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- 4.2 - 4.2 - DISTRIBUICAO DAS CARGAS: 0 estudo das lajes retangulares se faz dividin- do-as numa série de faixas de largura unitaria (1m no calculo) e paralelas aos apoios, considerando-se duas fam@jlias de faixas per pendiculares entre si.! Chamando uma direcao de diregao xe a outra de diregio y, os respectivos vaos de uma laje denominam-se zy e By (figura 4.2). . A carga total sobre a laje se transmite aos a- poios segundo as direcdes x e y. Supde-se que parte da carga to- tal (p) por metro quadrado de laje atue numa direcao e o restante atue na outra. Cada parcela @ denominada quinhao de carga e @ re- presentada por py na diregao x e por Py na diregao y. Ry Py ay My - 4.3- Sendo: 9 * carga permanente por m@ q = carga acidental (sobrecarga) por m@ p = carga total por m@ tem-se entao: p=g+q Onde uma faixa da direcdo x cruza com outra da diregdo y (regido com area 1 m2) tem-se P= Px + py As faixas da direcao x estao sujeitas ao momen- to fletor My e transmitem carga para os apoios da direcgao y, ten- do como reagdes de apoio Ry. Da mesma forma, as faixas da diregao y estao sujeitas ao momento fletor My @ transmitem carga aos = a- polos da direcado x, tendo como reagao de apoio Ry. Quando houver bordos engastados, havera também momentos negativos. , { Rye _ < My Xy Fig. 4.3 - 4.12 - de resolugio de equagoes, foram elaboradas tabelas que permitem o calcuio dos momentos, flechas e reagoes de apoio para lajes retan gulares, triangulares, trapezoidais, esconsas, etc., submetidas a carregamentos uniformes, triangulares, parciais ou cargas concen- tradas, Tais tabelas facilitam o calcuio rotineiro transformando- -o em simples trabalho repetitivo. As colecoes mais extensas des- sas tabelas s40 as encontradas em: Czerny, F. - "Tafeln fur gleixhmassing vol lbelastete Rechteckplatten", Bautechnik Archiv, Vol. 11, Berlin, t9553 Kalmanok, A.S. - "Manual para Cilculo de Placas" tradugio do russo para o espanhol, Ed. Interciencias, Montevideo, Uruguay, 1961; Bares, R. - "Tablas para el Calculo de Placas y Vigas Pared", Ed. Gustavo Gili, Barcelona. b) Por processos simplificados que considerem o efeito redutor dos momentos volventes. Dentre esses processos podem-se citar 0 proces- so de Siess-Newmark e 0 processo de Marcus. Dos processos simpli- ficados € o de Marcus o que tem tido maior emprego entre nés. c) Em regime de ruptura, se a laje tiver espes- sura uniforme e a armadura em cada diregao for distribufda unifor memente, utilizando-se as confiquragdes, das linhas de ruptura co nhecidas através da experiéncia. 4.5.1 - CALCULO DOS MOMENTOS FLETORES PELA TEORIA DAS PLACAS ELASTICAS: 0 cAlculo dos momentos fletores pela teoria das placas elasticas baseia-se na solucao da equacao diferencial das placas elasticas (Equagio de tagrange) de derivadas parciais de quarta ordem 4 4 4 aw 3a iW aw ee 3x axcay ay D - 4.13 = Nesta equacao: W = ordenada da superficie média deformada da placa p = carga sobre a placa = rigidez da placa A rigidez da placa vale: en? a - v2) onde: — = modulo de elasticidade do material da placa v= coeficiente de Poisson —_referente ao material da placa h = espessura da placa Os momentos fletores M, eM, que atuam nos pla- nos de flexao paralelos as diregdes x e y, respectivamente, sio calculados pelas expressdes: 2 2 m= -D(254+v25) x axe” aye an ew ) A figura 4.8 apresenta a variacao da ordenada da superficie média deformada da placa para alguns casos. —, sedact fsa _f eiasrica LINMAS Oe ive, oa SuPcericm OEFORMACA Fig. 4.8 A variacdo dos momentos fletores My e My com x e y @ como se indica na figura 4.9. - 4.15 - 4.5.2 - CALCULO DOS NOMENTOS DE TORCAO PELA TEORIA DAS PLA- CAS _ELASTICAS Nos pontos da placa fora dos eixos de simetria paralelos as diregoes x e y, 0 carregamento produz, além de momen tos fletores M, Myo também um momento de torgao Maye determina- do por: 2 My = D(L= vy) xy ax ay A figura 4.10 apresenta a variagio de torgao (momento volvente) para alguns casos dé placa. Fig, 4.10 0 momento de torcao Mey Produz uma reagao de can to Ronos cantos apoiados da placa acima, o que faz com que esses cantos se levantem. n 1. INTRODUCAO Lajes macicas de concreto armado sio aquelas que em toda sua espessura- sSo constituidas de concreto, completads pela correspondente armadura, disposta para resistir aos esforcos de tragdo que as solicitam por ac&o dos momentos fletores. Trataremos aqui apenas do cdlculo das laj macicas retangulared de concreto armado, deixando para trabalhos futuros a abordagem de outros tipos e formas de lajes em concreto armado. 2. DEFINIGOES 2.1, LAJE ISOLADA Laje isolada ¢ aquela sem nenhuma outra laje contigua a um de seus bordos. 2.2. LAJE CONTINUA Laje continua ¢ aquela caracterizada pela existéncia de laje contigua a um ou mais de seus bordos. 2.3. ALTURA UTIL (d) A altura’ util corresponde & distancia do centro de gravidade da armadura tracionada até a fibra mais comprimida da secao. Para os valores do cobrimento minimo (c), adotar o disposto no anexo I. 2.4, LAJE REBAIXADA OU SUPERELEVADA Temos uma laje rebaixada ou superelevada quando seu nivel su- perior esta, respectivamente, abaixo ou acima do nivel tomado como referencia para o pain¢l de lajes do pavinento. L2 “REBAIXADA" DE 20 em Observacdo: A existencia de um rebaixo ou de uma superelevacio, geralmente "quebra" a continuidade do painél. Desta maneira, uma laje rebaixada ou superelevada do painél seré tratada como laje isolada, apesar da existéncia de outras lajes contiguas a ela. 2.5. BORDO LIVRE Na inexisténcia de qualquer tipo de suporte ao longo de um- bordo de uma laje, o mesmo pode ser considerado em balango ou "1i- vre". 2.6. BORDO APOLADO Na existéncia de qualquer tipo de suporte ao longo do bordo de uma laje, o mesmo ser4 considerado “apoiado" teoricamente, a rotagao da laje, ao longo deste bordo, puder ser considerada libe- rada. 2.7. BORDO ENGASTADO Na existéncia de qualquer tipo de suporte ao longo do berdo de uma laje, 9 mesmo serd considerado “engastado" se, teoricamente, a rotagao da laje, ao longo deste bordo, puder ser considerada iape- dida. 2.8. VAOS TEGRICOS DE UMA LAJE Em termos praticos, véo teérico de uma laje pode ser considerado como sendo a distancia entre os centros dos apoios respectivos, n&o sendo necessério a adocéo de véos maicres que os estipulados no item 3.3.2.3. da NBR 6118: a) Laje isolada: © v&o teérico seré correspondente ao vdo livre acrescido da espessura da laje no meio do vaéo. A figura a seguir ilustra este procedimento. CENTRO 1 DO APOIO © 00 aPow | Mal (LAJE ISOLADA) b) Laje continua Para o vio extremo o vio teérico serd correspondente ao vao livre acreseido da semi largura de apoic interno somada a semi espessura da laje no meio da vdo. Para o do intermedidrie o vio tedérico sera correspondente =g yao livre acresside das sesi-larguras dos apolos corresponden— tes. A figura a seguir ilustra este procedimento. Max £ | MAX. = Lee | | vag EXTREMO) | (VAO INTERME DIsRIG! ¢) Laje em balango O vio teérico ser4 correspondente ao vao ilvre acreseide da seni-espessura da laje no meio do vao. CENTRO & oo aro MAX. 2 . . (BALANGO) Observacao: No caso de lajes de edificios, com vigas de largura usual (b,< 30 cm) € usual tomar-se 0 vao teérico como sendo, sempre, a dis- tancia entre os centros dos apoios respectivos. 3. DIMENSIONAMENTO DAS LAJES * ‘ 3.1. INTRODUGAO © dimensionamente de um elemento em concreto armado segue, ba~ sicamente, o seguinte roteiro: Esquema Estatico Carregamentos Célculo dos Esforgos Célculo das Armaduras Detalhamento das Armaduras Verificacao das Deformacoes e Fissuracao Limites No caso das lajes macicas retangulares em concreto armado, po demos dimension4-las como sendo calculadas em uma ou en duas diregoes, isto é, com a armadura principal de flexao sendo disposta em uma ou em duas diregoes. A definicao deste critério de dimensio- namento deve entao ser inclufda em um roteiro de dimensionamento das lajes macicas em concreto armado. Nas lajes usuais de edificios, geralmente, pode-se dispensar a verificacao da fissuragao. No entanto o deslocamento vertical (fle- chas) deve ser verificado. Desta maneira o roteiro geral de dimensionamento de elementos em concreto armado, para o caso de lajes macicas, pode ser o se- guinte: Esquena Estatico Identificagao do Critério de C4lculo Carregamentos ‘ Célculo dos Esforgos Calculo da Armadura de Flexao C4lculo da Armadura de Cisalhamento Verificagao do Deslocamento Vertical (Flechas) 3.2. ESQUEMA ESTATICO 3.2.1. Consideragoes Iniciais © esquema estdtico ideal para a determinacdo dos esforcos em um edificio de concreto armado é a consideracdo estrutural do mesmo espacialmente, isto ¢, um portico espacial. Entretanto, esta consideragio depende obviamente das possibilidades técnico- cientificas do calculista, muitas vezes precrias. Como primeira aproximagéo poderfamos, por exemplo, desmembrar o chamado “pértico espacial” em varios pérticos planos. Na prética, ao invés do mencionado, o usual ¢ a subdivisdéo da estrutura como um, todo (espacial) em conjuntos de elementos estruturais mais simples - lajes, vigas, pilares, ete --e a andlise do comportamento estdtico de cada elemento isolado integrado no conjunto da estrutura, utilizando para tanto as prescrigdes da NBR 6118 que permite, a favor da seguranga, tais simplificagdes. Resumidamente entao, dimensionaremos isoladamente cada laje de um painé], simulando uma vinculacéo mais adequada para cada um de seus bordos. 3.2.2. IDENTIFICAGAO DO TIPO DE VINCULACKO DOS BORDCS 3.2.2.1. Convengdo A partir deste momento adotaremos a seguinte convengio quanto ao tipo de vinculacdo dos bordos de uma laje: : eee bordo livre bordo apoiado ASS. «~—i«éDordo engastado 3.2.2.2. Lajes Isoladas No caso de lajes isoladas, a caracterizac&o do tipo de vin- culagao de seus bordos ¢ relativamente simples, dependendo, basica- mente da existéncia ou nao de um suporte ao longo de seus bordos e da capacidade ou nao deste suporte de impedir o giro do bordo res- pectivo. Teremos entao: -bordo engastade : bordo suportado por viga de rigidez su- ficiente de forma a impedir o giro da la- Je 20 longo deste bordo. borde apoiade : bordo suportado por parede de alvenaria ou por viga de rigidez insuficiente para impedir o giro da laje ao longo deste bordo. ~bordo livre : dnexisténcia de viga, parede de alvenaria ou qualquer estrutura de suporte ao longo do bordo respectivo. No caso de vigas usuais de edificios, geraimente, sua rigi- dez é insuficiente para impedir o giro da laje ao longo do bordo a qual serve de suporte, restringindo, ent&o, parci- almente este giro. Desta maneira, quando um bordo de uma laje é suportado por uma viga, temos ai nem um engaste per- feito - onde o giro seria nulo - nem um apoio perfeito - onde o giro seria totalmente liberado. A vinculacio re: ent&o pode ser descrita como engaste parcial. As figuras seguintes ilustram esta observacio. =~ “APOIO PERFEITO“ smuacho ONDE 0 GIRO (1p) ESTARIA . COMPLETAMENTE LIBERADO. peor “EMGASTE PERFEITO” SITUMGAO. ONDE © GIRO (YP) ESTARIA COMPLE TAMENTE IMPEDIDO (1P # 0%), “ENGASTE PARCIAL“ SITUAGAO REAL ONDE: Sider aan 2¢ Para simplificagdo no cdlculo dos esforgos na laje, sempre que tiververmos o bordo de uma laje sendo suportado por uma viga, teremos af a consideragéo de apoio perfeito. Neste caso a NER 6118, "corrige" esta consideracdo simplificada de cdlculo especificando a colocacéo de uma armadura nega- tiva, ao longo do bordo considerado perfeitamente apoiado, denominada armadura perimetral ou de borda. Desta maneira, eventuais momentos negativos provenientes do “engastamento parcial" da laje na viga serdo resistidos por esta armadu- ra. 0 valor desta armadura, bem como o seu detalhamento, se- r&o oportunamente apresentados. 3.2.2.3, Lajes Continuas J& para as lajes continuas, isto ¢, com.outras lajes conti- guas a um ou mais de seus bordos (painél de lajes), a identifica— go das condigées de vinculacdo de seus bordos deve levar en consi- deragao tanto as caracteristicias anteriores - para a identificagao da vinculagao dos bordos ndo contiguos - quanto a seguinte regra bdsica para a identificacéo da vinculag&o dos bordos contiguos a outras lajes “Na existencia de contimidade o bordo poderd ser consi- derado perfeitamente engastado para o cdlculo isolado da laje”. A “continuidade", em geral, pode ser caracterizada pela igualdade de niveis superiores para as lajes cujo bordo analizado € comum a ambas. A figura abaixo ilustra este procedinento: COM CONTINUIDADE Entretanto, a relagSo entre as espessuras das lajes, bem como a relagdo entre os véos de célculo das lajes, podem influir nesta "regra basica". Exemplificando: EXEWPLO A: Duas laJes contiguas, com carregamentos semelhantes, e com espessuras sensivelmente diferentes: Neste exemplo, mesmo adimitindo véos iguais para as duas lajes , as rigidezes respectivas seréo sensivelmente diferentes (bh, > h,). Assim, quando carregadas, teremos um giro relativo no bordo comum as duas laJes. Como a rigidez da laje ¢ muito maior que a da laje 2, podemos considerar entéo que o bordo comun ¢ a~ poiado para o esquema estdtico da laje 1 e engastado para o esquema estatico da laje 2. 10 Terezos entdo a seguinte propesta para o eéquema estatica de cada laje do painél, caleulada isoladamente:, 43 i 23 a Lajes contiguas, eem carregamentos serelhantes, dimensio- nadas como calculadas em uma diregao, com waes de c4lculo sensivel- mente diferentes: Neste exemple es lajes carreagadas terfo certamente 2 seguinte cenfiguragiog de suas eldsticas, segundo o plano considerado: i Fleane¢o evidente, enbae, um giro relative entre as duas la-.- jes no horde comum a ambas. Como a laje 1 (ma diregdo considerada) é muito mais rigida que a 2, pedemps considerar qué a berdo comum é apolade para a laje 1 © engastado para a laje 2. Teremos entio o seguinte esqueba estdtico para cada laje de painél, calculada isoladamente: 12 OBSERVACOES : 1) 2) 3) 4) No exemplo B , dependendo do giro da viga no bordo comum a ambas as laJes, poderemos ter momentos negativos no vio correspondente & 12, consequentemente 0 procedimento correto é verificar também esta possivel solicitacao. A consideragdo isolada de cada laje do painél tem vistas a facilidade de obtengéo dos esforgos solicitantes - tabelados segundo o tipo de vinculagéo dos bordes e da relacéo entre os vaos para cada laje isolada - mas é claro que 0 célculo direto do painél fornece esforcos solicitantes bem mais reais do que os obtidos com o cdlculo isolado, onde simplesmente 1iberamos (bordo apoiado) ou restringimos (bordo engastado) a rotac&o dos apoios das lajes, n&éo levando em conta a sua rotacéo parcial que é o que realmente ocorre (engastamento parcial). Nestes dois exemplos explicativos demos apenas uma pequena nocéo da determinacéo do esquema estatico isolado para cada laje de um painél. Varios outros fatores s&o intervenientes na referida determinacéo, un conhecimento mais aprofundado do assunto vird com a pratica. Quando um bordo de uma laje possuir continuidade em apro- ximadamente 2/3 do bordo (ou mais), para fins do cdlculo Asolado desta laje este bordo serd considerado como per- feitamente engastado, A figura a seguir ilustra este procedimento! 13 ESQUEBAS ESTATICOS Dz CADA LAJE DO PAINEL: Eso, ESTATICN DAS LAS : 2 ui PARA ok f nm weed CRCRRNSRECCS | ESQ. ESTATICG DAS LAJES Ae 2 Par. ace Zé id 3.3. IDENTIFICAGAO DO CRITERIO DE DIMENSIONAMENTO DA LAJE 3.3.1. Laje Dimensionada como Armada ea Uma Direcao Como o préprio nome indica, temos uma lajJe dimensionada co- mo armada em uma direc&o quando a armadura principal de trag&o pode ser disposta paralelamente a apenas uma das direcoes, em planta, da laje. Neste caso, na outra direcdo € disposta apenas uma armadura denominada de “armadura de distribuigao" que nao. ¢ levada em consi- deracao na resisténcia & flexao da laje. Nos casos mais comuns podemos calcular cono armada em uma sé direcio a laje cuja relagio entre os véos (vSo maior/véo menor) com bordos apoiados e/ou engastados for superior a 2. No caso da existéncia de um ou mais bordos livres, consideraremos como armadas em uma sé diregdo as lajes que se apresentarem nas seguintes situagées: um bordo engastado e os demais livres. - dois bordos paralelos apoiados e/ou engastados e os denais livres. - um bordo livre e os demais engastados e/ou apoiados, con relacdo entre o lado livre e o outro a ele perpendicular menor que 1/2. - um bordo livre, o outro paralelo engastado e os denais apoiados e/ou engastados, com relacdo entre o lado livre e © outro a ele perpendicular maior que 3. Exemplificando: > 3.3.2. Laje Dimensionada como Armada em Duas Dirego Terenos uma laje dimensionada como armada em duas direcées quando sua armadura principal de tragéo puder ser disposta em cruz, isto é, paralelamente As duas diregdes, em planta, da laje. Quando una laJe ndo puder ser enquadrada como dimensionada como armada em una direcio ent&o, necessariamente, a mesma deverd ser dimensionada como armada em duas direcées. 3.4. CARREGAMENTOS 3.4.1. Carregamentos Permanentes Os carregamentos permanentes sao constituidos pelos carrega~ nentos atuantes durante toda a vida util da estrutura. No caso das lajes macicas usuais dos edificios este carreganento ¢ constituido pelo peso préprio da laje, revestimentos, paredes, divisérias ou caixilhos. 16 No anexo III encontraremos alguns pesos especificos aparentes de paredes de alvenaria, divisérias, caixilhos, revesti- mentos de pisos e de forros, telhas, etc. 3.4.2. Cargas Acidentais Em lajes usuais de edificios teremos como carregamentos aci- dentais apenas as sobrecargas de utilizacao e carregamentos aciden- tails que sao aplicados no cdlculo de lajes com parapeitos (sacadas). Faremos mencdo, no anexo IV, as cargas acidentais de ut{1i- zagdo, que sio definidas como aquelas que atuam na estrutura em fung’o do uso da edificagdo (pessoas, méveis, veiculos, etc), ben como aos carregamentos acidentais aplicados no cdlculo de parapei~ tos. 3.4.3. Distribuicao dos Cerregamentos 3.4.3.1. Cargas Uniformenente Distribuidas Os carregamentos considerados uniformenente distribuidos em toda a laje, em planta, sao compostos pelo peso préprio, revesti- mentos e sobrecargas. J& quanto as cargas semi-distribuidas (como por exemplo paredes que se apoiam diretamente sobre a laje) a NBR 6118 fixa algumas disposicées aplicaveis segundo o tipo de carga (permanente ou acidental) ou de critério de dimensionamento da laje (armada em uma ou duas direcées). 3.4.3:2. Distribuigao dos Carregamentos Concentrados ou Parcial- mente Distribuidos nas Lajes Dimensionadas como Armadas em Duas Dirego No caso das lajes dimensionadas como armadas em duas dire- Gées (armadas em “cruz"), as cargas concentradas ou parcialmente 17 distribuidas podem ser consideradas como uniformenente distribuidas em toda a superficie da laje. Vale observar que quando o carrega- mento em questo for de importancia relevante esta consideracdo néo € muito conveniente. 3.4.3.3. Distribuigao dos Carregamentos Concentrados ou Parcial~ mente Distribuides nas Lajes Dimensionadas como Armadas em Usa Direqao De acordo com o {tem 3.3.2.4, da NBR 6118 cargas concentradas ou parcialmente distribuidas, aplicadas diretamente sobre a superficie das lajes, se distribuem a 45 graus até o plano médio da laje, de acordo com a figura abaixo. Determinada a largura b da carga para a direc&o de cdlculo, teremos uma faixa de solicitagéo de largura b, denominada largura Util e determinada como se segue: a) se b for maior ou igual ao véo teérico de cdlculo,t, ou que o comprimento teérico (balango) devenos ter sempre b, = b. b) se b for menor que o vio tedrico de cdleulo, 4, ou que o comprimento teérico (balango), b, seré igual ao valor de b acresci- do de: PARA MOMENTOS FLETORES positives | _2 94 ~ 4) (1-4) ——— PARA MOMENTOS FLETORES NEGATIVOS 2,2 ~ a) = — PARA FOREAS CORTANTES PARA MOMENTOS FLETORES EH eee nis LAJES EM BALANCO " cy PARA FORCAS CORTANTES EM LAJES EX”BALANCO Onde a, ¢ a distancia do centro da carga ao apoio para cujo b +) -+) lado estd a secdo que se estuda, de acordo com a figura seguinte. A SECGKO CONSIDERADA ACHA*SE NESTE INTERVALO Para o caso do carregamento parcialmente distribuido ao lon- go de todo o vio , onde a largura da carga (b) é muito menor que o Vo teérico (o que é o caso das paredes de alvenaria apoiadas dire- tamente sobre a laje), podemos adaptar o formuldrio anterior, ob- tendo: 19 a) para momentes positives e cortantes: b 0,501 b) para momentos negatives: b= 9,751 ) para cartantes em Balangos: b= 0,25 1 Exemplificanaa: His) : vao TedHICO t A 4 A adoGio dos valores indicades de a, esta subordinada as seguintes condigdes: 20 a) que by nado seja malor que & largura da laje, nes maior que a distancia do centro da carga A berda mais prdxima da laje acrescida de 0,5 by como exemplifica a figura sequinte: 4 [" <7ee i 1 wt = “~ St o es oe a. = 6 tue Z a gz Fl 27 : = ‘3b *4 ee bique a armadura de distribulgfio por metro seja no mining igual a frecao {1 - 0,8 b/>)| da areadura principal por metro, estendida sobre toda a largura “util b,, aerescida des comprimen- tos de ancoragen. 3.5. CALCULO DOS ESFORGOS 3.5.1. Consideragces Inielaia A obtengao dos esforgos am ume laje € dependente do crité— rio de dipensionamento adotado para a mesma, ou seja, s@ a mesma pode ser dimensionada como armada em uma ou em duas direcoes. 21 3.5.2. Esforgos nas Lajes Dimensionadas com Armadas em Uma Direcao Nas lajes dimensionadas como armadas em uma sé direcao, os momentos fletores e as reacées de apoio (cargas sobre as estruturas de apoio das lajes) séo calculados dividindo-se a laje em faixas de dimensionamento, e adimitindo-se que o comportamento destas faixas assemelhe-se ao de uma viga submetida & flexio simples. Teremos tantas faixas de dimensionamento quantas forem as difefengas de carreganentos e/ou esquemas estdticos ao longo da la- Je em consideragac. Na auséneia de carregamentos parcialmente distribuidos, ao longo do vao de célculo da faixa, podemos tomar como largura da fai- xa o valor de 1 metro. Na existéncia de carregamentos parcialmente distribuidos (al- venarias ao longo do vao de cdlculo da faixa) devemos tomar a largu~ ra desta faixa como a largura util (oy), definida anteriormente. Carregamentos parciaimente distribuidos perpendicularmente ao vao de célculo da faixa podem ser considerados como concentrados. # conveniente expressar-se os esforcos (momentos e reagces de apoio) por metro de largura da laje. A figura a seguir ilustra os procedimentes descritos anteri- ornente. 22 ALVENARIA coo so | (bea | 1 | ALVENARIA itt tit Cerri teeth —— St PESO PROPRIO REVESTIMENTO BRECARGA _-rALVENARIA P PROPRIO { REVESTIMENTO S> FAIXA SOBRECARGA ) PESO PROPRIO REVESTIMENTO > rana(@) SOBRECARGA ALVENARIA CECE reso ms COE eer ey —(tevestwesre © ——— SOBRECARGA | ¢ ns i 3.5.3. Esforcos nas Lajes Dimensionadas como Armadas em Duas Dirego "Laje" € uma denominagdo particular para placas de concreto armado, Desta forma o cdlculo dos esforcos nas lajes dimensionadas como armadas em duas direcoes fica condicionado aos métodos existen- tes para a resolucdo de placas, genericamente divididos em dois gru- pos: -Nétodos Eldsticos: baseados na teoria da elasticidade, que trata de materiais homogéneos, isétropos e de comportamento eldstico linear. -Métodos Plasticos : baseados na teoria da plasticidade, com os materiais trabalhando em regime rigido-plastico. © cAlculo do concreto armado em regime rigido-plastico permite uma interpretagdo mais acertada do comportamento das lajes préximas & ruptura - cdlculo das lajes em regime de ruptura - por outro lado o cdleulo do concreto armado em regime eldstico ¢ largamente difundido entre nés - Czern, Kalmanok, Bares, etc - e sera objeto deste trabalho, deixando para trabalhos futuros o cdlculo das lajes em regime de ruptura. Desta maneira, o cdlculo dos momentos fletores e das reacées de apoio para as laJes dimensionadas como armadas em duas diregées, sera aqui executado com o auxilio de tabelas de Kalmanok para dife- rentes tipos de vinculac&o dos bordos e relagdo entre os lados de u- ma laje. No anexo VI encontraremos estas tabelas. Observar que no caso das tabelas de Kalmanok os momentos fle- tores sao fornecidos para faixas de largura de 1 metro e as reagce de apoio sao fornecidas como carregamentos concentrados no meio do bordo, 24

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