You are on page 1of 6
DOCUMENTOS de LDENTIDADE Tomaz Tadeu da Silva Uma introducéo as teorias do curriculo | } 214.1 38 Tracar|lam mapa dos estudos sobre sie 8 gyno vinte,até sigtuais teorias ps-criticas €0 | curticulo jones UE Se propOE este livro. Em capitulos. by curtos ¢ redigidios em tinguagem diretay autor nos fOffece tum panoranna sin tico, mas ante, das. princi perspectivas sobte Ghrriculo. “O que ensinar?” s¢_constiviitu questi que;a principio,as teorias do cur: responder, Concebida tradicionais como uma questio simplesmeiiiertéenieay ico © mobinds. perspectivas tradicige nals tomavaberpPUponts 9 questaocg cn ensinar?” clini) diclt © se cofitentravam fa questio e@como ensinae”, Pars sal perspectivas, teorizar” 0 curriculo res mise em discutir as melhiores © mais ef Gientes formas de organiza to As teorlas criticas aFlam, contestar, dé (/) 0. form raclical, esse ra “y primero movimento seria ‘le questio- nar. o conhecimento corporiexde HO"CUE riculo, Hus entio perguntam: por que este conheciy » fiz parte do curricula e nao outho? Por que alguns conhecimenton Sho considerdos” willdosme ralge Outs? nhecimentos Ccurriculo,enaygnto outros exec Copyright ° 1999 by Taraz Tadeu da Sia cara Jairo Atrarengo Fonseca, compesido sobre as pinures “The teacher (su o)"e “Jesus — Serene”, de Marlene Dumes, rebroduzidas com autorizacda do artista da lire Marlene Dumas, de autor de Deminic an den Boogerd, Barbara Bleora ¢ Manuccia Casadi,pubicado pela edtora Phoidon EDITORAGAO ELETRONICA Waldénia Alvarenga Sontos Ataide REVISAO. Ranerta Arreguy Maia Silva, Tomaz Tadeu da Sood Documentos de identiéade ; uma Introducio as teorias do curricula Tomaz Tadeu daSilva. ~2.00, 5 reimp. ~ Belo Horizonte: Auténtice, 2005 Isep. IBN 85.26503-448 |, Educagto 2, Curriculos escolares. | Titulo cua? wiaiat 2005 Teas os dicitos reservads pela AutEniies Fanora, Senhons pane desta pablicicio poderi ser reproduzida, soja pon melas mecinicos ews, suja 01 ctipie Serogrdfica sewn a autorbagio paca ea edtora AUTENTICA EDITORA 18 — Nova Floren ~ Bela HevironteyMGe 140-290 — PAL: (95 31) Mas 3022 swweautenticaeditera.com:br e-mail anteniics Gautenticsed zora.com br Agradecimentos Meu muito obrigado 4s pessoas que leram as primeiras versces deste livro © me deram valiosas sugestOes: Alfredo, Antonio Flévio, Gelsa, Guacira, Sandra. Agra- deco, especialmente, 4 Guacira, 0 estimulo e 0 apoio que me fizeram sobreviver as solitarias sess8es frente a tela do computador. Agradeco a Rejane, da Auténtica Editora, pelo apoio irrestrito & concepsio do livro. LIVRABIA CONHECER Tet. (011) 4586-2351 4500-2070 Suma 1. INTRODUGAO. Toorias do curricule: © que é isto? "1 Il, DAS TEORIAS TRADICIONAIS AS TEORIAS CRITICAS Nascem os “estudes sobre curriculo”: as worias tradicionals 2 Onde a critica comeca: ideologia, reproducio, resisténcia 29 Contra a concepgio técnica: os reconceptualisas 37 A critica neomarxista de Michael Apple 45 © curriculo como politica cultural. Henry Giroux si Pedagogia do oprimido versus pecagogia dos contetidos 57 © curriculo como construgio social a "nova sotiologia da ecucagao” 6 Cédigos ¢ reproducio cultural: Basil Bernstein 7 Quem escondeu 0 curriculo ceulto? 7 Ill. AS TEORIAS POS-CRITICAS Diferenga e Ideneidade: 0 curriculo multicutturalisia 85 As relagées de género e a pedsgogia feminizta 91 © curriculo como narrativa etnica ¢ racial ” Una coisz “estranha” no curriculo: a teoria queer 105 © fim cas metanarrativas: 0 pds-modernismo i A critica pés-estruturalista do curricule 7 Uma teoria pos-colonialista do curricula 125 Os Estudos Culturais e 0 curriculo 131 A pedagogia como cultura, a cultura como pedagogia 139 IV. DEPOIS DAS TEORIAS CRITICAS E POS-CRITICAS CCurriculo: uma questo de saber, poder ¢ identidade 45 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS 1S identidade que a concebesse como his- ‘t6rica, contingente e relacional. Para uma. perspectiva critica, néo existe identidade fora da histéria © da representacio. curiculo ertico que se preocupssse com S queso do racismo poderia precisamen- te colocar no centro de suas estratésias pedaggpeas a nocio de representacso tl Como definida pelos Estudos Culturais. asa nogio permitiria desocar a énfase de dima preocupacio reaista com a verdade para uma preocupacSo politica com as for- Fras pelas quas a idenidide & construida aeravés da representacio ‘© que um curriculo eritico deveria evita, de todas as formas, seria uma abor- dagem essencalisxa da questio ds ident dade dnieae racial, N8o€ suficiente evitar Simplesmente as formas mais evidentes de essencialismo, como aquelas funda- mentada na biologi. per exemplo. E pre- ar eambémformas mals sus Leituras KING Joyce €."A pasagem média evistada:2 ed veseto para a liberdade humana ¢ 3 ertca tptemolegca fit pelos estudos negro: In SSLVA, Lit. etal (org). Novos mapas cul ais novasperspectiasedueacionals. Porto Ale are Sula, 1996: p 75-10) Luna fan €.eROMAO,} (org) Negras curio, Porandpois: Naclea de scudos Negros, 197 LIMA, fan €., ROMAO, Jruse «SILVEIRA Sta TM Onnagros os conesiosescoresen dersiode ‘aftr Flvianépolit: Nieleo de Exudos Ne 708, 1998. MEYER, Dagar E"Alguns 580 mas igus v0 OF ‘outros ena, raga @ragio em ae no cure Teoscolarn SILVA, Late. 43 (org) A escol da no contoxta da globaliacio, Propo ores, 1996: p369-380 dhe simplesmente como 3 expresso dE ig 4 alo) Aes cna coeeo dt Sigua propriedade cultural intinseca ee ope Vous PR PB1376 dos diferentes grupos étnicos ¢ racias. Nessa concep¢io a identidade, embora cultural, é vista como fixa @ absoluta. No iso question: de essencialismo, como aquela que se manifesta através do essencialismo cultu- ral, Embora néo reduzaa identidade étni- ca e racial a seus aspectos biol6gicos, © essencialismo cultural concebe a identi- SILVA, Petroniha Ge “Espagos para edvcacio das elagoesingeréeics:conuibigbes 48 prodir ‘ho cetifea ed prep docente, entre ga ‘hos aobee negro e eduction WEST, Core ‘centro de uma perspestiva critica de cur~ ‘Queseio de raga. Sho Pale: Cl. ds Laas, 1994 riculo deveria estar uma concepgio de 04 Uma coisa “estranha” no curriculo: “de eto pal ors eee an poe Caos Unidos nga camo ane ee ‘expressa, em inglés, uma ambi ae ‘queer tem sido utilizade ean de forma depreciativa, as pessoas homos. sexuais, sobretudo dc a conotacées sexuais, “estranho’ secqui Soc iota numa reacao 3 historica conotack : ncaa 0 “ernto™© rns os funciona ae que 6 objetivo da tora gueer es de a teoria queer ‘estranheza”, quer-se perturbar a tram. quilidade da “normalidade”, wee 2 Set ima npr ee tavam sujeitas a um a potas abr o ge tese ‘mente para enfatizar 0 fato de que as ma da historia e entre as diferentes socieda- des para compreender que elas nio cém nada de fixo, de essencial ou de natural ‘Seguindo na tritha da teorizagio fem nista sobre género, a teoria queer ester dea hipStese da construcio social para 0 dominio da sexualidade. Nio sio apenas as formas pelas quais aparecemos, pensa- mos, agimos como homem ou como mulher ~ nossa identidade de género ~ que sio socialmente construldas, mas também as formas pelas quais vivemos nossa sexualidade. Tal como ocorre com a identidade de género,a identidade se- xual nio € definida simplesmente pel biologia. Ela tampouco tem qualquer coi- sa de fixo, estivel, definiivo. A identidade sexual € também dependente da signifi- ‘cacio que the € dada: sla é tal como a identidade de género, uma constru¢io social cultural ‘Aceoria queer comeca por problema- tizar a identidade sexual considerada nor mal, ou seja, a heteressexualidade. Em geral, € 2 identidade homosexual que € vista como um problema. A heterosse- xualidade é a norma invisivel relativamen- te Aqual as outras formas de sexualidade, sobretudo a homossexulidade, sio vistas ‘como um desvio, como uma anormalidade. A teoria queer, seguindo 0s insights pos- estruturalistas sobre © processo de sig- hificagio e sobre a identidade, argument {que a identidade nio € uma positvidade, io um absoluto cuja definicio encer- rasse em si mesma, A identidade 6 sem- pre uma relagdo: 0 que eu sou s6 se define pelo que no sou; a definicko de minha ‘dentidade & sempre dependente da iden- tidade do Outro. Além disso, aidentidade indo € uma coisa da natureza; ela 6 defin- da num processo de significagao: € preci- 50 que, socialmente, the seja atribuido um significado. Como um ato social, essa atri- buigko de significado esta, fundamental- mente, sujeita a0 poder. Alguns grupos sociais esto em posigio de impor seus significados sobre outros. Nao existe identidade sem significacso. Néo existe signficagao sem poder. Aplicando esse raciocinio a questio da identidade sexu- al, a definigdo da heterossexualidade € in- teiramente dependence da definicio de seu Outro, a homossexualidade. Além disso, nesse processo, 2 homossexvalida- de torna-se definida como um desvio da sexvalidade dominance, hegeménica, “nor mal”, isto & a heterossexualidade, ‘A teoria queer, entrecanto, quer Ir além da hipétese da construcio social da idenciade a quer radial a pos lade de ee wnsto ence ss honey 125 iat, a ponte Gauamer ds fone. Ne hpoae 4s ens sol a endo sab fina, sendo fxada,estabilizada, pela sign. A teoria queer nio se resume, entree famto 4 afrmacio da dendade homos sexual, por mais importante que esse objetivo poss ser. Tal come 6 Torn ‘m0, a teoria der ce queer efetua uma verdadeira es re onl ‘women F pensar queer (homos hd ve ars ce gy“ MH bin arn) eno rte otto demeanor, [Taser ms abn nnn ns cot pes 9 rado"): ela nos obriga a considerar #08 dacursivos que busca fr, PENA © gue Froiido pana, om Nessa concepcio, mesmo que provi YJ sna ener oF soriamente, mesmo que precari peor a sen ee que é permitido pensar. E aqui nézsomosaguio qos ponies WENT cone antiga do temo de de ue oon Se aeance Hem gO homers 60 Sin enue anii cme uns 78 eNO th set = Nee, come aquilo que Geel ‘oars do 1 dts trace macs hg, ps Soo panderte de un nile. mes tue ee Ile sia defnido através de um pros i csv de siicacto, O ae eu hum determminado momento pode ieramente rece se mmc opce £, dialo ue co no momenta sepa te Eagui que owavessme, maseas a dragequeen tomam-se metsforas para a possbildade de subvercer 0 eonforso,» poseiade © conforto, a 3 prisio da identidade fia. A iden- ‘ade, incindo 2 deride soul tor 58 uma viagem entre fronteiras mine, hegoménis mint. hegemén, pa pena em tories protidos de conhecmanta de identidade. O queer se tori 5 uma atitude epistemold, eee slopes que nto se restringe & idendade «a0 conhecines © sess mas ques een pa 6 necro iene de nado feral Pesar queer sigifen qertonas, roblematizar, contestar, todas as formas pete 2s formas riper de cone be meno © de entdade. A epcomologa goes 6 noe £8 sentido, perversa,subversva, impord nt irreverent prota, desreipoora pg ne rst nen Ea partir da teoria queer que auroras como Deborah Briteman, por exemplo, propoem uma pedagogia queer: Tal como A teoria queer, a pedagoga queer no se limitaria a introduzir quest6es de sexvali- dade no curriculo ou a reivindicar que © Ccurriculo inclua materials que combacam tas atitudes homofébicas. & claro que uma pedagogia queer estimulara que a questio ja sexualidade seja soriamente tratada no ccurriculo como uma questio legitima de conhecimento e de idensidade, A sexua- Tidade, embora fortemente presente na ‘escola, raramente faz parte do curriculo. ‘Quando a sexualidade é incluida no cur- riculo, ela € tratada simplesmente como uma questio de informacio certa ou er~ rada, em geral igada a aspectos biologicos fe reprodutivos. Especifcamente em re- lacie’ homossexualdade a pedagogia queer nao quer simplesmente estimular uma atitude de respeito ou tolerancia 4 identi- dade homossexual Elz tampouco quer estimular uma abordagem terapéutica. nna qual a énfase estaria no tratamento individual do preconceito e da discrimi nacio. A abordagem baseada nas nodes dde tolerancia © do respeito debxa intoca- ddas as categorias pelas quais a homosse- xualidade tem sido definida, histbrica socialmente, como uma forma anormal de sexualidade: els apenas produz uma outra espécie de binarismo ao admit, ‘como diz Deborah Bricaman, as categorias do heterossexual tolerante e do homos- sexual tolerado. Da mesma forma, abor- dagem terapéutica transfere para o nivel individual » psicolégico uma questio que pertence a0 nivel institucional, social, cub tural, historico. A pedagogia queer no ‘objetiva simplesmenteineluir no currieulo informages correras sobre a sexualidar de; ela quer questionar os processos ins- titucionais e discursivos, as estrucuras de significacio que definem, antes de mais nada, o que 6 correto e 0 que ¢ incorre- to, o que é moral e 0 que & imoral, 0 que @ normal e 0 que 6 anormal. A énfase dda pedagogia queer nao esti na infor- magi, mas numa metodologia de anilise ‘compreensio do conhecimento ¢ d2 identidade sexuais. Tal como a teoria queer, de forma mais eral, a pedagogia queer também prevende cestender sua compreensio e sua analise da identidade sexual e da sexualidade para ‘a questio mais ampla do conhecimento. (© curriculo tem sido tradicionalmente concebido coma um espaco onde s€ en sina a pensar, onde se transmite 0 pensa- mento, onde se aprende o raciocinio € a (aclomade. Esa anise no pen 12 6 fortemerteextnlada por ums pe. Sagoga inspds nas dere formas de pscelogae, mais recencement, na pt Colo construe, Num cure paloma credo er es Sakae sr um movant decen car nowamente Deborh Be man, questo no 6 mais siplesment come pensar” mas. como ets om 0 pes” Bair ogi tora open etm por si Yer para pensivelUm cri inpiado mora gute co uno os ies es epstemes oman: um cate ae rf se its a qustorr o come, mento como soc consid ma ‘que se aventura a explorar aquilo dino for contri Aor queer ea cota “estan = &3 don fazer diferenca no curriculo. Se ae pode Leituras BRITZMAN. Deborah "O que ext 1d amor”. Eaveagso e relia 99 ° de, 211), 1996: LOURO, GurciaL. (org). 0 compo educado, Pedic {40985 casexualidade Belo Hori a fone sonte: Aun

You might also like