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instaqalacées 5* edictio InStCdlacoes elétricas 5* edictio Ademaro A- M.- B- Cotrim Revisdo ¢ atualizacao téenicas Hilton Moreno Engenheiro eletricista pela Escola Politécnica da USP. Professor universitétio, consultor, membro de comissdes técnicas da ABNT Jose Aquiles Buesso G Professor associado dt Escola Politéenica da Universidade de Sio Paulo — Diretor do Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de Sip Paulo — ‘Sto Paulo Brasil Argentina Colémbia Costa Rica Chile Espanha Guatemala México Peru Porto Rico Venezuela © 2009 by Pearson Education do Brasil ‘Todos 0s direitos reservados. Nenhuma parte desta publicagiio poder ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro mei eletranico ou mecanico, incluindo fotocdpia, gravaJo ou qualquer outro tipo de sistema de ammazenamento ¢ transmissio de informacio, sem prévia autorizagio, Por excrito, da Pearson Education do Brasil. Divetor edivoril: Roger Trimer Geremte editorial: Sabrina Cairo Supervisor de producio editorial: Marcelo Frangozo Ecditora sénior. Tatiana Pavanelli Vals Ecdvores: Henrique Zanaudi de Sa e Renata de Paula Truyts Preparacao: Esther Alcimara Revisio: Maria Alice da Costa, Renata G. V. de Assun Capa: Alexandre Mieéa Eaitoragdo eletronica diagranacde: ERJ Composigio Editorial Sandra Scapin Dades Internacionais de Catalogacio na Publieacéo (CIP) (CAmara Brasileira do Livro, SP, Brasi) Cotrim, Ademaro AM.B., 1939- Instalagées elétricas / Ademaro AMLB. Cottim ; revisio e adaplacio técnica José Aquiles Baesso Gromoni ¢ Hilton Moreno. -- 5. ed. -- Sao Paulo : Pearson Prentice Hall, 2009. Bibliografia ISBN 978-85-7605-208-1 1. Instalagdes elétricas I. Titulo. 08-10784 CDD-621.3192 indice para catélogo sistem 1. Instalagdes elétricas : Engenharia 621.3192 2008 Direitos exclusivos para a lingua portuguesa cedlidos & Pearson Education do Brasil Lida., ‘uma empresa do grupo Pearson Education Av. Ermano Marchetti, 1435 ‘CEP: (5038-001 — Sio Paulo - SP ‘Tel: (11) 2178-8686 Fax: (11) 2178-8688, e-mail: vendas@pearsoned.com opto 1 * Fundamentos z Tabela 1.4 = Tenses nominais de === = 35 kV e tenses maximas correspon: denies para equipamentos (IEC sérien eae nea “Teneo nominal de pe sim (2) 36 ae) 12 66 o 2 n 10 ars) = as) 4 Fa 20 6 x» = 40s = 38 para sistemas de 60 Hz, correspondle a0s padres norte- americanos. A IEC recomend que um pais utilize ape- nas uma das séries no caso de a opgao ser pela Série |, que apenas uma das listas seja usada. Sio fellas as Seguintes observacoes: | Para um sistema normal da Série |, a tens4o maxima 2 tenséo minima nao devem clferir além de =10% da tensdo nominal. | Em um sistema normal da Série I, a tensdo maxima nido deve dileriralém de +5% e atensio minima, além ‘le -10% da tensio nominal. As tensdes assinaladas com asterisco (*) nao devem ser usadas em redes pibicas © Estuda-se a unificagio das tensbes 33 € 35 KV. ® Osvalores inclcadlos entre parénteses sdo considera- dos nito preferenciais. ‘Tabela|1.5 = Tensées nominais na faixa 1/kV < U, = 35 kV usuais no Brasil (KV) 24 enema ees. Série cies “ens oil de ta sistema (kV) 44 46" 132 1287 1397 132 1452 Ba* 264 2494 303 345 No Brasil, as tenses usuais ~ entre 1 kV € 35 kV ‘estio indicadas na Tabela 1.5. 1.5 Choque elétrico Choque elético & a perturbacio, de natureza e ef tos diversos, que se manifesta no organismo humano ou animal quando este é percorrido por uma corrente el trica. Dependendo de intensiéade e do tempo do cho- que elétrico, a corrente elétrica provoca maiores danos € efeitos fisiopatolégicos no homem, No estuclo da pre- vvencao da chaque elétrico, devem-se considerar: ™ Contatos diretos: & quando a pessoa toca diretamen- te a parte viva (condutores energizados) de uma ins- talacdo elétrica. Isso pode acorrer quando a pessoa toca inadvertidamente os concutores energizados ou ‘outa parte do circuito de um equipamento, ou devi- do a uma fissura (flha) do material isolante do fio, ‘como mostra a Figura 1.2. ™ Contatos inciretos: contatos de pessoas ou animais ‘com massas que ficaram sob tensao devido a uma falha de isolamento (Figura 1.2). 0s contatos diretos, que a cada ano provocam mitha- res de acidenies graves (muitos até fatais), s20 provocados sgeralmente por falha de isolamento, por ruptura ou remo- io indevida de partes isolantes ou por imprudéncia de tuma pessoa com relacio a uma parte viva (energizad. Terminais de equipamenios n3o kolados, condutores ccabos com isolacao danificada ou deteriorada e equipa- ments de utilizacdo velhos sao as “fontes” mais comuns de choques por contatos diretos. Observe, por exemplo, ‘que 0 (mau) habito de desconectar o plugue da tomada 8 Instclasoes elericas Contato eireto Contato indirsto, Figura 1.2 Coniatcs direto « indireto de aparethos portiteis (como ferro de passar roupa e secaclor de cabelos) ou méveis (como enceradeira e aspi- rador de p6) puxando 0 cabo ou o fio aumenta em muito ‘0 perigo de acidentes elétricos. (Os contatos indiretos, por sua vez, sao particular- mente perigosos, pois quando 0 usuario encosta a mio ‘em uma massa (por exemplo, na carcaca de um equipa- mento de utilizaczo), ele nao suspeita de uma eventual ‘energizagio acidental, provocada por falta ou por defel- 10 interno no equipamento. 1.6 Instalacéo de baixa tensao! As insalagées de baixa tensio (BT) podem ser ali mentadas de virias maneiras: © Ditetamente, por uma rede de distibuigio de ener- gia elétrica de baixa tensio, por meio de um ramal de ligngio; € 0 caso tipico de edificagdes residen- Cais, comerciais ou incustriais de pequeno pore. Do uma rede de distibuigio de alta tensio (AD, por meio de uma subestagio ou de um transformador , de propriedade da concessiondria; 6 0 de instalagées residenciais de uso coleti- vo (apartamentos) e comerciais de grande porte De uma recede distibuigio de alta tensi0, pormeio bestacio de propriedade do.consumidor: 6 ico de edlicagdes industiais e comerciais cde médio e grande portes. Por fonte autéroma, como é o caso de insalagées de seguranca ou de instalagées situadas fora de zonas servidas por concessionérias, i 7 dings apresentalas nese texto esto de acordd om ‘@ norms NBR S460 e NDR IEC 40050 (626) e com a ter Iminclogia usa das concessions de energetic AlimentacGo diretamente em baixa tensao ‘A entrada de sesvico € 0 conjunto cle equipamentos, condutores € acessérios instelados enire 0 ponto de deri- vagio da rede da concessionéria eo quadro de medigo ‘ou protegaio, estando este incluido. 0 ponto de entiega & 0 ponto até onde a concessio- niiria deve fornecer energia elética, participando dos investimentos necessérios ¢ responsabilizando-se pela ‘execugio dos servigos, pela operacao ¢ pola manuten- ‘Gio, nao sendo necessariamente o ponto le medicao. © ponto de entrega é 0 ponto a parr do qual se aplica a NBR 5410:2004, A entrada consumidora & 0 conjunto de equipamen- tos, condutores © acessérios instalados entre © ponto dle entrega e 0 cuadro de protecao € medicao, estando este inclutdo, (0 ramal de ligacao 6 0 conjunto de condutores & ‘acess6rios instalacos entre o ponto cle derivacio da rede dda concessionatia e 0 ponto de entrega. © ramal de enirada & 0 conjunto de condutores e -acess6rios instalados entre © ponto de entiega € 0 qua- dio de protecio e medicio. ‘A Figura 1.3 mostra esquematicamente os compo- rnentes da entvada de servico, Alimentagao em alta tensao Uma subestagio 6 uma instalagio eléirica destina- daa manobrs, transformag3o e/ou outra forma de con- versio de enevgia elétrica. Quando esse termo é ‘emprogado sozinho, subentende-se uma subestacio de transformagio. Observe que: na Figura 1.3, a protecio est localiza dla antes da medica, mas algumas concessionérias dbo Brasil a utilizam depo's da medi Protecao contra choques elétricos 3.1 A corrente elétrica no corpo humano © aumento substancial das aplicagoes e da utliza- (sao da energia elétrica nas wtimas décacas levou pes- Quisadores de diversos paises a realizar minuciosos estu- dos sobre os perigos que a corrente elétrica pode causar a0 passar pelo corpo humano. ‘As pesquisas sobxe 0 assunto comecaram em 1930, ‘com os estudos pioneiros de H. Freiberger e LP. Femis, aos, {quais se seguiram 0s de C. F. Dalziel, W. B, Kouwenhoven, W.R. Lee, P. Osypka, H. Antoni, entre outros. Com 0 objetivo de avaliar o grau de periculosidade da corrente eletrica, esses estudiosos realizaram experiéncias com animais (bezerros, porcos, cameiros, caes e gatos), seres hhumanos e cadaveres, (© documento internacional, considerado orientagao bbasica para a protecao ce seres humanos e animais, domésticos contra choques elétricos em instalagoes elé- tricas, € composto por cinco publicagoes da série IEC (60479: Effects of current on human beings and livestock, que consolidam os estudos realizados sobre o assunto, Esse trabalho foi publicado pela primeira vez em 1974, depois de ter sido preparado por um grupo seleto de estu- diesos, com base em uma longa pesquisa na literatura e na avaliagao das resposias a um questionzério preparado. ‘A publicagio IEC/TS 0479-1, (Eaigio 4.072008): Exfects of eurrens on human beings and livestock ~ Part 1: General aspects € dividida em seis capftlos e quatro nexos, assim discriminadbs: 1. Objetivo 2. Normas. 3. Definicoes: — fundamentos ‘4: Impedineia et6iiex do corpo humane ‘5: Efeltos de corrente alternada de frequencies compreen- seni 15 Hz-€ 100 Hz. 6. Bfeitos da corrente contfnua Anexo A: Medigdes das impedincias do corpo humano, ‘Anexo B: Influéneia da freqiiéncia na impedincia do. ‘corpo humano ‘Anexo C: Resisténcia do corpo humano para corrente continua : Exemplos de céleulos de impedincias do ‘corpo humano A publicagdo IEC/TS 6479-2 (Ediedo 3.0/2007): Effecis of current on human beings and livestock = Part 2: Special aspects dividida em onze capitulos, assim discriminados: 1. Objetivo 2. Normas. 3. Definigdes: 4, Efeitos da comente altemada de frequencias acima. de 100 Hz. 5. Efeitos de formas de onda especiais de comentes 6. Eleitos das correntes altermadas com controle de fase 7. Bleitos das correntes alternadas com controle multi- ciclos & Estimativa do limiar equivalente de correntes para freqiéncias misturadas 9. Bfeitos dos pulsos de cortente repetidos na fibrilagao cardines 10. Efeitos da corente elética em corpos imersos II. Efeitos de impulsos de correntes unidirecionais de curta duragio A publicagio IEC/TS 60479-3 (Edipfo 1,0/1998): Effects of eurrent on human beings and livestock — Part 3: Effect of currents passing through the body of lives- ‘1ock € dividida em cinco capitulos, assim discriminados: Anexo 68 Instclasoes elericas 1. Geral 2. Caractefsticas das impedincias dos corpes de an mais domésticos 3. Valores da impedinci total dos corpos 4. Valores da resistencia inicial dos compos ‘5. Efeitos nos animais domésticos da correntealtrmada de freqincias compreendidas enire 15 Hz ¢ 100 Hz A publicacéo IECITR 60479-4 (Féieao 1.072004): Efeets ‘of. current on Iuuman beings and livestock ~ Part 4: Effects of lightning strokes on human beings and lives- ‘tock 6 dvicida em seis eaptulos, assim discriminados: Objetivo Normas Definigbes A fisica das descargas atmosféricas ‘As interagdes entre as descargas elricas ¢ os seres hhumanes € os animais domésticos relios das descargas atmosféricas sobre 0s compos ds seres humanos e dos animais domésticos A publicagio IEC/TR 60479-5 (Edigao 1.072007): Effeas of current on human beings and livestock — Part 5. Touch voluge threshold values for physiological ‘effecs € dividida em cinco eapftules e quatro anexos, assim discriminacos: 1. Objetivo 2. Normas 3. Definigbes 4, Condigées e valorestimite 5. Valores limite de tenstio de contato ‘Anexo A: Impedincias do corpo ‘Anexo B: TensBes de contato ‘Anexo C: Determinagdo das tensBes de contato sob eer- tas condicdes ‘Anexo D: Limites de aplicaga0 Os perigos da eletricidade Qualque atividade biolégica, seja ela glandular, nervosa seja muscular, ¢ estimulada ou controlad por impulsos de comrente elétrica. Se essa correnie fsiol6gi- «a interna se somar a outra corrente de origem externa, devido a um contato elétrico, ocorrerd uma alteracio {as fungoes vitals normals no organismo humano, que pode levar 0 individuo & monte, dependendo da dura- Go da corrente. Os principais efeitos que uma comente elétrica (externa) prodiz no corpo. humano sao tetanizagio, parada respiratéria, queimadura ¢ firilagio ventricular, deseritas a seguir de uma maneira simplificada, Tetanizagao A tetanizacio € um fendmeno decorrente da con- tragio muscular produzida por uma corrente elétrica, Verifica-se que, sob a acao de um estimulo, 0 musculo se contrai e, em seguida, retorna ao estado ce repouso, devido a uma diferenca de potencial elétrico em uma fibra muscular. Se houver um segundo estfmulo antes do +€90u50, 05 dois efeitos poderdo se somar. Diversos est- mulos simultineos produzem contragdes repetidas do miisculo, de modo progressivo; é a chamada contragao teténica. Quando a freqiiéncia dos estimulos ultrapassa certo limite, o misculo é levado a contracao completa e permanece nessa condicdo até que cessem os estimulos, retornando lentamente ao estado de repouso. © mesmo fenémero, descrito de modo simplificado para uma fibra elementar nervimuscular, core de manei- a muito mais complexa no corpo humano que € atra- vessado por uma corrente elstrica. ‘A feqiiéncias usinis le 50 © 60 Hz sao suticientes, para produzir uma tetanizacao completa, dependendo da intersidade da corrente elétrica. Uma pessoa em con- taio com uma peca sob tensao pode ficar “agarrada” a ela no perfodio em cue durara diferenca de potencial, que, dependendo da duracio, pode levar & inconsciéncia e até 2 morte. € importante observar que o fendmeno & ‘mais perigoso se considerarmos que a resistencia elétrica do corpo humano éiminui com a intensidade da tensio el Para valores elevados de corrente, a excitacdo mus- cular pode ser stficientemente violenta, de modo a pro- vocar uma explosdo de contracio muscular, levando uma pessoa a se movimentar muitas vezes, a fim de liberar-se do choque elétrico. Depenclendo das condi- Figura 3.4 © Zonos de eeito de corrente clernada (15 a 100 He entre mao e pe scbre as pessoas ‘Assim, por exemplo, uma corrente de 200 mA entre {as maos tem 0 mesmo efeito no coracio que uma cor- rente de 0,4 X 200 = 80 mA da mao esquerda ao pé. Influéncia da freqiiéncia da corrente elétrica no corpo humano Sabe-se que 0 efeito da corrente elétrica no corpo humano diminui com 0 aumento da freqiéncia. A ten- Gencia des correnies de alta freqiiéncia é passar pela parte superficial do corpo humano e agir apenas na pele, sem afetar os 6rgaos vitais. Esse fenomeno é conhecido, como efeito pelicular ou efeito Skin. As curvas da Figura 3.5 mostram os valores da Corrente elétrica de choque senoidal versus frequencia, para as mesmas condigoes de coniragses musculares. Onde: Curva 1: mostrao limite convencional das intonsida= des de corrente elétrica do choque que nio resulta ‘em nenhuma percepsio. = Curva 2: € 0 inicio da percepgao para 50 por cento das pessoas. ™ Curva 3: €0 inicio da peicepgio para 99,5 por cento ds pessoas. ™ Curva 4: é a corente de largar para 99,5 por cento das pessoas. Curva 5: 6a conente de largar para 50 porcento das pessoas. Curva 6: € a corrente de nao largar para 99,5 por ccento das pessoas. fator de ‘Trajeto da corrente que passa pelo corpo humano Da mio esquerda a0 pé esquerdo, 20 pé dircito ou a ambos o Das mios aos pés ‘Da mio esquorda 8 direita Das costas A mio direita Das costas 3 mio esquerda ‘Dojpeto a mio Do peito & mio esquerda Mito exquerds, mio direita ox mits © nidegas Da mao direiia ao pé esquerdo, ao pe direito ou a ambos os pes 8 DES Copiulo 3 * Prctesio contra choques eléricos — fundamentos 7 (mA) 100) | + = LU ° 10 30100, 300 1.000 5.000 10.000 /¢hz) Note que hd uma acentuada alteracdo nos valores da cortenie eétrica com variagao da feqiéncia paraa mesma condigao de contragéo muscular. As corentes de choque menores que as demarcadas pela Curva 1 nao provocam nenhuma percepcio nas pes- $08. Choques com correntes elétricas maiores que a limitada pela Curva 3jé podem ser constatadas. Para cho- {ques com correntes menores que as da Curva 4, as con- tragBes estdo dentro dos limites do comanclo da vontade da pessoa. A pessoa ficard presa se 0 choque for maior que o da Curva 6. Observe que as freqiéncias de 50 ou 60 Hz nao sto favordveis a0 ser humano, com respeito 2 coniragao muscular, devido a corrente de choque elétrico, ‘As condigdes de corente de ndo largar em CC ena freqiiéncia de 10 kHz em CA sao as mesmas. Impedancia do corpo humano © corpo humane € um conjunte heterogéneo de liquids e tecidos orginicos de resistividade varidvel cujos valores maiores so encontados na pele, no tecido 6s8¢0 € no tecido adipose. Do ponto de vista eletrico, pode-se representar 0 corpo humano como um conjunto dle resistores e capacitores, como mostva a Figura 3.6. A corrente reparte-se no "né" de entrada e converge no de saida. Para alguns valores, ha resisténcia do corpo huma- no em fungio do trajeto da corrente de chogue eletrico. © Quadro 3.1 apresenta esses valores. igura 9.5 * Corenie déiica veisus reqiinga para o mesma eonkagi muscular t Figura 3.6 « Impedancia de corpe humana A resisincia (ou a impedncia) do corpo nao 6 cons- tante, pois varia do pessoa para pessoa e também na [Quadro 311) Valores médios da resistencia|do corpe humane em funsao do trajeto da corrente: = Mao/pé: 1.000 a 1.500. © Mao/mao: 1.000 a 1.500.0 4 Mao/térax: 450 a 700.0 74 Instclasoes elericas mesma pessca, de acordo com as condicées fisiolégicas ce ambientas. As principais variiveis que iniluern no valor a resistencia elétrica do corpo humeno sao: = Estado da pole: a maior resistincia do compo esté na pele, nos pontos de entrada e satda da corrente. A u dade diminui a resisténcia da pele, © 0 sor (solugio cordutora de cloreto de sédio e de outros sis) agrava ainda mais asituagio. Ocontato da pele com um con- dor energizado em um pontoem que hi um corte ou ‘uma fer cminui a resisténcia & corrente. Ao cont fio, se na zona de contato a pele esti endurecida, por exemplo, com ealos, 0 aumento de espessura da pele cortribui para aumentar a resisténcia, favorecendo a seguranga. Local do conteto: a resistencia do corpo humano depende, logicamente, do trajeto da corrente, que, por sua vez, é deteminado pelas partes do corpo has quails € aplicada a tensao eletrica, por exemplo, indo/mio, mao direita/pé esquerdo etc = Area de contato: 0 aumento da drea de contato com a parte sob tensdo diminui a resisténcia do corpo. ‘Ampla superficie de contato tomna a pessoa muito vwulneravel. € 0 que pode ocorrer, por exemplo, com pessoas trabalhando no interior de uma caldeira ou de uma tubulacao (condigio BC4).. ® Pressdo de contato: quanto maior a pressio de con- tato, menor a resisténcia elétrica da pele. £ 0 caso das ferramentas portiteis, seguras firmemente pelo operador durante o uso, 4 Duragio do contato: ao prolongar 0 tempo de con- tato, a resistancia diminui. No entanto, se a quant dade de calor desenvolvida chegar a queimar a pele, a resistancia elética da pele atingiré valores muito baixos = Naiureza de corrente: os valores da resistencia do corpo humano medidos em corrente conifnua e nas freqiiéncias cle 50 a 60 Hz se quase os mesmos, Em freqiiéncias clevadas, a resisténcia, mais precisa- mente a impedGncia, aumenia bastante, devido a0 feito pelicular. © Taxa de dicoo! no sangue: verifica-se que uma eleva- da taxa de alcool no sangue diminui a resistencia eletrica do corpo. = Tensio elética do choque: a resistencia do. corpo dimvinui com o aumento da tensao elétrica de choque, ‘ocorrendo as maiores variagdes nos niveis mais baixos de tensio. Tensdes elevadas provocam queimaduras e dariticam a pele. Além dessas varaveis, 6 muito importante observar que a resistncia erica esté intimarrente ligada & atividade biolgica do corpo humano e que varia, porexemplo, com a excitagio, a conceniragio mental, 0 cansago fsico e a covnga. A publicagdo IEC/TS 60479-1 define uma série de Jmpedancias para 0 corpo humano e apresenta o ‘mode- lo elétrico” que esté reproduzido na Figura 3.6. Impedancias interna, da pele e total do corpo humano ‘A impedincia interna do compo humane (Z,) 6 a impedncia entre dois eletrodos em contato com dues partes do corpo, apés a remocio da pele sob os eletro- los. Pode ser considerada puramente resistva, uma vez que seu valor depende do trajeto da corrente e, em ‘menor intensidade, da superficie de contato. ‘A impedtancia da pele (7,) & a impedancia entre um eletrodo sabre a pele e os tecidos condutores subjacen- tes. Pode ser considerada um circuito equivalente de resisncia e capacitancia em paralelo, ¢ sua estrutura é Consiituida por uma camada semicondutora e por peque- ros elementos condutores (poros). Seu valor decresce rapidamente com 0 aumenio da corrente elétrica. De modo geral, pode-se dizer que 2 impedancia da pele depend da tensio, da freqiiéncia, da duracao da passa- gem da corrente, do estado de umidade da pele e da temperatura, ‘A impedéncia total do corpo humano (Z,)& definida ‘como a soma das impedancias intemas e da pele, de acor- do com 0 modelo apresentado na Figura 3.6. Tenséio de contato Para dado percurso de choque elétrico pelo corpo thumano, 0 perigo depende do valor da corrente elétrica e do tempo que ela persiste. As zonas de eto tempo-cor- reate permitem avaliar as conseqiiéncias causadas a uma, pessoa pela circulagao de dada corrente, durante certo periodo e para determinado trajeto. No entanto, esses 22onas nio S40 convenientes par aplicagio ao projeto de instalagbes eletricas. Em geal, 6 mais til a0 projetista que as prescrigbes priticas de seguranca sejam especificades fem termos de tensio elérica. Por isso 6 importante definie ‘que 6 “tensio de cortato”. Nas SocGes 3.2 ¢ 3.3 sio definidas e analisadas a “ten- Bo de comvato-limite” ¢ a “tensio de cortato”. Tensao de conteto & definida como @ tensio que pode aparecer aci- dlentalmente, por ocasico de uma falha de isolamento entre dduas partes ao mesmo tempo acessiveis. © ertério para estabelecer a protege conta cho- ques elétricos € o do limite admissivel da tensio de con- talo, isto 6, 0 produto da corrente que passa pelo corpo hhumano por sua impedancia total em fungio do tempo. A relagio entre a tensio e a corrente elétrica nio & linear, uma vez que a impedincia do corpo humano varia com a tensio de contato. ‘A publicagao IEC/TS 60479-1 apresenta uma tabela dos valores da impedincia total do corpo humano em funcio da tensdo de contato (Tabela 3.2). Os valores de Z, nela indicados sio validos para os seres vives, con- Copiulo 3 * Prctesio contra choques elétricos — fundamentos 75 ‘Tabela 3.2 simpedéncia total do corpo humano (Z) em fun¢do da tenso de contato Yalores da impedindia total (0) do corpo humano que nio sao ultrapassados por ‘Tensio de contato (V) 5% 50% I 5% da populacio 28 1750 3.280 100 30 | 1480 2.625 4375 15 | 1.250 2.200 3.500 10 | 1.200 1875 3.200 125 | 1125 1.625 2875 220 1.000 1350 2.125 700 | 730 1.100 1550 1.000 I 700 1,050 1.500 Valorassintatico | (650 730 850 siderando um trajeto da corrente elétrica de mao a mao ‘ou de mao apé, stperfcies de contato de tamanho razod- vel (de 50 a 100 cm, condigdes secas e correntes alter- nadas. Para tensbes de contato até 50Y, 05 valores medilos em superfcies de contato molhadas com égua normal sio de 75 por cento a 90 por cento dos valores indicados; com solugdes condutoras, a impedincia diminui consideravel- mente, chegando & metade dos valores medics em condi- Ges secas. Fara tensGes superiores a 150° a impeddncia depende pouco da umidlade e da superficie de contato. Observanclo a Tabela 3.2, verifica-se que para uma tensio (de contato) aplicada de 50 V a impedancia total do.corpo humano em 95 por cento dos casos pode atin= gira 4.375 2, enquanto em cinco por cento pode bai- xar até cerca de 1.450 0. Com 220 V a situagao & bem. mais desiavoravel, uma vez que em $5 por cento dos «casos a impecéncia pode atingir 2.125 0, enquanio em cinco por cento pode reduzir para 1.000 . 3.2 Fundamentos da protegao contra choques elétricos ‘A-exemplo de outras normas, a NBR 5410 di grande importancia & protecio contra choques elétrices, 0 que € plenamente justificével, tenclo em vista a quantidade de equipamentos eléiricos utilizados pela populagio. Com efeito, se nes instalagdes elétvicas de qualquer local no forem adotades medidas apropriacas de segu: ranga © protecio, serio altos os riscos de ferimentos ou até mesmo de morte por eletrocussio. Contatos direto e indireto perigo pode existir tanto para o eleticista que, por aciderte, toca em uma barra energizada de uma subes- tacio ou de um quadro de distribuigio, como para 0 ‘operdrio que toca na carcaca acidentalmente energizada de um motor elétrico, e, ainda, para uma dona de casa que encosta a mao na caixa metilica de uma méquina de lavar roupa ou de uma geladeira, colocada sob tensio por uma falha na isolagao. E muito importante observar que, para uma pessoa, © perigo nao esié simplesmenie em tocar um elemento ‘energizado, seja uma parte viva (contato direto) seja tuna massa sob tensao (Contato indireto,e sim em tocar simultaneamente outro elemento que possui um poten- Cal diferente do primeiro, ou seja, 0 perigo é provenien- te da diferenca de poiencial. Como regra, deve-se levar ‘em consideracao que as pessoas estio sempre em con- tato com um elemento da edificagao ~ por exemplo, 0 iso 0u a parede - com um potencial bem-definido, em eral o da terra; nessa conciczo, qualquer contato com ‘outro elemento que esteja em um potencial diferente pode ser perigoso. Os contatos diretos, em sua maior parte, sio devidos a desconhecimento, negligéncia ou imprudéncia das [pessoas, e por isso so mais raros. Os contatos indiretos, por sua ver, so mais ireqiientes e imprevisiveis, e repre- sentam maior perigo. A eles a norma dé maior importin- «ia, como nao poderia deixar de ser. ‘A NBR 5410:2004 introduziu os conceitos de “pro- tecio bisica’ e “protecao supletiva”, que correspondem, respectivamente, aos conceitos de “protecao contra con- tatos diretos” e de “protecio contra contatos indiretos", ‘que eram utilizados nas versbes anteriores da norma. Principio fundamental de protecao contra choques elétricos -A.NBR 5410:2004 indica que o principio furdamen- {al relatvo& protecio contra choques eletricos compreen- ‘de que as partes vivas perigosas nao devem ser acessiveis, a fim de evitar 0 contato direto, e que as massas ou

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