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INQUÉRITO 4.

853 DISTRITO FEDERAL

RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI


AUTOR(A/S)(ES) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
INVEST.(A/S) : MILTON RIBEIRO
ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS

DESPACHO:

Trata-se de pedido de instauração de inquérito para apurar os fatos


veiculados em “notícia de fato” (nº 1.00.000.017264/2020-07), que se
encontra em trâmite perante a Procuradoria-Geral da República,
relacionada a entrevista publicada no veículo jornalístico “O Estado de
São Paulo”, no dia 24 de setembro de 2020, em que o e. Sr. Milton
Ribeiro, Ministro de Estado da Educação, teria proferido manifestações
depreciativas a pessoas com orientação sexual homoafetiva.
Segundo o Parquet, após transcrever trechos exemplificativos da
citada fala, as afirmações teriam aptidão, em tese, de serem enquadradas
na infração penal prevista no art. 20 da Lei 7.716/1989, que define os
crime resultantes de preconceito, nos termos das teses firmadas pelo
Plenário desta Suprema Corte na Ação Direta de Inconstitucionalidade
por Omissão nº 26.
Em face disso, “com o objetivo de preparar e embasar juízo de propositura,
ou não, da ação penal respectiva, indica-se, desde já como diligência inicial a ser
cumprida pela Polícia Federal, mediante autorização de Vossa Excelência, a
inquirição do titular da Pasta” (fls. 02-4).
É o relato do essencial, decido.
Preliminarmente, verifica-se equívoco na autuação pela Secretaria da
peça ministerial como “INQUÉRITO”, por não ter sido ainda autorizada
sua instauração por este Relator.
Autue-se, por ora, como ‘PETIÇÃO’ (Pet).

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço
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INQ 4853 / DF

Quanto à diligência requerida pela Procuradoria-Geral da


República, consistente na ouvida do e. Sr. Ministro da Educação, Milton
Ribeiro, defiro-a.
É que, em inquéritos relativos a autoridades com foro por
prerrogativa de função, é do Ministério Público o mister de conduzir o
procedimento preliminar, de modo a formar adequadamente o seu
convencimento a respeito da autoria e materialidade do delito.
Nesse contexto, deve ser autorizada a providência requerida para
que possa instruir eventual pedido de instauração do inquérito.
Reautue-se, certificando.
Após, à PGR.

Brasília, 5 de outubro de 2020.

Ministro DIAS TOFFOLI


Relator
Documento assinado digitalmente

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