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thls 4 LWA @® sculdsn arovdenblpeontnar merdoanembnoicter ee mopnparntin rarncpedrvanbennesncoers _ Faq: Rs como fcam nisso tudo os latramentce? Toram-te multiletraments: so ne- drias noves ferramentas de dudio, video, tetamento de imagem, adiglo e cie- mado, Sb requeridas roves pétces de produgSo, de endlse.. Emborsssja mais ‘modo, inadmissivelignorar ax novesnguegere proiferadas no mundo contem= slrea @ as necessidades de um letramenta erica que o mundo pede aos alunos. Se, at meedos do sécilo %%, a priticas de leramento fundamentacat no uso tecnologia de escite atenciam as demendes postas & educaclo escolar, a partir do gimente des teenclogias clita, nde mas, Novoe desafios sBo posts escola, Diante de mudangas tho repertina intansas, professores de ingua meters nfo nilfazacios com tais modiicagBes,afeits 8 boa e"velha" mila imprest e& tac logja da escit,indagam: que enfoque adoternaformesbo para elinguagem? Devernos ver nossos slunds_ come aujeltos protagonisas na construgie de co- acimentos signiicatves e reconhecer © lugar des ovens come produtores © core ridores de bers culturais em-novas micas, entendendo que as cutures juvenis 1strosm, @ pertr de préticesletrades expecticas,rades sociais, Séo as redes que ‘midréo a esses jovens tomarem-se agentes culturls vos nas diversas cultures tise globe acesse em: ww parabebolaeditorial.com.br iM 12857913404 Losd Comenoie ron Aneta cia me iro ne ase Kenan coe ined magento ‘Covavo tions: Aras abs rior AooteFeaco FP Eon even PUGS) Chane dea Spo ang Wong ride deSantape de Compost) iv aeons aro Bagel Wirt Pera Scher FES) chaos Arrace PCS Fane ee UNEAIP) ‘Sta gna Me PUCS?) Seb Mae foror Ress (9) hams anuoaca w re Shaves ns EU turer Rae rs ep Ihoierananoenseece tore at Movs og slePase uaa eoten eth geese: 29 ingusbacta gin pees i an ann 2. «hott Saagettesetsns tse ston eons vivo cael rien 3 berae dervoueastorue's? fabnit ister nears] etnasoene Fee pee mrapaabuestoraicno” ‘Chupanbosobeiblestrleont freee ear eid i gu War \sousreasnesns cote Rote Roo euro Weun ‘ae ecigh so Sora Sh Pula mae de 2072 Apresentasio: Protétipos didticos para os mutiletramentos, Rowe Rao 1. Pedagogia dos mutleementos:diversidade eutural e de linguagens na escola ROWNE ROLO PoRUMADUCAGAO EsTéncA BE 2 Blog nos anos nicas do fundamental a econstgho de serfido eum easico nar ‘Gung Cheri Conc Lonea & Tan Reek Wanton Pua 3. Chapeuznho Vermelho ns dbercutur: por ums educaso Enguttiea com mulleworentee Dense of Ouvane Tena 8 Eoucnoo Mauna 4 Minicontos nukimodalsreesrevendo imagers cotcianas ‘Ana Vaca Was Dis, Cau Gout MOR, "une Raroso Para & West Bemarowo Se i a4 35 2B sumério A a 5. Hipercontos multssemiticos: para a promogodos muitilevamentes | ‘nai Vata Miers Diss 1 roposta didatica | ea © Chom Gace Aa mur Sor S 2 een ee 123 7. Ginacs postin m eae com gare tinea | Enacex ne pes Cura ta Pano mocpe Ma 447 nlcsine tin 8. Omanguabezt nas aulas de portugués: videoclipe rovimento cultural ers rede. Apnana Tena & Femina Fein Laon 9. & cangdo Rode-vve: de etua s leturaS Euane A, Pasavort-Vewa Fae Danse Som Sam & & Maza Casta Macro AtencaR 10. Doeumentiro pichagio:#escrita ne ue como frodusio mulissomigtes @ eure Aourecoa Cisrooe 11, As miliplas faces do Bro em carta metragems 8 constugo do protagonisme jen Sr Auntie Fy cs Fema Cec 211 Leanere Rena Leves, Lowen Roonaues Baneoss & ‘Shue Neves 005 Santos "2.Racoblog vores empaoe de stung clu 233) co a nor baton ee smb mei nfrmacbes lapenkel pera downloed em mva.persboledi ra pga 2, ROXANE ROJO foro.) ta coletines, organizada em colaborayép om Eduardo ; foura, reine trbelhos elaboredos em. grupo (salvo uaa dduas exceydes), durante t€5 cutsos que ministei em 2010, Foram cuss disciplines regulires de pSs-gracusgio ‘no IELUNICAMP sobre “Estudos'do letramento ¢ da leitura” e um ‘miniourso de vero, e uma seman, Sobre "Mltletramentos ¢ ensino de lingua portaguse, per 0 Mestrado em tides Linguistics de Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT),'a convite de Simone de Jesus Padilha e Maria Rosa Petron. temas foram acaloradas, ea tas elaborassem trabalhos co- Nos trés cursos, as discussdes sobre roposta, desde o inicio, foi que os cu Inborativos que deserevessem, de maneirateoricamente embasada, pro- postas de ensino de lingua portuguesa que ele tivessem experimentado em suas escolas com seus alunos ou que pudessem ser experimentadas por eles mesmos ou por outros colegas professores em outras ovasives. Esses propasts de tnsino deveriam visat aos letramentos miliploy, ou ‘0 multiletramentos, e deveriam abranger atividades de letura critica, andlisee produgdo de textos multissemi6ticos em enfoque multicultural, ‘Muitos trbalhos resultantes dessa colaboragio, desde o primeiro curso, foram th inferessentas que tive ideia de euni-tos em uma co- letnea que pivdesse dar ideias de trabelhos outros docentes de lingua portugussa em busea de subsidios para trabalhar os amuliletramentos coma seus aluios. Nesee sentido & que os chemo aqui de protétipos, ou seja, estruturas flexiveis e vazades que permitem modificagGes por parte daqueles que queiram uilizé-Ies em outros contextos que nfo o Gas propostas iniciais (Os gtvers, migias, modaidades temas abordados nesses protbtpos séo.muito variedos, as apresentam uma “estutura flexivel” cormum, que Ines dé unidade © que diz respeito aos principio diditicos que de- come dé umn abordagem dos multiletramentos. No primero eapitalo (Pedegogia dos mulietramentos: Diversidad cultural e de lingvagens 1a escola", procuro dar tua ideia gral desses principio. Mas adinto: ‘Trabalhar com multiletramentos pode ou néo envolver (normalmen- te envolverd) 0 uso de novas tecnologis de comunicagto ¢ de infor- rmagio{(“sovos letramentos”), mas ceracteriza-se como um trabalho que parte das'culturas de referéncia do alunado (popular, local, de massa) de géneros, midiase linguagens por eles conheciios, para buscar um enfoqi critico, pluralista;ético ¢ democrético — que envolva agéncia — de textosidiscursos quiz ampliem o repertério cultural, na diregfo de outros letamentos, valcrizados (como & © caso dos trabalhos com hiper enanocontos) ou desvalorizadas (como ¢ o caso do trabalho com picho), ‘Além-isso, trabalhar com os multiletramentos pertindo das cultu- ras de referéncia do slunado implica a imeret em letramentes cticos @ rmuttletramentos ne escola que requerem antlise,eritérios, conceitos, uma metalinguagem, para chegar ¢ propostas de produglo transformads, redesenhada, que impli- ccam agérioia por parte do alunado. Esse dois blocos de principios constinem o “esqueleto flexivel” ‘comutn aos protétipos ou propostas aqui avangados. Os diferentes au- tores dertm compleiglo divesa a esse esqueleto selesionando géne- 16, miias, modos,linguagens, temas e teenologias bastante variadss em suns propostas especies ‘Voce verk que a coleines tf dividida em duas partes: “Por uma sducags esttica” e "Por uma educagio étice © orice”. Tss0 aoantece porque os diferentes eutores enfatizaram em suas propostas anilises critcns das eatties ewaos das linguagens ¢ formas em seus objetos ce ensino; otros ressaltaram a andlise dos temas ¢ do universo de valores aque eles conocer, buscando uma étca critica na anélise dos textos/ enunciados, Espero que voeg, leitor(e), reoeba este volume # as propostas/pro~ ‘étipos que o integram com o mesmo prazer ne Ieitura ¢ o mesmo en- ‘usiasmo com que seus autores ¢ nds, organizadores, o compuremos. Espero também que, caso voc€ seja professor(a) ou organizador(s)/ ator(a).de materiais diddticos, possa nele encontrar inspirago pars. coutras muitas propostas, Disponibilizamos no site da Pardbola Bditoral (www.parabolaedito- rial.com.b1) para download gratuito os proteipos e sequenciasdidéticos aque deram origem 208 cepitules 2,4, 8 9, 10 12, Va ao site © baixe todo o material disponibilizado pare o enriquecimento de discusso. Agradego-sos cursistas-autores desses textos pelos interessantes momentos que pessemos ao longo dos curtos, em nossas discussBes € elaboracdes conjuntas ¢, depois, os que passei na leitura desses traba- thos. Que voc#, leitor(a), possa também ter interessantes © agradavei mien em diflog com ete vol. : apresentacao ‘e i ROXANE ROUO PEDAGOGIA DOS MULTILETRAMENTOS a Diversidade cultural e de linguagens na escola i cor que abordara dversidede cultural ee diversidade de lingus- ens na ecole? Hi ugar na eacolspera.oplurlinguismo, pers ‘ multiserioge ¢ pera uma sbordagem pluralista das culturas? Por que propor uma edagoga das mulletramentos? ‘A necessidade de uma pedagogia dos multletramentos foi em 1996, afirmada pela primeira vez em um manifesto regultante de unr coléquio do Grupo de Nova Londres (doravante, GNL), urn grupo de pesquisado- res! dos letramentos que, reunidos em Nova Londres (dil o nome do gru- po), em Connecticut (BUA), apds uma semane de discusses, publicou Bene de, rin Caen, Bl Cop, My Kelana, Noman Fag, Hn Ose, Gabe res, Ale Crm Le Sam Mla ua Nt vin manifesto intitulado A Pedagogy of Multlteracias — Devigning Social Futures (“Uma pedagogia dos multletrementos — desenhando faruros socias”), Nesse rhanifesto, o grupo afirmava a necessidade dee escola tomar 8 seu cargo (dal a proposta de uma ‘pedagogia”) os novos letramentos emergentes na sociedade contemportnes, em grande parte — mas nko soments — devidos as novas Tics’, ¢ de levar em conta incluit nos ccuriculos a grande variedade de culturasjé presentes nas salas de aula de um miundo globalizado e caracterizade pela intolerfncia na convi- -vencia com a diversidade cultural, com a alteridade ‘Una perguntatipica que o grupo se fazia — ja hé quinze anos! — rt, por ekemplo: © gue twa acto appre par mutes, pc ingens, pare iianies ‘enol ngu aco pure lis ox leon fa pct? © qu apr ido pasos no cones de ores ce vette lel econetvdede gab cade vez mis rons? Grip de Nova Lanes, 200(000199) 10, © Grupo dé Nova Londres ¢ pioneiro: em sua grande maior ori= intrios de pafses em que o confito cultural se apresente escancarada- ‘mente emi Jutas entre gangues, massacres de rue, perseguicGes e intole- inci wes membros indicavam que o no tratamento dessas questdes em sala de aula contribuia para o eumento da violéncia social e para a falta de futuro da juventude? Além disso, o GNL também apontava para o fato de que essa juven- tude —nossos alunos — contava jé hé quinze anos com outras e no- lg dnbragee Coca, dupe crn 6 Salman rene tin oman sone mci ego st Bote erent pro crne Wo ape eed ha." one G0: 3p) cones net corn ur Vb mast a ah On ej te es epee emp, ot tone trum cose © eo amas seats aru Ua dee neh, vs ls ei, gue inde ue oe coe sel pl hs foe Bri ‘econ ene $25 moo ae elseme toe Arnie nnn he $e ei pc ppt pao Sr rt an eng etme i Jor pups rales ose pane ea eens ‘tee qe ut pore uh haps vi pape ale etal sour fries oN per r,t aa de ore nbn the (hada ‘ob stage acto tas en O90 at 2 ‘muttetramantos ne escola i ! | 1 t i i « | ves ferramenias de acesso a comunicagdo e & informagio e de agénci social, que acerretavam novos letramentos, de caréter multimodal ou ultissemiético’, Para abrenger esses dois “multi" — a multicultura- lidade caracteristica das sociedades globalizadas ¢ a multimodalidade dos textos por meio dos quais a multiculturalidade se comunica ¢ in- forma, o grupo eunhou um termo ou conceito novo: multiletramentos ° ge caracteriza os multiletramentos? Dire do conc derameno (niin qr lo fa 1 apontar para miplicdadeevaredade das tices lexadas, valorizadas obo nis sosedades ex geal, o conceito de muliletramentos — é bors enfaizar— apni para dis tiposespeodiose importantes demulpliidade presente em nosses sciedades,principalmenteurbanas, na contempran- dude: muliplicidede cull des populagBes ea muikiplicidade amitca de consiuigo dos textos por me dos quis elas ingore se comune. No que se refer & multplicidade de culturas, & preciso nota: como sesinala Garcia Canclin (2008[1989]; 302-308), 0 que hoje veros & nossa voliaso:produyées cultura ltradas em efetiva circulagdo social, como tum conjunto de tektos hibrdos de diferentes ltramentos (vemaculares dominantes), de diferentes campos (ditos “popular/de masse/erudito’ desde sempre, hibridos, caractrizados por um processo de escalha pessoal ce politica ede hibridizngfo de produgbes de diferentes “colgées”, Essa visto desessencializada de cultura(s) j& nfo permite escrevé- la com maiiscula — A Culture —, pois nfo supSe simplesmente a ivisio entre cultofinculto ou civilizagtovbarbérie, fo cara d escola da ‘modemidade, Nem mesmo supe 0 pensamento com base em pares antitéticos de culturs, cujo segundo termo pareado escapava a esse . ‘mecanicismo dicatémico — cultura erudita/popular, centralmargingl Sino ago as ei, permis, ‘pedsgoala dos muttiletramentos C0) muttetameneas esc canned ssa — tend eset cis eo pute radicnl ‘que $e propée a “ensinar” ou apresentar p cénone fio consumidor mas- 0,2 eu ao poplst central hes margais Vivemos,jé pelo menos desde o infrio do século XX (sento des- de sempre) em sociedades de hibridos impuros, rontelrigos. Vamos ‘exemplificar com um episédio, da década de 1920, que gosto de usar em aula pare questionar valores e aprecagSes de cultures. Anacleto de Medeiros (1866-1907) ere negro; via, digamos assim, do ‘Populaco. Nascido ent Paqueté (Ry) de escrava alfoniads, Anacleto fol, en- ‘tetanto, bem suoedid nos estidos: como muites brasieios que escapain & sua sina de falta de futuro, gostava de mica. Como diza Wiis, (Cemozou.na mises tocando fltim nt Bands do Areenal de Gute do Rio de Je cir, Ace 18 anos, fi tablha como aprendi de tpégraf na imprensa Nacional, ‘so metro tempo, ratculouse no Imperial Conservattrio de Mss, Ness epac, ‘i dominava quese todos os instars de sopo eink expcil prefect elo ‘sexofoe. Fundou,eareo perros da tipogmf,¢ Clube Musial Gtoeberg ‘iano al ssf de rgaicaordeconuatos musics ; ‘omeuse 9 Conservation 186, pe equ oesniaoa x Scidade Redo Musca! Pequtens, em Paquet, seu bro sate comp «compo alguns Degas saat. Em seu, sas composgdes pti et tls popular, pe ‘aimee ples, schouich (rt), deeds, maces vans. Bra negro e pobre, mas "bem-educedo”, J&0 menino Heftor nasceu de familia branca e de classe média em 5 de margo de 1887, na rua Ipirange, no Rio de Janeiro, filho do pio- fessor Raul! Villa-Lobos e de Noma Umbelina Saztos Monteiro Vilia- Lobos, Raul ¢ Noémia tiveram oito filhos. Professor, funcionério da Biblioteca Nacional, Raul também era misico (violoneelistt). 7 Segundo Grieco (2008: 11), ‘Heitor eprendou com o pala tocar clarinets e ern obriga aidacemir o gtneto, «stl, carter orgem das obras comic declarer com praneza 0 nore da not dos Yared are fe Nabe, sn OOH sons ou rudos que sug inldenalmeate, sme, gr xtrpl,o uincho da rode do onde, pods ur pissaro, queda de um objeto de metal”. No epenciade co woloncelo, Raul teve que adapar ums vils, de oun ferme'e menino Heitor nfo conseguir clear os ddos as cords, af Un dis, na meinice, Heitor, sabe-e é por qué figit de case. Em suas anna, opou com o Grupo de Chores de Anacle, que executava « choco Zé ou Rasgao Carano (ia verdad, un xale),Ficou fxcnado com a misc, que nunca mas lhe six da cabea’, «pono de, nos anos 1920, ter incluido a cangdo — o que mais tarde Ihe valeria acusaco de pllgio —, frninda par canto cor, em sua pera Chora 1°10. Hib dios. Fronts. Ps Se pensarmos bem, quem sobreviveria na escola? Villa-Lobos, & clarol La eprendertamos sobre 0 Choros n° 10, mas Anacleto niio seria sequer mencionado’, No caso brasileiro, em nossas salas de aul, essa mistura de cul- tras, ragase cores no constitu constatapi tio nove, embora passe © tempo todo quate totalmente despercebida ou propositadamente norade. Quais serdo os faié/Rasga 0 coragéa que nossos alunos — ‘rappers, funkeiros, pagodeiros, sertanejos — incluem ém suas leituras “sanGnias” de José de Alencar, elé mesmo int folhetnista? Como bem mostra Garcia Canclini (2008[1989)), esses pares enti- teétioos — cultura erudite/popular, central/marginal, can6nica/de mas- 51 — jé ndo se sustentam mais faz muito, nem aquirnem acold... Os hibridos, as mesticagens, as misturas reinam cada vez mais soberanas, Vein md line Pete: Ue id pal, de Zell Vina, ,somocm 20800110 7 Al ie Ueland tb hore — eta fe pan iis" — ‘Wupiaa ‘apenas 0 ws da hiperisia que a8 nova tenlogias tortzn res fi, mas soe utoria, Hoe, quelquer um edita um dui ou um video em casa, produzanimapbes 5 ie bos qualidade, contri objtoe ambientes tridimeasionas, combinadcs com [5 Disp a ‘mot dar astro pare adequ-o so nasojulz de relevinca pare nostos priprig interest panos epodemotretomar mais tee pare tm deseovlvimeato pet, tseado no ivo-erts, Podemat spender como s vdssemosaceato a todos ext, ‘eo ecomo ie vlsemot ym especaista que pudesrnos ilar a maoria da refloieent stents, Temotegora qu aprender realizar fom ais com ples de algameat e gears mi pita frend is, Gane Chat (1990) dpe delet de verde, iL pedsgooia cos muatatramentos Apesar de todas essas mudangas nos textos|contemporéneds, 08, novos" letramentes nfo sfio assim tlo}*novos” et et iia will cmp bem preitchinde nacaluepeiobele ether item prinen cepa ar on anti op wnt ea man np re ao ma ee ‘aes np one ctr Neva tenan ie ‘ima oa nt ee heen aoe ae ag coieacpine tans ate snoneeon aes ‘cu representagtes mais otpecializadas (fbrmalas mateunitivas, grificos ¢tabelas etc.) Ou seja, para Lemike —e concardo com ele —, nfo sto as caiacte- Hlatioas dos “novos” textos multissemisticos, multinodais ehipermidid- ticos que colocam desafis 20s leitores, Se assim fesse, nossas(criengas ¢ Jovens natives” nfo term tanta faclidade e prezer na navegao. O Aesafio fica colocedo pelas nossas pritioas escolares de leiturwescrita ‘que dram restrtas ¢insuficientes mesmo para & “ere do inspress0” poi funcionam entagos |! ramentos? ' ‘Em qualquer dos sentidos da palevra “multletraientos”— no sen tido da diversidade cultural de produgdo e circulagio dos textos ou no sentido da diversidade de linguagens quo os constituem —, os estudos sto undnimes em apontar algumas caractristices importantes: rei G00) ear x wus ds coe igi ee ate” «ia re wknd anole Se oe fe pee es ese (ue rcea som eu ov esslogc Hapa ia here edd capac ts zeta ts dipole ein, tan clase ener ‘enc drip i, om slae gage ps ton S00 har i lee acing vo onus cet 20 wind ie). (efoto ea ern seit tongs ann pt Ine de sa ita aia soos — us eoper eerie ~ eet ar “lp rt ace ele vee oan er aan gua ca r ate Mar Daten Deep arn ON). i FN itera xen (@) eles sto interativos; mais que isso, colaborativos; (B) eles ieturer « ransgriderh as relagSes de poder estabelecidas, ‘em especial as relapbes de propriedade (das méquinas, das fer~ rementas, das ideia, dos textos [verbaig ou ndo)); (©) eles sto hibridos, fromteirigos, mestigos (de linguagens, mo- os, midias e cultures). |! aA Assim sendo, o melhor lugar para eles existirem ¢ “nas nuvens”e a melhor maneira de se apresentarem na estrutura Ou formato de redes (Gipertextos,hipermisias). Vamos defini cada um destestermos? ‘Uma das principais caracterstcas dos novos (hipertextos e (multi) letramentos & que eles so intrative, om varios nveis (ue interface, das feramentas, os espagos em rede dos hipertextos/ das feramentas, nas odes socaiseta."), Diferenternente das midis anteriores (impresses © analdgicas como a fotografia, ocinensa, 0 radio €a Ty prédigitas), am dia digital, por sua prdprianatureza “adutora” de ouraslinguagens para 4 linguager dos digits bindrios e por sua concepedo fundante em rede (eb), permite que o usuério (ou o leitor/produtor de textos humano) inte~ ja ex vir niveis e com varios intertocutoes (interface, feramentas, ‘outros usudrios, textos/discursos etc.), Se a5 midias anteriores eram des- tinadas &disribuigdo controlada da informagéo/esrmunicasdo — ali, a inprensa se desenvolveu em grande parte com este fira—, a ponto de se falar, no caso das midias, que elas foram destinadas ds mactas (rid, Tv) em vez de as elites (imprensa, cinema) na constiuigdo de ura “indistrin cultura” tpica da modernidede, centralzada pelos interesses do capital e as classes dominantes e que colocava.o receptor no uger de consumidor dos produtos cultuais, a midia digitale e digitlizagdo (nuli)midia que ‘a mesina veio a provocar mudou iuito o panorems. Por sua propria constituiglo e fincionamento, ela ¢ interative, de- pende de nossas agdes enquanto humanos usuisios (e nfo receptores ou especiadores) — seu nivel de agéncia € muito mejor. Sem nosses apbes, provistes, mas com ato nivel de abertura de previsbes, «interface © as Versi in, ep, 1 Pp ferraméntas nfo funcionam. Nessa midia, nosses ages puderam, cade ver mais,-permitir a intereglo também com outros humanos (em tro- cas eletténicas de mensegens, sincronas e assincronas; na postagem de tiossasideias e textos, com ou sem comentéros de outros; no did logo entre 08 textos em rede (hipertextos); nas redes sociais; em pro- ‘gramas célaborativos nas nuvens). B por isso que o computador no ¢ uma mera méquine de escrever, emabora muitos migrados ainda 0 usem dpesas como tal Essa chracteristica interativa fundante da propria concepglo da mi- dia digital permit que, cada vez mais, «uslssemos mais do que para ‘mera inieraglo, para a produgdo colaboraiva. O conceito de web 2.0 tenta recobrir os efeitos dessa mudanca. Criado por Tim O'Reilly, tem 4 seguintedefinigfo na Wikipédie: Web 2.02 modana pare uma eteret como planar um extendmenta da e- rasan obec ucesso msn nova plafonne. Entre ote, gm maleate & esenelyr aplientvos que aprovetem os eft de rede para t tomar melhores ‘uso mais sho uados pels pests, sproveitand &inalptsia oltva (eee? torsos epee 2m, acess e 0808/2011), ssa mudanga de concepgio ¢ de atuaglo, jd prevsta nas préprias caracteristieas da midia digitel e da web, fax com que o computador, 0 celular e'a Tv cada vez mais se distanciem de uma mAquina de re- produpto ¢ ce aproximem de miquinss de produpio colaborativa: 6 0 ‘que faz a diferenga entre o e-mail sos chats, mas prineipelmente entre © Word/Office e 0 GoogleDoes, o PowerPoint e o Prezi, © Orkut (em ‘sua concepgio iniciel) ¢ 0 Facebook, o blog (em sua concepelo ini- cial) e 0 Twitter ov o Tumblr. Todas essas ferramentas mais recentes ppermitein (¢ exigem, para serem interessantes), mais que a simples interagdo, a colaboraglo, Ora, evidentemente, a 1dgica interativo-colaborativa das noves fer- ramentas dos (multiletramentos no minimo cli e no maximo permite ‘reruar ou subverterftratsgrediras relegBes de poder preestabelecidas, ‘m especial as ielagdes de controle unidirecional da comunicaglo e da {informa (da produgto cultural, portato) e da propriedade dos “bens 24) muitletiamentos na escola culturis,imateriais" (ideias, texts, discursos, imagens, sonoridades) ‘Nilo & preciso me elongar sobre a intense luta que tem sido travada a ‘espeito do (nBo)controle da internet e de sous textos ‘A possibilidade de criago de texto, videos, miss, ferramentas, designs no uniditecionais, controlados e autores, mas colaboratives © interativos dilui (e no limite fratura e transgride) a propria ideia de pro- priedade das ideias: posso passar a me apropriar do que € visto como ‘um “fratriménio” da humanidade e no mais como um “patriménio". videntemente, a edrutura em rede e o formato/funcionamento iper- textual e hipermidiético fcilitam as apropriegBes eremissdes¢ funcio- ‘nam (nos remixes, nos mashups), por meio éa produrio, cada vez m {ntensa, de hibridos polifénicos.E claro: para permitir a colaboragko, @ {nteraphoe a aproptiaglo dos ditos “bens imateriais” da cultura, o ideal 4 que tudo funcione nas nuvens, pois, nas nuvens, nada é de ninguém —tudo énosso, Esta ¢&ldgica do GoogleDoes, do Prezi, do YouTube, dentre outros. B onde esto es nuvens? Aplestivo Pletaforna peta Somers ‘nai Computes em nuvens 7 jn te ur Paid Po Suc [PP gem lng com Con! de Ber ‘i Baepeloant ce Va een, 09m pt rope on Me vs Baap Ud (eh meats) pedagogia dos muttiletramentos ‘Nao farfamos uma pergunta dessesiarespeita das mavens natiais, tunes pepe ‘ren uncon ve de prises enw tid Aigo outa ce unbos 1 nemco ene ait qu enantan en sips amc, aps em 4 condo often red bens oro. Scanner ty SHH Do mesmo modo, computaglo ou claboragio em muvém 6)" cconjunto visivel de bits © bytes que se encontram em suspensdo na at- rmosfera de web” © que, acessados, aparecem pra n6s como text imagens, videos, trabalhos colaborativos™, O melhor da computagio em muvem é que, embora dependa da ampliagéo, acesso ¢ democra- tizagto das bandas de trmsmissio (mais ou menos o que aouateceu com o telefone, o rédio € a televisio, nfo fi?) ela passa a dispensar «propriedade, inclusive das méquinas,ferramentas servigos. Posso acessar de qualquer lugar/dispositive (meu ou néo), sem ter de comprar 08 softwares ou mesmo de pager provedcr. ‘Bem, mas se, como ja disse antes, 0s nossos alunos (es Griangas e jovens do maternal a faculdade, como ci2 Prenski)j@ lidam visivel- mente, com muito mais fluéncia do que n6s, migrados, com os novos dispositivos, tecnologias ¢ ferramentas, por que inchuir na escola algo que em muitos nfveis as novas geragOes ji saber? Por que uma “peda- gogia dos muiltiletramentos”? Para disciplinar seus usos? je uma “pedagogia lultiletramentos"? ‘Ao contrério: antes de nos perguntar como disciplinar 05 usos dos aultiletramentos, creio, com Lemke (2010[1998): s.d.), que "pre- cisemos penser um pouco em como a6 novas tecnologias da infor- 5 Carmen, Vs ember egos shape 9 ‘imine ct igen rox da 76 |i muttetramentos na escola smaplo podem transformar nossoshébitosinsitucioais de ensinar ¢ aprender”, Bm vez de impeiit/diseplinar 8 so do intemetés na intemet(¢ fora dela), posto investiga porque ¢ come esse modo de se expressar por escrito funciona, Em vez de piobir o celular em sala de als, poso ust-o para a comunjcago,anavegepfo, pesquise,« filmagem ea fotografia, ' | Pars Lemke, hd “dois paradigmas de aprendizagem ¢ educagdo em Jispula em nossa sociedade hoje as novastecnologies vio, credit, mudar 0 equilibrio entre eles significativamente” (Lemke, 19946). O primero, ele denomine “paradigma de aprendizagem curricular: que- leque assume que alguém decidird o que vocé precisa saber e planejaré para que voc aprencia tudo em uma ordem fixa e em wn efonograma fixo”, O segundo, ele chame de “paradigma da aprendizagem interat- va" (hoje, eu diria, colaborative): “Assumes que as pete determine o qu preci aber useando-s em sus rricipase em vides or que ext neesicades surge em cnt & ee pavinsasconbecedores; qe els aprendem nu orders qu hee, em an imo confrttel tempo par usareno que sprendem, autor ainda afirme: ij, o paradigms cunieuar est flhando dvasrasaments net Estar Unidos, (Qualgur um que tenke gst tempo erm uma excla urban, metro nat melhores, ode les dae ue as coisas vi por do qu os testes padrBo es extatisticns poder, ‘evelt, A fri dos anos celmarie ao v8 uilléadenaquilo qu se quer que les aprender, Mulios saber que lo exo prparsdos part o programa de aprendi= age anual (Lemke, 2010{1958) #9.) Vivemos em um mundo em gue se espere(empregadores, profes- sore, eidados,dzigetes) qu ds pessoas sibam guia ses péprias aprendizagens na direoao do possivel, do necessério ¢ do desejavel, que ‘tenham autonomia e saibam buscar como eo que aprender, que tenham_ flexibilidade e consigam colaborar com urbanidade. (uereos pests que she as coin qu quer sabe & pesos gut abe sas queso ise pecs fords ecole. Queremos pesto qu ej po nov um poo cic cia ut informa ea pon evi eet pertains ne mitliatramantne P (a \ ‘guna ie de como julgr sues convicges. Mas, al dis, no ht onsenso sola gertl sobre o ome de educa pra sd do que poderia set spendido nos slg ou nove prmsios ano de cso eo hd bese de pasquiseemptic pn decidir 0 qu cad ido pod eft ach saber depois deena escola (Comme, 22101958) Cord disse antes — © nisoditcordo de Lemke" — slo requr- das uma étca e varias estétiense a se enconta um trabalho que a escola pode tomar para si: discutindo erticamente as “éticas” on costumes locais, constituir uma ética plural ¢ democritica; diseutin- do criticamente as diferentes “estéicas", consttuir variados critérios criticos de apreciaglo dos produtos eultursislocais ¢ globeis. Aqui, estamos no dominio das atitudes e valores, que também se aplicam a nguad (e suns variedades), As Kinguagens © suas combinagées 4s priticasletradas em suas variedades (e, logo, justifica-se urna drea de lingastiguagens nas escola). Tate envove, cla etramentar eft. ete & outro expego de stuagiio escolar: transformar o “consumidor acritico” — se ¢ que ele de fato' existe — erm analista critico, E, para tanto, sio necessérios eritérios alti que fequerem uma metlinguager (am conjunto de conceitos) éxtraposiglo. re fazer uma “pedagogla” ultiletramentos? Em 1996(2000/2006), o GNL propée elguns princpios sobre como enceminher uma “pedagogia” dos multletramentos. Esses principios se encontravam entéo configurados no diagrama a seguir” ‘Quad ores eos lesinrao car esl cane tener que Ue gh nae gare ma cone qe, 1 ‘igo we reqesdn ven ri enw, wat is 08 anges — pee plo dee seperate jas alt, Sankaran muitietramentos na escola Mans gor maraemaseeros ‘Ususeo funcional CCompaténcis thence {Corhetimento prea Ctiador de contidoe ‘ + Entence como: E Analitn eis «+ Entande que tudo o ‘raneformador + Urs oquefolaprendido deroios modes ‘Apna de DCS & Unis, 206 ‘Resumidamente, tratava-se de formar um usuério funcional que ti- vvesse competéncia técnica ("saber fazer") nas ferramentas/textos/préti- cas letradas requeridas, ou seja, garantr 0s “alfabetismos” nevessérios as prtcas de multiletrsmentos (As ferramentas, aos textos, as Lingues! linguagens). Mas esse patamar, claramente, nfo basta a essa “pedago- ia”: 2 questo ¢alfabetismds funcionais para que (e em favor de quer), O trabalho da escola sobre esses alfabetismos estaria voltado para 5 possibilidadesprétcas de que os alunos se transformer em eriado- 125 de sentidos. Pare que iso sejapossive, &necessArio que ees sejam amalistas critics, eapazes de transforma, como vimos, os dscursos ¢ | significesBes,seja na recepeo ou na produgto. k © GNL apresentava entio alguns movimentos “pedagbgicos” cor- respondentes a essas metas, para que tel ensine-aprendizagem pudesse | ser levado a efsito: + pritioa situade; + instragdo aber; | | pedagoula dos muitietramentos + enquadramento crtico; I + pratica transformeds. esse coso especifico, prtica sa em ur} significado particular bem especifico, que remete um projeto diditicg de imersfo em pri- tices que fazem parte das culturas do alunado e Hos géneros'e designs Aisponiveis pare esses priticas,relacionando-s Som outa, de outros espagoscaltras(piblios, de trabalho, de outasesferase contextas). Sobre essas se exerecra eno uma instricdo aberta ou sea, uma nile se sistemitioa e consciente dessaspriticas vivenciadas e desses géneros designs familiares ao alunado e de seus processos de produglo e de resepedlo, Nesse momento & que se dé a introdugdo do que chamamos cntérios de andlise critica, ox seja, de uma metalinguagem « dot cot ceitos requeridos pela tarefa analitcae cftica doe diferentes modos de significaglo das diferentes “colegbes cultura” e seus valores. Tudo isso se dé a partir de um enquadramento dos letramentos ert- ficos que buscam intespretar 0s contentos socias e culturais de cir- culagio © produgao desses cesigns e enunciados, Tudo isso visando, como instincia dltima, & produgio de uma prétiéa transformada, eja de recepeo ou de produsso/distibuigao (redesign) Essa proposta diditica € de grande interesse imediato e condid com 8 prinoipios de pluralidade cultural ¢ de diversidade de Itnguagens eavolvidos no conceito de multiletramentos. Infelizmente,imais re- centemente, em confronto com o forte movimento reacionério atuante ‘nos Estados Unidos e na Comunidade Buropeia, denominado "Back to Basics™, os autores julgaram necesstrio reroceder em suas propostas ce substituizam esses quatro " gestos diéticos”pelos{é tradicionais “ex. perimentar, conceitualiza, analiser ¢ aplicar™®, Felizmente, no caso 55a idem uo eles dee cori con pi cheated rei sree ne na pte since sees Em ved ce Fir curiae dear com lore lens in elo raps de revi di lo purr € dei ums de once segs ere mini (os hteeea ute anedOenoercy etnias em 09201 2 ee pr exer, Cope Rass 00), {{30 j muttietramentos na escola “Go Brasil, no nos vemos constrangids & tan fea por termos ¢o- jana, por exemplo), “negado hi mais tempo (com a proposta paulo. Hoje, no Brasil, 6 nfo s6 perfeitamente posst}el fd oerta forma, denejuda por uma frande parcel dg professores) a dogo de uma didatica dessas, Sintojima grande fde880 tos docentes, soe principios que subjazem 2 esse tipo de coceprto|de educagto, [Nossos desafis nto esto no embate com a reagla, mas em como im- ‘plementar uma proposta assim: (@) 0 que fazer quanto i-formardoiremuneragii/avetiagérde pro- fessores; (©) 0 que mudar (ou nfo) nos currieuios e réferedciais, na orgeni- ‘zapfo do tempo, do espago e da divis8o discipliner escolar, na seriagAo, nas expectatives de aprendizagem ou descritores de “desempenho", nos materiais e equipamentos disponiveis nas escolas esalas de a no desejvel Mas esses gigantescos desafios parecem bem pequenos se de fato tivermos a adesio dos professores e alunos a esas ideias: ‘adacoala Hos miititatramentne

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