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CapituLo 4 AVALIACAO PSICOLOGICA NO HosprtaL GERaL Sandra Ribeiro de Almeida Lopes Sandra Fernandes de Amorim Introdugao Aavaliagao psicolégica é uma atribuigo exclu- siva do psicélogo, conforme definigao da lei que re- gulamentou a profissao no Brasil em 1962 (CRP, 1997). Compete a esse profissional responder pela identificagio, descrigdo e explicagao a respeito do funcionamento humano, independentemente da utili- zago de procedimentos ou instrumentos (Wechsler & Guzzo, 1999). ‘Aavaliagdio é uma tarefa complexae exige do profissional uma preparacio especial para 0 exerci- cio desta fungo, Nao ha como imaginar o trabalho do psicdlogo sem antes existir uma investigagio, ba- seada em referenciais tedricos e metodolégicos, que norteiem a compreensio de determinado fendmeno psiquico ¢ o planejamento da intervengaio. ‘Atualmente, a avaliagdo psicolégica vem sendo tema de exaustivos debates em encontros e congres- sos de Psicologia, com a finalidade de redefinir, par- tindo do contexto atual, seus prinefpios, fundamen- 10s, critérios, bem comoa formagilo de profissionais ea orientagao de sua pritica, Os testes psicoldgicos também estio sendo sub- metidos a uma ampla avaliagdo pelos érgios respon- sdveis, o que certamente contribuird para a atualiza- giao dos instrumentos utilizados e de seus critérios de padronizagao e de interpretagao (CFP, 2004). Acre- ditamos que, com isso, havera maior incentivo paraa criago e desenvolvimento de novos recursos de ava- liagdo psicolégica e o incremento de pesquisas na area. ‘No dmbito institucional, em especial no ambien- te hospitalar, a avaliagdo psicolégica ¢ uma tarefa imprescindivel na pratica do profissional. Ea partir desse instrumental que argumentaremos nosso pare- cera respeito de determinado caso, que sustentat mos nossas condutas ou que 10s subsi- 0s para amparar nossas decisdes e consideragdes “diante da equipe multiprofissional e da Insttuigio, ‘especialmente quando hi opinides divergentes, De um modo geral, a importineia da avaliagao é viabilizara formulagio de um diagnéstico psicols- ico, niio no sentido de estabelecer um “titulo”, mas _no intuito de compreender dinamicamente o signifi- cado da doenga na vida do paciente, E importante Canteen 4 = Avanayghe rsteunimen n- Host ntender como o paciente adoceen, « le se encontra e como a doenga Ihe serve. A desse entendimento, poderemos consttuir conelusdes logicas sobre como as mudangas poderiam afetara sua enfermidade Gabbard, 1998), E36 entio decidi- Remosa tespeito da terapautica mais aproptia o caso, er el Opaciente que chega até nds, em geral, jf pas- sou anteriormente por outros atendimentos. Seu e tado pode ja terse agravado e seu grau de ansiedade aumentado. Vem.ao hospital depositando confianga os profissionais e trazendo imtimeras expectativas quanto & resolugdo de seus problemas. Nao espera set atendido por muito tempo ¢, em muitos casos, nem tem como vir s consultas com regulatidade, devidoa problemas de ordem fisica ou mesmo finan- ceira, Para esse paciente, a metodologia de avalia- ao (se faremos um psicodiagnéstico “clissico”, com ou sem testes psicologicos, ou se faremos apenas uma tinica entrevista, ou, ainda, se o que lhe oferece- remos é uma psicoterapia de suporte, de apoio ou de crise, individual ou grupal), ¢ questo de importancia menor. Em grande parte dos casos, o que importaéa possibilidade de ser ouvido e acolhido em sua dore “Seusofimeno, ~~ Por isso, nossa postura inicial, muitas vezes, re- cai na atitude de nos mostrarmos disponiveis para a escuta. Segundo Lopez (1997), os casos em que 0 paciente pode expressar seu sofrimento ja prové ali- vio ou trangiilidade que podera levar a alguma clare- za com relacao a situacao vivida, propiciando uma “abertura para a avaliaco de novas altemativas, crian- do assim condigSes para possiveis modificagée: Avaliagao psicolégica de pacientes ambulatoriais Oambulat6rio caracteriza-se pelo atendimento sistemitico de pacientes com fins de diagndstico e tratamento, Suas agdes devem estar voltadas paraa promogio, prevengio ¢ recuperagilo da satide e a reabilitagio fisica, e sio dirigidas ao individuo, a fa- milia eao meio, quando constatada a niio necessida- de de intemagao (Romano, 1999). 54 ma, aa A populagio Hospital Gi stida pelos ambulatérios de um ustante heterogénea no que al ¢ coneeme i faixa etiria, condigto sécio- cultural, tipo e grau da patologia, gas/tratamentos © necessidades. A Santa Casa de Sto Paulo, porser um hospital-escola, recebe pacien- tes de todas as regides do pais, em geral casos que, por sua complexidade, exigem recursos diagnésticos e terapeuticos mais sofisticados. Dessa forma, os motivos pelos quais o pacien- te chega até 0 psicélogo também sao bastante di- versificados e a atengao que Ihe sera dispensada dependera basicamente do tipo de vinculagao deste aoambulatério. Identificamos como motivos mais freqiientes de encaminhamentos para avaliagao: a) Avaliagao de rotina — ocorre nos ambula- torios que incluem a avaliagao psicolégicana rotina de atendimento de pacientes candida- tosa determinado procedimento cirtirgico.A partir de um protocolo especialmente elabo- rado para essa finalidade e baseada em cri- tétios claros e definidos, a equipe requisita 0 parecer de profissionais das diferentes éreas de satide que contribuirao com informagées relacionadas A indicagdo ow 4 contra-indica- cao para a cirurgia em questo. Citamos, como exemplo, as especialidades médicas que atendem candidatos a transplante ou 4 cirur- gia de obesidade mérbida. 'Preparo psicolégico'— freqiientemente ocorre em situagdes nas quais 0 paciente deverd submeter-se a determinados proce- ddimentos, alguns invasivos, agressivos.e, por vezes, mutilantes € que, por isso, presumi- vyelmente geram ansiedade ou outras reper- cussdes emocionais negativas. O paciente. vessitara de uma avaliagio que leve 1 a 5 ‘do procedimento, sua personalidade, seus medos, fantasias e expectativas, sendo de- vVidamente orientado, informado eacompa- inhado nesse processo de preparo pelo Ser- vigo de Psicologia Hospitalar. Savona Risetno of Auweing Torn * Savona PeRwanoes of Awonw ©) Auxilio quanto & definicéio de diagnésti- co~esse tipo de avaliagio, em primeira ins- tfincia, atende ds necessidades da equipe mé dica, no sentido de excluir hipdteses diagnésticas a partir de um parecer psicol6- gico, Na Clinica de Genética Médica, por exemplo, tal tipo de encaminhamento é bas- tante freqiiente, ja que determinadas sindromes incorrem em deficiéncia mentalem graus variados ou transtomos comportamen- tais. Num segundo momento, a avaliagao pode contribuir trazendo informagées orientages de que o paciente ou seus fami- liares ainda nao dispunham, Dificuldades de adeséo ao tratamento ~ corresponde a solicitagiio de avaliagéo para aqueles pacientes que se recusam a seguir as orientagdes médicas, que nao realizam 0 tratamento de maneira sistematica e que, por isso mesmo, no atingem o grau de re- ccuperagtio esperada. Os motivos que levam © paciente a apresentar esse tipo de atitu- de, sejam eles conscientes ou nao, serio in- vestigados ao longo do processo de avalia- 20 psicol6gica. Suporte emocional — em geral sfio enca- minhamentos que ocorrem em carater emergencial, quando 0 paciente recebe 0 diagnéstico de uma doenga grave e apre- senta um estado de descompensagiio emo- cional durante a consulta médica. O médi co, sensibilizado pela situago, o encaminha imediatamente para avaliagao e atendimento psicolégico. De modo geral, podemos dizer que o profissio- nal que atua em ambulatério de um Hospital Geral deve estabelecer critérios bem definidos para avalia- ‘Gio e realizagio de acompanhamento psicolégico, critérios esses que levem em conta a necessidade do paciente e a abrangéncia do servigo oferecido, bem como a capacidade real de atendimento do profissio- nal, a existéncia de espago fisico adequado ¢ limites de tempo e freqiiéncia dos encontros, para garantir que a avaliagao psicolégica seja adequada e o acom- 55 panhamento possa ser revisto enquanto proceso € resultados, A existéncia de disfungées psicologicas e com- portamentais deflagradas por diferentes quadros cli- nicos ou cirtirgicos 6 notériae amplamente documen- tada na literatura. Em decorréncia disso, o principio maior que norteia a incluso de um paciente para seguimento ambulatorial em nossa Instituigao é a interface dos aspectos emocionais com os de natu- reza orginica, E comum, entretanto, recebermos nos ambula- t6rios pacientes encaminhados pelos médicos com queixas difusas, sem diagndstico médico, com trans- tomos psiquiatricos como queixa principal, criangas encaminhadas de escolas por problemas de aprendi- zagem sem nenhuma sintomatologia organica, dina- micas familiares conturbadas sem referéncia a qual- quer doenga fisica implicada, desempregados depressivos, entre outros. Sao situagdes que, inega- velmente, demandam um atendimento psicolégico especializado, mas que niio atendem aos pressupos- tos de trabalho da Psicologia Hospitalar, e que por isso, apés criteriosa triagem, so encaminhados para recursos da comunidade. Devemos admitir que a tarefa de encaminhar um paciente ou seu familiar para servigos piblicos na drea de satide mental é uma missao um tanto quan- to dificil, seja pela escassez de recursos, seja pela falta de vagas ou pela regionalizagdo, fatores que di- ficultam o acesso a esses servigos para a maioriada populagao. Também sabemos que niio podemos per- mitir que um hospital de nivel tercidrio tome para sia responsabilidade de reparar falhas do sistema de sai- de ou de educagao, sob o risco de se tornar um ser- vigo “inchado”, além de no conseguir atender satis- fatoriamente a demanda que Ihe compete. Considerando as possibilidades e limitagdes da atuagiio do psicdlogo em uma instituigao hospitalar de grande porte como a nossa, faz-se necesséria a reflexiio constante sobre os critérios de incluso e de exclusiio de pacientes to programa de assisténcia que pode yonibilizado por nds. Definis, como miximo de precisao, o que é desejé ‘sgicoambulatorial, com parimetros claros de indi- Carfruvo 4 — Avatingho esieoudaten no Hoses Gras £a¢do, é tarefa primordial do profissional queava- lia. Também é essencial a definigio da forma (aval Soindividual, familiar ou grupal) e do propésito (pre- Yentivo, interventivo ou reabilitacional) de acortlo com oqual esse trabalho se efetivara, Os familiares podem ser também incluidos em qualquer etapa do processo de avaliagio, tal como corre rotinciramente nos ambulatérios que atendem ctiangas e adolescents. Na verdade, o leque de possibilidades ¢ ilimita- doe seria tarefa impossivel tentar enumeri-las todas neste capitulo. Vale lembrar que as especificidades das avaliagdes realizadas nos diferentes ambulatérios de Psicologia de nossa Instituigao sergio melhor des- ctitas em capitulos subseqiientes deste livro. Rotinas do Trabalho de Avaliagao no Ambulatério 1) Espaco fisico: Cada ambulatorio de Psicologia esta ligado a ‘uma especialidade médica que ocupa um espaco fi- sico determinado, Em geral, sdo salas pequenas e altamente disputadas. Em decorréncia do tipo de ava- liacdo que realizamos e do carater de nosso trabalho, utilizamos uma sala para atendimento individual, em média por trinta minutos para cada paciente. Isso, para nés, psicdlogos, parece dbvio, porém niio 0 é para a Instituicdo como um todo, jé que os médicos atendem, por vezes, dois, trés ou mais pacientes si- multaneamente na mesma sala, estando sujeitos a todo tipo de interrupgao. 2) Preenchimento de fichas: Dentro da rotina ambulatorial, temos como ta- refa o preenchimento de fichas padronizadas, emiti- das eletronicamente, que contém informagies sobre data, hora, tipo de atendimento, diagnostic pela Clas- sificagdo Internacional de Doengas, CID-10 (OMS, 1993) e conduta/procedimento utilizado junto ao pa- ciente. Seu preenchimento deve ser correto, uma vez que essa ficha é a garantia de recebimento de paga- mento por parte do Sistema Unico de Saide pelo servigo prestado. Tem ainda a fungiio de contabilizar aprodutividade de cada servigo, através de uma es- tatistica realizada ao final de cada mé: 3) Registro dos dado: A maioria dos pacientes encaminhados para os ambulatérios de Psicologia vém para avaliagao psico- gica com um pedido de consulta porescrito feito pelo scu médico, Temos como rotina responder a esse pe- ido to logo tenhamos um parecer a respeito do caso. As informagdes decorrentes da avaliagao devem ser concisas, objetivas, elaras e principalmente elucidativas nno que conceme ss questées levantadas pelo solicitante, O pedido jé respondido ser anexado ao prontuario do paciente e poderd ser acessado por todos os demais profissionais, Estando o paciente em acompanhamen- to psicolégico, as evolugdes devem ser registradas no prontuario sistematicamente. 4) Prontuario especifico da Psicologia: E imprescindivel que o psicdlogo tenha a sua disposigio um arquivo em seu Servigo onde possa guardar todo material correspondente a avalia¢ao e a0 seu atendimento com o paciente. Em primeiro lu- gar, essa medida atende a necessidade de garantir a. confidencialidade dos dados e, em segundo lugar, permite 0 acesso as informagées relativas ao histori- co do atendimento psicolégico. Caso o paciente te- nha alta e, por qualquer motivo, retorne posterior- mente ¢ 0 psicélogo que o atendeu nao esteja mais na Instituigdo, o colega que assumir 0 caso certa- mente ter necessidade de conhecer 0 trabalho de- senvolvido anteriormente, 5) Tempo de duragio da avaliacao: Ocontexto ambulatorial, em certa medida, fa- cilita o trabalho do psicélogo, quando comparado ao. da enfermaria, Nele, dispomos de uma sala que ga- ante 0 minimo de privacidade, o paciente compare- ces consultas em um horitio previamente agendado, temos uma proximidade maior com a equipe que 0 assiste e, assim, podemos dirimir Nossas ditvidas ime- diatamente, Além disso, 0 contexto ambulatorial se aproxima muito do modelo de consultérios, com o qual temo: em noss atuagao realizado em 9s,eom s maior familiaridade formagio académica, Assim sendo, pode- Savona Rigrrao ne ALwrina Loves + Susans Femsannes pe AvoRiM ‘A claboragdo de um parecer que contemple a investigagao de todos os aspectos necessarios rara- mente se da através de um tinico encontro, sendo necessiria a programagao de entrevistas seqtienciais ‘com os pacientes, familiares ou ambos. E importante que a avaliagio seja realizada com 0 maximo de ur- géncia, para que as condutas sejam tomadas tam- bém com certa brevidade. Nos casos em que os pa- cientes sero encaminhados para recursos da comu- nidade, ndio devemos prolongar esse processo, para iio criarmos uma expectativa desnecessiria de tra- tamento na Instituigo, nem reforgar um vinculo que Quadro 1: Diretrizes de avaliagao psicolégica em sera rompido em conseqiiéncia do encaminhamento para outro servigo. E oportuno lembrar que, no dia a dia do trabalho ambulatorial, a avaliagao ea intervengio, em muitos casos se mesclam, néo sendo possivel definir clara- mente os limites de cada uma. 6) Diretrizes gerais de avaliacio psicolégica em ambulatérios: A avaliagao inicial empreendida pelo psiedlogo em seu ambulatério deve, em linhas gerais, contem- plar os seguintes itens descritos no Quadro 1: ambulatorios icagiio do paciente. Clinica que encaminhou o paciente ¢ motivo. Quadro cl Queixa do paciente. Histérico de doengas ¢ tratamentos. Repercussdes emocionais, Antecedentes psiquiatricos. Historia pessoal Historia familiar. Rede de apoio social. Hipotese diagndstica, Conduta(s). Resumo de discusses com a equipe. {alta/encaminhamento/abandono). Grau de informagdes a respeito da doenga ¢ tratamento. Compreensio psicodinamica (conflitos, defesas, recursos emocionais ¢ cognitivos). Grau de motivagio para mudangas e para o ingresso em psicoterapia, se houver indicaZo, Caso siga em acompanhamento psicolégico: Resumo das evolugSes/Finalizagdo do caso 7) A Utilizagio de protocolos psicolégicos no hospi Asatividades de avaliagao psicolégica, sobre- tudo dentro do sistema de ligagio, usualmente impli- cam 0 contato mais estreito com uma clientela ho- mogénea, seja no que se refere ao tipo de problem: 57 tica orgdnica apresentada pelos pacientes, seja no que conceme. faixa etaria predominantemente aten- dida em determinada especialidade, Comisso, inevitavelmente o psicélogo acaba por se familiarizar com um determinado segmento dos pacientes da Instituigio e com algumas de suas = Garirovo 4 —~ AvauAGiO Psicoudaca wo Hosni Graal vivéncias e caracteristicas mais corriqueitas, no bito emocional. A implementagio de protocolos voltados para uma clientela espeeifica passa a ser, a partir de certo Momento, um meio eficaz na sistematizagio dos da- dos obtidos nas avaliagdesrealizadas pelo psicélogo, Os protocolos psicolégicos podem atendera di- ferentes propésitos: am- a) Clinico—auxiliando na condugao da avalia- do, segundo determinados parametros ou diretrizes que sio de especial interesse do psicdlogoaveriguar. Em uma clinica queaten- de pacientes portadores de patologias crdni: cas, por exemplo, pode ser oportuno investi- gar qual a repercussio de uma doenga de curso prolongado na qualidade de vida do individuo e de seus familiares e qual o grau de adesio ao tratamento a longo prazo. Em outra clinica que atende criangas acometi- das por doengas que implicam prejuizos fun- cionais de maior aleance, talvez seja indicada a avaliagdo sistematica de eventuais desa- justes na vida escolar e social. Achados psicodiagnésticos recorrentes—cuja identificagao énotoriamente facilitada através daandlise comparada dos protocolos aplica- dos em um numero expressivo de pacientes— podem subsidiara elaboragio de programas de assisténcia psicolégica especialmente vol- tados para as demandas constatadas. Assim, se em certa clientela foi detectada uma ele- vada incidéncia de dificuldades de insergio social decorrentes da doenga, poderemos for- mular um plano de ago psicoterdpica que contemple a abordagem dessa questo. O protocolo que considera o registro do acom- panhamento do paciente ao longo de diferen- tes etapas de sua doenga ou tratamento ¢ igual- mente muito util no planejamento de estraté- gas individualizadas para determinado pa te, Citamos como exemplo o individuo queem uma avaliagdo pré-cinirgica demonstrou for- te tendéncia para o desenvolvimento de rea- es ansiosas diante de situagées eliciadoras deestresse. De posse desse dado, o psicdlo- g0 pode cogitar que seja indicado o acompa- nhamento mais sistemitico do paciente quan- do este ingressar na unidade de intemagio para realizar a cirurgia programada, b) Institucional —o uso de formularios padro- nizados pela Psicologia, facilita a identifica so do material nos prontudrios (cujo con- tetido nem sempre esta devidamente organi zado, dificultando a pronta localizagio de do- cumentos), Porém, mais do que uma ques- ‘Go meramente logistica, 0 acesso ao proto- colo psicoligico facilita a compreensio, pe- los profissionais de satide, do processo de coleta de dados e dos indicadores emocio- nais que subsidiaram nosso parecer sobre determinado paciente. Secundariamente, acteditamos que o uso de protocolos seja um meio eficaz de veiculare valorizar nosso tra- balho junto 4 Instituigo. Pesquisa —asistematizagio possibilita que,com brevidade emaior grau de precisio, seja realiza- doo levantamento de dados acerca de uma po- pulagdio especifica sobre a qual se pretend es- tudar de forma mais aprofindada, Toma pos vel,também,atroca de informagSes entre insti- tuigdes que atendem a mesma clientela } Testes Psicolégicos no Processo de Avaliagaéo Ambulatorial ‘Ouso de testes psicolégicos, quando bem indica- do, pode servir como meio auxiliar na investigagiio de aspectos especificos do universo psicol6gico do indivi- duo, contribuindo para atribuigao de um cariter mais téenico, objetivo e cientifico ao exame walizado. Aela- boragiio de parecer ou laudo psicolégico é uma solici- tagio freqiiente, derivada de necessidades intermas da Instituigdo ou externas a ela, ¢ exige do profissional discernimento, objetividade e pragmatismo, Langar mio de protocolos no processo de avalia- lo, como vimos, é sempre uma estratégia valida, uma vvez.que esses auxitiam a coleta e sistematizagdo das informagdes, seja para fins terapéuticos ou de pesqui- sa, Noentanto, observamos que os dados obtidos por Savona Revetmo oe Ato Loves meio desses protocolos nem semprerefletema dimen- sdio das questées psicoldgicas do paciente. Para tanto, propomos a associagiio desse recurso com testes, como instrumentos de investigagio objetiva, inclusive de contetidos subjetivos ou de nivel inconsciente, A utilizagio de testes psicolégicos no contexto hospitalar tem ainda sua importincia na medida em que facilita a elaboragiio de parecer, por meio de in- formagées valiosas quanto a dinamica e 4 estrutura de personalidade num curto espaco de tempo, se.com- parado a outras técnicas psicoldgicas. Além disso, em relacio a equipe, observa-se maior reconheci- mento quando a avaliagdo apéia-se na objetividade de seus resultados (Almeida, 1995). Assim, dependendo do propésito da avaliagao, nos valemos de testes de inteligéncia, de fungdes cognitivas, psicomotores, neuropsicolégicos, ou projetivos de personalidade, sempre de acordo com as resolugdes do Sistema de Avaliagao de Testes Psi- colégicos - SATEPSI (CFP, 2004). Destes iltimos, ‘utilizamos mais freqiientemente a técnica do “Dese- nho-Historia” (Trinca, 1986), em ambulatérios pediatricos, e 0 Teste de Apercepgao Temética-TAT (Murray, 1995) e 0 House-Tree-Person - HTP (Buck, 2003), em ambulatérios de transplantes. Em nossa experiéncia, 0 uso de testes como estraté gia de avaliagio complementara protocolos € entrevistas diagnosticas vem se mostrando bastante funcional, nfo apenas na coleta de dados no proces- so de investigaciio, mas como um meio facilitadorna comunicacaio com 0 paciente. ‘Aassociagao desses dois recursos tem trazido resultados bastante satisfatérios em nossa pritica, ‘como, por exemplo, no Ambulatério de Adolescentes Gestantes (que veremos em detalhes no capitulo 7). ‘As jovens gestantes, quando chegam ao ambu- atério, passam inicialmente por uma triagem mé ca, seguida por outra psicoldgica, que tem por finali- dade eleger as adolescentes que, além do atendimen- to grupal, também poderiio se beneficiar com o aten- dimento individual, Nossa triagem investiga o impa to emocional da gestago para a paciente, as reper ‘cussdes na familia, a relagio da gestante com o pai da crianga e com seus pais, cuidados coma safide de ‘um modo geral e, em especial, com 0 corpo, situagao 58 + Sawoea Fernanoes pe Auonnt ocupacional, rede de apoio social e, por fim, dinami ca emocional ¢ recursos egéic mento, realiz Num primeiro mo- mos uma entrevista aberta e, em se- guida, direcionamos as perguntas para o preenchi- mento do protocolo que versa sobre essas questées. As respostas obtidas por meio do protocolo, em geral, so breves, defensivas, refletindo pouco en- volvimento emocional. Entio, acrescentamos a en- trevista de triagem a aplicagdio da prancha 7MF do Teste de Apercepedo Tematica - TAT (Murray, 1995), que tem, por tema central, a representagao da ma- ternidade, buscando ampliar nosso entendimento com os resultados obtidos. A titulo de ilustragao, citamos dois exemplos: Paciente 1: Dados: 17 anos, 4° més de gestaco. Diz que se sentiu surpresa, nfo esperava que a gravidez pudes- se ocorrer. Temeu a reagdo da mae que, a principio, foi negativa, porém agora com maior grau de aceita- Go. O namorado ficou feliz. com a noticia e pretende ajudar no que for possivel, mesmo que ambos no estejam mais juntos. Fala da gestagdo com certa in- diferenga, acredita que tudo vai dar certo, porém no inclui o bebé em seus planos. Resposta ao TAT: “E wma jovem bem crianca, ‘parece bem infantil ainda, ndo tem experiéncia neniue- ‘ma. Esté:.com um recém-nascido ea mide esta prestando tengo na crianca, conversando com a filha, lendo um livro. A mie esti dando bastante atengdo para ela (filha), é mae solteira esté sem o parceiro. Ela néo se- -gura o bebé com amor, parece uma crianca rejitade. A ‘menina néio esté dando atengéio para o filho dela, ela no queria. Ela acaba se revoltando e detxando para a ‘nie cuidar da crianga para ela poder viver a vida dela, porque & muito jowem e quer curt mais tam pouco.* Paciente as Dadlos; 15.nos, 3*més de gestagio. Diz que ficou a, pensowemaborto, masonamoradoa porém triste comanoti demagrividezalgo dificil, de mu tementio set capaz de lidarcom o desafio. Cartrowa 4 — Avausgho esteoudaiea xo Hosritat, Great Resposta ao TAT: “Uma joven gravida, acho que a mite dela esté conversando e explicando algo sobre o bebé, a menina parece estar feliz ¢ a avo também. A jovem ficou gravida, a vida deve ter mudado muito, passado por muitas transformagdes ruins no comeco e melhores no final. A mie deve estar aconselhando como deve se cuidar de wn bebé e como seria vida depois, A vida da menina € tansformada, a vida vai ficar dificil, mas nada impossivel se ela tiver a ajuda dos pais, A mae deseja que ela seja feliz com a crianga, que cuide direito. A menina segura uma crianca que sente alegria de vir ao mundo, ela esta feliz.” Avaliacao psicolégica de pacientes hospitalizados Antes de abordarmos mais detalhadamente aspec- tosrelativos avaliagao psicol6gica em enfermarias, ul- gamos ser necessirio caracterizar o universo de pacien- tes que é pornés atendido nas unidades de intemagaio, Nossa casuistica engloba pacientes que se sub- metem aacompanhamento de cariterclinico ou cirtir- gico, em processo diagnéstico ou de tratamento com fins terapéuticos. A hospitalizacao tanto pode se dar em cardter emergencial quanto ser previamente pro- ‘gramada. As patologias orgénicas apresentadas pelos pacientes so bastante diversificadas, sendo dificil uma caracterizagao mais precisa nesse aspecto. Asreinternagdes hospitalares so comuns, uma vez que boa parte de nossa clientela é portadora de quadros que demandam intervengées clinicas e ci- rrirgicas de maior complexidade e certos tipos de pro- cedimentos para os quais a internagao é obrigatéria. No Servigo de Psicologia Hospitalar da Santa Casa de Sao Paulo, a avaliagao de pacientes em re- gime de internago pauta-se em dois modelos distin- tos de atuagiio: 1) Pacientes vinculados a especialidades mé- dicas junto as quais o Servigo de Psicolo- gia atua em sistema de ligagio: nese caso, aclientela ¢avaliada segundo um protocolo psi- col6gico que, em grande parte dos casos, tem seu comego antes da internagiio do paciente © que pode prosseguirapdsa alta hospitalar. Ci- tamoscomo exemploos individuos para os quais esti indicados certos tipos de cirurgias eletivas (transplantes, cirurgia oncoligica de cabega e pescogo, obesidade mérbida),cujaavaliagio psi col6gica de rotina¢ iniciada em regime ambu- latorial, conforme descrito anteriormente neste capitulo, tendo seu seguimento no periodo de hospitalizagao do paciente, 2) Pacientes vinculados a especialidades mé- dicas junto as quais 0 Servico de Psico- logia atua em sistema de consultoric se caso, boa parcela da clientela agrega pes- soas que tém no atendimento prestado em enfermarias 0 primeiro contato com nosso Servigo. Havendo demanda para seguimen- to psicolégico apés a alta hospitalar, o pa- ciente ingressa no Ambulatério do Setor de Consultoria ou em outros ambulatérios do Servigo de Psicologia da Santa Casa ou, ain- da, pode ser encaminhado para recursos ex- ternos em satide mental (Unidades Basicas de Satide, Ambulatérios de Satide Mental, Cli- nicas Psicol6gicas vinculadas a Instituigdes de Ensino). Nes Neste capitulo, ao tratarmos das avaliagdes efetuadas em enfermarias, nos reportaremos espe- cialmente aquelas realizadas pelo Setor de Consulto- ria Psicolégica. As avaliagées realizadas em unida- des de intemagiio que contam com psicélogos atuan- tes em sistema de ligagdo serdo focalizadas em al- guns dos capitulos subseqiientes deste livro, ‘Também aqui ndio serdo abordadas questées re- lativas a avaliagao de pacientes intermados em unida- des pediitricas, tema este que sert tratado no capitulo 6, dada a especificidade desse tipo de avaliagto, Diretrizes de Avaliagio de Pacientes Hospitalizados Ao propor um plano de avaliagao psicolégica voltada para determinada clientela em enfermarias Savi Rissrno ne Atasins Tres de um Hospital Geral, psicélogo pode se basear em diferentes formas de “contrato”, a saber: 1) Atendimento integral da clientela — esta mo- dalidade deatuagao, viavel em unidades de in- temagiio de menorporte ou junto especiali- dades médicas que atendem um nimero limi- tado de individuos, possibilita que seja efetuada ‘uma triagem de todos os pacientes, tendoem vistaa selegdo, pelo psicélogo, dos casos que apresentam demanda de assisténcia psicolégi- cadurante o periodo de hospitalizagao. 2) Atendimento parcial da clientela, segundo critérios de seleciio estabelecidos pelo pré- prio psicélogo—util em unidades de interna- ‘do de médio ou grande porte, este tipo de contrato resulta na selego de determinada parcela dos individuos hospitalizados para os quais opsicélogo julga ser priortirio o atendi- mento. Baseadoem um conhecimento prévio daclientela total da enfermaria em questioe de suas demandas emocionais mais corriquei- ras, bem comono que é referido na literatura especializada em satide mental, o psic6logo pode estabelecer, por exemplo, que em uma enfermaria de Ortopedia, todos os pacientes portadores de quadros de lesfio medular pos- trauma passardo por entrevistas de triagem psicolégica, uma vez que tas individuos muito costumeiramente apresentam algum tipo de disfungo emocional decorrente de seu diag- Quadro 2: Diretrizes de avaliagao psicolégica em + Suxona Fereanoes ne ANoRIn néstico ¢ tratamento. A seleciio dos pacientes avaliados rotineiramente pela Psicologia pode ocorrer em comum acordo coma equipe de satide da enfermaria, 3) Atendimento parcial da clientela, segundo critérios de selegiio estabelecidos pela equi- pe, exclusivamente: freqiiente em grandes en- fermarias, com um volume grande e muito he- terogéneo de pacientes, este contrato prevé que a equipe de satide da unidade de intemnag0 solicite assisténcia psicologica para alguns pa- cientes em particular, segundo parametros por claestabelecidos. Esse é0 modelo seguido pelo Setor de Consultoria em nossa Institugoe sobre ‘qual falaremos mais especificamente. Aavaliagao psicolégica efetuada pela Consul- toria em enfermarias parte, necessariamente, de um pedido de consulta por escrito que é formulado pelas equipes de satide, sendo facultada a qualquer cate- goria profissional essa solicitagao, Todos os atendi- mentos prestados pelo Setor sao registrados no pron- tuario hospitalar do paciente, até sua conclusio. A avaliagao pretende, mediante diferentes es- tratégias (entrevistas com 0 paciente ou com seus familiares, testes psicol6gicos ou escalas, coleta de dados junto a equipe de satide), possibilitar a obten- do de dados que sirvam como elementos que fun- damentem uma hipétese diagnéstica a respeito da situagdo descrita no pedido de consulta, consideran- do quatro diretrizes descritas no Quadro 2: enfermarias Condigio psiquica atual do paciente. ' 1 Situagao psicossocial e ambiental Correlagao entre o estado psiquico atual ¢ sua situagio médica, Condigao emocional prévia (estrutura e dinmica de personalidade). _ Otempo disponivel para a avaliagiio do pacien- te intemado costuma ser limitado, em grande parte dos casos atendidos pelo Setor de Consultoria, em. face da muito freqiiente brevidade do periodo de in- temagio que inviabiliza um niimero de atendimentos mais extenso. ot Demaneima ideal -considerandoaexisténcia de con- digdes altamente favoriveis (paciente muito orientado, colaborativoemotivado paraaassisténciapsicolbgica aten- dimentos wealizadosa contento, sem intercorrénciase den- tro do que foiprogramado pelo profissional) -aavaliagao psicoligica engloba osindicadores descrtosno Quadro3: Quadro 3: Indicadores para a avatiagio psicoldgica em enfermari Carirwwo 4 — Avuacko rstcoviaes vo Moser GxRat + imentos puders realizados conforme © previsto? Senio, qual o motivo? (0 paciente niio péde ou nio quis contatar? estava realizando algum procedimento ~higienizagao, exame, medicagiio ~ que inviabilizou ow interferiu no atendimento?) Exam Incdes psi consciéncia; orientagZo; atengiio; memoria; sensopercepedo; pensamento; afet recursos cognitivos. Comportamento durante os atendimentos com contato adequado? em condigdes de manter conversagio produtiva? disposto? ativo? queixoso? desvitalizado? instavel? irritavel? esclarecido sobre qual a natureza da entrevista e sobre a fungio do psicélogo? vidade; vontade; humor; elaciio com a doen: talizacio e trat grau de informagdes de que dispde; significado emocional da doenga, hospitalizagao e tratamento; histé- ico do adoecimento ¢ fatores emocionais correlacionados ao mesmo. Relacio com a equipe de saiide adequada? conflitiva? com caracteristicas de passividade e dependéncia? participativa? Relacio com a instituicfio de saide agrau de satisfagdo com o tratamento recebido; adaptabil idade ao ambiente e rotinas do hospital. Antecedentes psiquicos pessoais histérico de eventos psicolégicos ou psiquidtricos; estrutura e dinimica de personalidade; situagdes conilitivas relevantes; recursos emocionais disponiveis; mecanismos de defesa. Retaguarda de familiares ou outras pessoas emocionalmente significativas familiares ou amigos prestam auxilio ao paciente? so elementos facilitadores ou nfo no tratamento realizado? Dificuldades emocionais atualmente constatadas quanto a doenga ¢ ao tratamento? relativas a outras situagdes de vida? Hipétese(s) psicodinamica(s qual(is)? intensidade e gravidade; quadro emocional esta dentro do esperado para a situago ou nao? manda para av: wuidtrica? qual? motivo. ara atendims icoldgico ise de hospi objetivos; focos eleitos; estratégias cogitadas no planejamento dos atendimentos. IntervencOes ji i a c jiaciio orientagio? de natureza suportiva? expressiva? focos abordados familiares; contato com a equipe de satide, ; estratégias utilizadas; contato com alna cies c gencae r nt realizado quais dados podem predizer facilidades e dificuldades do paciente tratamento? qual o prognéstico emocional? n relagio ao adoecimento ¢ a0 Savona Rinne we Atstng Lore * Shima Franaoes or AMOR > Sugestio de conduta 4 cquipe de snide quanto a0 manejo do paciente e familiares; necessidades constatadas na assisténcia e rotina hospitalares que podem representar beneficio, sob 0 aspecto emocional, Concluidas as condutas em nivel diagndstico, esperamos obter um parecer que busque esclarecer as tes descritas no Quadro 4: Quadro 4: Questoes a serem consideradas ao término da avaliagao psicolégica em enfermarias — Existe uma real demanda de atendimento pela equipe de Psicologia? voltada para 0 paciente? para os familiares? — A demanda detectada é compativel com 0 que foi especificado no pedido de consulta formal? Ha demanda da equipe implicada na problemitica emocional do paciente? — Qual o estado emocional do paciente ou do familiar, considerando a situago de doenga e tratamento? Qual o grau de comprometimento emocional observado na atual situagao? — De que maneira antecedentes psicossociais, pessoais ou familiares, podem estar interferindo no atual estado emocional do paciente? — Qual a influéncia das condigdes ambientais relativas & hospitalizagdo no desencadeamento ou maximizagao de reagdes emocionais desadaptativas? — Ha necessidade — como conduta priméria ou subsididria ao acompanhamento psi Gao psiquidtrica (adogdo de medicagio com ago psicoativa)? ‘ologico — de avalia- — Quais os focos e objetivos a serem contemplados na proposicao de condutas, considerado 0 fato do lizado? paciente encontrar-se hospi Por fim, con: mosno Quadro: leradas essas questdes, condutas distintas podem ser adotadas, segundo o que descreve- Quadro 5: Condutas propostas ao término da avaliagdo psicolégica em enfermarias — Conelusto do atendimento psicol6gico na fase de avaliagio, quando nfo fica caraeterizada a existéncia de uma demanda de acompanhamento. ~ Orientagao ou intervengio junto a equipe de satide e outras pessoas diretamente vineuladas a0 paciente, com proposigdo de novas formas de manejo. = Indieagio de interven guimento ambulatorial ¢ 10 psicoterdpica durante a fase de internagiio. O avaliado a posteriori como possivel conduta complementat, io de outras equipes (Terapia Ocupacional, Servigo Social ete), frente a algumas adas que siio da competéncia dh vigos. — Indicagdo de avaliaglo/acompanhamento psiquidtrico, pela especificidade do quadro constatado. Avaliagio Ideal x Avaliagdo Possivel em Enfermarias: Possibilidades ¢ Limitagdes na Atuagiio do Psieslogo No modelo adotado pelo Setorde Cons is diversas stando envolvi psiedlogo assume taret éncia, wo quesereferea do diretamente em todos os procedimentos de rotina: recebe a solicitagio de consulta, mantém contato com as equipes solicitantes, realiza o parecer diagndstico, auxilia na proposigZio de estratégias de manejo do paciente durante o perio- do de hospitalizagdo © conduz 0 seguimento psicoteripico, se houver indicagio pata este, Porestarenvolvido com tarefas abrangentes, 0 Psicélogo da equipe da Consultoria depara-se com situagdes que requerem sélida e abrangente forma- 0 profissional, A atuagdo em sistema de consultoria pede do Psicélogo dinamismo, flexibilidade e senso pritico bas- tante desenvolvidos para a andlise e resolugaio de si- tuagdes diversificadas que se apresentam costumei- Tamente em ambiente de enfermaria, além de um alto AriruMN 4 AYKLNGRN PateoROuHEA ho Hosea Crt dle participagaio e compromisso com as situae que se aprescntam. Pede, igualmente, que este profissional desenvolva habilidade e maturidade para {olerar frustragées que inevitavelmente ocoremem seu cotidiano, tais como a imprevisibilidade {lescontinuidade do acompanhamento do paciente, por razbes extrinsecas ao psiedlogo (altas hospitalares, piora ou dbito do paciente), o eventual nao reconhe. cimento da natureza e da importincia de sua atua. io pelas equipes de satide ¢ a sobrecarga ¢ com. Plexidade das tarefas a serem realizadas, Demanda, emacréscimo, uma habilidade consideravel do pro. fissional para o estabelecimento de um répido, mas s6lido, rapport como paciente, a fim de engajé-lo ao maximo no atendimento psicolégico proposto. Considerando certas peculiaridades da assistén- cia em enfermarias (tempo mais breve para a efeti- vagiio de atendimentos, risco aumentado de intercomréncias e de interrupgao na assisténcia), bus- amos privilegiar que as primeiras entrevistas de ava- Tiago se concentrem na investigagdio das questdes descritas no Quadro 6: Quadro 6: Principais dreas de concentragéo na avaliagdo psicolégica em enfermarias Problematica emocional mais emergente. ‘Mecanismos de enfrentamento utilizados. Rede de apoio existente. Dificuldades objetivas e subjetivas do paciente em relago & doenga, ao tratamento e & hospitalizagio. Recursos cognitivos e psicol6gicos disponiveis para o enfrentamento das dificuldades que se apresentam. Aspectos emocionais ligados a vida pregressa do individuo so, em geral, melhor averiguados em atendimentos posteriores e também a medida que o aciente, reconhecendo os beneficios que o atendi- mento psicol6gico pode propiciare, estabelecendo como profissional uma ligagilo de maior confianga, & capaz de reportar-se mais abertamente a vivencias que Ihe foram significativas emocionalmente ao lon- g0 de sua vida. ea Ressaltamos, entretanto, que nem sempre esse planejamento da avaliagio pode ser rigorosamente obedecidlo. Ha casos em que o paciente apresenta, de forma muito evidente, demandas psicolégicas anterio~ res. hospitalizagio como questdes emergentes € que parecem mobiliza-lo mais intensamente. ‘Compete ae psiedlogo, nessas situagdes, equacionara investiga- ilo cesses contetidos com a avaliago relativa ao mo- ‘mento atual do paciente, pois nossa atuagio em enfer- Savors Rinrtn0 e ALMEIDA Lorgs mmatias € prioritariamente voltada paraa situagiio de adoecimento, tratamento ¢ hospitalizagiio ¢ pa a lise ea busca de solugdes n Tem se mostrado apropriadaab termo que fique entre 0 excessive aprofundamento da investigagao ea superticialidade apressada, que conduz.a um parecer conclusivo muito prematuro e pouco substancial. Na falta de tempo disponivel para a avaliagiio (ex.: quando o paciente esti com indicagio de alta hospitalar para breve) procuramos nos deter na in- -vestigagaio de aspectos mais imediatos da vivéncia do individuo, aprofundando-os tanto quanto possivel. Ao final dessa avaliagao, caso seja observada de- ‘manda para uma avaliacdo pormenorizada ou para o acompanhamento psicoterapico mais sistemético, é conduta preferencial que a intervengao psicologica na enfermaria seja voltada para uma abordagem de sensibilizago, a fim de que o paciente ingresse em atendimento psicoldgico em esquema ambulatorial, apés alta hospitalar. ‘Aspecto considerado em nossa pratica é que, emuma parcela consideravel dos casos, a execugao de uma avaliagdio em enfermarias, a mais completa possivel, sofre a interferéncia direta de variados fa- tores, tais como a menor disponibilidade ou o estado clinico mais precario do paciente, a falta de condi- ‘ges ambientais para que um contato produtivo pos- sa ocorrer a contento, além de algumas variaveis institucionais (por exemplo, realizagio emergencial de cirurgias e exames e a preméncia na realizago de certas condutas pela enfermagem, simultaneamen- teao atendimento psicolégico). Fatores diretamente ligados ao histérico médi- co (por exemplo, paciente em pré ou pés-cirtirgico) também sio levados em conta, uma vez. que, em cer- tas circunstincias, o atendimento terd de ser anteci- pado ou postergado. Eventualmente, o método de ava jo preci ser adaptado s condigdes clinicas do paciente, tal como quando o contato verbal se mostra invivel, tor- nando necesséria a tentativa de comunicagiio por ou- tros meios (gestos, linguagem escrita, leitura labial). Questio adicional a ser levada em conta no planejamento da avaliagfio em enfermarias ¢ 0 per- 65 + Savona Fenvasoes oe Avonnt nite a ser atendido (mais jovem ou mais so), pois necessariamente a fase de desenvolvi- mento em que o individuo se encontra é uma impor- tante variaivel na metodologia da avaliagao. A in- vestigagiio de certos temas especificos e até mes- moa forma de abordagem de pacientes de diferen- tes faixas etirias se distinguem, em variados as- pectos, Certa enfermidade que acomete um paciente jovem e outro mais idoso pode precipitar diferentes significados e repercussbes na qualidade de vida de cada um desses individuos: para o primeiro, a des- coberta de uma patologia de curso progressivo € incapacitante pode desencadear preocupagdes re- lativas ao prosseguimento de seus projetos pessoais, © & continuidade de sua rotina profissional, predo- minantemente, Para 0 segundo, pode despertar mais, intensamente receios voltados para a qualidade do suporte familiar que terd, & medida que seu estado fisico se deteriore. Em situagdes de avaliagdo psicologica em uni- dades de internagao, procuramos nos valer de ver- satilidade e flexibilidade, objetivando adequar o pro- pésito da avaliagdo s circunstincias que se apre- sentam em dado momento, mesmo que algumas de nossas expectativas de atuagio talvez no se- jam idealmente atendidas. A maxima de que & ‘melhor dispor de poucas informagdes, tentando abordé-las ¢ aprofundé-las da melhor maneira pos- sivel, do que se prender a expectativas irreais acer- ca do que seria uma entrevista realizada em con- digGes étimas, é principio constantemente por nds observado. ‘Aspecto a ser igualmente ressaltado é que di- ficilmente uma entrevista de avaliagdo em enfer- marias engloba somente a coleta “pura” de dados objetivos. Decorrente da circunstincia de doenga, tratamento ¢ hospitalizagio, o paciente bastante fre giientemente se encontra muito mobilizado sob o aspecto emocional, tornando quase que inevitivel quealgum tipo de intervencio psicoligica~mesmo que suportiva — seja realizada simultaneamente & investigagio de dados, icoldgica em enfermarias deve .empre considerar a possibilidade de reformulago dahip6tese psicodiagnésticainicial, ao longo do aten- Carireto 4 — Avauiagio rsicoLéare No Hostitan Geaan dimento do paciente. A melhora ou piora clinica, a indicagio de uma cirurgia nao programada, o dbito de um paciente que se encontra no mesmo quarto, fo exemplos de algumas circunstineias que podem precipitar mudangas, pot vezes radieais, no estado emocional do individuo hospitalizado, O paciente é, quase na totalidade dos casos, 0 nosso foco prioritirio de abordagem, Contudo, aava- liagdo também contempla a possibilidade de realiza- ¢d0 de entrevistas complementares com os familia- res ou pessoas agregadas ao paciente (amigos, cole- gas, empregadores). Essa medida é especialmente oportuna quando o paciente mostra evidentes limita- des, circunstanciais ou permanentes, na prestagio de alguns dados objetivos que so fundamentais para amelhor compreensio de seu caso, tal como ocorre ‘com pacientes idosos ou com individuos com qua- dros psiquicos de maior gravidade. Tal estratégia tam- bém se mostra eficaz para que possam ser obtidas informacdes acerca da dinimica familiar ¢ da rede de apoio existente. A abordagem dos familiares ou de pessoas vinculadas mais significativamente ao paciente é precedida, sempre que possivel, pela comunica- Go dessa conduta ao paciente, no intuito de evi- tar a formulagdo de fantasias de “alianga” do psicélogo com essas pessoas, fato este que po- deria trazer implicagdes negativas 4 continuida- de do atendimento individual (sentimentos de des- confianga, sensaciio de estar sendo desqualificado ea familia, valorizada), A avaliagdo subsididria da Psiquiatria, para al- ‘guns casos, vem se mostrando um expediente muito oportuno e enriquecedor. Através de reunides sema- nais, 0s casos atendidos conjuntamente pela Psicolo- gia e pela Psiquiatria so discutidos por ambas as equipes, visando & compreenstio da condigao emocio- nal dealguns pacientes hospitalizados ea proposi¢io de condutas individualizadas, conforme as demandas constatadas. Ao longo de nossa experiéncia em enferma tomou-se notéria a divers slo fei lade de solicitagdes que a0 psicélogo e de circunstincias com uais temos de lidar, algumas delas bastante inusita- das, Aexperiéncia do psi tor é, por re- célogo cons gra, sempre multifacetada, estando isso na direta dependéncia das diferentes situagdes para as quais, thos 6 requisitada uma avaliagéio. Questtio essencial dentro do modelo de consultoria diz respeito ao fato de haver, necessaria- mente, um “filtro” das equipes de satide na selegao de casos a serem avaliados pela Psicologia. Seguin- do pardimetros nem sempre facilmente identificéveis as equipes indicam alguns pacientes para o atendi- mento psicolégico e outros nao. Este “recorte” efetuado pelas equipes represen- ta, na nossa concepedo, uma evidente limitacao do modelo de consultoria e traz intmeras implicagées na oferta da assisténcia psicolégica em unidades hos- pitalares. A principal delas corresponde ao fato de que nem todos os pacientes que necessitariam de uma avaliagdio e, talvez, de um seguimento mais sistema- tico pela Psicologia, so prontamente reconhecidos pela equipe. Individuos excessivamente passivos a0 Jongo da hospitalizacdo podem ser inadvertidamente identificados como colaborativos ¢tolerantes, quan- do, na verdade, podem estar deprimidos ou extrema- mente atemorizados com o que Ihes possa ocorrer sem, contudo, explicitarem essa dificuldade, A contrapartida também é verdadeira: por vezes, 0 psi- célogo é requisitado a avaliar um paciente “severa- ‘mente deprimido” que, na verdade, pode estar apre- sentando um quadro reativo absolutamente contextualizado a certas circunstincias que vem atra- ‘vessando no hospital, tal como ocorre com o indivi- duo que, recentemente submetido a uma amputagaio, presenta manifestagdes emocionais ¢ comportamen- tais (tristeza, preocupagdes, choro, inapeténcia) que podem ser condizentes com 0 tipo de procedimento médico realizado. ‘No nosso entender, asolicitagio de avaliagaoem. enfermarias para o psicélogo consultor muito amitide E perpassada por diferentes questbes que nem sem- pre esto correlacionadas diretamente ao individuo enfermo, propriamente, ¢& sta situagdo emocional. Ao ser requisitada uma avaliagaio, o psicdlogo consultornio raras vezes se depara com uma “situa gio-problema” ins itucional endo com uma “si- tuagio clinica”, estritamente, Os motivos que le- Savona Tinea oF ALMA Tarn ‘vam solicitagdo de avaliagdo psicologica para um paciente muito reivindicador e queixoso, por exem- plo, podem se dever muito mais aos contetidos que esse tipo de individuo costuma suscitar na equipe (sentimentos de invasio ou de confronto, impotén- cia diante de eventuais limitagSes institucionais) do que ao seu estado emocional ou ao seu muito pro vivel sofrimento. Frente a essa evidéncia, nossa avaliagdo tenta contemplar, sempre que possivel, a andlise do con- texto que resultou na solicitagao de ajuda da equipe. Temos, entio, um “diagnéstico situacional” que bus- ca integrar dados relativos as condigdes emocionais apresentadas pelo paciente com a compreensio da dinamica da equipe de satide em torno dessa pessoa em especial. Na nossa pritica, constatamos que parte das solicitagdes de avaliagdio psicolégica é pertinente, mas outra parcela ndo, fato que pede de nés cons- tante atengdo. Percebemos que as equipes de satide —algumas mais, outras menos —sio capazes de iden- tificar dificuldades emocionais genuinas, que siio da competéncia do psicélogo investigar de forma mais pormenorizada. Contudo, solicitagdes improcedentes de avaliago ainda ocorrem, eventualmente. Nao compete ao psicélogo, por exemplo, o atendimento de casos nos quais demandas sociais se apresentam como questo exclusiva (paciente “morador de rua”, “que apresenta dificuldades financeiras para levar adiante o tratamento”) e que podem ser encaminha- dos ao Servigo Social da Instituigdo para que um aten- dimento mais adequado seja efetivado. Citam-se ainda como situagGes de dificil mane- jo em nosso cotidiano: “convencer” pacientes em si- tuagao de risco iminente de alta a pedido ou evasiio da enfermaria sobre a necessidade de permanece- rem internados, avaliar pacientes que estiio com alta hospitalar programada ¢ para os quais s¢ solicita uma avaliagdo psicolégica mais aprofundada em um nii- mero insuficiente de atendimentos, intervir em as: pectos mais estruturais da personalidade do indivi- duo, informar diagndstico médico ou progndstico des- favoravel ou “conversar” com 0 paciente para “| zer-lhe companhia” ou porque este se encontra “muito 5 * SaNOnA FERKANDES bE Aw sozinho” (0 didlogo com o paciente é“método” e nfo “objetivo” do trabalho do psiedlogo, concepgaio esta ainda presente, infelizmente, para alguns profissio- nais da rea hospitalar). ‘Mesma atengio ¢ observada nos casos em que siio solicitados determinados tipos de intervengao que nfio correspondem ou que extrapolam a fungio eas, possibilidades de atuaco do psicélogo em unidades deinternagao, tais como realizar um psicodiagnéstico formal, com uso de bateria de testes ou escalas mais complexas, cuja aplicagdo ¢ inapropriada em setting de enfermarias. Destacamos, porém, que 0 uso de certos testes psicolégicos e escalas, em unidades de internagao, desde que criteriosamente selecionados, pode representar uma estratégia de avaliagao bas- tante interessante em alguns casos nos quais a cole- ta de dados através de entrevistas se mostra insufi- ciente ou dificultosa, Em todos esses casos, vem se evidenciando a importincia de que o psicdlogo tenha claro quais slo suas atribuigdes, possibilidades ¢ limitagdes, es- clarecendo-as devidamente, seja através do relaté- rio em prontudrio, seja junto 4 equipe requisitante, sempre que possivel. Tal medida contribui para que concepgdes equivocadas acerca do nosso papel — “o psicélogo pode saber e resolver tudo” ou, a0 con- trdrio, “4 que o psicélogo nio atendeu as nossas expectativas, pouco ou nada pode resolver” — se- jam criadas ou fomentadas, fato este que, como bem se sabe na pratica, gera nas equipes expectativas irreais e mégicas de intervengio em relagao ao nos- so trabalho. Nesse sentido, julgamos ser fundamental que ) o psicélogo conduza a avaliagdo em enfermarias se- gundo um propésito clinico, consideradasas deman- das do paciente, mas também diditico, levando-se | em conta a necessidade de instrumentalizar as equi- pes de saiide. A discussio produtiva de determi do caso pode repercutir para a equipe em um ma- nejo mais seguro de outros pacientes que apresen- tem dificuldades emocionais similares e viabiliza a formulagio de pedidos de consulta psicologica que, de fato, sejam compativeis com nossas possibilida- des de atuagio, 67 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ALMEIDA, S. R. —Alcances ¢ Limites do Uso de Testes Psicolégicos no Hospital Geral. In: Oliveira, M. F. P & Ismael, S. M. C., Rumos da Psicologia Hospitalar em Cardiologia. Papitus. Sio Paulo, 1995. BUCK, J.N. (1948)—HTP: Casa-Arvore-Pessoa. Técnica Projetiva de Desenko: Manual e Guia de Interpretagao. Vetor. Sao Paulo, 2003. 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Lopes, Sandra Ribeiro de Almeida. 04-8355 CDD-362.11019 indices para catalogo sistematico: Talis 1. Psicologia hospitalar: Santa Casa de Misericérdia de Sao Paulo: Bem-estar social = : ne 2. Santa Casa de Misericérdia de Sao Paulo: Psicologia hospitalar: Bem-estar social 362. Impresso no Brasil Printed in Brazil Reservados todos os direitos de publicagio em lingua portuguesa d Z ZZ Casa do Psicélogo® Livraria e Editora Ltda. ca Hata Zw Rua Mourato Coelho, 1059 Vila Madalena CEP: 0541 7-01 1 Siio Paulo/S! Z Fel: (11) 3034.3600 E-mail: casadopsicologo@easadopsicologo.com.br

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