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  • Mauro Cappelletti e Bryant Garth - Acesso À Justiça

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    4 OUTRAS OBRAS DE NOSSA EDICAO MAURO CAPPELLETTI BRYANT GARTH Marc Ancel (do Institut de France) UTILIDADE E METODOS DO DIREITO COMPARADO ‘Trad. de Sérgio José Porto =. Plauto Azevedo (Prof.da Universidade Federal Jo RS).c soc psscens soe taemevens JUSTIGA DISTRIBUTIVA E APLICAGAO DO DIREITO Fritz Baur (Prof, da Universidade de Tubingen, Aleranhsa) 'TUTELA JURIDICA MEDIANTE MEDIDAS CAUTELARES Trad. de Armindo Edgar Laux Mauro Cappelletti (Chefe do Departamento de Ciénciae Jurfdicas do Instituto Universitério Europeu, Florenge, Itlia) 0 CONTROLE JUDICIAL DA CONSTITUCIONALIDADE DAS LEIS NO DIREITO COMPARADO. Trad. do Prof. Aroldo Plinio Gongalves ACESSO A JUSTICA Hens Kelson TEORIA GERAL DAS NORMAS ‘Trad. do Prof. Joeé Florentino Duarte V. de Lima Moraes (Prof. da PUCRS) Org. MINISTERIO POBLICO, DIREITO E SOCIEDADE 5, Novoa Monreal . 7 © DIREITO COMO OBSTACULO A TRANSFORMAGAO SOCIAL. Trad. do Prof. Gérson Pereira dot Santos ‘TRADUGAO Nelson Saldanha (Prof. da Universidade Federal do PE) ELLEN GRACIE NORTHFLEET PEQUENO DICIONARIO DA TEORIA DO DIREITO E FILOSOFTA POLITICA B, de S. Santos ‘ODISCURSO E O PODER — Ensaio sobre a sociologia da retérca junidica Jan Schapp (Prof. da Universidade de Giessen, Alemanha) PROBLEMAS FUNDAMENTAIS DA METODOLOGIA JURIDICA ‘Teed. do Prof. Beulldy Stein G. A. de Souza (Mestre em Teoria Geral do Processo) PODERES ETI00 DO JurZ L, A. Warat (Prof. da Universidade de Buenos Aires e do a Franti Mat od ie ii ODIREITO E SUA LINGUAGEM il MAURO CAPPELLETTI Doutor em Dieito (Universidade de Florence, Iti) 5 Prof, da Universidade de Stanford (Estados Unidos) Ghefe do Ds to de Cabncas Juries do Instituto Unhetirio Buropen (Floren, Hai BRYANT GARTH Doutor em Direito (Universidade de Stanford, USA) Professor de Dircito na Universidade de Bloomington. , ACESSO A JUSTICA Tradugéo e Reviséo: Ellen Gracie Northfleet Sergio Antonio Fabris Editor Porto Alegre/1988 Tato orignal: Acces to atce: The Worldwide Movement to Make Rights A General Report. bbdewdeae Sate" Bow’ A Guts — 1978 Impresséo: Gréfica Editora Pallottt Cappetietti, Mauro Acesso a justiga, Tradugo de Ellen Gracie Northfleet. Porto Alegre, Fabris, 1988, 168p. 22cm, 1. Sustica, I. Garth, Bryant, colab. Il, Northfleet, Elen Gracie, tad. OL Titulo. DU 340.114 Tndice para catélogo sistemético 1. Justiga 340.114 ‘Elaborada peta equipe da Biblioteca do Tribunal de Justia do RS) Reserados oo os diitos de pablo, em Magu pry total ou parcial, a cere SERGIO ANTONIO FABRIS EDITOR Rus Mel Gut, 4g Sana Porta 4001 Toterone (0512) 33-2681 90650 ~ Porto Alege RS Noa INTRODUCAO . 1—A EVOLUCAO DO CONCEITO TEORICO DE ACESsO AJuSTIGA...... aaa erento Il - O SIGNIFICADO DE UM DIREITO AO ACESSO EFETI- VO A JUSTIGA: OS OBSTACULOS A SEREM TRANS- POSTOS . Santa : TI ~ AS SOLUGOES PRATICAS PARA OS PROBLEMAS DE ACESSOAJUSTIGA ........ + Et IV ~TENDENCIAS NO USO DO ENFOQUE DO ACESSO A SUBTICAL Cet cee ey V— LIMITAGOES E RISCOS DO ENFOQUE DE ACESSO A JUSTIGA: UMA ADVERTENCIA FINAL... INDICE ... 15 31 15 INTRODUCAO* Nenhum aspecto de nossos sistemas juridicos moderos é imune i 4 critica. Cada vez mais pergunta-se como, a que prego e em beneffcio de quem estes sistemas de fato funcionam. Essa indagacio fundamental que jé produz inguietagio em muitos advogados, juices e juristas tor- rae tanto mais perturbadora em razo de uma invasio sem preceden- tes dos tradicionais dominios do Dieito, por sociSlogos, antropélogos, * Este ensaio se_destina a servit como introdugio geral a este aos volumes subsegilentes na série Acesso i Justica do “Projeto de Florenga”. Por iso. os ma tetiais que itko aparecer neste © nos volumes subseqlentes, foram extencamente utilzados. A abordagem do presente ensaio & baseada em dois Yolumes anteriores {gue foram publicados sob os anspicios do Projeto de Florenca:M. CAPPELLETTI, J-GORDLEY & E. JOHNSON Jr,, Toward Equal Justice. A Comparative Stud) (of Legal Aid in Modern Societies. (ustica Para todos: Um Estudlo Comparado de Assistincie Judicidria nas Sociedades Modernas). Milio/Dobbs Ferry, NY., Gat, Sré/Oceana, 1975; © M. CAPPELLETT! & I. A. JOLOWICZ, Public Intorcet Pon, Hes and the Active Role of the Judge in Chil Litigation, Milao/Dobbs Ferry. NY, ‘Giulfis/Ocwana, 1975. Uma versdo preliminar deste ensaio fot epresentada ha cols. ‘brasio do 509’ aniversério do. Instituto Max Plank de Diseiio Comparado, eon Hamburgo, e publicada em Rabels Zeitschrift, v.40, 1976, p. 669/717, Os autores guerem expressar sua gratidso a0 Professor Nicold Trocker, da Universidade de Siena, que coleborou com eles naquela versio, de modo especial no que respeste i 0s materiais germinicos. | Os antores também gostariam de agradecer as mumerosas pessons que exa- ‘minaram € fizeram valjosos comentirios sobre 0 rascunho desta segunds. iste, pparticularmente, ao Professor Adolf Hombuxger (Paco University. N-Y-¢ SUNY. : Buffalo, N.Y.), bem como ao Professor P.O. Bolding (Universidade de Lund, Sus- : 8), a0 Juiz Andérs Bruzelius (Land), ao Professor Jan Hellner, Universidade de Estocolmo), & Professora Yvette Lobin (Universidade de Aixeen-Pravence, Fran & 58), 40 Professor Maurice Rosenberg (Universidade de Columbia, N-Y.), 20 Dr GDS. Taylor (Canberra, Austrdlia), a0 Dr. Philippe Thery (Universidade de Pec #83), © a0 Professor David Trubek (Univecsidade de Wisconsin). Foram tambGm de ‘considersvel ajuda os participantes do “Seminirio de Avesso 3 Justiga” no Insti {tuto Universitirio Furopew, especialmente o Sr. Kim Economides (Londses) ¢ a Sra. Régine Loosif (Marselha) e o Sr. David Margolick, pesquisador do Centro Florentino de Estudos Jusidieos Comparados, cconomistas, cientistas politicos © psicblogos, entre outros. Nido deve- ‘mos, no entanto, resistit a nossos invasores} a0 contrério, devemos res. Peitar seus enfoques ¢ reagir a eles de forma criativa. Através da reve. ago do atval modo de funcionamento de nosios sistemas juridicos, os exiticos oriundos das outras cigncias sociais podem, na realidade, “ser nossor alisdos ng atual fase de-uma-longs-batalha histérica-malutare coe pelo “scesso a Justica”. E essa luta, tal como se reflete nos modernos sistemas juridicos, que constitai o ponto focal deste Relatério Geral ¢ do projeto comparativo de Acesso & Justiga que o produziu, A expressio “acesso A Justiga” 6 reconhecidamente de diffeil definigdo, mas serve para determinar duas finalidades bisicas do sistema Juridico — o sistema pelo qual as pessoas podem reivindicar seus direitos lou resolver seus litigios sob os auspicios do Estado. Primeico, o siste. ma deve ser igualmente acessivel a todos; segundo, ele deve produzir resultados que sejam individual e socialmente justos. Nosso enfoqu, aus, serd primordialmente sobre o primeiro aspecto, mas no podere. mos perder de vista o segundo. Sem divida, uma premissa bisiea sord « de que a justica social, tal como desejada por nostas sociedades modes, has, pressupée 0 acetto efetivo, Nossa tarefa, neste Relatério seri a de delinear o surgimento e desenvolvimento de uma abordagem nova e compreensiva das proble- mas que esse acesso apresenta nas sociedades contemporinees. Essa sbordagem, como s¢ veré, vai muito além das anteriores. Originan, dove, talver, da euptura da crenga tradicional na confiabilidade de now. as instituigées juridicas e inspirando-se no desejo de tornar efetivos — ¢ iio meraments simbélicos — os divitos do cidadio comum, ela exige reformas de mais amplo alcance e uma nova criatividade. Recuss se « aceitar como imutiveis quaisquer dos procedimentos ¢ insttuigées que caracterizam nossa engrenagem de justica. Com efeito, os reformado. x8 jf tém avangado muito com essa orientagao, Suas realizagbes, idgiag ¢ Propostas bisicas, hem como oe riscos ¢ limitagbes desse ousado mas necessitio método de reforma serio discutidos neste Relatrio. DE ACESSO A JUSTICA © conceito de acesso & justiga tem sofrido uma transformagio im. Portante, correspondente a uma mudanga equivalente no estudo e enti. no do processo civil, Nos estados liberais “burgueses” dos séculos dezot to ¢ dezenove, os procedimentos adotados para solugdo dos litigios civis refletiam a filosofia essencialmente individualista dos direitos, enti vi Borante. Direito ao acesso a protecdo judicial significava essencialmente © direito formal do indivfduo agravado de propor ou contestar ums afdo. A teoria era a de que, embora o acesso A justica pudesse ser um “direito natural”, os direitos naturais nfo necessitavam de uma agio do Estado para sua protegio (1), Esses direitos eram considerados anterio. 108 a0 Estados sua preservagio exigia apenas que 0 Estado no permits se que eles fossem infringidos por outros. O Estado, portanto, permane- cia pussivo, com relagdo a problemas tais como a aptidzo de uma pessoa ara reconhecer seus direitos e defendé-os adequadamente, a pritica Aftstar a “pobreza no sentido legal” — a ineapacidade que muitas pessoas tém de utilizar plenamente a justiga e suas instituigdes — nto era preocupagio do Estado. A justiga, como outros bens, no sistema do laissex-faire, s6 podia ser obtida por aqueles que pudessem enfren- {ar seus custos; aqueles que nfo pudessem fazé-lo eram considerados os linicos responsiveis por sua sorte. O acesso formal, mas no efetivo & justia, correspondia 3 ignaldade, apenas formal, sas nio efetiva, ‘mais detathads desse toma vja CAPPELLETTI, General Re- port, (Relatorio Gera). lx: CAPPELLETTI, M. & TALLON, D. ed, Roce tal Guarantees of the Pates in Gil Litigation. (8 Garentin Fundenonen Paes no rocenso Oeil). Nilo, Dobes Fey: NY., Githé/Oerane 1998 659, 726-40. ‘A EVOLUCAG DO CONCEITO TEORICO ‘Mesmo recentemente, bém se manteve indiferente ‘aiotia da populagio. A medida que as sociedades do laissex-faire cresceram em tama- tho e uma transformagio radi lacionamentos assumira complexidade, conceito de diveitos h ial. A partir do mom: Com raras excogdes, o estudo jurfdico tam- As realidades do sistema judictitio: “Patores am, cada vex mais, vidual, as sociedades modernas necessari ‘Visio individuslista dos direitos, refletida tpicas dos séculos dezoito e dezenove. O movimento fez-se no sentido. de reconhecer 08 direitos e deveres socials dee governos, comunidades, eapasbes¢ indiviluos (3). Beses novos dieiton humenon exemplifi cados tudo, pelo predmbulo da cardter iamente fumanos comecou a softer lento em que as ages e re- mais coletive que indi- deixaram para trés a nas “declaragses de direitos”, Constituiggo Francesa de 1946, sao, antes de ©* neceniros para toonar efetvos, quer dizer, reabmente reece os CHAYES. “The Role of the Judge in Public Lew Ligation (0 Papel do Juiz telto Inglés Uma Nove ps HABER] ‘LE, “Grundrecht im ien Staatirechtelehrer, v. 3 In: Harvard Law Re wplo, CAPPELLET 11, M., Hino, 1963, p. 511-24; SCARMAN, 1. mens English La Stevens view, v. 88, 1976, p, 1041. Frocesso ¢ Ideologie. Bolona, 1! Mo- Ww ~ The New Dimension. (0 Dis & Sons, 1975, p. 28-50, i Verétfenilichingen Der ter, 1972, p. 76, 90, 99. vets «todos, os dzetos antes proclatnados (4), Entre esses direitos ga rantidos nas modernas constituigdes estio os dieitos ao trabalho, 4 sade, A sogoranga material e & educngio (5). Tornow-se lugar cone bservar que & atuopio positiva do Estado 6 necessria para assegerr © gore de todos esses direitos sociais bisicos (6), Nao ésurpreendente, Pottantovsque-oadirvito-20.acesso.efativa.i,justica tenba ganho pacts. calar atengo na medida em que as reformas do welfare state ean Pro aa? Arma os indiiduos de novos dicetos substantivos em sua qua, Tide de consumiores, locatirios, empregados e, meso, idadios (7). De fato, 0 direito ao acetso efetivo tem sido progressivamente secs, ahecido como sendo de importéncia capital entze o8 novos dive in, dividuais ¢ soci, umta ver que a ttularidade de direitos € destieafda de sentido, na auséncia de mecanismos para sua efetiva reivindica, 20, Freimbulo da Consttuio Francesa de 1946, que fl expressamente incor: porado ao Preimbulo da atual Constituigdo de 1988 ir 2 novos diits “sciis” e “econdmicos” aos dios a Repitica Federal da Alomanha (Grundgesets) 3.Vike, por exemplo, o Preimbulo da Consttuigdo Francose de 1946 vaptce Bet exemple, CALAMANDREL P. Opee Girdiche. (Obst Jurdier Cueley Morano, M. Cappeliett ed, 1968, v. 3p. 183-210; ¢ CLaubn seal Model of Human Rights Development”, (0 Modelo Cieice se Deore Yolrimento de Recuisos Humanos). In: Comparative Htuman Riss Dishes wee Tone! Camparadoy), Bakmore, John Hopkins University bet, R. Gece 42,ande sda que “os dieitos postvos geralmente pressupson ween sgee fo afimativa do Brtado {Fronveimente o primeiro secontecimento explicito do devez do Estado de ‘SiSRURT lea acs 3 justia (pelo ence quando at pate sxcum ae ee) tease 2, lige Austria de 1895, que coneria sais un ape ate Sitaltar as partes. Vie CAPPELLETT, “Social and Toliteal Anew ne Bet por exemmplo;o artigo 3%, § 29 o ar Italians de 1948; aamite 62 da Conveneio Earopéia pare a rotegie dos Dinos Humanncs dace: teaes Riumdamentals, Vide, por exemplo, Coro Consttaconal, Derisas dpa, SgRR 1961. in: Gir et (Gturpradenca Tala) v. Me x00 p. 1282, 11 $0 (8). O acesso justiga pode, portanto, ser encarado como o requi- sito fundamental — 0 mais bisico dos direitos humanos — de um sis tema juridico modemo ¢ igualitério que pretenda garantic, e ndo ape- ‘nas proclamar 0 direitos de todos. O enfoque sobre.o acesso —o modo pelo qual os direitos se tornam “*efetivor~= também caracteriza-oreseentemente-o.estudo.do.maderna, Procesto civil. A discussio teérica, por exemplo, das varies regras do Procesto civil e de como elas podem ser manipuladas em varias situagSes hipotéticas pode ser instrutiva, mas, sob essas descricdes neutras, cost ma ocultar-se o modelo fieqientemente irreal de duas (ou mais) partes em igualdade de condigGes perante a corte, limitadas apenas pelos argu- mentos juridicos que os experientes advogadot possam alinhar. O pro- e2s80, no entanto, ndo deveria ser colocado no vicuo, Os juristas pre- cisam, agora, recomhecer que as técnicas processuais servein 2 fungGes sociais (9); que as cortes nao sdo 2 nica forma de solugdo de conflitos 4 ser considerada (10) © que qualquer regulamentagio process, in- clusive a criagio ou 0 encorajamento de alternativas ao sistema judici. rio formal tem um efeito importante sobre a forma como opera a lei substantiva — com que freqiiéncia ela é executada, em beneficio de 8. Como observou o Professor Richard Claude, “A efetividsde ou protesio pro- Easual E APenas outro aspecto do conteddo do Dito”. “Comparative Rights In: Comparative Human Rights. (Direitos Humenos Comparados). Nota 6, p. 382, 395, Goo observou aguradamente o grande estudioso austrfaco Franz Kien, em 406,00 Lendmeno aida, esquitido e neglgenciado que & 0 processo civil tl, & ‘ato, estreitamente ligado 20s grandes movimentosinelectuais dos povosse, uss diversas manifestaedes estdo entre os documentos mais importantes da cult. Rsk humanidade.” Zeit wad Geistesserémungen im Prozeste. Frankfust stn Main, Alostermann, 24 Ed., 1958, p. 8. Vide, também, CALAMANDREL P. Procedure Tose 7. (Processo e Democracia). New York, New York University Pres, J0Naturalments. as atividades dos teibunais ajuda a detetminar que outros ‘ios de solueio de Utigios estéo disponives, como eles sio utlzados's quis ‘80 08 resultados. Vide, por exemplo, GALANTER. “Why the ‘Haves Cerne Ont ‘dead: Spectlations on the Limits of Legal Change”. (Por que s6 so bene: Joy csaue “tom”? EspeculagSes sobre os Limites da Reforma Judie). In: Law ‘and Soctety Review, v. 9, 1974, p. 35, 12 ‘quem © com que impacto social. Uma tarefa bisica dos processualistas moderns ¢ exporo impacto substantive dos vésios mecanismos de pro- cessamento de ltigios. Eles precisam, conseqientemente, ampliar cua pesquisa para mais além dos tribunais e utilizar os métodos de andlise da sociologia, da politica, da psicologia e da economia, ¢ ademais, “aprender. através-deoutras culturas.O acess” néo.é apenas.um diteito wumoecennue social fundamental, exescentemente seconhecido; ele 6, também, ne- cessariamente, © ponto central da moderna processualistica, Seu estu- do prestupde um alasgamento © aprofundamento dos objetivos e mé- todos da modema cigncia juridica. 13 0 SIGNIFICADO DE UM DIREITO AO ACESSO EFETIVO A JUSTICA: 0S OBSTACULOS A SEREM TRANSPOSTOS Embora 0 acesso efetivo a justiga venha sendo crescentemente aceito como um diritd social bésico nas modernas sociedaden o cons celto de “efetividade” 6, por si si, algo vago. A efetvidade perfeita, no contexto de um dado dizeito substantive, poderia ser expressa cone » completa “igualdade de armas” — a garantia de que a conclusto fal depends apenas dos méritos juridicosrelativos dat partes antagénicas, sem relagio com diferencas que sejam estranhas a0 Direno que, no Gnraito, afsiam a afirmacéo ¢ revindicasZo dos direitos, Essa prises ‘gvallade, naturalmente, é usspica, As diferengas entre as partes nie Podem jamals ser completamente erradicadas, A questio € saber ate onde avanger na diregio do objetivo utépico e a que custo, Em sutees alavias, quantos dos obstécalos 20 acesto efetivo & justia Podem e devem ser stacedos? A identificacto desses obstécalon, conseqiente- ‘mente, é a primeira tarefa a ser cumprida, A ~CUSTAS JUDICLAIS 1 Em Geral A etolucto formal de litigios, particularmente nos tibuneis, & ‘muito dispendiosa na maior parte das sociedades modernas (12). Se é —__ te difundido, que impée 20 vencito os 6nusda sucumbéncia (12). Nes 5 caso, a menos que o litigante em potencial esteja certo de vencer — © que é de fato extremamente raro, dadas as normaisincertezas do pro- cesso — ele deve enfientar um risco ainda maior do que o verificado not Estados Unidos. A penalidade para 0 vencido em pafses que adotam 0 ~~~ prinefpio-da-sucumbéncin-é-aproximadamente.duas.wezes maior. lees co- wy agar os custos de ambas as partes. Além disso, em alguns pafses, como 4 Gra-Bretanha, © demandante muitas vezes no pode sequer estimar 0 m agem como eee tamanho do rlsco — quanto lhe custaré perder — uma vee que os hon. ‘anba (gproximadanente 14.400 DM, on sitios advocaticios podem variar muito (13). Finalmente, os autores ue sect 0 utliznde tincias, terd um easto d : . : tod, 12.A Jong telegdo de patses que, com sigums vaingSes, impem os Gnus das Sie op 8 & STRECKCER i camblnc so cig tut A ase ears aoe © Canada In 5 Gamay. (Acar a on terra a Franga, a Alemanhe, a Holanda e a Suécla. Algins peise ents os noe, BAUMGARTEL. @ oe 4 Colombia, ita, « Eapanha e o Urgua,enboraadotem em peeing toe z da sucumbéncia, dio ao juiz ampla discricao para distribuir as despesas entre as partes. O “sistema americano”, adotado apenas pelos Estados Uniios © gels et io, tem sido muito crticado.Vide, por exemplo, EHRENZWEIG “Reipturse, ‘ment of Counsel Fees and the Great Society". (Resmbolso dos Honoréeis ca Grande Sociedade), I: Cafornia Law Review, ¥.54, 1966, p. 792 MeLAUGGEE LIN. “The Recovery of Attomey’s Fees: A New Method of Financing Lepl Se vices”. (O Reembolso dos Honorérios: Um Novo Método para Finsnehar e Sorvt $28 Juridicos). In: Fordham Law Review, v. 40, 1972, p. 761; COMMENT, gGou Awarded Attorneys Fees and Equal Acces 0 the Courts” (A Inpesnas dot Honotéios pelo Tibanale iualdade de Aceso & Justia) In: Cnoero oy Pasadena Law Review, ¥.122, 1974, p. 636. Mas, cf nota 14, inica 13.0s honorérios de advogados podem variar muito em qualauer esto porque sfo estabelecidos de acordo com o volume de servgo malized. O Whaling te Deas Evershed, de 1953, mencionava: z,“F notoriamente impossivelestabelecer as despesas com o processo an ‘Reipadamente. E muito dificil para qualquer das pates prover quais serio suas préprias dosposs, uma vez que muito depende da menoia pels seals ‘ura parte conduzirdo caso. inteiramenteimpossivel prever quale wee peses da parte contuia,¢ isso significa que nenhutn Utigants pode toy ‘menor idéia de quanto te de pagar ve perder a cause.” Relatirio Final do Comité Evershed sobre ox rocedimentose Pritic na Suprema Corte, 1983, oitado por ZANDER, My mula supra 00 1p. 924508 TODS ‘Fundamental Garantees in Civil Litigation: England” (Carantias Fundementas ‘0 Proceso Chil Inglaterra). In: Fundamental Garantees of the Partes ea ation, nota supra n9 I, p. 121, 1326. Em pafses tas como a Alemanha, onde os honoritios de avogado fo fae + G. Gel Verlag, 1976; r faa Sad ge RDECRER walt im Spannungsfeld von Soria "Ini News Lwisich Wochencrife . 05, 1975 1153, ima ere de US3"3.090, dos & a os quis 35,5 2 Bi: pubes pa erat What er rer Beomoms ban Be TOCKER, St Access woke Precio, entretanto, reconhecer fs 4 = cessas bar ree, et ‘Que nos paises socal dos estritamente conforme o valor da causa, mas nio de aconlo tom ateantinnan Pass condi, Vide ws noas 1550 fees SBaMY ato exten 4° tabatno necessiia, as partes podem, pelo menos, prover os cates db tise 16 Ww sas do adversisio, 2 —Pequenas Causas agar sea regra d. Cassis que envolvem somas relativamente pequenas so mais pre- jdicadas pela baretra dos custos. Se o litgiotiver de ser decidido por processos judiciirios formais, os custos podem exceder o montante sesrailinme sind 69 rinino8 ie ne conse pode consumir 0 contesdo do pedido a ponto de tornar a demanda uma futilidade (17). Os dados 7" reunidos pelo Projeto de Florenga mostram elaramente que a relagio entre os custos a serem enfrentados nas ages cresce na medida em que 300 délares € © custo i : se reduz o valor da causa (18). Na Alemanha, por exemplo, as despesas hordvio (15) ten pein ae servigo pode excedet 20 caste para intentar uma causa cujo valor corresponda a US$ 100, no sivene conforme eritérios que os tomer mn ee P judiciéio regular, estdo estimadas em cerca de US$ 150, mesmo que Grostram que eles representam a cemend ee? soja utiizada apenas a primeita instincia, enquanto os custos de wna fos do lito, em parses onde os san oe PrOPON agio de USS 5.000, envolvendo duasinstincias, seriam de apronimad. Seados sio parti . mente US$ 4.200 — ainda muito elevados, mas numa propor;ao bastan, 17.0 problema se coloca, em larga medida, porque os advogados precisa ser di= igo ctitico importante na Al 6 nd Alans & 9 : Vide, tambon, REGS eMeR” In: Zeinchnt Ae eOMELMANN, “Rechts. zeta ou indiretamente recompensados conforme o tempo de trabalho despendido, seas en RENIN Dy Kas der Rechvtolsah Ae 168 0 custo de seu tempo € muito elevado, Nov Estados Unidas, por snomaien et eat a SE Sr Greets ea 7 faa eam ta wm min eee tor naturalmente posse a sleanger um rendimento 000, soma muito inferior & nore ol, iets aus Ve’ ee LPO ders pres locas Inds de ganhor ds un advoputo Her Pose ps seer a P4081, na sori TBs Kee POE MEO, Bender RB Sucker C° te nfo podem patuocina esonomicamete causal de pono yasr AS.JOHSON Je ete 8680 IIB do voiume ee 2Penete National Re. FRANK. “Logal Services for Citzens of Moderate Income” (Semiges faridioos Bae ll neta mapa ne Th ng et onde fora este taba para os Cidadéos de Baixa Renda) In: American Assembly, Law ant the ase sn Stina (an, Cia The Eoin ALL COOPER, RA AST ie 2854 Vi dn PEN eM Sao TE ns" (0 deen Jun, Ee EcOOME Baca oe RST 123 3, in rocesektor cas: Anwaily Bares Salutes Promisor), ses tds 0s Obstcos Begs oat ‘peatis noch rentabel?. In: Neve Juristche Wookentehrif, 1973, 9.0499 esta de honors’ S08 9 Vln ona ne emt AE 18-Vide, por exemplo, Vigoriti, Vy nota supra n° 16, ng sepdo’ 13, DE MIGUEL ache orogeny a a eg OE ae ¥ ALONSO, C. Access 1 ste tn Spanih Law, naw do vohane pred oe de abe ee deem lo er gate Her ito ASCHING. Hc fe tut en aS canes 7a wes de um 3 os tor rene BOE 4a wai IB. TAYLOR, C.D.5 seal con ilo 4 Vitis 1 eg, 1E-Vide. por exempt, Tobnon ek Baba quake ree dears combined ue o cunts doe faa) ea ges 1 opie tone Qe Eta estetrabaton pete SPP8 2°11, see do yoy peranteo Teibunal de Maglstados so superitesa 30% do ale fe dines ca res ff JB. cada; IGOR Wg Tou keh Co nota sap no ‘9 a6 § 800" TAYLOR, GDS, “Special Procedures Governing Sea Chain © 660 1B do volun ene tabalno; Cooper, Ra et Ltely, e850 11 do woh. itl”, (rocedimentos Espedias para Pequenss Ceusss na Austell), 78, volume orginal onde figura exe esbape eB Ra sips Bits dace mat ani, acne ae eae ee Seren Pa a a brand 7, p.872-873 19 ‘e inferior, em relagio ao valor da c (19). Nem é la causa (19). Nem é pres iplicar se kemblos nessa dea; é evidente que 9 problema des pequens exige especial atengao (20). 2 tr a et! Ue (om 1973 0s cates de preteens se se fae AG Pc ri Vict mot gsi Ate ake Pa 769 ins”, rot ape te Pa TaD onde is tmbin Do Miguely age timer Me pr uc degre 8 Epa oes entensa. o julgamento de ia He, UP NP 14, va sogdo HC Pee ‘supra n9 18, na ra) reser, noe wipes ay? SS Ae). ois 1 20 dde “um prazo razodvel” (22) 6, para mauitas pessoas, uma Justigainaces- stvel. B — POSSIBILIDADES DAS PARTES As “possibilidades das partes” como ficou demonstrade Por uma recente linha de pesquisa, de exescente importancia, é ponto central quando se cogita da denegago ou da garantia de acesto efetivo, Esta vee pressio, utlizada pelo Prof. Marc Galanter, repousa na “nogio de que algumas espécies de ltigantes... gozam de uma gama de vantagens estra. ‘égicas” (23). Devemos reconhecer que o estudo das vantagens e deevay, tagensextratégica esté apenas comegando e é dificil avaléas com pre cisio, No entanto, podemos nao s6 isolar algumas das vantagens e des. vantagens bésicas para determinados litigantes, sendo também, aventu. tar algumas hipéteses com base em pesquisas socioligicas recentes e altamente sugestivas. 1 ~ Recursos Financeiros Pessoas ou organizagSes que possuam recursos financeizos consi: deriveis a screm utlizados tém vantagens ébvias 20 propor ou defender demands, Em primelzo lugar, clas podem pagar para lige, Poder, slém disso, saporta: as delongas do ltigio, Cada uma deseas capacda, des, em mios de uma dnica das partes, pode ser uma arma podero & ameaga de litigio torna-se tanto plaustvel quanto efetiva. De modo si. ilar, uma das partes pode ser capaz de fazer gastos maiores que aou- Sa ¢ como resultado, apresentar seus argumentos de maneira mais eficiente. Julgadores passivos, apesar de suas outtas ¢ mais aliinivs ‘aracteristicas, exacerbam claramente esse problema, por deixarem is —— me ei BOF remnplo, VELV. “La Convention Européenne des Droits de UHfom- tel Gane, Santos ondamentales des parties danse proces chil” in Bose oe $ Garantees of the Perties in Cri Litigation, nota supra n91, p. 245, 318-29. TRGALANTER. “Afterword: Explaining Litgation® ne Leh cs Society Re- view. v9, 1975, p, 347, 360, Partss « tarefa de obter ¢ apresentar as proves, desenvolvere diseutic a causa (24), 2 Aptiddo para Reconhecer um Diteto.¢ propor uma Agio ou Sua Defesa A “capacidade juridica” pessoal, se se relaciona com os vantagens de recurtos finanesiros e diferegas de educasif, meio « stata social, é de aeenaate muito mais rco, ede erucial importincia na determinagso ds acessibildade da justia, Ele enfoca as indmeras berries que preci- jaz St Pessodlmente superadas, antes que um diteito possa sor eet, rraian cnindicado através de nosso aparclhojodicitio. Muitas (endo « inaior Part) das pessoas comuns nfo podem — ou, a0 menos mag ene, i tBett esas barcras na mori dos tipos de procetos (28), Num primeizo nivel esté questdo de reconhecet a existéncia ae ‘um diteto juridicamente exigivel. Essa barrera fundamental 2 especial. 52, il, Bor omeno, CAPPELLETTY, General Report, nota supra nd Lp. 146- 82. A reopelto f : onan Ci Prostar. Pungbes da de ng i Preece lt: Buffalo Law Review, v. 20, 1970. 6, 9° 30-35, KAPLAN, gait Procedure: Reflections on the Compesioon ot Syse Processo Civil, Re- $axoes Pele Comparacio de Sistemas). I: Buffalo Pace Review, v. 9, 1960, p. 25.Entre as importantes anise Zan hides, esto os ostndos enpircos realecioe st GANDER, M: € CASS, Ry “Legal Problems and he aoss Gltos 0 0 Cidadio). Londzes, Heinemann, (Necessidades Turfdioas dos Pobreo, Ponenment Pinting Office, 1975; e MESSIER’ C. os wees Loi: Une soblematigue des Economiquemont Faities duc © Montréal, Comission des ‘eniors Juridigues, 1975; ¢ os ttabalon mals tegen ie CARLIN & HOWARD. 2 ee gemenaton and Class Tus” (A Reprseseage ea a HO Justis Sens Rid Lert of Clrnia Lx anges Lan eta 1965, p GA gGRAIMO ROM. Tae scusccion of Land Nessa gee Theoretical Ideas” ote cams, at Pe um proveitoso estado sobre os nat saeae® rogressos i “I als Hilfe und als Bartiere ‘ut dom Wes mum Recht” in: Zetec far Rech ae p93, 2 mente sézia pare os despossusdos, mas ndo afeta apenas os pobres. Fla dis respeito « toda a popalagio om muitos tipos de confltos que eavol. vem direitos. Observou recentemente 0 professor Leon Mayhew: “Taiy, te... um conjunto de interesses © problemas potenciaiss alguns so hems compreendidos pelos membros dx populagfo, enquanto outs sfo per ~~eebidos de forma-pouce.clar,-ou-de todo-desparccbidos!(26).Mesingnanaenine consumnidores bern informados, por exemplo, s6 raramente se dz0 conta de que sus assinatura num contrato ndo significa que precisem, briga- toriamente, sujeitar-se a seus termos, em quaisquer circunstinciss, Faltalhes 0 conhecimento juridico bdsico ndo apenas para fazer obje- $80 esses contratos, mas até mesmo para pereeber que sejam pass veis de objecio. Ademais, a8 pessoas tém limitados conhecimentos « respeito da smancira de ajuizar uma demanda. © principal eseudo empirico inglés, «a respeito desse assunto concluiu: “'Na medida em que 0 couhecimento daguilo que esti dspon{vel Constitui prérequisito de solupio do problema da necesidade Juridica no atendida, & preciso fazer muito mais pare anmentar © gran de conhecimento do piblico a respeito dos meios dispo- niveis e de como utilizéos” (27). ‘Um estudo realizado em Quebeque definia de forma semelhante {ue “Le besoin d'information est primordial et priortaire” (A necessi. dade de informacao ¢ primordial e priortéria) (28), Essa falta de conbe, Cimento por sva ver, relaciona-se com uma terceira berries importante 52 SuPosiséo psicoligica das pessoas para recorrer a procesos judi see Meme aqueles que sabem como encontrar aconselhamento ur Aico qualfcado podem nio buscélo, O estado inglés, por exemslo, fe —_ SR RAYHEW. “Instittions of Representation: Civ use andthe Public, dias: ing a ot Revresentagzo Judicial: A Tustga Comune 9 Piblcoh In ng See Glety Review, v.9, 1975, p. 401, 406, : 77 AbstSmith, B., Zander, M. & Brooke, R, nota supra 92, p. 22 23 4 detcoberte surpreendente de que “até 11% dos nose entrevistados Aiseram que jamais itiam « om advogado” (29), Além dessa declarada deseonfianca nos advogados, especialmente conan nas classes menos ‘Todos estes obsticulos, & preciso que se ige, tém importéncia ial ou menor, dependendo do tipo de pessoas, instituigdes e deman- 28 Messier, C., nota supra 25, p. 495, scecubet Smith, B Zander, Me Brooke, R, nota Supra n® 25, p. 224, Pesquisa dai Camente macrzanizagdo ou publcagto de conmmumiser luma parcela estatist rumor: The Hate COU 8 juzo.Buyopcar Cone European Con. rmisso dan Coast, Aspltions, and Knonedge or tee Affairs (Co. Piast e Conmllades Eoropsis, Consumidons Buccs Tateretses, As. Tanke Sp Sanmecimento sobre os Temas oe nee we Respetto). Bruxas, 29.33, 30-Segundo MAYHEW, nota mpra n@ 26, p. 406: = “Temos um: auxflio, em deconéncia da orpanizasio da sociedade como um todo, o que ie cm tice oc Felco prnrpan abner 2 ieee a pemtenunane ga Mamie hs gras de et teen ts een tr 24 3 — Litigantes “eventuais” e Utigantes “habituais” “wrens O-professor.Galanter-desenvalvew-uima distingZo-entre-o que -clenn nnn chama de litigantes “eventuais” © “habituais", haseado na freqiiéncia de encontros com o sistema judicial (33). Ee sugeriu que esta dive, $e corresponde, em larga escala, i que se verfica entre individuios que Srey i ft Comtatositolados © pouco frequentes com o sistema fu, dicial ¢ entidades desenvolvidas, com exporiéncia judicial mais extensa, As vancagens dos “habituas”, de acordo com Galanter, so numeroann 1) maior experiéncia com o Direito possibilitalhes melhor plangjamen- to do litigio; 2) o Itigante habitual tem economia de escala, Porque tem snake casos; 3) olisigante habitual tem oportunidades de detenvalvee se Tagbes informais com os membros da insténcia decisora; 4) ele pode di- Inir os riscos da demanda por maior niimero de casows 5) pode testar Seurstégias com determinados casos, de modo a garants expectatioa ‘nals favordvel em selagio a easosfaturos, Patece que, em fungdo decna “antazens, os litigaites organizacionais slo, sem divda, mais eficiontes | oon sft ot I, inns ae enfentam prions baste Se ce cadres sat em busta acerehhmenta uri ek Se AA greg oman nica de per auonaramehto sone panies d tna o contrto. Os consimidess que weateon eee Palo um artigo dofeituoo,tentam sesolver 0 atsnta ater coe farsmente consitan wit lope Vide Cass, M., nota ‘Supra n9 25, p. 89. Vide, também, Messier, C., notasupran? | 25, aba) iouret SHACK “The Mobiiation of Law. (0 Euro do Dito ns The Ane of etd Seis. 2197p BSCLBMPERE. eee ee ntact Esay™ © Erect dos Diets Bade eae La $0) Ins Law & Sociery Review v Th 1916 6 tI *8.Vide Galanter nota supra n 10; © Galante note spre n023, {100 indivfdaos (34). Ha menos problemas em mobilcar ss empresas 20 tensido de tlrarem vantagens de seus direitos, o que, com frenien, Gis: dé exatamente contsa aquelas pessoas comuns que, em succom digdo de consomidores, por exemplo, s20 as mais selutances em bese © amparo do sistema judicial OOS a desig ald elativaatente Go" Beso pode vermareada “cai >" maior eficifncia, segundo Galanter, se os individuos encontrarem mar noirns de agregar suas causis ¢ desenvolver esteatégia de longo prazo, Pare fazer frente 3s vantagens das organizagdes que eles devem side enfrentar, Alguns dos problemas encontrados na implementagio dessa estratégia serdo abordados a seguir, construgio de uma represa que ameace de maneira séria e irreversivel © ambiente natural, Muitas pessoas podem destrutar da érea ameagada, tas poucas ~ ou nenhuma ~ terdo qualquer interesse financeiro diretg em jogo. Mesmo esses, além disso, provavelmenté ndo terdo interesse suficiente para enfrentar uma demanda judicial complicada, Presumin. ee dosse qiie essed indo fates ‘ahaa legiimiagac aN [6 que © Brequrentee ‘mente um problema), eles estdo em posigo andloga 4 do autor de Juma pequena causa, para quem uma demanda judicial é anti-econdmica, Um individuo, além disso, poderd receber apenas indenizagio de seus préprios prejuizos, porém no dos efetivamente causados pelo infrator 4 comunidade. Conseqiientemente, a demanda individual pode ser de todo ineficiente para obter o cumprimento da leis 0 ingrator pode nio ser dissuadido de prosseguir em sua conduta. A conexdo de processos &, Portanto, desejivel ~ muitas vezes, mesmo, necessétia — ndo apenas do Ponto de vista de Galanter, sendo também do ponto de vista da reivin. dicagao eficiente dos direitos difusos. Outra barreita se relaciona precisamente com a questo da reu- nio. As vétias partes interessadas, mesmo quando Ihes seja possivel organizarse ¢ demandar, podem estar disperses, carecer da necesséria informagio ou simplesmente ser ineapazes de combinat uma estraté comum. Esse problema é mais exacerbado pelo, assim chamado, “li- ‘we-atirador” — uma pessoa que ndo conteibui para a demanda, mas nio Pode ser excluida de seus beneficios: por exemplo, a suspenszo das obras da barragem (37). Em suma, podemos dizer que, embora as pes- soas na coletividade tenham razdes bastantes para reivindicar um into. resse difuso, as barreiras & sua organizagio podem, ainda assim, evitar ue esse interesse seja unificado ¢ expresso. Assim, conquanto como regra, a protesao privada de interesses difwsos exija acio de grupo, & dificil assegurar que tal asio coundenads ‘tenha lugar, se © proprio governo filha, como no exemplo acima, em S82 ago em favor do grupo. Uma porigdo tradicional e ainda prevale- , Cente em muitos paises ¢ a de simplesmente recusar qualquer a¢o pr ee 7 Hanats G2 OLSON, It, M., “The Logie of Colectve Action”. Cambie, Mas, canard University Pres, 1965, 0 ponto de partite paras anil dn oho © suas implicagées sobre 3 torlaplaralisa, C~ PROBLEMAS ESPECIAIS DOS INTERESSES DIFUSOS Interesses “difusos™ sio interesses fragmentados ou coletivos, {als como © direito so ambiente satdével, ou i protegaa do consumi- dor. O problema bésico que cles apresentam — a taste de sux natureza difasa ~ € que, ou ninguém tem diceito acortgira esto ann interesse ‘outet cst ren” (O consumidor & tudo ¢ no 6 nada) (35), ‘om exemplo simples pode mostrar por que esta sitacio ctia ex Pecias barrias 20 acesso (36). Suponhamos que o governs autores 2.8 per The a Ong nine eaten et Henn ena eg omen pcs Sl ato. Pat Ving va ib vt & Sey Ren a tn Bat ic erat nae ot acne, Mg ‘Sancias Btllicauas Pelas organizagses ‘para di linar 08 individuos e tirar proveito deles.” Galanter, ota supra 2° 23, p. 360. Ss batt Aah cite for Lube Reprsentatin, foward Pave Sed mere Responane Adminstration, Madison, Wisconsin, 1975, p. 26-27. aa 26 aa wala © continuar, em vex diss, & confiar na rmiquina govenamental Para proteger os interesses piblicos e dos ‘grapes. Pesquisa comparativa Secerts, NO entanto, demonstrou o quanto é fnadequado confiar apenas D~AS BARREIRAS AO ACESSO: UMA CONCLUSAo. PRELIMINAR E UM PATOR COMPLICADOR ie: Pata as Pequenas causas e pata os autores individuais, espe- een] Poe #0 mesmo tempo, as vantgens Pertencem de ‘pecal aos litgantes organizacionas,alepne do techs sistema caste eles envolva agdes judicias por dance relitivamente pequenos, % Grandes organicasdes. Os novos drcises substantivos, que sao ca. "eristicas do moderno Estado de bem estar-social, no entanto, tém. 8.0 res st Born “Ming BeSRis guram em dtahe em CAPPELLET TH, “The Ro- patlon ~ with 2 Glnc Or ReBIOE and the Attorney Genera oa RSS terest ia Ce poet Or Fors of Renee of Public and Group In. do Attorney Gare tS (As Fanedes do Micgaee Poona Prokuratiza ¢ ocak so 20 el 4 breve noticia sobre outras formas deve tanh ou de grupos no proctiso civil). In: CAPPE Jae Gr SO? bl el tare ch CAEL 28 “wnwewerd-provavelmente-pequenoE. evidentemente-sima-ta Precisamente esses contoros: por um lado, envolvem esforsos para apoiar oF cidadios contra os governos, os consumidores contea os co merciantes, © povo contra os poluidores, os locatérios contra os loca: dores, os operitios contra os patrBes (¢ os sindicatos); por outro lado, © interesse econdmico de qualquer individuo — como ator ot réu— se, formar esses direitos novos ¢ muito importantes — para todas as socie. dades modernas — em vantagens concretas para as pessoas comuns. St Pondo que haje vontade politica de mobilizaro$ individuos para fare. em valer seus dtsitos — ou seja, supondo que esses discitos sejam pata valer ~ coloca-se a quest¥o fundamental de como fazélo. Esse proble ma seri um ponto principal deste relatério e das reformas que ele dis- cutiré, Finalmente, como fator complicador dos esforgos para atacar as barteiras ao acesso, deve-se enfatizar que esses obstéculos nao podem simplesmente ser climinados um por um. Muitos problemas de acesso so inter-elacionados, e as mudangas tendeites a melhorar 0 acesto por uum lado podem exacerbar barreiras por outro. Por exemplo, uma tenta. five de reduzircustos 6 simplesmente climinar a representagio por advo- gado em certs procedimentos. Com certeza, no entanto, uma ver que litigantes de baixo nivel econémico e educacional provavelmente aio ‘ero a capacidade de apresentar seus proprios casos, de modo eficien. fe, eles serio mais prejudicados quo beneficiados por tal “reforma”, ‘Sem alguns fatores de compensagio, tais como um juiz muito ativo ou cutras formas de assisténcia jurfdica, os autores indigentes poderiam agora intentar uma demanda, mas thes faltaria uma espécie de auxilio ue thes pode ser essencial para que sejam bem sucedidos, Um estudo strio do acesso & Justiga no pode negligenciar o inter-telacionamento entre as barreiras existentes, 29 wefo- dificil trans essnewmnen m AS SOLUCOES PRATICAS PARK OS" PROBLEMAS DE ACESSO A JUSTICA O recente despertar de interesse em torno do acesso efetiva Jus tica levou a ués posigdes bésicas, pelo menos nos paises do mundo Ocidental. Tendo inicio em 1965, estes posicionamentos emergzam ou menos em seqiéncia cronolbgica (39). Podemos afmar que & primeira soluglo para o acesso ~ a primeira “onda” desse movimento novo ~ foi a assisténcia judictria; a segunda diziarespeito is eformmas tenidentes proporcionar representasao juridica para os intereses "ad, fusos”, especialmente nas éreas da protegio ambiental e do consump dor; ¢ 0 terceito — e mais recente ~ é 0 que nos propomos « chamen simplesmente “enfogue de aceso djustiga” porque inclu os posciona, ‘mentos anteriores, mas vai muito além deles, cepresentando, dessa for ine uma tentativa de atacar as barreiras ao acesso de modo mais ation. lado e compreensivo, A~ APRIMEIRA ONDA: ASSISTENCIA JUDICIARIA PARA OS POBRES ©: primeitos.esforgos importantes para incrementar o acesso 4 Justice nos pafses ocidentais concentraramse, muito adequadamente, eee nt 39.Note-se a coincidéncia ‘ronolégica com os estudos tedricos. O ‘Brogresso veri- mor stat depois fou dos Exads Undo Na gnc re Coty of utes odem ser locaizados através da publigtos ey 66 Soncgy ante Lawyets, Justo for A. Gusta pan Tait, bonne eps, ding obs finds au alguns progresses importantes pose oe ee ‘té mesmo no final da ddcada de qearente 31 gm proporcionar servisos juridicos para os pobres (40). Na maior parte das modemas sociedades, o auxilio de um advogado é essencial, endo indispensivel para decifar leis cada vez mais complexas ¢ procedimen. fos misteriosos, necessiios para ajuizar uma causa. Os métodos para Proporcionar a assisténcia judicidria iqueles que no a podem custear Sor POrtsso mesmo; vitais~Até-muico- recontemente;-novententoy-os ssquemas de assisténcia judiciiria da maior parte dos paises eram inade. Guaos, Baseavamse, em sua maior parte, em servigos pretados pelos acvogulos particulates, sem contraprestagio (mmumus hororificum) (ay. © diseito 20 scesso foi, assim, reconheeido e se The deu alguna suporte, Aus © Estado ndo adotou qualquer atitude positiva para gerantilo, De forma previsivel, o resultado é que tais sistemas de asssténcia judiciéeia Sram inefcientes (42). Em economias de mercado, os advogados, par- tleslarmente os mais experientes e altemente competentes, tendem wets * devotar seu tempo a trabalho remunerado que & auistincia judicisia Sratuia Ademais, para evitarem incorrer em excessos de cavidade, on adeptos do programa geralmente fixaram estritos limites de habilitagio ara quem desejasse gozar do beneficio, As fathas desses programas tornaram-se sempre mais evidentes, Fora introdusidas reformas relatvamente cedo ha Alemanha « te. latera, em ambos os casos sob regimes social democratas ow eballin ‘ss. Bm 1919-1923, « Alemanha deu inicio a um sistema de remunera, $0 pelo Estailo dos advogados que fornecessem assistinca judiisia, Trenctt CAPPELLETTI, M., GORDLEY, J. e JOHNSON J, Toward Equal {ites (Jestca var Todos), Nao, Dobbs Peiny, NY. Ohi Greene woes aig bois ancosas, alemés, italianase algumas outas, editadas at epoogs me- 1a do seculo dezenove, etabeloeram para os alvogados davtiee de eee epee a0 pobres. Vide Cappelieti, The Emergence of Modern Treen 32, principal reforma comegou com o estatuto de 1949, eriando Legal Aid sand Advice Scheme, que foi confiado & Law Society, associagao nacio- nal dos advogados (44). Esse esquema reconhecia a importincia de no somente compenser os advogados particulares pelo aconselhamento (“aconselhamento juridico”) sendo ainda pela asssténcia nos processos -~(Sassisténcla judiciria)..Essas,tentativas-eram,limitadas.de. diverse maneiras, mas comecaram © movimento para superar os anacrdnicos semicaritativos programas, t{picos do laissez-faire. A mais dramitica reforma da assistEncia judicidra teve lugar nos ‘ltimos 12 anos. A consciéncia social que redespertou, especialmente zo curso da década de 60, colocou a asssténcia judiciria no topo da agenda das reformas jidicidrias, A conteadigao entre o ideal tebtico do acesso efetivo © os sistemas totalmente inadequados de asssténcia ju dicidsia tomowse cada ver mais intolerdvel (45). A reforma comecou em 1965 nos Estados Unidos, com o Office of Economic Opportunity (OBO) (46) continuoa através do mundo cobra us honoris interainente dos stad, tmbora 0 montnt ena sido lmiad, naguele meme ano. ost Uber die Baatarg wos Rega ‘nen in‘Amensahen” de 6 do foerio de 1829 ROBY na ne Kast, “Erstattng von Rechisanvalagedtiven in Atmenacen" ee Sse Wochenschiift, 52,192, p, 676. a ‘4 Legal Ait and Ace Ac de 1949 (Lei de Aweworamento e Paton Furr co) G2 ¢ 13 Goo, $1) Boa fl formulates hae ea tesa ln op 45. pale expermertarr tf mesmo desatios prions aos que Bu de wenn ce ane ete igedenca dezenbro a 1972 dectroua nonatiicionadade do sktes offense og eee Gi duns remanerago adoquaa pars 03 atvepsdosqusreo ne oe ths inden, Vide game Gel) de doses rasa tam jOpetichisshs Anvaishats,focreio de 1973 Outs cnoen ee ‘ripdencal podem ar enoteator on Coppel. ig pre et ESE 468 ial 1 Wo “Haanome Upportaniy Aer de BEL eS Oe 270. 9811970, evogado em ate pels Lt ds 28 to ceomiee oc Ee 209-205, 87 Stat Bd atoreate# destin doreuion hand eee ims sprorados de “fo cominitts. A OED decides ages a oe Gest eles incutemse entre o programas de Agia Comunitae tose nacre £58 Jstbu do preachmeno ga om 1868 Vie seen Oa ments 201965, de 9 de canto de 1363, puis fos eS ‘eral 12. 79 Stat, 973 que alterou o Economic Opportunity Act de 1964, pard- alo 205), 42 USC pargrto 2185) 1990. Von 33 no inicio da década de 70. Em janeiro de 1972, a esquema de assisténcia judi Wigo gratuito prestado pelos advogados, por um “securité sociale”, Franga substituin seu ria do século dezenove, baseado em ser enfoque modemo de no qual o custo dos honorérios ¢ suportado pelo Es. tado (47). Em imaio de 1972, o novo e inovador programa da Suécis + tornouse dei. (48), Assisténcia Judic sistema implantado em 1949, to juridieo (49 Primeiro programa de assisténcia ), © a Prov: ifria de Ing ‘ncia Canadense de Quel 10 (50). Em outubro de 1972, a Republica Fede feigoou seu sistema, patticalares pos tho de 1974, foi ds Legal Services Corporation — um esforgo pare Progresso: do programa do OEO, ante esse perfodo, tanto a Austria (53) quanto a ois. meses.mais.tarde,. a-Lei.de.Aconselhamento.e. atera aumentou grandemente o aleance do especialmente na area de aconselhamen- beque estabeleceu set Judiciéria fnanciado pelo gover. ral da Alemanha aper- aumentando a remuneracéo page aos advogados ‘ervigos juridicos prestados aos pobres (51). E em ju- cstabelecida nos Estados Unidos a longamente espera. Preservat e ampliar os Hf agora dissolvido (52). Também du- Holanda (54) revicam Frat de & de jancito de 1972, n9 11/72, in: Journal Offcel de ta République ‘Exineaise (doravante mencionado abrevisdamente comer Jp. 167. A ki ene Ha Pet BOE em 16 de sotembro de 1972, Vide notas 62-56. ioe 48.Public Legal Aid Law ‘Svensk Forfatiningssamling, p BB Legal Advice and Assistence Act de 1972, c. 50 (Lei formada samento Juridico) re de 1974, c. 4. Vide Notas 59-6 50.Legal Aid Act SL."Gezete zur At nordaung fr Ri Juridicos), Pub. 1. 53. Vide FASHING, ‘do 26 do maio de 1972, (Lei de - 429. Vide nota 75, infra. Assistincia Juridica) em e Assisténcia e Assesso- ¢ jncufda no texto consolidado da Legal Aid Act 1, infra, (Uside Asn rie 21, ia 2 Vide nota 76, infra. o inderung der Bunderescht ©. 14, Quebeque, 1972, tsanwaltsordmung, der Bundesgeb thre uund anderer Vorschtiften” de 24 de outubro de Corporation Act” de 1974 (Lei da 29 93-355, 88 Sta,, 378, 1974. Vide nota 73, infra Corporasio dos Servigos HKommenter zu den Zivlprozessgesetzen, Ertncungsband, Sons Manziche Verlags — und Universdistucthorsnee, ioe KININGER, etch peta tis Schracne im Oxteichisohen Zilpeeess™ DIG oe oheische Juristen- Zeinng. 197% onde fe HOUTAPPEL. Acces fo Justice tn Hotlend, so 1G do volume original 34 +B. 9. seus programas de asistencia judicidria, de modo a remunerar os advoga- dos mais adequadamente. Houve varias reformas na Austrilia (55); e a Iedlia quase chegou a mudar seu sistema anacrSnico, que era semelhante 0 esquema francés anterior a 1972 (56). Os sistemas de assistncia judiciiria da maior parte do mundo mo- derno -foram;-destarte,-grandemente-methoredose-Umn «movimento foi-ivaraucae-onan desencadeado e continuou a crescer ¢, como veremos, excedeu até mesmo as categorias da reforma da assisténcia judickiria. Antes de ex- plorar outras dimensées do movimento ~ ¢ sem divida para ajudar a exclrecer «logis desis dimensesulterores ~ preismos acom- panhar as principais realizagées, assim como os limites dessa primeica grande onda de reforma. 1-0 Sistema Judicare A maior realizagdo das reformas na assisténcia judiciéria na Aus: ‘tia, Inglaterra, Holanda, Franga e Alemanka Ocidental foi o apoio a0 denominado sistema judicare. Trata-se de um sistema através do qual a assisténcia judicitria € estabelecida como um direito pata todas as pes- soas que se enquadrem nos termos da lei, Os advogados particulares, ‘entdo, séo pagos pelo Bstado. A finalidade do sistema judicare & pro. orcionar aos litigantes de baixa renda a mesma representagZ0 que te- ram se pudessem pagar um advogado. O ideal & fazer uma distingio apenas em relagio a0 enderegamento da nota de honorérios: 0 Bstado, mas nio o cliente, é quem a recebe. No modemo programa britinico, por exemplo, um requerente, verificada a visbilidade financeira e de mérito de sua causa, pode esco. her sew advogado em uma lista de profissionais que concordaram em Drestar esses secvigos (57). A lista 6 extensa, uma vez que a remunera- elit th 55. Vide TAYLOR, G.DS., Access to Justice in Australia, na seco TH do volume Pin onde figura este trabalho. Wie também a nota 77, p. 136. ‘ide ti, nota supra 41, p. . = Fae er ees vam icon un, deena Justice in England, seco VI A-D do volume original onde figura este trabalho. 35 (© sistema francés, tal como introduzido em 1972 ¢ modificado por decretos de 1974 ¢ 1975, também avanga no sentido de um eficien- te sistema judicare (62). Um detalhe particularmente importante do sistema francés, desde 1972, & que ele foi idealizado para aleangar no apenas os pobres, mas também algumas pessoas acima do nfvel de po- ‘bred Nivei¥ We-atlello:decrescentes-estdo°agora'dispontveis-para-pesnccnosies ne s0as com rendimentos mensais de até 2.950 francos (cerca de USS 640) © com uma familia de quatro membros (63). Além disso, desde 1972, a assisténcia judiciéria pode ser deferida para um caso particularmente importante, independentemente dos rendimentos do litigante (64). © principal problema do sistema francés é que, apesar do aumento de 1/3 no pagamento dos advogados, verificado em 1974, os valores ainda so inadequados (65). Apesar disso, a Franca oferece, agora, um modelo importante de moderno sistema de assisténcia judiciéria. “wosracecns ReCeSSiat. de. qualquer. autotizagio. formal (59) Lais.servigos-podem=s bunais especiais — ond i Jones 8 tealidade, muitos dos “novos dircites” devem ser pleiteados (60) — belt rime dos anos a assisténcia Pre erescente de pessoas (61) seus resultados foram impressionantes: ao ‘em sido proporcionada a um nimero sem. {nflagdo, os padrBes de habiitagio t8m-se tornado mais estritos desde © comeso — 58,Vide “Lega Aid Ace de 19 0 fincionsmento do sisters, de modo quo afvalmente um monor nimmero Se 1 ez anos aus venhcos ane 985 a etal Un ideraren ce gmetcano ie Chacnors Aas Comnatecon Ler sueey ta ete f the lequados. UTTON, Lagal Aid System™ (0 Sintama gaeats rmoal Reports”, 1975-76, Londres, HMS.O., 1976, p. 60-61; Jacob, LL, note 8 57, na se¢do VIB do volumne original onde figura este trabalho. 62.Lei n® 11/72, de 3 de janeiro de 1972, em 3.0. 1617, 1972, D.L. 69; Lei de Fe snangas (Loi de Finances) n 1129/74, de 30 de dezembro de 1974, 3.0. de 03 de do: zembro de 1974; decreto n? 350/15, de 14 de maio de 1975, ia 3.0. 4909, alte. rando o decreto 809/72, de 19de setombro de 1972, que regalamentava aeide > i janeiro de 1972. A reforma inivial foi analizada por HERZOG e HERZOG, {The Reform of the Legal Professions and Legal Aid in France” (A Reforma das Profissoes Turidicas © da Assisténcia Fudicidria, na Franca). In: International & Comparative Law Quarterly, v.22, 1973, p.462. Uma completa desexigzo recente do sistema franoés pode ser encontrada em LARROCHE ds ROUSSANE, “L: Judiciaice (Les aménagements récemmment apportés au régime de Pinstitation)”. Répertoire dui Notarlat Drefenots, J. Doctrine et Jurlaprudence, 95, 1915, 2.1046; vido, também, THERY, P. Access fo Justice in France, sda H, do vole. ‘ie original onde figura este trabalho. 62.Decrotu u? 350/75, de 14 de mato de 1975, 1.0. p. 49U9, astigos 4, 5, modi cando o decreto de 19 de setembro de 1972, artigos 66-68. Lei das Finangas, n? 539/76, de 22 de junho de 1976, J.0. 3739. 64.Lei n9 11/72, de 3 de janeiro de 1972, pardgrafo 16, 1.0. 167. 65.Segundo Thery “a contraprestacao page aos advogados tem sido considerada {nadequads”. Vide Thery, P. nota supra n962, seco I, Os honocérios foram fia: 0s pelo decreto n° 350/75, de 14 de maio de 1975, artigos ?' 10, 1.0, p.4909, Alterando o artigo 76 do Decreto de 19de setembro de 1972; vide a explanacio gat Anial Advice and Assstence act de 157%, ede revisto © consolidado no Le- m1 0 39paraaraasbes divorgentee ony Prat Ca gabe td Actos act ae ces cap Ee Anacapa © Asesmament Fidentia wrap ar Rew La Jorma 198 1ST gaa, O sea sre Aah 9 Tp gull? 2 Ge 9, POLLO vi 2 ‘Legal Aid Legislation Wor 7 Seed et ee RE Mt reer Prvenee + Sy - gist 25 Years. (Assisténcia Tadicidria — ¢ Shaan te arate 37 A despeito das realises importantes dos esquemas de assistén- cia judictiria, tais como os da Inglaterra e da Franca, 0 proprio sistema de assiseéncia judickris tem enfrentado miuitas erfticas. ‘Teme tor. nado lugar comum observa que a tentativa de tratar as pessoas pobres como clientes regulares cia dificuldades. © judicare desfaz a barzeira ‘de custo mas faz-pouco pare atacar-barreiras-causndas-poroutros-pro-—~ blemas encontrados pelos pobres. aso porque ele confia aos pobres « tatefa de reconhecer as cuts ¢ procurar auxilio (66); ndo encorsj, nem permite quo o profisioal individual ausilie os pobres a compre. ender seus direitos e idemiticar as éreas em que se podem valer de remé. clos juridicos.E, sem divide, altamente sugestivo que os pobrestendam & utilizar o sistema judicareprincipalmente para problemas que Thes sio familiares ~ matéria criminal ou de familia —em ver de reivindicar seus novos direitos como consumiloreiinquilinos, etc. (67). Ademais, mes. ‘mo que feconhegam sua pretensio, as pessoas pobres podem sentinse ‘ntimidadas em reivindicila pela perspectiva de comparecerem a um es. cxitério de advocacia e diseutila com um advogado particular. Sem di ids, em sociedades em gue os ricos e os pobres vivem separados, pode haver barreiras tanto geogrficas quanto culturas entre os pobres ¢ 6 adlvogado, Ademais, 6 evdente que a representagdo através de profissi ‘alt pariculares no enfrenta ar desvantagens ge uma pessoa pobre Por Larroche de Roussane, nota supra 62, p. 1055-56, Moditicagdes nos honor Zoi foram povanente feits em meatos de 1976. Naquela ocasto, 1000 henees (cerca de USS 200) exo maximo gue poi ser recebido por um advosaie ce Bega seTves nas condisSes daqucl el. Lei das Finanges (oi de frreaoeo a? SS97%6 2 Ge jnho de 816 Bow scine quand en geeS lp afta a concise acing re ibeitos desea dependéncia sho sigeridos pelas conclusbes de Abel-Smith, Ba nindes, M-e Brooke, R. nota upran€ 25, p. 219: "No Wola, nnsos Tot s nos referiram 1.022 casos, para os quais, a nosso ju, seria nscessrto dq uelhamento Juriico. Em apenas 450 dos casos, esse aconselhamento fol shee $0; 8 gm apenas 270, o principal conseiheiro foi um advogado. Vide tomes notas 28-41 oipra £Z.S0b 0 sstema “Judicare” ings, por exemplo, cerca do 60% dos casos so de Familia 186; eximinas, Vie Report of the Law Society, om 2708 Lege Aue Ace al Reports 97576 London HMSO, 41976, p. 18. Paras Austria, vide Co- eof Etaty into Poverty, Second Main Report, Law and Povesty i Aue ‘alla, Canberre, Australian Government Printing Oifie, 1975.41 38 frente a litigantes organizacionais, Mais importante, o judicare trata os pobres como individuos, negligenciando sua situagio como classe, Nem 6 sistema inglés, francés ou alemio, oferece, por exemplo, auxilio para “casosteste” (68) ou ages coletivas em favor dos pobres, a menos que clas possam sor justificadas pelo interesse de cada individuo, Dado que ‘6s pobres‘encontram muitos problemas uridicos-como grupo -ou-clasge- fazer valer seu d reito”; NEVAI, L,, Access to the Ciril Justice System in Hungary, sogio TA do Yolume original onde se encontra publicado este trabalho: LOS, M., Access to the iid Justice System in Poland, seco HA do volume eriginal onde se encontra pulticado este trabalho. O Professor Stale atribui essa facilidade de acesso (1) & auséucia de limi tes formais ao dirito de agG0, 20 drsito de ser ouvido e 20 dieito de recurso, (2) 20 grande nimezo de tribunals, 0 que os tocna amplamente acessieis §populao; G) 4 aaséncia de advogados liberals ~ A socializagGo da advocacia ~ “wn prese= ‘isto para a acessibiidade da advocaclae, por vis de conseqUéncis, da prépria 154. No juizo civel as partes nfo toro mais que pagar as soguintes taxas: (1) a taxa parafiscal; (2) a distribuiedo; e (3) 0 selo de autuaro (Lei 1468/71, de 30 de dezembro de 1977. In:.0. 1971, p. 6.359). Os honorisios dos advogadis, paritos outros continuario a sex pagos. Segundo uin artigo publicado no Le Monde, uma agdo de reparago de danos por acidente de automével tera seu custo seduzido | fm, mais ou menos, 1.049 francos (cerca de 225 d6lazes); enquanto um divércie Por mituo consentimento custard menos 510 francos (cerea de 110 ddlares) e um Aivorcio litigioso, duas yezes esse valor. Ainda que se estime que o Estado perderé através dessa reforma 158 milhdes de francos, (aproximadamente 34 milhoes de

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