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2510572018 Minha Bibioteca: Plansjamento Tibulirio na Prética - Gestdo Trbuléria Apicada,4* edigéo Como Fazer o Planejamento 1 Tributario 1.1 Comentarios gerais 0 planejamento tributario é 0 proceso de escolha de ago, ndo simulada, anterior & ocorréncia do fato ¢gerador, visando direta ou indiretamente 4 economia de tributos. Fazer planejamento tributério ndo é apenas um direito garantido na Constituigiio Federal, mas também um dever legal determinado pelo artigo 153 da Lei n® 6,404/1976, Art. 153. O administrador da companhia deve empregar, no exercicio de suas fungdes, 0 cuidado & diligéncia que todo homem ativo ¢ probo costuma empregar na administragdo dos seus préprios negécios. Ao longo do tempo, o legislador vem procurando eliminar todas as possibilidades que surgem de reduzir de forma legal a carga tributaria, ou seja, sempre existem algumas altemativas que so menos onerosas do que outras. Assim, o contribuinte procura aquela que mais Ihe interessar. Dessa forma, quando o contribuinte identifica uma situagdo que possa reduzir seus custos com tributos, © legislador modifica a lei e elimina essa possibilidade. Um exemplo é © caso das transferéneias de prejuizos fiscais de uma empresa, que funcionava da seguinte forma: Um grupo empresarial tem empresa com saldo elevado de prejuizos fiscais e outra com lucro também elevado, Assim o grupo pagava imposto de renda, mas a somatéria dos resultados das empresas apresentava prejuizos. Entio, era feita a incorporago daquela que estava no prejuizo naquela que apresentava luctos. O legislador, em 1987, através do artigo 33 do Decreto-lei n® 2.341/1987, normatizou que, nos casos de incorporagdo, fustio ou cisio, a empresa sucessora no poder compensar prejuizos fiscais da sociedade incorporada, o que foi regulamentado pelo artigo 514 do Regulamento do Imposto de Renda, cuja redagdo & a seguinte: Art. 514. A pessoa juridica sucessora por incorporagio, fusio ou cisio nio poderé compensar prejuizos fiscais da sucedida (Decreto-Lei n%2.341, de 1987, art. 33). hitps:fintegrada,minhabiblioteca,combritVooks/978859701 1876icfV6/2614/2212/2@0:0 5 2si00r2018 Minha Sibtoteca: Planejamento Tibulrona Pritica-Gesito Tribuldria Apicad, 4" edipbo Pardgrafo nico, No caso de cistio parcial, a pessoa juridica cindida poderé compensar os seus proprios prejuizos, proporcionalmente & parcela remanescente do patriménio liquide (Decreto-Lei n 2.341, de 1987, art. 33, pardgrafo tinico). Com efeito, a empresa que apresentava saldo de prejuizos fiscais normalmente estava com sua atividade quase parada e aquela que apresentava Iucro tinha outro objeto social, com nome no mercado, Enfim, comercialmente, seria importante manter a razo social, Diante da impossibilidade de a empresa lucrativa, que seria sucessora natural, ndo compensar o saldo de prejuizos fiscais, resta ao contribuinte identificar outra alternativa, Nesse caso, 0 contribuinte pode mudar a razio social, como também o objeto social, da empresa que estava com suas atividades quase paradas, preparando~ operagao inversa, Agindo assim, passa a compensar 0 saldo dos prejuizos fiscais. para ser a sucessora daquela que é lucrativa, ¢ faz a 1.2 Como fazer o planejamento tributario planejamento tributério sera iniciado com uma revisio fiscal, em que o profissional deve aplicar os seguintes procedimentos: 1. fazer um levantamento historico da empresa, identificando a origem de todas as transagdes efetuadas, e escolher a ago menos onerosa para os fatos futuros; 2. verificar a ocorréncia de todos os fatos geradores dos tributos pagos e analisar se houve cobranga indevida ou recolhimento a maior; 3. verificar se houve agio fiscal sobre fatos geradores decafdos, pois os créditos constituidos apés cinco anos so indevidos; 4, analisar, anualmente, qual a melhor forma de tributago do Imposto de Renda ¢ da contribuigao sobre o lucro, caleulando de que forma (real ou presumida) a empresa pagar menos tributos; 5. levantar 0 montante dos tributos pagos nos tltimos cinco anos, para identificar se existem eréditos fiscais nio aproveitados pela empresa; A Lei Complementar n? 118/2005 alterou o artigo 150 do CTN determinando que a extingao dos créditos tributarios sujeitos 4 homologagdo ocorre com o pagamento do tributo, conforme redagdo do artigo 32 da referida Lei: Art. 3" Para efeito de interpretagdo do inciso I do art. 168 da Lei n® 5.172, de 25 de outubro de 1966 — Cédigo Tributirio Nacional, a extingdo do crédito tributario ocorre, no caso de tributo sujeito a Iangamento por homologagdo, no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1° do art. 150 da referida Lei poder Judicidrio com base nesta lei pacificou entendimento sobre os créditos tributdrios anteriores & vigéncia da Lei Complementar n?118/2005 sujeitos & homologagdo; poderiam ser questionados judicialmente os valores levantados no per cio da aplicagao da referida lei; este prazo terminou em 09/06/2010. Importante ressaltar o entendimento do Superior Tribunal de Justiga, através do Acérdio que julgou o Recurso Especial n* 752.165, da Relatoria do Ministro Teori Albino Zavascki, publicado no Didrio da Justia, em 22/08/2005, ementa abaixo colacionada: do de dez (10) anos, desde que a petigao fosse ingressada até o hitps:fintegrada,minhabiblioteca,combritVooks/978859701 1876icfV6/2614/2212/2@0:0 2s 2510812018 Minha Biboteca: Plansjamento Tibulario na Prétca - Gest8o Tribuléria Aplicada, 4 TRIBUTARIO E PROCESSUAL CIVIL. TUTELA ANTECIPADA. COFINS. ISENGAO. LC 70/91, SOCIEDADES PRESTADORAS DE SERVICOS. REVOGACAO. LEI 9.430/96, SUMULA. 276/STJ. TRIBUTO SUJEITO A LANCAMENTO POR HOMOLOGAGAO. PRESCRIGAO. ORIENTACAO FIRMADA PELA 1? SECAO DO STJ, NA APRECIACAO DO ERESP 435.835/$ LC 118/2005: NATUREZA MODIFICATIVA (E NAO SIMPLESMENTE INTERPRETATIVA) DO SEU ARTIGO 3°, INCONSTITUCIONALIDADE DO SEU ART. 48, NA PARTE QUE DETERMINA A APLICAGAO RETROATIVA. ENTENDIMENTO CONSIGNADO NO VOTO DO ERESP 327.043/DF. COMPENSAGAO. TRIBUTOS ADMINISTRADOS PELA. SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL. SUCESSIVOS REGIMES DE COMPENSACAO. APLICAGAO RETROATIVA OU EXAME DA CAUSA A LUZ DO DIREITO SUPERVENIENTE. INVIABILIDADE. CORRECAO MONETARIA. TAXA SELIC. LEGALIDADE. JUROS. LL] 2. A 1! Seco do STJ, no julgamento do ERESP 435.835/SC, Rel. p/o acérdio Min. José Delgado, sesso de 24.03.2004, consagrou o entendimento segundo o qual 0 prazo prescricional para pleitear ‘Jo de tributos sujeitos a langamento por homologagao é de cinco anos, contados da data da homologagao do langamento, que, se for tacita, ocorre apés cinco anos da realizagdo do fato gerador sendo irrelevante, para fins de cémputo do prazo prescticional, a causa do indébito. Adota-se 0 entendimento firmado pela Seco, com ressalva do ponto de vista pessoal, no sentido da subordinagao do termo a quo do prazo ao universal principio da actio nata (voto-vista proferide nos autos do ERESP 423.994/SC, 1¢ Seco, Min. Peganha Martins, sessio de 08.10.2003). 3. O art. 32 da LC 118/205, a pretexto de interpretar os arts. 150, § 12, 160, I, do CIN, conferiu- Ihes, na verdade, um sentido e um alcance diferente daquele dado pelo Judiciério. Ainda que defensivel a “interpretagdo” dada, ndo ha como negar que a Lei inovou no plano normativo, pois retirou das disposigdes interpretadas um dos seus sentidos possiveis, justamente aquele tido como corteto pelo STJ, intérprete e guardido da legislagdo federal. Portanto, o art, 38 da LC 118/2005 s6 pode ter eficdcia prospectiva, incidindo apenas sobre situagdes que venham a ocorrer a partir da sua vigéncia. cigs 4, O artigo 4%, segunda parte, da LC 118/2005, que determina a aplicagdo retroativa do seu art. 38, para aleangar inclusive fatos passados, ofende principio constitucional da autonomia ¢ independéncia dos poderes (CF, art. 22) ¢ o da garantia do direito adquirido, do ato juridico perfeito € da coisa julgada (CF, art. 52, XXXVI). Ressalva, no particular, do ponto de vista pessoal do relator, no sentido de que cumpre ao érgio fraciondrio do STI suscitar o incidente de inconstitucionalidade perante a Corte Especial, nos termos do art. 97 da CF. ‘Na primeira edigio foi defendido o entendimento de que o contribuinte poderia questionar o direito da restituigo ou compensagdo dos eréditos tributirios referente a pagamentos a maior ou inde’ dez anos; mas com base no exposto, os trabalhos a serem realizados a partir de 10/06/2010 terdo por objeto somente repetigiio dos créditos até com cinco anos. ido no prazo de Ainda assim é importante o levantamento dos iiltimos dez anos nos casos em que a pessoa juridica tenha dividas com a previdéncia, porque neste possa ser que os referidos débitos sejam relativos a levantamentos realizados pelas autoridades fiscais de periodo superior a cinco anos. Nos casos mencionados no parégrafo anterior o contribuinte pode requerer administrativamente a revistio da divida pata excluit os valores levantados de petiodo superior a cinco anos, assim determina o artigo 53 da Lei n? 11.941/2009: hitps:fintegrada,minhabiblioteca,combritVooks/978859701 1876icfV6/2614/2212/2@0:0 35 2510572018 Minha Sibtoteca: Planejamento Tibulrona Pritica-Gesito Tribuldria Apicad, 4" edipbo Art. 53. A presetigdo dos eréditos tributérios pode ser reconhecida de oficio pela autoridade administrativa Pardgrafo Gnico. O reconhecimento de oficio a que se refere o caput deste artigo aplica-se inclusive ais conttibuig de 24 de julho de 1991, as contribuigdes instituidas a titulo de substituigdo © as contribuigdes devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos. sociais previstas nas alineas 4, b ¢ c do pardgrafo tmico do art, 11 da Lei n® 8.212, Com relagdo as multas aplicadas pelas autoridades referentes a erro no preenchimento da GFIP até a vigéncia da Lei n® 11.941/2009 era com base na quantidade de empregados na folha de pagamentos; dessa forma eram multas muito elevadas; ocorre que agora ser pela quantidade de eros, ou seja, para cada lote de dez erros serao cobrados vinte reais, novo calculo das multas por erro na GFIP reduz. bastante os valores, como se trata de aplicagdo de penalidade por infragdo, a lei deve ser aplicada retroativamente com base no inciso I do artigo 106 do CIN. Veja redago do referido diploma legal: Art, 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I~ em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, exclui a aplicagdo de penalidade a infragdo dos dispositivos interpretados; Importante observar a questo de ato administrativo julgado, nos termos do art. 106, inciso II do Cédigo Tributario Nacional, in verbis: Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: IL -tratando-se de ato nao definitivamente julgado: a) quando deixe de defini-lo como infragao; b) quando deixe de traté-lo como contrario a qualquer exigéncia de agdo ou omissio, desde que nao tenha sido fraudulento e nao tenha implicado em falta de pagamento de tributo; ©) quando Ihe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua pritica. A Lei n® 11,941/2009 alterou aplicagiio das multas sobre os créditos tributérios previdenciérios nos levantamentos de oficio, ou seja, passou a ser aplicada com as aliquotas previstas no artigo 44 da Lei n® 9.430/1996, sendo que no artigo 57 autoriza a revisio de oficio. Assim determina o referido diploma legal: Diante do exposto na revi Art. 57. A aplicagdo do disposto nos arts, 35 e 35-A da Lei n? 8.212, de 24 de julho de 1991, as prestagdes ainda ndo pagas de parcelamento e aos demais débitos, inscritos ou nao em Divida Ativa, cobrados por meio de processo ainda nao definitivamente julgado, ocorrerd: 1 - mediante requerimento do sujeito passivo, dirigido 4 autoridade administrativa competente, informando e comprovando que se subsume & mencionada hipdtese; ou IL -de oficio, quando verificada pela autoridade administrativa a possibilidade de aplicagdo Paragrafo unico. © procedimento de revisio de multas previsto neste artigo sera regulamentado em portaria conjunta da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional e da Secretaria da Receita Federal do Brasil, dio fiscal dos contribuintes que tenham dividas relativas as contribuigdes para a previdéncia, deve ser feita a anilise do saldo devedor com a finalidade de verificar se no se aplica qualquer uma das situagdes acima mencionadas. hitps:fintegrada,minhabiblioteca,combritVooks/978859701 1876icfV6/2614/2212/2@0:0 45, 2510572018 Minha Bibioteca: Plansjamento Tibulirio na Prética - Gestdo Trbuléria Apicada,4* edigéo Com efeito, para as dividas que ainda no foram pagas, 0 erédito tributério ndo foi extinto; portanto, podem ser revisadas de offcio, ou através de pedido judicial. 6. analisar os casos de incentivos fiscais existentes, tais como isengdes, reduc de aliquotas ete.; 7. analisar qual a melhor forma de aproveitamento dos créditos existentes (compensagio ou restituigao). Outros procedimentos podem ser adotados pelo profissional no planejamento do trabalho, quando surgir anecessidade de utilizar outros que sejam considerados importantes. Em cada empresa deve ser feito 0 programa de trabalho com procedimentos especificos, de acordo com cada realidade, pois nem sempre o planejamento tributario é igual entre os contribuintes, ainda que com as mesmas caracteristicas. Assim, os casos praticos ndo devem ser aplicados isoladamente. O planejamento tributario deve ser realizado com a utilizagiio das seguintes ferramentas: 1, legislagdo Tributéria (Constituigdo, CTN ete.); 2. documentagao contabil da empresa; 3. livros Contibeis e Fiscais; 4. guias de Recolhimentos e Declaragdes de Rendimentos, DACON, DCTFs e PERDECOMP e outras declaragdes que so obrigagdes proprias de cada contribuinte. Assim, 0 planejamento tributério exige uma soma de conhecimentos, tais como 0 contibil e 0 juridico. Contabil porque, além da intimidade com a legislagdo fiscal, o profissional consegue com mais facilidade identificar no proceso operacional da empresa os fatos geradores de tributos. © advogado, com seu conhecimento juridico, consegue identificar na legislagdo oportunidades de redugdo da carga tributaria. hitps:fintegrada,minhabiblioteca,combritVooks/978859701 1876icfV6/2614/2212/2@0:0 5s

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