You are on page 1of 156
probabilidade: um curso em nivel : barry r james 2 intermediario x 2 Ss EQ os biel 5 ci Ef Oy Ss s 3 3 2 iS Q Copyright © 2010 by Bary R,James Diretos reservados, 2010 pela Associagdo Instituto "Nacional de Matematica Pura ¢ Apliala -IMPA, Estrada Dona Castorna, 110 22460-320 Rio de Janeiro, RI Inmpesso no Basi Printed in Brazil Capa: Noni Geiger Projeto Euetides Comissdo Eaitorial: Elon Lages Lima S. Collier Coutinho Paulo Sad Volume 1 = Elon tages hina + Medida e itegragio «Pedro Jesus Fernand + Aplicapdes da Topotogiat Analise ~ Chain Sanel Henig + Bspagos Méricos - Alon Lages Lia + Anilise de Fourier ¢ Equagdes Difereneiais Parcinis- Dro Guedes de Figucineda Introugo 20s Sistemas Dindmicos - Jacob Palis nor e Wellington €. de helo Introdug & Algebra -Adilson Goncates Aspectos Teéricos da Comput Ison Siow, Janos Sinton € Tom = Clio L, Lach, Imre Sinan, Katto + Teoria Geometric di Folhegptes = cdes Lins Neto € César Cama + GeomeriaRiewannins = Manprdo Po Carmo + Lies de Equades Difereneits Orsini - Jorge Sotomayor + Prohaildae: Um Curso em Nivel Intermediio = Bary dames + Curso de Anise, Volume 2» Elon Lies + Teoria Ergiiea Ricardo Mai + Teoria dos Nimes Alege - Qa Endler + Operators Auta Adjinose Eggs Difrenciis Pavia - Javier Thayer + Equaes Diteeniis Prins: Uma nodugio- Roel Jrio Varta Iria Algebra: Um Curso de Introugio ~ Aral Leite Greta e Ives Albert. Lequain Grupo Fundamental e Espapos de Recobrimento- Elon Lages Lima FungSes de uma Varivel Complexa»Aleides Lins Neto Elementos de Algebra -Avnalio Garcia e Yves Leguain IntrodugBo & Geometia Anaitica Complexa - Marcow Sebastian’ ‘Curso de Teoria da Media - Augusto Armano de Castro imor Introdupdo Teoria da Medida = Caras oman Introdufao Teoria de Controle e Programagao Dinimica - Johann Rauneisier ¢ Antonio Leto Hoy gia Bisica~Elow Lages Lina Disiribuigt: IPA Estrada Dona Castorna, 10 22460.320 Rio de Jairo, RI ‘email dieimpa.be psww.impa br A minha esposa Kang She walks in beauty, like the night Of cloudless climes and starry skies: ‘And all that’s best of dark and bright ‘Meet in her aspect and her eves: ‘Thus mellowed to that tender light Which heaven to gaudy day denies, ‘One shade the more, one ray the less, Had balf impaired the nameless grace ‘Which waves in every raven tress, Or softly lightens o'er her face; ‘Where thoughts serenely sweet express How pure, how dear their dwelling-place. that brow, So soft, so calm, yet eloquent, ‘The smiles that win, the tints that glow, Bat tell of days in goodness spent, ‘A mind at peace with all below, ‘A byeatt whose love is innocent! George Gordon, Lorde Byron Preficio Contetido indice de Notagses Capitulo 1 Definigdes Basicas. gut gL, §13. fl Modelo matematico para urn experiemento (inodelos probabilisticas) Probabilidade eondicional Tndepencléncia Exoreieios Capitulo 2 Varidveis Aleatérias.... pa. yp pa 24 425, 26. fa. R28, §29, Capitulo 3. Esperanga Mater 391. 32. ja. ie. Variéveis aleatérias e fungoes de distribuigiio is aleatérias| "Tspos de vari Cc A disteibuigio de ua variével aleatéria Votores aleatérios Independéncia 2 Distribuigio de fungdes de varidwei (0 método do jacobiano Observagies adicionais ~ varidveis ¢ vetores aleatérios Exereicios e votores aleatérios Preliminares: a integral de Stieltjes Esperanga Propriedacdes da esperanga Esperancas de fancies de varisveds aleatérins 1 a uM 18 7 100 100 107 15 19 §35. Momentos .....--sesesseesseees 83.6. Bsperangas de fungdes de vetotes aleatérios 83.7. Teoremas de convergéncia . 528. Bxercicios §4.1. Distribuigto condicional de X dada ¥ diserota $4.2. Disteibuigio condicional de X dada Y: caso geval §4.3, Definigées formais ¢ teoremas de existéncia S44, Exemplos 445. Esperanga condi $4.6. Bxorcicios jonal Capitulo 5 A Lei dos Grandes Nimeros... 5.1. Introdugio As Leis Fraca e Forte dos Grandes Némeros ... 85.2. Seaiiéncias de eventos ¢ o Lema de Borel-Cantelli $5.3, A Lei Forte $5.4, Bxercicios Capitulo 6 Fungies Caracteristicas e Convergéncia em Distribuicio 6.1. Fungoes earacteristicas $6.2. Converggéncia em distribuigio ........ §6.3. Fumgio caracteristiea de um vetor aleatério 46.4. Observagdes e complementos $6.5. Exereicios Capitulo 7 © Teorema Central do Limite 12 128 135 139 46 46 156 163 167 A115 182 191 101 §7.1. 0 Teorema Central do Limite para seqiiéncias de varidveis aleatérias 265 87.2. A distribuigio normal multivariada : 97.3. O Teorema Central do Limite ~ caso multivariado $7.4. Exereicios Referéncias fndice Alfabético . Prefacio “Le calcul des probabilités n'est aut fond que le bon sens réduit au calcul”. Laplace A. Ao leiton © presente volume € oferencido para uso em cursos de Probabilidade em nivel “ntermedidrio”, que devia ser entendido como o nivel entre um curso elementar de Introdugao & Probabilidade e um curso mais avangado que trata de Probabili- dade com base nia Teoria da Medida e Integragio. O material aqui apresentado tem sido usado varias vezes em disciplinas de Probabifidade em nivel de inicio de Mestrado, mas também poderd ser usado em nivel de graduagio se alguns ‘assuntos de natureza mais técnica forem pulados. (Tais assuntos sio indicados ro texto pelo aviso que podem ser omitidas “em uma primeira Teitura”.) rodutirio, embora eventualmente poss ser uum nos livros de Introdug Este livro nto pretende ser uusado como tal. Porexemplo, um assunto muito cu A Probabilidade, ¢ que ni seri considerado aqui, é a teoria combinatéria. E ferfvel, mas nao necessirio, que o leitor ja tenha alguma nogao das distribuigdes sadas na contagem de permutagbes, combinagbes, etC., Uma boa diseussio des- em inglés) ow diseretas clissieas bas tais como a binomial, hipergeométrica e multinomis sas distribuigées pode ser encontrada em Breiman ([6], p. 19-3 Feller ({8}, traduzido para 0 portugues), Para se per acompanaro texto deste live, 0s eas preregusitos so um curso de Caleuto Diferencal e Integral e alguna familardade com conetos bsicos de conjuntos e fungoes. F bom que 0 litor saba lidar com ui = de conjuntos, e conheca os conceitos de imagem infimo de um conjunto © eventual Tacuna na Iniersegdes e complementar inyersa de um Conjunto por uma fungo, supremo € Fimite de uma seqiéneia de nfimeros reais, Em caso de ut formagao do leitor nesta érea de Anilise, recomenda-se uma consulta wo Fivro Curso de Andilise (Volume 1), de Elon Lima [14], L& se pole achar, também, Uefinigdes ¢ discussdes de outros conceitos analticas que aparecem de vez. em {quando aqui, tais como o limite superior de uma seqdéncia de nimeros reais, owe integral de Riemann. Além disso, integrais miltiplas entramem jogono Capitulo 2, ¢ sera bom se alé 0 §2.7 0 leitor ja tiver ouvido falar na matriz jacobiana e derivadas parcais, cuja definigao poderd ser enconteada em qualquer bom texto de Céleulo Avangado, Finalmente, nos pardgrafos 7.2 e 7.3 usamse alguns conceitos elementares de Algebbra Linear; em particular, € preciso conihecer as regras de multiplicago de matrizes e vetores. Em caso de qualquer divida que surgit sobre o signfiicado de um simbolo uusado no texto, o Ieitor deverd consultar a lista de simbolos € notagdes que aparece no final do livro. Procurei fazer uma lista completa, mas se persist 4 duivida, € recomendivel consultar os livros, citados acima, de Lima [14] ou Feller [8]. (A tinica diferenga importante entre a notagio de [14] e a presente, & ‘que aqui o complementar de um conjunto A é representado por A®.) Como & sempre 0 caso com livros de Matematica deste nivel, as listas de exereicios sao parte importantissima do livro. Hii grande niimero de exereicios Puramente computacionais, para ajudar 0 leitor a se treinar no céleulo basico de probabilidades. Hi muitos exercicios que estendem e desenvolvem idéias abordadas no texto, e alguns outros que introduzem idéias io consideradas Os exercicios estao arranjados por seco, e de um modo geral os problemas foram colocados na ordem que achei mais conveniente para sua resolugao posterior Mas esta regra nao foi seguida com muita fidelidade, e recomendo que o leitor a0 ‘menos leia todos os exercicios quando chegar ao final de cada sega, resolvendo ‘om seguida os que ele achar mais interessantes, Sugestées foram incluidas com os exereicios que consider seo em que se encontram, asi dificeis, ou como os que fogem ao nivel da B. Aa professor © material no livro é mais que o suficiente para um curso de semestre. No IMPA, o curso de Probabilidade € de quatro meses c, cada vez que foi usada a apostila precursora deste livro, sentiu-se a necesssidade de correr no final para abordar todos os assuntos aqui presentes. Capitulos 1, 2 ¢ 3 formam a base do livro e podem ser feitos em mais ou menos a metade de um perfodo. Muitas demonstragdes nos Capitulos 5 e 6 siio tenicas € poderio ser omitidas. Os Parigrafos 6.3, 7.2 € 7.3 constituem um assunto especial ~ parte da Esta Multivariada — que poderd ser omitido ou até condensado para aprsentagi ‘uma aula no final do curso, # © Capitulo 4 & muito mais extenso do que costuma ser 0 tratamento de distribuigio e esperanga condicionais em textos da Teoria da Probabilidade. Em ‘caso de tempo exiguo, esse capitulo poder’ ser abreviado, pois consiste, na maior parte, em exemplos. Mas seré bom se o aluno terminar o capitulo com, pelo ‘menos, uma boa idéia intuitiva do princfpio da preservagao de chances relativas, pois assim ter condigdes de lidar no futuro com aplicagées de condicionamento, {que & da maior importincia nas dreas de Confiablidade, Processos Estocisticos ¢ Estatistica (tanto Bayeasiana quanto Nao-Bayeasiana). Quanto aos prerequisitos, quero enfatisar que no & necessério que o aluno tenha conhecimentos da Teoria da Medida e a integral de Lebesgue para poder acompanhar o livro. A esperanga matematica de uma varidvel aleatéria € tratada utlizando-se da integral de Stieltjes, cuja definigo e propriedades so abor- dadas no §3.1. A integral de Lebesgue é mencionada apenas em observagdes. Distribuigio e esperanga condicionais s20 tratadas em plena generalidade, ou seja, sem a restrigo 20s casos simples que costumam ser tratados em Ii ros de Introdugo a Probabilidade, Mas 0 enfoque adotado € 0 que chega as definigBes partindo da consideragio de limites de probabilidades condicionais. {A relagio entre este tratamento mais intuitivo e a abordagem de Probabilidade ‘Avangada, que utiliza Teorema de Radion-Nikodym, éformalizada no §4.3 (esta formalizagao poderd ser omitida, como € indicado no texto). C. Uma nota sobre terminologia Durante o processo de escrever este livro, esbarrei freqiientemente no problema de terminologia. Como o portugués no é minha Iiagua natal, procurei ser fiel ao idioma a0 méximo possivel. Mas descobri varios conceitos que, embora representados por uma palavra ou frase em outraslinguas, possufam mais de uma versio aqui no Brasil. Era, por exemplo, o caso de “esperanga’”e “expectincia’ para indicaramédia de uma varisvel aleatria, Precise entlo, fazer uma escolha, Gostaria agora de explicar minha escolha em ts casos, (1) Parece-me que a palavra “expectincia” surgiuem portugués como traducdo do inglés “expectation”. Porém, a palavra usada em espanhos é “esperanza” ¢ em frane@s & “espérance”, esta dltima sendo usada desde, pelo menos, 0 séeulo 18, Portanto, optei por “esperanga”. (2) Resolve usar o adjetivo “condicional” em vérios lugares em que também se usa “condicionada’, a saber, em “probabilidade condicional”, “distribuigio condicior 1" e “esperanga condicional”, Escolhi assim porque quando corre um evento, si0 econ de outros eventos e valores de varidveis aleatd que estao sendo diretamente afetados (i.c., condicionados), decorrendo dai as modlificagses nas probabilidades, distribuigdes e esperangas através das respect: vas definigdes, Portanto, preliro“condicional”, mas talverseja mais uma questiio de gosto. (3) Primeiro, considermos um exemplo do problema: na expressio de vaca puro”, € bvio, pela eoncorain vaca, Mas em espanhol, onde “leche” ¢ feminina, a expresso seria altamente ambigual, Temos o mesmo problema em portugues com a expresso “Teorema, do Limite Central”, atualmente muito usado no Brasil. Assim como estd, esta frase da nitida impressiio de que é o limite que seja central, o que na realidade nijo faz sentido, Por isso, optei pelo uso de “Teorema Central do Limite”, para obre o que seja central, a, que ndo estamos opiniando sobre a afastar qualquer d Central Lim mi”, 6 também BE ineressante que a frase em ings, Theo altamente ambigua,e acho questo explica a tradugo de uso corente no Basi (Ovorre qu a origcm da expresso foi, aparentementc, oalemo eno o ings De fato, a expresso € freqlentementeavibuida a Polya, que usow a fase “der zentale Grenzwertsatz”, ie, 0 “central” refere-se ao “teorema do limite D. Agradecimentos. Este livro surgiu de notas de aulas usadas no curso baisico de Probabilidade do programa de Mestrado em Matemética Aplicada do IMPA. Um curso mais ou menos parecido com presente livro foi dado pela primeira vem em 1976, € desde enti as notas ¢ a apostila resultante foram sendo modificadas de ano em fano, alé chegarem a seu estado atual, que é este livro, Dei 0 curso ts vezes neste perfodo, ea apostia foi usada também por meus colegas Pedro J. Femndindez Ricardo Frischtak, no IMPA, e Annibal Parracho Sant’anna, no Instituto de ‘Matemética da UFRJ. Sou muito grato eles pelos seus comentarios e sugestOes. As versdes semifinais do manuserito foram cuidadosamente lids por Maria Eulilia Varese Sergio Wechsler. Fizeram muitas sugestées para melhorar a apresentag3o do texto € contribuiram ao livro com virios exercicios, Além disso, conseguiram corrigir grande ntimero de erros de portugués, ao mesmo do idioma, A eles, minha profunda gratidio. A \da restantes smpo ajeitando a minha ver prpésito, devo dizer aqui que os errus de portuguts 3 exclusivamente da responsabilidade do autor. Este livro nto poderia ter acontecido sem 0 apoio € incentivo eonstante ‘dos meus colegas do IMPA. Estou especialmente obrigado a Djalma Pessoa, Elon Lima ¢ Ruben Klein, niio somente pelo apoio recebido, mas também pela insisténcia deles de que o livro saisse © mais ripido possivel Grande contribuigio foi dada pelas varias turmasde alunos do IMPA, de suas perguntas, dividas, observagdes e, de modo geral, o “feedback” que de- ram em aula, Eles até emprestaram suas notas ¢ eadernos para ajudar a escrever ugués. Nao dé para citar todos 0s nomes aqui, Mas a to- mitir os meus ‘4 apostila em por dos 0 alunos ~ ¢ 10s assistentes (monitores) ~ gostaria de tr agradecimentos especiais. Finalmente, chego & pega chave do livro: a minha esposa e colega, Kang, Descobri nestes tiimos meses que 0 processo de escrever um livro envolve muito mais tempo e trabalho que eu pensava. E foi ela que teve a paciéneia de agilentar tudo isso, inclusive abrindo mio de qualquer descanso durante os foriados de dezembro para me ajudar. Ela leu varios capitulos com cuidado, fez imuitas sugestfes boas, e passou a limpo a maior parte da apostila, Pela ajuda, pela paciéncia e pelo sacrificio, minha gratidao para com ela nao tem limite. Rio de Janeiro, maio de 1981 Barry James O simbolo “ 9 R a A A-B PO) 0,1) B Re a P(A) An le Ant A,An | A P(AIB) Jog. 1(= lope ) lim sup liminf Ap, tim An, 4A IX 15; © = “1¥ coordenada do ponta escothidto & maior que a 2°”. segdo 11 Modelo matemtica para umn exparimento (modelo probsblistico) 3 Figura 1 Figura 2 Sew ~ (2,y) for resultado do experimento, w ser favorivel 20 evento A se,e somente se, 22 + 1? < 4, send favorivel a C se, e650, 2 > y. Nenhum resultado sera favorivel a B. Logo temos: A= (x,y) en: Vere 5h (Figura 1); B= 2 ~ conjunto vario C={(a,y) €:2 > y) (Figura 2). ado a um, Entio, todo evento associado a este experimento pode ser identi subconjunto do espago amostral 2. Reciprocamente, se A for um subconjunto qualquer de 0, ic. A CO, endo sera conveniente identificar A e 0 evento “resultado do experimento pertence aA” Chegamosa seguinte definigZo, que adotaremos no caso geri inclusive nos casos em que utilizamos um espagoamostral maior que oestrtamente necessirio: Definigéo La. Seja 00 espago amostral do experimento, ‘Todo subeonjunto AC Qt sera ehamado evento, 60 evento certo, & 0 evento impossivel, Se WEN, oevento {uv} € dito elementar (ou simples). Observaciio. As ve7es, identificamos o evento {w} (= “resultado do experimento €w") 60 ponto.w. Como, por exemplo, na indicagio Pw) = P(s}) bom saber traduzira notagdo de conjuntos para Hinguagem de eventos: AU B éo evento “A ou B”, ANB = “Ae B™, AS i 2 © evento AP se, e somente se, nido acorre o evento Ay: AC B significa: a ‘corréneia do evento A implica a acorréncia do evento 2; AM B = 2 signifies: Ae 1 sio eventos mutuamente exclusivos ou incompativeis. (Para um exercicio sobre essa linguagem, veja 0 exercicio 1.) 4. Detnigdee Bésicae ap.4 A esta altura € razodvel perguntar: a que eventos vamos atribuir proba bilidade? Consideremos noyamente © experimento 1, ¢ seja A um evento, ie., AC 2. Eevidente que podemos atribuir probabilidade a A pois estamos jogando ‘um dado equilibrado. De fato, definimos: HA __nsimero de resultados favoraveis a A PUA) = “G- = ~ imero de resuliads possiveis Esta € a definigdo elissica de probabilidade quando 0 é finito, e baseia-se ndiferente Jogo definimos P(i) ~ para experimento I, nossa resposta é que todo evento teri ‘uma probabilidade. Consideremos agora o experimento 3 (escolher um ponto ao acaso no cireulo lunitério). Aqui “ao acaso” sera interpretado assim: dois eventos tém a mesma probabilidade se, © somente se, eles tém a mesma sirea. (Essa probabilidade & chamada geométrica. Veja Gnedenko [13], §6,) Essa interpretagao conduz, definigao, para Ac, frea A _ area A feat Acontece que nem todo subconjunto de & tem uma érea bem defini, ic., nem todo evento tem uma probabilidade. (De fato, segundo um teorema profundo da Teoria da Medida: no se pode detinit P(A) para todo Ac 9 de modo que P(A) = (Grea A)/x para todo A cuja érea e bom defini; ic, mio podemos estender a definigio de P(A) para todo evento de modo a satistazer os axiomas usuais, ue sero vistos mais adiante, A prova disto depende do Axioma da Excolha, (Veja Durret [9], p410.) Vamos, entio, atvibuir probabilidade somente aos eventos cuja ‘rea estiver bem definida, Tais {eventos serdo chamados eventos aleatSrios PA) se dea A estiver bem defi Definisio 1.2. Um evento A a0 qual atribuimos uma probabilidade ser chamado evento aleatbrio. Na pritica, o fato de nao podermos atribuir probabilidade a todo evento no ‘nos causard problemas. No experimento 3, por exemplo, obviamente ¢ suficiente restringir a nossa atengio aos conjuntos com rea bem definida, pois os conjuntos sem dea definida nunea surgem na pritica (de fato, 6 impossfvel visualizar um tal conjunto). ‘Vamos supor, contudo, que a classe dos eventos aleatérios possuia certas um (modelo probabitisico) 5 ‘sep 14 ‘Modelo matemstico para um experimanto (modelo probabiistico) és a 1.0 desenvolvimento jedades bisicas e intuitivas, que serio essenciais pa reer daerine Jo cllealode pobbiliads.Indcando com Aa clase dos Prentos aleatérios, vamos estipular as seguintes propriedades para A AL. A (definitemos P(O) A2. Se A€ A,entdo AS € & (Eevidente que definiremos P(A‘) = 1~ P(A). AB. SeA Ae BE A endo AUB € A Ge, se atribuirmos uma probabilidade a A e outra a B, entio atribuiremos uma probabilidade a “A ow BY). Em outras palavras, vamos supor que A seja uma dlgebra de eventos: Definigéo 1.3. Seja © um conjunto no-vazio. Uma classe A de subconjuntos de satisfazendo Al, A2 ¢ A3 € chamada dlgebra de subconjuntos de 2. Proposigéo 11. Seja A uma dlgebra de subconjuntos de 9. Entdo valem as ‘seguintes propriedades: Ad. aehe AS. Yn VAs... +n € A, femos Ape Ae |) AeA Esta proposigao diz. que uma figebra ¢ fechada para um némero finizo de aplicagdes das operagdes.U, 9, €%. Prova. Ale A2 implicam Ad, Para AS, temos A3 =+ A) U Az € A+ (ALU Ag)U Ay € A= UA; € A, por indugio. Pert Ses fla-(Uas) aplicar sucessivamente A2, a parte j& provada de AS e, novamente, A2. 0 (Exercicio. Demonstre que A 6 também fechada para diferengas,ie.,se A € A eBeA,ento A~ BA, onde A~ B= ANB) Sem perda de generalidade (veja a segunda observagio a seguir), vamos supor que a classe dos eventos aleatrios também satistaga: 8 otingbes Bistene cop. 1 semao U An eA, AB. Se An € A para n icdo 1.4. Uma classe A de subconjuntos de um conjunto niio-vazio £2 satis- fazendo Al, A2e Ad’ € chamada o-dlgebra de subconjuntos de {2 Observagées. (I} Uma o~ilgebra é sempre uma dlgebra, pois A3 & conseqiiéneia de A3!, ji que AUB = AU BUBUB... € Ase A€ o-dlgebra. (2) Podemos supor, sem perda de generalidade, que A é uma 2-dlgebra em ver de flgebra, pelo Teorema da Bxtensio de Carathgodory (vide Durrett [9}, p.A00 ¢ 403), Este teorema da Teoria da Medica garante que uma probabitidade definida em uma ilgebra, ¢ de acordo com os axiomas usuais, pocle ser estendida de uma tiniea maneira para a a-ilgebra gerada pela digebra. (Para entender 0 significado de “a-dlgebra gerada pela dlgebra”, veja o exercicio 6.) (3) Em inglés, usa-se as veres o termo “field” (corpo) no lugar de “algebra” © “a-field” no lugar de “o-algebra”. Para o tradutor de Gnedenko (veja [13)), ‘bra é “Borel field”. Em francés, & “tibu’ Proposigio 1.2. Seja A wna o-cilgebra de subconjuntos de Q. Se Ay, An... A, entdo f\ Ane A. Prof) an= (0 a8) 0 Pees die, eno, que uma -geba & fechada pa um nimero er ‘merdvel de aplicagies une Exemplas (de o-dlgebra de eventos aleatérios). (D Caso disereto, Se 0 for finito ou enumerivel, entio A sera (usualmente) a ‘o-flgebra de todas as partes de 9, ie., A = P(Q). Por exemplo, no experimento I, onde 2 = {1,2,3,4,5,6), temos A= PD) = (0, {1),(2),--- {6}, (1,2) --- 9). Acclasse A tem 2° = 6 elementos, de modo que ha 64 eventos aleatsirios axso- ciados aeste experimento, No caso fini pera, se @ tem n elementos, P(2) tem 2", Oleitor deveria se convencer do fato de P(2) ser uma o~ilgebra, verificando AL AZe AY’ (2) Caso continuo. Consideremos 0 segéo 14 Mordolo materntico para um experiments (modelo probabilitico) Experimento 4, Selecionar, ao scaso, um ponto do intervalo (0, 1}. Aqui, ® [0 1)e A — todos os subconjuntos eujo comprimento esteja bem definido. Quem di esses conjuntos? Consideremos primeiro unides finitas de imtervalos e seja ‘Ay = {AC [0,1]: A 6 unio finita de imtervalos }. Notemos que Ay €dlgebra, pois 2 © Ay, se A © Ap entio AP também é unio finita de intervalos, A3 € trivial. Oconjunto vazio 2 eoevento clementar {«}, ondew € (0, 1}, serio interpretaclos como intervalos degenerados de comprimento 0, portanto serio elementos de Ao. Mas ito nio & algebra, pois niio contém toda unido enumerdvel de intervalos, ‘como teria que conter se Fosse o~dlgebra, Por exemplo, 0 evento A= (05) 0(83) oC) uo (ita) neravel de intervalos mas obviamente no & unio finita. Entio 10s aleatérios seri maior e mais complicada que Ao. Al bem claro que A é um evento aleat6rio, pois seu comprimento pode ser definido somando-se 0s comprimentos dos intervalos componentes, fazendo com que 6 unio em a classe de ev comprimento (A) = 1 = P(A). ‘Outro evento que nao pertence a Ap, mas euja probabilidade pode ser defi- niida, & 0 conjunto dos racionais, (7 € [0,1] :r racional}. Qual a probabilidade de selecionar um ntimero racional? F claro que 0 € 0 tinico candidato para 0 ccomprimento do conjunto dos racionais, pelo seguinte argument ‘Sejam r,,r2,... 08 racionais em (0, 1}.¢ seit Ap o intervalo aberto de centro Tn € comprimento ¢/2", onde © > 0. F Ba (rn:n=12.--)¢ UJ Am © comprimento do conjunto dos racionais satisfaz eeripiimenlo(B) = eiaapeimenes (U 4n) < Y comprimento (An) = > = Como o comprimento de H & menor que ou igual a, para todo = > 0, ele 6 igual a zero. (Um argumento altemnativo: como B é unido enumerivel dos intervalos degenerados disjuntos {7}, todos de comprimento zero, 0 com Primento de 1 6 a soma dos comprimentos dos componentes, ou seja, compri mento (F) = 0.) 8 Detinicbes Bisicas Cop. 1 Os eventos A e B acima so unides enumeriveis de intervalos e, portanto, pertencem a toda o~Algebra que contém os intervalos. Neste livro, nossa o- “Algebra de eventos aleat6rios para o experimento 4 serd a a-algebra gerada pe- Jos intervalos, ie., a menor o-élgebra que contém todos os intervalos (veja 0 exercicio 6). Esta o-Algebra € chamada o~dlgebra de Bore! em (0,1) ¢ seus ele- mentos sfio chamados borelianos. Notagao: Bjo,) = {A.C [0,1] A boreliano).. Observago, Vamos indicar com B a o-dlgebra de Borel na reta ie, a menor ilgebra contendo todos 0s intervalos. Os elementos desta o-Algebra so 08 borelianos da reta. Em termos intuitivos, um boreliano é um conjunto que pode ser obtido de um nimero enumerivel de intervalos aplicando-se as operagdes U,1e¢ um nimero enumerdvel de vezes. O conjunto dos racionais, por exem- plo, 6 boretiano por ser unio enumervel de intervals degenerados (pontes). O ‘conjunto dos iracionais também o 6, pois ¢ complementar de unido enumerdvel. (Uma construgao formal dos borelianos pode ser vista em Doob [8}, p.16.) Definigdes © notagdes andlogas valem para dimensdes maiores que um. Por exemplo, 5? é a a-flgebra de Borel no plano R?, ie., a menor o-dlgebra contendo todos os retingulos. A idéia intuitiva de boreliano no plano é a de lum conjunto que pode ser obtido partindo-se de um ntimero enumerével de rotingulos ¢ aplicando-se as operagdes U, Ne © um niimero enumerdvel de vezes. Entre os borelianos do plano encontram-se as regives abertas, porque toda regitio aberta pode ser descrita como unio enumeriivel de retingulos. Alids, todo subconjunto do plano que pode ser desenhado ou visualizado € boreliano, « podemos dizer a mesma coisa sobre os borelianos da reta, do espago, ete No caso de n geral, 8” 6a o-ilgebra de Borel no B®, ie., amenor o-Algebra 0. Axioma 2. P(Q) = 1 Axioma 3. (Aditividade fuita). Se Ay,...,An € & sii disjuntos (2 a 2), ensiio »(U a) -E rey feat (Oseventos so disjuntos, ou disjuntos 2 a2, se so mutuamente exclusivos, ic. A\NAj = 980i 45.) Observagies. Como A\U Agu A mostrar que o Axioma 3 esti sat n= 2, (A,UA2)U Ay, podemos usar indugio para feito (para todo m) quando esta satisfeito para Uma fungio P satisfazendo Axiomas 1, 2 € 3 € chamada probabilidade Jinitamente aditiva. Embora alguma coisa tenha sido feita com tais probabili- dades (veja, por exemplo, Dubins e Savage: How to Gamble if You Must), & ‘matematicamente mais conveniente supor ¢-aditividade: Axioma 3’. (o-aditividade). Se Ay, As,... ¢ A sdio disjuntos (i.e, mutuamente 10. Dotinigdes Bisicas cap. 4 cexelusivos), entdio P (G an) D3 P(Ay). Proposigio 13. O Axioma 8 implica o Axioma 3, ie., se P é o-aditiva, entiio é Jinitamente aditiva. Prova. Suponhamos stisfeito 0 Axioma 3, ¢ sejam Ay,... Ay € A disjuntos. Notemos i P{Q) = PQQUBLBU...) = P(A) + P(@) + Po) + Definamos Ay = © para k = n41,n+2,.... Bntdo Ay, A isjuntos, logo “04)-04) =D Py) + P()4 PO) +...= OP). 0 im Definigio 1.5. Uma fungiio P definida numa o~ilgebra A e satisfazendo os Axio- mas 1,2 e 3° chama-se uma medida de probabitidade em A ou simplesmente uma probabilidade em b, Ocorre que, dados os Axiomas 1, 2, 3, 0 Axioma 3! € equivalente ao: Axioma 4, (*Continuidade no va: ncidt (An)u>ts onde An, © A.Yn, decrescer para o vazio, endo P(Ay) —» 0.quande n — > Observagio. (Ay noi decres fou sea, (Ay )yna doors para vazio (An L 8) signi 1€ 1) An = 2, cA > Angi¥n, Proposigio 1.4. Dados os Axiomas 1,2, 3.0 Axioma 4 é equivalente ao Axiona ¥ (.e., uma probabitidade finitamente aditiva é una probabilidade se, ¢s6 se, € continua no vazio). segdo 1 Modelo matematico para um experimento (modelo probabilstica) 11 Prova. (i) Suponhamos 0 Axioma 3'. Sejam Ay, Queremos provar que P(Ap) —+ 0, Temos € Atais que Ay | @, As)U.-.= U (Ag - Aten) ma Ay = (Ay = Aa)U (Aa pelo diagrama: A A Apa @ ka. Figura 3 0 disjuntos, porque a seqiiéncia & decrescente, ¢ da para diferengas (veja o exercicio seguinte i Proposigio 1.1). Pelo Axioma P(A) = 33 Pg Abyss mi portanto a série & convergente © DPA A) oz, PAD: im Pela aditividade finita, P(Ag ~ Agcy) = PCA) — PAR ys logo P(A) = fim, SO (UPCAg) ~ P(Aigy)) = im (P(A) ~ P(A), i © entio P(A) +0. Gi) Suponhamos 0 Axioma 4 sejam Ay, Az,... € A disjuntos. Queremos 12. Detnicdes Basioas cap. pa Gi (o An) ¥ P(An). Seja A= 0) Anventto (4+)(9.4) € pela aditividade finita, & 5 P(A) = > P(An) + o( U a) mt neat Seja By = g An, entéo By, | & ¢ portanto P(B,) ~ 0 (pelo Axioma 4). Logo. ive k DPA) — PA) ie, P(A)= ¥ Pin), a Corolirio. Os dois seguintes sistemas de axiomas sito equivalentes: Sistema I: Axiomas 1, 2,3 ‘Sistema tl: Axiomas 1, 2, 3 4. Prova. O sistema I & equivalente aos Axiomas 1, 2, 3, 3, pois jd vimos que 0 Axioma 3! implica o Axioma 3. Agora basta aplicar a Proposiglo 14, Observagie. Entio para verificar se P & probabilidade em A, basta verificar os axiomas do sistema I ou 0s axiomas do sistema TI Propriedades de probabilidade. Seja P uma probabilidade em uma o-sgebra A. ‘Suponhamos que todo A abaixo pertenga a A. Entio as seguintes propriedades siio consequéneias dos axiomas: PL P(AS ia dos Axiomas 2 € 3.) Caso particular importante: P(@) = 1~ P(Q) =o. P2, 0< P(A) <1, (Conseqiiéncia do Axioma I e PI.) P(A). (Conseqié 3. Ay C Ap => P(Ay) < P(A2). (Pela aditividade finita, P{A;) = P(Ar) + P(Ay~ Ai) > P(A), pelo Axioma 1.) sagio tt ‘Medelo matomético para um experimento (modelo probabilstico) ma P ( ( 4) < $5 PCA). (Pela aiividade fit, P(A\U Aa) = P(A) + P(ALN AS) < Pld) + P(A), por 3, que Az AG c As. Completa-se a prova por indugio.) Ps. (i a) < 3 P(dy. Gxeretcio2) 6. (Continuidadle de probabilidade). Se An | A, entdo P(An) 1 P(A). Se ‘An 4 A, Entio P(An) | P(A). Prova de P6. Vamos supor que An | A,ie., que An 3 Anst Ye 0) An Eni, P(An) > P(An¢1), por P3, € (An — A) | @ > P(An ~ A) ~ 0, pela continuidade no vazio. A aditividade finita implica P(An ~ A) = P(An) ~ P(A), pois AC Ay. Resumindo, temos P(Ay) ~ P(A) + 0 € {P(An)}u>t ddecrescente, logo P(An) | P(A). Se An 1 A (ie. An © Angi¥ne€ U An =A), ento Ag | AS, Logo P(AG) | P(A®), ow seja, 1 ~ P(An) 11 = P(A}; portanto P(An) 1 P(A). Modelo probabilistico. ‘Terminamos a formulagdo do modeto matemético para ico. B constituide de: ‘um experimento, ou modelo probabil {@) Um conjunto nfo-vazio ®, de resultados possiveis, o espago amostral, (6) Uma o-ilgebra A de eventos aleatérios. {c) Uma probabitidade P definida em A. ‘Agora vamos retirar nosso modelo do contexto de um experimento e refor- muli-lo como um conceito matematico abstrato. Definigéo 1.6. Um espace de probabilidade & um trio (8, A, P), onde (@) 6 um conjunto no-vario, (b) &é uma a-ilgebra de subconjuntos de 0, ¢ (©) Péuma probabilidade em A. A partir de agora, tudo serd estudado em expagos de probabilidade, apesar de mantermos a linguagem de experimentas e eventos. (J4 vimos que todo ‘modelo probabilistico é um espago de probabilidade. Reciprocamente, o espaco 14 Detinigdes Basicas ap. de probabitidade (©, 4, P) pode ser considerado um modelo para o experimento “Selecionar um ponto de © conforme a probabilidade P”. Se o leitor quiser: poder continuar considerando um espago de probabilidade como um modelo probabilistico.) 1.2. Probabilidade condicional a probabilidade condicional de A dado B € definida por majm- 20D, ven Observagio. Se P(B) = 0, P(A | B) pode ser arbitrariamente definida. A mmaioria dos livros faz. P(A | B) = 0, mas & mais interessante fazer P(A | B) P(A) para que P(A | B) seja um probabilidade em A (como fungio de A). & também conveniente, por independéncia, fazer P(A | B) ~ P(A) — veja §1.3. Consideremos um diagrama de Venn: C8, Figura 4 Se Ae B sio desenhados de modo que as reas de A, Be AN B sejam proporcionais as suas probabilidades, entao P(A | B) é a proporgio do evento B ocupada pelo evento A, Note que P(A | B), A © A, € realmente uma probabilidade em A (verifique os axiomas!), Consegilentemente as propriedades de probabilidade so mantidas, por exemplo: P(A® | B)=1— P(A| BY, em termos de Probabilidade condicional possui uma interpretagao intui ‘soplo 12 Probabilidade condicional freqiiéncias relatives. Pensando em probabilidade como limite de freqiiéncia relativa, temos P(ANB) PB) { rtimero de ocorréncias de “Ae 5" } P(A| B) = ‘em n-ensaios independentes do experimento fad rane ias de B } em n ensaios independentes do experimento fi {mero de ocorréncias de AM B em n ensaios ret “Tadimero de ocorréncias de B nos mesmos n ensaios Entio, quando n é grande, P(A | B) éaproximadamente igual a0 quociente do niimero de ocorréncias de Ae B sobre o ndimeto de ocorréncias de B em mensdios independentes do experimento, ie, P(A | B) € aproximadamente a Proporeao, entre os experimentos em que ocorte 0 evento B, daqueles em que evento A também ocorre, (Para uma aplicagdo desta interpretago a um caso especifico, veja o Exemplo 4 adiante.) Decorre da definigao que P(A 1B) = P(B)P(A | B), € esta iguakdade & ‘lida também quando P(J3) = 0. Esta igualdade se generaliza: sendo A, B,C eventos aleatérios, temos P(A BOC) = P(A)P(B | A)P(C | ANB). Isto Pode ser visto pelo seguinte di pensando nas probabilidades de todos os eventos como proporcionais as suas Areas. a i Figura s {Prova formal: P(An Ba) = P(ANB)P(C | An B) = PiA)P(B| A)P(C | ANB). Por indugiio, temos o seguinte 16. Detinigdes Bisicas capt ‘Teorema 1.1. (Teorema da Multiplicaglo ou Teorema da Probabilidade Com- posta). Seja (OA, P) um espaco de probabilidade. Entao () P(ANB) = P(A)P(B| A) = P(B)P(A| B). VA. Be A, Gi) P(AL Aa 1.21. An) = P(A1)P(A2 | Ar) PAs | Ar 0.42) 2P(An| AN Ana VAL ADEA, WR = 2,3) Exemplo 3. Selecionartrés cartas de um bara ho, a0 acasoe sem reposigiio, Qual ‘a probabilidade de tirar 3 ris? Seja A, o evento “tirar rei na i-ésima extragdo”. Entio (com A = “tirar 3 reis”) temos 2 P(A) = P(ALM Aa As) = P(AL)P (As | An)P(Aa | A Aa) = 4 a 5 Veritiquemos através da distibuigo hipergeométrica ()(8) _ Aca ateaoy ata ©) wt BB BL-50 P(A)= Agora suponhamos que Ar, Aa, m eventos aleatérios mutuamente exclusivose exaustivos (.c., que os A; sejam disjuntos = motuamente exclusivos UA, = 0). Entao os A; formam uma partiedo do espago amostral : 2 Figura 6 sejafinita ou enumeravel —entio, WAC A. Vamos admitir que a seqiiéncia Ay, Aa,. por exemplo, A e A® formam uma part Para todo evento B € A, temos B= (A; VB). Comoes A, si dsjuntos, entio 05 B.A, slo disjuntos © P(B) = PUAN B) =F PCADPUB LAD ext 12 Probabilitads condicional 17 a Figura7 ‘Teorema 1.2. (Teorema da Probabilidade Total (ou Absoluta)). Se a segiléncia (nita on enumerdvel) de eventas aleatérios Ay, As, desi, emo formar uma pariigao PB) = P(A)PIBI A), YBEA. Usando esse teorema, podemos calcular a proba ‘ocorréncia de B: P(A; |B) = le de A; dada a P(A) P(B| Ad) PALO B) Ay) PUB | DP)P(BLA) J Bi > PCA LB Esta 6 a formula de Bayes. Ela 6 étil quando conhecemos as probabilidades dos, ‘Aca probabilidade condicional de B dado A,, masnioconhecemos diretamente ‘a probabilidade de B: Exemplo 4. Experimento de duas etapas (experimento composto). Supor que ‘uma eaixa contenha trés moedas: duas honestas e uma de duas caras. Retirar ‘uma moeda a0 acaso e jogé-la. Pergunta: qual a probabilidade condicional da toed ter sido a de duas earas, dado que o resultado final foi cara? Este 6 um experimento de duas etapas, e queremos caleulara probabilidade ‘deum evento determinado pela primeira etapa dado um evento determinado pela segunda. Sejam, en eda retirada honest”, Az = “moeda retirada ade duss cara”, Aplicando a férmula de Bayes, temos P(Aa)PUB) Aa) Pda | B= eAyPT 18. Detinigses Bésicas cal Podemos interpretar este resultado da seguinte maneira, em termos de fre- ‘jiéncia relativa: se 0 experimento Fosse repetido independentemente um grande siimero de vezes, entio a moeda de duas caras seria a escolhida na primeira etapa de aproximadamente metade dos experimentos em que 0 resultado final fosse cara, Observagio. A formula de Bayes & as vezes, chamada de frmula de probabili- dades “posteriores”. Com efeito, as probabilidades P(A;) podem ser chamadas probabilidades “a priori” e as P(A, | B), probabilidades “a posterior’ 1.3, Independénci Definigio 1.8, Seja (82, A, P) um espago de probabilidade. Os eventos ateatsrios Ac B sao (estocasticamente) independentes se P(ANB) = PCA): PLB) Observagio. Eventos de probabilidade zero ou um slo independentes de qualquer outro: se P(A) = 0, entio P(ANB) = Ge Ac B sto independentes, ¥ B © A. Se P(B) = Lentio P(ANB) = P(A) (ANB) e, como ANB" c B*implica P(AN B®) < P(B*) = 0, temos P(A NB) = Oe PAN B) = P(A)P(B). Logo Ae B sao independentes, VA € A, Proposigho 18, A ¢ independente de si mesmo se, ¢ somente se, P(A) = 0 01 1. Prova. P(A) = P(AN A) = P(A)P(A) > P(A) = 0 00 L o Propasigio 1.6. Se A e B sito independentes, entiio A e B® também sito inde- pendentes (¢ também A® e Be ainda A° eB), Prova, Vamos supor A, B independentes. Entio P(AN B*) = P(A) ~ P(AN B) = (pela independéncia) = P(A) — P(A)P(B) = P(A)(1— P(B)) = P(A)- PUB. a ‘Aqui esté uma justficagio intuitiva da Definigo 1.8: B independente de Ase tanto a ocorréncia quanto nfo ocorréncia de A nio afctam a probabitidade de Bocorrer,ic., P(B | A) = PUB) € PUB | A®) = P(B). Estas duas equagies, significam que P(AOB) = P(A)P(B| A) = P(A)P(B) & P(AP NB) = PLA) PCB | AS) = PAS) PCB): ‘egio13 Indopondéncia 19 pela Proposigdo 1.6, basta uma destas tilt sas equages para a definigao, ANB =o, entdo A € B nao sao independentes (a menos que ‘um deles tenha probabitidade zero) Exemplo 5. No experimento 1, os eventos A AP = “observa-se um ntimero impar” “observa-se um miimero par” & no so independentes. Intuitivamente, ‘porque ndo so compativeis, e formalmente, porque PAD AY) = (0) = 044 = PLA)PLAD, lento 3, 0s eventos cia entre © ponto escolhido e a origem & « C="1° coordenada do ponto escolhido & ior que a 2°" sio independentes, pois o evento C ocupa metade da drea do evento A, fazendlo om que (veja as Figuras 2) frea(AN€)_1_ 1 P 1 payee Pane) = a Srp P Paro, Como vamos defini a independéncia coletiva de tés eventos sleatsrios A, B¢C2 Queremos ndo somente que C seja independente de A, de Be que Ac B sejam independentes (.., que os tre eventos sejam independentes 202}, mas fambém que C' seja independente de An B, AM BF, ete. Isto é, queremos que a ororténcia do evento “A e B” no afete a probahilidade de ocorréncia de C, ete Porexemplo, queremos que P(ANBAC) = P(ANB)P(C) = P(A)P(B)P(C), © que nio é uma conseqtiéncia da independéncia 2 a2: Defnigio 1.9. Os eventos aleatérios A,, 4 J (F um conjunto de indices), so Independentes 2.4.2 (ou a pares) se P(A; Aj) = PIADPUAS) Vid CLE AS. Reemple 7 Independéncia a pares niio implica independéncia coletiva. Seja 0 Mt conjunto de quatro pontos, com os eventos A, 3, C assim dei 20 Detinigbes Bésieas ap. 1 A B Figura 8 Seja Pw) = }.Vw 2. Entio P(A) = P(B) = P(C) = be P(An B) = 4 = P(ANC) = PUBNC), Logo A, B, C sto independentes 2a 2. Mas P(AnBn€) = it >(A)P(B)P IC). (Notemos que © suporta no miximo 2 eventos independentes de probabilidade | cada, pois #9 ~ 4. Para que existissem trés eventos independentes de pro- babilidade 4, £1 precisaria conter pelo menos 8 pontos, pois haveria 8 eventos incompativeis de probabilidade # eada: A BNC, AP BOC, ete.) ‘Outro exemplo ainda mais intuitive pode ser encontrado em Feller (Vol. 1, 2 edigao, §V.3): no langamento de dois dados honestos, sejam os eventos. A = face impar no primeito dado”, P= “face impar no segundo dado”, C= “soma {mpar das duas faces". E facil ver que A, B, C tem, cada um, probabilidade 1/2 € sio independentes 2 a 2. Mas eles nao podem ocorrer simultaneamente, de modo que AN BNC =2e PanBoc)=09 b= PULPENPC) DefinigHo 1.10. (a) Os ewentos Ay... An (12 2) so chamados (coletivamente ‘ou estocasticamente) independentes se PCA, MA), NV Aig) = PUARIPAL) PlAin) Visi 2, AtyAay.+. An (©) Oseventos Aj, i € I (onde (1) 6 um conjunto de indices tal que #7 > 2) so independentes se toa subfamiliafinita deles 6de eventosindependentes, it oto? Indopendéncia sim} oft, AjgsAigy--- + Aig, S20 independentes para toda combin: se Ais Misr Air in deelementos de Z, Vm = 2,3, eventos so chamados, as vezes, estatisticamente ou mu opeervagies. (1) Ta mamente independentes, (2) Vemos pelo item (c) que toda subfamilia de uma familia de eventos independentes € de eventos independentes. ‘Vamos ver agora que a Detiniga0 1.10 € consistente com nossa idéia intuitiva de independléncia (por exemplo, no caso de ts eventos A, B, C, 0 evento C é independente de An B, de An BP, de A°n B, de ATA BY; especificamente, PUAN BENG) = P[AYPUBYPC), te.) Proposigio 17. Se os eventos Aj, ic F, so independentes, entdo os eventos By ie I, ambém so independentes, onde cada Bj ¢ igual a Aj, ou Af (ou un ow outro). itens (a) ¢ (c) da definigdo, basta provar que toda subfamilia finita isfaza regra produto. Para tanto, é suficiente provarque se Ay,... 5 Ay, Bu) = TI PUB), onde B, slo independentes, entio PUB) 0 Aj ou = A. Eta prov é semen & prova da Pobosgfo 1.6, usando indo Ts cre Cong roa: Sogsso pote er Pensa [2] Lema Fe a Exemplo 8. 0 proceso de Poisson, Consideremos © nimeso de telefonemas ue chegam em uma central telefSnica. Vamos contar o niimero de chamadas que chegam até 0 tempo f, para todo ¢ > 0. Podemos representar um resultado possivel deste experimento por meio ce uma fungao-escada: Esta fungdo é um resultado tipico, um tipico we 2 néimero de chamadas tempo 2a 22 figs Basicas ‘A cada tal fungdo w corresponde um resultado possivel do experimento (chamadas chegam em f),t2, 3,.-),€ eada resultado do experimento gera uma fungio deste tipo (sob certas suposigdes que estdo adiante). Entio podemos fazer {= conjunto de todas as fungdes-escada com grifico do tipo que aparece acima = {w:[0,00) + (0,1,25. +} [30< by < fa < (tm Fo) tal que w( 0) = 0 para 1 0,01), (6) = 1 para t € [t1,f2),..- w(t) = mem ffnstnsa)y---} Agora sejao evento AK, ~ “shegam exatamente& ehamadss no intervalo (5-44)" pam 5,12 04 0,1,2,... - Entio Aky = (we R:u(s+f)—wls) =A}, st 20k=051, ‘Vamos supor que a a-ilgebra A contenha todos os eventos AX (mais adiante cal- cularemos a probabilidade destes eventos). Vamos fazer as Sepuintes hipdteses: Hipétese 1. (Jncrementos estacionirios). A probabilidade de chegada de k telefonemas no intervalo (5, +t] depende somente de te ndo de s (i.e. @ probabilidade de exalamente k telefonemas chegarem durante um perfodo de duragao ¢ depende apenas de ¢ ¢ niio da hora © nem do dia. Esta hipst isfeita na pritica, mas é uma boa aproximagio durante curtos periodos de tempo, por exemplo, durante o horério do pique.). Esta hipétese implica PEAR) = PAR) PO. Hipétese 2. (Inerementos independentes). Os mimeros de chegadas durante intervals disnmios de tempo sao independents (04 eja, AE, eM, si in- ddependentes para toda escolha de ke j se (3,8 +t) (ayu + 0] = 0, € temos independéncia também no caso de 4,5... intervalos disjunts). Hipétese 3. As chamadas chegam sozinhas néo simultaneamente. Isto seri terprotado em termos de probabilidades condicionais da seguinte maneira: @ ‘probabilidade condicional de terem chegado duas ou mais chamadas em (0, t}, dado que chegaram uma ou ma sem (0, tende.a zero quando t — 0. Isto quer dizer que probabilidade de chegada de duas ou mais. probabilidade de chegada de uma ou mais chamadas wamadas em (0, (0.8) 0 seqio 1.3 Independéncia 23, +0, quando t +0, ‘ou equivalentemente, Py, i R@ 1, quando t 0. Podemos calcutar agora as probabilidades P(t) alt) = PAR) € mostratemos que & una funglo exponencial do tipo ¢ Vamos comegar com “AM. ‘Como nao chega telefonema algum no intervalo (0,¢) se, ¢ somente se renhum telefonema chega nos n intervalos (oa) Gea]: Aba = Abin At nti At aytfntin font J vemos Pela hipétese 2 (os intervals so disjuntos), estes eventos sio independen- tes logo i : PAO) = TL PAR ifn) = Pela hipstese 1) = P3! (). vi>0,¥n. Entio, Patt) = Ps" (0) p(B) = Pr (E) =n, Para todo mn en (= 1 aS) Em outras palavras, se v > 0 € racional, Py(r) = PF (1). Ora, Py(0) é uma fungao decrescente, pois 8 <5 Als CARs > Pall) 2 Pols). Logo para t > 0) fixo e 1,7 racionais tais que ry < ¢ Polt) > Po(ra) = Po*(). Ser, 1 tery | f,entio P3"(1) | PE(1) e PSA) 1 PS). logo a(t) = PE) VE>O 24 Dolinigdes Bisieas Cap. Podemos supor 0 < Py(1) <1, para evitar um caso trivial (P)(1) = 1) € ‘outro que contraiz as hipsteses (Fy(2) = 0). Com efeito, se Fy(1} fosse igual a um, terdamos Ps(0) = 1 paratodot > 0,i.,com probabilidade 1, nunca chegaria nada, Esse & um caso trivial que nio é de maior interesse na pritica. Por outro lado, se Py(1) fosse igual « zero, teriamos F(t) = 0 para todo ¢ > 0, Le. para ccula # > 0, haveria probabifidade um de chegar pelo m: {0,4 Portanto, teriam que chegar pelo menos dois telefonemas em (0, i}, com probabilidade um, pois a chegada de pelo menos um em. (0, ‘] © pelo menos umem (54 (este evento também seria de probabilidade um, pela hipstese 1), implica a chegada de pelo menos dos emf). Em conseqiincia dist, teramos 1 Pylt) = Le 1 ~ P(t) ~ P(t) ~ 1 para todo t > 0, contradizendo as hipstese Definindo A = — log (1), temos o resultado enunciado, ie., PQ=e™, t Observagio. E claro que (0) ~ 1, pois evento “nenhuma chegada em um intervalo vario de tempo" &o evento certo, Formalmente, Ady = [we 1: w(s) —wls) = 0) = 2. Conseqiientemente, P(t) = e-™ para t > 0 P; & continua em [0,>0). Obteremos agora as probabilidades P(t), para todo valor de k. O método para obter equagoes diferen- es Pj, com a subseqilente solugio destas equagies. quevutilizaremos consiste na aplicagao das hip6tes ciais satisfeitas petas funy ‘A derivagio a seguir, alé a férmula (1.2), pode ser omitida em uma primeira Ieitura, Scjam k > 1, 8 > Oe t > 0, Entdo chegam k telefonemas em (0, + f] se, somente se, ou cheza nenhum em (0, 5} ¢ chegam k em (s,s +4], ou chega um cem (0, s| echegam k— Lem (3,8 +f), 01... Isto 6, Ak oye = (Ads DAR) U(ASS DAL) U...U(AS 6 AD). Os eventos Ai... AS;! so disuntos em i, © para todo # 08 eventos Ai, © AE so independents (pela hipStese 2, pois os intervals (0, ¢ (5, 4+ 1] 50 ns cia 25 osto12 Indopendénecia 2 isuntos)- Logo k k Pelt) = D> P(A‘, g PLA) = > Pil6) Peal) = ay = PPO + Pe APP) + P(E a regra de L' Hopital implica que lee como Fait) ey Pola hipstese 3 temos, entio, Pb) PQ (1= Pal) tin I = nay Tf 1 P= Pt) _ (o Au Bo) U=RO) 0 ‘Agora, indicaremos com Pf(s) a derivada @ direita de Py em s res TAO AO 2 a (a)(e“ Mt — uO Pulte i} APs) APeA(8)s ka Prat) EP td aS Pol) ~ PA t 26 Definigses Basicas ap. 1 Portanto, a derivada a direita & (trocando s por £) PLO =APp Alt) — APLC), ay Dek = 1,2,... - Pademos provarque, para t > 0, derivada a esquerda mesma, usando a equagio k Pfs) = Yo Pls OP sO Resta, entio, resolver as equagies diferencias (1.1), sujeitas is condigbes iniciais P(0) = P(ARg) = 0, > levando-se em conta que Pi=e%, t20. A solugiio pode ser obtida por indugio, Para ilustrar 0 métado, obteremos P (8), que satisfaz a equagao Ph(t) = APoit) — APut) = Ae™ — APO. Favendo P= eM OW, temos (0) = Oe Q') = A, de modo que Q(t) = Abe PiQ=Me™, £20. Aol pei prs enh 2s ; nin 2tte®, e20 “2 (Exerefcio, Verifique essa solugao indutivamente, através da solugio direta das "des diferenciais, ou através da substituigo nas equagdes da solugio pro- Observagdes. Provamos, enti, que © nimero de cheyadas até o tempo t possui distribuigao de Poisson com parmetro At (veja 0 Capitulo 2 para a definigo de distribuigio). AF é 0 mimero médio de chegadas durante um periodo de duragao t; 1 €0 nimero médio de chegadas durante um intervato unitdrio de tempo (veja o Capitulo 3), & chamado o pardimetro do processo dle Poisson, Como representa, neste exemplo, uma taxa média de chegadas, & também chamada taxa ou intensidade do process. ‘segdo 1.4 Exorciclos 27 Poderéamos mostrar que nossas ts hipéteses determinam uma probabili- dade na c-ilgebra gerada pelos eventos AA,, completand assim um modelo probabilistic para o processo de Poisson. 14. Exercicios sla 1 gjam A, B © C eventos al al6rios, Identifique as seguintes equa frases, casando cada equagio expressa na notago de conjuntos com a cor: respondente f linguagem de eventos: @ANBnC =AUBUC @ANBNC=A @AUBUC=A ‘ (@(AUBUC)~(BUC)=A A ocortéacia de A implica de “It ¢ C” (ivy A ovorrécin de A decore de“B ou C 2. A partir dos axiomas, prove a propriedade PS: (0 4) < SP) 3. Sejam Aj, ay... eventos aleatérios. Mostre que: @P (A, A 1) 0) Se PEAY) = 3 Pus EB Pap tepamk=tne mento (fy) 21 ne wr(a m2) : tah 4. Demonstre seguintes propriedades (8) Se P(An) = 0 para n = 1,2,.-+ ventao ? (6 An) =0. (6) Se P(An) = 1 para n= 1,2, sentao P (An) =1 Demonstre: se Ay, As,.-. € Bry Be... silo eventos aleatérios do mesmo, espaco de probabilidade taisque P(An) — Te P(Bn) — p.quandon > o, eno P(A, By) — P. 28 Defines Bésicas ap. 6, Seja © um conjunto nao-vazio. (a) Prove: se A ¢ B sdo o=ilgebras de subconjuntos de 2 entio AB também € uma odlgebra, (b) Generalize o item (a): se A, 1 ¢ I, sio o-dlgebras de partes de 9, ‘onde J é um conjunto no-vazio de indices, entio (A; também é uma, ser © classe de subconjuntos de ‘uma o~ilgebra que contém ©, (Sugestio, Qual a conjuntos de 2) (a) Visando yenor & den? 2, Mostre que existe pelo menos asse de plena utilizagio dos itens (b) e (c), como voc’ definiria “a igebra contendo ©”, onde © & uma classe de subconjuntos 7. Sejam Ay, Ag... eventos aleatérios em um espago de probabilidade (0,4, P), © definam-se tinaup a= FO Ae “= n=l ken ¢Yeremos uma interpretagio intuitiva desses eventos no §5.2.) Se Tim sup An = lige inf An chamamos 0 evento A de lim Ay (limite de Ay). Demonstre que se A= lim An, entdo P(4y,) -+ P(A) quando n — 06 8, No jogo de “Craps” dois dados so jogados. Se 0 jogador tra 7 ou 11 pontos cele ganha, Se ele tira 2, 3 ou 12 ele perde. Nos outros casos ele continua jogando os dois dados até sait 7, caso em que ele perde, ov entio sair 0 primeiro resultado, caso em que ele ganha. Desereva 0 espago amostra. Qual é a probabilidade dele ganhar? 9. Uma eaixa contém 2n sorvetes, 2 do sabor A e n do sabor 3. De um grupo < no sabor Be 2n— (a+b) ja, Demonstre: se 0s sorvetes sio distribuidos a0 de 2n pessoas, a io tém prere npreferem 0 coo Exerccios a probabildade de que a preferneia de todas as pessons sea espeitada & de ta Gn) 10, Suponhamos gue dez carts estejam numerals de 1 até 10, Das dez carts, rotira-se uma de cada ver, a0 acaso e sem reposigao, até retirar-se 0 primeiro ‘nimero par, Conta-se o nimero de retiradas necessirias. Exiba um bom ‘modelo probabilistico para este experimento. 11. Para cada um dos seguintes experimentos, descreva umm espago de probabi- Iidade que sirva de modelo. (a) Selecior ‘eum pont, wo acaso, do quadrado unitério {(z,y} 052 <1,0 nesta cltima desigualdade, impar, k © para todo n, en seqfo 14 17 2» erereoios St P(B | UAn) > ¢ (pode supor P(An) > 0 para todo n). (6) O item (a) com =" no lugar dk (©) Se An > Ansa € PlAnsi | An) < § para todo 2, entdo P(An) — 0 ‘quando n> oe. ws P(C|An)¥n, entao 08 Ay so disjuntos € PCB | An) P(B|UAn) = P(C |UAn). (©) Se Ay, As disjuntos € U Ay, = , entio P(B|C) =Y5 Plan | C)PCB | An 0) Suponha que a ocorréneia ou nio de chuva dependa das condigoes do tempo ‘no dia imediatainente anterior, Admita-se que se chove hoje, chovert amanha com probabilidade 0,7 e que se nio chove hoje choverii aman’ ‘com probabilidadk: 0.4, Sabendo-se que choveu hoje, calcule a probabili- dade de que chovera depois de amanhal . Certo experimento consiste em langar um dado equilibrado duas vezes, independentemente. Dado que os dois nimeros sejam diferentes, qual & & probabilidade condicional de (a) pelo menos um dos niimeros ser 6, (b) a soma dos nimeros ser 8? Em teste de miitipla escoth Hayendo m escolhas, se ele sabe a resposta ele respond corretamente com probabilidade 1; se ndo sabe ele responce corretamente com probabitidade “1. Qual a probabilidade que ele sabia a resposta dado que a pergunta foi Rspondida corretamente? Calcule o limite desta probabilidade quando () ‘m =» c0 com p fixo e (ii) p — 0 com mfx. 1 probabilidade do aluno saber a resposta€ p. (De Fernandez [12],) Durante o més de novembro a probabitidade de chuva de 0.3. © Fluminense ganha um jogo em um dia com chuva com & probabilidade de 0,4; em um dia sem chuva com a probabitidade 0,6. Se ganhow um jogo. em novembro, qual é a probabilidade de que choveu nesse ia? 82 Detinigses Basicas ap. 21, (De Fernandez [12}.) Pedro quer enviar uma carta a Marina. A probabi- lidade de que Pedro esereva a carta & de 0,80, A probabilidade de que 0 correio nio a perca é de 0,9. A probabilidade de que o carteiro a entregue Ede 0,9. Dado que Marina niio recebeu a carta, qual é a probabilidade condicional de que Pedro nao a tenha escrito? a3 22, Sejam Aj,... An eventos aleatérios independentes, com py ~ P(Ax), k= 1,... sn. Oblenha a probabilidade de ocorréncia dos sez cm termos das probabilidade : (a) A ocorréncia de nenhum dos / (b) A ocorréneia de pelo menos um dos Ay © Accorén ia de exatamente um dos Ay, (8) A ocorréncia de exatamente dois dos Ay. (©) A ocorréneia de todos os Ay (0 Acocorréncia de, no méximo, n— 1 dos Ap. 23, Sejam Ay,... , An eventos aleat6rios independentes, com py = P(A). k 1,... :m. Faga uma adaptago das desigualdades de Bonferroni (exereicio 13 (c)) para este caso, expressando-as em termos das pp. 24. Em certa rodovia, a intensidade média do fluxo de trifego & de 30 carros por minuto, Um medidor é colocado na rua para registrar o niimero de carros passando por cima, Suponha vilidas as trés hipsteses do proceso de Poisson, adaptadas para a contagem de carros em vez de telefonemas, © calcule’ ‘A probabilidade de que dois ou mais carros sejam registrados durante determinado intervalo de dois segundos. (b) A probabilidade de passar mais de um minuto até registrar © primeiro carro, 25. Consideremos um experimento em que seri contado © numero de estrelas em uma regio longiqua do espago, a regido sendo de volume V. Fagamos. as seguintes rés hipéteses, que S20 andlogas espaciais das hipéteses do processo de Poisson’ genio 4 Exercicios (il) A probabilidade de achar k estrelas na regio depende somente de V (12) 0s nimeros de esielas contadas em regibes disjuntas do espage so independentes. (113) Duas estrelas nfo ocupam 0 mesmo lugar. Interpretando estas hipdteses de maneira semelhante & do processo de Poi son, obfenha o valor de P(V) = probabilidade de achar exatamente J: 0 parimetro 2 & a densidade estelar na vizinhanga da regido sendo considerada, cstrelas na regio de volume V. Aq 26, N pontos sao escolhidos, independentemente € ao acaso, de uma esfera (bola) de rao 2. (a) Calcule a probabilidade da distin ‘mais proximo ser maior que r re 0 centro da esfera e © ponto (6) Qual o mite da probabiidade obtida no itm (a) quando > > € K-42 (Obsorvagio: este Aé 0 mesmo do exercicio anterior) 27, Acende-se uma Hampada no instante t= 0, Para t > 0, seja QU + AAD a probabilidade condicional da Himpada queimar até o instante t + At, dado aque ficou acesa alo instante t. Suponha que Qt ati at quando At +0, onde A > O no depende de f. (Este limite é chamada taxa de falha da Kamypada, Neste exemplo, a taxa de fala, At, € proporcional idade.) vE>o, Mt (a) Ache a equagio diferencial satiseita pela Fungo P(t) = probabitidade da limpada ficar acesa até o instante t. Voc8 pode supor que a fungiio P seja continua, com P(Q) = 1, e que as derivadas a direita sejam iguais. (b) Resolva a equagao diferencial do item (a). (©) Obtenha e resolva a equagio diferencial satisfeita por P() quando a taxa de falha 6 constante (=) 28, impada esti avesa no tempo f= 0, Sempre que a limpads € substituida por uma laimpada nova, embora isso nao seja feito imediats mente. Suponha que para todo £ > 0: 94 Detinigses Bastcas cop. (HHI) dado que a 1ampadaestejaacesano instante ¢, a probabilidade dela estar ‘queimada no instante ¢ + AV, dividida por Af, converge para. quatida At oe (H2) dado que a Jampads esteja queimada no instante ¢, a probabilidade dela novamente acesa em f+ At, dividida por At, converge para € quando At +0. (AE > 0) (a) Seja P(@) a probabilidade da lampada estar acesa no instante ¢, t > 0, Ache a equagtio diferencial satisfeita por P(2). (b) Resolva a equagio diferencia do item (a). Determine jim P(t) Esse resultado tem sentido intuitive? 29, Suponhamos que cada elemento de certa populagio ou morre ou se divide. (Exemplo: uma col6nia de bact (H11) A probabilidade de que um elemento, vivo no instante f, venha a morrer Go instante £4 A/, €assintoticamente equivalentea At (ie, arazado dos dois converge para 1 quando At 0). (112) Um elemento vivo no instante ¢ se divide até o instante ¢ + At com probabilidade assintoticamente equivalente a AA, © produz “netos” (.e., se divide a0 menos duas vezes) com probabilidade que, dividids por At, converge para 0 quando At > 0. (H13) Nao ha interagdo entre os elementos, ¢ eles morrem ou se dividem independentemente. (a) Ache as equagdes diferenciais satisfeitas pelas probabilidades Ph (4) = probabilidade da populagdo conter exatamente 1 elementos no instante # (0 =0,1,2,... 56> 0) == 10 0) = (b) Mostre que se uma solugdo ser pa A fs Pi= n= PO = pps Pal = Go paaes M LD (©) Supondo que a solugo do item (b) seja a tinica, qual a probabilidade dda populagao mais cedo ou mais tarde ficar extinta? 2 Variaveis Aleatorias 24. Variaveis aleatérias e fungdes de distribuigao Informalmente, uma variavel aleat6rin€ um caracteristico numéricodo resultado dde um experimento, Por exemplo: Exemplo 1. Langar u ‘coroas (2) obtidas. Os resultados possiveis aqui siio seqiiéneias de extensio n de caras © coroas e podemos definit 1a moeda n vezes e observar a seqiiéncia de caras (c) N= (wr B= Ay. yn ‘Onntimero de caras observadas nos 7 langamentos & um caract 4a seqiiéncia de caras € coroas. De fato, se definimos X = niimero de caras observadas, vemos que o valor de X depende do resultado do experimento © odemos definir X(w) = nidmero de e's em w= (wry... ,4n) {stico numérico =#{iswj=0, 1Sisn). Exemplo 2. Escolher um ponto ao acaso em [0,1]. Seja X’ 0 quadrado do valor Obtido, Entio 2= (0,1) X(w)=w". Exemplo 3. Escolher um ponto a0 acaso no efrculo unitério, Seja X a distincia entre 6 ponto escolhide e a origem, Entio Q= {ay) sa? 4 yg? <1} 96. Varivets Aleatias cap. e,comw = (2,Y). Xw)= Very "Agora vemos que quando o resultado de experimento for um niimero real, 0 eat6ria, definida por X(w) = proprio resultado seré o valor de uma varidvel a Exemplo 4, Escother um ponto a0 acaso em [0 1], € seja X 0 valor de resultado, Entio = (0,1, XW) =e. Quando 0 resultado for um ponto no plano, poder ser eonsiderado como valor de um par de varidveis aleat6rias: xemplo 5. Escolher um ponto ao acaso no efrculo unitério, e sejam X ¢ ¥ as coordenadas do resultado. Entio = (ey) ty? SM e,comu = (yy), temos X(w) =, ¥(w) = 0 (X(w),¥(w)) = Ct) = 2 ua varsvelaleatoria € uma fungdo real do resultado de identidade. Noexemplo5, X oY Nestes exemplos, umexperimento, No exemplo 4, X éa fc io as ungdes) coordenadas. Nao vamos acmitir, contudo, que foda fungBo de sp ssja uma varivel aleatria. Por razbes tenicas,diremos que X(4) € varivel ‘aleatéria se, e somente se, oevento [X 0, definimas X; = nero de chegadas até emo (Gncluive). Enio X; é um caracterstico numérico do resultado do Seperimento, € Xy(u) = a(t). E fil ver que [Xi = k] = Al, que € evento Sieatrio por Suposigao (de fato, a esse evento fo atibuida a probabilidade ore ™). Isso torna X, uma varidvel aleatéria, ja que [Xp <2] =U [Xe= ocker He Asparar 2 0(ser <0,(Xe 0 se, € somente se, nio chega telefonema algum até o instante f, inclusive, Logo, [Ti < t) = ff, > f° = (AY, )° para t > 0, eT) € variével aleat6ria (se t <0, (7) < f] Seja T 0 tempo entre a primeira ea segunda chegada, fT, uma varivel ateasia? Isso é mais fei de provar, Consideremos o seguint argumenio: SejaZ= Th +Ts [Z<2| tempo da segunda chegada. Entio [2 > 2}° = (49,, 0 Aj,s)° € A, Jogo Z 6 variével aleatéria, Por isso, Ts = Z~T; € varivel aleatéria. (Nota fangées continuas de varidveis aleat6rias sao varidveis aleat6rias! Esse fato nfo seri provado, mas sendo ele bem razodvel, espera-se que o leitor 0 aceite). Definigio 22. A funcido de distribuigéo da varidvel aleat6ria X representada por Fy ou simplesmente por F, €definida por Fy(z)= P(X <2), rer. Observagao, Na literatura, a fungio de distribuigo de X é frequentemente chamada de fngio de distribuicdo acumulada de X. Muitos autores, entre os quais se encontram Gnedenko [13] ¢ Breiman [6] (eas escolas russa ¢ francesa), define F(x) = P(X Fla) < Fig) ie, F 6 ndo-decrescente F2. Sern Lif, ent Fn) | F(z), ie, F é continua i direita, F3, Se an | 00, entdo F(tn) | 0. Se an 1 -Fo0 entio Fen) | 1. (Logo podlemos eserever F(-c0) = 0, F(-+20) = 1.) Prova. Fl =XsalciX sy] = F(a) = P(X <2) < P(X <9) = Fly). F2, Se ty | x, entio [X < aq] € uma seqiéneia decrescente de eventos aleatirios ¢ ( [X < an] = [X < 2] (porque X < x se, e somente se, X } & 0. Foi visto que IXsal= UY maM= U Ate 220, < ochse com [Xp < a] = © para x < 0 (X; assume apenas valores nio-negalives). Portanto, a fungi de distribuigio de X; satis. (veja§1.3) 0, se rc ; Fe gat ayy x)= Pet pps AO" ser > 0, onde [| € a parte inteira de a (maior inteiro Esta € a fungéo de distribuigio da distribuigdo de Poisson com parimetro At, O seu grafico é: \ Fy) 1 Moen oath — MeateM — pp ° 7 3 igura 10 Notemos que a fungio de distribuigio d valores possiveis de Xp, i¢., 8 mimeros 01,2, ++ . O ta LX; eresce através de saltos nos ho do salto em keé eto 22 ‘Tipos de varivelsaleatéras 41 ppabilidade de X; tomar o valor ke a soma dos tamanhos de todos os saltos fica das variveis aleat6rias chamadas 2 fpuala nr. Esta propriedade &caraten Gjscrets (So defini a seguir, das quais a vases do tipo Poisson sto, 0; f= 0, <0.) 22. Tipos de varlavels aleatérias Detnigio 2.3. (a) A varivel aleatoria X' 6 disereta se toma um mimero fi- tito ou enumeravel de valores, i. se existe um conjunto finito ou enumersvel {21,ra,...} C Rtal que X(w) € fr, }Wwe 2. A fur p(:r;) definida Por p(z;) = P(X = xj), i = 1,2, hamada fungde de probabilidade (ou Jangao de fregiéncia) de 42. Varivels Aleatérias ap. 2 (b) A varisvel ale F(a) 2 0 tal que X 6 (absolutamente) contina se existe uma Fangio Pee) = f° sa, veer, Neste caso, dizemos que f € funcdo de densidade de probabilidade de X ow simplesmente densidade de X Observagies. (a) Se X € discreta, ento[X <2]= [X= rj} logo Fx(q)= 0 P(X =a) = Yo ved. (U4 verificamos que [X= xj] era evento aleatério quando vimos que 0 salto de F em_x; era igual a P(X = ;)) (6) Se X éabsolutamente continua, entao Fy, sendo uma integral indefinida de f, € continua, Teenicamente, a integral da Definigo 2.3(b) & de Lebesgue, © X tem densidade se, e somente se, Fy € absolutamente continua (ie., Fy € a integral da sua derivada: Royden [18], p-104-7). Neste caso, f(x) = F& (x) tem todo ponto, exceto num conjunto de medida de Lebesgue mula (diz-se que J = Fh, em quase toda parte). Um conjunto Bc R tem medida de Lebes ‘ula se tem comprimento zero, i., se para todo © > 0, existem intervalos de comprimento total < ¢ euja unigo inclui B. Uma fangio /(2) > 06densidade de alguma varive leat se, [, flv) de ~ 1, que neste caso F defini por Fe)= f soa 6 fungao de distribuigdo, pois satisfaz FI, F2. 3 (verifique!). Reciprocamente, se f &densidade entio J, f(r)dx = 1, pelo item (b) da definigao © a propric~ dade F3. se,esomente Mas sem recorrer & Teoria da Medida, como vamos verificar se X’ tem densidade? Podemos usar o seguinte critério, vilido em quase todo caso que surge na prtica: X tem densidade se Fy € () continua e Gi) derivavet por partes, ie. se Py € derivavel no interior de um nimero finito ou enumersvel de intervalos fechaxlos cuja uniio é a rela R. (Neste caso, a derivada €a densidade de X.) B particular, X tem densidade se Fy {vel em todo ponto exceto continua ¢ deri segio22 ‘Tipos de variiveisaleatxias 43 num niimero finito de pontos, ou se Fy € continua e derivavel em todo ponto a nfo ser nos inteiros Por exemplo, seja Ale) 1 0 1 x Figura 12 continua € Entao X tem densidad, pois Fy 1 re) Fee xe) ‘i 410,11. A densidad de X € daa por Sie) reir={ © valor de f nos pontos 0 e | € arbitririo, pois qualquer que seja /(0) (ow £()), a integral Jf", f(E) at & ainda igual a Fy). Costuma-se definic ou £00) = faa) = 1 ov f(0) = f(1) = 0. Outro exemplo de uma fungio de 4istribuigo continua e derivavel por partes éa Fy, considerada anteriormente.) 1, re (1) 6, Oour>1 Por outro lado, suponha que rei f <8 rel) 1, 220. Aqui X nio tem densidade, pois Fy niio ¢ continua. De fato X’ é uma variivel AleatGria discreta, ¢ PX = 0) = 1 cel aleatéria que ndo € discreta nem tura dos dois tipos, Por exemplo, cil construir um exemplo de vari bsolutamente continua, mas sim uma 44 Variivois Aieatéias cap. 2 seja X tal que X ~ Ufo, 1] (leia-se “X' tem distribuigdo uniforme em (0,1), ie., X tem a fungio de distribuigo Fy cujo erfico esti acima, E seja ¥ = smin(X,1/2),ie., ¥ €a varidvel aleatdria definida por ¥ (!) = min(X (),1/2), w €2. (Y € varidvel aleat6ra, pois & fungo continua da variévelaleat6ria X), Entio ¥ € do tipo “‘misto”. Fy) 1 Figura 13 Exemplo 7. Uma fungi de distribuiga0 de uma variével aleatéria que no é dis cereta, continua, ov mista. Nossa fungio serd continua, derivvel em todo ponto ‘menos num conjunto de medida de Lebesgue nula, mas nio serd absolutamente ‘continua: vamos considerar a fund de Cantor. F(@), 1 3/4 1/2 aA 1/9 2/91/83 2/3.7/98/9 1 Figura 14: Gratico da fungio de Cantor apés as etapas 1 ¢2. Definamos F(z) = 0 para x <0, Fr) = 1 para e > 1. Continuemos por tapas: Rtapa 1. Seja F(z) = 1/2 em (123, 23). Entio 0 valor de F nesse intervalo imtervalos vizinhos em que Fj esta definida io em dois intervatos ((0,1/3] € 6 a média dos valores n0s doi ((--%,0) € (1,00), € F continua sem defi [2/3,1)) de comprimento total 2/3. Etapa ne. No tergo central de cada um dos 2” intervalos restantes apds a etapa 1, seja F(2) igual a média dos valores nos dois intervalos vizinhos (onde F owso2? ‘Tipos de valves aleatiias jist defini). Por exempl, na etapa 2 dina F(x) ~ 1/4 em (1/9,2/9) € He) <3/4m (7/9,8/9). Restario eno 2"* intervaos (0 dobro do mimero “em que J ainda ndo nto definimos J por indugdo em um némero enumerivel de intervals ‘jo complementat (i.¢., 0 conjunto onde F ainda nio esta definida) & io de Cantor, um conjunto de medida de Lebesgue zero (comprimento o conjun 0. Poxlemos estender a definigio de F até o conjunto de Cantor C' por conti- auidade:se:r © C adiferenga entre os valores de F” nos dois intervalos vizinhos spss etapa 61/2". E F'€ monétona ndo-decrescente em C, Se ay €0 valor de F no intervalo vizinho esquerdo, ap6s a etapa n,¢ by 6 0 valor no interval yizinho dircito, entdo ap T, by | € by —an | 0. Seja F(x) 0 limite comum de an, fh, € eno F est definida em toda a reta (Exercieio: rifique que I & funga0 de distribuigao.) ‘Agora seja X uma varidvel aleatéria cuja fungio de distribuigao & Fa fungio de Cantor. Entio X no & disereta (F° € continua), nem do tipo misto {pela mesma rao), e nem continua (X no tem densidad, pois F(x) = Oem Che [Fat = 0, ie., F nao € a integral da sua derivada, ou melhor, no 6 absolutamente continua.) Dizemos que X 6 varivel aleat6ria singular: uma ‘aidvelaleatGria X é chamada singularse Fy Eeontinuae F(x) = Dem quase toda pare, i, exceto em um conjunto de medida de Lebessiue nul CObservemos agora que se Fy 6 a fungio de Cantor, entao P(X ¢ C) = 1, ‘onde C 6 0 conjunto de Cantor. Com efeito, C=R-(-00,0) ase) - (5 3) ( 2) & s)- how L fe =Uhy Mas para todo n, P(X € In) = 0, pois, porexemplo, pure) =P(5 Oporque Fé nao-decrescente). sua derivada igual a f, pelo menosem quase toda parte, de modo que Far € absolutamente continua (é a integral de sua derivada): Fe € parte absolusamente continua de FB Soja F(x) = Flee) ~ Ful) ~ Feel). Fs € continua, pois éa diferenga de ‘duas fungdes continuas (Fae € absolutamente continua, logo continua; FP — Fy é continua, porque a subtragio de F tira todos os saltos de F). A derivada de F 6 igual a zero em quase toda parte, porque F e Fc tm a mesma derivada f.€ ‘Fy, senco uma fungao-degrau, possui derivada zero em quase toda parte. Fy 6 parte singular de Fe fe Ryt Pact F ‘seqdo22 Tipos de varidveisaleatérias 47 mos a prova, que depende do “observagio. F também € ndo-decrescente. Om ‘Teorema da Decomposigio de Lebesgue, aplicada a fungi P(r) ~ Ful). Veja Durrett [9], p-430-3. ‘A discussio acima dé um método de decompor Fem suas partes discret absolutamente continua e singular. Consideremos um exemple. xemplo 8 Suponha X ~ Uo, }€ ¥ = min(X, 1/2). $4 vis que 0, 2<0 1 yiaye de OSES 1, 22h wei Fy tem apenas um salto, em = 1/2, px = salto no ponto 1/2 = 1/2. Logo 1 0 <5 Fue) : ay 5 Fy (2) 4, ee 2 ><> 0 1 a 2 Figuea Diteeciand, toms S(x) = Fy(@) = 1 1 0<80), 20, a? ¢ [X © B] = [X < al € A, por @). Neste ea (oo, P(X € B) = P(X >a) =1~ P(X 0. ‘Axioma 2. Px(R) = P(X €R)=1 Aistribuigo de uma varavel aleatria 49 50 Varidvoie Alostérias cop. Axioma 3, Se By, Bay... € B slo disjuntos, entio Px(UBp) = P(X €UBy) = PUIX € Bul) = DPX € Bu) =D Px(Bn): Polas observagies feitas na prova anterior, Py. € determinada pela fungio de distribuigio de X: por outro lado, ¢ claro que a funglo de distribuigao Fy & determinada por Py, pois Fy (i) = P(X <2) = Px((-0,2)). Em outras palavras, Fy determina Pye vice-versa Definigio 2.4. A probabilidade Py, definida na a- Oe 1B, qual a distribuigio de ¥? Resposta: ¥ ~ M(p,0%), ou seja, Y tem densidade etn veR fry= E claro que ¥ 6 vaidvelaleatGria, pois ¥ < y se, somente se, X < Ut, dle modo que o evento [¥”

Oe c © R. Endo ¥ tem densidade 1, (v-e fon jx (4), ver (Notemos que no exemplo da normal, c= ib = 0) Prova, Fy(y) = PUY ay Pela Definigao 2.3(b), 9(u) nt ‘A distribuigdo de uma varivel aleatéria 53, ‘Comaconseqiéncia da proposigao, vemos que quando f(z) €densidade, po einosconsvirama familia de densidades(f,) dfinindo fy) = hf (5°) este e380, 6 chamado pardmerro de loeagao e b, pardmeto de escala. No Fxemplo9 (norma, € parimetro de Tocagio eo & parimetro de eseals. (Para ficar a Tinguagem, notemos que multiplicagao pelo fator b corresponde a ust - do da constante ¢ resulta numa translag: ina mudanga de escala, © ad smudianga de Toea40.) ‘psemplo 10. X tem distribuigio de Cauchy (padrio) se X possui densidade f(a) = 4 =item FP (Werfique se € realmente uma densidade!), Se ¥ — bX + AM, onde b > 0, IM ER, entio ¥ possui densidade b WO= eT yoy YE® Na familia de distribuigdes de Cauchy, o parimetro de loc co parimetro de escala brepresenta a distincia entre a mediana e 0 primeiro (ou o terceito) quartl: Hyp 25% 25% fH Ne Mb ar Mib v 1° quart 3° quattil Figura 17 Exemplo L1. Distribuigo gama, Quando > 0a fungi g(z) = n°-te* € integrivel no intervalo (0,20), ie. Jj” 2! ef der < co. Consideremos, entZo, a fungao gama, definida por (a) = fo° 2-'eF dar, ee >. Int Por partes, vemos que F(a +1) = aF (a) e, por indugtio, (n+ 1) = nt (pois TA) = fg" e-Fde = 1), ébvio que Pa) > 0; logo, f definida por iget tee, >0 seo { 2 0, so rando 54 variveisAleatxas cama gto: Tad. Be Yedda t, o X-Pajl), mio realy tet = yee, y>0 fy) = °. y<0 Esta € a densidade da distribui T(a,8). gama com pardmetros ae (3, indieada eom Neste caso, 4 € parimetro de escala (is vezes, escreve-se a densidade subs- tituindo (por +). fazendo dom que (3 seja pat a). O parimetro a & parimetro de configuracdo (faga o grafico da densidade para entender porque tem esse nome) tro de e Obscevagiio. Quando a ~ 1, a distibuiglo & a exponencial com parimeto 9, que tem densidade f(y) = e-*®, y > 0. Quando a = 4 ¢ 3 dlistribuigdo qui-quadrado com n graus de liberdade (veja 0§2.8). J, temos a No caso discreto, a representagaio mais conveniente da distribuigao de X & geralmente, a fungao de probabilidade. J4 tratamos de umn exemplo de varidvel aleatGria disereta no §2.1, quando vimos a fungao de distriby tendo distribuigo de Poisson com parimetro At. Com efei vemos que se X ~ Poisson (), entio ode uma varisvel Exemplo 12. Dizemos que X tem distribuigdo binomial com parimetros n e P. ‘onde n 6 um inteiro positivo e0

2, entio sconte em srs, em ary, el. Ping 225+ sn) LF leaytay + Pn) quando Mm — 00 alendo resultados antogos quando yn {2s tm Ls ee FB. Para odo i, Tim Pers. tn) = 0. Também, lim F(tay- tn) = 1. vigintoo (Este € 0 limite quando todas as coordenadas convergem simultaneamente para +00.) Prova. Como no caso unidimensional. Somenté a propriedade F3 € um pouco diferente, E importante notar que se i fixo, entio [X; toc Pi verge para a fungdo de distribuigZo conjunta das m ~ 1 variéveis aleatrias Xie Xia Xiyiee-- Xue Finalmente, quando todos os 2, convergem si- + 400 Vi), entio 0 evento f) [X; < al vst) converge para 1 a ‘multaneamente para poo (ie converge para o evento certo ®, € F(z... Para n > 2,8 propriedades FI, F2.e F3 niio uma fungio de distribuigae: suficientes para que F seja Bxemplo 14, Uma fungio F):ik? — R que satisfaz Fl, F2 ¢ F3 mas nio é a fungiio de distribuigdo de um vetor aleatério (X,Y). Seja Fp a seguinte fungio ‘58 Varlévels Aloatérias om definida no plano: sexdoey zOerty21 caso contririo, Fylzu)~o nesta regizo aberta Figura 18: Grafieo de Fy. E claro que as propriedades Fl, F2 ¢ F3 estio satisfeitas, Mas Fi, no & Fungo de distribuigdo de um vetor aleatério (X,Y). Se fosse, entdo teria contradiga0 0< PO 0. Acontece que uma fungio satisfazendo FI, F2, F3 ¢ F4 ¢ realmente a fungio de distribuigao de um vetor aleatbra, ic. as quatro propriedades s40 Sufcientes para caracterizar fungbes de distribuigio (referencia: Breiman [5], 25). Definisio 2.6, Uma fungao +R!" —+ Be que satisfaz as propriedades F1, F2, Fe 46 chamada funcdo de disiribuigdo n-dimensional (ou n-variada) (0s tipos discreto e absolutamente continuo tem os seguintes andlogos no ‘280 maltivariado: Definigio 2.7. (a) Se o vetor aleatério (Xi, finito.ou enumerivel de valores, & chamado discret. (©) Soja (X;,... ,Xn) um vetoraleatério ¢ F sua fungio de distribuigao. Se existe uma fungdo f(1,.++ sn) 2 0 tal que Flay ...sen =f Po ise ety tan ei 40) Rs Xq) toma somente um niimero exgo f& canada densidad do vetoraleatro (Xiy.++ Xx) eu densidade a " wes ese eas, demos que (X1,... Xa) 6 (absolutamente) continuo. (60 VariavolsAleatios cop. 1 Valdas as extensies para 0 caso se-dims da Definigao 24. Isto é Seja X = (i, (Q4,P). onal das Proposigies 2.1 ¢ Xa) um vetor aleatério no espago de probabilidade Proposigao2.1". [X © B] cA VB € B", onde 6" é a o-dlgebra de Borel no RM, (Observagao. A o-flgebra de Borel no B" € a menor c- 9] slo independentes: | [Xz > dfe [0 < Xs < 3] slo independentes (se m > 5); et. jase seqio 25 Independencia 61 petnigio 28. As vardveis aleatrias Xy,... Xm io (oletivamente) indepen dentes 1Xn € Ba) = T] POX € Bi, P(X € By, X2€ Bs YB) EB E= bye ot Onservacdes: (1) Essa definigao equivale a definigo informal, poi 10, P(X: € Bi, Xa € Ba) = P(Xy € Bi, Xe € Ba, Xv ER, P(Xy € Bi)P(X2 € Ba) LT = P(X © By)P(Xa € Be) (2) Usando 0 mesmo racivesnio do item (1) (ou a definigdo informal), vemos, que pa toda faa de varidves aeatiasindependentes, qualquer subfamitia também formada por variéveis independentes. Por exemplo, se X, ¥ eZ so independentes, entio X ¢ ¥ também o sio. (Essa 6 uma propriedade “here- GivGria” de varidveis independentes, segundo Breiman (6].) por exem- Xn eR) = G) Ocorre que as varkiveisaleat6rias Xy,... , Xn So independentes se sia angio de dstribuigo conjunta fatora e & 0 produto das fungbes de distibuigio individuais. De fato, temos a seguinte Proposigo 24. (Critério pa @5eX, 1 independéncia). Xu silo independentes, entio tn) = T] Fxj(eids V(t. n) €R Px Xn (b) Reciprocamente, se exstem fancBes Fy... ly tas que lin File) =1 para todo e Py, Xal@ire fn) = TL Fea, Vien tn) eR", entdo Xy,... , Xn sao independentes ¢ Fy = Fx, Vi (Em outras palavras, Xy,... , Nw so independentes se, e 96 se, sua fang de distibuigdo conjunta fatora e eada fator converge para | em -+oo, No item (©), notemos que nd € precis tribuigdo; basta Veritiear se F(x) 0 verificar se F; € fungao de Lquando ar + +0,Vi) 62 Varidvels Aleatoias nan -s. Endo Xy independer Fre enyXults eos tn) = P(X $1400 Xn Stn) P(X € (-20,21),--+ 5. = (por hipstese) = [J P(X, € (—00,n4)) = = [LPOG <2 = T] Fx 2. ¥en. sn). in © (-00,2nl) OF, Xia Sm, XS, (2) = POX [Px bn) ~ Pq (Qn) = - [IP < xis) =f] Poe B) (sopdo25 Indepondéncia Ja que qualquer intervalo € limite de intervalos do tipo (a,}), 0 resultado Eralido se os 8, sio intervalos quaisquer. Por aditividade, vale se os 1B, si0 dnidesfinitas de intervalos. Para verificar que vale para tox 0s borelianos 2, tilize o argumento sugerido na prova da Proposigao 2.1.) o [No caso continuo, 0 crtério pode ser escrito da seguinte maneita: Proposigio 2.5, (Critério para independéncia no caso continuo). (Se Nyy... Xn so independentese possuem densidades fx, ++ IX nto a function Frye en) = [TL Fx, eis ie tn) €R" Edensidade conjunta das varidveis aleatérias Xy,... Xn. be f= 1. (0) Reciprocamente, se Xty.-+ Xn tém densidade conjunta f satisfazendo Slay. ain) = TL filets Vein tn) ER" Mi, entdio X1y.++ -Xw sflo independentes € fies Am fonde fix) > 0 [, file) de = Jie adensidade de X, para i Prova. (a) se Xs... Xn So independentes, entio Px, XulEhy tp) = (pela Proposigao 2.4(@)) =] Fx, (ra = ff asom- = f° [txt frat) dl. dln Logo fy, é densidade conjunta de X1,... »Xns pela Definigho 2.70). [om [Ere state t= = (or istesey= [i flea Solent = Tf. uta. ~ (pela definigao de densidade) OO) Px Xn (Bree 9a) 64 variévels Aloatria Cap. 2 Definindo F,(aj) = J, filty) dt, temos, por hipstese, | lim Fy(x{) = 1. A Proposigdo 2.4(b) implica que X;,... Xp si independentes e F; = Fx,. logo {fi € densidade de X; a (Veja o exereicio 22 para um iXGrio para independéncia no caso discreto,) Exemplo 15, Dizemos que o vetor aleat6rio (X,¥°) possui distribuigdo normat bivariada quando tem densidade dada por 100) gaayrapen aaa Eat) ~ (5) (a) (SE) ]} onde o > 0,02 >0,-1

0). Exemplo 16, Seja Cc Ruma regito tal que Vol G > 0, onde Vol Gé 0 volume adimensional de G, de modo que Vol G@ = fg, {1dr ..din. (Quando Kayes Xn) n= 2 porerempl, ol @ = dren) Dizemot que X = uniformemente distribufdo em G se X posstt densidade tcc styye {HEY Cte yen) EC Fry. tn) {3 (ips sata) FG i.e. f= gig. onde Ic € 0 indicador de G. (Observagio: O indicador, ou fungao indicadora, de um conjunto G €a fungi {que toma o valor 1 em Ge toma 0 valor 0 fora de G, ie. Iq(t) = Ler eG, Igla) =08e xe") Neste caso, X tem a distribuigdo uniforme em Gi, dada por pope B= fig f foew ender ndin= fy f Gly = VoBNG) ye yn Val @ Notagito: (8 pontos de C’ so, de certa maneira relativo, representado pela densidade X ~ U(G). Quando a distribuigio de X € uniforme em G, todos .quiproviveis”, pois tém o mesmo peso sta definigao pode ser usada também no caso de n = 1, com Vol @ = comprimento G. Por exemplo, X tem distribuigao uniforme em (0 | se possi Indepondéncia 67 sagho25 densidade ; joa) J = Somprimentofo, a] ~ 7"! Se G é retdngulo, ex X, Xn, sio independentes e cada uma € uni- formemente distribufda, Por exemplo, seja G = [] (aj, 4). Entiio Iele,.--en)=T1{ a) i nde a sitima iguaiade se justia por (iy 5@n) €G ay € fay, bi] Vi, ou ja, Iettsev- sn) =14 Fgh (2a) = 1s para todo t= 1... sm Como = a; 6 densidade da distibuigdo Ulaj,®%h a Propose 2.50) diz que Xi... Xn So independents e X; ~ Ula, Se Vol @ = 0 nio se poe usar a defnigio dada acima para definir distibuighouniforme em G. Mas em ceres casos, tal dstribuigo pode ser dein de manera bem intutiva, Para ustraresteConceto, sea Ca diagonal o quar uritirio no plano Figura 19) Como voe® interpretaria “o vetor (X,¥) € uniformemente distribuido em op. claro que com isto queremos dizer que para todo boreliano B no plano, comprimento (GB) v2 Notemos que esta distribuigio é singular; nao existe uma densidade conjunta, (Suponhamos que exista uma densidade conjunta, f(x,y). Entio Pxy(@=1 +f [ femdedy=1 Pxy(B) = PUX.Y) € B)= Mas rea G=0, logo i [ fevn)dedy =o. Absurd) E ficl verfcar que X ~ U0, 1] €¥ ~ Ub, 1. Logo, fea provado que se X tem densidade e Y também, ndo é necessariamente verdadeiro que X e Y possuam wma densidadle conjunta. Ja sabemos, contudo, que vale a reciproca (Proposigio 2.6(b)): se X e ¥ tém densidade conjunta, entio existem as densi ddades marginais, com sxe) = [ fewey frin= f° Seow) de ‘Cabe notar aqui que X e Y sao discretas se, ¢ somente se, (X,Y) € discret, (Verifique!) Logo, temos o seguinte esquema, onde Xp So varkiveis aleatérias em (9, A, P) xX rn diseretas +5 (X1,.-. Xn) discreto Xijes- Xn absolutamente | (Xiy--- Xn)absoluamente ccontinuas. continuo. ‘ es Xn eames - (e zstearenes> continua continuo. aquest Distribuigsios de tungées do vardveis ¢ votoresaleatérios ‘Observamos que sob a hipétese adicional de independéncia, temos equi- valencia nos dois casos, pois Ny... , Xn independents ¢ absolutamente cont suas = (Xi,--+ Xn) absolutamente continuo, pela Proposigio 2.5(a). 26. Distribuigdes de funcdes de variaveis e vetores aleatérios sein X = (Xrs--- Xn) um vetoraleatrio em (9, A, P), consideremos o pro- plema de determinar a distribuigdode¥ = g(Xi,... , Xn). Este problema inclu ‘oproblema de determinar a distribuigo da fungio de uma varidvel aleat6ria, ou seja, de Y = 9(X), pois uma varidvel alea n=0) CObservagio. Para que Y seja uma varivel aleatéria, vamos supor que g seja -mensuravel a Borel, ie., g(B) = {en ‘Toda fungiio que se pode visualizar é mensurdvel a Borel ~ em particular, toda fungao continua © é ~ € niio vamos nos preocupar com esta questo. (Para um ‘bom tratamento da mensurabilidade de fungdes, veja Doob [8], §V.1.) +tn) ER” :g(a1,... an) € BEB", VB EB Formalmente, 0 problema é de fécil solugio, pois a fungao de distribuigtio aye Fy) = PY <¥) = P(X... Xn) <9), cesta tiltima probabilidade pode ser calculada por meio da distribuigo conjunta de Xy,... Xn: se definirmos By = ((r1)--- 2m): g(tay--- stn) Sw), entdo g(X1,-.. Xn) Pxle igeD=¥j ‘Vamos ver alguns exemplos dos calculos envolvidos no caso de X continuo, Exemplo 17, Se X ~ Ulo,1], qual a exemplo, X stribuigio de ¥ = —log( XJ? Neste ‘um yetor unidimensional, ie., uma varidvel aleatsria. Como, 0 0, entto PW <9) = P(-ton(X) 8) <1 Solugdo: ¥ ~ exp(1), ie. ¥ tem distribuigao exponencial com parametro I Exemplo 18, Se X ¢ ¥’ sio independentes, cada uma com distribuigo uniforme ‘no intervalo [0, 1}, qual a distribuigao de Z = X/Y? Como < Z <0 se X > Oe ¥ > 0,temos P< Z <)> POX S1,0 0) ow ainda ficar sem definigio (quando X =0e ¥ = 0). Mas esses dois eventos excéntricos tém probabilidade zero, e podemos afitmar que, com probabilidade 1, 7 esté bem definida e toma valores finitos, e,em todo caso, eventos de probabilidade zero silo despreziveis para nossos propdsitos. Se voce quiser, poder substtuir Z pela varidvel aleat6ria 2’ detinida por (a seX>00e¥ >0 0, -¢aso contratio. Voltando aos célculos, tems para 2 > 0, Fy(2) = PUY $2) = PUXY) € Be), onde: ‘seqd0 2.8 Dietrinulgdes de tunes de variivels evetores aleatorios 71 cao cao v Y Figura 20 Podemios restringir nossa atengio ao quadrado unitirio, jé que P(0-< X < L01 (Os aloes de fem Oe 1 sto abitstios) ara certos casos “padio”, existem férmulas que podem ser aplicadas para oblet a distribuigdo de g(X). A soma de duas variéveis aleat6rias € 0 caso mais a ileatérias em (0, A, P), com =X +Y., Calculemos a distribuigdo de Z. A solugio geral (2) = POX 4Y $2) = PUX,Y) € Be), 72. Vasiéveis Alestiran cowpea De (eg ett Figura 21 ‘Vamos suporagoraque(X, ¥)tenhadensidade f(x,y), ic., vamos restringit Jo para o caso continuo. Neste caso, crlaPopnion tt = ff ented =[C [ose w)dedy. éveis s = 2-4 y, £ = y, que tem jacobiano igual Fal?) Fazendo a mudanga de va a tenes Pf so-enaane ff fo enatas = fF alodas, onde gis) = J fle - tbat Logo, g é a densidade da soma Z = X +Y,ie., x= iE fle—tyt)dt = (fazendo 5 = 2 af Fee=deb. Fez) Por isso, ja ests provada a seguinte proposigao. Propossio 27. (a) Se X e ¥ tém densilade conjunta f(x,y), entdo Srey ti. [ fie-tnde= [ Itz tat. (b) Se X e¥ sao independentes com densidades fx ¢ fy, entito (por (a) € «a Proposigio 2.5(a)) X + ¥ tem densidade fear f” fxte-ahrodt= J xioive pat Distribuigdes de fungdee de variévaie@ vetoreealeatéros Se fy € Jo sio densidades de varidveis aleat6rias, sua convolugao ofr fe 6 definda por feted = [ fle~ Hp Portanto, pela proposigao, se X e ¥ sao independentes e absolutamente conti- nas, entio fx «fy € donsidade da soma XY. YYoltandoao exemplo da distribuigo normal bivariada, pode-se mostrar quc, se (X.Y) tem distrbuigio normal bivariada, entio XY ~ N(juy + sesot + apna + 03). (Exercici: veritique os edeulos,) Em particular, se Xe ¥ so independentes (.e., se p =O), entio X + ¥ ~ Na +pa,07 +23). Podemos generalizar esse resultado para a soma de n.varidveis aleatsrias normais independentes. Com efeito, sejam Xi, X2,...,Xn indepenclentes, com Xj Mitis2), 1 <4 0, w > 0, Fyyp(z,t) = PZ < 2,W < w) = PIX +Y < 2,X/¥ < w) = P((X,Y) € BGz,w)), onde B(z,w) & Figura 22 (Podemos restringir nossa atengio ao primeiro quadrant, j& que P(X > 0Y >0)=0). Como X e ¥ tem densidade conjunta eet, 2 >0,y>0 0, caso contritio seo={ sey8028 Distribuigdes de tungies de varlivels @ vetores aleatérios, 75 (por qué), temos poxrieBemy= fi [ femardy =f" [em ante jeu ren iede fea fe HOH 6) fon) Como Fz yy(2,w) =0q 24(b): Z ¢ W sio independentes wo, w>d ve = {Fe 220 i z>o r= {5 co Solucdo 2. (Método do jacobiano. Ao leitor, sugere-se uma leitura ripida antes de passa ao prisximo parigrafo, com uma relida mais profunda depois de ler 0 ‘Teorema 2.1.) A transformagio = = gy(2,y) = 2 +y, w= a(ray) =F € uma eco (correspondéncia biunivoca sobre) no primeiro quadrante (ie., > 0, ¥>0),e P(.X,Y) € primeiro quadrante) = 1. Como © jacobiano 6 Logo Jaw\2w) 76. Variaves Alcatrias ap.2 para s > 0, w > 0(¢ 6igual a zero para 2 <0 ou 1 < 0). = w > Oe 20-7, 2 > 0, slo densidades; de fato, io 1 Ec verificar que gary so as derivadas das fungbes de distibugio Fy: € Fz obtidas na sok Devore eto, da Proposigdo 2.5(b) que Ze W so independentes, © 2e7, 220 ter {q 220 gap, w>d fniwy=f her 222 2.7. O método do jacobiano Suponka que (fp C RU eG € RM sejam regides abertas,€ qve go — Gisela ‘uma bijegao entre Go eG, onde fry. -- stm) = (gultayees snes Gn(tayee 9m) = (ire Ye) Endo existe a fungiio inversa h = grt em G, onde ay = ba liye-- sin)y oes tn = Balas > ta) ‘Suponha também que existam as derivadas parciais a) 1o0 ies¥ ath. 3) Para obter a distribuigdo de Y = (Yi,.-. ,Y¥e) = 9(X), quando a di- mensio de ¥ € menor que a dimensio de X (ie., k . 80. VariiveisAleatoias cap. 2 Esta é a densidade obtida anteriormente. Ocorre que para determinarmos a distribuigio de ¥ = g(X), onde X= (Xa Xn) © Y= Mia Yah podemos utilizar 0 método do jacobiano em muitos casos em que a fungto g no é 1 1, bastando que g seja 1 a 1 quando restrita a cada uma de h regives aabertas disjuntas euja uniaio contém o valor de X com probabitidade um, Para tanto, suponhamos que G, Gi,-.. yx Sejam subregides abertas do I tals que Gay. Gg Seam disjuntas ¢ valha of seb) ce tais que @ fungi glg,, @ resrigio de y a Ge, sefa uma correspondéncia vaca entre Ope G.VE = 1y... se (Neste caso podemos dizer que a fungao a 1") Além disso, suponhamos que a fungdo inversa de g),, denotada gé por hi, satistiaga todas as condigdes da fungio h do caso anterior, e indiquemos com (zs 4) 0 jacobiano da fungi hi, (Este jacobian é Fangio dey € 6. Notemos que hl): @ + Gy & uma bijegio.) ‘Temos, entio, © seguinte esquema: imagem de gle, Vl r{sctia)-1 « webencwea u temos PCY € G) = 1, ie. ¥ toma valores s6 em G (pelo menos com probabi- s0g80.27 ‘© método dojacobiano 81 2.1". Sobas condigdes dadas acima, se X tem densidade f(ry,..- n). ‘entto ¥, tem densidade E Koi LLM) -elewh yee yW= sia me 0, 9 ¢G. Prova. SeB CG, PUY € B)= P(X) € B) 4 = SPX) € BX € Ge = a k = SPX € HB) nm El ind (sy 0. tm)dery «dn = dye data = ‘ = [og PEM IE ldo: me ts Como PCY’ € G) = 1,0 integrando € a densidade de Y' (em C, a Exemplo 20, Seja X uma vaidvel aleatria com distibuigao N(0, 1). Qual a densidade de ¥ = X*" Solugdo. ¥ = g(X) = X?. A fungo g induz duas correspondéncias biunivocas ‘quando restrta a (~o0,0) € (0,26), Conforme mostramos na Figura 25 82 Varivels Aloatéias cap.2 Figura 25 Aqui, G = (0,00), hy) = —Y. Hy) = VG. Notemos que P(X € GuGy) = 1, 0s jacobianos (neste caso as derivada any) = ie y>0) Tap veshew>o ) das A em relagao a y sio \ ye. ware Como a densidade de X € f(r) = zhge**/?, a densidade de Y € LD = SOD 55g + SH D5 = va (Oa ap) com fy (y) =0sey <0. [A distribuigio de ¥ 6, por definigao, qui-quadrado com | grau de liberdade, ¥ ~ x2(1). Como sua densidade é proporcional a densidade da distribuigio T(1/2,1/2) (weja © Exemplo 11) e as duas densidades tém que ter a mesmt integral (— 1), coneluimos que as duas densidades sio iguais (F(1/2,1/2) = #(1))¢. em particular, ty) . payee, a1 oa vie TOP)" (1/2) = va. (Exercicio. Calcule a densidade de X? neste exemplo pelo método basic, primeiro obtendo a fungio de distribuigio © depois derivando-a para obter @ densidad.) apio27 © métode do jacabiano [Exemplo 21. Sejam X € ¥ independentes com distibuigde comum (0, 1). Provar que Z = X?+ Ye W = X/Y sao independentes e achar as suas distribuigses. (Nota: por definigo Z ~ x22), qui-quadrado com dois graus de fiberdade. Voc jé sabe, talver, que IV tem distribuigio de Cauchy.) Solucto. A Fungo: — I, definida por g(x») = (=, é2al: (+ A2/u). ” mi At YS (0) = 0,1) Figura 26 Sejam G = ((2,y) Entio g|¢,, ¢ g|¢;, sie correspondéncias biunivocas entre as regides abertas: Geeae ,€ P(X, Y) © Gy UGs) = 1 (a probabilidade de (X,Y) tomar lum valor na reta {(c,y) :y =0} é PLY =0) = 0) Precisamos, enti, obter os jacobianos das Fungdes inversa G. Mas para tanto, basta obtermos os jacobianas das fungies gle, € g,x ‘ue sio reciprocos dos jacobianos das inversas, ¢ substituirmas © valor (x4) Belo valor f(z, ou A(z, a). Veremos que neste exemplo iio precisamos eterminar explicitamente as inversas (0 exemplo é simples). De fato, temos 1 1 vai Bai) 2H Say), (2) = 0} Gr = {(ara) 2 > 0), Ge = (ley) iy <0), HY eh em Aes), (2,0)) = bi 4 Bw eT Portanto, a densidade de (Z,W) & “em G. Law este) = (F(z, w)) + FAM =, w))} > Her i 83 84 Vartivois Aleatrias cap. Como few temos 1 Faye) =9( ’) geen para (2,) €G,ien2 > 0eweR(e =0, (2,0) ¢@). Como a densidade conjunta € o produto de das densidades, conctuimos (Proposigio 2.5(b)) que Z ¢ W’ sho independentes, Z ~ exp(1/2). € W ~ Cauchy-padt. a (Observagdo. Decorte disso que x*(2) = exp(1/2) =T(s1/2)) ‘Exemplo 22. Obieremos a densidade conjunta das estatfticas de ordem de uma amostra aleatéria de uma distribuigio absolutamente continua. Primeiro, as “bes necessirias: Define 2.9, Varidveis aleatérias que possuem a mesma distribuigao sio che} madas idemicumente distribuidas, Se X,,... Xx Sho varidveis aleat6rias in- ddependentes ¢ identicamente distribuidas, com fungio de distribuigio comum F ~ Px, dizemos que as X, formam uma amostra aleatdria de tamanko n (tirada de F ou tirada de uma populagio com distribuigo /), As X; ordenadas fem ordem crescente S30 as estartsticas de ordem da amostra e S30 representa das por Xqyy- ++ +Ximo onde para w € 2, (Xy(w),--- Xemlw)) € qualquer permutagio de X1(),..- ,Xn(w)) que satistaz Xp) < Xailw) <---s Xm Observagio. Xa) = min(X,,-- Xn) € 0 minimo da amostra, Xe) = max(Xiy--+ Xn) € 0 seu maximo. ‘Suponhamos, entio que X,,..- Xp formem uma amostra aleatéria de uma istribuiglo com densidade f; deste modo J € a densidade comum as X; ¢, pela independ@ncia, X;,... , Xn tém densidade conjunta & Napa (Btye oe Fa Teo. + 9fn) ER", expio27 ‘©método do pcobiano 85 Neste 280, as estaisticas de ordem X,y),-.. ,Xq) possuem densidade conjunta nl] Flay), sen 2, a prova€ andloga. Neste caso, a fungio g & nl a Le hi n! Rgides G;, correspondentes as n! permutagdes de G = {(11,...,0n) 2a) < 2<... < aq}. Como 0 jacobiano de cada permutagio é 1 ou —1, © como produto dos n termos f(y) nio depende da ordem oy ie) seen orem seas, eps» 86 Varieveis Aloatéras cap.2 Consideremos o seguinte exemplo especifico: se X;,-.. , Ny sao indepen- lentes ¢ idenlicamente distribuidas, com Xj ~ U[0,1}, entao f(x) = Ip,(2)e ‘adensidade conjunta das estatisticas de ordem & 0 caso contririo, Te de modo que Xap +++ Ny) «Em distribu fim, o uniforme na pirfmide tn) 0521S... ¢ tn SI} 2.8. Observagées adicionais — varidveis e vetores aleatérios (a) Se X,,.2. Xm tém densidade conjunta f(y unidimensional, f €a derivada de F rn), entio, como no caso no seguinte sentido: Po, Sleysoe yan) = AF Er fem quase toda parte, i.e., em todo ponto exceto num conjunto de medida de Lebesgue nula (volume zero). ED} (b) Seja f:R" —+ R uma fungi ndo-negativa (f(zy,... ,2t») > 0). Como no caso unidimensional (veja §2.2), f & densidade de algum vetor aleat6rio se, € a [=| to O argumento € © mesmo: se a integral é igual a 1, entio ryder, btn = definida por Peso tn) = foe PP Slt tna satisfa as quatro condigdes definidoras de func de disribuigo n-dimensional (erifique!). Reciprocamente, se f € densidade, entio a Definiglo 2.7(b) € 8 propriedade F3 implicam que «integral de f em Bt" & igual a1. (©) Eis uma relago de algumas outras distribuigdes tteis na Estatistica: (i) Sejam Xy,....Xn Varidveis aleatris independentes e identieament= istibuidas com distribuigdo comum 1V(0,1) Dizemos que a soma X? + XP-+--+ + Xf tem distribuigdo qui-quadrado ‘com m graus de liberdade, Notagao: XP4 XB xn). Bees exerccioe Para verificar que a distribuigo y2(n) a P(ni/2, 1/2), siga este camino: Sertique primeiro que X? ~ T(1/2,1/2) (veja 0 Exemplo 20); prove a seguir qquese X e¥ sho independentes e X ~T(a1,8).¥ ~ Faas). +¥~ Tay + 0, ); € finalmente, mostre por indugio e pela propriedade hereditria daindependéncia que X? + ----+NZ ~ P'(n/2, 1/2). (Para verificar que X+Y ~ Plas + 02,3), use a convolugio ~ veja a Proposigie 2.706) Nota: quando n ~ 2a dstibuigio € exponenca (ii) Se X ~ N(0,1), ¥ ~ x2(n), € X, Y so independentes, entio ae "Win tem distribu t de Student com graus de iberdae, Por exempo, seam X;,... , Xn vardves aati inependentes eke deamente distibuidas, eam X, ~N(0y22), onde 0? > 0. De Ka Lv beet Nn) = “média amostal” E fécil verificar que “2% possui distribuigao NV (0, 1). Acontece que (n—ps? =~ xn 1) eX c $* sao independentes (voc® ver isso em algum curso de Estatistica), logo x ~t(n— 1), {iy Se X ~ 209, ¥ ~ 2(n),€ X, ¥ sfo independentes, entio X/k Y/n tem distribuicao F com ke n graus de liberdade, i... ~ (k,n). Pelo item 8 T possui distribuicdo f(x), entio T* ~ (1,1), 29. Exercicios a 1. Seja Xo mimero de caras obtidas em 4 langamentos de uma moeda honesta. er 88 Variévois Aleatérias con. Desenhe 0 grifico da fungao de distribuigao de X, 2. Um ponto é selecionado, a0 acaso, do quadrado unitirio (0,1] x (01). Seja 1X 1 primeira coordenada do ponto selecionado, Faca o grifico da fungig de distribuigo de X. 4, Se adotissemos F(x) = P(X 0, ao de X € sencrcntl, m=01,2, _ pa petonat 5, Suponha que a vida stil de certo tipo de Kimpada tenha distibuiglo expo- neacial com pariietro A (a) (Fata de memra da dstribuigdo exponencil, Compare com o exer ieio 21) do Capitulo 1.) Seja T a vida de uma Kampada desse tipo. Mose que PUL > te s|T>t)= PU > s), ¥st> 0. (b) Suponha que A= 3.4 lampada solitéria & ligada em uma sala no instante £ = 0. Um dia depois, voee contra na sala e fica ali durante 8 horas, saindo no final desse period. ndlo a vida 6 expressa em dias. Uma (i) Qual a probabilidade de que vocé entre na sala quando jé est escura? (Gi) Qual a probabilidade de voc entrar na sala com a Kimpada ainda acesa e sair da sala depois da Kimpada queimar? 22 fl aleatéria com densidade 6, Seja X uma va crt, se i(n)= {i (a) Determine o valor da constante . ssog80 29 10, uM. (b) Ache © valor «tal que Fy(a) = 1/4. (a € 0 primeito quartil da distribuigao de X.) {Uma varidivelaleatSria X tem fungdo de distribuigo 1 se Fle)={ at se 0S2<1 0 se ro. Qual é a densidade de X? ‘Verfique que a fungio de Cantor & uma fungi de dstibuigio Seja X uma varivel aleatéria com densidade f(x) {i sex>o 0, caso contritio. Seja ¥ = max(X,c), onde ¢ € uma constante > 0, (a) Ache a fungao de distribuigdo de (b) Decomponha Fy em suas partes discreta, absolutamente continua € singular. Se X € uma varivel aleat6ria com distribuigdo exponencial de parimetro 1 > 0, qual a distribuigdo da varidvel aleatéria Y = min(X,X)? Faga a decomposigao de Fy Suponha que certa méiquina seja colocada a funcionar no instante t= 0. Para t > 0, seja Q(t-+ At{t) a probabilidade condicional da méquina pifar até o instante ¢ + At, dado que funcionou até o instante t. A 1axa de falha dda maquina é a fungio ay = jm, 0A se este limite existe. Suponha que h(t) = Aat®=*, onde A > 0, a > 0. (a) Ache aequagao diferencia satisfeita por P(t) = P(T’ > t,t > 0,onde T €a vida itil da maquina. (Suponha que P(t) seja continu POO = lee que as fies eta er so gs) (b) Resolva a equagio diferencial do item (a). Qual a densidade de T? (Observagio: A distribuigio de 1’ € a de Weibull com parametros © A. Quando a = 1, a distribuigdo é exponencial; quando a = 2, & Exerciclos 89 90 Variévele Aloatérias can. de Rayleigh. Estes dois casos foram considerados no exereicio 27 do Capitulo 1.) 12. Determine a densidade de Y = (b—a)X +a, onde X densidade da distibuigo uniforme em (a, 6, Faca o grifico da fungao de distribuigio de ¥. 13, Se X em densidade f(r) ='e y =Ix}? I 14. Cinco pontos sio eseolhidos, independentemente e a0 acaso, do intervalo [0,1]. Seja X 0 niimero de pontos que pertencem ao intervalo (0,c] onde 0<0 <1. Qual adistribuigdo de X? Voll. Ba escrevemnos Y ~ Ula0}) * 00 < ar < 450, qual a distribuigao de 15, Determine a distribuigdo do tempo de espera até 0 segundo sucesso em ums seqiiéncia de ensaios de Bernoulli com probabilidade p de sucesso. 16, Uma massa radioativa emite particulas se uma taxa média de 10 particulas por segundo. Um contador é colocado ao lado da massa. Suponha que cada particula emitida atinge o contador ‘com probbilidade de 1/10, que © contador registra todas as particulas que ‘0 atingem, e que no hi interacao entre as particulas (elas se movimentamt independentemente). indo um processo de Poisson 8 ) Qual a distribuigio de X; “! niimero de particulas emitidas até 0 tempo Lio (by Prove que ¥; tem distribuigo de Poisson, onde ¥; & o niimero de particulas registradas (contaclas) até 0 tempo t, 1 > 0. Qual 0 metro? % 17. (a) Demonstre que a fur TU, se r>dey>0 0, caso contritio no & fungiio de distribuigdo de um vetor aleatério. () Mosire que aseguinte Fungo ¢ fango de distribu de algam (X,Y) (-e2)1-e), 220 ey 20 Foew)- ats cnet. Exoreiclos 91 se9H029 18, Uma uma contém trés bolas numeradas 1, 2 ¢ 3. Duas bolas sio tiradas 10. Seja X o dimer da sueessivamente da urna, a0 acaso € sem reposi primeira bola tirada ¢ Y 0 niimero da segunda (a) Descreva a distribuigio conjunta de X e Y- (b) Caleute P(X < Y). 19, Dizemos que a distibuigo conjunta de X,... Xn 6 invariante para per~ tmutagies se toda permutagio das X; tem a mesma distribuigio, Le., se (Xp Xnaeeos sXag) © (Xiy--+ Xn) para toda permutagio (715-.+ +n) do vetor (Iy.-+ 51) (a) Mostre que se (X,Y") ~ (YX) € X & ¥ possuem densidade conjunta Jle,y),entio P(X < ¥) = P(X > Y) = 1/2,com P(X = ¥) =0- ibuigio conjunta de Xn possuemden- (b) Generalize o item (a), provando que se a Xj... Xn €invariante para permutagdese X1, sidade conjunta f(.r1,.+- 520n),entio < Xn) = PX << Neu) = i PIX, < Xa < e P(X; 20, Seleciona-se, 20 acaso, um ponto do efreulo unitério ((,4) =? +9" <1} Sejam X e Y’ as coordenadas do ponto selecionad. @ Q (b) Determine P(X <¥), P(X > Ye P(X =) 2, Seleciona-se, ao acaso, um ponto do quadrado univ {(r,4) 20-< Oc y <1}, Sejam X eY as coordenadas do ponto selecionndo, (2) Qual a densidude conjunta de Xe? (b) Caleule P(Y/X =) < 1/2) (©) Calcule POY > XI > 1/2) Bs X; para algum par (i,j) al queé # j) = 0- a densidade conjunta de X e¥? 22, (Critério para independéncia no easo disereto.) (a) Sejam Xe Y’ varidvels aleatérias diseretas, tomando respectivamente os valores 1 tts. « Prove que Xe Y so independentes se, e somente se, P(X = ayY = yj) = PIX =a PU = wy) Ving 92 Varlavels Aloatorias 23, 28, 29. 30. mp.2 () Mostre que se Xe ¥ tomam somente um mimero finito de valores, ddigamos 21,... 1m € Yiy-.- stn, entio X e ¥ slo independentes se P(X = ag¥ = yj) = PUX = 2)PY = yj) paral 0,b > 0. Quala probabilidade de queos trés sezmentos [o, X] [X,Y], [%,0+-b] possam formar um trfingulo? Demonstre: se a variével aleat6ria X € independente de si mesma, entio X é constante com probabilidade 1 (Ge, existe uma constante ¢ tal que PIX =0) = 0). Suponha que as vidas tteis T eT de méquinas | e HT sejam variveis aleatGrias independentes tendo distribuigdes exponenciais com, respectiva- mente, parimetros A, © Xo. Um inspetor escolhe uma das méiquinas a0 caso, cada uma tendo a mesma probabilidade de ser a escolhida, e de- pois observa a méquina escolhida durante a vida dtil dela. (Suponha que & escolha seja independente das vidas.) (a) Determine a densidade de 7’, onde T € a vida observada. ‘seqio29 {b) Suponha que o inspetr parou de observar a méquinaescothida depois 0. Calcule a probabilidade do primeiro estudante demorar pelo menos duas ‘yezes 0 tempo do segundo para resolver 0 problema. 32, Um ponto € selecionado, ao acaso (L.e., conforme a distibuigdo uniforme), do seguinte quadrado: Figura 27 Sejam X e ¥ as coordenadas do ponto selecionado. (a) Qual a densidade conjunta de X e Y? (b) Obtenha a densidade marginal de X. (©) X eY sao independentes? 33, Suponhamos que X ¢ Y tenham distribuigtio conjunta dada pela seguinte tabela: x1] 2) 3 1 0/1/56 0 211/5| 1/5 | 1/5 3/0 /1/5' 0 (Por exemplo, P(X =1,¥ = 1) =0e P(X =2,¥ =1) = 1/5.) (a) Determine as distribuigdes marginais de X e Y, Exercicios 93 94 Variaveis Aloatériag cap.2 (b) Xe ¥ sao independentes? Por qué? 26 34, Sejam X e ¥ varidveis aleatérias independentes com distribuicao uniforme em [0 ~ 1/2,0 + 1/2], onde @ © R, Prove que a distribuigio de X’ — Y' no depende de 0, achando sua densidade. Xn variveis aleatérias independentes com densidade ev. gh com parmetro 0 > 0: fia) = { #en(-3 0 (a) Determine a densidade con} (b) Qual a distrbuigao de U (Como se chama essa distribuigio?) a de ¥i,... sYnsonde ¥j = XP amin X,? (6) Caleweaistriuigdo de Z = % 36. Sejam as variéveis aleatérias X,, independentes & exponenciais com, respectivan on (a) Mostre que a dist rnin, X; 6 exponencial. Qual 0 parimetro? — (b) Prove que para k= 1,... 7 P(X, = min Xj) =——% _ en) arte Fen (Sugeno. Xi mip X; so independents e, peo iter (), exponen: ciais. Considere o evento (Xj, < min Xi) wk 31. X uma varidvel aleatéria cuja fungdo de distribuigao Fé uma fangio continuanareta, Provequeadistribuigaode Y = F(X)EU[0, 1). (Sugesta. Prove primeiro no caso de F estritamente crescente, Observe que nio € suficiente provar no aso absolutamente continua; vale também quando a fungio de Cantor) 38. (a) As varidveis X, ¥ © Z slo independentes, cada uma uniformemente distribuida no intervalo (0, 1]. Determine P(X < ¥ < Ze P(X <¥ < 2), ens Exoreelo (0) Se. X,Y € Z sao independentes¢ identicamente distribuidas, ¢ a Fungo de distribuigdo comum Fé continua, qual € P(X <_< Z)? Justifique sua resposta. (Sugestio, Exerefcio anterior.) ndependentes com distribuigdes de Poisson tendo, res- metros \y € Az. Mostre que X'+Y ~ Poisson (Ar + Aa). 39. (a) Sejam Xe Y pectivamente, part (by Mostre que se Xi... Nw pei = Lyn, entiio Xy + 40. Certo supermercado tem duas entradas, Ae B. Fregueses entram pela entrada A conforme um processo de Poisson com taxa média de 15 fregueses por minuto. Pela entrada B, entram fregueses conforme outro processo de Poisson, independente do primeiro, a uma taxa média de 10 por minuto, X; ~ Poisson + An) independentes tais qui + Xn ~ Poisson (Ai + (a) Seja X; 0 mimero total de fregueses que entram no supermercado até © instante ¢ inclusive), para t > 0. Entio {X; : ¢ > 0} também € processo de Poisson (ndo & preciso provar). Qual © parimetro deste processo? Justifique sua resposta. (b) Seja 7} o tempo em que o primeiro fregués entra pela entrada A, com V0 tempo em que o primeiro fregués entra pela entrada /3. Ache a distribuigo de min(T}, V1), © minimo dos dois tempos. 1a probabilidade dle que o primeiro fregués a entrar no mer- ntre pela entrada A, (©) Determ ceado 4 Seja A o seguinte tridingulo: Figura 28 Supona que Xe ¥ tenham densidade conjunta f(y) = eF ACE 9)- (a) Determine valor da constante ¢ (b) Caleule a distribuigio de X,ade Y cade Z=X+¥ 96 96 Variévels Aleatérias Con. (©) Xe sto independents? Por qué? 42, Se X e¥ stio.as coordenadas de um ponto selecionado, ao acaso, do cireulo ‘unitério {(c,y) = x? + y® < 1}, qual a distribuigdo da variével aleatria Xt Y 43, Scjam X e ¥ varidveis aleatérias independentes, tendo distribuigo comum 0,1) (a) Qual a densidade da varivel aleatéria Z = X +? (b) Ache a probabilidade da equacio quadética Xt? + Yt+ Z = Oter raizes rea 44, Dizemos que X tem distribuigio de Weibull com parimetros ¢ \ se X tem densidade Sox (2) = dare Teo,0)(2), onde a > 0 € A> 0. Suponha que a vida itil de certo tipo de méquina, i.e, 0 tempo que ele funciona até pifar, possua distribuigio Weibull (a, 2), Colocam-se em fancionamento,simultaneamente,n dessas miiquinas. Qual a distribuigaio do tempo de espera até alguma maquina pifar? (Suponha independéncia das méquinas.) 45, Sejam X e ¥ varidveis aleatrias independents, X tendo distribuiglo de Poisson com parimetro \ = 5, ¢ Y tendo distribuigio uniforme em (01. ‘Ache a densidade de Z =X +Y. 46. Langa-se um dado equilibrado duas vezes, independentemente. Sejam X ¢ ¥ as varidveis aleatrias que representam os mimeros obtidos em, respect vamente, 0 primeiro e 0 segundo langamento. (a) Determine P(X = Y) (b) Descreva a distribuigo de W = |X = ¥. (©) Seja gag © X4¥ én “Yo se X+¥ 6 fmpar. Explique por que X e Z sio, ou nao sao, independentes. uniforme) dos +1). Sejam X€ 47, Escolhe-se um ponto ao acaso (ie, conforme a distribu lados do quadrado de vértices (1,1), (1,—1), “1, =I) e (~ Y¥ as coordenadas do ponto escothido. sxp8o29 Exerictos (@) Determine a distibuigio de X + ¥) (b) Ache P(WW > 0), onde W’ 6 0 maximo de X e¥ gy ria independentes com distribuigo comum =X io independentes € = *G¥ também sao independent 48, Sejam X e ¥ varidveis alea 2 (0,1)- Mostre que U = XA e (0.1). 49, Sejam X e¥ varidveis aleatsrias independentes com distribuigio comum Up, 1]. Ache a densidade conjunta de W e Z, onde W =X +¥ eZ = X-Y, We Z sto independentes? 50, Supona que X seja uma varidvel aleatria com distribuigdo 1V(0, 1). Cal- cule a densidade de ¥ = Xt e ade Z = 1/X. ¥ e Z possuem densidade conjunta? Por qué? 51, Seja X uma varidvel aleatéria possuindo densidade f(x). (a) Ache a densidade de Y = |X| pelo método bisico, obtendo a fungio de distribuigio de X e derivando-a. (b) Ache a densidade de Y pelo método do jacobia 52. Suponha que X, ¥ e Z possuam densidade conjunta wart Ser >0,y>der>0 o caso contriri. \+Y +7 deduas maneiras diferentes (método biisico ¢ método do jacobiano). ‘53. Sejam X e Y varidveis aleat6rias independentes com distribuigao comum, exp(A). Prove que Z = yXy ~ U0) 54. (Extenso do método do jacobiano para 0 caso de k infinito.) Seja Y = MX), onde X = (Xi,--.,Xn) ©Y = ayes Ya). Suponhamos que G,Gj,Ga,... sejam subregides abertas do R" tais que G,,Ca,..- sejam disuntas € P(X © UGn) = 1, €tais que gg, Seja uma correspondéncia biunivoca entre Gn €C/, Vn > 1. Demonstre oseguinte teorema: sea fungao 10, a inversa de gl, satistaz as condigdes da fungao h do Teorema 2.1, o7 98 Varidvois Aleatrias cap.2 Vn > 1, entio ¥ tem densidade EMMY) Tulyl » yee fyw=9" 3 os Z a o » yg¢G, onde Jn(z,y) € 0 jacobiano de hi ‘Se X possui densidade f(x), qual a densidade de ¥ = cos X? (Sugestao: Use 0 exercicio 54.) 56. Sejam Xe ¥ vari Ulo,a},€ sejam R aleat6rias independentes, tendo distribuicao comum /Bog( Jt = X)}¢ © = n(2¥ ~ 1) (2) Mostre que © ~ U[-,77 que R tem distbuigio de Rayleigh com densidade rer, r>0 0 | rsp fe) (b) Mostre que Z e W, definidas por Z = Reos © e W = Reen @, si0 independentes com distribuigo comum N(0,1) (Observagdo, Este resultado € de interesse na simulagio de varidveis aleat6rias independentes e normais, pois indica como transformar niimeros “pseudo-alea- t6rios” (simulagGes de varidveis aleat6rias independentes e {[0, 1|) gerados por computador.) 97. (a) Se Xe ¥ tem des W e Z, onde W ssidade conjunta f(x,y), ache a densidade conjunta de aX +heZ=c¥ +d,a>0,c>0,beR,deR, (b)Seja(X,¥) um veto let otendo dsbugsonomalbivariada com a densidad dada no Exenplo 15 (62.5). Qual a densidad de (WV, 2) = (2a 58)? Ouest (6) Se (X,Y) tem distribuigio uniforme no efrcuto unitério ((x, y) € 224 y? < 1}, qual a distribuigio conjunta de We Z (como definidas 10 item (ay? 58. Suponhaque X ¢¥ sejam independentes, com X ~ P(ar,1)e¥ ~P (eas) donde a > Ve ay > 0. Mostre que X + e X/Y¥ sto independentes e ache as suas distribuigdes. 59. Suponha que X,,... .X» formem uma amostra aleatsria de uma distrib igo com densidade f(r). Mostre que P(X: < ... < Xn) = 1/nt e que ‘seq8029 Exoreicios P(X; = X) paraalgum par (i,j) tal que i j) = 0. (Veja o exereieio 19.) ps 60. Suponha que X,,-.. Xn sejam independentes e identicamente distribui- das, com densidade comum f. Mostre que a densidade eonjunta de us min Xe V n(n DIF Qe) — Fey? fps), se use Jovud={) weet (Sugesido. Primeiro obtenha P(u < U,V < v). Depois, calcule a derivada da fungao de distribuigdo conjunta.) 61. Sejam Xi, Xp varias tribuidas, com distribuigdo uniforme em (0,6), onde 0 > 0. Sejam Us min Xi, aleat6rins independentes ¢ identicamente dis max Xi (@) Prove que a densidade conjunta de (U, V) é n(n —1)(v—uj"-2/0", WS Ucvsd ros { 9 toca (Sugestao. Bxercicio 60). (b) Prove que a densidade de V — U esté dada por joy {BEE (4), Oswsd 6, caso conttio, 2 SeXy comum U0, 1], mostre que X,, slo independentes com distibuigi —2n log ¥ ~ 2020), onde ¥ a média geométrica das X;, definida por re (fs). 63. Mostre que se X ~ ¢(1), entdio X tem distribuigiio de Cauchy. 3 Esperanga Matematica 3.1. Preliminares: a integral de Stieltjes [Niio é necesério ler esta segdo primero para poder acompanhar as segbes seguin- tes, O leitor que jé tenha alguma familiaridade com as propriedacdes da integral de Riemann-Stieltjes, que sao parecidas com as da integral de Stieltjes, pode omitir esta segdo € consulté-la quando precisar, Ao leitor que nao conhega a integeal de Riemann-Stieltjes, sugere-se uma leitura répida antes de prosseguit A segiio seguinte. ‘Se ¢ 6 uma fungao continua definida no interval [a be F éuma fungtio de distribuigdo, define-se a integral ce Riemann-Stieltjes de yp em ja, b), em relagio ‘a F (ou ponderada por F'), como o limite de “somas de Riemann” da forma LvwdlF ey) F@dh Gy onde a= 21 <2 <... 0, ser 0€ En{ey) = 1, ic, ve 6 a fungao de probabilidade de X, entao p(r,) € 0 salto bremze / edP = We ple)aF (x) = > lesbwle: Umaexplicagdo intuitiva desta propriedade resulta da interpretagio da diferencial F(x) como igual a plir,) no ponto 1 € Zer0 nos pontos x que nao so pontos Salto de F (notemos que F eresce apenas em seus pontos de salto). 104 Esporanga Matematica cine Quando a regio de integragao é um intervalo finito, temos I * pF = ‘como é explicado nos itens 9 ¢ 10 abaixo. YL vlenplea, (7) Quando F & fungio de distribuigao de uma varidvel aleat6ria continug tendo densidade f, entio f & a derivada de F° (em quase toda parte), tems dF (2) = f(a)de e, em analogia com uma propriedade da integral de Riemann. Stieltjes (Rudin [19], Teoremta 6.17), rear = Petar, [oar = £ ela) f(a)de. (8) No caso de mua fungio de distribuigio geral F, onde a decong posigao de partes disereta, absolutamente continua e singular & dada por F = Fy + Fac + Fs, temos, por linearidade, few [rotar [otter [ oat. Em particular, quando F néo possui parte singular (F(x) = 0 V2), entao ow estas [ette 5 = ES etepntey+ [ eerreerer aces [oar = f eater [otto = Deteimed+ [ eeotends, onde p(zj) é 0 salto de F em x; © f €a derivada de F (f € também a derivada de Fyey de modo que f(x) = “5 e f(x) = ie!) com as duas igualdades vvalendo em quase toda parte). (9) Mique F € continua & dieita a integral de Riemann-Stieltjes em [a,b se existe, ignora um eventual salto de F’ no ponto a, mas leva em consideragio Proliminares: a integral de Stieies 105 sont 34 sn eventual salto de F no nto. Por exempo, defnamos 0 Filt)=) 4 1 ‘Yemos que a fungao de distribuigdo F,, embora possua dois pontos de salto genencents 0 interalo fab, sata somente uma ver nesse intervalo: sence seacr |2,[ (1) Aeesperanga de X ¢ também chamada média de X, ou valor esperado de X ‘Com efeito, F.X & uma media ponderada, onde 0s pesos So as probabilidades P(r). .e., EX 6 uma média dos valores possiveis de X., ponderada conforme a Aistribuigao de X jode ‘Uma possivel explicagio intuitiva desta definigao reside na interpret Drobabilidade como limite de freqiiéncias relativas:interpretando X novamente ‘como um caracteristico numérico do resultado de um experimento, suponhamos {ve vamos repetir (pelo menos conceitualmente) o experimento n vezes, inde- Pendentemente, e observar os valores esse caracteristico ‘aperimentos, se m & grande, as observagdes tomario o valor x com freq ‘elativa de aproximadamente pr), para todo i, isto é,., aparecerd mais ou me- Ios npx.r;) vezes nas n observagdes. Portanto, o valor médio observa nesses ‘ensaios do experiment i.,a média aritmética dos n valores observados, ser Proximadamente igual a $ Dilan = Yaw). Exte valor seri o limite quando n + co, ie. 0 valor médio obtido em Rensaios do experimento convergira para EX quando n — co. (Esta 6 uma Yersio da Lei dos Grandes Nimeros. Veremos mais sobre essa lei no Capitulo 5.) 0, podemos dizer que “esperamos” obter a longo prazo um valor médio umérico, Nesses 408 Esporanca Matematica BX. Exemplo 2, No exemplo do processo de Poisson (Exemplo 8, §1-3), £04 dito aque \era 0 nimero médio de chegadas durante um intervalo unitirio de tempo, ‘Verifiquemos isso agora, recordando que 0 nimeto de chegadas em tal invervalg possui distribuigdo de Poisson de pardimetro A. Em particular, temos X ~ Poisson (A), portanto a a yt co ye EX, = CkP(X =) = ke =e ay 2 ( ) ue 5 Le 7 (fazendo j -yar? ye = CObservamos agora que quando X é disereta, o item 6 do §3.1 diz. que BX = fadF(x). f essa definigio que adotaremos no caso geral, mantendo ‘assim BX como uma média dos valores possfveis de X, ponderada conforme a distribuigio de X. Para jusificarmos 0 uso dessa definigio, partindo de (3.4), ‘vamos aproximar X’ por uma variével aleatria disereta. Consideremos uma partigio da reta em pequenos intervalos [; centrados em pes co een Csintervalosnitopreciam serde mesmo compriment; suposhanes apenas quectessejamuniformemente pequenos,no sentido dequessp,(ah-Ys-2) = AL Sela pequeno. Definamos ua varvel aleatria discreta ¥ como a varie! sleatéra que assume o valor, quando X assumeum valorem 00 ej, em notaeo formal ¥=Domhven 4] = [IX € Li que € um evento aleatéro, ¥ évarivel aleatri. E sua esperanga & -YaP(K eh). ‘Como [Y discreta, pois assume somente os valores EY = 0 aPY =) aio? Esporanga core ve BY 6 finita so, esomente se 5 |a1PCX € 1h) < oe ‘Mas ¥ é uma boa aproximaeio para X, pois |¥ ~ X| < M (paraw €[X € yy Xo) € Hee Yu) = 21, logo WY (w)~ Xo) < We i a)/2-< MP2). ‘aque os vals de Ye X tn uma diferenga sempre < Af, bem inuitiv requerer que nossa definiglo da esperanga (= média) satisfaga|EX -EY| < Af fers palavras, queremos que EX sejaoTimite de BY quando M — 0, se limite exists, Le, = gn, DP ef) (pote-se mostrar que existe limite se 32}x5[PCX € f) < +0 par alguma patio com M <0, ou sea se BY 6 fia pra alguma parti.) Caleulando o limite, ems BX = Jim, DomPr De ( se Fe I sio finitas, entdo X ¢ imtegrivel, Gi) se 16 finita e 11 = +00, entdo F oo, c )) se I = ~s0€ IT 6 finita, entio BX = ~00, (iv) se = -se IT = +00, entio EX nfo esté definida, ‘Assim, X' 6 integrdvel se, © somente se, fx|d/Fy (2) < oo. Mais tarde veremos que f |ekdFy-(2) = B1X|,de modo que X € integravel ¢> B|X| <° (4) Se X tem densidade (2), ent%o pelo item 7 do $3.1, EX f ad Fx (2) = f xfla)de. Seadensidade f forintegrével a Riemann (no sentido usual) entio esta tltima in- tegral também serd de Riemann (Rudin [19], Teorema 6.17). Em outras palavrass ‘yoo’ pode continuar a trabalhar com a integral de Riemann no easo continuo. [No caso disereto, jd vimos que EX = Sy-ryp(x). Peto item 6 do §3.1, es definigio concorda com a Definigio 3.1 No caso geral, suponha Fy = Fy + Fac + Fs. Entio px f wtf x(e) = Dre) + feftodes [raPste), pelo item 8, 93.1. Como parte singular costuma ser nula, na pratica a esperang reduz-se a uma série efou uma integral imprépria de (ustalmente) Riemann. fagto 32 Baum 3. Sejam X Esperanga 111 ~ Ulo.1}, ¥ = min (X, 4). Bntio ey = | wityn= [vara fvtFact ry, ple 1,1 3 WQ)a [Porm fe} {Gteexemplo € continuagio do Exemplo 8, 22) COcorre que a esperanga de X é sempre igual a uma integral de Riemann. ira entendermos iss0, consideremos 0 seguinte argumento: BX = J d(x) fignifica que aesperunca éa integral da diferencia zd (2). Mas ad F(x) €uma fiferencial de dre es aan ath Fe) Figura 31 Parar > 0,-cd P(r) 6 uma diferencial de érea da regio 1 Fee) Figura 32 Para x <0, ~aedF (x) & uma diferencial de rea da regito 11. Logo EX = rea drea IT. Mas érea I = fp°(1 ~ F(2))dz ¢ sea SEP (x )da, logo deduzimos a seguinte Proposigao 3.1. BX u [2 - Fle)ide — f°. Ped 112. Esperanga Matemitica cap. a) Prova formal, Vamos provarque fj" xd F(z) = o"(1~F(a))dz, deixando a ys tra parte (J°,, ed F(2) = — |". F(e}dx) para o leitor (a prova é andloga). Usa, ‘remos integragio por partes, com a diferencial d(arF(2)) = xdl(x) + F(a)dg (para uma justficagao formal dessa integeago, veja Rudin [19], Teorema 6.30) ‘6 6 6 wooo, fndF(e) =0F)- [Fede = [o-Ps Como F(b) < 1e1~ F(x) > 0, temos > [ee de modo que [1 ()~ Feellde fe F(x), Vb > 0, rays f [t= Faye. Por outro lado, seja.d > 0, Se b> A, entio + » [60 — Peeyite [ew - Fear N = firsts [0 reads d = MFI) asf lL - Flajide, © portanto, fem nd¥ (2) = jin [care = jm ) * ry — Poide pate Jo x >f {= Flay + fi MFO) — A [1 Fea)lde. 4 que isto vale para todo A > 0, temos a a a fF tee) fin [Pei -f[ (1- F@ilde 0 Corotirio 1. Se X tomar somente valores nio-negativos, ou seja, X(w) & OVW ED, entdo F(x) = 0parax <0e exe ["u-Aetmlde= [7 POC >ae ‘rio? Esperanga 113 prov. Imediata Qo quando se conhece Fy ou P(X > 2), esta formula pode simplificar 0 caualo de EX. Porexemplo, se X ~ exp(A) je, X tem distibuigdo exponen. Sal de parmetro A eno P(X > 2) =e M,x 206 x— fe Leas ex |e z= —je™|5 {9 cétculo foi simplificado, pois evitou-se uma integragdo por partes (© que, afin, foi feito na prova da proposicio.) ‘A formula do Corolério 1 possui uma forma simples no caso de X ser iisreta e assumir Valores inteiros: (coretirio 2. Se a varidvel aleatéria X assumir somente valores inteiros nao- negativos, ento BX = SS P(X > n) = PUK n). pelo desenho, BX = fea I =1— F(0) +1 ~ (I) +1—F(2)+...= = Sh Fw]= PX >) (amo X assume apenas valores intros, temos P(X >n)=P(X 2040), ang Maton capa Jogo, SPX >= HP Kent y= LE PXen). 0 Exemplo 4. Langar uma moeda independentemente até obter a primeira can Seja X o némero de langamentos necessitios e p a probabilidade de obter cara femum dado langamento. Entao X toma apenas os valores 1,23... € P(X > n) 6a probabilidade de nao obter cara nos fangamentos 1,2)... 4M — 1, Le a probabilidade de sair coroa nos langamentos 1 até n — 1 (= (1— py"). Logo, EX =o P(X >n)=01—p)"= La-pyr ; Notemos que 0 céleulo direto EX = 35 P(X pando a fungio de probabilidade da distribuigio zeomét ny = Smt py tns 6 mais drduo. Vemos, portanto, que a esperanga do tempo de espera até o primero sucesso ‘em umm seqiiéneia de ensaios de Bemoulli é 1/p, onde » € a probabilidade dé sucesso em cada ensaio. Observagio, Como [| > 0, 0 Corolério 1 implica que EIX|= [rox = até [ire >a) + P(X <-2)\dz = [b= Bee Pela) E bom recordar que Fy((—2)~) 6 0 limite da fungao Fy) quando y 1 (2). Logo, Py(-2)—) = By (2) quando —2 6 ponto de continuidade de Fx: Por isso, Fy((-2)-) © Fy iguais, exceto em um niimero finito ou enun que ye r) si fungdes monétonas (decrescentes em 1) ivel de pontos. Daf coneluims (Cay-yair= J Px(-ayde ~ cana de variéved) = = [Peta Resumindo, temos nix|= ["U-exteyldes [Px (abe Propriedades da seperanca 115 lietoaa [ti pela prova da Proposigao 3.1, E)X| = rea T+ rea 10 -f rdFy(x) [ ad =f inaesceys tates) -{ Inlay (x), [Assim provamos que (veja a observagiio 3, a Bixi= [7 bars, jxo da Definigio 3.2) [fque X 6 integrivel se, e somente se, E|X| < ov. (ora: daqui a pouco veremos que a formula otk) = f° wee F te le para geral.) Propriedades da esperanca Be X =e (ie, X(e) vw eM), en ¢ a. X & uma varidvel aleatGria discretae EX = eP(X =e) =e-1=e SeX <¥ on ta uma das esperangas ser se as esperangas estiio bem definidas. ita, ou BY = 00, ou EX = +00), NY <2 X <2, logo [Y < 2] c [X < 2]. Portamto, Fy(z) < Fy(zbe > Fy(2) > 1 ~ Fy(2). Pela Proposigao 3.1, ry -fa- Fy(a)\dz - [ne 2 >fa- [Feome=Ex. 0 PPS Linearidade, Pen O52 BX etd bem detinid, emo Bax +b) ER (convengio: 0-00 = 0). (a)dz aBX +b para todo 116. Esperanca Matemética Can. Gi BlaX 4bY) = @EX4HEY,, quando o termo a direita da ignaldadg tem sentido, (Sobre a restrigio: se, por exemplo, EX = +00, entdo 0) E(X —X) ¢ EX ~ EX, pois +00 ~ oo nao tem sentido.) b=aBX +b. Sea > 0,entin Prova. (i) Se a = 0,entio E(aX +b) = Fay elt) = P(X +0<2)= P(x logo Beirii= fo ~ Faxsa(a)ide ~ f. Fax abode = -f G-me ae Les = (tuay 2=*) = af0-tena-af" =a fa —Fxwoydy—a [Fetes ba Fx (dy = af .c- extonarse fete EX vf, dy =aEX +h, © caso a < 06 andlogo, e (i) esti provado, Para (i), esta provar E(X 4] Y) = BX + BY seo termo a direita tem sentido. Veremos mais tarde quando Consideramos esperangas de fungies de vetres ltrs q FA. Desigualdade de Jenson. Seja y uma fungio convexa definida aa, reta, Se a variivol aleatéria X € integravel, entio E@(X) 2 EX), (Notagao: p(X) = E{etX)}) Prova, Dado xo € 0 ponto i920) do gréfico de i, pela converidade existe unt reta L que passa por g(a) e deixa a curva ¢ acima dela: : esto? Figura 34 Sejaparaalgum \ € RB, y— p(t) = Acr~-r) aequagao desta reta L. Entio la) > L(x) = p(a0) + Mx-20), Ve. econo. ee BelX) > BLX)® lao) + MEX ~ 20). ‘Tomando-se ay = EX, vem Bye(X) 2 (EX). a (Gxercicio. Mostre que se y € cdneava, entio E'p(X) < y(EX).) Consegléncias das propriedades. (1) E2 diz que X < Y implica EX < EY. i particular, se X > 0 entio LX > 0, Sejam X e Y variveis aleatrias tais que Y > 0, Y € intogravel, [X| < ¥. Ent 0 < |X| < ¥ implica 0< BIX| < BY < +00, ie, X 6 integrivel. Bm outras palavras, se X_ é dominada por uma varidvel aleatria integrivel, ent também X 6 integrvel. Em particular, se X ¢ limi tad, entao ela € integravel, pois [X| < b < +00 implica F|X| m) < FIX S14 PUXT Em), eportanto X é integrivel se, 86 se, $© P\X| >) < 00. Prova. Se 1 > 0, seja [x] 1 parte inteira de « (0 major inteiro menor que ou igual 42), Entio a variavel alcatéria (|X[] assume o valor k quando k < |X| m) = PUXT> m, ozo Y PUA =m) < BIX| 14 YO POX 20), 5 (3) A desigualdade de Jensen diz. que p(X) > p(EX), se € fungio convexa EX é finita, Por exemplo: (a) Seja p(x) = |x|. Entio B|X| > |X| (0 que é também conseqiiéneia de F2eE3: -[X| -B|X] < BX < EIX). 2 (EX)? (©)Sejayp(r) = x|?, onde p > 1. Entio |X|? > |EX|P. Fazendo ¥ = 1X1 ce aplicando Jensen a Y, obtemos uma desigualdade mais refinada () Seja or) = 22. Entio B|X/P > (BIX|)P > (pelo item a) > |EX/?. Observacio. Para a validade da desigualdade de Jensen, basta que a fungl0 # seja convexa em um intervalo (a,h) tal que Pla < X 0 ou, mais geralmente, P(X > 0) = 1), podemos aplicar Jenset ‘com (a,b) = (0,00). Neste caso, a conclusio € que ‘Soba mesmacondigio P(X > 0) = 1, podemos aplicar Jensen & Fungo e6ncavt ‘p(a) = log 2, obtendo E log X < log (BX). fosoas Eeperangae de funeses de variivets aleaérias 119 a4. Esperangas de fungées de varidveis aleatérias, Seja X uma varidvel aleaéria, o(r) uma fungio real mensuravel, ¥ = o(X), Fntio Y € uma varie aleatéria cuja espenanga é dada por # fvthya = [0 —Foastlty J eeotoas Fela Proposigiio 3.1 Para usar estas formulas, ¢ preciso obser adistribuigao de Y = (X),0 que as vezes nio & ficil (estamos supondo que conhecems a distribuigio de X). Mas lembrando-se que a esperanga de Y é uma média ponderada dos valores possiveis de Y, onde os “pesos” sto determinados pela distribuigao de Y’ surze nga de y(X) é uma média ponderada dos fs de X, once os pesos sio determin xv) = Sele idy esposta ¢ alitmativa, como é féeil ver no caso discret BE} rivel aleat6ria discreta com fungio de probabilidade p(2,), Seja X uma p(X) étambém discret | onde $> p(y) = “toma somente 0s _Y, supondo por convenine | para pelo menos um i (é possivel que exista apenas um yj Como, por exe |e (2) = econstante). Entiio temos YL wea. PY =) ipa, Bébvio que a varidvel aleatéria Y 08 Valores possiveisde ores (a). Entdo sejam y, ue os y Sejam distintos, de modo que yj = (4) plo, Obtemos agora a esperanga de Y: EY = [try w Ean wo Ss wi) 7 iptea-uy i vn )plai) (ubstiuindo) => Y T tied, [e@dreeo, ‘nde a equagao (*) é valida desde que a ordem dos termos da série nao afete ‘alor da soma (e, em particular, se EY esti bem definida). > SF vleinri) Passaremos agora ao caso geral 120. Esperanga Matemétion cmp. seorema te Sea X uma vertdvel alata, () uma fang real mensurde Eniao Bex) f wR ion = [olerFx(ar onde aexiottncia denma dasintegraisimplicaaexstencia da ouracaigualdade des cua. Prova (parcial). Prova-se 0 caso geral com a Teoria da Medida (veja a prova dg frmula 3,9 de Durrett [9], p.17). Mas jé provamos para y(e) = |2| © pode. ‘mos provar o teorema para polindmios usando somente a integral de Riemann, baseando-nos na Proposigio 3.1. Mostremos que BX" = [farrier pak 1,3)... Primero, seja k par. Ento Para conveniéneia de notagio,seja F BXxt= f P(X > bt (pois X* > 0)= = [Pa Yat [Pex < You 2 [o — F(YOjat + , F(-¥o-)dt = y= ~ttveiot = = [reo tane [Rea com nntonssP(-)~) = FC sop eeo om ‘nimero finito ou enumeravel de pontos, podemos desprezar o segundo sinal negativo. Fazendo u = —s na segunda integral, temos ext [u-roitstas J Fuku 'du 5) Pelo metodo de prova da Proposigdo 3.1 (integragio por partes), temos in are) = [0 Bena’ — f Plejdek = anf [u-reet tars f° Peet tar} Logo EX® = fckdFy (er) para k par. Para kimpar, a prova é anéloga. basset Esporangas de fungSes de varivele aleatérias 121 Portanto 0 teorema esti provado se y & polinémio, pela linearidade da esperaniga€ integral de Stieltjes. o corotirio. EXE = k{ ft ~ Px (x)ja*! de — f°, P(e) de}, para fetid. Ba fGrmula G.5)) gremplo 5. O coroliri faciita muito na distibuigo exponeneial. Se X ~ entio PUX > 2) =e, 22> 0,€ exh mk [ab pocemas calcular todos os momentos (veja 0 §3.5) por iteragdo, sem integrar por partes. Com efeito, jf vimos que EX = }3 portanto, ex) Por induczo, Exemplo6, Voltando a0 Exemplo3, suponhaque X ~ U0, e¥ = min (X, 4). Endo ¥ = p(X), onde we) -ai(a!) = {4 Caiculemos a esperanga de ¥, usando o Teorema 3.1 ¢ uma propriedade da integral de Stieltjes no easo continuo ($3.1, item 7) By = [ olardeyce)= f eestor = [ents = va ti 2, -[ ade fale Rama ‘sim concordando com o resultado jé obtido. se r<} se z>} 122 Esperanga Metemética ap. a ‘Notemos que neste exemplo, a existéncia da densidade de X simplificou os céleulos. E bom salientar 0 significado do teorema nos casos disereto ¢ continu Caso discret, Se X tiverfangio de probabilidae pl), entdo BX) =D) ea pia). Caso continuo. Se X river densidade f(r), entio Bex) = f veryfeeytr: 3.5. Momentos varidvel aleatéria, O valor 2(X — b)*, se existe, é chammado ésimo momento de X em torno de b, para b€ B, k = 1,2,8, 0 k-ésimo momento em toro de zer0, 2X4, 6 chamado simplesmente de k-ésimo momemo de X ou momento de order ke de X: Se X ¢ integrivel, entio 0 k-ésimo momento em torno da més BX), se chama k-ésimo momento central de X. ia, EX — Fctaro que. primeiro momento éa esperanga eo primeira momento central Enulo: L(X — EX) = 0. 0 segundo momento central &chamado varineia de Var X“! E(X - EX? INEX +(EX)*) = = (por lincaridade) = EX" — 2BX EX + (BX) = EX? (EX). Notagao. Var X = V(X) = 0% = 0°(X). ox = VWar X 60 desvio-padrao de x Para ¢ > 0, #[X|" € chamado t-ésimo momento absoluto de X. Os momet tos absolutos possuem a seguinte propriedade de monotonia: Proposigio 32. Seja X uma vari J) = BYAXY! Endo decrescente em t para t > 0. (Notagao: B'*|X|¢ = [E(X|9}""). vel aleatbria, A funcao Frova. Se 0 <2 a: SeVE seo 35 Momentos 123 integrvel, a desigualdace de Jensen implica que yy" > By Faga Y= |X|: 9 [X/*€ itegrivel, entio Bix > BX ie, BYt|X|! > EVOIXY Se |X" nfo é integravel, entdo |X|! também nao 0 é, pois stoi] si4ixt portanto KI! = +00, B|X|° = 400-4 +00 51 + EXP Em todo caso, temos EMS XY < EVYX|! parad 0. a Corotirio. Se E|X|" éfnita para algum 0 a) < $EX. WX, para toda a,b € Rt. ty = B(a%(X — EXP) =a? Var X. 0 hisica” (ou desiguaklade generalizada de Tehebyehev) ). Para todo > 0, Prova. Consideremos. seguinte desenho, admitindo a possiblidade de um salto Ps Pe emy 4124 Eaperanga Matematica cap. Leeciepersa tN Fo Figura 35 Indicando com I a regio hachurada, € como X > 0, temos EX= - P(X > ldo = fea I > Seva (retingulo A) = =AP(X 2), portanto, D(X = 2) < 5 BX. 3 CObservacio. Bis uma prova alternativa, que sera generalizada adiante na prova da desigualdade de Kolmogorov (Capitulo 5): Seja ¥ = Aixay- Entio 0 < ¥_< X, como vemos considerando os eventos complementares [X > A] [0 < X <2) a Figura 36 Portanto, EY ‘Mas ¥ uma varidvel aleatéria discreta e BY = 0. Pony APOY © 3) APU >, Resmi em areceaysex ow PRSWSEEX. 0 Algumas conseqiléncias so: ere Momentos 125 (a Desgualdace (cliesien) de Tchebychev (ou de Bienaymé-Tehebyeher). go X & integravel, Pux-Exi>< "8X, vaso ren. px ~ BX 2) = PUX ~ EX) >) < Lx — xy = SX 0 (b) Desigualdade de Markov. ‘Seja Xuma variével aleatéria qualquer. Entao para todo t > 0, EIx( A VAD o. PUXI> ANE Prova. P(|X| 2 A) (@SeZ>200EZ P(IX|t = At) < HEX. a =0, entéo P(Z = 0) =1 (i.e., Z =O quase certamente). Prov. P(Z > } o-Ulz ogo PU > 0)= im, P (22 (ootemos que 08 eventos fz > 4] crescem com n). Portanto, P(Z = 1-P(Z>0)=1. Observagio. O item (c) implica que, quando Var X = 0, temos E(X -EX)* =0 e P(X — EX)? = 0) = 1, logo P(X = EX) = 1. Em outras palavras, se Var X = 0 entao X € constante, com probabilidade 1 (€ constante quase certamente). B8, Se X ¢ ¥ silo varidveis aleatérias em (0,,P) tais que E|X|* < oe € EIY | < 00, entito E|X + ¥|t < 00. Como E}X|t < co obviamente implica BjaX|' < oo, Va € R, esta pro Priedade diz. que a classe das variéveis aleat6rias em (92,4, P) possuidoras de 126 Esperanga Matomstica cap. t-ésimo momento absoluto finito, & um espaco vetorial ou espace linear. (Com { substituido por p, estes so 0s espagas I? de Anslise.) Destaguemos dois easos particulares desta propriedade, os comespondlenies at=1et=2: (se X e¥ sao integ sta X-+Y" 6 integgrivel e Gi) se X @Y tein variancias finitas, entao X +Y também 0 tem (lemtbremos que X tem varidneia fnita HX? < 00) Prova. |X +Y IX]4[Y] < 2mmax()X1,1¥ }). Portanto, IX 4 YE < af mane XY ID < 240K + Y TDS logo BUX +Y | < ABIX + BY). 5 Consideremos agora dois resultados que sto de interesse para a Estatstca Suponhamos que se des de uma varidvel aleat6ria cescolher uma constante real e para “predizer” o valor Qual e€0 melhor preditor? Se queremos minimizar nosso erro absoluto médio (ie.,amédia de |X ~c)), omelhor preditor é a median (veja a definigao adiante), Mas se quetemos minimizaro erro quadratic médio 0 melhor preditor & a média: 3. Seja X integravel, p= EX. Entdo je minimiza B(X ~ 0}, Var X = B(X — p= min E(X ~ 0)? Prova, (X —¢? = (X — pt po? = (X ~ pn)? +20 O(X — p) + (po logo (pela linearidade da esperanga) E(X ~ ef = BUX = py? 244 EX ~ pt + (no)? = Var X 4 (1-0 Conelusio: E(X — ef? > B(X ~ py, Vee R. a Proposigéo 34. Seja X uma varidivel aleatéria, e seja m wma mediana de X- Entdio m minimiza |X — cl, €€ RB, be. BAX mn = min BIX ~ Observarie. Por definigao, m & uma mediana de X se P(X > m) > 1/3 © PUX < m) > 1/2, Para obler unia median, basta consierar a fungi jmentos 127 Sigio3s = ae distribuigao de X, Por exempio, consideremos as seguintes fungées de listribuigio F: sneiann Poh) LFom>4 Fone $ Fim} Figura 37 \egrivel se, ¢ somente se, Vee esperanga. Portanto, se E|X| = Fo. io vale trivialmente, Consideremos, Prova da Proposigio, Notemos que X XX ~ ctamém o é, pela linearidade da fatio BX —c| = Foo Vee Rea propos tntdo, o caso de X integra, Suponham < e(ocasoe < méandlogo); desejamos provar que |X BIX mi, Soja. = e— 1: A>O ey OO sex m,[e—o| > fe —m|— A. Entio, X m= |X =| ~m|> 2 128 Esperanga Matemitica Owig ‘Como mémedianade X,temos P(X 4e P(X > m) =1-P(X ¢ 1m) < 3, Entdo a variévelsleat6ria Y = |X — e| ~ [X — m| tem esperanga nig, negativa, pois toma o valor \ > 0.com probabilidade > , ¢ com probabilidad << } toma valores > —. Aprova formal desse fato utiliza um argumento do tipg utilizado na prova alternativa da desigualdade “bésiea Como ¥ > Alyx cry ~ Myx>mls femos BY 2 MEX cm~ MEL pm) = AP(X Sm) - APC > m) = 1 = NPC my) = A(, Portanto, pela definigdo de ¥ ea linearidade da esperanga, temos EX —¢| 3 EX — ml. a 3.6. Esperancas de fungées de vetores aleatérios ‘eorema 32. Seja X = (X1y.-. Xn) um vetor aleatorio e g:IR" — R men: surdivel a Borel, Eni BAA) [uth (= [vate fi [ee tnd x (215.0 sn) onde a iiltima integral é una integral n-dimensional de Stieltjes, assim como a entltima (notagio compacta). Prova. Teoria da Medida. o Observagies. (1) Voce nfo precisa entender a integral de Stieltjes no RM (4 imtegracdo € feita em relagio & medida de Lebesgue-Stielles gerada por Fy, 00 seja, em relagio A distribuigdo de X). Basta saber que a integral se simpiifica nos casos discreto e continuo, como no caso unidimensional: Caso discroto. Se X for discreto, tomando os valores 2: com probabilidade p(z), onde 37 p(zy) = 1, entio Be(X) = Delete 28 Esporangas de fungSes de vetores alaatérios, 129 aso contin. Se X for continuo com densidade f(y... Fy) enti BAR = fio f olery.--vem Slain tnd en. {@) Podemos terminar agora a prova da propriedade E3, a linearidade da esqeranga, Resta provar que E(X +¥) = BX + EY, contanto que o terme & diretatenha sentido. Porisso,sejam (x,y) = ty, 901(4,9) = 2, Palau) =v Palo teorema, BX +Y) = BeAKY) = [fle side yen ‘Agora aplicamos a lincaridade da integral maltipla de Stieltjes, obtendo Bx+Y) = [fades yoo ff mix (ev) 1pi(X,¥) + By2(X,¥) = EX + BY. soem (Sax) ees tomando-se integral iterada (niteragdes, cada uma sendo uma integral de Stickies na rela). Consideremos primeiro o caso continuo: : Sejam X},... Xn varkiveisaleatérias independentes, com X= (Ki Xn, fe suponha que X1... Xn tenham (respectivamente) densidades fi... , fi Endo a densidade conjunta & 0 produto das densidades f,,¢ Bex [foe = foe | f eters em cenit leaden SaCendrn Bscrevendo fi(rj}dz; = dF x, (23), chegamos 2 seguinte frmula que é valida Para X,,...., Xp independentes no caso geral: Bp) = fo. f ober... stm WlPy (21) Px, (2m) sandfilei) --- falen)dir «deta = 130. Esperanga Matemética ee (Nao provaremos a férmula no caso geal.) Como conseqiiéneia imediata temos que se as X; so independentes, a cesperanga do produto é produto das esperancas: Proposigao 38. Se X1 tegréveis, emo [| X; 6 imegravel ¢ + Ny sao varidvels ateatorias Independentes e in: xn) =T1 BUGXs Xj Prova. Basta provar para n = 2 (e completar com indugio). Seja y(r,y) = ry, Cnt independent de e¥ ipl patXsy)~ ff otenth ton) = = [foe Advert EXY = EX. EY nao implica Xe Y independentes, como ‘vemos no seguinte exemplo. XY = wiry(a) = [UeXywdFyy) = EX-EY. 0 cjam X © ¥ varidveis aleatérias tomando os valores ~1,, 1, com distribuigao conjunta definida por p(—1,~1) = p(—1,1) = Pll, =1) = pty 1) ~ 760.0) = fie. a fungi de probabilidade conjunta € a da seguinte tabela, y* -1 0 -1/1/f5 0 1/5 2 y= BY,e BX=(--240-241 XY = DY pli = hI 1-1 4140) 0. or Portanto, EXY = BX BY. Mas Xe ¥ io so independentes, emo’: s1g8036 por exemplo, px =0,7=0=p0021¢ha! }-px=0-P0=0) 575 Y¥ © EX. BY seré chamada covarianeia Entio [A difecenga entre os valores entre Xe Y. Formalmente, sejam Xe ¥ variéveis aleatérias integravei acovariincia entre X e Y 6 definida por Cov (X,Y) = BX - EX - EY), se esta esperanga existe. Por linearidade, temos Cov(X,¥) = B(XY - VEX — XEY + BX BY) = EXY - EX - BY, e modo que existe a covarincia entre duas varisiveis integriveis se. ¢ somente &, existe a esperanga EXY, Se Cov(X,¥) = 0, dizemos que X ¢ ¥ sio ndo-correlacionadas. Se Xe Y So independentes ¢ integriveis, eno sio ndo-correlacionadas, pois neste caso XY = BX - BY pela Proposigao 3.5. Mas acabamos de ver que a igualdade EXY = EX - EY nio implica independéncia, ou seja, covariancia zero nao iecessariamente implica independéncia. Observagio. Hl certos casos especiais em que nfo correlagao implica inde ‘Pendéncia, Talvez o mais importante seja o da normal: se X ¢ Y possuem fistibuigio conjunta normal bivariada e si0 nio-corelacionadas, eno p = 0 {isto sera visto no §4.5). E jd vimos no Exemplo 15, §2.5, que X ¢ Y sio independentes se p~ 0. Para outro exemplo de independéncia como conseqiéncia de covaritncia er0, veja o exercicio 26. Vejamos agora que as variéveis aleat6rias Xi,... , Xx sio nio-comrelacio- Radas (2 a 2), entdo a varincia da soma é a soma das varidncias Proposicao 3.6. Sejam Xi,... Xn varisivels aleatérias integraveis tais que ®ovX;, X;) = 0 para é 4 j. Entado + Xn) = So Var X Var(Xi + Experangas de fungées do vetores alestorios 131 182 Eeporanca Matemética con. Prova Var(Xy ++ HX, +--+ Xn — E(K +--+ Xn)? E((X, — EX\) +--+ (Xn- EXn))?* . [ew = EX)? + 200% ~ EXNX - ex, a Fra) = var X42 Cov(X,,X))= Var X;. a a B a Corotirio. Se X1,... Xn sido independentes ¢ integrdveis, entao Vas Xr +--+ Xn) = 32 Var Xi Observacées. (1) Salientamos um resultado que aparece na prova Xi,... Xn sdo integréveis, entao Var Xi b+ Xn) = Soar X42 Covi). a % (2) Ja vimos no §2.6 um exemplo da propriedade enunciada pela proposicio: se Xiy... y Xn so independentes e normais, com Xj ~ Niji, 03), entdo asoma € também normal, e para obter os pardmetros basta somar 0s parimetros das si Sxiww (Smet) Seca bnsvoctvelcm ng SAS aRSTG gic 5p c) we pve Sopnbamon agp que Xe Y sjun vives len inngrivei com vatiincias positivasefinitas (0 < 0% < 00,0 < 0} <0). A varivel alata TXSEX gua padronizago de X aim chamida redid ou marmalade de %), pois expressa o valor de X em unidades padronizadas, ic., desvios- padtio, Notemos que esta varidvel aleatéria padronizada possui esperanga 220 ifautci um, Al dito, depend te coca em Ga ocgao de X, 40 Sendo de que Z = aX 1 posit mesma paonzao que X, 0 4> 02 be B. No mesmo estilo, a covarifincia entre as varidiveis padronizadas também fo speranqes de hngées de vetoes letrion 139 depende da eseala nem da locagio de X e ¥; é uma expécie de co mipancia padronizada. Chama-se cocficiente de correlacio entre X e ¥ © cars® COM Py 08 ALX,Y) can s( (SP) (52) (Guerccio. Nerique que (X,Y) = plaX + bye¥ +d paraa > 0,6> Wien Seoeficiente de correlagdo é independente da escalae locagdo das variveis.) indi Podemos dizer que em certo sentido, py.y- representa a dependéncia linear entre X eY, como vemos pela seguinte proposicio: proposigio 37. Sejam Xe ¥ varidveis aleatérias com varidncias finitas ¢ positivas. Entio: @ -15AXY) S1 (0) (X.Y) = 18, e somente se, PLY = aX +B) = 1 para algum a > 0, ber (0 AX,Y) = Le POY = aX +8) =1 para alguna <0, be R. Prova. (a) Como o< (*52* ey, = Oe vemos os n(X 2X roe) = om s : ~8(%%) +e(*) 2 _pyx - EX) - BY)|= ox oy axey = MEX | MEY COVEY) 9 —2p(X,¥) at of oxey Logo p(X,Y) <1. Substituindo o sinal “—" por 4” na expressio acima, temos 0<2429X,Y), ie, o(X,¥) 2-1 (b) € (e). Se p(X, (3 2 git ps prac’ (a)) 7 mo. ox oy Cap.a (3 =EX _ ax ay (conseqiiéncia (c) da desigualdade * lavras, sisica” ~ propriedade E7), Fim outras pa- =BY+ ox {quase certamente, 0 que prova a nceessidade em (b), com a= $Y eb = BY 2px Se p(X,¥) = =1, entao (258% YoBYY' <0 a ae ¥ =BY -2¥(X - EX) ox com probabilidade 1. Neste caso, a= —2¥ b= BY 4 EEX Por outro lado, se PY = @X +b) = 1 para algum a #0, temos (ae) X)' = f= sity EX sempre, Um contra: snplo simples € 0 seguinte: suponha que X ~ Cauchy-padrio ¢ seja {xX {os ‘de Cauehy rruncada. ito Xq— X, pois Xq(w) = X(w) para n > [X(w)|. Xu éintegraivel Porque limitada, € EX, = 0, por simetria (veja 0 exercicio 1). Mas LX, ho converge para EX, porque BX nao existe. (Para um outro exemplo, fm que Xy + X € EX existe, mas EX, ¢+ BX, veja o excreicio 37) Daremos duas respostas a questio colocada acima: a esperanga do limite € ‘limite das esperangas (a) quando as variveis sto niio-negativas ¢ a sequéncia cresce monotonaimentee(b) quand a seqiéncia &uniformemente limitala (Le, Aominada) por wna varidvel aleatGra integrivel. nn. i Lome) Xn € uma varidvel ale Teorema 33. (Teorema da Convers Yaridveis aleatirias em (2,A,P). Se 0 < Xe) para todo w € 9, entdo EXn | BX. Monétona,) Sejam X,X;, Xa. Kn 1X, be, Xn(w) = Oe Xn) 1 Prova, Pela propriedade E2, temos 0 < EXn < EX € BXn |. Lovo Ung By < EX e basta provar que lin ZXn > BX ~ = para toto = > 0 135 196 Esperanga Matematica Copa Para isso, vamos aproximar X por meio de uma variével aleatria discreta ¥ ty que |X —¥| <¢, onde e > 0 fixo. Definamos o evento By = [ne < X < (n+ )e],n-=0,1,2,... €@ variéve, aleatéria Y = $ ne Jy,. Em outras patavras, _ [ne se ne EX terminando a prova. Para tanto, seja assim Ay = [Xe 2 YI Observemos que Ay 10 (pois Xe) > Y(w) + Xequ(w) > Y(w), pela monotonia de X,, portanto Aj 7. Mas a convergéncia de X;, para X implica que X;(w) = Y (w) para k suficientemente grande: notemos que ¥ (w) < X(w) ‘amenos que X(w) = 0. Logo 9 = UA, = lim Ag.) Portanto, Ba OA | Bu quando k —+ 00 (n fixe). (Ora, a varivel aleatorin YI, 6 diseretae Yw) BY 14, = Sone P(Bn Ay) Mas P(Bn 0 Ag) 1 P(Bn) quando k + +20, logo Fo ne PCB Ay), Ym Sone P(By Ay) = ne P(By), Ym. lim EX, > i ane 1 “Teoremas de convergencla gos 37 portant, Bm BX, > Done PUB) = BY. 8 sqeorena 34, (Teorerna da Convergéncia Dominada.) Sejam YX, Xi. Xa aridveis aleatrias em (9, P) tais que Y €integrdvel, \Xn| <¥ Yn, € Kyo X (ies Nn lo) + X(w) Yu). Endo X € Xn so integrdveis © BX BX. prov. Como Xp, € X so dominadas por ¥ (|X Jidade delas € conseqiiéncia da propriedade E2. Faga Yo imm|Xn| <¥),a integrabi- inf Xp, endo Yo. | X quando noo pois ken X(w) = lim Xn(w) = fim Yas inf Xn Ge) = jim (gut Xe) sendo dbvio que Ys, cresce com n). Logo, temos (Ya + ¥) t (X + ¥) quando eens Mas Xp > -¥ Yn => Yq = -¥ -+ Yo + ¥ 2 0, € 0 Teorema da Con- vergéncia Monétona implica que B(¥q +¥) | BOX +¥). Por linearidade e intograbilidade, temos BYn 1 BX. G66) (Observacao: Yn € vasiével aleatbria, pois [Yu 0,6 pelo Teorema da Con- vergéncia Monétona, E(Y ~ Zn) | B(Y — X), de modo que EZy | EX. an Jique iit Xp < Xn < su Xp= Zn, in temos EY, < EX < EZn, 0 que, combinado com (3.6) € (3.7), implica EXy + BX. o Conseqiténcias dos teoremas de convergéncia. 137 138 Esperanca matemitica cop. (1) Seja Xuma varivel aleatéria. Se ELX|! < oo para algum t > 0, entio a funcdo g definida por g(s) = E|X|° 6 continua no intervalo (0, }. Prova. Suponha s,, —+s, onde s,s» € (0,¢), Eno |X" — [X|*.€ para apticar 6 Teorema da Convergncia Dominada basta verificar se as varidveis |X) so dominadas por uma varivel aleatéria integravel. Mas [X/*" < |X|'41¢ E(|X|U41) = BIX|E+1 < ve. Logo £|X|" — E|X|*. Portanto, (sn) — 919) ‘para toda sequéncia (sn)n>1 que converge paras. Porisso, g é continua em (0, oO (2) Teorema de Arzela (Neja Apostol [2], Teorema 13-17.) Sejam f, fr, fas--+ fangBes reais (mensuraveis a Borel) definidas no inter- valo {a0}, a f em toda part, ¢ s Von] BX. Mas BXy = f° fa(z)de e EX = (Para ver que EXy = [2 Jnlr)de, seja Z a varidvel aleat6ria identidade: Bw) = w, Entio Z ~ Ula,be fzla) = 5 ghay(2) Como Xnlw) Xn(Z(w)) = (ba) ful Z(w)), temos glz)dz = [ Kn aE fol) = (0~0) [fu (iz) mae Exorcicios 139 6) Convergéncia de séries, Se ayn 20 para m,n = 1)2,3y---1€88 Onn | tn quando n> 50, para todo 7, ent 5 tran 1 3 Om Prova. Bscolhamos pn > 0 tal que 5= Pm = 1. Definamos = (1,2...) Phra) = pms Xn(on) = 4pee, XC) = E.. Endo 0 2) PUN = it) para too © R, © que sua distibuigho & simétrica em tomo de je P(X > pha) = P(X Spa) Vee. (a) Prove: se a distribuigdo de X € simétrica em tomo de jx e se X & integrivel, entio E-X = jt. (Sugestdo: Prove primeio para jt= 0.) (b) Suponha que X possua densidade f(r). Mostre que se {( +2) ‘lye ~ 2) Wn, entdo a distribuiglo de X 6 simétrica em tomo de nce e prove a propriedade aniloga pura o caso disereto, vvariéveis ale- (©) Qual o ponto de simetria das distribuigdes das seguintes inérias? D8 a esperanga de cada variével aleat6ria, se exist @ X ~ NG1o?). ii) X ~ Cauchy (M,B) i reR. » f(t) = aeeF* 140 Esperanga Matemética mp. 3 (iii) X ~ Ufa, Gv) X ~b(n,}) (v) X tal que Fy 6 fungao de Cantor. (vi) X tendo distribuigdo de Laplace (ou exponencial dupla): J(a) Areneer Seja X uma variivel aleat6ria tendo distribuiciio logistica com densidade et creat f(a) (a) Prove que a distribuigio de X 6 simétrica em tomo de zer0 (veja 0 ». re se X tem esperanga finita, Se tiver, ache o valor. eX eache BY. (b) Determ (c) Obtenha a densidade de Y Caleule EX se X possui densidade f(x), onde: (a) J € a densidade dada no exereicio 6 do Capitulo 2. (by fe) ysex>0; fz) =O,ser <0, (a) Se X ~ F(a, 8), onde a > 06 9 > 0, qual é EX? (b) Dizemos que X tem distribuigo de Weibull se possui densidade Dawe", > 0 ro-{ aco Calcule BX neste caso, . Sejam X e ¥ variéveis aleatrias independentes com distribuiglo comam Ujo,1], Calcule BZ e BW, onde Z = min( X,Y) e W = max(X,¥)- Umm jogador vai langando uma moeda honesta. Ele pira depois de langat ‘ou das caras sucessivas ou duas coroas sucessivas. Qual a esperanga do rimero de langamentos? ‘Uma uma contém n bolas numeradas 1,2,...,n. Uma pessoa tira uma bolae a devolve, tira outra e a devolve, continuando até tirar uma bola pela segunda vez. Seja X o mimero total de retiradas necessérias para obter ess repetigao. exst038 Exereios (a) Ache a distribuigio de X. (Sugestdo, Ache P(X > ).) (b) Mostre que EX 8, Sejam X e Y’ varidveis aleatGrias. Se Fyx(x) < Fy(x) para todo x € R, dizemos que X € estocasticamente maior que Y. Prove que se X & estocasticamente maior que Y,entdo EX > BY (se EX e EY existem), 9, Dois componentes eletrOnicos vio ser testados simultancamente. Suponha que a “vida” em horas de cada componente ¢ exponencialmente distribuida com pardimetro A, ¢ que as vidas dos componentes so independentes. Cal- cule (a) Aesperanga do tempo até a primeira falba de um dos componentes. (b) Acsper sa do tempo alé ambos os componentes falharem, 10. Dois jogadores langam moedas simultaneamente até obterem o primeiro casamento (i., ou duas caras ou duas coroas). Se os dois langam “cara” simultaneamente, ganha © jogador I; se ambos langam “coroa"”, ganha 0 jogador Il. Por exemplo, se os dois obtém “cara’” no primeiro langamento, enlio 0 jogo termina ¢ o jogador I gana o jogo. Suponha que a moeda do jogador I seja honesta, mas que a moeda do outro nao necessariamente 0 seja, tendo probabilidade p de “cara”, 0< p <1 (@) Caleule aesperanga do nimero de langamentos (ie., 0 niimero de vezes aque 0 jogador I langa a moeda até termina 0 jogo). (b) Ache a probabilidade do jogador 1 ganhar o jogo (mais cedo ou mais tarde). 11, Jogadores 1 ¢ 11 tém RS 200,00 cada um. Langa-se uma moeda com pro- babilidade p de dar eara (0 < p < 1). Se der cara, © jogador I reccbe RS 100,00 do II; se der coroa, I paga RS 100,00 so II. Continua-se fangando 1 moeda, independentemente, até um dos jogadores perder tudo, i., alé tum deles ficar com os R$ 400,00. Determine EW, onde N € 0 niimero de langamentos até terminar 0 jogo. Bs 142. Esperance Matemética cap. 12. Prove que o critério para integrabilidade ainda vale se “>” € substituidy por “>” ,ie., X € integrivel se, e somente se, 3° P(X] >) 0 ou b = 00. (Sugestio, EX < b~ note que a propriedade E3 s6 imp seguinte resultado do §3,5: se Z > Oe Z 1, onde a Para provar que a < aa< EX 1 Calcule EX e Var X. 20, (a) Prove: se a variivel aleatéria X ¢ limitada, entio tem momentos finites de toda ordem. (b) Scja A um evento aleatério, Calcule todos os momentos absolutos J vvarivel aleat6ria X = 4. xercicios serio 10 todos os momentos absolutos de (¢) Demonstre: se X ~ NUL), X sto finitos {4 Soja NX ~ Cauchy (0,1). Quais sf0 os momentos absolutos fnitos de x? 41. Obtenta as variincias de Z € W no exercicio 3 DD Através de experimentos estatistcos, determina-se que a duragao de wm certo tipo de chamada telefOnica satisfaz. a relagiio P(T > t) = ae At (1—ajen$4,t > O,ondeO < @< LA>OE > 0. Ache a média ¢ a variiincia deT. DB. Prove que se X assume valores somente no intervalo [a 5), entioa < E be Var X < P80. (Sugestdo. Faga primeito para a ~ 0, b = 1). Exiba uma varivel aleatéria que atinge a varia n 24, Caleule a variincia da varidvel aleatéria X, sob as seguintes condigoes: (a) X ~ Poisson (A), onde A > 0. (b) X ~ b(n, yp), onde 0 < p< {o) X ~ N(ye,0%), onde pe Reo? > 0. (@ X ~P(a,8),onde a > ef ()X ~ Ula,b), onde a EX). se afungao € estritamente convexae X no é constante. (Sugestdo. Reve} prova de E4 e use a conseqiiéncia (c) de E7. Observe que, pela convexidade estrita, as curvas ¢ e da prova de E4 1ém apenas um ponto em comum.) Bo ‘ 2, (a) Sciam X ¢ ¥ variveisaleatrias que 86 assumem os valores 0 © 1 Mosire que se EXY = EX BY, entdo X e Y sho independentes. (b)Prove: se X assume apenasos valores eb, Y assume apenas 0s valores ced, eCov(X, Y) =0,entéo X e ¥ sao independentes. 27. Sejam X;,... ,Xn varidveis aleat6rins independentes com BX; = my & Var X; = 03, Consider combinageslneres Y= 35 nj; ,omle 7) > 0 143.

You might also like