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JORNAL TICAS EDUCA 17 E18 | JANEIRO-JUNHOE AGOSTO: 5 |PP.St- A permanéncia no ensino superior e as estratégias institucionais de enfrentamento da evasao' The permanence in higher education and the institutional strategies of avoidance truancy La permanencia en la educacién superior y las estrategias institucionales de la evitacidn de la evasién Sonia Maria Barbosa Dias* Resumo © artigo rellete o papel de polticas institucionais votadas para a garantia da permanéncia ¢ desempenho escolar no contexto da ampliagae do acesso ao ensino superior no Brasil. Consicera a questéo da evaséo e as dificuldades enfrentadas, sobretudo dos alunos ingressantes ¢ dos advindos de camadas antes aljjadas do ensino superior, Relata experiéncias institucionais positivas para o sucesso escolar e coloca como desafio para a democratizagao do ensino superior a importancia de se aliar a ampliagao do acesso a politicas institucionais, que possibilitem a todos os académicos condigdes propicias de inserg&o e desenvolvimento no ambiente universitaro. Palavras-chave: Expansio no ensino superior: Evasao no ensino superior; Permanéncia na educagao superior Abstract This aricle reflects the role of institutional policies towards ensuring permanence and school performance in the context of widening access to higher education in Brazil It considers the issue of evasion and dificultes, especially those groups who wore historical exclided of higher education, It reports postive institutional experiences for succoss in school and puts a challenge to the democratization of higher education the imporlance of combining increased access lo insitutonal polcios that enable all academics favorable conditions for integration and development in the university environment. Keywords: Higher education expansion; Retention in higher education; Educational policies in higher education Resumen El articul refleja la importancia de las polticas insttucionales drigidas a garantizar la permanencia y rendimiento escolar €en el contexto ce incrementar el acceso a la eclucacién superior en Brasil. Considera que la cusstién de la evasién y las dificutades encontvadas, especialmente por los estudiantes iniclantes y procedentes de las capas antes empujadas a fuera de la educacién superior. Cuenta de las exneriencias insttucionales posttvas para el éxito escolar y plantea un desatio para la democratizacién de a educacin superior que és de a importancia de combinar un mayor acceso alas polticas insltucionales ‘que permitan a todas las condiciones favorables académicos para laintegracién y el desarrollo en el ambito universitaro, Palabras clave: Expansién de la educacién superior: Deserci6n en la educacién superior; Ppermanencia en la educacién superior. os, formagi wprieas,minitada pola fo Dehonian Ema APERMA NENCIA NO ENSINO SUPERIOR E AS ESTRATEGIAS INSTITUCIONAIS DE ENFRENTAMENTO DA Introdugao O ensino superior brasileiro registrou uma ampla expanséo a partir da segunda metade dos anos noventa, acompanhando um processo de ampliagao também registrado em outras partes do mundo. Diferentes estudos, como os de Ezcurra (2009), Almeida (2012) ¢ Belettati (2011), apontam que esse crescimento tem se dado majoritariamente com o ingresso de alunos pertencentes a camadas de renda menos tavorecidas da populagao, advindos da escola publica, que muitas vezes entre grandes desatios para o bom desempenho ¢ continuidade de seus estudes no nivel superior. A incluso desses novos sujeitos no ensino superior contou com estratégias como o Programa de Financiamento Estudantil (FIES) e o Programa Universidade para Todos (PROUNI), os quais t¢m side fundamentais para a expansdo e a consolidagéo da expanséo do ensino superior privado. No setor publico, ecorre uma ampliagdo das vagas, sobretudo nas Instituigées Federais de Ensino Superior (IFES), @ 0 desenvolvimento de politicas de agao afirmativa, na modalidade cotas, as quais objetivam 0 acesso das diferentes camadas socials a universidade publica, com destaque para o aluno que cursou a sua formagao basica na escola publica Entre as dificuldades desses alunos esto a necessidade de se conciliar trabalho e estudo, a adaptagao a um novo sistema de ensino, o que exige maior autonomia, conhecimentos prévios formais informais de maior complexidade, aprendizados nem sempre vivenciados pelos alunos de camadas mais populares. Sem contar 08 desatios advindos de uma situagao financeira muilas vezes desfavordvel, o que implica em dificuldades para ‘compra de livros, deslocamento para congressos e eventos @ atividades extraciasse, Nesse contexto de crescimento significative de matriculas de estudantes de camadas menos privilegiadas, 6 preciso considerar o quanto as condigdes encontradas por esses aluncs nas instituig6es de ensino superior favorece a permanéncia. Em andlise feita a partir dos dados do Censo da Educago Superior, Silva atirma gue “até 2008, isto é, que a Evasao Anual do Ensino Superior Brasileiro se mantinha préxima a 20%, na ditima década parece ser confitmado pelos célculos atuais, que a situam, mais precisamente, entre 17,14% © 18,69% (Gilva Filho e Lobo, 2012). Dessa forma, é preciso considerar que os dacios sobre evaséo mostram que este & um fendmeno frequente, ‘com pouca alteragao em termos percentuais, mas que, diante de um panorama de crescimento de matticulas, ‘esses nimeros passam a ser relacionados a um niimero muito mais significativo de estudantes e, portanto, um fenémeno que merece andlise ¢ enfrentamento, para que se realize, de falo, uma maior democratizagao do Ensino Superior (ES) A busca para se realizar a meta estabelecida no Plano Nacional de Educagaio (PNE) de que um tergo da populagao na faixa etdria de 18 a 24 anos tenha ou concluido © ES ou nele tenha ingressado até 2020, coloca em relevancia a necessidade de se construir estratégias que possam garantir uma maior permanéncia e bom desempenho escolar. Com isso, © presente texto apresenta dados recentes sobre a expansiio do ensino superior, considera (© fendmene da evasao e procura refletir a respeito do papel das Instituigdes de Ensino Superior (IES) no desenvolvimento de estruturas de apoio capazes de garantir melhorias no sucesso escolar a partir do suporte social, material ¢ pedagégico. Nessa diregao, os autores relalam duas experiéncias positivas de apoios institucionais, uma vivenciada como discente em uma universidade norte-americana, outra como docente ‘om uma faculdade filantrépica do interior do Estado de Sao Paulo, com 0 objetivo de evidenciar a retlexao a respeito de fatores signiticativas que podem contribuir para a permanéncia ¢ sucesso escolar dos alunos recéin-ingressantes no ES, prinoipalmente os que carregam maiores dificuldades para sua permanéncia neste nivel de ensino. tam 52 JORNAL TICAS EDUCA 17 18 | JANEIRO-JUNKOE Expansao do ensino superior no Brasil: o desafio da permanéncia A dimensao da ampliagéo do ES no Brasil pode ser auterida com destaque no aumento do niimero de matriculas na primeira década deste século. De acordo com os dados do Censo da Educagao Superior, no ano de 2013 registrou-se um total de 7.305.977 matriculas, 0 que representa um crescimento de quase 100% em uma década, considerando 0 total de matriculas em 2003, de 3.887.022. Esta expanso pode ser observada tanto no setor puiblico quanto no setor privado, Porém, o maior incremento se deu entre as instituigées privadas, ‘as quais responcem por carca de 74% das matriculas. Tabela 1- Evolugao do numero de matricula, fe & distancia (1995 - 2012) \gressos e concluintes em cursos de graduacao presenci ‘no 1995 2008 2008 2010 2011 2012 2013 Mavrowa | 1750703 | s.as70z2 | sessor | arava | ersaesa | rosrese | 7005977 ingessos | s10a77 | 1262064 | 205808 | 2182200 | 2805605 | a7a7ose | 2.742.950 Goncuinies | 254401 | s2az23 | eater | o7sase | torr | tosoais | 991.010 Fone: Siopse da educagao superior ~INEP. Os dados da Tabela 1 permitem observar a significativa ampliagao do acesso, com o ingresso de camadas sociais mais populares no ensino superior. Considerando a evolugao do numero de ingressantes, pode-se de 2010 para 2011, 7.53% @ de 2011 para 2012 17,06%. Os dados de 2013 apresentam uma ligeira queda neste movimento ascendente, apresentando um crescimento de 16,8%. Esta pequena desaceleragao no ritmo de crescimento também se observa nos dados da matricula @ nos de concluintes. Valo ressatar ainda que, no ano de 2012, ocotre um salto no percentual de crescimento de ingressantes; porém, 0 mesmo nao acontece com o crescimento de maticulas, que fol de 4.42%. Esta desproporgao entre o aumento dos ingressantes e do numero de matiiculas também nao 6 decorréncia de um aumento maior no numero de concluintes, pois este foi de 3,31%. Esta comparagao entre os dados de ingressantes, matriculas o concluintes entre 2011 @ 2012 deixa transparecer 0 fato de que um numero expressive de estudantes - por diferentes motivos que carecom de anélise cuidadosa - no concluem seu curso superior. Nao obstante os avangos das pesquisas sobre ES, a evasao ainda é um aspecto pouco explorade tanto no ‘ensino pilblico como no ensino privado. Podo-se dizer que a quastao da evasao educacional osté rolacionada a milliplos fatores, como caracteristicas pessoals, condigées oconémicas, diividas em relagaio a opgao realizada, centre outras. Como afirmam Baggl ¢ Lopes (2011), a evasao escolar 6 um fendmeno complexo, que pode ser definido como a interrupgao no ciclo de estudos @ que pode ser provocada por inumeros fatores: pessoais, familiares, sociais, econémicos ou insttucionais. Pata Mohelocke (2007), a maior parte dos estudos sobre evasao escolar tem como foco 0 ensino bésico, enquanto no ES o tema ainda & pouco explorado, sendo necessério o desenvolvimento de modelos teéricos que ajucem a explicar as causas da evaséo. Segundo a autora, os fatores da evaséo podem ser elencados em individuals @ institucionais: Entre os fates indvidueis da vasdo consiam: a incetea qunto ao curso, pépria de um processo de busca do indvduo que em eral lem de escoher sua dea de formagdo ainda muito joer; motivos familiares como doenga, ncessidade de aud nance, rascimento de rianga, compromissos mattas; a necessidade de rabalar Os flores instituconais mals quent so: desiluso com «cuts; problemas reesionads ao curso como cucu (muito rgd, inadequado pata o alu rabahador), ao eacionamento com protessores, com colegas, unciondos dfculdado de acesso & insiugdo (MOEHLECKE, observar um movimento ascendente nos percentuais de crescimento: de 2009 para 2010, 5,6 53 PERMANENCIA NO ENSINO SUPERIOR E AS ESTRATEGIAS INSTITUCIONAIS DE ENFRENTAMENTO DA EVASA © fendmeno da evasao envolve uma articulagao entre maiplos fatores, ou seja, as dificuldades individuals podem ser mais bem superadas na presenga de um bom suport institucional, do mesmo mode que as limitagdes institucionais prejudicam sobremaneira os que carregam as maiores dificuldades. tudo realizado por Silva Filho et al (2007), a partir de dados do INEP, demonstra que no periodo de 2000 +2 2005, a evasio média para o conjunto de IES no Brasil foi de 22%. Se considerarmos apenas as instituigdes publicas, esse nmero & menor, chega a 12%, enquanto nas universidades particulares choga a 26%, Essos dados apontam que o tema da evasao tem uma incidéncia maior nas IES particulares, onde os fatores econdmicos podem ter maior relevancia, Silva Filho et al (2007) comentam algumas consequéncias da evasdo: ‘A evasoestudantil no ensin superior & um problema inlemacional que ae o resultado dos sistemas educaconas. As perdas de estudantes que iniciam, mas ndo terminam seus cutsos sfo desperdcios socials, académicas econémicos. No setor pbc, so recursos péblces inveslides sem o devo tetomo, No setrprivado, é uma importante peda de recets, Em ambos os cass, aevastio 6 uma onte de ciosdade de potessores, furclondrios, equipamentos eespago sco (p. 642). Para além destes aspectos de natureza quantitativa, a questao da evasae precisa ser considerada em uma dimensao qualitativa, desde a questao do individuo que lem a sua auloestima resvalada por um fracasso, até ‘a questo politica de democralizagao do ES. A ampliagao das oporlunidades de acesso sem o contraponto de apoios para se garantir a permanéncia reforga a permanéncia das desigualdades, como apontado nos estudos de Dubet (2012), Para 0 socidlogo francés, as poliicas de entrentamento de desigualdades histéricas precisariam articular uma combinagao de iniciativas, que incluiriam a promogao da igualdade de posigses com a igualdade de oportunidades, Para o autor, esses dois conceitos, apesar de semelhantes, guardam diferengas que devem ser analisadas com cuidado. No caso da igualdade de posigdes, 0 foco esté na estrutura social a partir dos lugares ocupados pelos individuos na sociedade, de forma a abranger todos os individuos, minorias e maiorias, envolvendo todas as faixas etérias, Desa forma, uma politica focada na igualdade de posigées procura reduzir as desigualdades de renda, de condigdes de vida, de acesso a servigos. Em suma, procura reduzir a distancia entre essas posigdes sociais e, com isso, seria possivel estimular a mobilidade social a partir de uma aistribuigao de renda @ condigdes sociais melhores para todos os cidadaos. Assim, a igualdade de posigdes pressupde um Estado de Bem Estar Social consolidado. Por outro lado, a igualdade de oportunidades baseia-se no principio meritocratico, que ndo tem como objetivo reduzir as desigualdades das posigdes sociais, mas lutar contra as discriminagdes que constituem obstaculos & realizacao do mérito, permitindo a cada um ter acesso a posigdes desiguais ao final de uma competi¢ao equitativa, na qual individuos iguals se enfrentam para ocupar lugares sociais hierarquizados. Dessa forma, as diferengas de gnero, grupo étnico ou racial, condigao social so mantidas, ampliando-se as possibilidades de acesso ou concorréncia para determinadas posi¢des, como no caso das cotas para ingresso nas universidades publicas. As politicas de ago afirmativa esto relacionadas a promogao da igualdade de oportunidade, pois tm como objetivo oferecer a possiblidade de concorrer a determinadas vagas no ES a individuos que nao teriam esse acesso. Mas, como Dubet chama a atengdo, essas medidas nao atuam na causa do problema e podem nao ter a cficacia necesséria, pois s4o baseadas no mérito: apenas os alunos mais bem classificados em sua categoria (negros, indigenas, deficientes, oriundos de escola publica) tém acesso a essas vagas. Com isso, mantém-se a meritocracia e pode-se nao alcangar a diminuigao das desigualdades, uma vez que alunos que estejam nessas categorias podem nem se inscreverem nas universidades por considerarem que nao seriam bons 0 suficiente e, uma vez matriculados, podem apresentar maiores dificuldades de permanéncia (DUBET, 2004, p. 544). Nessa dirego, 0s estudos de Belletati (2011), Ezcurra (2008), Tardbola (2010) e Zago (2006) também afirmam que alunos advindos de classes socials vulneraveis tem uma tendéncia a apresentar diferentes problemas de adaptagao ao ambiente académico e, por isso, estariam mais sujeitos a terem dificuldade para concluir 0 54 JORNAL DE POLITICAS EDUCACIONAIS V9, N.17 E 18 | JANEIRO-JUNHOE AGOSTO-DEZEMBRO DE 2015 | PP. 51-60 curso universitario. Ezcurra (2011), ao tratar da massificagao do ensino superior, relata que entre os desafios onfrontados por esses grupos das camadas desfavorecidas da sociedade na realizagao da graduagao superior ‘esta uma preparagao académica marcada por um “capital cultural insuficiente en el punto de partida”. (p. 65) Para a autora, esse capital cultural ndo se refere a apenas cerlas habilidades cognitivas, mas envolve alguns habitos que facilitam a vida académica, como ter metodologia para ler e estudar. Além disso, engloba outros fatores como as expectalivas sobre 0 prdprio desempenho, 0 compromisso ou 0 engajamento estudantil, a quantidade e a qualidade do tempo que dedicam para o estudo e outras alividades académicas. Outro aspecto importante 6 que esses alunos se constituem na primeira geracao de académicos de suas familias e tendem a apresentar um comportamento de pouca confianga em si mesmos, baixa expectativa sobre seu desempenho e, principaimente, um grande medo do fracasso (p. 68). Essa dada condigAo cultural é diferente daquilo que se espera no habitus academicus dominante. Por parte dos professores, pesa um olhar sobre os alunos: de que estes ndo so téo bem preparados como eram os alunos no passado. Por parte das instituig6es, pesa um olhar, sobretudo, “en la ensefanza, y en particular en las aulas, en las experiéncias académicas cotidianas" (EZCURRA, 2011, p. 66), Desse modo, tende-se a excluir os alunos sem o capital cultural desejado, empurrando-os para o fracasso académico. Essa mesma légica também 6 denunciada por Dubel (2011): “durante muito tempo o fracasso dos alunos nao foi considerado responsabilidade da escola’ (p. 297). Ainda segundo Ezcurra (2011) esse contexto contribui para que muitos estudantes nao consigam concluir sua graduagao, uma vez que os indices de evasdo nessa “franja social’ so elevados. A partir de estudos realzados sobre a massificagéo do ensino superior nos Estados Unidos e na América Latina, a autora afirma “que los avances en la graduacién involucraron a una parte exigua de los estudiantes de menores recursos, mientras que beneficiaron casi exclusivamente a los de estratos medics y altos’, Considerando os indices mais elevados de evaséo entre os mais desfavorecidos, Ezcurra afirma que a “la presunta puerta abierta ala ‘educacién superior para aquellos estratos no es tal, sino que se trata de una puerta giratéria” (p. 62). Ou seja, @ ingresso no ensino superior para muitos estudantes de camadias socials mais baixas pode se transformar em uma porta giratéria tanto no sentido de que nem todos a atravessam, mas também, no sentido de que dadas ‘as condigdes precérias de alguns cursos e seus diplomas desvalorizados, muitos vo mudando sem sairem do lugar, com os investimentos em um curso superior no significando a possibilidade de uma transformagéo mais profunda nas condigées de existéncia. Nessa diregao, Zago (2008), ao refletir sobre 0 percurso de estudiantes universitérios de camadas populares, traz relatos dos custos pessoais de se estudar em condigSes adversas: dificuldade de cumprir com as obrigagdes académicas, ndo participagéo em atividades fora do hordrio das aulas, no parlicipacdo nas alividades sociais da turma, sobretudo quando se inserem em cursos mais elltistas. Se oingresso no ensino superior representa para esse grupo de estudante ‘uma itr, a outra sed certamente gaantir sua petmangncia a6 afinalzagdo do curso, Origindrios de familias de baixa renda, esses estudantes precisa financiar seus esludos e, om alguns casos, canlam com uma pequena auc familiar para essa fnalidade. Provenientes de ourascidades ou estados, pouco mais da metade ter idas pel flo de ndo morar com a familia, Nesses casos, residem na casa do estudante universtrio (quando ha vaga), ou com parente, ou ainda, dividem casa ou apartamento com colegas (ZAGO, 2006, p. 233). suas despesas acre Ainda ressaltando as diffculdades das camacias desfavorecicias da sociedade, Pacheco e Ristoff (2004) chamam a atengao para um estudo do Observatério Universitario da Universiciade Candido Mendes, 0 qual revela que 25% dos potenciais alunos universitarios sao téo carentes que “nao tém condigées de entrar no ensino ‘superior, mesmo se ele for gratuito” (p. 9). Este dado aponta para a necessidade de pollticas institucionais que sejam dirigidas a promover a permanéncia dos estudantes nos cursos universitarios, principalmente daqueles com maiores dificuldades. 55 NENCIA NO ENSINO SUPERIOR E AS ESTRATEGIAS INS UCIONAIS DE ENFRENTAMENTO DA papel da universidade no favorecimento da permanéncia no ensino superior Enlie os tatores elencados para a evasdo/permanéncia, costuma se sobressair a questéo econdmica Porém, em entrevista & Revista Ensino Superior (outubro/2013, p.31), a diretora académica da Faculdade Santa Marcelina, Sueli de Moura, atirma que nem sempre esse ¢ 0 principal motivo: “nas pesquisas internas, o item ‘nao tenho condigées financeiras’ aparece em primeira lugar, mas quando o aluno realmente gosta do curso quer ser um profissional da rea, consegue recursos”. Mais do que discutir a relevancia do aspecto econdmico, esta fala sinaliza sobre a importancia de se considerar outros fatores, no sentido de que o aluno pode perceber ue 0 curso é um bom investimento. Por exemplo, se ancorado em uma boa estrutura de apoio, 9 aluno tende a ter condig6es de buscar alternativas para resolver a situagéo econémica, Dada a mulliplicidade de falores relacionados & evasdo € o desafio de garantir a permanéncia dos novos sujeitos no espago académico @ com ensino de qualidade, tém crescido os esforgos das IES por politicas institucionais que promovam a permanéncia dos alunos. Vale destacar que as IES tém papel importante em relagao & permanéncia dos alunos quando considerados a infraestrulura ofertada, como moradia estudantl, apoio ao transporte, biblioteca, refeltério, apoio para estudantes com deficiéncia tisica, entre outros, Para autores como Tinto, a permanéncia do estudante no ensino superior 6 bastante influenciada pela integragao ao ambiente social ¢ académico, além de estar associada 0 nivel de expectalivas do aluno. Dessa forma, quanto maiores forem as expectativas (educacionais e de carreira) @ quanto mais satisfatéria for sua integragao social e académica, suas chances de evasao diminuem. Nas palavras de Tinto (1993): “Quanto maior © comprometimento do aluno com a instituigao e com os seus préprios objetivos, @ elevade for o nivel de integragao académica e social desse aluno, menor a probabilidade de evaséo" (TINTO, 1993:130). Nesse sentido, uma parte importante dessa problemética relaciona-se aos alunos recém-ingressantes, ou seja, 08 programas de acolhida e acompanhamento aos alunos do primeiro ano do ensino superior, Como aponta Ezcurra, 0 primeiro ano do ES trata-se de um periodo de transi¢ao ¢ ajuste ao mundo universitério novo, com experiéncias que costumam ser dificels, considerando 0 cardter de adaptagao e a inexperiéncia dos alunos ‘em relagdio ao que esperar do ambiente académico (EZCURRA, 2009). Para responder a essa demanda, desenvolve-se nos Estados Unidos, desde os anos oitenta, um movimento gue procura, por meio de diferentes iniciativas, acolher de forma diferenciada @ abrangente os alunos ingressantes. Registre-se ainda que estes programas néo se destinam apenas a alunos de baixa renda ou de minorias étnicas, mas buscam atender a todos os esludantes, Esse é 0 caso da Vanderbilt University, instituigao de ES privada, localizada na cidade de Nashville, no Estado do Tennessee, no sudeste dos Estados Unidos, fundada om 1873. A universidade possui um programa chamado Experiéncia do Primeiro Ano (The First-Year Experience), que consiste em que todos os alunos do primeiro anomorem no campus da universidade, inspirado no modelo ullizado na Inglaterra pelas Universiciades de Oxford e Cambridge. ‘A proposta foi criada em 2008 @ tem como objetivo estimular a interagao © a aprendizagem conjunta entre 08 esiudantes, professores ¢ tutores. Os alunos ingressantes devem morar obrigatoriamente na universidade durante 0 primeiro ano e a mudanga para o campus é feita com um grande ritual que envolve professores, alunos voluntarios funcionérios. Os alunos moram em um conjunto residencial composto por dez prédios, sendo que em cada um deles mora um professor coordenador da casa e um mentor, com suas respectivas familias, que sao os responsdveis por organizar as alividades da casa, orientar ¢ ajudar os estudantes em caso de problemas. Além disso, o reitor de graduago mora com sua familia em uma casa préxima ao complexo dos estudantes. © complexo de prédios possui uma area comum, com refeitério, sala de ginastica, correios, suporte para uso de computador ¢ apoio para produgao de texto, que também podem ser utilizados por todos os alunos da 56 RNAL DE POLITICAS EDUCACIONA 17 E18 | JANEIRO-JUNHOE AG 2015 | PP. 51-80 universidade. A universidade disponibiliza auxlio de tutores, grupos de estudos, oficinas para o desenvolvimento de habilidades de estudos @ de pensamento critico, Sao oferecicos ainda apartamentos adaptados para aqueles que possuem deficiéncia visual, de mobilidade ou surdez, além do auxilio de intérpretes para linguagem libras, audiolivros, servigo de anotago em aula ¢ leitura, Além de alendimento médico, orientag&o para estudantes internacionais, apoio psicolégico e aconselhamento religioso e, no caso dos que necessitam de apoio financeiro, 80 disponibilizadas bolsas de estudos, A universidade considera que gragas ao conjunto dessas agdes sous dados de evasdo no 1° ano sfc bem baixos, chegando a indices de permanéncia na universidade de 97%. relato acima apresenta um conjunto de ag6es volladas para o aluno ingressante no sentido de possibilitar ragao do aluno com o ambiente académico em seu conjunto. Ele, obrigatoriamente, mora na Universidade, estabelecendo relagdes de proximidade com colegas ¢ professores, a comegar com um ritual de acolhica, que acompanha o aluno ingressante desde a mudanga para o campus. Ainda mais, conta com toda uma rede de apoio que atende as questées de sobrevivéncia e oferecem suporte para um bom ambiente de estudos. O resultado € a pequena taxa de desisténcia escolar, em torno cle 3% no primeiro ano, Se a experiéncia acima consiste em uma politica da IES, 0 relato abaixo decorre de uma experiéncia de trabalho em uma faculdade filantrépica, na qual parte dos alunos so vocacionades e contam com uma estrutura de apoio para além do ambiente da IES, ou seja, residem em Casas de Formagao, também chamadas de ‘Seminario, Convento, Comunidades, Trata-se da Faculdade Dehoniana, localizada no municipio de Taubaté, no interior do Estado de Sao Paulo, regido do Vale do Paraiba, que oferece os cursos de Filosofia © Teologia, os quals so exigéncias para a formagao sacerdolal. Além dos seminaristas, os cursos contam também com uma parlicipagdo de alunos da comunidade em geral As casas de formagao garantem as questées basicas, como moradia ¢ almentagéo e constituem um ambiente que valoriza a vida estudantil; oferecem uma estrutura que facilta os estudos, como biblioteca, acesso ‘a compuladores ¢ internet, salas de estudo individual © em grupo. Os cursos sao matutinos e, no restante do tempo, além de compromissos com a comunidade, ha os hordrios livres para a dedicagao aos estudos. Destaca-se, sobretudo para os alunos ingressantes, a possibilidace de morar na mesma casa com colegas veteranos, podendo partihhar cotidianamente informagdes sobre 0 curso, como professores, autores, textos, trabalhos de conclusao de curso. Contam ainda com a presenga de um responsével geral pela formagéio, que pode acompanhar as dificuldades ¢ buscar outros apoios profissionais, como o suporte de um psiedlogo ou de um professor de lingua portuguesa. Estes alunos vocacionados compdem um grupo bastante diversificado, tendo dentre eles alguns com significativa distorgao sériefidade uma formagao precdria na educagao bésica. Observa-se que esses estudantes conseguem ler, ao longo do curso, uma superagao das dificuldades e um bom resultado académico, apresentando, por exemplo, no caso do curso de Filosofia, boas monogratias como trabalho de conclusao de curso. Os casos de ‘evasao se dao mais por um redirecionamento na op¢ao vocacional do que por dificuldades nos estudos. Também no caso do curso de flosofia, ressalta-se ainda a conquista de uma nota 4,0 no titimo exame do Enade. Para analisar esse resultado, & preciso considerar também a infraestrutura existente na inslituigao, como biblioteca ampla e com um bom acervo, sala de informatica e salas de aula bem aparelhadas. Na parte académica, a maioria dos professores sao mestres ou doutores © as turmas so relativamente pequenas, facilitando um melhor acompanhamento dos alunos peles professores. A experiéneia da Faculdade Dehoniana apresenta caracteris desenvolvimento académico, demonstrando o quanto so significativos aspectos come ter um tempo para se dedicar aos estudos, um ambiente que estimula a educagao, a integragao entre alunos ingressantes e veteranos, além de uma estrutura que garanta quesiées basicas, como moradia, almentagio e sade. Deve-se considerar ainda o engajamento dos alunos na propria formag4o, em decorréncia da prépria vocacao religiosa de muilos, no sentido de uma preparagao para uma vida de servigo a comunidad. uma boa it ticas de uma estrutura favordvel ao 57 A PERMANENCIA NO ENSINO SUPERIOR E AS ESTRATEGIAS INSTITUCIONAIS DE ENFRENTAMENTO DA EVASAO E preciso levar em conta que estas experiéncias relatadas acima estao distantes da maior parte da realidade do ES no Brasil. Porém, consideré-las ajuda a vislumbrar anecessidade de um trabalho diferenciado na acolhida dos alunos ao ambiente universitério. Desse modo, podemes sistematizar o significado destas experiéncias para o sucesso escolar destacando trés aspectos. Primeiramente, permitem aos graduandos uma tranquilidade om relagdo a questées basicas da sobrevivencia, como moradia e alimentagao. Em segundo lugar, possibilitam um ambiente favoravel com lugar ¢ horério para os estudos, acesso a biblioteca e sala de informatica e, sobretudo, um ambiente de socializagao académica, marcado pela convivéncia com colegas e responséveis pela formagao. Por fim, ressallam-se as condigées inslitucionais que garantem a qualidade académica, como uma boa infraestrutura, salas de aula com numero adequado de alunos, possibilitancio uma proximidade com 98 protessores, Estes aspectos apontam que o desempenho escolar 6 decorréncia de um conjunto de fatores e que a educagao é uma atividade que envolve pessoas ¢ instituigées. Como afirma Rué (2007): son las concepciones cullurales de cada grupo humano, las condiciones organizatvas de esta actividad, los rasgos personals de los receplores de la misma, las representaciones mutuas de los que inleractian y sus respectvas lo que, en un momento y e eterminados, proporciona a dich actividad dele ensenary de aprender como una actividad socal organiztvamente constida (p11). Nesse sentido, ao se analisar as condigées favordveis de permanéncia e bom desempenho escolar, sobretudo daqueles que carregam maiores caréncias, também é preciso atentar para o papel dos professores tanto para © aprendizado dos alunos como, também, na motivagao para superar dificuldades, priorizar a formagao ¢ poder avangar com qualidade nos estudos. Apesar de sua importéncia, por diversas razdes estes suporte e incentive por parte dos professores nem sempre estéo presentes. Milner (2010) chama a atengéo para o fato de que muitos educadores tendem a nado reconhecer certas habilidades que estudantes de grupos economicamente desfavorecidos possuem e a apenas visualizar nesses alunos suas deficiéncias, o que “contribui para a criagao de um circulo vicioso: educadores néo ensinam com rigor e altas expectativas, estudanles nao aprendem, estudantes vao malnas avaliagées todos os envolvidos se perguntam o porqué" (p.36). Nesse contexto de desqualificagao dos alunos, sobretudo dos que advém das camadas mais desfavorecidas socialmente, as polticas de ampliagao do acesso ¢ alé mesmo a construgao de estruturas de apoio terdo feito limitado no proceso de democratizagéo do ensino superior. Como ressalta Ezourra (2009, p. 112), 0 que mais garante a permanéncia é uma boa educagao e a aula constitul um momento decisivo, sobretudo para os alunos gue trabalham © tém pouco tempo para os estudos, tornando-se “quase 0 Unico lugar onde se encontram com seus pares © com os docentes”. Para tanto, ressalta-se a importaéncia de uma expectativa positiva dos professores quanto aos alunos, expressa em uma relagéo que permita ao aluno ganhar autoconfianga em relagdo as suas capacidades e mais A vontade para pedir ajuda quando necessatio. contexo Consideragées finais No contexto da expansao do ES, 0 presente texto procurou refletir sobre o papel que as IES podem oferecer ‘em termos de estruturas de apoio para os alunos, principalmente para os recém-ingressantes. O que a universidade faz para atender aos académicos ingressantes econémica e socialmente destavorecidos? Ou que programas dao conta da inser¢ao universitaria, cuidando da transigao da cutura escolar da educagao basica para o habitus academicus? Na busca de construir respostas a estas questdes, rolataram-se duas experiéncias, uma em universidade americana outra em uma faculdade filantrépica que, apesar de serem parte de duas realidades bastante diferentes da maioria das IES brasileiras, podem ser consideradas experiéncias positivas da existéncia ce um conjunto de ag6es institucionais, que denominamos estruturas de apoio, as quais estimulam ‘9. desempenho @ a permanéncia dos alunos no ensino superior. 58 JORNAL DE POLITICAS EDUCACIONAIS V9, N.17 E 18 | JANEIRO-JUNKOE AGOSTO-DEZEMBRO DE 2015 | PP, Essas estruturas de apoio, formadas basicamente pela oferta de moradia € condig6es para que o aluno possa diminuir seus destocamentos, ter mais tempo para se dedicar aos estudos, além de suporte para aulas ¢ tutoria, apresentam-se como um diferencial positive que deveria ser oferecido nao apenas para os ingressantes @ alunos destavorecidos, mas a todos que tenham necessidade. Além disso, essa rede de suporte também stimula a interagao entre os estudantes e professores, de forma que os alunos ingressantes se sentem acolhidos ‘em um grupo e estimulados a dele particinar. ‘Ao mesmo tempo, é preciso destacar o papel do professor, seu relacionamento com os alunos, cexpectativas em relagao a sua aprendizagem, metodologia de ensino e seu preparo para a docéncia tém papel importante na relacéo do aluno com a universidade. Nesse sentido, torna-se fundamental que a formagao de professores para o ES considore ¢ valorize a retlexao sobre os diferentes perfis dos sujeitos que compem a sala de aula. ‘A ampliagao do acesso ao nivel superior no Brasil pode ser considerada uma grande conquista social Atualmente, camadas antes aljacias desta possibilidade tém acesso ao primeiro diploma de curso superior de sua geragao. Encontra-se em transformagao a realidade de um ES marcado pelo prestigio, reservado a camadas privilogiadas ©, portanto, criteriosamente selecionadas. Porém, para que se possam saldar dividas histéricas e avancar no processo de democralizagao do ES, é preciso destazer crengas e preconceitos segundo 05 quais a universidade para poucos e que aqueles que estéo ingressando agora néo tém condig6es de acompanhar as aulas ou ter uma formagao de qualidade, E preciso que as IES possam formar adequadamente a todos os alunos, independentemente de classe social, formagao cultural, sobretudo os advindos de camadas economicamente destavorecidas e/ou pertencentes a grupos historicamente excluidos desse nivel de ensino, como negras ¢ indigenas Nao basta ampliar a oferta de oportunidades de acesso, focactano critério da meritocracia, pots, como afirma Dubet (2004), nesse modelo “quanto mais favorecido © meio do qual o aluno se origina, maior a probabilidade de ser um bom aluno, quanto mais ele for um bom aluno, maior sera sua possibilidade de aceder a uma ‘educagao melhor, mais diplomas ele obterd e mais ele serd favorecido” (p. 543). Sem falar que nesse modelo, os alunos que ndo conseguem avangar no ensino, ou seja, aqueles com baixo desempenho, que nao conseguem acompanhar as aulas ou que acabam desistindo de estudar, sejam considerados os tnicos responsaveis por seus “fracassos” e nao vilimas de um sistema injusto que nao Ihes permit ter as mesmas chances de sucesso que os outros, Desse modo, para se considerar a expressiva ampliagao no ntimero de vagas no ES como um panorama de enirentamento das desigualdades educacionais, ¢ preciso cerlificar de que forma as estudantes, principalmente de baixa renda, estéo sendo acolhidos, Para que exista a real possibilidade de mobilidade social, & preciso condigées a fim de que esses alunos nao apenas ingressem, mas permanegam e tenham uma boa formagao universitaria, Mas © desafio é grande. Uma maior alternativa de acesso ja se consolida para setores mais amplos da populagao e uma maior atengao para as condig6es de permanéncia se impde como necessidade. Por parte das IES particulares, os altos investimentos em captagao de alunos requerem a contraparticla de investimentos para uma maior permanéncia, pois certamente sera um bom investimento a redugao dos indices de evasao. Por parte das IES publicas, segue o desafio de ampliar as condig6es de acesso, acompanhado de esiruturas de apoio que garantam a permanéncia e possibilitem a superag&o das caréncias da formagao basica, Como o tema é recente e bastante complexo, é preciso ainda ser mais bem explorado por meio de pesquisas, no sentido de ampliar 0s dados @ perspectivas tanto do ponto de vista da construgao ou aperieigoamento de estruluras de apoio como da melhoria da qualidade de ensino, tratando das necessidades pedagégicas decorrentes dos novos sujeitos e da imporléncia da formagao pedagégica do professor do ensino superior. 59 CIA NO ENSINO SUPERIOR E Referéncias ALMEIDA, M. |. Formagao do Professor do Ensino Superior, desatios e politicas institucionais, Séo Paulo, Cortez, 2012 BAGGI, C. A. S.; LOPES, D. A. L.. Evasao e avaliag nal no ensino superior: uma discussao bibliogrética, Avaliacao, Campinas; Sorocaba, SP. v. 16, n. 2, p. 355-374, jul. 2011 BAIN, K. Lo que hacen los mejores professores universitérios, Barcelona, Univ. De Valencia, 2007 BELETTAT!. Dificuldades de alunos ingressantes na universidade publica: indicadores para reflexes sobre a docéncia universitéria, Tese, oriontador: Maria Isabel de Almeida, Faculdade de Educagao, Universidade de Sao Paulo, 2011 BIGGS, J. Cambiar la ensefianza universitéria, In: Calidad del Aprendizaje universitéria.Madid: Narcea, 2006, p, 19-53, BRASIL, MECIINEP. Sinopse do ensino superior 1995, 2003, 2008 - 2013. Disponivel em: hitp:/portal.inep. gow br/superior-censosuperiorsinopse DUBET, F. O que é uma escola justa? 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