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  • Os Tipos de Poder

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    Marcus Vinicius Reis
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    Os tipos de Poder

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    PARTE | Tipos de poder O que é poder nos assuntos globais? Para um conceto tio amplamente usado, 0 “poder” & surpreen- dentemente impress € dill de medit. Mas esses problemas mio tornam um conceito sem significado. Poucos de és negamos ine portincia do amor, mesmo que nfo consigamos dizer: ‘Amo voct 136 veres mals do que amo alguma outra coisa”. Como o amor, vi- ‘venciamos 0 poder em noses vids cotdianas eel tem seus efits reais apesar da nossa incapacidade de medio com preciso, As ve 2, on analistas tém so tentados a deseataro conceito como send jnremediavelmente vagoe imprecso, mas ele tem se provado dill, se substi ( grande fidsofo britinico Berrand Russell certa vee compa ‘papel do poder nas cifncias socias¢alidade do conceito de “energia” em fica, mas a comparagao ¢ equivocada. Os fsicos po dem medir com muita precisio as velagdes de energiae forga entre 0s objetosinanimads, enquantoo poder se refere a relacionamen- tos humanos mais efémeros, que mudam de forma sob diferentes Greunstineias? Outros tém argumentado que o poder est pars a politica co 100 dinheiro est para a economia, Mais uma vez, ‘metifora nos induz a0 erro. O dinheito & um recurs liquide ou intercambiivel. Pode ser usado para comprar uma ampla variedade {e produto, mas os recursos que produzem poder ein umn relaciona- ‘mento ou contexto podem nao o prez em outto, Voce pode wae ‘Bes ot © discurso veil que estruturou a agenda, podem nao se sentir indevidamente constrangidos pela segunda face do poder, Mas se a agenda da ago for etstringida por ameacas de coergio ou pro 1messas de pagamentos, enti ela € apenas um exemplo da primeira face do poder Ba aquiescéncia do alv a legitimidade da agenda que tora essa face do poder cooptativa ccm parte constittiva de poder brando ~ a capacidade de conseguir 0 que vocé quer pelos meios coopttivas de ajusar a agenda, persuadindo e suscitando uma ata so postva Mais tarde, na década de 1970, 0 scidlogo Steven Lukes apon- tou que as ideas eerengas também ajudam a moldar as preferéncias 4 Oda pte w Inia dos outros” Na abordlagem de Dahl, eu posso exercer 0 po ler sobre voe® conseguindo que fica o que normalmente nao dese java fazer; em outras palavras, mudando sua stuagao, pos fa-o rudar son esratigia preferida. Mas também posso exercer poder sobre vocédeterminando suas propria vontades.Posso moldar suas preferéncias basics ou iniciais, eno meramente mudar a stuagto de uma maneira que o faga mudar sua esratégia para obter suas referencias sa dimensio de poder est ausente na definigao de Dab, Um adolescente pode escolher cuidadosamente uma camisa da moda ‘para usarna escola para atrair uma garota, mas pode fo eta cone céente de que a razto de a camisa estar tho na moda é porque um vargjita nacional recentemente langou uma grande eampanha de publcidade. Tanto. preferéncia dele quanto ados outros adolescen- tes foram Formadas por u preferéncias. Se conseguir que os outros queiram os mesmos resulta ‘dos que voo#, nia seré necessrio anlar seus desejos inca. Lakes, ‘cama isso de “a terccra face do poder”. His questoesexiticas de voluntarismo na determinagio de como ‘as pesoasexcolhem livemente sas preferéncias® Nem todo poder brando parece to brando para os crteos de fora, Em alguns casos ‘xtremos € fll determinar 0 que consti aformagto volun das proferéncias. Por exemplo,nasindrome de Estocolmo, a vias ‘de sequestro que sofferam estresetraumatico comegam ase iden- tlicar com seus sequestradores. Os captors, algumas vers, entam fazer “lnvagem cerebral” em seus cativos outa, tentam conqists- -los com bom tatamento.” Mas, em algumas situagbes,¢ mais di ter certeza dos intereses dos outros. Seri que as mulberesafegis So oprimidas quand optam por ves uma burca? E quanto 3s mulheres que optam por usar um véu na Franga democratca?™ As ‘eres dif saber a extenso do vluntariame das merasaparéncias, externas Ditadores como Adolf Hiller e Stlin tentaramexiar uma tor invxvel, que moldow a estruuara das pedo sumessnit ra de invencibildade para atrairsequidores, alguns lider dos paises do sudeste europe sucumbiram a ese efeito. Na medida em ‘que a fog cra uma sensago de terror que ara os outros ela pode ser uma fouteindieta de poder cooptativo, mas, se a fora for dire= ‘mente eoeriva nto ela €simplesmente um exemplo da primera Face do poder. [Tabet 1.1) Tes aspects dpe laconal PRIMEIRAFACE Ae sec aourecempenss pr ro conporasnto 148 conta penne seats cas de Babe dso cee ‘eo do pie de SEGUNDA FACE Aco. agen ds gs una mania quia ‘heals destolipan de pode nos a eer crane Sopa do, TERCEIRAFACE Ass care mda crenas paces prfevie Tiscesde prove! qu Ben orci dso ov ented fee oper des Agus tcbicos tem chamado essa formas de faces piblicas, ‘oculas ¢ invisiveis do poder, elletindo os graus de dificuldae do ao em descobrir a fonte do poder A segunda e a tereeira faces Jncorporam aspectos do poder estratral. Uma etrutura ¢simples- mente um atranja de todas ax partes de um todo. Os humanos estio incorporados em estruturas complexas de cultura, telagies sociais «poder que os aetam e constrangem. O campo de acio de uma pessoa € “delimitada por atores com quem ela nao tem interagao ou ‘comunicagio, por ages dantes no tempo e no espaco, por asbes das quais ela no é em nenbum sentido explicit, o ave” Alguns cexerccios de poder tefletem as decides intencionais de atores pati= WV cullares, enquanto outs s80 produto de consequéneiasinespera- ase forgas sociais maiores. Por exempl, por que grandes automéveis dominam as rass de nossa cidade? Em parte, a respostareflete as escolhasinivihins do ‘onsumidor, mas esas preferéncias sto elas préprias moldadas por uma histria social da propaganda, decisis dos fabricantes,incen- tivos de impostos, politica de tansporte pili, subsidios para a consteucio de estrada planejamento urbana.” Diferentesescolhas sobre ess questdes por parte de muitos atores vies e também invisveisconftontam um resdente urbane de hoje com um conjuto Timitado de escola, ‘Conta-se que 0 conselheio politica de Bill Clinton, James Car. ville, disse brineando, em 1993, que ele gostaria de, na reenearna- ho, er 0 mereado de ages, porque assim teria um poder real. (Quando falamos do poder dos mereads, estamos n0s referindo a uma forma de poder estrutural. Um fazendeir de tigo que quer _ganbar mais para pagar a educago universiria de sua fila pode decidir plantar mais rgo, Mas, se outros fxzcndeitos também plan tarem mais (¢ a demanda nao muday, as frgae do mercado por ‘dem reduzir sua rena eafetar as perpectivasedicacionais da filha. Em um mercado perfeit, © agente nao tem poder de determinar © prego. Milhoes de outros agentes invsves, farndo excl i ‘depencentes, riam o suprimento ea demanda que determinam 0 prego. Por iso, as pases pobres que produzem mercadorias estio ‘om frequéncia sueitos a amplas variagnes em suas reagbes co- rmercias. Mas, se um agente conseguir encontrar uma maneira de smusdar a estratura de um mercado introduzindo um elemento de ‘monopslio (um tnico vendedor) ov monopxéinio (am nico com prado}, ele pode ganhar algum poder sabre o peso, Pode fazer isso diferenciando seu produto por meio de propaganda, eriando lal= dade a marca, esolhendo um lugar especial e asim por dante, Ou, no caso dos paises produtores de petrleo, os agentes poem tentar formar um cartel como a Onganizagzo dos Pases Exportadores de Patrteo (Opep). Diferentesanalisas interferer no complexo padrio de causal- ddl raga aha entre a escola individual eestrutoras maiores em diferentes higares, Por exemplo, os socidlogos tendem a se con- ‘entrar menos nas agdese nos resultados espciics do que os cien- tists politicos ™ Os analisas que se concentram apenas nos agentes indviduais, como a primeira Face do poder tende a fives, esto clara mente falhando em entender e descrever intciamente of relacion- ‘mentor de poder. Mas aqueles que se concentram apenas nas forgas sociais amplas ena perspectiva histrica mais longa, como tendem a fazer a segunda ¢ a tercera fees do poder, prestam pouca atencio As escolhase intengbesindviduais que so fandamentas na politia Certs crticos tim dito que minha abordagem & demasiado “centr Tizada no agente”, mas ela ainda permite alguma consideracio das Forgas extruturas, mesmo que isso no inclua todos os aspects da Alguns analistas encaram esas distingdes como abstragBes ine teis que posiem tos car na primeira Face do poder Enteranto, se sicumbirmos a esa tentago,€ provvel que limitemos 0 que vemos em termos de comportamento, © que tende a limitar as estraégias ‘que os formmuladores de politicasplanejam para atingir seu objetivo (O poder de comando (a primeira fee) muito visivele prontamente ‘aptado, Ble €a bate da poder duro ~a capacidade para conseguir ‘os resultados desejados mediante a coergBo eo pagamento. O poder ooptativo das faces dose ts & mas ute, por iso, menos vise le contribu para o poder brando, a eapacidade para conseguir re= sulkados prferidos pela utiizagio dos meios cooptativs de etabe- lecimento da agenda, peruasto © atraio, Muito fequentemente, ‘o®formuladores de poiticastém se concentrado apenas no poder do ‘omando dao para obrigar es outros a agi contra suas preleréncias «tim ignorado o poder brandlo que vem da formacio da preferén- 38 Ota doze ‘vas de conversto de poder sto entender toda aextensdo dos recursos de poder e reconhecer os problemas de combinsslos efetvamente © poder duro e o poder brando As wears relorgam e a8 vezes enfraquecem um a0 outro, ea boa inteligéncia contextual ¢impor- ‘ante para disinguir como eles interagem em diferentes stages Contuclo,& um erro pensar nas campanhas de informagio em ter- ‘mosque interpretam mal esncia do poder brando, Se ivéssemos ‘que excolher entre tr poder militar ou ter poder brandon politica Ope pce en anal $7 ‘mundial, optariamos pelo poder militar. Mas © poder intlgente sugere que é melhor ter ambos. “Os militares tém de entender que o poder brando € mais desafiador para inluenciar da que aaplicagso «la forga miar ~ partcularmente seo que esa fora esti fazendo io € vito como atrativo."” Se a alavancas do poder brando nto ‘xtio puxando na mesma diregto,entZo os militares sinhos com Sequéncia nio conseguem eriarcondgtesfavorves, [No inicio de 2006, o secretirio de Defesa, Donald Rumsfeld, disse, sobre a guerra global a terror da administragao Bush: “Nesta uerra,algumas das baths mais importantes podem nto eeorter nas montanhas do Afeganistio ou nas ras do Teague, mas nas te ages dls jornais em Nova York, Londres, Cato outros gates ‘Como comentou The Ezramit sobre a fila de Rumsfeld: “A poco tempo ele encarava daramente ese fico no “poder brando’ como, bem, brando — parte da politica de apaziguamento da “Velha Eu- ropa’ em relagio ao terorismo", Agora cle entendew a importin- cia de conquistar coragBes © mente, mas “uma boa parte de sua fala se concentrou em como, se contasse com in RP mais astto, América poderia vencer a guerra da propaganda” Infelizmente, Rumsfeld esqueceu a primera gra da pblicidade: se voce tem ur produto ruim, nem mesmo a melhor propaganda vai vendo, Ele também se esqueceu de que a estratégia defciente de comersio de poder da adminstraco estava desperdiando tanto oats do po= Ser duro como os do poder brando, O primeiro pass para desen- volver estratégias mas efetvas de poder ineigenteconsite em um pleno entendimento dos pos e wios do pode. 4 Obnvos yoke Poder militar (Quando a maioria das pesons fla ou exreve sobre o poder militar, tende a pensar em recursos subjacentes ao comportamento do poder duo de nar eameacar lutar~ sldados,tanques, vides, nasion ete [No im, sea prssio se transforma em impulio,eses recursos mile ‘ares importam. Ha uma fase famosa de Napoleao que diz: “Deus ‘sti do lado dos grandes batalhdes" ontudo, poder militar necesita ser olhado mais de peto. Hi ‘muito mas nos recurios militares do que rewilerese batalhes, © ‘mais no comportamenta militar do que combater ou ameagar com bates Os recursos do poder militar hit muito vém sendo usados para proporcionar protege aos aiados e ajuda aos amigos, mas até 0 omportamento de lar em delesa dos amigos pode envover © po- der brando. Como vimos no capitulo anterior, of sos nko coercivos «benignos dos recursos militares podem ser uma fonte importante do comportamenta do poder brando de estruturagto de agendas, persuasio eatragto na politica mundial “Mesmo quando pensamos apenas em combateseameacas mitas ‘psoas encaram a guerra entre pases como uma guerra entre sol dads uiformizades,organizadose equipados pelo Bstado em wi ‘dades militares formai. No entant, até agora no séewlo XXI, mais “guerras” ocoreem dentro dos esados do que entre etados, mutes combatentes no usam uniformes' E claro que a guerra cle 08 combatentes regulars no so novos, como até Ii taicional da guerra econhece. O que now neste século € 0 aumento dos coi- ‘os regulars ¢ as mudancastecnologicas que ampliam a8 valnera bilidades colocam 0 poder destrativo nas mos de pequence grupos e atores mio estatas que teriam sido considerados caros demas para serem utlizados em eras anteriores. B agora. a teenogis trouxe uma ova dimensio & guerra: as perspectivas dos ataquescibernticas. (Como vamos dicutr no capitulo 5, ui inimigo ~ estat on tatal— pode erie uma enorme destrugio fs (ou arneacar fazélo) sem uma arma que aravesefsicamente a fonteita de outro Estado. Combate e guerra Dos milénios e meio atrs, ao expicar por que os genera de Atenas re tes, Tueidides declarou: “Os fortes fazem o que quetem e os Fraeos soffem 0 que hes imposta? A guerra co ws da forga so endémi- cos na historia humana, Na verdade, a histria politica € Gequente- mente conta como uma historia de guerra econquista. Mas, como Biblia pergunta em Salmos 2:12: “Por quese amotinam os gentios ‘© 05 povos imaginam coisas vis?" ‘Una resposta¢ 9 naturezs humana. Or antropélogosdeserevem ‘0s chimpanzés (com quem comparihames quase 99% de nosso ge- nom) snd a faga wm anita © out e contra otros bands de chimpanzés* Alguns realists elissicosenfatizam a gandincia como ‘um motivo. Outros enfatizam 0 desejo de dominate.’ Grandes conquistadares, como Genghis Khan, que varrew a panic da Asia Central, ou os conguistadores espns nas Américas, coma Hernan Cortés ¢ Francisco Pizaro, provavelmente tioham ina mistara dos nam tomar aia de Melos e matar ox escravzar os habitan- 50 Ofnwoseyadr dis motion. Masa iin tab desempenham um papel ma of tag das pests para a. guerra ea conguis, como aexpansio ols no cul apie a morte de Maomé, as crozadas crits mee vais ou o macionalamo ea atodeterminagto apis oéelo XIX. ‘A gucraformou grandes império, asim como o ema estat da Europa moderna, mas ¢ importante lembrar que o poder eo civ duro gerado por recon milaresem eral € acompanhdo de algun rau de poder branda, Como dso foo David Hume, ‘no séulo XVII, nenhum human € fore o bastante para domi ‘eds outosagindo rina? Um sano precisa ter poder brand ficient para ari sequidres ewer condigds de war a coergo em laeg eal. O longo Império Romano, por exempl,rlorgou sas conquitas nies com Sealoga e ara os birbarosconqusads oferecendo hes oportmidader dese ornarem cis romanas* ‘Um problema dos wcursn militares, ncsindo oslo, é qe els so cars © 0 cto dese transporte amen com a ditncia. Os secur locas so nas baratos se puderem er cooptadon ‘Uma tecnologia nova, como a cvaara no aso de Genghis Khan ‘oa plvora para os congustadore, pode proporcionar wna van tage ie permite que um nimero pequeno prevalega sre um ipo maior até que a tecnologia ej india. No seul XIX, Si Harry Johnson conquistou a Nisan (aualmente Malu) com ovess rpas Nana, menos de 100 mi sldadose administra ‘es brinicos govermaram 300 miles de indianos. Mas osegpedo dese sucesso foi mis que enolgia. Fc eapaciade de dir 2 populagloavoe copia parte dela para tr lida lea. Si- rlarment, a cfs do i fot baseada na arag da renga, 0 apenas na fg da espa. A doutina da convainsungéacia miiar tual esata importa de conquitaros corgi eas mentes da Popul. Para enendermeso poder mila, deveros compreender {que as expiages do sceso se baseiam era mais quo aso ar ‘amo do dco XIX "Nor temos a metralhador es not". ‘Uma escola moderna de realimo enftiza mio a natuneza hue mana, mas a estrutura dt poten internacional” A abordagem es- truturl enfatza a natureza andrquica da politica internacional © 0 fato de que nao héautordade mais alta acima dos estadas os quais ‘tes posam apolar Els extio no rena da autonjuda e os recursos niltares proporcionam a maior pate dessa ajuda. Motivos como g3- nancia ou dominagio sia menos importantes do qe suranga © simples desejo de sobrevver. Os estados so eapturados num jogo de soma zero em que & raional se defender porque no podem confi ‘nos outros. Se tm ator se desarma © os otros no, €impronsvel que cle sabrevva em condigtes anrquicas. Aquele que sio benevolen {es e confantes tendem a desaparecer com o tempo. Sao climinados pela cnamica engendrada pea esrutra do sistema. O camino do ator para delender sua seguranga e sia obrvivencia é desenvolver seus proprios recursos militares mediante o erescimentoe formar aliangas para equlibear 0 polr dos outros, Nese mundo, 0 ganhos relatos aos outros sto mais importantes que os gankos absoluts. ‘Quer enraizados na natureza humana, como no reais cis sico de Tucidides e Maquiavel, quer nas forgas stémicas maiores enfatizadas pelo realismo estrutural moderno, os recurs militares ‘que proporcionam a capacdade para prevalecer na gucrra so cot ‘vencionalmente retratados como a forma mais importante de poder ‘os astuntos globais, Na verdade, no século XIX, a deinigto de um tgrande poder era a capacidade para prevalecer na guera,¢ crta- mente a querta peniste Boje. Mas, camo vimos no capitulation, ‘© mundo se tornou mais complexo desde o século XIX e o modelo realist ndo se ajustaigualmente a todas as partes, (© dliplomata britinico Robert Cooper declara que ha pelo me- nos ts tpos diferentes pés-industrial,industalizante © préin- ‘dustrial — de relages intresatais, com a guerra desempenhando tum papel diferente em cada um. Para 0 mundo pés-industral das ‘democracias vangadas, a guerra no é mais iastrumentoimpor- 52 Obradors tan em suas relagdes um com o outro. Nese mundo, 0s tebricos sfirmam corretamente que & quaseimpossvel encontrar exemplos ‘de democraciasliberais avangadas lutando uma com a outa.” Era ‘er disso, elas fiam trancadas em uma politica de complexa inter dependeacia em que outros instrumentos sio usados nas ltas de poser Iso no significa que as democracias avangadas nBo entrar ‘em guerra com outros estados ou que as novas democraciasfriges rio podem guerrear uma contra a outa? E para estadosreeém-in- ‘dustrializados como a China ea India, a guerra continua sendo um insirumento poteneal, como preveriam os realists. Siilarmente, ‘entre as sociedades pré-industriais,inluindo grande parte da Africa «do Oriente Médio, o modelo realista permanece um bom aust. Ho, a resposta do séeulo XI pergunta “O poder militar &a forma de poder mais importante na politica mundial?” depende do context. Em grande parte do mundo, aresposta& sim, mas no em todos os dominios ou em relagto a tadas as quests, Autilidade do poder militar diminuiu ‘com o tempo? ‘Os stades obviamente,usam aforga miltarhoje,maso timo meio seul vu mudangas em seu papel, Muito etados,particuarmente fs grandes, acham mais caro usar a farga militar para atingir seus ‘objetivos do que antesiormente. Ao prajetarofataro, o Conseho de Tineligencin Nacional dos Estados Unidos o corpo que prepara at ‘estimatvas para o presente americane) declara que a tidade da orga militar ext decinando no séeulo XI." (Quis io as razes dso? Uma & que os meios mais modenos da {orca militar ~ os arsenas mileares cs principals poténcias~ soi flexives Embora i tendo chegad a um nimero maior do que 80 i, ‘ar armas niccares nfo tém seo wads na guerra desde 1945. A des _proporgio entre a enorme devastacao que as armas nuclates podem Inge quaisquerobjetivos politicos razodwis tem feito sides ds cstados serem compreensvelmentecontrrios a seu us. Potato forma mais moderna de forga militar 6 para todos os propédtos pit 0s, demasiado cara tanta devido a tabu moral quanto ao rsco de retalag80— para os lideresnacionaisuilizarem na gure. Isso io significa que av armas nucleares iio desempenem un papel na poltica mundial. Na verdade, os verrorsas podem iio se sentir constrangidos pelo abu nuclear Emesmo que sj fl war armas nucleate para cong otros, o desencorajamento de seu uso permanece tio convincente quant importante. Iso ilu a capaci dade para estender o desencorajamento a outros estados~ por exer plo, pelos Estados Unidos a aliados como a Europa eo Japto. Estados rmenores como a Coreia do Nort © o Tri busca armas nucleares para deter os Estados Unidos e aumentar sa inflata regional © prestigio global, mas nto sio equalizadores na politica mundial, E, sob algumas condigaes, se desencadearem decises por parte de ‘outros paises de também prodhisr armas nucleate, poder reduzir a seguranca aumentand a perspectva de uma arma nuclear st I brad vem pleno controle central a cair nas mos de terrors. Entretnto, o tabu contra 0 uso estatal das armas muceares jf dura seis décadas As armas nuclear permanccem importantes a poli ica manda, mas no para a guerra, ‘Una segunda razdo é que a orga convencional tormotse mais ‘ara quando usada para governar populagdes nacional ¢sacial= ‘mente mobilizadas, A ocupagao ajuda a unio que sob outrascircuns- ‘cas seriam populagBes muito diferentes, O dominio etrangeio & ito cispendiaso em uma era de comunicaso social ampla. Jno ‘kim sécul, a midia impress ea comunicagio em massa permiti- am populagdes locais ampliar sua consciénciae idemtidades para ‘0 que foram chamadas de “comunidades imaginiias’, e era da ine tern estendeu iso ainda mais A Franca conquistou a Anglia com 54 Owed per $34 mil soldador no sécule XIX, mas no conseguin manter a cold ‘com 600 mil o século XX." Os instruments, como carzos-bornba « explosive improvisadas, dsponiveis para mobilzar os insurgen= tes so muito mais baratos do que aqueles usados pelos exércitos de ceupagio. E hi uma alta correlagao entre o uso de homens-bomba suicidas ea acupagio por Forgas etrangeiras® ‘Uma tercezarazio & que o uso da fora militar enfenta resrigbes| finernas: Com o tempo tem havido uma erescente écca do antimi- Ttarismo, paricularmente nae democracias. Eas ates sto mais fortes na Europa ou no Japio do que nos Estados Unidos, mas esto presents em todas a democracias avangadas Ess opines no eve ‘amo uso daforca, masa tansformam em uma escola politicamente arricada para os lideres, em particular quando seu so €intenso ou prolongado. Diese, vezes, que as democracias no acitardo perdas de vidas, mas iso €simplifiar demas, Os Estados Unido, por exens ‘lo, esperavam cereade 10 mil morta quando planejaram entrar na ‘Gucrra do Golfo, em 1990, mas Fram conte a acitar mores na ‘Somalia ou em Kosovo, onde seus nteessesnacionasestavam menos ‘eohids, Além diso, a disposi para aestar perdas de vidas ale tada peas perspectivas de mess. Ee 0 uso da fg for vito como injuto ow iegkimo por outras naghes, iso pode eusar caro para os liderespolticos nas poliicas democriticas. A Tora nfo & obsoleta, ‘os tore no eats terrrisas so menesrestingidas por sas preo- ‘cupages mosis, mas a fora € mais cara e mais dif para a maioria das estado usazem do que ea no pasado. Finalmente, vias quests simplesmente nfo se prestam sol «ex contundentes. Considere, por exemplo, as selagées econdmicas entre os Estados Unidos e Japlo. Em 1858, 0 comodoro Matthew Perry navegou para o port japonés de Shimoda e ameagou bom bardelo seo Japo nio abrise seus ports a0 comecio, Esa nto seria uma mancira muito conveniente ou polticamente acitvel de resolver as atuais disput comerciais entre os Estados Unidos © 0 Jap. Hoje em dia, a China se tornow 0 principal protutor de is ‘stuf e esti eriando a cada semana uma nova sina para a queima de carvio, Mae aideia de ameasar usar bombas ou misses erwea ‘ores para destruir esas usinas carece de eredibilidade, embora seu produto posa ser prejudicial a outros paises, © escopo ea scala da tlobalizagao econdmicae da interdependéncia complex sto muito lierentes atwalmente do que cram no sé XIX. Embora a forga permanega um instrument critica na politica internacional, no € 0 tnio instrument, O uso da interdependén- «ia econémica, da comunicagso, das instugiesinternaciomaise dos ators transnacionais is wezes desempenha um papel maior do que a {orca forea militar como um instrmento da Estado nfo é obsoleta ~ tstemunha diso ¢a guerra no Afeganiso, onde os americanos Aerrutaram 0 governo do Taliba que abrigo a rede de terrritas aque realizara os ataques de setembro de 2001 aos Estados Unidas, fu 0 uso da Frc estadunidense e britniea para expulsar Sadaen Hlussein em 2008. Foi mais ell vencer a guerra inicial contra um soverno do que conseguir a paz conta insungentes nto estas nos dois casos, Além disso, a orga militar sozinha nto € sufciente para proteger contra oterorismo, Antes do 11 de Setembro, ext uma, ‘élula importante da Al Queda em Hambutgo, mas bombardear a cidade alema no era uma opgte. Embora a forga militar continue sendo um importante instrumento na politica internacional as mu \dangas em seu custo ¢ efiizncia tornam os eieuos do poder militar atuas mais complexos do que no pasado, ‘Annova forma da guerra ‘A guerra e a fora podem estar em baixa, mas no desapareceram. [Em vez dss, o uso da fora esti assuminlo novas formas. Alguns ‘eéricas militares tém escrito sobwe a "guerra de quarta geragao", que 56 Olas pose [as vezes “no tem campos ou frentes de batatha definidos” e em ‘que a dstngao entre eis e mites pode desaparecee” De acordo ‘com essa vio, a primeira geragao da guerra moderna eefltia ate tea dlink coluna que se segviv A Revolugto Francesa A segunda eras bascou-se no poder de fogo concentrado cultinon ns Pri- rmeira Guerra Muna; sew sagas era que a artiharia conqusta © depos infantaia ocupa, A tercera geragto de manobea surgi de tts que os alemstes deserwolveram para romper o beco sem sida da guerra de trincheinas de 1918 e que mais tarde aperfeigoaram na Litea de bltcrig que es permiinderrotr as maiores fora de an {ques francesese britinicoe na conquista da Franga em 1940, Tanto as ideas quanto tecnologia divecionaram as mudangas. O messmo ‘core para a quartageracio atual, que se concentra na vontade da seciedade ¢ na vontade politica do inimigo para ltar, Como dse tum tedrivo: "Cada geragto que se sucede penetron mais fundo no territrio doinimigo em um esforgo para derrotilo™." Embora dvie dir a guerra moderna em quatro geragesseja um poucoarbitririo ce exagcrad, a tendéncia importante a ser notada & a duigho da Gente militar € da reaguarda civ ‘Apartirde uma visto ainda maislonga, otedric sraelense Mat- sin van Creveld declara que a caracerstica nouvel da guerra du ‘ante o milénio do ao 1000 a 1945 fi sua contoidagio, Durante a Idade Media, difclmente qualquer senhor de terras conseguia ‘eunir mais de poucos milhares de soldados. No século XVIII, os _nimeroseresceram para poucas centenas de mares. Nas guerras rndinis do século XX, sete estados euniram mais de 100 mithes de homens e se envolveram em batalhas em todo 0 globo. “Trar ‘vad uma guerra total uns contra os outros, os extados realzaram. operagdes to amplas e violentas que, no fim, 40 a 60 milhaes de pessoas foram mortas,€ a melhor parte de tm eontinente esta ‘em ruin, Depois caindo de um eéu claro em 6 de agosto de 1945, ‘io a primeira bomba atdmica, mudando mde para sempre". [Embora howesse outras causa além das armas auclearey” © 0s cits nde fossem totalmente entendidos durante algum tempo, guerra total log du Inga a gueraslimitadas, como a Guerra da Coreia. Harry Truman, que usou uma arma nuclear para pr fim 4 Segunda Guerra Mundial, deca nfo fazé-lo na Cori, ¢ em- bora tenha sugerdo perspectiva do uso nuclear, Dwight Bisenho- ‘wer também se motrou relutante em fazélo, era da guerra total parocia acaada” Tgvalmente notivel até as gverrasinterestatais limitadas “esavam se tormando bastante raras”, Van Creveld conta apenas vnte no meio séeulo aps 1945. [No entanto, © confite armado nao dessparcceu, A guertain- terestatal tornou-se menos comum do que as guerra inrsestatais « transacionas envelvendo atores nfo estatais. Dos 226 confitos armados importantes corridos entre 1945 ¢ 2002, menos da metade foram travados entre estadose grupos armados na década de 1950, ‘mas, na década de 1990, esa fo a forma dominante de coafitoat= ‘mado. Eses grupos pode se dvi em insugentes, terrorists, rilicina © organizagis criminotas, embora as categoria possi se justapor ese clr com o tempo Por exemplo, as Forgas Armadas [Revoluciondras das gurrilhas da Colémbia formaram alingas com cartels do narotetico naquele pas € no Aeganistio alguns grupos 40 Taliba tém vinculos proximos com os teroristas tansnacionais dda Al Qaeda, enguanto outros sto mais locas em sua arentago. Algune sto apoindos pelos estados, mas muitos nio ost, ses grupos encaram oconfito como un oma de operagies| poltcas¢violentas regulars durante um longo periodo que hes ard um controle coerevo sobre as populagSes locals les se hene- ficiam do fato de que muitos estados fracoscarecem da legitimidade fou eapacidade para controlar eeivamente seu priprio trrtirio, (© reaultado & o que © general Sir Rupert Smith, ex «crelibilidade so significa que qualquer ataque a exes pais pode ‘ausar mores de amerieanose, deste modo, ligar os destnos dos pat ses de um modo que meras palais no conseguem lazer A protecio pode produzir tanto poder duro quanto poderbrando pra o Estado que proporciona a protegao.Relagbes de liana como ‘4 Otan sumentam as eapacidades de poder duro americano, mas também desenvolveram uma rede de vinculos pesoais¢ um lima de atragi, Durante a Guerra Bia, poder duro da protegzo militar americana ajudow a erar um clima de poder brand que fer avan= ‘ct os objetivo intermediérios de extabilidade e prosperidade cond rica na Area do Allintico, Em contest, a protegio americana da Aribia Saudita (que remonta& Segunda Guerra Mundial basiase ‘mais em garantas implictas do que em allanga formal e em barga- thas limitadas bascads nos intereses nacional. Essa protec gers ‘um poder brando limitado no relacionamento, mas com frequéncia tem produrida heneficios conémices, pois o governa sai tem As _vezes moificado suas polticas de energia para acomodar as deman= das americans” ‘As operagoes de manuteng2o da paz sto outro aspecto da moar lidade prottora dos recurso militares que em geral nao envovem 0 ‘combate avo. Nas operagesrecentes as tropas de pa vere ma tam ou si0 moras, mas seu propésivogeral €a dissuaso ea garantia ds estabildade. Aqui, me uma vex, oFanclamental para os recursos niltares produzirem os resultados preferdos depende de uma mis- trade poder duro e poder brandlo. A competéncia ness habiidale militar pode ser dierent (¢requer um treinamenta diferente) da ‘ela exigida no combate, mas, nasintervengBes militares moderns, (03 soldadas podem ser obrigadas a conduzir simultancamente a¢30 rilitar em amp escaa, operaies de manutengo da paz ajuda Ihumanitéria dentro do cxpago de trés quatertes contiguos! Tso requer que competéneiasamplas seam construidas em muita uni- ddades para que tenham uma frgaeftva, O desempenho cuidadoso sss Fangées determina a reacto do aloe também os ft sobre as entdades externas, 14 Oswego Assisténcia Finalmente, a forgasmailtares podem ser usadas para proporcionat assstncia Essa modaldade pode assumir a forma de treinamento de ‘mltaresestrangeios envolvimento na educagio mir internacional, rralizagio de exerci regulaes ow asistencia humanitiriaesocorto em caso de desasres. Esa asisténcia pode acentuar tanto @ poder «duo quanto o poder brando, Por exemplo, no treinamento das forgas iraquianas ou aegis os Estacos Unidos esti tentando aumcatar suas competéncias para combater insuryéncias, Mas seo treinamento, feducago ou a assiténcia humanitiria também levarem a atragio, centdo 0s recursos militares esto produzindo poder brand, A Mari sha dos Estados Unidos recentemente deseolveu A coypoatie stratigy for 2 emtary sapower, que se concentea no pape da Marinka amen cana, em pareria com outros estado, para manera liberdade dos ‘mares e construr arranjs coletvos que promeam a confanga mi tua.” Bisa esuatdya envolve trcinamento asistneia tecnica con Juntos assim como compet?nciasparaprestarastiténcia himanitia, [Nao 56 pases prximos camo os Estados Unidos eo Brasil mas também paises to distantes quanto Israel ¢ China envarary un dades miliares para ajudar o Haiti apés o devastadorteremoto de 2010. Para que aassiténcia sea convertida com sucesso em wm ce tratégia que produz resultados prefers, devern ser percebidas nea {qualidades como competénca e benignidade. A competéncia & mais ‘uma vez 6bvia, mas benigndade aumenta a atragto, sua auséncia pode conduzr a reagdes negatvas no avo. Progeamas de aussi que so vitos como ciicos, manipuladores ou de ajuda a uma pequena ‘minoria em detimento de outra parte de uma populaso podem, na serdade, produzi acts negativas Em resumo, os recursos militares podem produzir tanto poder duro quanto poder brando, ea mistura varia dependendo de quais das ‘quatro modalidades so erapregadas” O ponto importante € que 0 poder brando que deriva das qualdades de benignidade, competn- a, egtimidade econfianga podem alavancar © poder duo da forga militar. As esratégas que combinam os dois com sucesso represet- ‘am o poder militar intligene © futuro do poder militar Barack Obama afiemou, a acritar © Prémio Nobel da Paz exn 2008, “Devemos comecarreconhecendo a dura verdade de que no erradi- ‘aremoso confit violento durante a viginea de nossas vides. Haver épocas em que as nagies —agindo indvidualmente ou em conjunto acharioo uso da forga nso apenas necessiria, mas moralmente jus lead." Mesmo que a perspectiva do uso ou da ameaga da frg centre os estadostenha uma menor probabildade no século XXI do que em épocas anteriores, ainda manteré um alto impacto, © esis situagdes Ivar os atoresracionais a adie segurs dspendiogos rovivel que os Estados Unido seam o pais que mais tiliea esas por liteas de seguro. Alem dso, mesmo que os combats entre o estados as queras cis diminuam,¢ provivel que continucm entre grupos Aransnacionais¢ insurgentes no estaais ou entre os estado e eses grupos As guereas hibridas ea “gucera entre ox powos vo persis. ‘Uma competéncia para ltr cgi protege east, permanecers importante mesmo que a guerra inerestatal continue a decrescet Isso conduz a um ponto maisamplo sobre papel da forga militar 1a politica mundial que se relaciona& segunda face do poder: ajustar 2 agenda. A forga militar consious importante por ajudar a esrue turar a politca mundial. Alun tedricos argumentam que © poder militar tem uma utlidade to restrita que nfo € mais “citron ‘lamental ao qual outras formas de poder devam ser comparadis™.”= Mas 0 fato deo poder militar nem sempre ser sufccnte para decid 76 Osmrdo pr siruagdes particulares nao significa que ele tena perdido toda a uti- lidade: Embora haja mais stuagdese contexts em que ea fic utlizé-la, a orca militar continua sendo uma fonte vital de poder reste século porque sua prevenga em todas as quatro modalidades estrutura a expectativase ajusta os céleulos politicos dos ators ‘Como veremos no préximo capitulo, os mercadas eo poder eco- mica basciam-se em estrturas poliicas. Em condiBes cadticas de grande incerteza, os mercadosfracasam, As estrturaspolitcas Daseiam-se em normas ¢insitugGes, mas também o manejo do poder coercivo. Um Estado moderno bem ondenacl ¢ deinide por um monopéio no wo lego da fora, € isso permite que os mer «ads domésticos operem. Inernacionalmente, onde a order & mis ‘nue as preceupagoes resduais sobre o uso coerciv da fora, ainda ‘que as probabidades de ele ocorrer sejam baitas, podem ter efei- tosimportantes A frga militar proporcona aestrucir Guntamente ‘com norma, institugbes e relacionamentes) que ajuda promover tum grau minimo de ordem. Metaoricamente, 0 poder militar pro- poreiona um gran de seguranga que est para a ordem como 0 ox snio est para a respira: pouco percebido até comesar a fear «scaso. Uma vez que iso corra, sua auséncia domina todo 0 reso, [Ness sentido, o papel do poder militar na estruturagto da politica ‘mundial pode persistir no decorrer do século XXI. O poder militar io er, para os estados, a mesma wtildade que tinha nos culos XIX e XX, mas contnuard sendo um componente ceucal de poder 1a politica mundial Poder econdmico [No fim da Guerra Fria alguns analisas proclamaram que a “geoe~ ‘conomia” havi substitu a geopoliia”. O poder econémico ria se tornara chave para o sucesso na politica mundial. As recompen ss estavam se tornando mais importantes que os estimuls. Como tum académico afirmou: “No pasado era mais barato tomar 0 tr rita de outro Bstada pela forga do que desenwohvero sofiticada aparato econémicoe mercantil necesito para derivar beneicos do ineretmbio comercial com ele”.! Muitas pessoas achavam que isso seria 0 mais importante em wm mundo dominado pelo Jao pela Alemanha. Hoje, alguns iquatam a ascensto na parcela da China de produtos mundiais como um deslocamento fundamental no equi bio da pode global sem consideraroutras dimenstes de poder, (Os observadores politica ha muito vém debatendo qual poder ‘-ccondimica ou o militar ~ é mais fundamental. A tradigo marxista coloca a economia como a estrarurabasica do poder e a insta «Ges poiicas como uma superestrutura parasitiia. Os liberais do século XIX achavam que a interdepencéncia crescent no comércio «nas nancastornaria a guerra obsoleta. Os realists repicam que a Gri-Bretanha ea Alemanha eram or prncipas pacetos comercias ‘um do outro em 1914, mas no impedin uma confiagragso que strason meio seulo a integragao econémica global. Segundo ees os ‘mercados dependem de uma esruura politica para manteraordem, (© quc era chamado de “comércio livre” no sdeulo XIX bascava-se ‘a preeminéncia naval britiniea? Alem dso, as operages dos mee- cds eram com frequéncia mais lentase menos dramiticas do que o-execicio da orga militar (Os dois ados tem razio;entretanto, como vimos no capital 1 ‘se um ou outro tipo de recurso produz poder no sentido do com- portamento descada, iso depende do contexto. Uma recompens ima eficiente que ua punigto se vocé quer condizr uma mila até a gua, mas unm revler pode ser mais util se seu objetivo for Priva um oponente de sun mala. A forga militar tem sido chara dde“a forma fundamental do podes” na politica muna ras uma, economia papern & necessria para produ ease poder. Mesmo as- sim, como ji vimos, a forga pode nfo funcionar em muitas questes ga climatic, A ‘crucais, como a esabildade financeira ov 4m ‘importincia relativa depende do contexto ‘Ox recurs econfimicas podem produit tanto comportamento se poder brando quanto de poder duro, Um modelo econdmico bbem-sucedido nto 36 prods os recursos militares latentes para 0 cexercicio do poder duro, mas pode também stair ontros para im tar seu exemplo. O poder brand da Unio Europeia (UE) no fim dla Guerra Bia © poder brando da China hoje etio aumentados pelo suceso de seus modelos econdmicos. Uma economia grande fe benvsucedida produa nfo somente recurios de poder duro, mas também aforg deatracio gravitacional do poder brando. Os reuse ‘condimicos bisicos subjacentes ao poder duro ao poder brando ‘io coisas como 0 tamanho ea qualidade do produto imerno brite (PIB), rena pr opit, nivel de tecnologia, os recursos naturals e hu manos, as insticuigs politics e legais para os mercado, e também uma variedade de recursos estruturados para dominios especias, como comérco, finangas e eoncorréni © camportamene do poser econdmic se baseia nos aspects eco- nics da vida social “a produgio eo consumo deriqueza que & rensirivel pelo dinheiro™* Alguns ceonomistas sto céticos sobre se ‘sss aividades produzem algo que possaserchamaulo de poder eo ‘nbmico. Como dise um deles: "Nao h politica em wm intercambio, jpuramente econdmico”* Na radio da economia de mercado ibe ‘ai, eas barganhas sto lvremente negociadas entre compradotes ‘vendedlores em uma competgio pefeta hé um ganko conjunto do comércio, no um relacionamento de poder. Mas € um ert ve con= ‘centr apenas no gauho absolato nos relacionamentos econdmies, ( ganho absolut pode aumentar as competincias de ambas.as par tes, mas, na competcio politica tradicional, os estado tan com fre «quéncia se preocupao mais com os ganhos relatos da que com of _ganhos conjuntos! A Feanga do séeulo XIX pode te se bencficiado ‘do comércio com um canomia alm ees nt, mas também mia ameaga militar que o reseimento econémico aumentado es- ‘ava produzindo de um lado a outro do Reno. Alem diss, poucos _mercados so perfeits, eo relacionamentos de poder podem afer a divisio do ganho conjunto. O crescimento econimico produ uma sgrandetorta para ser dvi, mas 0 poder relativo com frequéncia determina quer fica com a maior ata, Ours economists accitam a realidade do poder econdimico como “a forgaeconsémica wsada para conseguir dominagao ou con- twole"Alguns 0 veem como "a capacidade absoluta para punie (ou recompensaroutra parte", mas ainda permanccem cicos com re eit i sua utlidade. A parte essa possivel conexto com o poder mi lar nacional mediante a base de impostos de um pas ele fo poder conbmico] &em grande parte local ou efémero, ou ambos. Eifel cexereerinflaéneia em uma escala global. A razdo basica é que os Tugares em que a maior parte das ecisdeseconmicas sto tomadas sto as familia asfrmas, endo, por iso, extemamente dfs [.] As frmas so sujeitas a presi competitivas que as penaizam, sezes de mancirasevera, caso se desviem mais do que o 'mercade permite Alguns até argumentam que © poder econdmico & ba Sead no monopélio (Sr nico vendedor) ou no mono ero “nico comprador),¢ ese poder est nas maos de atores no esata, ‘como individuos ¢ empress, no nas maos dos estados"Embora sea verdade que os governos com equéncia tom difculdade para sar ‘© poder econémico potencial devido& resistencia dos intereses do- rmésticos das corporaces transnacionas, dos vinculs entre a8 ques wes das estrgdes instiscionais internacionas, como ser membro ‘da Organizacto Mundial do Comercio (OMC), isso nto quer dizer ‘que os estados no enham poder econdmico, Mas, mais ma vez, _quantidade de poder que eles tim depende do contexto,particlar- mente da natureza do mercado, Em um mercado perfeto, compradores e vendedores S20 segui ‘doves de prego que perechem o poder estrtural das forgas de mex- ‘eado de oferta e demanda que estao além de seu controle. Mas se diferenciarem suficientemente seu produto para eiar um mercado imperfeito, podem conseguir um poder de prego e se tomar mais determinadores do que segudotes de pogo. A propaganda que cra uma lealdade& marca € um bom exemplo dso, Um aspecto fan- ‘damental do poder econdmico duro xo ot eforgosrealizidos pelos lores para exruturar os mercadose asim aumentar sa posi re- Iatva. Iso esti préximo da segunda face do poder anteriormente descrto. A outra madalidade importante do pader econémica dio € iusrativa da primeira face do poder ~ 0 formecimento (ou retired) dos pagamentos que compreendem sangies posivas¢ negatvas. A Tonga lista de instrumentos que os estados usam para estruturar os rmereados¢ realizar 0s pagamentos inci tifa, cotagies ¢regras ‘que controlam 0 acesso a seus mercados,sangaes Iga, manip lagio de taxas de cimbio, riagio de cartis de recurs natura, “diplomacia de talto de cheques” ea ajuda a0 desenvolvimento, en tre outros.” Examinarcmos alguns dos mais sgnificativos aqui, mas © Ott dpe ‘uma importante dimensto subjacente do comportamento do poder cconfmieo &tornar os outros mais dependentes de vot do que voce dates!" Interdependéncia econdmica e poder ‘Quando os estados se tornam conectados pels forgas de mercado, procuram estutuar sa intenlependéncia tanto para conseguir ga hos conjuntos quanto para criarasimetia que proporcionem uma parcela maior do ganho edo poder para outros propésitos. A “inter- ‘dependéncia” envolve a sensbilidade de curto prago ea vulnerabi- lidade de longo prazo. A *sensibildade” se rfere& quantidade ¢& ‘wlocidade dos eitos da dependéncia mucus; ow sj, 0 quo rapi- ddamente a mudanca em uma parted sistema produa mudanga ert ‘outra? Por exempl, em 1998, afraqueza nos mercados emergentes 1 Asia teve um efeio contagion que enfraquecen outros mereados emergentes tio dstantes quanto a Risa eo Brasil. De modo simi= la em sctembro de 2008, a quebra do Lehman Brothers, em Nova, York, rapdamenteafetou os mercados do mundo todo, Entretamto, um alto nivel de sensibilidade nfo € 0 mesmo que um alto nivel de volnerablidade, *Vulnerabilidade” se refere aos custos ‘elativos de mudar a esrutura de wm sistema de interdependéncia, ‘A vulnerabiidade produz mais poder nos relacionamentox do que & sensibilidade. © menos vulnerivel de dois paises nio € necessria: ‘mente 0 menos snsvel, mas sim aquele que vai incorrer em custo ‘menores com a mudanga da stuaglo. Em 1998, os Estados Unidos ficaram sensiveis, mas nto vulncrives, as condigdesecondmicas do este Asitico. A rise financeira na Asia reduziu em 05% a taxa de crescimento dos Bataclos Unidas, mas, com unna economia prés- pera, o pats conseguiu superar. A Indonési, em contrast, cou tio sensivel quanto vulnceivel As mudangas nor padres de comécio © inwestimento globais Sua economia soffeu severamente€ 0, por sua ver, condizi a um eonflito polio interno. A wulnerabildade aoe graus, Em 2008, devido ax condliges de eufriatsria no mercado de titles de financiamento habitacional e a seus deficits crescentes, of Estados Unidos mostraram-se mais valnerdveis do que hava estado quando seu mercado enava florescendo uma década ‘A vulnerabilidade depende de algo mais do que medias agrega das, e 6 af que as observagbes de adverténcia anteriores se aplicam ‘0 poder econémico, Também depende de a sociedade ser capa e reagir apidamente & mudanca. Por excmplo, tore privados, grandes corporagdes ¢ especuladores no mereado podem cada um ‘examinar una situaso do mercado e decidir acurmlar 0 prime tos por acharem que a escaser vai piorar. Ese comportamento vai evar ainda mais os preges porque ele vaiaumentar a eseasseze im por mais demanda ao mereado. Os governos com fequéncia acham dll controlar ese comportamento do mercado “Simetria” reerese a stuagies de uma dependéncia relatives mente equilibrada semur uma dependéncia desequilibrada. Ser me- nos dependente pode ser uma fonte de poder Se duas partes sto interdependent, mas uma é menos que a ou pendence tem uma fonte de poder enquanto ambas valorizarem o relacionamentointerdependente. Manipular as assimetrias da inter- dependéncia é uma dimensto importante da poder econdmico, A simetia perfita & muito rara,e por iso muitos casos de interdepen- blemia porque ha uma tendéncia para trapacear nas quotas de pro- ‘duc quando os mercados so fageis € 0 prego cai. Com o tempo, ss forgas do mercado tenderam a desastaros carts. A Opep m0 ‘comegui fazer cumprir a disciplina do prego desde 0 ano em que foi fundads, 1960, até o inicio da década de 1970, Mas, depois que 1 oferta de petrbleodiminui, © papel da Opep na coordenacio do pode de barganha dos produtores aumento [A gucrra do Oriente Média de 1973 dew & Opep um inentivo, um sinal de que agora ela poderia usar seu poder Os pales dates cortaram a aceso a0 petréeo durante a guerra de 1973 por rates politics, criando uma snago em que a Opep pide se tornarefeiva, Ira, que no ¢ um pas srabe, supostamente seria um insrumento ameicano para policar 0 golfoPérsica, mas 0 x decidin quadrupli- ‘car os pregos do petrleo © of outros paises da Opep 0 acompanba- ram. A longo prazo, a Opep no podria manter permanentemente ‘os altos pregos devido as forgas co mercado, mas houve uma aderén- «ia na queda dos progos que fo umn efeic da colizao da Opep. [Em um ponto da crise, o scretitio de Estado, Henry Kissinger, die que ¢ 08 Estados Unidos encarasem um “estrangulamento”, talver a fonga militar vesse de ser wsida, Quinae por cento do petro leo comercalizado foi cortado, eo embargo abe reduziw as expor- tagaes de peréleo para os Estados Unidos em 25%, No entanto, a8 companhias de perio se certficaram de que nenhum pai .ofiesse muito mais que qualquer outro Ela rdistrbuiram 0 petrleo eo ‘metcilizado no mundo, Quando ot Estados Unidos perderam 25% de suas importagies do petrileo abe, as companhias enviaram ‘para li mis petrleo venezuclano ou indonésio, Eas alviaram o s0- ‘mento do embargo para que todos ox paises ricos perdessem cerca de 7.9% do seu pesnieo, bem abaixo do ponto de estrangulamento. ‘As companhias,atuando principalmence em seu proprio interesie na rmanutcngo da estabildade,ajudarar a evita que 0 conto econ ico se transformasse em um condita militar? Até que ponto 0 pesdeo era poderoso como arma econdmica| ‘no momento erico de 1973? Cortando a produgio e embargando as vendas para pases amigos de Isacl, os esados érabes consegui- am transforma suns quest6es em priordade na agenda dos Estados ‘Unidos. A arma do pewaleo encoraju os Estados Unidos desem> ppenhar um papel mais conciiador a fim de conseguir a solugio da Aisa entre drsbeseeraclenses logo ap a Gaerra do Yom Kippur Entretant, esi arma nao rnidou a politica bisia dos Estados Uni- dos no Oriente Médho. Por que arm do pettleo nao foi mas ecaz, e quais sto as ligges para hoje? Paste da resposta € a imetria na interdependéncia eral. A Aria Saudia, quesetornouo principal pas nos mercados de petrleo, nha grandes investimentos nos Estados Unidos Se os ssudita prejudicasem demas a economia americana, também pre= jidicarinm seus propros interesses econdmicos. Alem diss, 2 Arie Dia Sauelta dependia dos Estados Unidos na érea de seguranga. A longo prazo, os Estados Unidos eram o nic pals capaz de manter um equilria de poder estivel na regio da golf Perio. Os saui- tas sabiam dino e foram cauelosos sobre até onde levar a arma do petéleo. A certs altura, na sun, se certfcaram de que a Sexta Frota Americana na regio fosesupeida com petri." Os sauditas festvam se beneicando da garantia da seguranga de longo prazo proporcionada pelos Etados Unidos. Havia um vineul inireto en tre a interdependéncia da seguranca ¢ a interdependéncia do pe- nile. A forga cra muito cara para ser liza abertamente, mas desempenhava um papel como recurso de poder nos bastidores. Em ‘ouras palavras, 0 resukado da crise envolveu asimetras causadas por midangas na estrurura do mercado, mas o resultado nao fi de 56 © wo dope terminado apenas pelo poder econdémico, Bae conjunto complexe de fatorespersae atualmente na casa € limita do poder que vem da posse de recursos de petro, (Pg 3.1 Pregos reas do do cu dmc 1946-2008)" ‘iat a Mi Oi and Gu Acris dn US Bae olLay Sais *Ajumio no IPG ner de Pes Cony) pcs de 208 Tm fins da cada de 1900, 08 pregoe do pesca cairam. Ga: hos em eficiéncia estimulados pels alts pregos diminuiram a de- ‘manda cdo lado da era, aemergéncia de novas fants de petrdleo ‘no pertencentes a Opep fizeram com que esta enfentasse mais competisio no mereado mundial, Avanos na tecnologia Ievaram os gedlagos a obteraceso ao petréleo que anteriormente havi so impossvel de conseguir. Apis 2005, no entanta,o8pregos do pet Jeo tornaram a ating um pico, em parte em sesposta nos distros da guerra, a faracdes a ameagas terrorists, mas sobretudo devido 1 projegies de demanda erescente acompanhand o rapido cresi- ‘mento econémico na Asia. As duas nagBes mas papulosas da Terr, China efndia, estavam vivenciando ripidos aumentos na demanda de eneega a medida que se mederizavanne se industializavary. Os dis patsesestavam realvando esforgs mercantlisas para comprar ‘controlar at oferes de petlea etrangeto, embora as Tignes da crite de 1970 sugerisem que 0 pewéleo é um produto substiuivel «que os mercados tenderiam a cobrir as necessidades e nivelar os tivas sobre a legitimidad poder aumentar ou trar 0 poder brando dos tore, so ¢ particularmente verdade na era da informagio do stealo XXL Nio 86 os estas estio envelvidos. Corporages,insiuigdes, ONGs e redes terrorists transnacionais com frequéncia tém um paver brando préprio. Até as celebridades indvicais sto capazcs de usar o poder brando “tornando as ideias palaives,acetives, brithantes. Ou, coma diseo cantor Bono [.] sua Fangio ¢ provo- car aplaisos quando as pessoas entendem 0 que ele quer dizer, € ‘omar suas vidas inflizes quando nao o entender” Era 2007, As vésperas das Olimpiadae de Pequim, Steven Spielberg envion uma carta aberta ao presidente Hu Jintao pedindo & China que usase sua influencia para obrgar o Sudo a accitar uma forga de manutengao dda paz das NagGes Unidas em Darfur “A China logo emvion 0 2 ‘Zia porn Dai, uma virada que servi como um estudo cisco ‘de como urna casupanha de presto, destinad a colocar Poguim em ‘uma posicdo wulnervel era uma ocasto vulneravel, podia realizar 0 ‘qve anos de diplomacia nto haviam conseguida”." A incorporagaa do poder brando em uma esratéyia do governo mais fel do que pode de iniio parecer. Em primeira lugar, {quanto aos resultados, 0 sueeso esti mais no contale do alvo do {que com fiequéncia acantece com o poder duro, Um segundo pro ‘lema é que os resultados muitas vezes demoram um longo tempo ‘para aparecer, © a maioria dos politicos e dos piblicos fia impa- sfente para ver um ret iao de seus investimentos. Em ter ‘ei lugar, os instrumentos da poder brando no esto totalmente sob o contole dos governos. Os governos contolam a politica, mas cultura eos valores esto incorporados nas sciedades cis. O po der brando pode parecer menos arrscado que 0 poder econdmico ‘ou mila, mas em geralé mais dif de usa, cil de perder e dif) de retabelecer poder brando depende de credibilidade, © quando os overnos slo percebidos como manipuladores ¢ a informagio € vista como propaganda, a credibildade ¢ destruc, Um eiticn dclara que, se (08 goveenos evita a imposigto ou a manipulasio, eles no estto realmente exereendo poder brando, mas mero dislogo.” Emibora, ‘governor enffentem uma taréfa diffe na manutengio da eredie Dildade, essa critica subestima a importincia de ata, em vez de presionar, nas interagbes de poder brando, A melhor propaganda € no propaganda, claro que é importante nfo exagerar o impacto do poder brand (ou de qualquer outra forma de poder), His algumas sia Bes em que 0 poder brando proporciona muito pouca influgnca, £ dif, por exemplo,imaginar como o poder brando resalveria a Aisputa sobre as armas mucleares da Corea da Norte. Alguns ei ‘co cometem 0 ero de supor que, pelo fato de o poder bratdo ser ‘com frequéncia insuficiente, ele lo € uma farma de poder, Mas ‘esse problema ocorre com todos os outros tipes de poder. Nao obs- ‘ante, quando um governo est preocupado com objetivos ambien taisestruturais ou com objetvos de valor gral, como. promogta da democracia, de direitos humanos ede liberdad, em geral o poder bbrando se mostra superior ao poder duro, E, em um culo mare ado pela informagao global ¢ uma difusto de poder para atores no estat, 0 poder brando vai se tornar uma pate cada vez mais importante das esratégias do poder intligente 18 Oto date Fontes de poder brando (© poder brand de um pais se aseia pesidamente em tes recursos bisios: sua cultura fem locas onde ela €atrativa, seus valores po Iiticos (quando ele ot cumpre interna externamente) e suas polti- ‘is externas (quando os outos as veem come legitimas e possuindo utoridade mora. As condigBes entre parénteses so fundamentais para determinar seo recursos potenciais do poder brando se rad ‘iro no comportamento de atragio que pode infhuenciar os outros na dir de resultados favoréves. Com o poder brando, o que 0 alvo pensa épartcularmente importante, o alvosimportarn tanto quanto os agentes, Aatragioe a persuasto sto socalmente contra das. O poder brand ¢ uma dana que requer parcetos. Em alguns contests, a cultura pode ser importante recur de poder. “cultura” é 0 padrio de comportamentessocais pelo ‘qual os grupos transite conhecimentoe valores, existe em tiplos niveis® Centos aspects da cultura humana sio universais, alguns so nacionais © outros sto patticulares as chases socials 08 1 pequetios grupos. A cultura nunca éesttica,e eulturasdiferen- tes interagem de mancira diferentes, Mais prsquiss necestam ser realizadas sobre a conexto entre a cultura ¢ 0 comportamento do porler Por exemplo, a atragio cultural ocdental consegue reduzir os, pelos extremists em algumas soiedades muculmanas nos dias de hoje? Agus veem uma divsto cultural inconelivel. Mas considere ‘0 Exado islimico do Tri, A misica e os videos ocidentais sto uma borinago para os mulés governantes, mas atrativs para muitos da geragao mais jovem. ‘As vezes, uma teceira pate ajuda com a intermediagzo cultura [Na Chin, mists ideias cultura americanas ¢ japonesa eso se ‘mostraido mais atrativas quando chegam yia Coreia do Sul. Assim, tum estadante universitro diz, ao dscutir os programas de televise “Os dramas americanos também mostram 0 mesmo tipo de exo nos que a Corea do Sule a Amériea tém sistemas politicos e economia similares. Mas ¢ mais fic acetar 0 estilo de da dos sui-coreanos ponque ele esto cuturalente mais proximos de nés. Achamas que dag a alguns anos poderemos viver cama cles”. ‘Mas os contatosculturais irtos também podem ser importantes, Coma o iho do minsto das Relagses Exteriores da China desre veu os estudantes cineses nos Estados Unidos: “Noss experiéncas nos izeram ver que hi mancirasalternativas para a China se desen- vohtr € para conduzirmes nosss vidas pesoais, Estar nos Estados ‘Unidos nos fez perceber que as coisas na China pode ser dieren- tes". Com 0 exempl, a Universidade Americana em Beiruteoriginalmente au rmentou 6 poder brand american no Libano, mas os etudos mos tram que ea, posteriormente, aumentou o poder brand do Libano sna América" -mpo, a5 cultura influenciamse mas s otras, Por cultura, 0 valores ¢ as polltias nto sto 0 nicos recursos que produzem poder brando. Como vimos no eapitulo anterior 8 re ‘cursos econémicos também podem produzir tanto comportamento de poder brando quanto de poder duro. Eles podem ser usados para surair e também para coagi. As veaes, em situagdes da vida real, € dificil dstinguir qual parte de um telacionamento econdmico & ‘composta de poder duro ¢ qual é consti dle poder brando, Os lideres europeus descrewem o deseo de outros pales deter acesso& ‘Unio Europea como um sinal de poder brando da Europ. Ede se nota, por exemplo, que expaises comunistas da Europa central ‘enham orientado suas expectatvase revisto suas leis pata agi de cord com o sistema de Broxelas. ATurquiarealizou mudangas em suas politica ¢ leis de direitos humans por motives similares. Mas até que ponto as mudancas sto resukado do estilo econdmico do acesso ao mercado e até que pontas80 resultado da atragao do bbem-stucedido sistema econdmic e politico da Europa? A swag 120 Ota d pote 6 compos de mutes motion «difrents ators em wm pl po- di vere mitra de motion de dienes mani Jornalias htop deem invetign em dete or proces panlares pra career a ca , Varios observadores vem poder brando da China aumentando: 1m Asn com ota pare do mundo em devolve, pare. Inment dei ian lal de 208, qe teen non aad Unido” O Dik db Pi dela: "O poder brand sew ow uapalavrechve [Hun grande potencal para o deen telvmento do poder brand da China." Es pares do mando em Chsemainento 0 camo Conenso de Fei neo germ {ordro com una economia de mereado betracedia orate tas popular qu anes drinante Consens de Wang brea economia de mercado eral como gveoo demacrio, Mat n que pon ar enerilanor or inbabuanos adn plo Con tence Fei amiram a dupicaglo dopo cna bro da Chin no care de una cao so indus pla perspet de aco a um mercado maior e crescent? Alen do tao qe o mode de ceacinento aris prodira poder brand para 4 Cina ne pes anor, ele io pred atreg nox pis de meron © qu ara em Caracas pode repli em Pars™ “Tamblm vinos que ce rectre ares pen eres cont tai pra o poder brand, Or diadores, com equi, clan tice de invencidade prs etiar expectation trpirs pn arm en com, Ain ewes 0, em feral ataldas pla fra, Como die Our bin Lace, post ‘So man atatdas por um caval ate do qe pr cal frac. ‘Um poder liar rte pode cr uma fink de sagt, es ooper foe programas de einamento ete mits pode cabecr res rantnacionas que aumentam o poder brando de um pas Ao tresmo tempo, mau ue doy eres mites pode claquecr@ ler brand, inten ox principe de Grn e po porcionalidade da guerra just pode lest alegiimidade, A eficien- ‘ia da invasto militar americana inicial do Iraque ex 2003 pode ter

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