Professional Documents
Culture Documents
P Blau & R Scott
P Blau & R Scott
) beneficiatio é o-quadro social: 2) “Gtinas comexciais”) pfietirios sf0 os principals Beneticiarios; 8) “organiza ‘upo de clientes € 0 principal beneficiado; 4) “organtincde e_béfi-estar-piblico™nas quais o principal beneficiado € 0 grande pUblico, (Esta classificagéo poder ser combinada com outras, para produzir tipologias mais refinadas) A discussio que vird a seguir, a respeito de estudos empiricos que ilustram esses quatto tpos de organizagies formais, esclarecerd as diferencas existentes enire éles, mostraado que existem problemas especiais associados a cada um esses tips. Assim, 0 problema crucial nas associagées de beneficio maituo é 0 de manter os processos demoeraticos intemnos — fornecendo participacio e controle por parte do quadro social: 0 problema cen- tral das firmas comerciais ¢ 0 de maximizar a eficiéncia des operagées em uma situagio competitiva; os problemas associados 20 contlito en- tre 0 servigo profissional prestado ao cliente e os procedimentos administrativos sio uma caracteristica da organizagio de servigos: ¢ 0 problema crucial proposto pelas organizagdes de bem-estar publico € desenvolvimento dos mecanismos democriticos por meio dos quais elas polerdo ser controladas, de fora, pelo piiblico. © significado doekeFig Gi} oni para a definieo do caréter de ume organizagio formal € tmaieado pelas mudancas fundamentais que ocorrem quando se di a transferéncia de um beneficiirio princi- pal de uma categoria para outra, dentro do critério. Muitas vezes, tais mudangas sio fortemente desaprovadas; as veres, so anunciadas como melhoramentos revoluciondrios. Mas, em qualquer um dos doi casos, significam uma alteragio radical na naturera bisica da orga- nizagio. Assim, os sindicatos sio associagées cle beneficio mtituo fe tas para servir aos interesses da plebe. Se:os lideres do sindicato usur- am o papel de principais beneficiirios e dirigem o sindiento como se © possuissem para seu préprio beneficio, a organizacio fica condena- da por ndo mais preencher as fung5es apropriadas de un sindicato wabalhista, O mesmo se aplica a um sindicato cujo quadro social ha sido alijado do lugar de principal beneficiario for seu pli Dlico-em-contato (os patrdes ou seus representantes) — como foi 28) 0 Toler notard, que nossa tipologte no 6 to neauivoca, nests ponte, como poderia ser. No caso de un departamanto de poll 0 publica nee © comben f OETGuCR fame io Bifcingl Denliidta ora” nan tina omarelaich Spec lee tints “Derdctuinoa Shaver fest “Gulereners ‘tmpoctanies ene Verla a perder do que's ganhay na sun combinagao ark urn Uniespier gree pilos ue MGorpear! Le beu s8iey Naronsza © Tiros pas Oncanizagées Formats 59 exempliticado por sindicatos de companiia ou por aqueles cujos It deres se tenham “submetido” 4 diretoria, No caso de fibricas ou firmas comerciais, esperase que 95 pro prietirios sejam os principais beneficisrios. Mas as corporcOes pi Fiicas transformam 0s proprietirios em simples acionistas ¢ imvestem poter de controle nas mos dos funcionérios mais graduades, copa Mfando-os a governar a empresa em seu préprio interesse.?? ‘Além do mais, se os sindicatos se tornam mais poderosos do que os empregadores individuais — situagio essa flustrada por alguns segmentos da inddstria de roupas — surge a possibilidade de, no Tugar dor proprietarios, os empregaclos representados pelo sindicato se tor- param os principais beneficiarios. As leis governamentais, notada- nente o caso extremo de nacionalizagio da indtstria, poderiam con- Xcguir fazer do grande pitblico o principal benefickinio de uma ine Titia. Essa mudanca pode, naturalmente, ser uma coisa boa. A Gvaliagdo dlessas transferéncias de principal beneficidvio como vanta- josas ou desvantajosas depende da posigio ideoldgien de, cada, 10835 Go ha davida de que elas constituem transformacGes fundamen tals de jndistrias ein tipos diferentes de organizagbes Nas organizacSes de servigos, se 0s profissionais perderem o in teresse de servir aos clientes e dedicarem sua preocupagio primaria terete a tornar seu proprio trabalho mais fécil ow a progredir em suas proprias earrelas, os servigos sotrerio, visto que as energias © 05 Te Pine a eles devotados nao mais serio consideradlos como uma con- tribuigto & principal fungio da organizacio, mas antes como uma Gexpesa necessiria para. a obtencio de beneficios para os funcion’- ios — ou uma facto deles. Como contraste gritante, as organizacSes para o bemestar pie blico nia precisam se orientar na directo dos intertsses de sens “lien tes’, isto @ aquelas pessoas com quem estio em conta:o directo Por exemplo, um departamento policial que entra em corluio. com ‘vigntistar falha em suas responsabilidades perante 0 grande piiblico Cieixa de ser 2 organizacio de protecio que deveria ser. Da mesma forma, se 08 policiais solicitam um suborno em Tugar de fazerem cum: prit a Id, ou ve 0 delegado dirige seu departamento, primariamente Baa fazer progresso em suas ambicbes politicas, a posigto do piblico, Fomo principal beneficidrio da organizagio, ir solrer Notese também que a critica de que uma organizagie & “super burocratizada” significa coisas muito diversas em cada tim dos quatro tipos de organizacio.2* Fer, de Adolt A. Beple e Gardner C.,Mesns. The Moder» Corporation ont Ba Atel ee aes HRS in axpetaroratra ‘80, 20, A contletes es oreaucratizgtion, and. DObUTOS Pg REE! BBamninisivative ‘Setence Quarterly 4 (1HS!, pp. R320,60 Oncawizagbes Foraats No caso cas associagSes de beneficio metuo, tais como os sindica- (os, a superburocratizagio implica em uma centralizagzo do poder nas mos ds funcioniirios. Aqui nao se refere & ineficigncia; na verdade, (5 sindicatos burocratizados so, muitas veres, clesurmanamente eficien- tes. Mas no caso de uma inddstria, a superburocratizagio implica na claboragéo de regras ¢ normas de condluta que diminuem 2 eficiéncia das operagées — € aqui o termo nfo ¢ usado com referencia ao poder dos funciondrios de’ geréneia de decidir sobre as politicas acotadas, visto que ele é esperado ¢ legitimo. Finalmente, as organizagoes de servigos e de bemestar pitblico sio consideradas superburocratizadas se, em conseqiiéncia da preocupagio com normas de conduta, desen- volvemse rigorosidades que impedem um servigo profissional aos clientes ou um servico eficiente no interesse do piblico. [enkle, mudd IPOS DE ORGANIZACOES FoRMAIS) (°°)? ada, amaph , chide ‘Associagoes de Baneticlo Matas [o]) I\ socingtes de Benoficio METSO Cy 4 pp) Txemplos dese organizagBet, nna quait os Zcios devem ser ot principais benefictiios, incluein parties politicos, sindiatos, aso- Fined Lraternaa, cubes, organieoes de voteranos, auocigBes, pro fisvonaise seit religiosas, “Existem alguns casos davidoson Cotpo: jer de quotas, 2o mesmo tempo em que porlem ser anaiiticamente Uistinguidas das indistrias que possuem, podem ser consideradas como associagées de beneficio métuo dos acionistas._ A organizacio filantré: ica € um tipo misto — pate beneliSo-mtity parle geis>— por Uieterve aot interesses Ue-sets membros servindo aos intsresses de Aftror, Somente as “causes” que interesam a seus iembres obterto Sun ejay mas as atividades ofganizacionai, tals como fests e balls, dlevein dav uma contribuigie @algum grupo de clientes de fora Conforme ja sugerimos, o item crucial que confronta esse tipo de organizagio é manter o controle do quadro social, isto 6 a. democracia interna. Isso. significa ter de enfrentar dois problemas. principai ~Gpatir dos membros ¢ controle oligdrquico. ‘A maior parte dos membros das associagbes de beneticio witit) € apatica, no sentido de que esti disposta a deixar a ditegio de sua aijociagio a cargo de uma minoria ativa!9 Esta situagie esta em. conilito com a emicepeio idealizadas dessin associag6es como coletividades cujos membros esto altamente inte- ressaclos ¢ ativamente engajados em conseguir um objetivo comum Aparentemente, essa imagem da associacio de beneficio mituo é fiel Goi, Ver, de Bernard Barher, “Participation and Mate Apathy in Assodlations", ava wi Sodanee teig he Budiee im Leesoranip, Nove Yon” Harper, 1950, Pp Sista \ Tee AwaitNavumeza p Tras das ORGANiZagins ForMats 6 ios seus pimeiros tempos de origem ¢ de luta pela existéncia. Existe ampla evidencia de grande vigor ¢ entusiasmo mos.primeiros tempos Ge nssaciagbes tais como Teitas religiosas (que beneficiam seus men bros mostrandolhes 0 caminho da salvagio). No entanto, o mesmo fentusiasma que marca as atividades dos devotados membros funda- Gores levaos a tentar persuadir outros da superioridade moral de suas Grengas — ¢ esse proselitismo traz novos membros menos iclentificados Com os abjetivos da associago. Se & essa infusio ou se so outros fa- tores que levam @ um restriamento do ardor inscial, & fato estabele- ‘cdo que a maioria dos membros das associagées de beneficio mito Sao ect suficientemente interessada em devotar muito tempo ou ener- gia para conduit os negécios da associagio ¢ se contentam ein debxar Sua tliregio a um corpo de membros ativos ou 2 funciondirios pagos."? ‘Uma ver que a organizacio fica sob 0 controle de uma minoria ‘ow de funcionstios pagos, formase um circulo vicioso, pois, em tais casos, as reunies sfio sempre pouco interestantes ¢ tratam de asst tos sem importincia; os membros que comparecem a essas reunises, tém pouca recompensa pelos seus esforges, € isso faz com que @ parti cipagio sia mais ainda.tt Dado um nivel geralmente baixo de participacio em associagbes de beneficio mituo, € importante saber quis os fatdres que se relax Gionam com a participacio — quais as caracteristicas que diferenciam fs membros que participam muico daqucles que participan pouco. Muitos exudes, comecando com 0 de Komarovsky, tm mostrado que as pessoas de uma posigio s6cio-econémica mais alta tendem & per weber a mais associagSes e a participar mais ativamente delas do que as pessoas de posigéo mais baixa? COntros estulos mostram que os homens tenclem a particpar mais do que as mulheres, os de meiaidade mais do que os mais novos ou {lo que os mais velhos, ¢ aqueles que pettencem grupos de minoria mais do que os de grupos de maioria.® ‘A pesquisa mais extensa, nesta drea, foi feita a respeito da parti- cipagio dentro dos sindicatos.t Goyer sugere dunt eanSes para a spglla dos siclog: 1) rm ngs rote, BE Ssh GGuctes de'timitn'e cap aes Gade eltanear eels res BU, Bs POT gaoes eoria, conseguir os objetivas da, swzociggio, om pales ou nee Heel ARESANO'GS ANGI Zot" membres: Jou pp. bib wy "Veh ae Seymour Re. Lipset et at, Union Democracy, Glencoe, Ml Frge Pres. 101 pp. SiS ‘af Verge mirza Komarovsky, The Voluntory associations of Urben Dus: eetbag fa td SBR Rab ort Selita aly, eve Yo se var gel Wendell Bele gl, PAE Leaderohip, San Peancace: Chondler. po Bae td Renee ALA sh arance parte, a dlecicio segulnt, sc barca em um levantwnet, des: sa bees PERSE BP Seiad Naas ‘afi tomes documertanso pera todas oF6 Oncaxtagies ForMars As medidas de pavticipagio em sindicatos, utilizadas por dife rentes estudos, variam um Pouco, mas as mais usadas so 0 compare- cimento a reunides ¢ a conservagio de postos. Foi descobcrto, por vvitias investigacdes, que 2 posigio sécioecondmica exerce a mesma influéncia, dentro do sindiacio, que exerce na sociedade ma’s ampla: quanto mais alta a posigio dos membros do sindicato, tante maior a sua participagio. Assim, geralmente, existe mais. participagio dos membros nos sindicatos ‘de oficios ¢, dentro do mesmo local, os membros mais ativos esto em desproporgio, comparados com aque- les que tém os empregos mais bem pages e de melhor posicio. Uma descoberia algo contriria ¢ a de que “os ativistas do movimento sin- ical snera, de modo desproporcional, de grupos éticos eipecificos = negtos, mexicanos, judeus ¢ eatslicos”. 35 Esses grupos desprivilegiados, naturalmente, sio aqueles que, es perase, sejam especialmente receptivos énfase colocada pelo sindi- Cato sobre o esforco coletivo para bem do progresso. Essa’ esperanca tora patticularmente interessante a descoberta de que os tabalha- ores mais bem pagos so, muitas vezes, os membros mais ativos Um outro fator que parece exercer considerivel influéncia na patticipagio das atividades sindicalistas é 0 contato social entre os operitios. Aqueles que tém postos que Ihes permitem um contato frequtente com seus colegas tendem a ser ativos dentro do sindicato, enguanto que os que tém posigées que os isolam dos outros, tendem ser apiticns, Em situagGes nas quais se desenvolve uma “comunidade ‘ocupacional”, que encoraja amplos contatos entre os operitios, tanto no emprego como fora dele, = participagio centro dos sindicatos também € grande.26 s sindicatos mais militantes parecem desenvolverse en indus. trias cujos operdrios formam uma “massa isolada”, como foi chamada por Kerr e Siegel, isto é cujos operdrios estio segregaclos do resto da comunidade, mas intimamente ligados entre si como, por exemplo, em minas ¢ navios.? Sayles e Strauss sugerem que grupos homogéneas de trabalho tendem a participar mais de atividades sindicais do que 0s heterogé- nneos, visto que seus membros trabalham em estreita unifo, tém 0 mesmo supervisor, esto engajaclos no mesmo tipo de servigo, rece- Bigioee tctas em notse dicurslo de parcipasso gm sindlatos, da qual mio giao Peactpelg cepectticg, Verve winilaruamenee SE,cndleates fe, guy pte Paribstan™ Aner Socloyle eve, iy, Bake Linc’ 'at, on, eit pp, 71-78 99-20 Bh Ve de Chany kerr G/Abtahtin Siegel, The Iuterindustry Propensity to sul, iar ois ee ax Nong reat ole NaS LP ge, SPA SEE : -Naruneza = Tiros DAs ORCANIZAGOES Forwals 68 bem o mesmo saldrio, pertencem ao mesmo grupo étnico ow vim do mesmo baitro.t® Surpreendentemente, os estudos revelam que os operizios que relatam’ alta suislagio sf0 geralmente mais ativos no sindicato do que os insatisfeitos.? Contrariamente a0 esteredtipo comum, portanto, os mais fortes apotadotes dos sindicats trabalhistas nfl sio os operarios descontentes, Gheapszes de ganhar um sakirio médio, mas aqueles mais bem pagos ¢ rnnis satisfeitos com sua situagio, Os operdrios que nio aspiran a {una posigio mais alta ¢ os muito identificados com a classe operitia Tambem cate mais aptos que os outros a participarem das atividades do sindicato. Somandose todas essas descobertas, parece evidente que {{participagto nas atividades dos sinclicates raballusta se promove nto iahto por sentimentos de ressentimento contra a diretoria ou contr grupos mais prvilegiados, mas mais por uma idertificasao positive do Speririo cont seu tmabalho, seu grupo de trabalho ¢ a classe wrabalh dora em geral. Patt 1 cestudos sobre prticipagiove.apatia dratam de um dos aspetos do problema da demnocracia interna em essociacSes formals; uma ou ta aceta, de 261d Menes igual importincia, € o problema da oligar quia. Um dilema fundamental que confronta as associagoes de ‘be: Tificio miituo é 0 de que os controles clemocraticos sto muitas vezes sactificados pelos imteresses da promogio de uma caminhada elicaz Ser disesg for objetivos. Para ganhar uma greve, por exemple, 05 Groctsce demperaticos, por meio dos quis os membros do sindicato erat seus lideres, podem ser deixados de lado, Geralmense, a saatesto dy preocupacto com os “resultados” facimente leva ae de SEREENG pele proceico democriticn vagaroso e tortuoso — proceso fesse que sactilica a eficiéncia aos interesses de. preservar a liberdade de dizcordar — ¢ a0 desenvolvimento cle mecanistnos burocréticos que se tcpenitem de grande interesse por parte dos membros, ou de sua grande particpago, para alcangar sucesio° Foi Michels quem chamou a atengio para wma tendéncia geval das nepcrgoes de procirarem aumentar a centalizagio do_contel sya gadingio hierixquica, como consegiGncia desss proces, Sscin ‘como 0 desejo dos lideres de reterem.e aumentarem seu poder gues Froude. on hes Tay er, de Leonard m. Sayles © George Straver, The Locat Union, Nova ‘vou mpeg, 1986 De “ony TUB ill aoe utnan of The Woven Vines Me rion, fo: Une ot nee "Ga" temg,elicienela vg. discordancia pas cree aleatoes Teen sc eee Me, “Bisuy Bureaucracy “te Mowers Society, NOvS REAPS terre ogee, 86-cpp. LOE, if Papdom. Howe, Went, Balidast Parties, Eden Paul g Seder Paul (ead) iene, Ge ice BEGa ISIE fprimeieamente publiesdo. €m 109), 9p. 9786 Oncarinages Fornyis Mas Gouldner fer notar que a sombria proposigio de uma “lei de ferro da oligarquia” poderd ser contrabalangada, em parte, pela ei de ferro da demoeracia”, que reza que nenhum grupo de’ supe: riores pode, por longo tempo, zombar da yontade daqueles que controla#® juais as condigdes estruturais que ajudam 2 manter o controle clemotriica nes enganizagbes le laa sala? "Os abalhon a pes quis feitos por Lipset focalizaram esse problema.‘ A existéncia dle um sistema de dois partidos, que defenclem duas Tacgdes fortes ji instivucionalizadas e legitimadas, parece set bisica & fio do controle dlemoctitico, “A organizacao de ple! perideicos, sem a existéncia de um sistema bi ou multipartiddrio, no produz 0 controle democritico, conforme demonstram at eleicées fei- {as mos paises e nos sindicatos de um s partido. As chances de cxisténcia de dois ou mais partidos ~ ou facg6es permanentes — parece ‘ar por meio de condigées tais como a autonomia de gru- pos locais dentro da organizagio mais ampla, a auséncia de grandes ameagis A sobtevivencia da organizagio, vindas do meio ambiente, uum alto nivel de téenica e educacio entre os membros, a auséncia de grande disparidade de renda e de posicto entre lideres ¢ membros, 1 presenca dle muitos ¢ variados lagos entre os membros, a existéncia de oportinnidades aos membros para adquirirem técnicas politicas e a present «le canais cle comunicagio entre os membros, inclependen: temente daqueles mantidos pelos chefes encarregados disso. Mas 0 estuclo casuistico no qual se baseiam quase inteiramente essa conehi- 50e5 nto permite ao leitor saber quais sto, dentre essas condigdes, as mais importantes, ou que chances existem para que outras. associa Bes de benelicio miituo desenvolvam outros arrajos que ststenham, com eficiencia, 0 controle lemocritico. _ neipair os das firmas comerciais devem ser seus ( < promteunion Exempios dbvios deste tipo sfo as industria, at fimas (5 Hectmambolss postal. tojas de atacado € varejo, bancos, compantias er seauvos e-oitine angtagses shines de propiedad parent Treitas pane UaTa Taro O problema domitente das tims comer: ciais €0 de etic agbes — conseguir um miximo de ganho com tim minimo de custo, a fim de garanur a sobrevivéncia @crescer pave Tver tremretrconcarréncia das outras organizagdes. F claro gue éncia também @ importante em outros tipos de organizagoes i Wi iat cman Fal aah, eet ya seta, wa eet Ge, Ny spear riven Pd, “oadh as ENS et a com SatoNatunsza r ‘Tiros pas ORGANIAgors Formats 65 formals, mas & somente nas firmas comerciais que seu significado no eiimicido pelo de outros fatores. Todas as organizagdes formais se Grienuam pata um certo objetivo, isto é, sio estabelecidas para con- Seguilo: por conseguinte, a gficienct do de conseguir seus objetivos sem despesas endear vim problema crucial pata fatay elas Datnan-use" 9 termo”eficiéneia de modo diferente pars TES SHEA satistacio no trabalho ¢ 4 lealdade dos funcionaries da Srganizgo, que levam a uma forge otganizacional além da neces Sita ao iimediato aleance dos objetivos.#* ‘A cficiéncia, segundo essa outra significacio do termo, ¢ impor tante tambén, para outros tipos de organizagSes formats, assim como para firmas comercinis. Nos outros tr8s tipos, no entanto, conside Figges sobre eficiéneia administrativa, nos dois sentidos da pa.avra, Teeriam se subordinar a algumas consideragées snais fundamentais. ‘Kecimi mas associagdes de beneficio miituo, tais como os sindicatos, SMpredcupacio com a eficigncia nfo deve interferit na capaddade Joe nembres de decidirem, democraticamente, quanto aos objetivos tapeclticos da organizagio. "Nas organizagGes dle servigo, as, considera: gles de elicincla administrativa no ever, para serem ideals pre : | Sisicar a qualidade do tervigo profssional. “Ea respeito das orgent nodes para o benvestar piiblico, tas como os exércitos, a perfeigio de se Ghititneds ede sia forga deve estar abaixo da certera de que elas Mio dominan o governo para cujo servigo foram criadas, mas per- Mianecem sob seu controle. Por ouiro lado, nas firmas comerciais, a Tuptema efieiéncia nas operacoes deve reinar dentro dos limitts Sm postos a cla extemamente, Visto que cliscutiremos detathadamente, Frais adiante, a produtividade, a satisf tores relacionados das firmas. comer escritér Zo no trabalho e outros fax 1m eficiéncia, ilustraremos a seguir os problemas is com dois breves estuclos sobre empregados de © primeiro desses estudos, feito por Katz e seus colegas, focali- ava un grupo de empregadas de escritério e seus chefes, na matriz de uma grande companhia de seguros.° Em uma comparacfo entre supervisores de grupos de trabalho com produtividade consistentemente alta ¢ baixa, descobriuse que os fupeivisores dos grupos altamente procutivos tendiam a relatar que pasavam mais de metade do seu tempo fazendo supervisio ¢ néo a fresma espécie de servigos de seus subordinados. Essa diferengs pare ce indicat o significado que tem, para a eficiéncia de produgio, a funczo administrativa. Hlouve também uma tendéncia, da parte dos supervisores dos grupos altamente produtives, de descrever como mui- to importante a parte de “relagSes humanas” de seus empregos, en- nu qi Bary he Pantego, Coie a Te a a ot iets Sie es MOP Seas OPS ar aican OY GZ 66 Oncawtzaghes Fornais quanto que 0s supervisores de baixa produtividade focalizavam suas atengces na prodticio ¢ nos aspectos técnicos de seu emprego. Essas descobertas sugerem que, paradoxalmente, quanto mais importante for a produtividade para 0 supervisor, tanto menos produtivo sera seu departamento, Devese notar, no entanto, que esta atitude do super- visor poderia ser resultado da baixa produtividade do grupo, assim como sua determinante. (Dados relativos a grupos representativos, como estes, nfo nos capacitam a dizer qual, entre dois fatores rela cionados, influencia o outro.) & bem plausivel que os supervisores, ‘cujos subordinados produzam a contento, se preocupem menos com a produtividade, e em mencioné-la como a parte mais importante de Seu trabalho. A possibilidade mais importante, naturalmente, € que a profunda preocupacio do supervisor com a producto impede a sa- Uisfagio no trabalho ¢ as relagGes informais agradiveis —~ talvez por levé-lo a supervisionar as coisas mais de perto — diminuindo, assim, a produiividade. Em um outro estudo de uma firma comercial, Argytis descobriu que os chefes, em um banco, eam obrigados @ passar tanto tempo com os clientes que pouco Thes sobrava para supervisionar seus’ su bordinados.* Esta situago deve ter algumas conseqiléncias positivis, visto que uma das pringpais fontes da satisfacio no trabalho, relatadas por empregados novaios, era a de que “ninguém fica em cima da gente 0 tempo todo”. No entanto, o fato de alguns desses funcioxdrios menos impor‘antes, como por exemplo os caixas, também passarem a maior parte dle seu tempo lidando com os clientes, significava que eles ti: rnham poueas oportunidades dle estarem juntos; disso resultava uma estrututa informal fraca e um baixo grau de solidatiedade de grupo. Argyris também descobriu que 0 método de admissio de empregados, no baneo, levava & selecio de um tipo particular de funcionario — pessoas com grande desejo de seguranga econémica e estabilidadle no emprego, clesejosas de estarem sozinhas e inimigas da sgressividade fem si mesmas © nos outros. Conquanto esse tipo de empregado se prestasse bem 20 trabalho de rotina do banco, havia problemas para Promocio, porque as mesmas qualidadles tio desejaveis nos subo nnados tendiam a formar lideres “passivos ¢ fracos”, que prejudicavam a eficiéucia da organizagio. ‘Uma onganizagio de servigos € definida coma, uma organizagio iL heneli St ( cujo io é 2 parte do piblico que tem_com-ela-con- \__tnto direto, com quem e pata quem seus membros trabelham — em “diy, Ver, do Chrie, Areyrie, Organisation of @ Bonk, New Haven: Labor anagenient Gener, Yate" Universty, tase” aaaNatuneza z Tivos pas Oncanteagbzs Formats 07 resumo, uma organizacio cuja fungfo bisica é servir seus clientes, Tetluease nesta categoria as agéncias de servigo social, os hospitals, ele os sets le susie Tega € a rica de Sate Teta, Ge aaa tracinis-desses-organizagber-estio-emtralizaos no Tor- Gechnento de servigos profissidnais. O bem-estar dos clientes deve ser 2 principal preocupagio das organizagSes de servigos. No entanto, geralmente, 0 cliente néo sabe o que seria melhor pave seus préprios ineresses. Por exemplo, © paciente nio poleria Rilgar se uma operacio seria o indicado para melhorar sua sue ou Je Dor conseguite, o cliente € vulnerdvel, sujeito & exploracio & Aependente da integridade do profissional a quem pedim auxitio. Per outta lado, o fregués de uma loje pode, presumivelmente, olhar por seus interesses.#7 Conseqiientemente, enquanto as decisBes dos homens de negécios devein ser governadas por seu interésse pessoal — como epitoriadas Sia frase caveat emptor — a8 decisbes de um profissional devem ser governadas ro por scu proprio interesse mas pelo seu julgamento Ao que ird servir melhor aos interesses do cliente. As profissGes si0 Snsdiucionalizadas para assegurar, em um caso ideal, que 0 autor Jnteresse do profissional sofra se cle procurar promovélo as custas de um timo servico aos clientes.!® No entanto, o s % juer também que aquele- que o pratica mantenha inde] nento e nio permita Que os desejos dos clientes, € us indevesses, influenciem suas de QNScs. “Existern duas raves para essa distingio: em primeiro lugar, ts seryigor protisionais sio especificos; o cliente pode desejar tomar Ginkelro eprestado de seu advogado, mas este tltimo nao ¢ obri- gado a concsder o empréstimo — éle é somente obrigado a servir aos Fiteresser lqgais de set cliente da melhor mancira que puder. Em segundo ligat, jd que os clientes ndo esto qualificados 2 avaliar os servigos de que precisam, o profissional que os deixa decidir quais SS sarvigos ¢ seiem fornecidos nfo thes fornece um servigo Stim ‘Uma diferenga fundamental entre os beneficios obtider pelos lientes de uma organizacio de servigos € 05 obtidos, pelos membros Gas associagSes de beneficio metuo (ou pelos proprietirios de uma firma comercial, ou pelo piblico em geral no caso de uma organi: zagio para o bemestar publico) é a suposigio de que os dlientes be: nelicielos pio estio qualificados para determinar 0 que seja de sew Shelhor Interesse, 20 contritio dos membros beneficiadns. Ja que os membros das associagées dle beneficio miituo so os tinicos juizes de quails, dentre os muitos objetivos que a associagio procura aleangar, Grier» cto tate pont, com ttt naeue outs ay ak a gee Sua ETNA te He Tulecit Parsons, Essays in Sociotogicat Theory (28 ed-) Glencoe, tne ed Bi, RE ER eae ta68 Oncanizagors FoRMats so de seu maior interésse,,0 problema do controle democratic & isico. J4 que um dos grupos dentro das organizagdes de strvigo deve decidir 0 que ¢ melhor para os interesses dos outros, 0 problema isico, neste caso, ¢ 0 de assegurar que o primeiro sirva aos interesses do segundo, sem deixar que o segundo determine 2 raneita de se prestarem esses servigos. Os profissionais ow semiprofissionais, em uma organizagio de setvigos, devem agir evitando dois perigos. Por um lado, no devern perder de vista o bem-estar de seus clientes, quer através da preocupa- {Go pela sua posigio e carreira, quer através da preocupagio com os Problemas administrativos. 2stes wltimos podem se manifestar por ima rigida adeszo as normas de conduta impostas ou permitindo que: as consideragées orcamentitias dominem todas as decis6es (por exem- plo, considerando mais importante proteger o pagador de ithpostos Qo ‘que servir of clientes de maneira adequada em érgio piblico). Por outro lado, os profissionais no devem se tornar “catives” de sia dlientels, dandolhe 0 poder de determinar a natureza do servigo a set fornecido. Errar na primeira directo é tornarse um déspota, ow supertigido; errar na segunda € tornarse subserviente.® Os dois tpos de caro ext ilutrador em um estado das rela~ Ges enite supervisores de organizacbes israelenses e novos irnigrantes Siquele pals = Algutis dos supervisores se tornaram despoticos ¢ tentaram usar sua posico burocritica para forcar os clientes a tomarem certos par- tidos politicos e ideolégicos, contrérios & sua propria predilegio. Em: contraste, outros supervisores mandados como instrutores para aldeias dde imigrantes tornaramsse subservientes &s comunidades das aldeias twansformando-se em seus representantes para a aptesentagio de exi géncias as autoridades, esquecendose de sua especitica responsabili- dade de servir ao bem-estar desses imigrantes ensinandothes novas: hhabilidades. A ilustragéo de toda uma organizagéo de servigos que se tornou escrava de seus clientes é dada por Clark, em seu estudor sobre 0s programas de educagio de adultos em Los Angeles.5! Nese caso, a marginalidade do programa ¢ a politica de que: somente as classes com um minimo de presenga seriam mantidas de~ yam aos alunos o controle sobre a espécie ¢ contetido do curricula: e mesmo sobre a sclecio de instrutores; os clientes tomaram “uma: posigo de dominio sobre os profissionais, influindo no contetido do: programa’.#2 a ened rere al Adore ha ae, Aon nol Eh eae nnd Pi Aon "ES He, Ge Bish ‘wera of California ‘rers, 1850 38) “iotd'p, aNavunezs © Tiros pas Oncantzagies Forstas 69 -Transformar uma universidade em uma firma comercial qi aos clientes o que eles peilem” no serve aos melhores interesses cd. aoe cere dor cheadantes; antes, os estudantes sfo mais bem servidos Guando os educadres profisionais determinam o que © come cies devern ser ensinados (0 fracasso no servigo aos clientes & provavelmente um problema mais nas organizagées de servigos do que em s¢ Ihes ue Pre crviente, por iso nos ocuparemos dessa questio mais adiante, utSpecial no capitulo seguinte. Voltamonos agora para um Outre Groblema, que tein recebido consideravel atensfo dos ertutiosss dos Protea pa dgengas mentais, ou seja, a nauureza sensvel ds felt (Ber tat protisional e 0 cliente, Stanton ¢ Schwartz descobsinam Ske, quando tum paciente de um hospital particular pare doencas see ea objeto de uma discordancia distargada mas bisica, por parte dos midieos, ele tendia a se tomar patologicamente agitado; eae eeornuma ver resolvido o desacordo, a excitagio do paciente terminava, por veies abruptamente.®> Apatentemente, tai confltos influenciam sutilmente a interagho entre snadicor © 0. paciente, © 05 desacordes entre membros do Gorpo dinigente sfo inadvertidamente comunicados ao pacienre, Cv Sone the distirbies emocionais. O estudo feito por Caudill, de um ‘utr hospital pequeno, tende a confirmar esta conclusio.# Neste caso, mudangas no tratamento do hospitel atrapaltavam as rotons e confundiam os servigns dos funcionarios; as discordincias Ae euiatanse veladas, levando 2 encontros menos freqilentes entre se eeirlas grupos do corpo do hospital, — psiquiatras chefes, médicos Peluntes © cnfermeiras, Logo a seguir, um perfodo de intensa per- turbagio coletiva ocorria entre os pacientes, As primeiras tentatyes east? in dos grupos de tratar dos problemas dos pacientes nao abefaham sucesso, em parte porque os esforgos dos diferentes grupos eeetim em confiito, € enquanto os desacordos no vieram & tona ¢ Ceevam ae discutides, a situacio nao voltou ao normal. Ambos o& tstudos sugerem gue 0: conilitos internos de uma organizagio devem fier claron, para_poderem ser resolvidos. De muitas manefras essa situngho pareve angloga 20s distirbios individuals ~ o conflito men- tal de uma pessoa deve tornarse consciente para poder ser resolvido {im outro etudo, no entanto, nfo encontrou ligagio entre os desar cordos do corpo dirctor ¢ 08 distirbios.5 ‘Wallace ¢ Rashkis deram um teste de papel ¢ lapis aos membros do corpo dirigente de um hospital para moléstias mentais, em um Nova, Yori: Basis Books, 1064, Dp. 942.309. - cement See Ao Se 8. yx Pett ot « Sel Se ceeded Re Saas ane NS, See ae SRE eta at We ot Clological Review, Mt (1880), pp. 629-856. Toy -70 Oncasizagbes Formats periodo de sete semanas, para conseguirem obter uma média da opi- nigo geval sobre cada paciente € ao inesmo tempo coletaram-se dados observacionais sistematicos a respeito da quantidade de distirbios en- tre os pacientes. Nenhuma relacio significativa foi encontrada entre as duas espécies de dados coletados, a néo ser um aumento na opinifo geral global ¢ uma diminuigéo nos distirbios dos pacientes notades durante 0 perfodo do estudo.% Nio 6 sempre que faz sentido falar dos membros de uma orga- nizaglo, visto que ese termo se refere tanto & parte-do_piblico. qui lem contato diteto com a organizacio como Aquela que de weus servigas. Nas vigos, a8 Glias & dai a rerio pela qual somente 20 nos referirmos a estes € apropriado falar de clientes. Mas quem seriam os clientes, por exemplo, do exércite? Naturalmente no 0 inimigo que ele combate; e nem os ‘idadiios que se beneticiam de suas operagses, pois nfio estio em con- tato diteto. Portanto, neste sentido, um exé ten clientes. t Eganizagbes para o bem-estar 5-€ que sex pablicoxemgeral-€ seu-principal benefidario, mul (nio_necessariamente)__com_exclusto. das_préptias pessoas {qi6 si0 0 objeto dos esforcos da organizagio. Exemplos deste tipo sio © departamento de estado, a divisio do impesto_de_renda, 05 se wvigos militares, 0 departamenio sey amber a fungio_de-pesquisador, a parte daquela de_professor,.clen- “eo das universidades. A maior parte dessas organizagSes ou dispensam. servigos de protegio 4 comunidade, ow servem como seu ramo adm nistrativo. Conforme jé notamos, 0 publico poderia ser considerado proptietitio, assim como principal beneficitrio, ¢ este tipo poderia, entio ser incluido em nossa segunda categotia: organizagées que server aos interesses de seus proprietirios. +” No entietanto, parece preferivel separar estes tipos, visto que as ‘grandes diferencas na natureza e funcio de uma organizagio depen- dem de ser a comunidade em geral 2 principal beneficiada, ou um niimero selecionado de proprietiios. ‘A questio imposta pelas organizagées para o bem-estar piblico € uma questdo de controle democritico externo — o piblico deve ter of ratios de controlar os fins para que servem essas organizagées. Tj Suse interpretagses, possivole deasas desccbertas ein contito fo: em primetro iugac, a 1ugis ence a oplalio.geral oy eisuartios Sods ter ‘espana BaRie a Sade fede ac paced ce a‘ertio no Kembali algun, {ripe 65 pacientes tarbci ‘tenes aa iotitartia menor pacterkadoe. dish ‘Mitutio"steraaden hd inte tampa, Em eegunde haga, ¢ fater Wporiante 8 Pee Imogto tio € o.niimero total dos desacordss a rerpeits de um pacienie: mar artes Ge Gezacordos’em quesioer partiediarmente callsnies ou entre ‘memizes Go" Gove fisetor que seam Shutto.inportantes.} | | | | | | | NarurezA & Tiros DAs OnGANUAgoES Foros 7 Conquanto o controle democritico externo seja essencial, a estraturs interna desess organizacées deveria ser burocritica, governada pelo itério da eficiéncia e nio democtitica. O desafio feito a essas orga- nieagdes, entio, éa manatengio de mecanismos burocriticos eficentes Que implementem, com eficieia, 05 objetivos da comunidade, os quais Xp escolhides idealmente — pelo menos em. nossa sociedade — por métodes democriticos. (Controle democratic mterno, feito pelos membros, poderia custar eficiéncia, diminuindo assim a capaci- Gade da organizagio de Lazer vigorar a vontade democritica da ‘comunidade,) Discutiremos com brevidade trés problemas das organizagSe para o benvestar piblico: 0 problema do poder, o problema de pronover Stividades perfeitamente desempenhadas eo problema de lidar com parias. © problema do poder talvez tenhia seu melhor exemplo ro ser- vyigo militar, No interesse da seguranca nacional, a maior parte dos pases mantém organizagées militares de forca considerivel. A exis Tencia dessa forca ctia 0 perigo dle que ela possa ser usada para do- Ininar a sociedade que a produziu, destruindo assim 0 controle demo- Critic on outras formas de governo civil, Essa situacio € ilustrada pelos golpes militares que tém ocorrido em paises sul-americanos pelas aventuras algerianas dos generais franceses em 1961. 0 pro- Blema de manter o controle democritico sobre os militares é acentua- do pelas origens ¢ orientagio politica de seus oficiais mais impor- tantes, nfo obstante o fato de um recente trabalho de Janowitz in- dicar mudangas ocorrentes na composigio da oficialidade.*” ‘Assim, no passado, 08 oficiais de quase todos os paises eram re ‘crutados entre 0 grupo aristocritico: ft meio século, 92 por cento tlos lideres militares dos Estados Unidos eram originarios da classe média, ou mais alta. No entanto, pelas alturas de 1950, a proporgio dlesses Iideres vindos das classes mais altas tinha descido a mais out menos 60 por cento. Mudangas similares ocorreram em outros palses; na Alemania, por exemplo, 97 por cento da elite militar, ew 1824, era recrutada entre a nobreza, descendo a 67 por cento em 19L1; em 1944, somente 18 por cento podia provar suas origens nobres. Como poderia ser predito por suas origens, os chefes militares tém-se conser- Jado tradicionalmente ‘conservadores, em matéria de politica. Essa afirmagao é especialmente verdadeira na Europa; nos Estados Unidos oo deter militares tenddem mais freqiientemente para uma posigio politica, ims a maioria tem um ponto de vista conservador — ali mmago vilida ainda hoje em dia. A persisténcia de sew conservaclo Fismo, apesar da ampliagio nas fontes de recrutamento, parsce ser resultado da socializagio dos recrutas as tradigies de exércite. Por TB Wee, de Morris Fanowite, The Professional Soldier, Glencoe, ih: Pree Press wo agyiaisente nad popina’ HEDrR Oncanteagées Formats exemplo, descobriu-se que 0s diplomandos das academias militares feram mais conservadores do que 6s nfo-académicos. Conguanto haja varios aspectos nesse conservadorismo militar, talvez 0 mais impor- tante ¢ inquictante seja a crenca, por parte de um considerivel nt mneto da elite militar, de que a formagfo da politica de seguranca nacional deveria ser removida do controle dos civis ¢ colocada nas ino dos militares. Assim, conclui Janowitz: “A eficicia do controle politico civil sobre os militares depende somente, até certe ponto, das crengas politicas proprias da profissio militar’ #8 Um segundo problema que confronta as organizagSes para 0 bemesiar piiblico € a promogio de uma atividade extraordinria, tal como a bravura ou a inventividade. As organizagées militares de- vem encontrar os meios de extrair coragem de seus membros, em circunstincias de batalha; a policia e o corpo de bombeitos também freqitentemente pedem heroismo individual. Naturalmente a bravura, por si sé, pode ser insuficiente para garantir am sucesso militar. Weber di a entender que a disciplina burocritica é mais importante para o sucesso de um exército do que 0 heroismo individual ® ¢ Jax nowitr acha que agora o gerente militar tomou o lugar do heidi militar Apesar disso, parece fato que 0 sucesso militar depende de sol dlados que sejam corajosos e no covardes. E se, nas batalhas de hoje ‘em din, ha menos necessidade de grandes herdis, também € verdade que 2 agio de rotina, em um combate, requer muita coragem. Uma outra forma de atividade extraordindria ¢ requerida nas organizacdes de pesquisa, ou seja, crcatividade cientifica, Essa indefinivel quali- dade € considerada inata por muitos € colocada assim, per definicao, fora da esfera da influéncia organizacional. Na verdade, no entanto, como veremos mais adiante, as organizagies tém influércia sobre a creatividade na pesquisa, Se se requerem dos individuor qualidades extraodindrias para assegurar o sucesso das operacées em uma orga- nizagio, é importante saber como uma organizagio pode selecionar funclonarios que possuam tais qualidades, estimular seu desenvolvi- mento entre seus funciondrios, motivar € ajudar seus membros a aplicatem seus talentos relevantes na busca dos objetivos organi- racionais. ‘As onganizagSes que precisam lidar com os patias da sociedade, tais como os prisioneizos ~ contra quem o piiblico esti sendo prove. ido ~enfrentam ym problema especial, © que complicy o trabalho dessas instituig6es & 0 fato de que fichar homens como pirias nfo s6 os remove da sociedade, como também de seu contrble. Cloward 5) Beis, p. 280. sre MEP Gus ts dating fem mals sgtinesde! Bits, op.csit pp. 256-25. oie iy "Sanewhl, Gp. eis p. Jejeos como Hustraeto de aShravien” Ver" GeekNavuriza % Tipos pas OncAnwagors FoRMats 1h discutiu, em Aetalhe, 0 dilema enfrentado pelos carcereiros que devem controlar os presos.* Por um lado, a forca fisiea nfo & muito eficiente no controle rotinerro ea sociedade imp3s severas Testrigdes & sua _aplicagto. nas Prides, Por outro lado, a tentativa de dar ao prisioneiro incentives araseeeadorihes reabilitagio e reintegracto na sociedade, ¢ inibida pela sreiea desea mesma sociedade em acciticlos depois que so soltos. Nessa situagio, 0 guarda se vé em uma posicfo dificil, 3 ele quem interage continuamente com os prisioneitos, ¢ deve achar os sees de controllos. Nao é fell tratar como paria uma pessca com {quem se tem contato freqiiente. Além do mais, o frncasso da recom. Gensa fortaal € do siatema de sangBes forgt o guarda — no diver de eee fd 2 confiar nos meios informais de controle, O guards pode eee Fedor dos prisioneitos facilitando-thes © acesso ilegitimo a Satreadorias € servigos que desejem. ‘Tals aliancas ilegais entre os fruatdss ¢ 0s prisioneiros fornecem a estratura pela qual os outros BMaloneitos so controlados — ot prisioneiras que. fazem parte da Banga sjudam o guarda a manter 0 controle, por interesse de con servar sua posicio favordvel. ‘Uma tentativa pata solver o problema do controle, assim como o da reabilitacdo € transformar as prisdes, de organizages para 0 Demestar piblico (preocupadas com a protegio do piblico) em or. rnivagées de servico (orientadas primariamente para as necesiclades Bamtenesses dos “clientes” prisionciros). Um intelessante problema que isso traz pata a organizacto @ discutido no estilo feito por Grusky pum pequeno campo ce prisioneiras do meioeste. ile corta que a adogio de uma orientacfo terapeutica para, com os pristoneitos resulton na acentuasgo da sta posicio, eireunstincin fssd capaz de causar danos 4 organizacio, por sua tendéncia ‘le. ser fomads, pelos guardas — nfo sem justificativa — como uma inferior: ragio de sun propria posigéo, em comparagio 2 dos prisioneires. Ou: tras conseqiiencias da aproximagio térapéutica foram o aumento da Interaglo entre funcionarios ¢ prisioneitos, a descentralizagto da. av. toridade, tmucanes que pode acentuar a posicio dos funcioniirios de gau, nédio) € # redugfo da lependéncia nos procedimentos __xssts eiutdos dio a entender que a identidade clo principal bene ficistio das operacées da organizagio tem conseqiténcias dz longo alcance para stas earacterfsticas principais, conclusdo essa que indicn a utdlidade da tipologia aqui proposta para as organizagbes formas By Wen, go nichard_A, Clowarg, "Soelal Contal in, the Prison”, Ricard Clo~ ache Sey SS RUBE lle Te Sac BU SO Pe Bes, Mea See Sivifsnce esaaren Counce 1a Chandi 12) "op. aah Bene dean Se San ate Cents in Sielelion', Admetatiora“ Oscanizagoes Forsats CONCLUSOES Bste capitulo apresentou uma andlise da naturera das organiza. paes formais ¢ das diversas formas tomadas por essas organtzacdes. Comecamos com ttm sumério da teoria de Weber a respeite dos tipos de auioridade e da organizagio burocrdtica, Fizemas noter que sew trabalho fornece tanto um esquema de concepedo, definindo as prin- cipais caraeteristicas das burocracias, como muilas hipsteses referentes 4 relagao entre as caracteristicas ¢ sun significactio na eficiércia admi- nistrativa. Propusemos algumas modificacdes ds conceprdes de Weber, notademente a incluso das aspectos informais ao lado dos formais, ¢ dos disfuncionais ao lado dos funcionais dessas organizacdss bara es- tudo, Também chamamos a alencio para a importéncie de distingao entre a habilidade e a disciplina, como dois critérios diferentes na organizagiio racional da conduta, Em. seguida, examinames dois ow tros métodos de abordagem para a andlise das organizacdes {Ormais 08 métodos de Simon e de Parsons. Finalmente, tentamos diferen- ciar o: varios tipos de organizacdes formais. Apds resumirmos ontras classificagdes para as organizacdes, sugerimos uma tipologia, baseada no criténo de “cui bonwm” — quem é o beneficiado. Usando esse cti- lério, distinguimos quatro tipos de organizagoes: associagées de bene- ficio miituo, firmas comerciais, orgenizacdes de servicos € organizacder para o berestar priblico. Av fazermos a ilustragao desses quatro tipos @ discutirmos certos problemas associados a cada um deles, tivemas oportunidade de fazer um breve levantamento das pesquisas a respeito das orgenizagées formais. Todas as organizagdes, seja qual for o grupo eujos interesses elas devam servir, tém contatos regulares com pessoas que nao fezem parte de seu guadro, As caractersticas dessas pessoas tém implicacées im- portantes na estrutura e funcionamenta das o7ganizagdes. Esta afir mativa ¢ particularmente verdadeira no caso de organizacses dle ser: vicas, nas quais a orientagao dos funciondrios com relacio cos clientes ~e vice-versa — tem significado crucial nas operacaes. No capitulo sequinte, examinayemos uérios aspectos das relagées entre as orgeni 2acdes e'seu piblica