Organizado por Loic Wacquant O MIsTERIO DO MINISTERIO Pierre Bourdieu e a politica democratica Tradugdo Paulo Cezar Castanheira editors Revan% (© PODER SIMBOLICO NA DOMINAGAO DA. “Nosreza pe Estapo” Loie Wacquant atte sca tegen pt cern nti, toe aos nse. er as ees ‘rsa vegies dpe ure at ‘Sees deo trios, de ner qe anit Wirtschayund Goseichag (RAT 1820) Prorouuos, fx ABRUPT, QUE 0 Lema central e 6 objetivo da obra de Prerre Bourdieu € ~¢ sempre fol desde a origem ~ 0 de *recu- perar"a dimensdo stmbélica da dominagao, de forma fundar {uma antropologia da geragao de poder nas svias mais variadas manifestagoes. Desde seus primelros textos sobre a lagi en tte os géneros na sua aldela beamesa natal, até sa exegese da Importaneta soctopoitica da losolia de Helder, de sett est ‘do da perda das raizes do eampesinato da Argelia colonial até ‘sua anilise do papel de Flaubert e de Manct na formagto do modemo olhar estéico, de sua critlea das llusoes ideologicas dos intelectuals até a Investiyacio da eonstrugao do mercado {de moradias na Franca e a disseminagao da “novilinga” neolk- bral por todo o globo, o trago eormum as diversas pesquisas de Bourdieu ¢ revelar a contribuicao das formas simbolieas para a constituigao e perpetuacao da desigualdade estrutural peli focultagao de suas raizes econcmicas.e politeas ‘Uma vez que se admita que “nenhiuima dominagao pode se ‘manter sem que se faga reconhecida pelo masearamento doarbi que existe na sua base toda a ceuire de Bourdieu ode scr da como una basen da capicagio da espetenade fs potenci do poder simbolon. ot aja a capacade que tem on lstemas de sgueagao de ecuta,« portato fetal Cr, av rloges de prensa ede explorapao eecondendo:a3 Sob o manto da natura, da benevolncl, da mertoraca Sua socologia da euitura” se reela pelo que na verdad € Uma economia palit de wlencia simbdtea da ipoigto © ‘nealeaga dos instrumentos de conhecmento ede onstrucio da realdade que so soctamentetendencions. mas nto 880 ‘sos como ta Assim. quando autor de Distinction st con: ‘entra no produits eprilicas eultarals pelos quasas classes 5 dicrenclam. nas ciaaiiecies que define gosto em ase Stnios to mudanos dversos como os esorte eos pare! Topas cmac air, pra epics, ¢jegue Sate que esses esquemas de catseaco desempentsam tm ‘apelericona raga de nova formas de dominagao de lasse Dela corespondenca outa que oe liga estrutora do epago Sint A cultura burguesa ¢ paren soiedade moderna que {ota religio para a socedade pré-caprtaeta, seu eiche su prema es lembrando a pelawras de Lac, a “negagto de sua Drop alma” Da mesma forma, ve Boudin 8 se nostro ta preacup- to com aa naitsiges academies dedicando nada veo que “Pre Bourdi« Moni de Sant Mts, “Le pond, Aes de a [Recher en Slences Ses, 20/21 argos de 17832: em 76 ‘oaas ao adupos ds tetas de our so mia. mn, om rn bern nr ms ten ‘pone pre tranigrnca, ou sa recone neg ‘inn ina Gencs uence peta deve ances neha ks “iene melon enepics ttt que escent 09 ‘elt dept ve odels cerns qu em for tage fe ‘Genunsasa. Ean clen dee Genreer at is de amscemagie fe pe ‘oman ransmataga da eetes eps fe apa x ata a ko therre Gourd, “Sybobe Porc Lane we Sa Per (Seer Py re TO ci life Waequant. “rom Iesogy to Sybil Visine: Cult, Class, spn aad esr Cpa ‘Stcbigy 30,12 four 1950 “Pee ourey, Distinction: A Socal Cu of the Judgement of Taste (Cambie HB tard Unters Pres, 10881979) 408 a 158 ‘co livros a esse assunto e voltando constantemente a le a0 longo de tes décadas de pesquisa probiiea™ nao € porque cle Sse) soci6logo da “educagio™ per se~ na verdade ee resus divisio aceita de trabalho cientiice que atribul as Intelectuals 98 objetos pré-consiruidos do senso comum ~ mas porque ele considera que as escolas sio mecanismos fundamentals para a Cerifeacao das hlerarquias sociais nas nacies Estados mais adiantados, e por isso mesmo, um terreno e objetivo central das Jutas democraticas'. Mais uma vez, a0 contrario da lea na Sociedade medieval, a escola oferece uma sactodicia na ago a ‘ordem social existente, um racional para suas desigualdades, ara a base cognitiva © moral de sua eonservagaor [Evidentemente, entre todas as glugies apresentadan 0 Jongo da tstiria para o problema da transinissdo de po der e privilégios, nao existe nenhuma que seja mala lsfargada, © portato mais bem adaptada is soctedades ‘ue tenden a reutizar a formas mals evdentes de nn ‘miss heredtata do poder eprviios. do que a solugaa oferecda peo sistema educactonal quand conti par | meproducio da estrutura de relagdes de clasmese ocala in amo a re mr Senin SE camer ce tee Seth Shs pa re awa a Resear a derecho a ae eters tocar oe Hier gaeae temo oe Slee Narain caer iyi thang nats fearersearere ve ity crate teamiemmes hence Prt fram ddedas a eee, ene 975 fs) NS ne SE Mica ace aera ip acckaet Pence ears rca Scarce ctr oo ‘eadenie Pres, 1061), 175.182 i omplecnete oc Honcaetsjomunnataes Chenin es, Seticrros ieee eemecraeia eae ‘Prance (Paris: Ratsons dlagir Btions, 2000), re ce 159)sob uma aide aparentemente neta oft de que eum re enna fag! ‘As eocolas, exreve Bourdle nas primetras paginas de at obiosse dB Grandes secs et expr de corps, se trabalho mais recente ¢ambicioo de desnuda a3 igagoes entre a order ‘Seid cl su ple i dint ‘Ge eltacao da dominagsa” hoje , conse a foguda educagho deve ser entendida como “um capitulo, e um ‘Stl import, da socologia do conecento © da sotlo- {Bi do poder ~ para nio menconar a sociologa das flosofias de der’ A andlse doe clabeccmentan de elle que formam o> (tr nts dase oman sierra Simago dos mecansinos der et do ‘bam nos evr a local dos conffos que eimullaneamente divides ‘Cumer ao fagies rivals dessa classe © mostra as contradeoes ‘pecullares que perturbam 0 modo tecnoeriitico de domindigao sobre Squats hoje repousa sun domunagao conju asim, The State Nabliy no ¢ ~ ow 1G0 € somente, pois tamer ¢ isso ~ uma pesquisa especialzada do funcioasnento fds escaldes mas altos do sistema educacional frances € suas Tagoes com a burguesia e com a8 pinipalo empresns desse pals & um eatudo date de elagden entre os espagos socials {ue concentram as duas estes de poder que os domiantes ‘trquatquer socedade complexa tem de monopeliaar para fur ‘Gantt e legimar frmemente seu primador o capa econ- tse cra por io, el rece win ooo lo “Entropolgico histrgo da erlagioe formagao da classe diigen- {ere de sua abertura dferencal &penetragio e transformagho por melo das lutas democraics? “Grong «Pasco Rann Blt, Soity end Cota, 78 iclaie wodde Dar Rous, Moca toe occ ag ant Mosc Bat Grates Elo upto Bee daatunent enn questia no me Prec de The Ste Nba Paar tet in cd expen dan cian de te ane Panacea entincntcmeeet oar ncesea, er amen Cpt Eyal mae. 160 A sociologla de Bourdieu € uma saciologia politen das for mas simbolieas, que busca fundir as idéias de Kant Marx, Cassirer e Weber, Maquisvel e Durkheim, para elucidar a logiea dda dominacio simbolica baseando-a ao mesmo tempo na distri ‘bulgdo objetva das varias formas de eaptal detidas por aqueles {que © manipulam. 0 toque distintivo dessa empresa € que ela iio se limita a afirmagdes tedricas abstratas sobre a “lgacio ccultura-poder’, mas define e executa um programa detalhado ‘de pesquisa ou, para ser mals preciso, de construgdo de obetos. No topo desse programa esta a exigencia de contormar os pere- nies dualismos que dividem o pensamento cieniico e mula ‘nossa compreensto da realidade: os que exstem entre seit © ‘objeto, escolha e restricio, consentimento eoercio, ou entre, ide um lado, a atvidade deliberada e signifieativa pela qual os agentes consiréem seu mundo, ede outro a compulsa0e limites ny que a grave das estruturas socials impie a eles. ‘Bm The Sate Nobliyy Bourdieu oferocetaver 0 mals completo ‘exempt hoje de wins socioogiaeuja amigo no seja apenas ‘combinar articular ouJuntar estratura eagénci, mas, mais funda rmentalmente, dissder a pripri distingan entre esses dots ontos de vista aparentemente antinomicos de anise social ao ofercoer fama demonstragao empirco-tériea da necessidade © separa: Dildade simultanieas das abordagens “estruturalista”¢ “constr ‘sta Iso porque, como sugere Bourdieu, o verdadero prinpio de fagao nao reside em rent desses dot “catidos do soca” ue so as inslitugoes © os agentes, mas na relagao ene eles, ou se, 00 encontv, cra harmontoso, ora discordant, da “histria objetieada, ‘nas coisas", ou estruturas que (ma quase realldade das coisas ea “historia encarnada em corpos” sob a forma de eategorias de per. cepedo€ apreciagdo que os indvues usa nas suas condutas € represenlagies®-F dessa dialtiea perpétna e mullestraiicads de ‘campo e habitus, pasiqao e disposi, estruturas ments e sciais ‘queas peitcas emergem e refer o mundo que as fz "© Pierre Bourdieu, Lega sur a Lacon, (Paris: Minuit. 1982) 318 undo corset gn he lacurem i ir oa as oa tae ‘Scbiay Camridge: Plt, lomo 190M ede. 1088" "adltien das “estas soca etrturas ental” €apesntas em forma compact na ago rl de Te St aby 6 qo na ‘seuss Wis ecnvinores Stas por Bou, 16‘0 romper com 9 estruturaismo cssico, Bourdie reeonhece {que o universo socal &o resultado do trabalho de uma construc ‘em fim. Ble concord com a fenomtenologia © a etnometedologia {quanto 2s individuos produzarem o mundo sua voltae quarto a stro Lebensiel, para lb 3 fli expressio de Garfinkel, uma “realizagao patie eontinuada". As estruturas da soeiedade que parece se colocaracima e contra os agentes camo objetos exterios ‘ho passam do resultado “eangelado” de indies alos de reunio cogntiva que guia suas agses passadas e presents. Por oposicao ‘as lormas mecanicstas de anise que reduzem a scilogia a er. fisiea da sociedad, uma cencia da interago de estruturas reicadas «morta, o conceit de haus nas lembra que os indivduos ito ‘So movies por forgas externas como particu de chumbo num ‘campo magndtico. Plo cairo, les seleconain econstroem cur 0s de ago signileatnos assim contnbuem atiamente para de- {erminar as fatores soca que os mover. ‘Mas insistr na “agéncia", como exgem corretamente os para lgaas intexpretaives © de forma algurma m= plea uma negaedo ou diminuieao da eieeia da “eatratura”-Pois 2 apéncia é em si sociamente estruurada: 08 atos de clasificagaio {que guiam as eseathas das indWviduos sio sistematicamente or enlaidos pelos esquemas mentals e corpéreos resultantes da ‘ntemalizago dos padres objtivos de seu ambiente social exs- tente, AS preferéncias, habitos ¢ incinagdes das pessoas $00 corponiicados em estruturas socials que ranscrevem em seu oF ganismo as influtneias e forgas organizadas de seu melo. A de- Kerminagio estrutural esta entao alojada no amago mesmo da acd e, por asin dizer. ¢ indistnguivel dela. Mais que Iss0, reco: hecer a agénela nio é de forma alguma equivalente a adotar ‘uma soctlogia subjetiista que retrata os individos como agin 4o inencionaimentesaja de acordo que a telelogia ullitarisa da ‘woria da escotha racial, ja A maneira do animal semi6ico ‘aro as tradigées simbilico-tnteraconistas ou fenomenclogeas. ‘Donald Davidson ss mostross que “ser fntenconal” nto "0 inen dor gramatical da ayencta"™.De fato, arguments Bourdieu, a 3 Rl Gavel Ses ny, Ewe Cs: Pie "Dena Datdon, Ease n Andemi Actos an ets, Ox: Clarendon Press 188 4 162 ech fs poe ageism sn in cisi"os Se trolesiae it seats gir potaun epucsunec ‘capital euteural + ‘capital cultural = Capital erin = capital econdmica + ESPACO SOCIAL artista? burgues* clentitas profssées homens de) negicios (CAMPO DE PODER artistic -elentitio - ncadémico - campo burocritin - jurdico = ‘eampo economico (govern) ‘CAMPO DAS ESCOLAS DE ELITE escola intleetuais ‘escola de politica eeondenica Ecole normale supérieure ENA, Science Po HEC E mpossvelestocar neste espaco a ailise subseqaente de ‘Bourse Basada nam conju impressnante de datos soe 35 200 principals empresas franceanse sts principals exec tea, sobre composigio Interna do segnento empresarial da Durguesiaee das multasestratégias que desenvalvem para ‘erovertere pesera cap, bem co pra ear aa {Se dos portadores de eedencate pater tim da do ci ‘ac’. eencrtca da empresa eo patna pads heron rates tastis comer: fnantces © inate do pt gesinerte cr base "is prowcay curents de rede que eopsnn ra concen pater sta qe ae alerted anna. apn hoped Grits pearance irene arte us dlereoet ‘Stas de repoduran eta de cd ts combina fe 170 ‘minagto, Também nfo € possivel fazer justia is difculdades de ‘suas explicagies ds dols modes de reprodugto que a alual no ‘breza de Estado combina para perpetuar sua dominacao. Basta dizer que o prineic, a reprdugtio deta, basela-se na rams so milo-mediada da propriedade privada por mieio da Fila, 0 asso que Ho segundo, a repreduo based na escola heranga de poder © priléglo € mediada pelas instituigSes edicacionais agindo como fitzo e garantia de preeminénla de acordo com © Jema “democratic” do mérito. A especificidade deste ultimo est na sua liga estodsto embora permita que a classe com um coletivo se reproduza, la no garante que este ov aquele de seus ‘membros tera capacidade de preservar sua posigio. A eontradlo specifica desse mecanismo de reprodugto reside assim na se pparacao por ele crada entre ointeresae da classe garantido pela escola € 0 interesse individual dos Blhos da classe que devem ser sacrificados como o prego do Tero adicional da garantia de legitimago atingda por melo do aumento do comprimento da ‘eadeia de consagragao e da maior opacidade do processo de Feproducio, ‘Outta descoberta notavel dessa iwestigagio € a extraonina- "a resiléncia da estrutura de poder na Frang. Apesar da rapid prolfragio de escolas profssionals menores especialmente as de administra) e de um aumento geral da freqitncta is escola © dda competicio, a forma do eampo das grades doles nt vole raticamente qualquer mudana ao lango de das déeadas que se ‘Seguiram a 1966, Houve no miximo o sprofundament dos dois cismas, de urn lado, entre o¢ estabeleamenton prestigsos © 08 ccomuns, de outro entre a universidade © as grandes eles © {que contribulu para 0 eresente eitismo das aiimas, Quanto & Durguesiaempresaria, 0 aumento reativo do peso do capital cue tural (e especialmente dos graus que atestam ta cultura geal € ‘burocritiea, por oposteao is erederiias que atestn a compete a téena ¢ cientiica nas estratigias de reprodugio erudi, n= Dora eertainente no (enh anulade, a eapacidade do capil {condmico dle se repraduairautomatieamente, De fo, Bourtea Insite em que a tendéneia deo modo de eprecigio mdads peta ‘escola suplantar 6 moda ditto io é deforma algun una vole ‘Slo necessriae imeversve: pelo cantrito,¢ 0 resultado contin- sete de ume batalla politica em que as vrs rages da barges m‘se enffentam pela “dominacio do eampo econdmico através da ‘mediagao da anexagio do Bstado™. Para os estudantes de politiea democratica, a andlise conta, ‘em The State Nobty dix abundantemente caro que Bourdies ‘eel tanto a visio centrallsta, de ima para babeo. do poder lcall- ‘ado nus aparato (como em Althusser capa de impor mecca ‘mente sua propia ge s pessoas, eumaconeepeso “esponianesta" (0 deseentralzada de poder. que se vé mas obras de Michel Foucault ‘dos amallstas que ele insplrou, como 0 que vem de balxo e se ‘spersa pelas “reds” que formam uma socledade. Bourdieu part- Ta com Foucault a visto de que poder no ¢ uma substincia que Indtviduos ou grupos possuem, mas um efit de cerias relagees ‘socks inserts na consttuigo mesma dos sujet que a paticam ‘coffer, Ele concorda com a idea de que o poder assume uma ‘multpicidade de formas (a saber, as diferentes especies de capital) ‘que padem, sob condioes bem deflnidas que a afilise socal tem ‘condies de especiar. var wma gama igualmente varada de ‘statis de ressténeia, recaletrnea ov aulopreservagio. Defalo, ‘sua acumulagio e preservaco que impde sla forjada a nogio de campo de poder. Bourdieu concord igualmente com Foucalt fem que a mnanipulagio do poder no necessita de uma intena0 feonseiente e uma decisio explita, que o poder nto € apenas ‘epressivo, mas também produto” de novas rages erealidades. ‘Aida assim, os dots tesrioas sociaisfrancesesdiscordam em pelo ‘dois pontos importantes. Prieto, Bourdiu sustenta que, ange dese cfu poo sock ‘0b a forma de “apilardaces", 0 poder se concentra em setoresins- Te Sie Ney, 922. Ean a acct € amide cy Prt ‘Roar, de Pree uri, Cambri: Poy Prem 18 1909, capa {Dee es Caption 23 “ine ew Cpt rg Too even te ‘Sate On the Genet and Stuane ote Durenrac elt ig 180 “Gaon sc roc eva a 1g aco, com por cx. Me Se Nas. OD Se Rak ‘Meshes, Cambcage’ Tay 2000 08M, Caps ‘Ct Mere Dour e Lie Want, "Frm Rng Clas to Fe of Power, pte Ce pa 1 Fh ie he Foam of Cop em Jon! Tuchnoon (24) Handi af Ty a Reseach forthe Soca of isn, Non Yorke Greed Pres 158, aaron ins im tucionalsdefinios ¢em zonas do espago socal: 0 campo do pe 6 precisamente essa arena onde se acumula a “energla sola” ‘constitutva das formas de capital e onde valor reat ds versa «especies de poker € contestadoe ajudicado Em vez de uma anise “asoerdente do poder a paride seus mocanisios fiestas, Bourdieu di proridade a uma analise concentra do nexo de ns: tubes que assegura a reproduese do capital econdeaco cura por meio das ages ereagoes aparentemente andrquleas de ura mil {dao de agentes que simuilaneamente competent ¢ se eam fa ‘operagin de rcuttos cada vez mais longs ecomplesns de egtimagao ‘gurantdes er ultima instincla pelo Bstado como ott dos con fos enize captais em disputa. Uma segunda dilerenga importante entre Bourdieu © Foucault € que, ao coniriro do satot pee. a lenin simbéllea no pressupbe a media de “lseurso™ ou cor oe frmalzados de eanhceimento que impiuem revineagces de ‘verdad, como na andlise de Foucault da blo poder” na ascensaio da Sociedade dceplinadora. Peo contrivo, ea opera pela incu de eategorias ments que justand-se ao mundo objeto do il femanam, prduzemn efeios de poder ao tmilos impereepives (sages sem querer conrthuem para brandi dons: ‘90 sibaien que trandiia conta ees, sp abe ses ‘ooscientes, ra media en que e spenas ness media ~ sas estruturas mental sejam bjetvamente de acordo eat © mieroostno soil ein que seus inlerases expen 0 ‘engendradoseimestdes no prprio acon, ecm nome dele. Para o lugar do “tetngulo: poder, diet, verdad, to caro Foucault, propde o tringulo poder = corpo ~ ern. No fi. a = Foseat, Rawer/enaedon. 98. °F Mel Foal, apa Pa: Me Bho the Piso. Nova York: Banton 1977 15709 © Howry of Sects tT Ax raat, Na ‘ore Poathenn tre tion” > Boude Te Sate My & » Poucaul.Pacer/Knane 3 wer exponent, Houde, Te ‘ratte Caphase 4, re efiasoieditne Cpa in co teaser he Wr of Pe Bream bon Sy Remeron eg. 190 pp. 35796 em Bh. = vabegemonia da burguesta atl €apoinda pa totale a prin sede cruzamentos © homoigias mutuamente reforgadoras ie se liga a uma tia de estratura, objeivas esubjetivas, das qualsre- ‘sult ao fina a crenca. stile pelo Estado e coma domina- os ¢ dominant, na hecessadee egtinidade de sua domingo. ‘Cada uma das quatro partes de The State Nobility - sobre a raises socials dos esquemas académicos de julgamento, 0 proces. ‘0 de produgao da elite académica consagrada, a forma ceva sdoespago das escola de elite, aestrutura © moditeagao da classe ‘apitalista de seus lagos com esas escolas e com o Estado pede ‘sr ida separadamente com grande vantagem por iaeletuis in ‘teressaos na relago entre de um lado, a demoeraciae, de outro, ‘edueagao, classe, cultura, organizagies formas eo comando pol ‘en ¢ ccondmico™, Nao obstante, somente quando so reunidos € ‘pensados em conjunto€ que e sente realmente todo o se tmpac: {oe sigalicinea anaitea. Pots € tntrincada rede de lgagics ‘genética, estruturas funcionals entre cada um desses aspects. ‘de dominio teenoertica que oferecea visto mals elara do obje- {o que Bourdieu tentou eonstrusr, bem como 0 melhor ponto de sta de onde avaliar tanto © métedo que ele emprega para seus ‘Para canst = conerginean slo com pengusa co on ‘epee aren mais ou meno contempoaness x publics de a hbiesne ‘tia ver vespetvamene oe Rng: Pt f uta Fr Acar ‘Garin Coprate Fespecte 150 1200 ‘Cone Un ‘erty Pree {000« Sen Bra e dermal, the Duero “raat Gages cn the rns Ect Oportany Aer 1850seove ork OnfrdUaeraty es, 1989, Soe cara pt ‘Gh educagio erin a Europa © sts Union Mae Zi Tae low tous te fronpeee of Cate Herre ar 4 ira en Wes Ba ne opt tc Se can ‘a ealtura “high bom Wer Power‘ Fl ibagya fea) Fe New {Sea sore anatoeseguneacnal el Faget Te Feros af Copeote Cot Candie, MA Harn taney Prat TN) ‘cesta ne ot mn corpora amen o Pte Fal ‘srg ed Ser he Sh Sat op a ton Ox: Ha ce 1988), gers trate, Coa ae atone n Prone Gomory Cars te Hanan Unter Pee Hoag sore a cena sai Exalaoma e 174 ropsitos quanto a expleagao dada ao que ele denoeina “ngica ‘do Estado” das credencialsem soctedades consideradas racial ‘das. The State Nobilty nao da respostas nequndas a todas as Perguntas que propée, nem solugdes para todas as charadas que ddesenterra, Mas oferece um canjunto de poderoses Instrumentos analiticos ¢ um ousado moslelo provisrlo de anise comparata, « histrica das “classes dominates” de dierentes épacas que € particulanmente relevante para examinar como opera a domina’ ‘cao de elasse nas sociedades demoeriticasUberalsferias pelos ‘deals de igualdade formal e met tndvdual. [No ¢ por acaso que La Noblesse tat fal publicado no inicio de 1989 (e se inici com um epigrama datado de 1788), no mo. ‘mento mesmo em que © pais se preparava para as fesiNiades ‘aclonals em comemoragto da Revolugio Francesa. O Ivo foi a ‘contrbuigao pessoal de Bourdieu para 0 biceatenio, & um 90 {tempo leonoclstia ef sis originals de 1789. Ao expor (@utojmistiteagtocoletiva que sustenta seu poder no momento em {ue ela esti sendo publicamente comemorada, Bourdieu espera, se ito contribu para o "process de dissolugdo interna da classe dominate” de que flava Marx no Manjesto Canusiste, plo se- hos registrar wma nota de desacordo no concerto de eongratula ‘bes orquestrado pela nova nobreea de Esta socal da Franga Siuficientemente esridente para ‘par forgar a exposigao da vera. de das relagoes de porer. pelo menos frgando-as ase ocularen falnda mals = aa 5 mia etd aya de och d rfid Ro: ‘cto Bante Sly ant Ce. 175