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MINISTERIO DO MEIO AMBIENTE, RECURSO? ™ EDA A AMAZONIA LEGAL 10 DO MI MEIO AMBII Cad BRASILEIR CURSOS NI NATURAIS RENOVAVE! - 1B. ! roo ‘0 DE ESTUD Apresentagao O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos ‘cumprimento da sua missio institucional de executar a Politica Nac} ‘um dos seus principais objetivos: criar, implantare realizar a gest como amostras representativas dos ecossistemas brasileiros. A Diretoria de Ecossistemas do IBAMA tem sob sua Nacional de Unidades de Conservaco, constituido, Pega Nacionais, Estagdes Ecologicas, Reservas Biologicas, Areas di Particulares do PatrimOnio Natural (O presente trabalho trata do plano de Gesto da Area de do Pamaiba e reveste-se da maior importancia do ponto de vista APA foi criada com o objetivo de garantir a protegdo dos deltas com sua fauna, flora e complexo dunar, dos remanescentes de possibilitando a melhoria da qualidade de vida das populagdes disciplina das atividades econémicas locais. OIBAMA tem como estratégia 0 estabelecimento de ps da efetividade da gestio ambiental, especialmente para as unid que foi celebrado 0 convénio entre 0 Ministério do Meio Ambiet Legal e o Instituto de Estudos e Pesquisas Sociais (IEPS) da Univ¢r com a intervinigneia e acompanhamento técnico do IBAMA. O convénio celebrado atribuiu ao IEPS a dificil, porém de Gesto de uma APA onde, 0 desafio de conservar a nature: ‘ameagas a capacidade de suporte dos ecossistemas e dos rec brilhantemente cumprida pelo IEPS, com 0 apoio e participagio de A unidade de conservagio. ‘Assim sendo, 0 IBAMA, ao aprovar o presente Plano} faturais Renovaveis - IBAMA no jonal do Meio Ambiente, tem como de areas protegidas, identificadas onsabilidade a gesto do Sistema te, pelas categorias de Parques Protesio Ambiental e Reservas rotegdo Ambiental (APA) do Delta Jconservagao da natureza, pois, esta ios Parnaiba, Timonha ¢ Ubatuba, ita aluvial ¢ dos recursos hidricos, sidentes, mediante a orientagdo ¢ ia, em todos 0s niveis, na busca is de conservac3o. Foi neste sentido ite, Recursos Hidricos e Amazonia sidade Estadual do Cearé (UECE), cencial, missio de elaborar o Plano € estimulante, face as presses € naturais. Entretanto, esta tarefa foi 90s Segments sociais pertinentes ide Gesto, vem, juntamente com 0 TEPS, disponibilizé-lo sociedade, através da presente publigacao, para que se tenha acesso 20 conhecimento produzido e se possa colaborar para a gestiio dessa int Federal. iportante Area de Protegfio Ambiental Ricardo José Soavinski Diretor de Ecossistemas do IBAMA. Introdugao.. IO Significado da Area de Protecdo Ambiental (APA) ¢ a. Legislakio Ambiental Prtinnte IIL. A Criagdo da APA do Delta do Pamaiba ¢ Seus Objetivos.. IIL1. Perimetro da APA do Delta do Parnaita. IV. Caracterizagio da Area.. IV. Diagnéstico Geoambiental. IV.L.1. Consideragdes Gerais... 1V.1.2. Configuragdo Geoambiental da APA do Delta do ‘on 1V2. Diagnéstico Socioeconémico da Area de Proteso Amb 1V22.1. Hist6rico da Ocupagio. 1V.2.2. Indicadores Demograficos... 1.2.3. Indicadores Sociais... VIA Oficina de Planejamento ¢ 0 Seminario de Avaliag&o. VL. Matriz.de Problematizagao versus Defini¢ao das Agoes... V2. 0 Plano de Ago ¢ 0s Resultados Esperados. V3. Quadro de Ages Emergenciais. VI.4. Cronograma Mestre de Implementaglo das AgBes... VLS. A Matriz Institucional. ANEXO ~ Tabelas do Diagnéstico Socioecondmico... Referéncia Bibliografi Apresentacao presente documento é a sintese do Plano de Gestio Ainbiental para a Area de Protecao ‘Ambiental - APA — do Delta do Paraiba, situada nos Estados do Marpnho, Piaui e Ceara. A claboracao do documento esteve a cargo do Instituto de Estudos e Pesquisa Socials (IEPS) da Universidade Estadual do Ceara (UECE) em convénio com o IBAMA. ‘Trata-se de um instrumento de planejamento que tem o prdpésito fundamental de subsidiar a gestao integrada e participativa do espayo geogrifico envolvido pel APA, assegurando a conservacao dos recursos naturais ¢ a melhoria de qualidade de vida da populagio. Fez-se uma caracterizagio integrada da area consubstancigda nos diagndsticos das condigées geoambientais e sécio-ccondmicas. Os diagnésticos serviram de bfse para a realizagao da oficina de planejamento e o seminério de avaliagio onde foram montadas as njatrizes de problematizagio versus definigio de agdes, considerando a identificago de problemas, resultados esperados e agdes propostas. Montou-se, além disso, a matriz institueional, identificando-se ins}ituigSes piblieas ou organizacdes, no govemnamentais que atuam no territério. Foram igualmente estabelecidas as atribuigdes basicas do Comité Gestor. Em sintese, procurou-se apresentar alternativas de pane cola para uma érea que tem relevincia (geoecol6gica), sociocultural ¢ econémica para os trés Fstados onde se situa. Coordenagio do Projeto Gustavo Krause Goncalves eee Ministério do Meio Ambiente, Recursos Hidri¢os e Amazénia Legal Haroldo Matos Lemos Secretdrio de Implementagao de Politicas e|Normas Ambientais Rémulo José Fernandes Mello Diretor de Formulagao de Politicas Ambientais Eduardo de Souza Mai Presidente do Instituto Brasileiro do mei Ambiente e dos Recursos Naturais Rent is Ricardo José Soavinski Diretor de Ecossister Maria Lolita Bampi Chefe do Departamento de Vida Silvestre Moacir Bueno Arruda Coordenador de Conservacao de E¢ossistemas Manoel Messias de Sot Instituto de Estudos e Pesquisas Socials da UECE -IEPS REALIZAGAO: Ministério do Meio Ambiente, Recursos Hidricos e da Amazénia Legal — MMA/IBAMA Instituto de Estudos e Pesquisas Sociais da UECE -IEPS EQUIPE TECNICA: Luiz Cruz Lima - Coordenagao e Analise Socioeconémica Marcos José Nogueira de Souza — Analise Geoambiental Manoel Borges de Castro ~ Andlise Geoambiental Jader Onofre de Morais ~ Andlise Geoambiental José Meneleu Neto — Andlise Socioeconémica Luzia Neide M. T. Coriolano ~ Andlise Socioeconémica Pedro Augusto Lopes Pontes — Consultor para o Plano de Gestao Manoel Messias de Sousa — Consultor para o Plano de Gestao Introdugao, 0 trabalho que se apresenta, trata de modo essencial, do eet socioambiental da area compreendida pela APA do Delta do Paraiba, que serviu de subsidio para a claboragao do Plano de Gestio da mesma. Essencialmente, o plano de gestio contempla os conjuntos Has ages que tém a anuéncia dos atores sociais envolvidos, visando a preservagdo e/oua conservagoxlo ambiente e dos recursos naturais da APA. ‘A Area de Protegaio Ambiental (APA) representa uma unidade de conservagao onde a populacio pode usar de modo controlado o ambiente ¢ seus recursos sem qug se exija sua total conservagao, Na ‘concepgio de AGRA FILHO (1994), 0 Plano de Gestio deve pronjover 0 ordenamento das demandas sociais em compatibilidade com os recursos do ambiente, além d¢ coordenar e aglutinar tomadas de decisdo nas diferentes esferas c niveis governamentais. Sugere ainda hue os planos devem ser coneebidos através de objetivos programiticos e de agdes estratégicas. Os objetivos constituem as linhas de atuago destinadas ao gerenciamento dos problemas ambientais. As ages estratégicas incluem as formas de ‘atuagdo a serem desenvolvidas para atender aos objetivos progranjiticos. A Area da APA do Delta do Paraiba abrange 0s municipios de Pamaiba, Luis Correia, Ilha Grande de Santa Isabel e Cajueiro da Praia, no Piaui; Paulino Neves, Tut6ia, Araidses e Agua Doce, no Maranhio; Chaval e Barroquinha, no Ceara e ireas jurisdicionais|Ver mapa do esboco da APA. ‘As atividades ligadas a elaboragdo do Plano de Gestiio jamente dito, como a oficina de planejamento e o semindrio de avaliagdo com representantes da qomunidade, foram procedidos pela claboragao dos diagnésticos geoambiental e socioecondmico.. diagnéstico geoambiental prioriza a identificagio ¢ ‘homogéneos contidos na APA. Cada sistema ¢ integrado por vari relagdes miituas eque so submetidos aos fluxos continuos de ‘uma unidade de organizagao do ambiente naturale é passivel de defimitagio, Em cada sistema, também ‘denominado de unidade geoambiental, hi um relacionamento centre seus componentes € «les sto dotados de potencialidades de restrigdes especificas em termos de recursos naturais. Como tal, tendem também a reagir de forma singular em relagdo as influgncias da ocupagdo do territorio pelo homem. 0 outro diagnéstico elaborado dé uma visto da situago demografica ¢ s6cio- econémica da populagio da APA e contemplaos seguintes aspectos: Demografig, Grupos Populacionais: especificos, ‘Trabalho e Rendimento, Saiide, Educagio ¢ Habitagaio. Com bage nesta classificagao inicial, foram selecionados pesquisas e levantamentos realizados no ambito dps érgaos produtores de estatisticas como 0 IBGE, IPLANCE (CE) , Fundagao CEPRO (PI) ¢ Minigtério do Trabalho, dos quais foram retiradas informagSes com a sintese dos referidos temas. cterizagio dos sistemas naturais componentes naturais que mantém u Assim, no que diz respeito a demogratia, divulgam-se estatisticas rlativas & regido e aos estados, Juntamente com os municipios ¢ para 0 conjunto da APA, de tal forma que permitam estabelecer ppontos de comparagao e conhecer os principais aspectos quantitativos e estrutura s6cio—econdmica da populacio nos processos das alteragdes que afetam a vida da populagio, A fonte basica para o conjunto consolidado dos dados sobre a populagdo é 0 ultimo censo realizado pelo IBGE em 1991 e, complementarmente, a contagem populacional realizada em 1996, Para as varidveis sobre trabalho ¢ atividades econdmicas foram utilizadas vérias fontes de base municipal, procurando unificar a base de dados entre as diferentes fontes de pesquisa, Neste sentido, priorizou-se aquelas informagGes cuja periodicidade mostrase um resultado mais réximo da realidade atual vivida pelas regides pesquisadas, como é 0 caso das informagées referentes 4s movimentages do mercado de trabalho formal segundo setores de atividade, bem como sobre as atividades agricolas e pecuérias. O trabalho dos dados sobre atividades industriais recorreu 4 mesma ‘metodologia, concentrando-se na contagem de unidades industriais segundo municipio onde esta instalada, Tanto as informages sobre mercado de trabalho, como sobre agropecuaria e industria, foram coletadas para o periodo 1995 e/ou 1996, no sentido de dar uma certa uniformidade na andlise dos indicadores. plano de anilise se divide em dois grandes grupos. O primeiro enfoca as condigdes sécio ~ demogrificas da populago que segue uma seqiiéncia preestabelecida: + _Inicia com as variveis demogrificas municipais bisicas: estrutura da populagéo total; a sua densidade demogrifica; a taxa de crescimento populacional; a taxa de crescimento urbano e rural; + Analisa as condig&es da populagao residente: niimero de domicilios particulares urbanos ¢ rurais; proporgio de municipios urbanos e rurais com abastecimento ¢ esgotamento sanitirio inadequados; proporgéo de chefes de domicilios particulares rurais e urbanos segundo a renda em salirios minimos a proporgo dos chefes de familias analfabetos; * Expie as condigdes bisicas de educago da populagao através da: populago em idade escolar; populago em idade de freqiientar os trés niveis de ensino; a taxa de analfabetismo de criangas (7 a 14 anos) e adultos (15 anos a mais); + Expde as condigdes basicas de satide através de indicadores gerais como: 0 nimero de unidades de satide com e sem internaco; proporcaio de criangas de 0 a 6 anos em domicilios particulares permanentes com fgua inadequada; niimero de emprego médico por mil habitante e nimero de leitos por mil habitantes; Ossegundo grupo de varidveis e indicadores diz respeito & andlise das atividades econémicas que ‘dio suporte &s populagdes das APAs, que seguem o seguinte roteiro: + Analisa a economia urbana, as condigdes do emprego formal da mio-de-obra municipal segundo: a movimentago de mao-de-obra anual; o fluxo de admitidos e desligados onde esté alocada a mao-de-obra; 12 ‘+ Expie 0 quadro da industria segundo 0 niimero de tipologia dominante na regio; Habelecimentos por municipio ¢ a + A-exposigd0 do quadro das finangas piblicas municipaisjcom base no Fundo de Participaio dos Municipios ~ FPM; + Mostra a infra-estrutura disponivel de transportes terrdstres que atende regido da APA; + Expde um quadro sintético da populagio agrop. partindo da estrutura fundidri ‘analisando as culturas agricolas dominantes, segundo Anunicipio, priorizando as varidveis {que t&m impacto direto sobre a utilizacdo do solo attavés: da area plantada de culturas ‘permanentes; area plantada de culturas permanentes ¢o tamanho dos rebanhos (cabegas) segundo tipologia dos mesmos; = Analisada a potencialidade ¢ os obsticulos ao de folvimento do turismo ecolégico, dando énfase aos atrativos naturais e histdricos do Delta do Parnaiba. s diagnésticos elaborados nao substituem 0 zoneamenth ecolégico ¢ econémico, mas se ‘colocaram como meios indispensaveis e como documentos de refgrencia para a realizagao da oficina de planejamento ¢ 0 seminario de avaliagio. Tratou-se de um indrio participativo integrado por representantes das comunidades de todos os municipios ¢ foi realizado na cidade de Paraiba (PI), no periodo de 18 a 20 do més de maio. Discutiu-se, inicialmente, uma: triz de problematizagao x definigio dde ages. Foram apontados os problemas mais relevantes da APA P indicados 0s resultados esperados para a solugdo dos mesmos através de ages variadas para cada cao. Elaborou-se uma matriz institucional visando designar centidade publica ou ndo governamental na gestio da APA. © Plano de Ago proposto, obedeceu a uma ordem de estabelecidos. Com esses procedimentos, adquiriu-se os requisitos Censo 1991. Rio de Janeiro: IBGE, 1992. Valor estimado, passivel de corregies. jos como Araidses € le, de outro, os demais municipios, feriores & média nordestina (Tabela icipios de Araidses, Barroquinha, ‘des de populagdo rural em [jd estabelecido em Paraiba. Deste 43 ‘As caracteristicas gerais da populagao da APA do Delta, nao apresentaram grandes alteragdes no iltimo Censo Demogrifico. Os resultados da Contagen/96 revelaram, contudo, um dectinio populacional em alguns municipios. Em Paraiba, a taxa de crescimento urbano seguiu positiva com aumento na taxa de urbaniza¢o, mas a populagio total cresceu num ritmo menor. A dindmica populacional no Delta pode ser dividida basicamente em dois grupos de municipios. A perda de populacao no terceiro grupo de municipios citados se deu por motivos diferenciados: uns especificamente demogrficos e, outros, de carter administrativo. A estabilizagdo populacional ‘em Pamnaiba se deve em parte & consolidagio do seu processo de urbanizagio e as caracteristicas da transigo demogréfica em curso na regido. No caso de Araiéses e Luis Correia, além da queda de fecundidade parece estar havendo um deslocamento de populagio para fora destes municipios, sobretudo da populacdo rural. O outro aspecto diz respeito ao desmembramento de territ6rio e populagdo para formar os novos municipios de Agua Doce ¢ Cajueiro da Praia, o que provocou a conseqiiente perda de populagdo para esses municipios. Em fungdo da tendéncia de estabilizagaio do crescimento populacional, os municipios apresentaram perda de populagio em 1996, foram exatamente aqueles que softeram perda de territorio para os novos municipios, A dindmica demogrifica na regito do Delta mostra ainda uma tendéncia moderada de urbanizacao, onde Barroquinhia e Chaval so 0s tinicos municipios que ficam acima da média regional. Portanto, Parnaiba mantém sua posigao isolada de centro altamente urbanizado e principal contigente populacional absoluto, enquanto os demais permanecem com caracteristicas rurais e pequenos contigentes. populacionais. E neste sentido que se pode afirmar que a particularidade do universo dos municipios do Delta é 0 polarizagao populacional em torno do municipio de Paraiba. C) Evolugao da Populacéo Urbana e Rural Pelo padrio nacional, os resultados do Censo/96 mostram que a populag&o urbana brasileira é 3,6 vezes maior que a populacao rural, consolidando a tendéncia iniciada na década de 60, quando 0 ‘efetivo urbano ultrapassou o rural. E a continuagio de um fendmeno que somente atingiu as demais Regides na década de 70, quando a populacdo urbana na Regio Sudeste jé era 2,7 vezes maior que a populagio rural. Na década de 80 acentuaram-se ainda mais os diferenciais nos quadros urbano ¢ rural. A populagao urbana continuou crescendo significativamente em todas as regides, inclusive naquelas onde as atividades rurais exerciam ainda forte influéncia’ . $ Censo 1991. Rio de Janeiro: IBGE, 1992 ‘A diminuigio do volume da populagio rural, ocorrida entre de 1,8 milhiio de pessoas. Desde 0 Censo de 1980, 0 contingent observado no Censo de 1960. Essa redugo deveu-se as perdas popu} 1991 1996, no Pais, foi da ordem de populagio rural ¢ inferior a0 lacionais rurais ocorridas em todas as Graces Regies, Em terms absolutos a maior peda populacoga rural ocorrida no periodo 1991- 1996 foi observada na Regio Nordeste, que experimentou um dec Esse fendmeno nordestino afetou com especial intensidade aquele ccimo de 1,1 milhao de habitantes. hjunto de municipios que possufam ‘maior parcela de populagio rural, o que nao se aplicou de forma Me ‘20s municipios do Delta. ‘Neste sentido, do ponto de vista da segmentagao da populacs entre urbana ¢ rural, observa-se tués tendéncias quanto a sua dinimica: De um lado, aqucles minicipios que apresentaram maior incremento de populagdo urbana, ficando acima da média regi alcancando crescimento anual de 2,13 ¢2,22%, respectivamente. com crescimento moderado, tendendo a estabilizagao demogrific anual de 1,45%. E, 0 terceiro, daqueles municipios, com decréscims ‘Araidses, Pamaiba, com creseimento anual de -3,95, -3,41 ¢-0,44 al, como Barroquinha ¢ Chaval, sgundo grupo, daqueles municipios ‘como Tutéia, com crescimento populacional, como Luis Correia, fo, espectivamente. Mas, outra diferenciagio pode ser notada entre os municipids que compdem a APA, quanto a0 nivel de urbanizacdo. De um lado, se destaca Parnaiba com alto ni proporedo de populagdo urbana de 90,37%, ou seja, superior & ‘aqueles municipios que esto passando por uma ripida transigao ‘urbana, como Barroquinha e Chaval, apresentando proporgdes de respectivamente. E, ainda o grupo de municipios que permanecem’ 1 de urbanizagio, alcangando uma 1édia regional. Por outro lado, hé je populagao rural para populagao lagdes urbanas de 52,91 ¢ 69,69%, sicamente rurais, com proporgles de populagio urbana abaixo de 50%, como Luis Correia, Tutsia ¢Araiéses. D) A Tendéncia de Urbanizacao na APA Ocrescimento de 12,1 milhdes de habitantes urbanos no Brap I se reflete na taxa de urbanizagio, que passou de 75,59%, em 1991, para 78,36%, em 1996, Esse incfemento se explica basicamente por {rGs fatores: o crescimento vegetativo nas dreas urbanas; da migrag incorporagiio de dreas rurais como novas dreas urbanas, da zona rural para zonas urbanas, No Nordeste, onde os niveis de urbanizagao ainda cram relativamente baixos, 0 ineremento nem sempre se deu gradualmente. O que explica por que, embora possijindo o segundo mais baixo nivel de urbanizacio do Pais, a Regiao Nordeste deteve 0 maior aumenfo 7,52%. 0 conjunto de municipios existentes na regitio abarcad| relativo da taxa de urbanizacio, pela APA da Delta do Pamaiba apresentava, em 1991, uma proporgdo de populago urbana dg 54,15%, enquanto em 1996, essa proporgdo elevou-se para 59,786, Do ponto de vista da mudangad je composigdo isso significou uma vatiagdo de 10,39% na proporgéo da populacdo urbana. Entre of municipios mais populosos, como Pamaiba, a taxa de urbanizagiio cresceu de 82,15%, em 1991, para 9P,. 37%, em 1996, o que correspondeu 45 um incremento da ordem de 10%. Municipios menores como Chaval, tinham uma proporgao de 65,22% de populacao urbana em 1991, em 1996, essa proporgiio passou para 69,68%, comespondendo uma variagio de 6,83% (Tabela 1). ‘Como se pode notar, a taxa de urbanizagio cresceu para o conjunto da APA. Assim, nota-se uma ‘urbanizagdo que se apresenta nos pequenos muniefpios através da migragio campo-cidade, enquanto se mantém no municipio de Paraiba, abastecida pela migragfo rural e da fea urbana dos municipios menores. A diferenca de ritmos entre 0s municipios mostra processos da mudanga de composicao da populagio urbana no Delta do Pamaiba. Pamaiba, encontra-se com sua urbanizagio consolidada, enquanto 08 outros municipios ainda esto com relativo atraso neste processo. Do mesmo modo, 0 principal contigente absoluto de populagio total ¢ a proporgio de populagao urbana estio localizadas na cidade de Pamaiba. Responsavel por 45,36% da populag2o somada dos municipios da APA, em 1996, esse muniefpio ¢ responsvel pelo principal foco de presso populacional relativa sobre o teritério «em questo e constitui o pélo que comanda a dinamica demogrifica no Delta. E) Densidade Populacional A situagio dos municipios da APA no que se refere densidade demogrifica mostrava em 1991 ‘um perfil superior 4 média regional. Enquanto a densidade demogrfica para o Nordeste atingia 27,53 hab/Km’, na APA o valor médio atingia 34,42 hab/km?, Apesar de uma densidade acima da média regional, ainda é um valor baixo em termos de concentrago populacional. As alterages administrativas decorrentes da emancipagao posterior de municipios tiveram uma influéncia considersvel nesse quadro. Embora alguns municipios tenham apresentado maior densidade relativa, como & o caso de Paraiba, ‘com 121,49 hab/Km, nenhum deles pode ser caracterizado como densamente povoado segundo os critérios nacionais utilizados pelo IBGE. De modo geral, a area dos municipios ¢ significativa, enquanto © contigente populacional, excetuando Pamaiba, se situa abaixo de 50 mil habitantes. A area média ara os 6 municipios existentes em 1991 era de 1.295 Km? para uma populacao total da APA de 267.595 hab. Entre 1991 e 1996 o processo de urbanizacaio de alguns destes municipios foi acompanhado ainda de declinio da populagio total como nos casos de Araidses (-3,41%), Luis Correia (-3,95) ¢ Pamaiba (-0,44%) (Tabela 2). Neste caso, as alteragdes espaciais decorrentes da criagao de novos municipios produziram algumas mudancas na densidade demogrifiea dos municipios. Isso fica mais evidente para aqueles municipios que perderam parcelas de territério como conseqiiéncia de ‘emancipagdes de distritos, como Pamaiba, Luis Correia, Araidses e Tut6ia. No comparativo entre a situago em 1991 ¢ 1996, s6 ocorreu queda na densidade do municipio de Araiéses, de 21,89 hab/Km2 para 22,40 hab/Km2. Nos demais a densidade aumentou, corroborando a tendéncia de urbanizagao ja descrita. Em Pamaiba observou-se a maior intensidade desse adensamento, de 121 hab/Km2, em 1991, para 288,04 hab/Km2 em 1996. Um dos fatores que provocaram essa enorme variagio num espaco de ‘tempo tio curto, foram as repartigdes territoriais ocorridas no periodo. De tal modo que, a caracterizagdo da APA do ponto de vis uma visivel tendéncia ao crescimento, que ja era relativamente alto densidade demogrifica mostra ‘0s padres regionais ¢estaduais. Embora deva set feita uma ressalva quanto as implicagdes admitlistrativas desse fendmeno, o que ‘minimiza 0 peso dos fatores propriamente demogrificos. 1V.2.3. Indicadores Sociais A) Condigdes Domiciliares: renda e saneamento ‘A anilise das unidades domiciliares corresponde a um aprofiindamento do estudo da populagaio Utilizando dados para 1991, nota-se que do total de domicilios obtidbs para o conjunto da APA, 28.961 local no que diz respeito aos niveis de condigao de vida eer a0 padro do local de moradia, ‘eram urbanos, que correspondiam a 55,83% do total. Essa predo: cia se deve sobretudo a Paraiba, que responde por 73,59% (21.313) do total dos domicilios urbanos|da APA (Tabela 3). Os resultados reforgam uma correlagao positiva entre a predgmindncia de domicilios urbanos e melhores condiges sanitirias das moradias. O quadto geral de ace} ‘nadequados, segundo padrao do IBGE, mostra que Pamatba ¢ um caso da APA, com indicadores menos criticos. 0 dos domicilios a gua e esgoto a parte no conjunto de municipios ‘A média de domicilios com gua inadequada atinge 83,13% para 0 conjunto da APA, enquanto aqueles com esgoto inadequado atinge uma média ainda mais alta, 999 13%. O impacto destes indicadores sobre as condigdes de vida, morbidade e satide publica ¢ perceptive], sobretudo no que se refere a0 uso dos recursos hidricos para o consumo humano (Tabela 3) Em geral, os menores municipios sto os que mais sofre ‘abastecimento de gua e falta de instalagdes sanitarias. Pamaiba fog com as precarias condigies de ye ao padrio geral, apresentando ‘um percentual de domicilios com agua inadequada de 48,50%, njuito melhor que a média da APA. (84,09%) e da regitio Nordeste (55,10%). Mas quanto ao esgs padece igualmente aos municipios vizinhos da auséncia de um sis média da APA para domicilios com esgoto inadequado atinge 99,9: se que a poluigao dos mananciais de gua potivel pelas aguas serv! das fontes de contaminagio tipicas de regides onde sio comuns as “ consolo o fato da média para a regidio Nordeste para esse indicad domicilios com esgoto inadequado. O estado critico revelado pores todo 0 conjunto de municipios da APA da Delta do Paraiba. nto sanitario a “capital do Delta” de tratamento satisfatério. A fe Pamaiba atinge 99,90%. Sabe- de uso doméstico constitui um was da pobreza”. Nao serve de também ser alta, com 86,90% dos ndicador é generalizado, atingindo Embora os perimetros urbanos de alguns municipios, com Pamaiba ¢ Luis Correia, estejam fora da érea delimitada pela APA, niio podem deixar de ser considefados os efeitos da poluigao urbana sobre a rea do Delta. O impacto previsivel do munici pelo sistema de esgoto de seus 124.579 habitantes, seja pela preset de ae ‘maior que o dos demais, seja a de suas industria. 47 utra informagio complementar diz respeito a situago dos domicilios segundo padrio ou perfil do rendimento dos chefes do domicilio. Como se sabe, o fator renda esté fortemente correlacionado ‘com as condigdes de acesso & educagio, satide e moradia. No caso do Delta, o percentual de chefs de familia que ganham até ¥ salério minimo ($.M.) atinge niveis que indicam processos de exclusio social e pobreza. Considerando que este parémetro é um indicativo de condigées de vida abaixo da linha de pobreza, obtém-se que 33% dos domicilios da APA possuem chefes de familia com renda até ¥4S.M., enquanto 0 padréo do Nordeste aponta para um percentual de 28,5%. Municipios como Tutéia, Luis Correia e Barroquinha atingem percentuais de 42,10%, 36,30% e 35,20%, respectivamente. O ‘inico que atinge percentuais menores que a média da regio Nordeste é Paraiba (20,80%) (Tabela 4). Também associado a0 quadro de baixa renda da populacao, os niveis de analfabetismo dos chefes de familia atingem percentuais maiores que os de pobreza. Confirmando o ponto critico representado pelo fator educago, 0 Nordeste apresenta 46% dos chefes de familia analfabetos. A média obtida para os municipios da APA revela que sio 65,38% os chefes de familia analfabetos. A. tendéncia regional é seguida de forma mais acentuada no Delta do Paraiba, sobretudo nos municipios de Araiéses (75,70%), Barroquinha (76,00%) e Tutbia (69,30%) (Tabela 4). © quadro sintético da condigdo domiciliar da APA mostra uma interrelagao entre as baixas ccondiges sanitérias, analfabetismo ¢ baixo nivel de renda, que ocorre tanto em Parnaiba, que detém os. melhores indicadores, como nos outros municipios, onde a situagGo é mais critica. De modo geral, 0 perfil da APA referente as varidveis analisadas mostra-se pior que 0 padrdo regional, mas com a caracteristica particular de possuir um centro urbano mais desenvolvido (Parnaiba) cercado de um grande bolstio de pobreza ¢ exclusio social. O fator onde o desvio é mais significativo diz respeito a renda. A associagao entre menores percentuais de baixas renda e melhor infra-estrutura urbana parece ser o fator determinante na redugao do contigente de excluidos. B) Infraestrutura de Educagao e Satide Para analisar 0 nivel de acesso 4 educago da populagdo da APA do Delta utilizou-se como critério © perfil etdrio adequado a cada nivel de ensino ¢ as taxas de analfabetismo de criangas e adultos. Por outro lado, se obtém a demanda potencial de educagao segundo a faixa etdria associada ao nivel de ensino e, por outro, o nivel do desvio traduzido na taxa de analfabetismo da populagao infanto- Junvenil ¢ adulta, Quanto maiores sio estas taxas maior é o tamanho do desvio no atendimento a ‘demanda etéria de educacao. Partindo dessa metodologia, obtém-se uma taxa de analfabetismo para a faixa de 7a 14 anos de 53,28%, enquanto a média nordestina é de 34%, o que indica a inadequagiio da oferta escolar, seja do ponto de vista quantitativo e/ou qualitativo. A situago para o grupo de 15 anos. ‘ou mais é semelhante, apresentando média de 55,92% para a APA ¢ 37,6% para o Nordeste (Tabela 5). Em termos absolutos, a maior freqiiéncia ctéria no Delta do Paraiba, de 7 a 14 anos, demanda oensino fundamental, estando ai o principal estrangulamento do fator educacao. Eram 60.066 pessoas, 48 ‘em 1991, com demanda pelo ensino fundamental, sendo Parnaita (27.016) ¢ Araiéses (10.739) os principais focos dessa demanda. Osniveis de analfabetismo municipal mostram que o hiato etre a demanda de educacio eo real ‘acesso a ela permanece elevado, explicando por que a média de a} ialfabetismo de adultos (15 anos e mais) da APA atinge 55,92% e 0 analfabetismo de 7 a 14 anos atilge 53,28%. No plano da oferta de infra-estrutura de saiide, entendida no’ clinico, trés variaveis basicas se destacam: o nimero absoluto dk internagao (leitos); e empregos médicos por habitante. Como br IBGE para 1992, foi composto um quadro estatistico sintético so ‘Como unidades de saiide devem ser entendidos hospitais, materni ‘maioria dos municipios da APA da Delta do Pamaiba possue al sntido do atendimento hospitalar e sunidades de satide; unidades com nas informagdes fornecida pelo a rede de atendimento de satide 5» Postos de saiide e clinicas. A tipo de unidade de satide, sendo ‘apenas quatro 0s casos em que néo dispdem de leitos: Tutbia e Bafroquinha, A média de unidades de satide por municipio é de 10,66 e de unidades com internagdo é de’ tem-se os de Pamaiba, com 42 unidades de saiide, 39 com inter 1000 habitantes, que esto em flagrante contraste com os demais 5,5. Ao lado desses valores médios to € 1,75 empregos médicos por iunicfpios (Tabela 6). Esses resultados evidenciam que além da precariedade geral da oferta de infra-estrutura hospitalar ddos municipios da APA, hi uma desigualdade espacial na sua disfribuigdo, que esta concentrada em Pamaiba. 1V.2.4, Indicadores Econémicos ‘A) Economia Urbana: industria e emprego formal Em regides pobres do Terceiro Mundo, onde o acesso & infra-estrutura piblica é precéria ou inexistente, 0 peso da renda monetéria obtida no mercado de tr4 lho & decisiva para a renda das familias pobres. Como confirmam os dados demogrificos sobre fendimento dos chefes das familias para 1991, predomina o quadro de pobreza na APA. Deste modo, arcela considerdvel da pobreza da regio esti vinculada as precérias condigdes de insergo da popul¢do em idade ativa no mercado de trabalho. por Domicilio (PNAD), apresenta informagdes restritas as unidades federacao, regides metropolitanas © universo das pesquisas sobre mercado de trabalho, inclusi i ‘a Pesquisa Nacional de Amostra capitais,ndo possuindo representatividade estatistica para as uni ‘municipais, inclusive por que 65 principais mercados estio concentrados nos espacos urbanos fnetropolitanos. A iinica fonte que permite a informacio ao nivel municipal é 0 Cadastro Geral de ‘emborarestrto ao emprego formal. Desta forma, a uilizagio do C. damio-de-obra, mostrando também o estreito espago ocupado pel tgadios e Desempregados (CAGED), (GED, permite revelaras flutuagdes lemprego formal na regio da APA. 49 Utilizando dados do CAGED, ficou evidenciada a movimentagdo de empregos nos subsetores de construgao civil, coméreio ¢ industria de transformacio, Em 1996, o conjunto da APA movimentou 1.084 trabalhadores ligados a construgao civil, 904 ligados ao comércio ¢ 845 da Indistria de ‘Transformagio. A agropecudria apresentou uma pequena movimentagiio de 45 empregados, revelando © peso dos empregos formais nao agricolas no mercado de trabalho da regio, sobretudo em Pamaiba (Tabela 7). Do ponto de vista da geragao liquida de postos de trabalho, que resulta do saldo de admitidos ¢ desligados, o subsctor de servicos apresentou o melhor resultado: 95 novos postos eriados. E este saldo foi produzido na sua quase totalidade por Paraiba. (Os resultados mostram ainda que a auséncia de registro na maioria dos municipios ¢indicativo de formas de ocupagio ligadas as atividades de subsisténcia ou trabalho por conta propria, face a inexpressiva oferta de emprego formal. Para 0 conjunto da APA a movimentagio total em 1996 atingiu 3,259 empregados e apresentou saldo de 235 novos empregos gerados. Esses niimeros so pouco significativos para uma populagiio total de 262.363 pessoas (Tabela 7). Além dos niimeros especificos sobre o emprego percebe-se que 0 maior centro urbano da APA, Parnaiba, possui uma certa diversidade de atividades econémicas, mas, maior dinamismo no setor tercidrio. Por outro lado, a presenca da indistrias de transformagao na criagao de empregos formais niio deve ocultaro fato de que o trabalho rural, por conta propria ou sob diferentes modalidades de contrato niio formal, ainda constituem uma parte substancial das ocupagdes da APA. Confirmando a escassa presenga de indiistrias na APA os dados da Relago Anual de InformagSes Sociais (RAIS/MT®) de 1995 mostra que apenas 25 indtistrias estavam em funcionamento na regio, sendo 11 delas em Pamaiba. O tipo de indiistria é em geral de pequeno porte, predominando 0s géneros de produtos alimentares, vestuario, mobilidrio, construcao civil, madeira e bebidas (Tabela 8). De modo geral, os dados da RAIS tendem a subestimar o nlimero de pequenas indistrias, deixando fora do seu cadastro aquelas no registradas ou “de fundo de quintal” Contudo, essa limitagdo nao afeta a andlise do emprego, uma vez que essas “nano empresas” apenas asseguram as ocupacdes para os proprios “nano empresérios” ¢ seus familiares. Essas unidades estio, portanto, mais associadas & dindmica do circuito inferior da economia urbana, marcado pela baixa produtividade, logica da subsisténcia e uso intensivo de mio-de-obra ditados pela falta de acesso a recursos de financiamento”. © Considerar-se “nano empresas” aquelas menores que as micro-empresas, com caracteristicas de estratégia de sobrevivéncia e utilizagao de mo-de-obra familiar. 7 SANTOS, M. O Espaco Dividido: os dois circuitos da economia urbana dos paises subdesenvolvidos. Rio de Janeiro: F. Alves, 1979. 50 B) Finangas Pul licas Municipais decorréncia da base econdmica pouco desenvolvida, refletindo-s essa situagdo na baixa eapacidade ‘A majoria dos municipios do Delta do Paraiba possuem ran tributérias limitadas em de poupanga ¢ de investimento proprio. Assim, os 25% de ICMS atividades de grande valor agregado, como royalties de exploragat durdvel, como o IPVA, ou do grau de urbanizagdo, como o I maioria do municipios, fazendo-os depender fundamentalmente de Participago dos Municipios (FPM). A excecdo de Parnatba ni os demais municipios da APA. Poucos dos 10 municipios fogem partir do FPM, inclusive por ser uma base de receita comum a to Assim tomou-se como base da estrutura da receita muni Municipios (FPM) contabilizado em Reais de 1994 e do coefici ez municipios que compdem a APA do Delta do Paraiba . Outro FPM diz respeito ao padrio de financiamento descrito pelos proj (Os financiamentos do Banco Interamericano de Desenvolvimento pressupdem uma contrapartida do poder piblico envolvido e, no ‘contrato é estabelecida em cotas do FPM. Considerando a voc: disponibilizados pelo PRODETUR para a infra-estrutura turistica ‘como condigdo de possibilidade a esses financiamentos. Paraiba responsivel pelo maior valor observado, com R$ 2.03} outros tributos que dependem de ‘mineral, ou do nivel de consumo Js exercem peso ainda reduzido na |s transferéncias como as do Fundo lltera 0 quadro predominante entre restrigdes tributdrias descritas a jos eles. lipal o Fundo de Participacio dos te da participagdo de cada um dos hspecto que justifica a utilizagio do (0s contratados pelo PRODETUR. IID, através do Banco do Nordeste, 30 dos municipios a garantia do io turistica do Delta € os recursos fa regitio, oFPM assume papel vital .087,74, enquanto 0 valor médio © valor total do FPM para o conjunto da regio atingiu, 1° 1994, RS 4.939,765,05, sendo observado por municipio foi RS 823.244,17. Deste modo, o muni do FPM distribuido na APA, possui uma participagao 2,46 vezes participagio do municipio de menor receita. ipio de Pamaiba concentra 14,11% Imaior que a média e 3,27 vezes a coeficiente de participagio médio foi de 1,97. Contudo, 8 comparagio entre os coeficientes no € possivel devido as bases de arrecadacao estadual diferenci Ceard. No ranking dos maiores coeficientes municipais dest ‘com 2,2, enquanto os mais baixos so os dos municipios de Cha igual a1. © Quadro 3 do ranking municipal mostra a existéncia de {das entre 0 Maranhio, o Piaui e 0 Pamaiba, com 3,6 ¢ Araiéses, le Barroquinha com coeficientes rés grupos distintos. O primeiro formado pelo municipio com maior coeficiente ¢ valor absoluto: composto isoladamente por Paraiba. (O segundo grupo € formado por Araidses, Tutdia ¢ Luis Correia. Barroquinha. Os demais municfpios ngo tinham dados disponiveis partir do grupo de municfpios existentes em 1994, © terceiro € formado por Chaval ¢ para 1994. Contudo, hd inferéncia a 51 Quadro 3 Ranking dos Municipios do Delta do Parnaiba, segundo o Fundo de Participagio dos Municipios (FPM) IBGE - 1994 [Manieipios [Coeficiente de Partcipagio (%) __[Receita Transferida (RS) [Paraiba 36 "2.03 1.087,74 lAraidses 22 1.405.489,89 |Tutdia_ 2, 1.277.718,09 2 1 1 Luis Correia Ichaval [Barroquinha [Paulino Neves Itha Grande ICajueiro da Praia VAgua Doce. [TotatMtedia 197 4.939.765,05 1.015.543,81 620.506,63, 620.506,63, * Fonte: SIEG/IBGE, 1994. Os municipios com valor nulo correspondem aqueles que ainda no haviam sido emancipados até 1994, (*) Os valores monetirios sio expressos em Reais de 1994. C) O Ecoturismo no Delta do Pamaiba A importincia do turismo na economia nordestina, realeada pela consolidagdo do turismo de ‘massa no Pais, tem despertado interesse crescente pela capacidade de gerar grandes retomos e pelos ‘efeitos multiplicadores dos investimentos realizados nessa area. E conhecido também o fato de que 0 ‘turismo ecolégico favorece regides onde o meio ambiente encontra-se preservado, mas que carecem de atividades econémicas capazes de reduzir a pobreza das populagdes locais. Neste sentido, as atividades tercidrias ligadas ao turismo tém revelado uma grande eapacidade de geracdo de empregos nas localidades de destinagao turistica, tornando-se fator de elevacao da renda dessas populagdes. Esse conjunto de fatores somados faz do turismo uma atividade privilegiada para alavancar a economia de regides como 0 Nordeste Brasileiro. As estratégias de planejamento do potencial turistico sio relativamente recentes no Nordeste, tendo iniciado pela definigio da EMBRATUR dos primeiros “portées de entrada” do turismo na regido: Recife e Salvador. Desde a década de 80 vém sendo realizados zoneamentos de potencialidades turisticas no Nordeste. A partir do “Projeto de Identificagdo do Espago Turistico Nacional” realizado pela EMBRATUR foi feitaaidentificagio dos municipios de vocagio turistica da regio do Delta do Pamnatba. Ocritério para definir “vocagao turistica” levou em conta os conceitos definidos pela OEA (Organizacio dos Estados Americanos) e OMT (Organizagdio Mundial do Turismo) e aplicados pela EMBRATUR, 52 considerando 0s atrativos, condigdes de alojamento ¢ condigdes de acesso. No Delta olitoral eo rico ‘ecossistema sio os principais atrativos, com suas cidades de origens coloniais, tradigdes culturais ¢ artesanato tipico. Tal peculiaridade faz do municipio de Pamaibh o centro da recepeao turistica no Delta. A infra-estrutura existente é complementada por municipios préximos, como Luis Correia Araidses, completando as condigdes de acesso e hotelaria, Esses nunicipios so néicleos receptivos, tanto pelas condigdes de infra-estrutura com pelos atrativos naturgis e culturais que oferecem. diversos Estados do Nordeste da infra-estrutura necesséria & expldragao do seu potencial turistico. Os recursos vinculados ao PRODETUR compéem parcela considerd investimentos realizados nos ‘iltimos anos na drea da infra-estrutura turistica. (O Programa de desenvolvimento turistico-PRODETUR,, jlo Nordeste tem se dirigido aos Estados e municipios da regio, ede qua nls na Macra craig Tusa decal tado Seu propésito é 1) Reforgar o potencial turistico do Nordeste via priorizago de ages que mantenham e expandam sta crescente indistria turistica, contribuindo para o desenvplvimento socioecondmico regional; Diante dessas perspectivas criaram-se importantes articul{edes institucionais para prover os i. dos 2) Melhorar as condig&es de infra-estrutura basica e serviggs piblicos nas areas atualmente em cexpansio turistica; © 3) Gerar oportunidades de emprego e aumentar os niveis d renda e das receitas publicas via atragdio de investimentos privados complementares, Como fonte financiadora, o PRODETUR prioriza projetas de infra-estrutura nos setores de saneamento, transportes, desenvolvimento institucional (capac|tagio, modernizagao tecnologica, reorganizagao dos Orgiios estaduais e municipais responsaveis pelo programa), administragao de residuos sblidos, recuperagao e preservagdo ambiental, preservago do pafrimdnio historico e aeroportos. Os recursos sio disponibilizados pelo Banco do Nordeste do Brasil dom recursos repassados pelo BID - Banco Interamericano de Desenvolvimento. Do ponto de vista da APA do Delta, a rea mais favorecida pela estratégia do PRODETUR esti localizada em tomo de Parnaiba e Luis Correia no Piaui, favorgcendo os municipios circundantes, tanto no lado maranhense como do lado cearense. O favorecimento ‘municipios decorre da estratégia de financiamento de projetos do PRODETUR estar subordinada A estratégia estadual de turismo. Assim, a estratéia do Estado do Maranhao prioriza a recepeao turistica nd eixo Sao Luis-Alcéntara, deixando de fora a érea do Delta. O plano de ago implementado neste Est4do tem como objetivo primordial 0 desenvolvimento do turismo, objetivando aumentar o emprego ¢ a| das populagées alvo. Para tal, pretende consolidar 0 Estado como um destino turistico através| da implementagdo de um produto ‘isto, orientando para o turismo cultural e de natureza. AS etapas|previstas so as seguintes: 53 1" ETAPA = Sioo Luis/Alcéntara 2° ETAPA = Parque Nacional dos Lengis/Barreirinha 3* ETAPA= Acailindia/Imperatriz/Carolina 4" ETAPA= CururupwParcel Manoel Luis Enquanto, a estratégia do Estado do Ceard, por sua vez , esté centrada nas seguintes vertentes: 4) Ampliagio e melhoria da oferta turistica ao longo dos 573 Km do scu litoral, tendo como referéncia basica as Regides Turisticas I, II, III ¢ IV, definidas pelo Programa de Desenvol- vimento do Turismo do Litoral do Ceara - PRODETURIS/CE, que sao: RT I= Regido Metropolitana de Fortaleza; RT II = Caucéia, S40 Gongalo do Amarante, Paracuru, Paraipaba Trairi e Itapipoca; RT III = Aquiraz, Cascavel, Beberibe, Aracati e Icapui; RT IV- Amontada, Itarema, Acarai, Cruz, Camocim e Barroquinha. b) Priorizagio da Regidio Turistica II compreendendo a érea situada a uma distincia média de 40Km a Oeste de Fortaleza. Portanto, as estratégias turisticas do Maranhio ¢ do Ceara so excludentes quanto a explorago prioritiria do potencial do ecoturismo no Delta do Pamaiba. Especificamente com relac30 ao Maranhio, a caréncia de um planejamento efetivo para o Delta parece decorrer do desconhhecimento de que mais de 60% da rea deltaica esté no territério maranhense. Deste modo, a exploragio do potencial do Delta esta imitada ao PRODETUR-PI, que definiu para 0 Delta do Pamaiba um dos eixos principais do turismo no Piaui. Por isso, com excecdo de Barroquinha (CE), que faz parte da estratégia turistica do Cearé, os demais municipios da APA do Delta deverdo ser beneficiados somente de forma indireta pelos projetos previstos para Parnaiba e Luis Correia, no Piaui. A cestratégia desenhada pelo PRODETUR no Piaui pretende promoyer a atividade turistica no seu fluxo longitudinal, na dirego Norte Sul, buscando concentrar suas ages, no primeiro momento, cem reas urbanas consolidadas que apresentam tradicZo turistica mais significativa, como as da faixa litordnea. Essas ages, uma vez consolidadas trardio impactos diretos para a regio da APA do Delta: O PRODETUR no Piaui reine um conjunto de 28 projetos identificados como prioritarios, selecionados a partir da Macro Estratégia de Turismo do Estado, contemplando a¢Ses nos seguintes segmentos: ‘* desenvolvimento institucional dos governos estadual e municipais; « infra-estrutura em obras maltiplas nos setores de sanedmento; © transportes; ‘© recuperago do patriménio historico; ‘© administragiio de residuos solidos e preservagio do méio ambiente. esse modo, as intervengdes a serem executadas deverdo serjorientadas para otimizar 0 méximo de impactos positivos da atividade turistica, concentrando os investimentos numa érea especifica que ofereca recursos de interesse turistico bastante especiais ediferenciatios dos demais estados nordestinos. ara vializaros investments, so piri obras apf gue \peza urbana etc. a populagio em termos de Agua potivel, esgotamento sanitirio, I -melhorem as condigdes gerais. ‘As reas priorizadas para receber 0s investimentos na etapa injcial do PRODETUR se concentram na porgio setentrional do Estado, que abrange os municipios de| Paraiba e Luis Correia, na faixa litordnea, e Pedro I, Piripiri e Piracuruea, situados no interior. 1" ETAPA = Litoral compreendendo os municipios de Pamaiba e Luis Correia. 2* ETAPA = Interior compreendendo os Municipios de Pedo I A implementagao dos projetos de infra-estrutura prevé a fines 83.713 indiretos na duas regides selecionadas pelo PRODETUR. 1. Servigos de esgotamento sanitério ¢ abastecimento d’igha; 2. Implantagio/melhoria de rodovias; 3. Recuperagdo de patriménio historico; 4, Preservagio do meio ambiente; 5. Ampliagdo/modernizagio de aeroportos; Piripiri e Piracuruca. de 64.693 empregos diretos e iaui. As prioridades so: 6. Estruturagdio/Capacitago de drgios do Governo (Desenvolvimento Institucional) Seriio beneficiados com projetos, sobretudo, aqueles municipios voltados para a faixa litordnea, ‘que compée parcela expressiva da APA: Paraiba e Luis Correia. Contudo, apesar do reconhecido potencial turistico da regia alguns problemas persistem. 35. Ha obsticulos criados pela situago econdmico-financeira do Estado do Piaui, que impediram 0 aacesso aos recursos do PRODETUR pela auséncia de contrapartida financeira. Essa situagdo faz que sequer a primeira ctapa do PRODETUR piauiense tenha sido iniciada, sendo um dos iltimos Estados nordestinos que permanece sem acesso a essa importante fonte de recursos, cujo prazo limite para os ptojetos é dezembro de 1998. D) Infraestrutura de Transportes A localizago geogrifica do Delta 0 toma um importante ponto de comunicago rodoviria, fluvial e maritima entre os Estados do Maranhao, Piaui ¢ Ceard. Serve também de porta de entrada maritima para 0 Rio Pamafba, sendo ainda assistido pela BR-343 que liga Paraiba a Piripiri ¢ a Teresina, Através de BR-343 tem-se acesso a BR-222, que é um dos principais corredores de trifego do Nordeste, sendo responsvel pelo fluxo de mercadorias para Teresina e 0 Noroeste cearense (Sobral) ¢, através deste, com Fortaleza e outros Estados do Nordeste e do Pais, ‘Um estrangulamento no sistema de transportes ¢ representado pelo trajeto inconcluso da rodovia que deveria ligar Camocim, no Ceara, passando por Chaval, até Paraiba, Essa rodovia litordnea tornaria © fluxo turistico no sentido leste-oeste, na diregiio ao Delta, mais intenso. A interligagao ao complexo de rodovias costeiras do Nordestetraria outro dinamismo & recepcao turistica do Delta, principalmente levando em conta que o transporte aéreo para a regio ainda nao assumiu caracteristicas massivas. Por outro lado, 0 trajeto que corta a Serra da Ibiapaba, através da BR-222, oferece a possibilidade de complementagio e sinergia entre 0 ecoturismo do litoral, representado pelo Delta, e 0 ecoturismo dirigido para Sete Cidades ¢ circunvizinhagas. E, Finalmente, tem-se a linha ferrovidria Central do Piaui, que desempenha importante papel no transporte de carga que parte de Teresina passando por Piripiri e Piracuruca, seguindo até Parnaiba e Luis Correia, realizando um trajeto paralelo a BR-343, E) Estrutura Fundiaria Naestrutura fundiaria esta fundamentada a exploragio agropecusdtia e as formas de ocupagio da ‘mao-de-obra rural, O seu conhecimento permite o entendimento da estrutura agriria como parte da base territorial da regio, Esté intimamente relacionada com regime de explorago e com o tipo de cultivo efetuado, determinando 0 maior ou menor acesso a terra. Ohistérico do povoamento mostra que a concentragio fundiaria reflete a modalidade de ocupagao ‘elaboragio de leis para © tombamento do patriménio. - Secretarias | Municipais de Cultura Elaborar projetos espesifices| ‘SR Preservagso do. 5 [para recuperar rios © lagoas| 55 IBAMA patriménio natural. aesoreados, ONG's Profeituras Municipais Estabelecer medidas de pre- ‘ONG's 6 |vengao a0 proceso de ero-| 32 | IBAMA so costeira, Criar hortos florestais para a a 7 | producto de espécies nati-| 34 | ‘Criar brigadas contra incen- ef 8 | dio florestal. Sees OB: Nt Prioridade eee = Desenvolvimento = ONG's sustentade da regi 1 2 + Universidades Ao. * Scoretaria Estadual do Meio Ambiente Tmplementar atividades, 200- = Secretarias Fstaduals de | Desenvolvimento nomicamente vidveis e sus-| Planejamento sustentado promo-| tentivels de geraglo de em- | Secretarias Estaduais de| vido pelas Secre- prego e renda. ‘Agricultura tirias Estaduais de| o - - SEBRAE Indistria e Co-| < SENAR mércio da regitio ¢| - SESE melhoria da quali ¢ SENAC dade de vida. 2 ONG's = Universidades = IBAMA Ulilizagio racional Elaborar _¢ _ implementar| = Universidades dos recursos natu- 3. | programa de manejo de ca- 6 = Seeretarias Estaduais do| rais. rangucjo. Meio Ambiente ‘Elaborar © implementar um, > IBAMA ‘Desenvolvimento programa de manejo flores- = Sceretarias Estaduais do| sustentado da resi 4. [tat sustentdvel ni Meio Ambiente fo. = Universidades > EMATER = _ONG's. 68

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