You are on page 1of 15
Terga-feira 14 de Outubro de 1986 1 Série—Nimero 237 REPUBLICA PREGO DESTE NUMERO —112$00 2 semen 2 Frege oe pare Yenda avulio, 3930; prego por linha de sag ce Pltne Ee per ra ot novos ausnantes do Didlo da, Assembiele da. Repubilca, a! aulnatura ert compreenida ce anci « Dewembro 36 publleador em ‘Novenbro Dezembro. ono Stieuae que tompicom f'lepautre pedo neque 40 peso de cae. 1 oS pean de reemerses Ge fats go Diario. de Repabtic pers 19 tonnente'¢ relder astnomaa © errangeiro to, respectivarenta, Ge So‘e"30 aia A date da nun publicesto. Toda « carveqpandtncta, quer olcal, quer relative « endncl dove sor dvighda b adminitraghe da impransa Noctenal-Cosa IMPRENSA NACIONAL-CASA DA MOEDA, E. P. Aviso Por ordem superior © para constar, comunicase que néo serfo aceltes qualsquer originals destinados 20 -Diério da Republica desde que nao. tragam eposta a compet grdem ‘de publleapo, sssinada e autenticada, com elo SUMARIO ‘Assambleia da Repsblica: Lol ne 46/86: Lei de Bases do Sistema Educativo, Ministério dos Negécies Estrangeires: Portaria n° 600/88: Estabelece a constituigéo do mapa do pessoal assalariado ‘da Embaixads de Portugal em Luanda, com efeitos a partir de I de Outubro de 1986, Ministécio da Agricultura, Pescas © Alimentacdo: Decretoel nr 346/86: Torna extensivo a glicose © ao xarope de glicose classifi ‘ados na posigio pautal 17.02, B, I, da Pauta dos Dire. tos de Imporiacdo 0 regime’ previsto no Decreto-Lei 1? 62/86, de 25 de Margo. Ministério da Educagdo © Cultura: Portaria n+ 601/86: ‘Autoriza 0 Instituto Po de Viana do Castelo, ‘através da sua Escola Superior de Educegdo, a conferi © grau de bacharel em Educasdo Pré-Escolar ¢ 0 diploma 0 curso de professores do ensino bésico nas variantes de Portugués e Francés, Portugues © Inglés, Matemética fe Citncias da Natureca, Educayao Visual, Educagdo Mu- Sical e Trabalhos Manuais e aprova os respectivos planos de estudos. Portaria n> 602/86: ‘Autoriza a Escola Superior de Educacto de Vila Real ‘a conferir os graus de bacharel em Educacdo PréEscolar €.em Ensino Priméro aprova ot rexpetivor plans de estudos. Decleragées: De terem sido autorizadas transferéncias de verbas no ‘orgamento do Ministério no montante de 221 551 contos De terem sido autorizadas transferéncias de verbas no ‘orgamento do Ministério no montante de 359 013 contos ‘sinatra de -Didse de Repabllcns Repabii Meeda, EP, Ras de D, Francace Manual de Mele, $—1092 Llshen Coder. de Assemble [Nota.—Poi publiesdo um suplemento ao Did 10 ‘da Repdblica, n2 165, de 21 de Julho de 1986, inserindo © seguinte: 9» Pescas @ Alimentagio: ‘Aplica a legislasio comunitéria relativa ao sector do te ‘baco em rama na eampanha de 1986-1987, ASSEMBLEIA DA REPUBLICA Lei ne 46/86 de 14 de Outubro Lei de Bases do Sistema Educative ‘A Assembleia da, Repiblica decreta, nos termos da alinea d) do artigo 164.° e da alinea e) do artigo 167." da Constituisio, 0 seguinte: LE] DE BASES DO SISTEMA EDUCATIVO CAPITULO I Ambito ¢ principios Artigo 12 (Ambit © definigso) 1—A presente lei estabelece 0 quadro geral do sistema educativo. 2—O sistema educativo € 0 conjunto de meios pelo qual se concretiza o direito & educagio, que se exprime pela garantia de uma permanente accdo for- mativa orientada para favorecer 0 desenvolvimento global da personalidade, o progresso social ¢ a demo- cratizagao da sociedade. 3—0 sistema educativo desenvolve-se segundo um conjunto organizado de estruturas ¢ de acgées diver- sificadas, por iniciativa e sob responsabilidade de di- ferentes instituigdes e entidades piblicas, particulares © cooperativas. 4—O sistema educative tem por ambito geogré- fico a totalidade do territério portugués — continente © regides aut6nomas—, mas deve ter uma expressio 3068 suficientemente flexivel e diversificada, de modo a abranger a generalidade dos paises ¢ dos locais em que vivam comunidades de portugueses ou em que se verifique acentuado interesse pelo desenvolvimento ¢ divulgacio da cultura portuguesa. 5—A coordenacao da politica relativa ao sistema educativo, independentemente das instituigSes que o compéem, incumbe a um ministério especialmente vocucionado para o efeito. Artigo 2° (Principion persis) 1 — Todos os portugueses tm direito & educacto € A cultura, nos termos da Constituigio da Repiblica. 2—E da especial responsabilidade do Estado pro- mover a democratizacéo do ensino, garantindo o di- reito a uma justa ¢ efectiva igualdade de oportunidades Ro acesso ¢° sucesso escolares, 3—No acesso & educagio e na sua pritica € garan- tido a todos os portugueses o respeito pelo principio da liberdade de aprender e de ensinar, com tolerincia ara com as escolhas possiveis, tendo em conta, de- signadamente, os seguintes princpioe: 2) O Estado nfo pode atribuirse 0 direito de Programar a educagéo ¢ a cultura segundo quaisquer directrizes filos6ficas, estéticas, po- Iiticas, ideolégicas ou religiosas; 4) O ensino piblico néo seré confessional; ©) E garantido 0 direito de criagio de escoles particulares e cooperativas. 4—O sistema educativo responde as necessidades resultantes da realidade social, contribuindo para o desenvolvimento pleno € harmonioso da personalidade dos individuos, incentivando a formacéo de cidadios livres, responsive auténomes ¢ solidérios e valori- zando a dimensio humana do trabalho. 5—A educagio promove o desenvolvimento do espirito democratico ¢ pluralista, respeitador dos ou- ros € das suas ideias, aberto a0 diélogo © a livre troca de opinides, formando cidadios capazes de jul- garem com espirito critico e criativo o meio social em que se integram ¢ de se empenharem na sua transfor- magio progressiva, Artigo 3° (Principion ‘orgnaizativos) © sistema educativo organiza-se de forma a: 4) Contribuir para a defesa da identidade nacio- ¢ para o reforgo da fidelidade & matriz ist6rica de Portugal, através da consciencia Tizagéo relativamente ao patriménio cultural do povo portugués, no quadro da tradigéo universalista europeia e da crescente interde- pendéncia e necesséria solidariedade entre to- dos os povos do Mundo; 6) Contribuir para a do educando, través do pleno desenvolvimento da perso- nalidade, da formacSo do carécter ¢ da cida- reflexio cons- ciente sobre os valores espirituais, estétioos, morais ¢ civicos ¢ jonando-the um equilibrado desenvolvimento fisico; 1 SERIE —N2 237 — 14-10-1986 ©) Assegurar a formagio civica © moral dos jo- vvens; ° fio pls perature peito € pelos projectos individuais da existéncla, bem como da con- sideragio e valorizagio dos diferentes saberes e culturas; €) Desenvolver a capacidade para o trabalho € Proporcionar, com base numa sélida forma- slo geral, uma formacdo especifica para a ocupagio ‘de um justo lugar na vida activa que permita 20 individuo prestar 0 seu con- tributo a0 progress da sociedade em conso- nincia com os seus interesses, capacidades € vocagéo: f) Contribuir’para a realizagSo pessoal e comu- nitéria dos individuos, néo #5 pela formaglo para o sistema de ocupagdes socialmente dteis, mas ainda pela prética © aprendizagem da utilizagio criativa dos tempos livres: 8) Descentralizar, desconcentrar ¢ diversificar as estruturas © acgées educativas, de modo a proporcionar uma correcta adaptaglo as res- Tidades, um elevado sentido de participaggo das populagées, uma adequada insergo 0 meio comunitério e nfveis de decisio eficien- tes A) Contribuir para a correcgio das assimetries de desenvolvimento regional e local, devendo incrementar em todas as regides do Pals a igualdade no acesso aos beneficios da edu- cacéo, da cultura e da ciéncia; i) Assegurar uma escolaridade de segunda opor- tunidade aos que dela nfo usufrufram na idade propria, 20s que procuram o sistema educativo por razles profissionais ou de pro- mogéo cultural, devidas, nomeadamente, a ne- cessidades de reconversio ou aperfeigoamento decorrentes da evolugio dos conhecimentos gicautioos secnckigicoss f) Assegurar a igualdade de oportunidade para ambos 0s sexos, nomeadamente através das préticas de coeducagdo e da orientago esco- lar e profissional, ¢ sensibilizar, para o efeito, © conjunto dos intervenientes no procesto edu. cativ D Contribuir para desenvolver o esptrito e a pré- tica democréticos, através da adopgio de es- truturas © provessos participativos na defini- gdo da politica educativa, na administrago © gestdo do sistema escolar ¢ na experitncia pedagégica quotidiana, em que se integram todos 0s intervenientes no processo educativo, fem especial os alunos, os docentes ¢ as famé- lias. CAPITULO II Organizagéo do sistema educative Artigo 4° (OrganizagSo geral do sisteman educativo) 1—0 sistema educativo compreende # educagio préescolar, a educacio escolar e a educagio extra- escolar. © 237 — 14-10-1986 1 SERIE—N. 2—A educagio préescolar, no seu aspecto for mativo, & complementar e ou supletiva da aco edu- cativa da familia, com a qual estabelece estreita coo- eracéo. 3—A educagéo escolar compreende 0s. ensinos bésico, secundério e superior, integra modalidades es- pecisis e inclui actividades de ocupagio de tempos livres. 4—A educagio extra-escolar engloba actividades de alfabetizagio ¢ de educagio de base, de aperfei goamento € actualizacdo cultural ¢ cientifica e a ini ciagio, reconversio € aperfeigoamento profissional € realiza‘se num quadro aberto de iniciativas méltiplas, de natureza formal e nao formal. SECCAO 1 Eduosgio pré-escolar Artigo 52 CEddacagio pré-escolae) 1—Sio objectivos da educagio préescolar: 4) Estimular as capacidades de cada crianga © favorecer a sua formagao ¢ 0 desenvolvimento equilibrado de todas as suas potencialidades; b) Contribuir para a estabilidade e seguranca afectivas da crianca; ©) Favorecer a observagdo ¢ a compreensio do ‘meio natural e humano para melhor integra- gio © participagio da crianca; 4) Desenvolver a formacio moral da crianga ¢ 0 sentido da responsabilidade, associado 20 da liberdade; e) Fomentar integragéo da crianga em grupos sociais diversos, complementares da famfl jo em vista ‘o desenvolvimento da soci bilidade; f) Desenvolver as capacidades de expressio ¢ comunicacéo da crianca, assim como a ima- ginagfo criativa, e estimular a actividade Ii- dica; ® Incutir hébitos de higiene ¢ de defesa da satide pessoal ¢ colectiva; hy) Proceder & despistagem de inadaptagées, defi- cias ou precocidades e promover a melhor orientagdo e encaminhemento da crianga. 2—A prossecugio dos objectivos enunciados far- sei de acordo com conteidos, métodos ¢ técnicas apropriados, tendo em conta a articulagdo com o meio familiar. 3—A cducagéo pré-escolar destina-se as criancas com idades compreendidas entre os 3 anos e a idade de ingresso no ensino bésico. '4—Incumbe a0 Estado assegurar a existéncia de uma rede de educagio pré-escola 5—A rede de educaclo pré-escolar ¢ constituida por instituiges préprias, de iniciativa do poder cen- tral, regional ou local ¢ de outras entidades, colec- tivas ou individuais, designadamente associagées de pais e de moradores, organizagdes civicas ¢ confessio- ais, organizagées sindicais ¢ de empresa ¢ institui- es de solidariedade social. 3069 6—O Estado deve apoiar as instituigies de edu- casio préescolar integradas na rede piblica, subven- cionando, pelo menos, uma parte dos seus custos de funcionamento. 7 — Ao ministério responsével pela coordenasio da politica educativa compete definir as normas gerais da educagio pré-escolar, nomeadamente nos seus aspectos pedagigico € técnico, ¢ apoiar ¢ fiscalizar o seu cum- rimento ¢ aplicagio. 8—A frequtncia da educagéo pré-escolar é facul- tativa, no reconhecimento de que & familia cabe um papel essencial no processo da educagéo pré-escolar. SECCAO I EducarSo escolar SUBSECCAO nsino ben Artigo 6° (Unlversalidade) 1—0 ensino bésico € universal, obrigatério e gra- tuito e tem a duragio de nove anos. 2—Ingressam no ensino bésico as criancas que completem 6 anos de idade até 15 de Setembro. 3 —As criangas que completem os 6 anos de idade entre 16 de Setembro e 31 de Dezembro podem ingres- sar no ensino bésico se tal for requerido pelo encar- regado de educaco, em termos a regulamentar. 4—A obrigatoriedade de frequéncia do ensino bé- sico termina aos 15 anos de idade. 5—A gratuitidade no ensino bésico abrange pro- pinas, texas e emolumentos relacionados com ma- trfcula, frequéncia e certificagéo, podendo ainda os alunos dispor gratuitamente do uso de livros e material escolar, bem como de transporte, alimentayao € alo- jamento, quando necessérios. Artigo 72 COdjectivon So objectivos do ensino bésico: 4) Assegurar uma formagio geral comum a to- dos os portugueses que Thes garanta a desco- berta ¢ 0 desenvolvimento dos seus interes: nes © aptidées, capacidade de raciocinio, mo- miéria © espirito critica, criatividade, sentido moral ¢ sensibilidade estética, promovendo ‘a realizacio individual em harmonia com os valores da solidariedade social; 5b) Assegurar que nesta formagio sejam equilibra- damente interrelacionados o saber € 0 saber fazer, a teoria e a prética, @ cultura escolar € a cultura do quotidiano; ©) Proporcionar 0 desenvolvimento ffsico ¢ mo- tor, valorizar as actividades manuais € pro- mover a educagio artistica, de modo a sen- sibilizar part as diversas formas de expresso eatética, detectando © estimulando aptiddes nesses dominios; 3070 4) Proporcionar a aprendizagem de uma primeira Magus estrangsira © a iniiaglo de uma ve gunda; ©) Proporcionar @ aquisicfo dos conheclmentos basilares que permitam 0 prosseguimento de estudos ou a insergo do aluno em esquemas de formagio profiseional, bem como facilitar instrumentos de trabalho pessoal ¢ em valorizando a dimensio humana do f) Fomentar a conscitncia nacional aberta & realidade concreta numa iva de bu ‘anismo univenlists, de woldaredade © de ‘cooperagio internacional; 8) Desenvolver 0 conhecimento ¢ 0 aprego pelos valores caracteristicos da identidade, Iingua, hist6ria e cultura portuguesas; ‘h) Proporcionar aos alunos experiéncias que fe Voregam a sua maturidade cfvica € sdcio-sfec- tiva, criando neles atitudes e hébitos positivos de relagio © cooperaco, quer no plano dos seus vinculos de familia, quer no da inter ‘vengo consciente e responsével na realidade circundant }) Proporcionar a iso de atitudes auté- nomas, visindo « Tormasio de cidadice civi camente responsiveis ¢ democraticamente in- tervenientes na vida comunitéria; 1) Assegurar As criancas com necessidades edu- cativas especificas, devides, designadamento, 4 deficitncias fisicas e mentais, condigées ade- quadas 20 seu desenvolvimento e pleno apro- veitamento das suas capacidades; D) Fomentar o gosto por uma constante actual zagéo de conhecimentos; ‘m) Participar no processo de informacie ¢ orlen- an educacionais em colaboragio com as famflias; 1m) Proporcionar, em liberdade de conscitnel aquisigao de nogdes de educagio civica moral; 0) Crier condigées de promogio do sucesso a+ colar ¢ educativo a todos os alunos. Artigo 8° (Orgraizasio) 1—0 ensino bisico compreende trés ciclos sequen- ciais, sendo o 1 de quatro anos, 0 2° de dois anos € 0 3. de tres anos, organizados nos seguintes termos: 4) No 15 silo, o grsino € slobalizante, da ree ponsabilidede da um professor ‘nico, que pode ser coadjuvado em dreas especializadas; 4) No 2. ciclo, 0 ensino organizese por Plina ou grupo de 2—A articulaio entre os ciclos obedece a uma s¢- quencialidade progressiva, conferindo a cada ciclo a fungio de completar, aprofundar e alargar 0 ciclo J SERIE —N 237 — 14-10-1986 anterior, numa perspectiva de unidade global Jo en- sino bésico. 3—0s terion sspectcns de cada ciclo inte gram-se nos objectivos gerais do ensino bésico, nos termos dos nimeros anteriores ¢ de acordo com 0 de- senvolvimento etério correspondente, tendo em aten- gio as seguintes particularidades: 4) Para 0 1. ciclo, o desenvolvimento da lingua- gem oral ¢ a iniciagho e progressivo dominio da leitura © da escrite, das nogdes essen- ciais da aritmética e do célculo, do meio fisico © social, das expressbes pléstica, dramé- tica, musical 'e motora; 6) Para o 2.° ciclo, a formacio humanistica, ar- tistica, fisica, e desportiva, cientifica e tecno- Idgica © a educacio moral e civica, visando habilitar o¢ alunos a assimilar ¢ interpretar critica ¢ criativamente a informacio, de modo a possibilitar a aquisigéo de métodos ¢ ins- trumentos de trabalho ¢ de conhecimento que permitam 0 prosseguimento da sua formacéo, ‘numa perspectiva do desenvolvimento de ati- tudes activas conscientes perante a comu- nidade © os seus problemas mais importantes; ¢) Para 0 3. ciclo, a aquisiclo sistemética ¢ di- ferenciada da cultura moderna, nas suas di mensdes humanistica, literdria, artistica, fisica € desportiva, cientifica e tecnol6gica, in ensfvel 20 ingresso na vida activa ¢ 20 prosseguimento de estudos, bem como a orien- ago escolar ¢ profissional que faculte a ‘opsio de formaso subsequente ou de in- sergdo na vida activa, com respeito pela rea- lizagto auténoma da pessoa human: 4— Em escolas especializadas do ensino bésico po- dem ser reforgadas componentes de ensino artistico ‘ou de educaglo fisica ¢ desportiva, sem prejuizo da formacdo bésica. 5—A conclusio com aproveitamento do ensino bé- sico confere 0 direito & atribuigdo de um diploma, devendo igualmente ser certificado 0 aproveitamento de qualquer ano ou ciclo, quando solicitado. SUBSECAO I asian soeumtiie Artigo 9° (Objectives) (© ensino secundério tem por objectivos: @) Assegurar o desenvolvimento do racioc{nio, da reflexio ¢ da curiosidade cientlfica eo aprofundamento dos elementos fundamentais de uma cultura humanistica, artistica, cien- tifica e técnica que constituam suporte cogni- tivo © metodolégico ado para o even- tual prosseguimento de estudos e para a insergo na vida activa; 6) Facultar aos jovens conhecimentos necessérios & compreensio das manifestagies estéticas © culturais ¢ possibilitar o aperfeigoamento da sua expressio artistica; 1 SERIE —N¢ 237 — 14-10-1986 3071 ©) Fomentar @ aquisigfio © aplicagso de um sa- ber cada vez mais ay assente 1O estudo, na reflexdo critica, na observagdo € na experimentagio; d) Formar, a partir da realidade concreta da vide regional e nacional, e no apreco pelos valo- res permanentes da sociedade, em geral, ¢ da cultura portuguesa, em particular, jovens in- teressados na. resolugio dos problemas do Pais e sensibilizados para os problemas da ‘comunidade internacional; ¢) Facultar contactos e experiéncias com o mundo do trabalho, fortalecendo os mecanismos de aproximacio entre « escola, a vida activa ¢ ‘a comunidade e dinamizando a fungio ino- yadora ¢ interventora da escola; f) Favorecer a orientaglo ¢ formagio_ profissio- nal dos jovens, através da preparaclo técnica ¢ tecnolégica, com vista & entrada no mundo do trabalho; ® Criar hébitos de trabalho, individual ¢ em grupo, ¢ favorecer 0 desenvolvimento de ati tudes de reflexio metédica, de abertura de es- pirito, de sensibilidade e de disponibilidade ¢ adaptaggo & mudanca. Artigo 10° (Organizestoy 1.—Tém acesso a qualquer curso do ensino secun- dério os que completarem com aproveitamento © en- sino bésico. 2—Os cursos do ensino secundério tém a duraglo de_trés anos. 3—O ensino secundério organiza-se segundo for- mas diferenciadss, contemplando a existéncia de cur- 50s predominantemente orientados para a vida activa ou para o prosseguimento de estudos, contendo todas elas componentes de formago de sentido técnico, tec- nolégico e profissionalizante ¢ de lingua e cultura portuguesas sdequadas & natureza dos diversos cursos. 4—E garantida a permeabilidade entre os cursos predominantemente orientados para a vida activa e os Cursos predominantemente orientados para 0 pros- seguimento de estudos. 5A conclusio com aproveitamento do ensino secundirio confere direito & atribuigio de um di- ploma, que certificaré a formagio adquirida ©, nos ‘casos dos cursos predominantemente orientados para 4 vida activa, a qualificagio obtida para efeitos do exer- cicio de actividades profissionais determinadas. 6 — No ensino secundério cada professor € respon- sével, em principio, por uma s6 disciplina. 7—Podem ser criados estabelecimentos especiali- zados destinados ao ensino e pritica de cursos de na- tureza técnica e tecnolégica ou de indole artistica sunseceko mt sien specter Artigo 112 mbito « objects) 1—O ensino superior compreende o ensino uni- versitério € 0 ensino politécnico, 2.—Sto objectivos do ensino superior: @) Estimular « crlagto cultural ¢ 0 deseavolvi- ‘mento do espirito clentifioo ¢ do pensamento reflexivo; b) Formar diplomados nas diferentes éreas de conhecimento, aptos para a insergio cm s00- tores jonals e para a participacso 00 desenvolvimento da sociedade portuguesa, colsborar na sua formaco continua; ©) Incentivar o trabalho de pesquisa e investiga- ‘go cientifica, visando o desenvolvimento da Citncia e da tecnologia © a criagdo ¢ difusko da cultura, e, desse modo, desenvolver 0 en- tendiments do homem © do melo em que ive; ) Promover a divulgaso de conhecimentos cul- turais, cientificos e técnicos que constituem patriménio da humanidade ¢ comunicar 0 se ber através do ensino, de publicagdes ou de outras formas de comunicasio; @) Suscitar 0 desejo permanente de aperfeigos- ‘mento cultural e profissional e possibiliter ‘8 correspondente concretizarso, integrando (08 conhecimentos que vio sendo adquiridos numa estrutura intelectual sistematizadora do conhecimento de cada geracio; f) Estimular © conhecimento dos problemas do mundo de hoje, em particular os nacionais ¢ regionais, prestar servicos especializados & comunidade ¢ estabelecer com esta uma rela- glo de reciprocidade; ®) Continuar a formacio cultural € profissional dos cidedios pela promosio de formas ade- quadas de extensio cultural. 3—O ensino universitério visa assegurar uma 96- lida preparacéo cientifica e cultural ¢ proporcionar uma formagio técnica que habilite para o exercicio de actividades profissionsis ¢ culturais © fomente 0 de- senyolvimento das capacidades de concepylo, de ino- 4—O ensino politécnico vise ionar_uma sélida formagio cultural e técnica de nivel superior, desenvolver a capacidade de inovagio e de aniélise eritica e ministrar conhecimentos cientificos de in- dole tedrica e pritica e as suas aplicagdes com vista 0 exereiclo de actividades profissionais. Artigo 12° (Acesso) 1 —Tém acess a0 ensino superior: @) Os individuos habilitados com um curso so- cundério, ou equivalents, que, cumulative. mente, fagam prova de capacidade para a sua frequéncia; b) Os individuos maiores de 25 anos que, nio possuindo aquela habilitacio, fagam prova cspecialmente adequada de capecidade pare sua frequéncia. 2—A prova ou provas de capacidade referidas no ndimero anterior séo de ambito nacional ¢ eapecificas para cada curso ou grupo de cursos afins. 3072 : — 3—O acesso a cada curso do ensino superior deve ter em conta as necessidades em quadros qualificados € a elevagio do nfvel educativo, cultural ¢ cientifioo do Pafs, podendo ainda ser condicionado pela neces- sidade de garantit a qualidade do ensino. 4—O Estado deve criar as condigées que garan- tam aos cidados a possibilidade de frequentar o en- sino superior, de forma a impedir o# efeitos discrt minat6rios decorrentes das desigualdades econdmicas regionais ou de desvantagens sociais prévias. Artigo 13° (Graus © diplomas) No ensino superior sio conferidos os seguintes @) Bacharel; 6) Licenciado; ) Mestre; @) Doutor. 2—No ensino superior podem ainda ser atribut- dos diplomas de estudos superiores especializados, bem como outros certificados ¢ diplomas para cursos de pequena duragso. 3—No ensino universitério so conferidos os graus de licenciado, mestre ¢ doutor e séo atribuidos outros certificados diplomas, sem prejuizo do disposto na alinea b) don 1 do artigo 31° 4—No ensino politécnico € conferido-o. grau de bacharel ¢ sio atribuidos diplomas de estudos supe- iores especializados, bem como outros cettificados © diplomas para cursos de pequena duragio. 5—Tém acesso aos cursos de estudos superiores especializados os individuos habilitados com o grau de bacharel ou licenciado. 6—O diploma de estudos superiores especializados & equivalente 20 grau de licenciado para efeitos pro- fissionais © académicos. 7 — Os cursos de estudos superiores especializados do ensino politécnico que formem um conjunto coc- rente com um curso de bacharelato precedente po- dem conduzir & obtengio do grau de licenciado, 8—O ensino universitério © 0 ensino politécnico sio articulados entre si pelo reconhecimeato miituo do valor da formago € compettncias adquiridés em cada unidade ¢ ainda através de um sistema de cré- ditos baseado na anélise dos planos de estudo. 9— A duracdo dos cursos superiores que conferem graus deve ser regulamentada de forma a garantir 0 nivel cientifico da formacéo adquirida. Artigo 1 (Eatabelocimentoe) 1—O ensino universitério resliza-se em universi- dades © em escolas universitérias no integradas, 2—O ensino politécnico realiza-se em eacolas su- periores especializadas nos dominios da tecnologia, das artes © da educagio, entre outros. 3— As universidades podem ser constituidas por cocols, instiutos ou faculdades difrencndos ou por departamentos ou outras unidades, podendo ainds integrar escolas superiores do ensino politécnico. T SERIE —N- 257 — 14-10-1986 4—As escolas superiores do ensino politécnico podem ser ussociadas em unidades mais amplas, com designagoes varias, segundo critérios de interesse regio- nal ¢ ou de natureza das escolas. Artigo 152 (nvestigagéo clenttfica) 1—O Estado deve assegurar as condigées mate- riais ¢ culturais de criagéo e investigagdo cientificas 2—Nas instituigdes de ensino superior seri das as condigées para a promogao da investigagi tifica e para a realizagéo de actividades de invest € desenvolvimento. 3—A investigacao cientifica no ensino supertor deve ter em conta os objectivos predominantes da instituigéo em que se insere, sem prejuizo da sua perspectivacio em funcéo do progresso, do saber @ da resolugo dos problemas postos pelo desenvol- vimento social, econémico e cultural do Pais 4—Devem garantirse as condigdes de publi dos trabalhos cientificos ¢ facilitarse a divulgagio dos novos conhecimentos e perspectivas do persa- mento cientifico, dos avangos tecnolégicos ¢ da cria- fo cultural, 5—Compete a0 Estado incentivar a colaboragio entre as entidades piblicas, privadas e cooperativas no sentido de fomentar o desenvolvimento da ciéncia, da tecnologia ¢ da cultura, tendo particularmente em vista 0s interesses da colectividade. susssccao ww Modaldades especnis @o educacho escolar Artigo 16.° (Modalidades) 1—Constituem modalidades especiais de educa: G0 escolar: @) A educagéo especial; 5) A formacao profissional; ©) O ensino recorrente de adultos; 4) O ensino a distancia; €) © ensino portugués no estrangeiro. 2—Cada uma destas modalidades € parte inte. grante da educagio escolar, mas regese por disposi- ses especiais. Artigo 172 (Ambito © objectivos da educasio expectal) 1—A educagio especial visa a recuperagao ¢ in- tegragio sécio-educativas dos individuos com nec les educativas especificas devidas a deficiéncias fisicas € mentais, 2—A educagdo especial integra actividades dirigi- das aos educandos e acgdes dirigidas as familias, aos educadores e is comunidades. 3—No Ambito dos objectivos do sistema educativo, tm geral, assumem relevo na educacéo especial: 4) O desenvolvimento das potencialidades fisicas € intelectuais; 1 SERIE—N. 237 — 14-10-1986 b) A ajuda na aquisicgo da estabilidade emo- cional; ¢) O desenvolvimento das possibilidades de co todos 08 niveis em que se possa processar; ®) A preparacdo para uma adequada formacao ‘profissional e integracao na vida activa. . Artigo 18° (Organizacio da educegio expecta!) 1—A educagdo especial organiza-se preferencial- mente segundo modelos diversificados de integragio em estabelecimentos regulares de ensino, tendo cm conta as necessidades de atendimento especifico, e com apoios de educadores especializados. 2— A educagdo especial processar-se-é também em jigdes espectficas quando comprovadamente 0 cexijam 0 tipo e o grau de deficiéncia do educando. 3—Sio também organizadas formas de educacio especial visando a integragdo profissional do deft ciente. ‘4—A escolaridade bésica para criangas ¢ jovens deficientes deve ter ourriculos © programas devida- mente adaptados as caracteristicas de cada tipo ¢ grau de deficiéncia, assim como formas de avaliagao ade- quadas as dificuldades especificas. 5—Incumbe a0 Estado promover ¢ apoiar a edu- cacao especial para deficientes © —As iniciativas de educagéo especial podem pertencer a0 poder central, regional ou local ou a ou- tras entidades colectivas, designadamente associages de pais e de moradores, organizagoes civicas ¢ con- fessionais, organizagdes sindicais ¢ de empresa ¢ ins- tituigdes de solidariedade social. 7— Ao ministério responsdvel pela coordenagao da politica educativa compete definir as normas gerais da educacdo especial, nomeadamente nos seus aspectos pedagogicos e técnicos, ¢ apoiar ¢ fiscalizar 0 seu cum- primento ¢ aplicacéo. 8—Ao Estado cabe promover, a nivel nacional, ‘acgdes que visem o esclarecimento, a prevengéo ¢ 0 fratamento precoce da deficiéncia. Artigo 19° (Formasio profissional) 1—A formacdo profissional, para além de com- plementar a preparagao para a vida activa iniciada no ensino bésico, visa uma integragio, dinimica no mundo do trabalho pela aquisicao de conhecimentos e de competéncias profissionais, por forma a respon- der as necessidades nacionais de desenvolvimento € & evolugao tecnolégica. 2—Tém acesso & formagio profissional: 4@) Os que tenham conclufdo a escolaridade obri- gatsri 6) Os que nfo concluiram a escolaridade obri- gatéria até a idade limite desta; ©) Os trabathadores que pretendam o aperfei- goamento ou a reconversio profissionais. 3073 3—A formagio profissional estrutura-se segundo um modelo institucional pedagégico suficientemente flexivel que permita integrar 0s alunos com niveis de formagio ¢ caracteristicas diferenciados. 4—A formagio profissional estrutura-se por forma a desenvolver acgdes de: 4) Iniciago profissional 5) Qualificago. profissional; ¢) Aperfeigoamento profissional; ) Reconversio profissional. 5—A organizagio dos cursos de formaglo pro fissional deve adequar-se As necessidades conjunturais nacionais e regionais de emprego, podendo integrar médulos de duragao varidvel © combindveis entre si, com vista a obtencao de niveis profissionais sucessiva- mente mais elevados. 6—O funcionamento dos cursos ¢ médulos pode ser realizado segundo formes institucionais diver- sificadas, designadamente: 4@) Utilizagio de escolas de ensino bésico ¢ secun- dério; 8) Protocolos com empresas ¢ autarg ©) Apoios a instituigées € iniciativas estatais ¢ nao estatais; d) Dinamizagio de acges comunitérias ¢ de ser- igos 4 comunidade; €) Criagéo de instituigdes especificas. 7—A concluséo com aproveitamento de um mé- dulo ou curso de formacdo profissional confere di- reito & atribuigo da correspondente certificacio. 8 —Serdo estabelecidos processos que favorecam a recorréncia e a progressio no sistema de educagéo escolar dos que completarem cursos de formacao pro- fission Artigo 20° (asino recorrente de adultos) 1—Para os individuos que j4 nfo se encontram na idade normal de frequéncia dos ensinos bésico € secundério € organizado um ensino recorrente. 2.— Este ensino € também destinado aos individuos que nao tiveram oportunidade de se enquadrar no sis- tema de educagio escolar na idade normal de formagio, tendo em especial aten¢do a eliminagéo do analfabe- tismo. 3— Tém acesso a esta modalidade de ensino os indi- viduos: 4) Ao nivel do ensino bésico, a partir dos 15 anos: 6) Ao nivel do ensino secundério, a partir dos 18 anos, 4—Este ensino atribui os mesmos diplomas ¢ cer- tificados que os conferidos pelo ensino regular, sendo as formas de acesso e os planos e métodos de estudos organizados de modo distinto, tendo em conta os gru- pos etérios a que se destinam, a experiéncia de vida entretanto adquirida e o nivel de conhecimentos de- monstrados. 5—A formacio profissional referida no artigo an- terior pode ser também organizada de forma recorrente. 3074 1 SERIE—N.° 237 — 14-10-1986 Artigo 21° (Easioo a distincia) 1—O ensino a distincia, mediante o recurso 20s multimedia ¢ &s noves tecnologias da informaslo, cons- titui nfo s6 uma forma complementar do ensino regular, mas pode constituir também uma modalidade alterna: tiva da educagio escolar. 2—O ensino a distlincia teré particular incidéncia na educagio recorrente e na formaggo continua de pro- fessores, 3—Dentro da modalidade de ensino a distincia situa-se a universidade aberta, Artigo 22° (Rosine portuguts no estrangsiro) 1—0 Estado promoveré # divulgacso ¢ o estudo da Iingua ¢ da cultura portuguesas no estrangeiro me- diante acg5es e meios diversificados que visem, nomea- damente, a sua inclusio nos planos curriculares de ‘outros paises ¢ a criagéo e a manutengao de leitorados de portugués, sob orientago de professores portugue- sea, em universidades estrangeiras, 2 ont ee s ctiacto de escolas Rao te sas nos paises de lingua ‘portuguesa ¢ junto das ‘comunidades de emigrantes 7 3— O ensino da lingua ¢ de cultura portuguesas aos balhadores emigrantes € seus filhos seré assegurado através de cursos ¢ actividades promovidos nos pafses cde imigracdo em regime de integragio ou de comple- mentaridade relativamente aos respectivoe sistemas educativos. 4 — Serio incentivadas ¢ apoiadas pelo Estado as iniciativas de associagdes de portugueses e as de enti- dades estrangeiras, pblicas e privadas, que contri- buam para a prossecucdo dos objectivos enunciados neste artigo. SECCAO IT Edueapho extrececolar Artigo 23° (Edocarho extrecscolar) 1—A educagéo extra-escolar tem como objectivo permitir a cada individuo aumentar 08 seus conheci- mentos ¢ desenvolver as suas potencialidades, em complemento da formagéo escolar ou em suprimento da sua carencia, 2—A educagdo extraescolar integrase numa pers- pectiva de educagio permanente e visa a globalidade © a continuidade da acgio educativa, 3—Sio vectores fundamentais da educaglo extra- -escols 4@) Eliminer o analfabetismo literal e funcional; 5) Contribuir para a efecti tunidades educativas e is dos que nfo frequentaram o sistema regular do ensino ‘ou o abandonaram precocemente, designada- ‘mente através da alfabetizacio e da educagio de base de adultos; ¢) Favorecer atitudes ‘de solidariedade social © ‘de participaso na vida da comunidade; 4 © , mediante do ‘enero ede apatepoumento proGccaas, 08 adultos cujes qualificagdes ou treino profir sional se tomem inadequados face ao desen- volyimento tecnolégico; @) Desenvolver as aptidéee tecnolégicas © o saber vfenico que permitam 0 adult adaptarse vida contempordines; f) Assegurar a ocupagio criativa dos tempos Ii ‘res de jovens ¢ adultos com actividades de natureza cultural. 4— As actividades de educagio extracscoler podem realizarse em estruturas de extensSo cultural do siste- Pepe eral aan read meios de comunicag&o social ¢ a ives especificas e adequadas. ‘exnologias 5—Compete a0 Estado promover a realizagio de setividades extreencolaet¢ apoiar ts que, neste dont rio, sejam tive das autarquias, associagdes cculturais ¢ recreativas, associagées de pais, associagdes de estudantes © organismos juvenis, associagées de educagio popular, organizagies sindicais © comissGce de trabalhadores, ‘organizacées civicas e confessionals Estado, para além de atender & dimensio educativa da programacao televisiva ¢ radiofénica em geral, assegura a existéncia e funcionamento da ridio ¢ da televisio educativas, numa perspectiva de plure- lidade de programas, cobrindo tempos disrios de emis- sio suficientemente alargados © em horérioe diversif- CAPITULO II Apoios e complementos educativos Artigo 24° (Promosio do sucesso escola) 1—Sio estabelecidas © desenvolvidas actividades € medidas de apoio e complemento educativos visando contribuir para a igualdade de oportunidades de acess0 © sucesso escolar. : od a 2—Os apoios © complementos educativos cados prioritariamente na escolaridade obrigatéria, Artigo 25.° (Apotos a alunos com necessidades cevolares espections) Nos estabelecimentos de ensino bésico 6 assegurada a existéncia de actividades de acompanhamento ¢ com plemento pedagdgicos, de modo positivamente diferen- ciado, a alunos com neceasidades eacolares especificas. Artigo 26° ‘(Apolo pelcolégicn © orlentagto excolar © profisslonal) © apoio a0 desenvolvimento peicolégico dos alunos © & sua orientagio escolar ¢ profissional, bem como 0 apoio ‘as actividades educatives ¢ 20 sistema de relagbes da comunidade escolar, sio reall- zados por servigos de peicologia e orientacio eacolar profissional inseridos em estruturas regionais escolares. I SERIE —N/? 237 — 14-10-1986 3075 Artigo 27° (Aveo voctal escolar) 1 — Sio desenvolvidos, no imbito da educago -escolar ¢ da educagio escolar, is aca steel escolar, concretizados através da aplicacko de critérios de discriminacio positiva que visem a compensacio social ¢ educativa dos alunos economicamente mais carenciados. 2—Os servigos de acco social escolar slo tradu- idos por um conjunto diversificado de acgbes, em que avultam a comparticipagso em refeigdes, servigos de cantina, transportes, alojamento, manuals e escolar, e pela concessio de bolsas de estudo. Artigo 28° (Apolo de saéde escolar) Serf realizado 0 acompanhamento do saudével cres- cimento ¢ desenvolvimento dos alunos, o qual é asse- gurado, em principio, por servigos especis dos ‘centros comunitérios de sadde em articulagio com as estruturas escolares. Artigo 29° (Apolo a trabathadoresatudantes) ‘Acs trabathadores-estudantes seré proporcionado um regime de estudos que tenha em consideracio f sua situagéo de trabalhadores e de estudantes e que thes permita a aquisigéo de conhecimentos, a tHe 1 sister ensno e's criaglo de oportunidedes de formacio profissional adequadas & sua valorizagso CAPITULO IV Recursos humanos Artigo 30° (Principios gorsis sobre a formacso de eduesdores © professores) 1—A formagio de educadores © professores assenta nos seguintes principios: 4) Formagéo inicial de nivel superior, propor cionando 20s educadores ¢ professores de. to- dos os niveis de educagio ¢ ensino a infor- magéo, 08 métodos ¢ as técnices cientiioos pedagégicos de base, bem como a formaclo pessoal © social adequades a0 excrciolo da ) Formacéo continua que complemente € actus- i numa perspectiva de mente; educacdo perma 6) Rormagéo Wexivel que permita « reconverto © mobili eadores e professores dos Giferentee ives do. educapao’ © ensino, - meadamente o necessério complemento de formacio profissional; ” ) Forms¢So integrada quer no plano da pro- paragio cientifico-pedagégica quer no da ar ticulaglo teérico-pritica; ©) Formagio assente em priticas metodolégicas afins das que 0 educador ¢ o professor vierem a utilizar na prética pedagégica f) Formagao que, em referencia & realidade so- cial, estimule’ uma atitude simultaneamente critica e actuante; 8) Formacio que favorega ¢ estimule a inove go ¢ a investigagio, nomeadamente em re- Tago com a actividade educativa; h) Formago participada que conduza a uma prética reflexiva e continuada de auto-infor- mago e auto-aprendizagem. 2—A orientagdo e as actividades pedagégicas na educagio préescolar sio asseguradas por educadores de infincia, sendo a docéncia em todos os niveis ciclos de ensino assegurada por professores detento- res de diploma que certifique a formacéo profissional specifica com que se encontram devidamente habi- litados para o efeito. Artigo 312 (Formagio inicial de educadorcs de Infancia ¢ de professores dos ensinos bésico © secundério) 1—0s educadores de inffincia e 0s docentes dos ensinos bésico e secundério adquirem qualificagio profissional em cursos especificos destinados & respec tiva formagéo, de acordo com as necessidades cur- riculares do respectivo nivel de educacgo ¢ ensino, fem escolas superiores de educacdo ou em univers dades que disponham de unidades de formagio pré- prias para o efeito, nos termos a seguir definidos: 4@) A formagio dos educadores de inffincia ¢ dos professores do 1° e 2° ciclos. do ensino bé&- sico realiza-se em escolas supériores de edu- cacao; b) A formagio dos educadores ¢ dos professores referidos na alfnea anterior pode ainda ser rea lizada em universidades, as quais, para 0 efeito, atribuem os mesmos diplomas que os das escolas superiores de educagio; ©) A formagio de professores do 3. ciclo do ‘ensino bisico e de professores do ensino se- ‘cundério realiza-se em universidades. 2—A formagio dos professores de disciplinas de natureza profissional, vocacional ou artistica dos ensinos bésico ou secundério adquire-se em cursos profissionais adequados, que se ministram em escolas superiores, complementados por uma formagio pe- dagégica. 3—Podem também adquirir qualificagio profis- sional para professores do 5.° ciclo do ensino bésico ‘¢ para professores do ensino secundério os licenciados que, tendo as habilitagdes cientificas requeridas para © acesso & profissionalizacio no ensino, obtenham a neoessdria formagéo pedagégica em curso adequado. 4—0s cursos de formagdo de professores do 2.° € 3. ciclos do ensino bisico © de professores do en- sino secundério serio cursos de licenciatura. 5—Os cursos de licenciatura para formacdo de professores do 2° ciclo do ensino bésico realizados nas escolas superiores de educagio organizam-se nos termos do n.° 7 do artigo 13° 3076 1 SERIE —N2 257 — 14-10-1986 6— As escolas superiores de educacio ¢ as insti- tuigdes universitérias podem celebrar convénios entre si para a formacéo de educadores © professores. Artigo 32° (Qtustiscario pare profesece do casino superior) 1—Adquirem qualificagfo para a doctncia no ‘ensino superior os habilitados com os graus de dou- tor ou de mestre, bem como os licenciados que tenham prestado provas de aptidio pedagégica ¢ capacidade ientfica, podendo ainda exercer a docéncia outras individualidades reconhecidamente qualificadas. 2— Podem coadjuvar na docéncia do ensino su- perior os individuos habilitados com o grau de licen- ciado ou equivalente. Artigo 332° (Qualifcasto para outres fangSes educativas) 1—Adgquirem qualificago para a docéncia em educago especial os educadores de inffincia e os pro- fessores do ensino bésico € secundério com prética de educacdo ou de ensino regular ou especial que obtenham aproveitamento em cursos especialmente vocacionados para o efeito realizados em escolas su- periores que disponham de recursos proprios nesse dominio, fas instituigdes de formagéo referidas no 12 1 do artigo 31° podem ainda ser ministrados cur- #08 especislizados de administragéo e inspeccdo es colares, de snimagéo s6cio-cultural, de educacio de base de adultos € outros necessérios ao desenvolvi- mento do sistema educativo. 3— Sto qualificados para o exercicio das activi- dades de apoio educativo os individuos habilitados com formagio superior adequada, Artigo 34° (Pessoal sucxilier de educasso) © pessoal auxiliar de educacio deve possuir como habilitagéo minima 0 ensino bésico ou equivalente, devendo serthe proporcionada uma formasio com: plementar adequada. Artigo 35° (Formacio contiaus) 1—A todos os educadores, professores ¢ outros profissionais da educacio é reconhecido o direito & formagio continua. 2— A formagio continua deve ser suficientemente diversificada, de modo a assegurar 0 complemento, aprofundamento ¢ actualizagio de conhecimentos ¢ de competéncias profissionals, bem como a possibilitar 1 mobilidade a progressio na carreira. 3—A formacio continua € assegurada predomi- nantemente pelas respectivas institulgdes de forma- Ho inicial, em estreita cooperagio com os estabeleci- mentos onde os educadores ¢ professores trabalham. 4—Serdo atribufdos aos docentes. perfodos espe- clalmente destinados & formacio continua, os quais poderio revestir a forma de anos sabéticos. Artigo 362 (Prtocipios gerais das sarrtres do peesoal doceate ¢ de outros profslonsis da sduaugho) 1—Os ceducadores, professores © outros profis- sions da educapio ttm dirto a retrbuigfo © car reira competiveis com as suas itagBes e respon- sabilidades profissionais, socials culturais, 2—A progressio na carreira deve estar ligads 2 avaliagio de toda a actividade deseavolvida, indivi- dusimente ou em grupo, nt institugfo educative, no Plano da educagéo ¢ do ensino e da prestacBo de ou- tros servicos & comunidade, bem como &s qualificagdes profissionais, pedagégicas ¢ cientlicas. 3—Aos educadores, professores © outros profis- sionais da educaséo € reconhecido 0 direito de re- ‘curso das decisSes da avaliagSo referida no ndmero anterior. CAPITULO V Recursos materials Artigo 37° (Rede escolar) 1— ao Estado criar uma rede de estabe- Compete. Iecimentos pablicos de educagio e ensino que cubra as necessidades de toda a fc 2—O planeamento da rede de estabelectmentos excolares deve contribuir para a eliminapéo de de- sigualdades ¢ assimetrias locais ¢ regionals, por forma a assegurar a igualdade de oportunidades de educagio € ensino # todas ax criancas e joveas. Artigo 38° Regioclizgto) (© planeamento e reorganizacio da rede escolar, jim como a construcio e manutenglo dos edificios sasolars, 0 seu cquipament, devem assentar ue politica de regionalizaco ya, com definic&o clare das competéncias dos intervenientes, que, para o efeito, devem contar com 0s recursos necessdrios. Artigo 39 (Eaéificloa eecotares) 1—Os edificios escolares devem ser planeados na Ailidade pers poral, sempre qe peel ta Para permitir, sempre que a sua utilizag#o em diferentes actividades da comunidade © a sua adaptaso em funco das alteragées dos dife- entes nfveis de ensino, dos curriculos ¢ métodos edu- cativos. 2—A estrutura dos edificios escolares deve tet em volvimento de actividades de ocupacio de tempos livres © © envolvimento da escola em actividades tra-eecolares. ext 3—A densidade da rede ¢ as dimensbes dos edi- ficios cecolares devem ser ajustadas As caracteristicas © necessidades regionals © & capacidade de acolhi- ‘mento de um némero equilibrado de alunos, de forma 1 SERIE — Nv 257 — 14-10-1986 3077 tit condi de ‘boa pritica pedagd- pine @ realzeylo" de ums verdadera comtnideds escolar. 4—Na concepeio dos edificios ¢ na esoolha do equipamento devem ser tidas em conta as necessida- des especiais dos deficientes. '5—A gestio dos espagos deve obedecer ao impe- rativo de, também por esta via, se contribuir para 0 sucesso educativo © escolar dos alunos. Axtigo 40° (Estabelectmentoe de educasto © de ensino) 1—A educagéo pré-escolar realizes em unida- des distintas ou incluldas em unidades escolares onde também seja ministrado 0 1.° ciclo do ensino bisico ou ainda em edificios onde se realizem outras activi- des sociis, nomeadamente de educapdo extraee ar. 2—O ensino biésioo 6 realizado em estabelecimen- tos com tipologias diversas que abarcam a totalidade ‘ou parte dos ciclos que o constituem, podendo, por necessidade de racionalizago de recures, ser ainda realizado neles 0 ensino secundirio. 3—O ensino secundério realize-se em escolas se- cundérias pluricurriculares, sem prejutzo de, relati- vamente a certas matérias, se poder recorrer & utiliza- glo de instalacées de entidades privadas ou de outras entidades piblicas nfo responsiveis pela rede de cusina blico para a realizacio de aulas ov outras le ensino e formaclo. wen rede escolar do ensino secundério deve ser ‘de modo que em cada regifo se garanta ‘a maior diversidade possivel de cursos, tendo em conta (0s interesses locais ou regionais. 5—O ensino secundério deve ser predominante- mente realizado em estabelecimentos distintos, po- dendo, com 0 objectivo de racionalizagio dos res- Reet recursos, ser af realizados ciclos do ensino sico, especialmente o 3.° 6—As diversas unidades que integram a mesma instituigo de ensino superior podem dispersar-se geo- graficamente, em funcéo da sua adequacio as neces- sidades de desenvolvimento da regifo em que se in- serem. 7.—A flexibilidade da utilizagio dos edificios pre- vista neste artigo em caso algum se poderd concretizar em coliséo com on 5 do artigo anterior. Artigo 41° (Recursos educativos) 1 —Constituem recursos educativos todos os meios iais utilizados para conveniente realizagio da actividade educativa. 2—Sio recursos educativos privilegiados, a exi girem especial atengéo: 4) Os manuais escolares; 6) As bibliotecas e mediatecas escolares; ¢) Os equipamentos Iaboratorisis e oficinai d) Os equipamentos para educacio fisica e des- portos ©) Os equipamentos para educagio musical ¢ pléstice; f) Os centros regionais de recursos educativos. 3—Para o apoio ¢ complementaridade dos recur- 806 educativos existentes nas escolas ainda com 0 objectivo de racionalizar o uso dos meios disponiveis serd incentivada a criacto de centros regionais que dis- ponham de recursos spropriados ¢ de meios que per- mitam criar outros, de scordo com as necessidades de inovagio educativs Artigo 42° (Finunclamento da educaplo) 1—A educagSo seré considerada, na elaborasio do Plano e do Orgamento do Estado, como uma, das prioridades nacionais. 2—As verbas destinadas & educacéo devem ser distribuidas em fungo das prioridades estratégicas do desenvolvimento do sistema educativo. CAPITULO VI Administracio do sistema educative Artigo 432 (Prineiploe gerais) 1—A administragdo ¢ gestéio do sistema educativo devem assegurar 0 pleno respeito pelas regras de de- mocraticidade ¢ de participagéo que visem a conse- cugdo de objectivos icos € educativos, nomea- damente no dominio da formago social e civica. 2—O sistema educativo deve ser dotado de estru- turas administrativas de Ambito nacional, regional auténomo, regional ¢ local, que assegurem a sua in- ferligago' com a comunidade mediante adequados graus de participacio dos professores, dos alunos, das familias, das autarquias, de entidades representativas das actividades sociais, econémicas ¢ culturais ¢ ainda de instituigées de cardcter cientifico. 3 — Para os efeitos do némero anterior serdio adop- tadas orginicas e formas de descentralizagto e de des- concentracao dos servigos, cabendo ao Estado, atra- vés do ministério responsével pela coordenagio da politica educativa, garantir a necesséria eficdcia ¢ uni- dade de acco. Artigo 442 ‘Niveis de edministreto) 1—Leis especiais regulamentario a delimitagéo € articulagéo de competéncias entre os diferentes nf- veis de administracao, tendo em atengao que serdo da responsabilidade da administragéo central, designada- mente, as fungSes de: @) Concepeio, planeamento © definigéo norma- tiva do sistema educativo, com vista a asse- gurar o seu sentido de unidade ¢ de ade- quago 0s objectivos de ambito nacional; 5) Coordenagio global e avaliacfo da execucio das medidas da politica educativa a desenvol- ver, de forma desomtralizada ou desconcen trada; 3078 O Mgolaassie n geen emice Geal , & garantir @ dade do easino; a dos critérios gerais de implantacio da rede escolar, da tipologia das eacolas ¢ seu apetrechamento, bem como das normss pe- dagégicas a que deve obedecer a construglo de edificios escolares; e) Garantia da qualidade pedagsgica ¢ técnica dos vérios meios didécticos, incluindo os ma- nusis escolares. 2—A nivel regional, e com o objectivo de integrar, coordenar ¢ acompanhar a actividade educative, seré criado em cada regio um depertamento regional de educago, em termos a regulamentar por decretolei. Artigo 452° (Adminiarasto ¢ petio dos extabuacimenton "de cdacopho « ealna) 1. —0 funcionamento dos estabelecimentos de edu- caso € ensino, nos diferentes niveis, orientase por uma perspectiva de integragio comunitéria, sendo, nesse sentido, favorecida a fixago local dos respec: tivos docentes. 2—Em cada estabelecimento ou grupo de estabe- lecimentos de educagio © ensino a administrasio ¢ gesto orientam-se por principios de democraticidade € de participagdo de todos os implicados no processo educativo, tendo em atengio as caracterfsticas espe- cfficas de cada nivel de educagio e ensino. 3—Na administracio e gesto dos estabelecimentos de educagio e ensino devem ceritérios de natureza pedagégica ¢ cientifica sobre critérios de ‘natureza administrativa. 4—A direcgfio de cada estabelecimento ou grupo de estabelecimentos dos ensinos bésico ¢ secundario & assegurada por Grgios préprios, para os quais slo democraticamente eleitos os representantes de profes- sores, alunos e pessoal nfo docente, © apoiada por ér- ‘#805 consultivos e por servicos especializados, num e noutro caso segundo modalidades a regulamentar para cada nfvel de ensino. 5—A participacio dos alunos nos érgfos referidos fo ndmero anterior circunserevese 0 ensing secun- ‘rio, 5 6 —A direogdo de todos os estabelecimentos de en- sino superior orienta-se pelos princfpios de democra- ticidade e representatividede © de participegio comu- nitérie 7-—0s estabelecimentos de énsino superior gozam de autonomia cientifice, pedagsgica e administrativ ‘8—As universidades gozam ainda de autonomia Snanceira, sem prejuizo de acco fscalizdore do Es- 9—A autonomia dos eatabelecimentos de ensino ‘superior serf compatibilizada com a insergfo destes no desenvolvimento da regiio e do Pais, Artigo 46° (Consetho Nacional de EducapSo) £ instituldo 0 Conselho Nacional de Educacko, ‘com fungSes consultives, sem prejutzo das compe- J SERIE —N- 237 — 14-10-1986 ttacian prépriaa dos Grgios de soberanis, para efeitos de participasio das vérias forcas sociais, culturais & econémicas na procura de consensos alargados relati- vamente & politica educativa, em termos a regular por lei, CAPITULO VII Desenvolvimento ¢ avaliagéo do sistema educativo Artigo 47° (Desenvolvimento curricular) 1—A organizagéo curricular da educagio escolar teré em conta a promogio de uma equilibrada harmo- nia, nos planos horizontal e vertical, entre os niveis de desenvolvimento fisico ¢ motor, cognitivo, afectivo, estético, social e moral dos alunos. 2—Os planos curriculares do ensino basico inclui- 180 em todos oe ciclos ¢ de forma adequada uma érea cde formagéo pessoal ¢ social, que pode ter como com: Ponentes a educagio 1, @ educagio do consu- midor, a educagio familiar, © educagio sexual, a revengio de acidentes, a educago para a sadde, a educacéo para a participagio nas instituigbes, servigos cfyicos ¢ outros do mesmo Ambito, 3—Os curriculares dos ensinos bésico ¢ secundério integram ainda 0 ensino da moral e da religido catélica, a titulo facultative, no respeito dos princfpios constitucionais da das. igrejas Pio atedo eda nao confessonaiede do. Sonia pablico, 4— Os planos curriculares do ensino bésico devem ser estabelecidos A escala nacional, sem prejuizo da existéncia de contedos flexiveis integrando compo- curriculares do ensino secundério terfo uma estrutura de Ambito nacional, podendo as ‘suas componentes apresentar caracterfsticas de indole regional ¢ local, justificadas nomeadamente pelas con- digées sécio-econémicas e pelas necessidades em pes- seal qualificado, 6—Os planos curriculares do ensino superior res- peitam a cada uma das instituigdes de ensino que ministram 0s respectivos cursos estabelecidos, ou a estabelecer, de acordo com as necessidades nacionais regionsis © com uma perspectiva de planeamento integrado da reepectiva rede. 7 —O ensino-aprendizagem da Mngua materna deve ser estruturado de forma que todas as outras compo- nentes curriculares dos ensinos bésico e secundério contribuam de forma sistemética para o desenvolvi- ‘mento das capacidades do aluno a0 nivel da com preensio ¢ produgfo de enunciados orais © escritos em portugues, Artigo 48.° (Cvupeso dos tempos livres © desporto excolar) formativa dos seus tempos livres. 2 Estas actividades de complemento curricular 1 SERIE — N° 237 — 14-10-1986 civico, a educagio fisica © desportiva, a educagio artistica e a inserglo dos educandos na comunidade. 3—As actividades de complemento curricular podem ter Ambito nacional, regional ou local e, nos dois dltimos casos, ser da iniciativa de cada escola ou grupo de escolas. 4—As actividades de ocupagdo dos tempos livres devem valorizar a participagio ¢ o envolvimento das criangas e dos jovens na sua organizacio, desenvolvi- mento e avalissio. 5—O desporto escolar visa eapecificamente a pro” mogéo da sadde © condigio fisica, a aquisicio de hifbitos e condutas motores e o entendimento do des- como factor de cultura, estimulando sentimentos de solidariedade, cooperaco, autonomia ¢ criatividade, devendo ser fomentada a sua gestfo pelos estudantes praticantes, salvaguardando-se otientaglo por pro- fissionais. qualificados. Artigo 49° (Avallasto do sistema educativo) 1—O sistema educativo deve ser objecto de ava- liagdo continuada, que deve ter em conta 08 aspectos educativos © pedagdgicos, psicolégicos ¢ sociolégicos, ‘organizacionais, econémicos ¢ financeiros ¢ ainda os de natureza politico-administrativa e cultural. 2— Esta avaliacio incide, em especial, sobre 0 de- senvolvimento, regulamentacio e aplicagio ds pre sente lei. Artigo 50° (lnvestigaso em educasSo) A investigacio em educacso destina-se a avaliat ¢ interpretar cientificamente a actividade desenvolvida no sistema educativo, devendo ser incentivada, nomea- damente, nas instituigdes de ensino superior que poe- suam centros ou departamentos de citncias da edu- cagdo, sem prejuizo da criag&o de centros auténomos especializados neste dominio, Artigo 512 (Eatatiaticas da educagSo) 1—As cotatisticas da educagéo so instrumento fundamental para a avaliagio © 0 planeamento do sistema educativo, devendo ser organizades de modo f garantir a sua realizagSo em tempo oportuno e de forma universal. 2—Para este efeito devem ser estabelecidas as normas gerais ¢ definidas as entidades responsiveis pela recotha, tratamento e difuséo das estatisticas da educegio. Artigo 52° (Petroturne de apoio) 1—O Governo criaré estruturas adequadas que assegurem ¢ spoiem actividades de desenvolvimento curricular, de fomento da inovagio ¢ de avaliagio do sistema ¢ das actividades educativas. med 3079 2— Estas estruturas devem desenvolver a sua acti- vidade em articulagio com as escolas ¢ com as institui- ‘gles de investigagio em educagio ¢ de formacéo de professores. Artigo 53° (napecgio escolar) [A inspeogio escolar goza de sutonomia no exercicio da sua actividade ¢ tem como fungéo avaliar ¢ fisca- Jizar a realizagio da educacSo escolar, tendo em vista ‘8 prossecugio’ dos fins ¢ objectivos estabelecidos na presente lei ¢ demais legislagio complementar. CAPITULO VIII Easino particular ¢ cooperative Artigo 54° (Especitichdede) 1—£ reconhecido pelo Estado 0 valor do ensino icular e cooperativo, como uma expresso concreta Ga liberdade de aprender e ensinar ¢ do direito da fami a orienta a eucagto dos fos. 2—O ensino particular e cooperstivo rege-se por legislaséo € estatuto proprios, que devem subordinar-se 20 disposto na presente lei. Artigo 55° (Articulasio com a rede excolar) 1 —0 estabelecimentos do ensino particular € coo- perativo que se enquadrem nos principio gerais, finali- dades, estruturas € objectivos do sistema educativo so considerados parte integrante da rede escolar. 2—No alargamento ou no ajustamento da rede © Estado teré também em consideragto as iniciativas € os estabelecimentos particulares e cooperativos, numa Perspective de racionslizagéo de meios, de aproveita- mento de recursos e de garantia de qualidade, Artigo 56° (Funcionamento de extabelecimentos © cursos) 1 —As instituig6es de ensino particular ¢ coopers- tivo podem, no exercicio da liberdade de ensinar ¢ aprender, seguir os planos curriculares ¢ conteddos cos do ensino a cargo do Estado ou adoptar planos e programas priprios, salvaguardadas as disposi- $6es constantes do n2 1 do artigo anterior. ‘2— Quando o ensino particular e cooperativo adop- tar planos ¢ programas proprios, o seu reconhecimen- to oficial € concedido caso a caso, mediante avaliacdo Pea sate peda areal eno, ¢ das condigées sgdo » segundo normas a estabelecer por decretolei. '3—A autorizagfo para a criago ¢ funcionamento de instituigtes ¢ cursos de ensino superior particular € cooperativo, bem como a aprovacso dos respectivos planos de estudos ¢ o reconhecimento oficial dos corres- pondentes diplomas, faz-te, caso a caso, por decreto-ti. 3080 ‘Artigo 57° (Peewoal doceate) 1 — A docfncia nos estabelecimentos de ensino par- ticular e cooperativo integrados na rede escolar requer, para cada nivel de educagéo ¢ ensino, a qualificagio académica ¢ a formacio profissional cstabelecidas ‘na presente fei 2—O Estado pode apoiar a formagio continua dos docentes em exercicio nos cstabelesimenton de ensino particular € cooperativo que se integram na rede escolar, Axtigo 58° laterveosio do Estado) 1—0 Estado fiscaliza ¢ apoia pedagégica © tec- nicamente 0 ensino particular ¢ cooperativo. 2—O Estado apoia financeiramente as iniciativas €.08 estabelecimentos de ensino particular e cooperativo quando, no desempenho efectivo de uma funglo de interesse pGblico, se integrem no plano de desenvolvi- mento da educago, fiscalizando a apicacéo das verbas concedidas. CAPITULO 1X Disposigées finais © transit6rias Artigo 59° (Desenvolvimento da te!) 1—0 Governo faré publicar no prazo de um ano, sob a forma de decreto-ei, a legislagio complementar necesséria para o desenvolvimento da presente lei ‘que contemple, designadamente, os seguintes dominios: 4) Gratuitidade da escolaridade obrigatéria; b) Formagio de pessoal docente; ©) Carreiras de pessoal docente e de outros profis- sionais da educacéo; d) Administragdo ¢ gestiio escolares; @) Planos curriculares dos ensinos bésico e secun- dério; 1) Formacio profissional; ) Ensino recorrente de’ adultos; 1 Eawino & diac Ensino portugués no estrangeiro; ) Apoios © complementos educativos; ') Ensino particular ¢ cooperativo; m) Educacdo fisica e desporto escolar; n) Educagao artistica. 2— Quando as matérias referidas no nimero ante- rior j& constarem de lei da Assembleia da Repiblica, deveré o Governo, em igual prazo, apresentar as neces” sérias propostas de lei. 3—O Conselho Nacional de Educagio deve acom- Panhar @ aplicagéo € 0 desenvolvimento do disposto na presente lei. Artigo 60.° (Pano do descavotvimento do sistema educative) (© Governo, no prazo de dois anos, deve elaborar ¢ apresentar, para aprovacéo na Assembleia da Repd- 1 SERIE —N/ 237 — 14-10-1986 blica, um plano de desenvolvimento do sistema educa- tivo, com um horizonte temporal a médio prazo ¢ li- mite no ano 2000, que assegure a realizacéo fascada da presente lei e demais legislago complementar. Artigo 61° (Regime de transigio) regime de transigéo do sistema actual para o pro- visto na presente lei constaré de disposicées regulamen- tares a publicar em tempo stil pelo Governo, nao podendo professores, alunos ¢ pessoal néo docento ser afectados nos direitos adquiridos. Artigo 62.° (Disposisées transinéein) 1 — Serio tomadas medidas no sentido de dotar os ensinos bésico € secundério com docentes habilitados profissionalmente, mediante modelos de formagio ini- cial conformes com o disposto na presente lei, de forma 1 tornar desnecesséria a muito curto prazo a contrata- ‘edo em regime permanente de professores sem habilita- fo profissional. 2—Seré organizado um sistema de profissionaliza- #0 em exereicio para os docentes devidamente habili- tados actualmente em exercicio ou que venham a ingres- sar no ensino, de modo s garantirlhes uma formagio profissional equivalente & ministrada nas instituigbes de formagao inicial para os respectivos niveis de ensino. 3 —Na determinacdo dos contingentes a estabelecer para os cursos de formacio inicial de professores a en- tidade competente deve ter em consideracio a relagio entre 0 nimero de professores habilitados jé em exer. cicio e a previsio de vagas dispontveis no termo de um perfodo transitério de cinco anos. Enquanto nifio forem criadas as regiées admi- ‘as competéncias € o Ambito geogréfico dos departamentos regionais de educacio referidos no n? 2 do artigo 44.° sero definidos por decretolei, a Publicar no prazo de um ano. 5—O Governo elaboraré um plano de emergéncia de construgéo e recuperacio de edificios escolares e seu apetrechamento, no sentido de serem satisfeitas a8 necessidades da rede escolar, com prioridade para o en- sino bésico. 6—No 1: ciclo do ensino bésico as fungdes dos actuais directores de distrito escolar e dos delegados escolares so exclusivamente de natureza administra- tiva. Artigo 63. (Dispostgdes finale) 1— As disposigées relativas & duracto da escolari- dade obrigatéria aplicam-se aos alunos que se inscre- verem no 1.° ano do ensino bésico no ano lectivo de 1987-1988 e para os que o fizerem nos anos lectivos subsequentes. 2— Lei especial determinaré as fungdes de admi- nistrago € apoio educativos que cabem aos municipios. 3—O Governo. deve definir por decretolei o siste- ma de equivaléncia entre os estudos, graus e diplomas I SERIE —N." 257 — 14-10-1986 3081 do sistema educativo portugués ¢ os de outros pafses, bem como as condigdes em que os alunos do ensino superior podem frequentar em instituigdes congéneres estrangeiras parte dos seus cursos, assim como os cri- térios de determinagao das unidades de crédito trans- feriveis. 4— Deve ser criadas condigdes que facilitem aos jovens regressados a Portugal filhos de emigrantes a sua integracdo no sistema educativo, Artigo 64° (Norma revogatéria) E revogada toda a legislagéo que contrarie 0 dispos- to na presente lei Aprovada em 24 de Julho de 1986. © Presidente da Assembleia da Repiblica, Fernando Monteiro do Amaral Promulgada em Guimaraes em 25 de Setem- bro de 1986. Publique-se. © Presidente da Repiblica, Mario Soares. Referendada em 30 de Setembro de 1986. O Primeiro-Ministro, Anibal Anténio Cavaco Silva. MINISTERIO DOS NEGOCIOS ESTRANGEIROS Direcgao-Geral do Pessoal Portaria n° 600/86 de 14 de Outubro Manda 0 Governo da Reptblica Portuguesa, pelo Ministro dos Negécios Estrangeiros, nos termos do § 12 do artigo 158.° do Regulamento do Ministéri dos Negécios Estrangeiros, com a nova redaccao dada pelo Decreto n.* 433/72. de 3 de Novembro, que 0 mapa do pessoal assalariado da Embaixada de Portu- gal em Luanda, com efeitos a partir de 1 de Outubro 986, passe a ser 0 seguinte: Embaixada de Portugal em Luanda: Um chanceler; Um secretério’ de 1.* classe; Dois scoretirios de 2. classe; Trés escriturdrios-dactil6grafos; Um consultor médico. Uma telefonista; Dois motoristas: Dois porieiros; Um zelador: Trés guardas; Um continuo; Um jardinei Trés auxiliares de servicos. Ministério dos Negécios Estrangeiros. Assinada em 12 de Setembro de 1986. © Ministro dos Negécios Estrangeiros, Pedro José Rodrigues Pires de Miranda, MINISTERIO DA AGRICULTURA, PESCAS E ALIMENTAGAO Decreto-Lei n° 346/86 de 14 de Outubro De acordo com o Regulamento CEE n* 2730/75 do Conselho, de 29 de Outubro de 1975, a glicose eo xarope de glicose contendo em peso, no estado seco, 99 % ou mais de produto puro deverdo ser sub- metidos ao mesmo regime de importagio que a glicose com menor grau de pureza. As razdes determinantes deste procedimento sdo transponiveis para a situagéo portuguesa. Assim: © Governo decreta, nos termos da alfnea a) do n.° 1 do artigo 201.° da Constituicao, o seguinte: Artigo 1,° © regime previsto no Decreto-Lei n° 62/ 86, de 25 de Marco, para a glicose e o xarope de gli- cose classificados na posigo pautal 17.02. B, II, da Pauta dos Direitos de Importagao € extensivel & gli- cose ¢ a0 xarope de glicose classificados na posigao pautal 17.02, B, 1, da mesma Pauta, Art. 2° Este diploma produz efeitos a partir de 1 de Margo de 1986. Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 11 de Setembro de 1986.— Anibal Anténio Cavaco Silva — Miguel José Ribeiro Cadithe — Alvaro Roque de Pinko Bissaia Barreto— Fernando Augusto dos Santos Martins. Promulgado em Guimaraes em 23 de Setem- bro de 1986. Publique-se. Presidente da Repdblica, MAnio Soares. Referendado em 30 de Setembro de 1986. O Primeiro- ro, Anibal Anténio Cavaco Silva. MINISTERIO DA EDUCAGAO E CULTURA Portaria n.* 601/86 de 14 de Outubro Sob proposta das comissdes instaladoras do Insti- tuto Politécnico de Viana do Castelo ¢ da sua Escola Superior de Educagio; Considerando o disposto no Decreto-Lei n.° 59/86, de 21 de Marco, e 0 disposto no Despacho n° 78/ MEC/86, de 3 ‘de Abril, publicado no Diario da Repiiblica, 2." série, de 15 de Abril de 1986; Tendo em atengio 0 disposto na Portaria n° 352/ 86, de 8 de Julho: ‘Ao abrigo do disposto no artigo 4.° do Decreto- -Lei n2 305/80, de 16 de Agosto, € do disposto no

You might also like