrigava a maioria dos 45 stand: Se 20 m2 -stand padrac-; 26 de 40 m2; 9 de 60m2; 8 de 60 21 m2; 1 de 24 m2 © 1 de 32 m2. 52 do Espirito Santo, Maranhac-SIOGE); a empresa de papéis Companhia Suzano de Papel e Celulose, a Camara Braaileira do Livro; Bence sicce (Clube. de\:Leitoreshide) (PicgaciClentitinaaerinta de. Pon previa | Soci allele Amica—SP);,eeinetitulcces| Muear inet o financteiras (American Express; Cartao Bradesco; Credicard); cca caeescLuall ede MASI ga Tur./emo]e | hO/Camanhopenedt i eee despreccupagao com a decoragao destes stands do fundo da feira nao implica necessariamente empresas ou instituigces pequenas'. Esta configuragac remarca, nos agentes cujas propriedades nao se definem Stcuue Vouentemipelic) \preduto), Nivro; juallintersssenilnairceoil as Participagao. Estes dltimos podem ser caracterizados como entidades suplementares, necessérias para o funcionamento e diferenciagao Cspeolficamente editorial que, ce joga na frente da feira, Ac contrario, assinala,, nos poucos cason de agentes editoras localizados neste extremo, uma posigao dominada no campo definida por escassa antiguidade, reduzido volume de capital econémico e, tnversamente, pretensiosas apostas culturais, como se vera no capitulo seguinte na descricao da editora Riani Costa (stand 65). A regiao posterior também se configurava por areas de diversac para criangas, sanitérios, sala de primeiros socorros, barracas de ee ah nee tbe 4 Neste setor se dispunham empresas @ instituigoes de maior a Tepate momico que as dedicadas exclusivamente aos livros que elsputam. a frente (da. feira.. Ainda ‘que! hajamiemprocaavedy tcricte Goneiseravelmente grandes, estas sao pequenas em relagao A maioria dos tipos de empresas nao produtoras de bens oculturals, Bu use pieatistica por amostra realizada para 1991 pela Fundagao Jose Pinheiro de Belo Horizonte a pedido da CBL, 53% das editorse wayne Pequeno porte (faturamento anual até US® 2.000.0001; 37% sao de peito) porte! (entre! 2 ©) 10\ alihces| ae dalarentronacrenteniontoss He Nase ilacimalide sUSé (10.000. 000));ijabarcardofdinseliesaloatvauents editoras de livros didaticos. 53 alimentagao, e espetaculos artisticos. Dos 162 expositores desta bienal, 30 nao voltaram a par @a VI bienal, entre as quats, 19 se localizavam na Area poste: © Periférica. Esta porcentagem maior de participantes ocasionai fundo de feira, foi mais expressiva nas outras bienais observadas, © que sugere que se trata de uma rea de mobilidade substituigac de participantes entre bienais. Esta zona funcic: Geste modo, como a porta de entrada (traseira) de muitas edit. (ou empresas concentradas no produto livro) debutantes de Pequeno porte”, e@ a regiao de deslocamento « saida de empresas com trajetéria descendente. Este sistema de oposigces divergentes nao pode ser Fepresentado por uma linha transversal rigida. Pade-se dar conta desta diferenciagao anterior-posterior com afigura de um triangulo Tetra, o que permits marcar uma gradagao trancformadora e combinagoes entre o= atributos dominantes em um extremo © outro. Este afinamento marca uma tensac anterior—posterior entre capitais culturais © econémicos postos em jogo, e restrigao do setor que domina as competéncias do mercado. Esta estrutura de oposigoes {ndica claramente que 6 = regiao anterior da feira onde ce pode poserever um “estado do’ diTerenciaqac sao mundo? eaicental — “0 tamanho “pequeno" desta bienal (em comparagao com a VI Bienal, ou a bienal de Sao Paulo) produziu uma eseacen participaga Ge editoras pequenas, ou editoras de pouca antiguidade. Moties sate sea este légica de ‘entrada pela porta traseira" dos) gaa evidencia com maior @nfase nas outras duas bienais ao eeren descritas. 54 configura por atributos especificamente editoriais correspondentes & principios auténomos de organizagao do campo. Esta autonomizagac @ relativa ou inseparével ao deslocamento em diregao ao fundo da feira das instituigoes estatais, econémicas, religiosas e de outro esquemas, concepgoes, ordens, modos de produgao, que dominavam a produgao e circulagao de livros em outros estados do campo. XII BIENAL INTERNACIONAL DO LIVRO DE SAO PAULO Esta feira foi realizada no Pavilhao Bienal do Parque Tbirapuera, na zona central da cidade de Sao Paulo entre 26 de Agosto e 7 de Setembro de 1992. Como se observa no mapa, o circuito desta bienal incorporou pela primeira vez numa feira de livros no Brasil, a modalidade setorizada. Segundo o coordenador da Comissao Executiva, Aloysio Teixeria Costa, a setorizagao foi introduzida para "seguir o comportamento do consumidor". Segundo ele, o leitor de livros profissionais, por exemplo, é um “leitor de venda planejada", Estes deter-se~iam em folhear e manusear os livros mais detidamente, o que seria impossivel em meio & multidao atual das feiras. Do mesmo modo, o leitor de livros religiosos, de livros infantis, etc., também requereriam ambientes propicios para ativar suas eleigoes. Para os organizadores, a sistematica de divisao por setores da feria seria uma ordem natural dos leitores. Cabe indagar: por que estas restritas categorias de divisao do espago © nao outras ? Qual @ a organizagao relativa de cada setor no espago 55 gicbal da feira ? Que diferengas concretas se o setores 7? Cada setor reproduzia, em escala parcial, 2 1 8 organizacional do espago global da feira. Em todos os seto stands se agrupavam em quarteiroes diferenciados pela combinagao tamanhos de stands. Assim, @ possivel descrever uma morfologia distribuigoes, a partir da combinagao de tamanhos de sta publicos e estruturas suplementares. Quadro 2: Participantes da 12a Bienal Internacional do Livro de Sao Paulo Stand Participante/s Lugar de origem Setor Ciencia - Tecnologia - Medicina 184) SPI Nobel Ze5 PRS Ernesto Reichmann 3 RS Sagra D, C. Luzzatto 4 RS Ed. Artes Médicas Sul Ltda. ) SP Marco Zero 6 SP Distribuidores Associados de Livros - Disal S.A. 7 SP Edigoes Aduaneiras Ltda. oman Paz e Terra - Graal 8A SP Cortez Editora e Livraria Ltda. 9 SP Makron Books do Brasil Editora Ltda. 100 RT Livraria Atheneu Editora Ltda. iit Fs! Editora Hemisfério Sul do Brasil. 12 SP Casa do Livro - Brasiliense - Ed. Pedagégica Universitaria (EPU). 13° SP Editora Atlas S.A. 14 SP Editora Logoséfica 15 SP Editora Manolé Ltda 160 RT Ciéncia e Tecnologia Livraria e Editora - CITEC AT SP! Ed. Unesp 17A SP Edusp oie aru. Livreria Forense editora. om SP) Ed. Unicamp 20° SP Fondo de Cultura Econémica do Brasil Bie Sei Enio Matheus Guazzelli — editora Pioneira. e2ee RS} Revista dos Tribunales 56 1 00 ‘IVNaig (@T Va OVHTAVG Od VINVIg 128 Bienal Internacional do Livro de Sao Paulo. Plano 6: 57 23 24 25 26 27 28 29 30 31 Bia 32 33 34 35 sP RJ SP SP SP SP SP SP RJ RI Special Books Services Ltda. Livro Ibero Americano Ltda. Livraria Roca Ltda. Apel Editora e Distribuidora de L. Editora Harbra Ltda. Summus editorial Ltda. Instituto Campinheiro de Ensino Agr Sénior Cultural depasito Terceiro Mundo ed. Masterchip Casa do Autor - Agénda esotérica III Milénio Editora Pini Campus. Setor Literatura 36 37 38 38a 39 40 at 42 43 44 45 46 47 48 49 50 BL 52 53 54 55 56 57 58 59 80 81 82 83 84 850 86 87 88 MA. SP SP RI SP SP SP SP RI SP SP SP SP SP-RJ SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP RS RJ SP SP SP RJ-RS depasito depésito Maranhao SIOGE Livraria Corréa do Lago (cebo) M. Gouveia Livraria Editora e Distribuidora Ltda. Artes Graficas Industrias Reunidas S.A - Agir Loyola Pérola Folha de Sao Paulo Livraria D'Landy A.R.S. Poética Francisco Alves Hemus Teone Iglu Letraviva Bertrand Brasil - Civilizagao Brasileira Mercuryo Abril (revistas -assinaturas) Trago editora Santuario Martin Claret Livraria Cultura Martins Fontes Livro Ibero Americano Saraiva M.R. Cornachia & Cia. Ltda. (Papirus) Casa Ono Distribuidora Record de Servigos de Imprensse Ltda. (Rosa dos Tempos, Nova Era y Lutecia) Vozes Estado de Sao Paulo Maltesse Circulo do Livro Nova Fronteira (Editora 34; Nova Aguilar y U 58 39 90 gt 92 93 94 95 96 97 98 99 100 101 102 103 104 105 106 107 108 103 110 aii 112 113, 414 115 RI SP Ro RS-RS RI SP SP SP RI RI SP SP RI SP SP SP SP SP SP-RI SP SP SP PA SP SP SP Rocco Paulo Gorodetchi Meca Editora Abril Livros Mercado Aberto - Artes e Oficios Ediouro Nova Cultural - Best Seller lumi nuras Brasilivros Livraria Freitas Bastos Imago Edigoes Paulinas Letras e Letras José Olimpyo Editora Tres Distribuidora Livros do Povo Editora Perspectiva Livraria Avant Garde Siciliano Companhia das Letras - Jorge Zahar Editor Instituto Gente Editora Globo J.R. Pontes editora. CEJUP Navegar distribuidora ~ Estagao Liberdade Cia. Melhoramentos Ebradil Setor religiosos e esotéricos 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 m1 12 13 14 75 16 7 78 SP SP RS RI RI SP SP SP SP RI SP SP SP SP SP SP SP SP Ernesto Dragone - Com. Imp. @ Representagoes Ltda. Editora Verbo Ltda. Racy's Editora Rigel Ltda. Rio Fundo Editora Ltda. Tele Sales Representagoes Ltda. (Time - Fortune) Mandala. Livreiros, Editores e Importadores. Editora Bertrand Brasil S.A. Fraternidade Pax Universal Opus Editora Ltda. Método Fausto Oliveira (Seame editora) Editora Vida Ltda. Editora Arvore da Vida Ltda. Editora Antroposéfica (Assoc. Pedagégica Rudolf Steiner) Federagao Espirita de Sao Paulo Catavento Distribuidora de Livros S.A. (EdUnB; EDC; Thot Livraria esotérica; Ed.Cultrix; Editora Pensamento; LTR ed.) Global - Ground Casa Publicadora Brasileira Seicho-no-ie do Brasil 59 79 SP-RI CEDI - Fase - Iser Setor Estrangeiros 116 - 124 Salas de Apoyo y Auditorio 125 Portugal (ICEP: Instituto de Com, Ext. de P. 126 Espafia (CELESA, centro de exportacien de libr espaficles y Quinto Centenario: sociedad para ejecucién de programas del Quinto Centenario) 127 Gra Bretanha (The British Council) 128 SP Livraria Leonardo da Vinci 129 Unipress: Union pour l'expansion de la press frangaise dans le Monde 130 France gdition 131 Colombia (Camara Colombiana del Libro) 132 Venezuela (Monte Avila editores Latinoamericana) 132A America Latina (Uruguay: Instituto Nacional del Libro; Guatemala: Comité Gremial de Editores — Camara de comercio de Guatemala; Peru: Camara Peruana del Libro) 133 IsraelFederagao Israelita do Estado de Sao Paulo 134 . México: Camara Nacional de la Industria Editorial Mexicana) 135 Alemafia (Books from Fed. Republic of Germany) 136 Argentina (Cémara Argentina del Libro) 137 Club de Leitores de Ficgao Cientifica 138 Cuba (C&mara Cubana del Libro} 139 SP Livraria Italiana Ltda. 140 Italia (Instituto Italiano di Cultura) 141 SP FAG 142 World Islamic 143° RI Fundagao Biblioteca Nacional 144 Chile (Camara Chilena del Libro) 145 Andrés Bello 146 Paul Zompa 147 RS Alpharraibo (cebo) 148 Japén (The Japan Foundation - Publishers Ass. for Cultural Exchange! 149 Ariadne 150 Maxwell MacMillan 152 Comunidade Europeia Setor Diddticos, paradiddticos e juvenis. iss) SP Estrutural Montagens 154 Pronto socorro - lactario 155 SP Editora Harbra Ltda 156 SP Grafica editora Michalany 15 Gute-pian 158 SP Special Books Services 459 ROU Buenos Libros (Uruguay) 159A Livraria Klaxon 60 160 161 162 163 164 165 167 168 169 170 471 172 173 174 175 176 177 178 179 180 161 181A 162 183 164 186 187 188 189 190 192 193 194 1940 1948 195 196 197 198 199 200 201 204 206 207 SP RI sP SP SP SP SP SP MG SP RI SP SP SP Setor Infantil SP RJ SP SP RI RS SP SP SP SP SP SP Libreria Editora Ltda. Ao Livro Técnico S.A. Industria e Comércio. Editora do Brasil S.A. Editora FTD S.A. Editora Atica S.A. Editora Moderna Ltda. Ave Maria Saraiva S.A, Livreiros Editores. Editora Le Editora Pinsky Ltda. (Contexto) Sodilivro. Sociedade Distribuidora de Livros S.A. Atual Editora Ltda. Casa Publicadora Brasileira Encyclopaedia Britannica CBL - Imprensa Varig - Toledo ~ Pizza (turismo) SNEL, Associagao Brasileira do Livro FEBAB Associagao Brasileira de Difussao do Livro em Colegao ~ ABDLC Associagao Brasileira de Editoras Universitarias — ABEU Associagao Brasileira de Editoras Cristas - ABEC Abrelivros Fundagao Dorinda Noriwill Policia Militar Unicef CBL (Prémio Jabuti) CBL (Escola do libro - COGEAE) Sindicato Nacional dos Tradutores - SINTRA CIEE Livros pessoalizados para criangas (LPC) Scenario de atividades infantis Bradesco Agentes Literarios ECT (correios) Cia, Suzano de Papel e Celulose Scipione. Papel Simao Secretaria Municipal de Cultura de Sao Paulo Secretaria Municipal de Educagao de Sao Paulo Editora Ler e Crescer Ltda. Uniao Brasileira de Escritores — UBE ABIGRAF Associagao Brsasileira de Industrias Graficas Cia. Melhoramentos de Sao Paulo - Industrias de Papel Jornadas Ibero ~ Americanas et fTrrrrererrerrerrterrerrrererere+o (ERT E Raa aaaaS ee Lae db. Z iw 208 RI Ediouro 209 RI Editora Brasil América - EBAL 215 SP Edigoes Paulinas 216 RJ-SP Vozes ~ Santuaério 217 SP Bertrand Brasil 218 RS Kuarup 219 SP Global 220 SP Cedibra 221 SP Martins Fontes 222 MG Formato 223 SP Drummond 224 SP Editora Ridee! Ltda. 225 RJ Editora Liberato de Publicagoes Ltda. 226 SP Klick Editora Ltda. 227 RS Livros do Maco 228 RS Augustus (Augusto Laranjo) 229° RJ Riani Costa 230 stand ecolégico A entrada da feira era feita pelo segundo pavimento, A direita circulava-se em diregao ao setor Jiteratura; & esquerda em diregac ao setor CTM: Ciencia, Teconlogia e Medicina, @ em direqao ao fundo a direita deste piso, se dispunha o setor religiosos © esotéricos. No setor literatura, os stands de maior tamanho estavam dispostos junto & entrada (Cia. Melhoramentos e Editora Globo, com stands de 120 m2) e pele Avenida Caio Graco da Silva Prado, dispostos em uma posigao que se poderia denominar anterior: Nova Cultural-Best Seller (204 m2), Siciliano (160 m2), Cireulo do Livro e Maltesse (110 m2 cada um), Record (200 m2) e Nova Fronteira (170 m2). Outros stands de grande porte deste setor localizados em posigao intermediaria eram os da Ediouro (150 m2), Companhia das Letras- Jorge Zahar (130 m2) e Saraiva (120 m2). Os stands menores se 62 distribuiam em posigao de fundo pela Avenida A. da Cruz Machado". No setor CTM oz stands de maior tamanho se agrupavam em Giperac #entrada (Nobel: 200m2,,Brasiliense/EPU/cassiatlives: ico m2 e Ernesto Reichmann), deslocando os menores para o lado esquerdo deste piso. Esta dinamica era difusa nos stands do setor religiosos © esctéricos 34 que todos, com excegao do ocupado pela Glgtribuidora Catayentog, que apresentaya os livros da Editora Pensamento, eram pequenos. Neste piso sé se dispunham uma drea com postos de alimentagao, e nenhuma estrutura de servigos ou dos organizadores. A Gistribuigac de publico era altamente contrastante entre os tres setores, tanto pelos tipos de expositores, como pela morfologia do Sutiagasi: echea ™ eragvialitado| por umndbitcomencriateien ttcoe dois. [Entre este era possivel observar uma predominancia de estudantes @ profissionais correspondentes a uma faixa etaria entre 25 e 50 anos, que circulavam lentamente, em pares ou individualmente, motivo pelo qual o transite pelos corredores era Gisperso. Em contraste, a Avenida A. da Cruz Machado, na altura do Setor religiosos e esotéricos, congestionava-se por um grande pepyico” dominedo\porarupos) familiares, 0 tteAnaiten stn muito demorade e@ quase todos os stands permaneciam abarrotados de ee ete * 0 stand padrao desta feira era de 15 m2 ¢ predominavam nas g72i0es Periféricas de cada setor junto & maforia doa 4 etaune de S m2, 49 de 15 m2, 8 de 16 m2, 5 de 18 mZ, 15 de 20 m2, 5 de 28 m2, ga 2 30 m2, 3 de 32 m2, 1 de 35 mz, 5 de 40 m2) 10 de 42 m2, 3 de Tats tZ 80 48 me, 2 de 48 m2, 6 de 50 m2, 1 de 56 a2, 7 dogo m2, pamencoim2saisde [6s\im2s Ea idel75 mani delay mealataauan m2, 2 de 86 m2, 3 de 90 m2, 3 de 96 m2 e 1 de 99 ma. 63

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