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Realimentacao e Circuitos Osciladores 18.1 CONCEITOS SOBRE REALIMENTACAO, A técnica de ealimentagio jé foi abordada nos Caps. 14¢ 15 deste livro, onde foram analisados alguns circuitos que utilizam amp- ‘op. Dependendo da polaridade relativa do sinal que é realimen- tado em um circuito, podemos ter realimentagao positiva ou ne- gativa, Realimentagio negativa produz uma redugzo do ganho de tensio, trazendo varias vantagens (resumidas abaixo) a alguns circuitos. Realimentacio positiva leva o circuito a oscilar, pro- Zl + BA) = 10 KA(S1) = 510 KO Z__ 20x10" 20-74 A SI (&) = 1,96 392,16 2 (© Exemplo 18.1 demonstra um caso em que houve um sacti- ficio do ganho em pro! da melhoria da resisténcia de entrada e de saida. Reduzindo-se o ganho por um fator igual a 11 (de 100 para 9,09), temos a recompensa da redugdo da resisténcia de sa~ QUADRO 18.2 Efeito da Realimentacao Sobre a Impedancia de Entrada e Saida Tensao Corrente Tenstoen Corrente em enserie emSire_Paralelo__Parlelo i z, 2, zarey matey Ee iz (aumento) aumento) —(Fedugo) (edo) 2, i z. ‘ % ea zosay 2 24+ 68) Geedugio) (aumento) __ (reo) (aumento) 532 Dispositivos Eletronicos ¢ Teoria de Circuitos {da e aumento da resistncia de entrada pelo mesmo fator. Divi- dindo-se o ganho por 51, resulta em um ganho igual a, mas com uma resistencia de entrada de valor superior a 500 Ke resistén- cia de saida reduzida de 20 kO para menos de 400 ©. A real mentagao oferece ao projetista a ope de “trocar” parte do gan- ho disponsvel do amplificador por melhorias em algumas carac- teristicas do circuit. Reducao da Distorcao de Frequencia Para um amplificador com realimentagio negativa e BA > 1, 0 ganho com realimentagio é A, = 1/8. Daf, pode-se concluir que, se 0 circuito com realimentagio for puramente resistivo, 0 ga- rho para este circuito nao € dependente da frequiéncia, apesar de 6 ganho do amplificador bisico o ser. Portanto, a distorgio de frequiéncia, que surge porque o ganho varia com a fregiiéncia, € reduzida consideravelmente em um circuito amplificador com realimentagdo de tensdo negativa. Reducao do Ruido e da Distorc4o Nao-linear ‘A realimentagao do sinal tende a controlar a quantidade de ruido (originado de uma fonte de tensdo, por exemplo) € a distorgaio nio-linear.O fator(I + fA) reduz0 ruido de entrada. adistorgio nio-linear resultante, melhorando consideravelmente o sinal Entretanto deve-se observar que hé uma redugdo do ganho total (0 prego exigido para se melhorar a performance do circuito). Se ‘outros estigios forem utilizados para aumentar 0 ganho, € possi- vel que os estagios adicionais empregados introduzam no siste- ma um ruido maior do que o retirado com a realimentagdo. Este problema pode ser de alguma forma aliviado, reajustando-se 0 ganho do amplificador com reatimentagdo a fim de se obter um ganho mais alto, enquanto que, ao mesmo tempo, reduz-se de forma suficiente o sinal de ruido. Efeito da Realimentagao Negativa no Ganho e na Banda Passante Na Eq, (18.2), mostrou-se que 0 ganho total com realiment negativa € igual a 07074, A, 07074, iy Ay Com BA > 1, 0 ganho total é de aproximadamente 1/B. Deve- ‘mos observar que para um amplificador na prética (com pontos de quebra inferior e superior), o ganho de malha aberta cai nas altas freqiiéncias devido ao dispositivo ativo e as capacitancias do circuito. O ganho também pode diminuir nas baixas freqtén- cias, agora devido aos estigios amplificadores com acoplamentos capacitivos. Como o ganho de malha aberta A reduz-se suficien- temente de tal maneira que ndo podemos considerar 0 fator BA ‘muito maior do que 1, a conclusao da Eq. (18.2) de que Ay = 1/ Brio vale mais. ‘A Fig. 18.6 mostra que 0 amplificador com realimentagio negativa apresenta uma banda passante maior (B,) do que o am- plificador sem realimentaga0 (B). O amplificador com realimen- {ago tem uma freqiiéncia superior de 3 dB maior e uma freqiién- cia inferior de 3 dB menor. E interessante observar que, apesar da realimentagdo provo- ‘car uma redugdo do ganho de tensio, ela aumenta Be a frequen- ccia de corte superior, particularmente. Na verdade, 0 produto ganho X banda passante permanece 0 mesmo para o amplifica- dor com realimentago. Mas como o amplificador com realimen- taco tem um ganho inferior, a operaeo na prtica € de troca de zganho por banda passante (consideramos banda passante igual & freqiiéncia de corte superior, ja que, em geral, f > f) Estabilidade do Ganho com a Realimentacao ‘Alm do fato de o fator 8 proporcionar um valor de ganho preci- 50, estamos interessados também no quo estvel €o amplifica- dor com realimentagao, comparado ao amplificador sem reali- ‘mentagao. Diferenciando a Eq. (18.2) nos leva a ass) a89) eal 4 Balla Esta expresso mostra que a amplitude da variagao relativa do ga- ir Ay ociniosen sine rho |“! ¢ reduzida pelo fator |BA| comparada & expresso para Freqoéncia Fig. 186 Ffeito ds realimentaeo negativa no ganho e na banda passant, Ay EXEMPLO 18.2 ‘Se um amplificador com ganho de ~ 1000 e realimentagao 6 = =0,1 apresenta uma variagdo no ganho de 20% devido a tempe- ratura, calcule a variago no ganko do amplificador com reali- ‘mentacio. Realimentagdo e Crcuitos Osciladores 533 O circuito de realimentagdo fornece um fator de realimentagao de ve -R: Bm Reem Usando os valores de A e B acima na Eq, (18.3), achamos 0 ga- rnho para o circuito (18.12) Solugao A en A= 7 TSRRIR PR, (819) Usilizando a Eq, (18.9), temos U4 BA U4 (RRR + Role a ae ; Se BA > 1, temos atl = baal Ft] = eaaceroas | = 928 | BAILA =0,1¢ 1000) °° 7 _ Ri +R agia ‘A melhoria é de 100 vezes. Portanto, enquanto o ganho do am- R plificador varia de |Al = 1000 em 20%, 0 ganho com reatimen- tagio varia de IA) = 100 em somente 0,2%. EXEMPLO 18.3 18.3 CIRCUITOS COM REALIMENTACAO NA PRATICA Alguns exemplos de circuitos com realimentago na prtica forne~ ceriio meios de se demonstrar 0 efeito da realimentag20 nos va- Fios tipos de montagens. Esta segdo apresenta apenas uma intro~ dugio a este t6pico Realimentacao de Tensao em Série A Fig. 18.7 mostra um estigio de amplificador a FET com reali- ‘mentagdo de tenso em série, Uma parte do sinal de sada (V,) € obtida usando-se um circuito de realimentagdo através dos resistores R, ¢ R,, A tensio de realimentagdo V;é conectada em série com o sinal da fonte V,, sendo a diferenga entre eles o sinal de entrada V, ‘Sem realimentagao, o ganho do amplificador é Ante =~ aah ve 7 ake onde R, é a combinago em paralelo entre os resistores Ry = RolRel(Ri + Ri (18.10) (a8.1) Yoo Fig, 18.7 Estipio de ampliticadora FET com ralimentag de tensio em se Calcule 0 ganho sem e com realimentagdo para o amplificador a FET da Fig. 18.7 e com os seguintes componentes: R, = 80k, 20 KO, R, = 10kA, Ry = 10kA, € g = 4000 KS. RyRp__ 10 KO (10 KO) R+R 1WkA+10KO (desprezando a resisténcia de 100 kO de R, ¢ Rem séric) Bn Ry, = ~(4000 * 108 wS\(S kA) 0 fator de realimentagdo & SkO -20 = =2040 PO RFR B0KD = 20K © ganho com realimentacio é -02 ‘A Fig. 18.8 mostra uma conexdo de realimentagio de tensdo em série utilizando um amp-op. O ganho do amp-op, A, sem reali- mentagio, é reduzido pelo fator de realimentaca0 (18.15) Fig, 18.8 Realimentago de tens em série com amp-op. 534 Dispositivos Eletronicos e Teoria de Circuitos EXEMPLO 18.4 Calcule o ganho do amplificadorda Fig. 18.8 para um ganhodoamp- ‘op de A = 100.000 e resisténcias R, = 1,8 kOe R, = 2002 Solugao _ 2000 B= Re Re 20004 18K fret 100.000 * T+ BA 1+ (,1)(100.000) 100.000 10.001 7? Observe que como BA > 1, Ocircuito seguidor de emissor da Fig. 18.9 apresenta uma rea- limentagZo de tensdo em série. O sinal V, é a tensio de entrada, V,. A tensio de saida, V,, € também a tensdo de realimentacdo, em série com a tensio de entrada. O amplificador, como mostra a Fig. 18.9, realiza a operacdo com realimentagdo. A operagio rcuito sem realimentagao produz V, = 0, tal que Vo beloRe _ MeRe(Vsthi) _ hee eV EEE, ve. Ine \, =% e past=1 Na operagio com realimentagio Hv hpRe tlie TV, TBA 1+ (le Rethig) pgsees a hye + lieRe Para hy, Re > Iie Aet Realimentacao de Corrente em Série ‘Outra téenica de realimentagdo possivel constiui-se em amostrar a corrente de sada (,) €retomar uma tensdo proporcional em série com a entrada, Além de establizar 0 ganho do amplificador, a realimen- {agi de corrente em série aumenta a resisténcia de entrada. A Fig, 18.10 mostra um estigio amplificador com transistor. Como 0 emissor € nio-desviado, entdo, efetivamente, 0 circuito ‘possui uma realimentagao de corrente em série. A corrente através do resistor Ry produz uma tensio de realimentacdo que se ope a0 sinal da fonte aplicado, de forma que a tensdo de safda € reduzida, Para rtirara realimentacio,o resistor do emissor deve serremovi- do ou desviado por um capacitor (como normalmente se faz). SEM REALIMENTAGAO Referindo-se ao formato bisico da Fig, 18.2 e resumido no Quadro 18.1, temos a AT DhetR hetk, USO B= i 7 a Re (18.17) ‘As impedincias de entrada e saida so Z,= Rel (e+ Re) = hie + Re (18.18) Z,= Re (18.19) (COM REALIMENTACAO pa saat lane —hyelbie = he oy 4 pa hy) hie + hie Re (18.20) Fig. 189 Cireuito com relimentagio de tensa em série (seguidorde-emisor). Wee @ 335 Realimentagdo € Circuitos Osciladores Fig. 18.10 Amplificador com resistor de emissor (R,)nlo-desviado par realimentasao de corente em série (a) ctcuito ampliticador, (b) circuit equivalente ae sem realimentago, A impedancia de entrada e safda é calculada como especificado no Quadro 18.2. %y= Zi + BA) ttt ARE) = ne ee 1821) (. ApRe 24g = 24 + ay = Re(1 + MRE) (1822) © ganho de tensio (A) com realimentaglo 6 Vo. tee _ (lop =hyeRe Meng = i )Re= Aes Fee 082 EXEMPLO 18.5 Calcule o ganho de tensdo do circuito da Fig. 18.11 Fig. 18.11 Amplificador a TBY com ralimentago de corrente em série para 0 Exemplo 183. Solugao ‘Sem realimentagao, 120 fo he Lbs are ‘900 + 510 Vi Iie + Re © fator (I + BA) é, portanto, 1+ BA = 1 + (-0,085)(—510) = 44.35 = = 192 x 10 T+ pA 44,35 fe © 0 ganho de tenso com realimentagdo A, é Yow ane = (-192 « 107902 x 10) = 42 Realimentacao de Tensao em Paralelo © circuito com amp-op de ganho constante da Fig. 18.12a pro- porciona uma realimentago de tensGo em paralelo. Referindo- se & Fig. 18.2b e ao Quadro 18.1, € admitindo-se que as caracte- risticas do amp-op si ideais, com ganho de tensao infinito, te Vo A= 72> infinito (18.24) L ala Bry (18.25) 536 Dispositives EletrOnicos e Teoria de Circultos o « © © Fig, 18.13 Amplificador com relimentago de tensio em paralelo usando um FET: (a) eircuito; (6) eieuito equivalent (© ganho com realimentacSo é, portanto, v,_Ve__ A | Yo = Yo -1--r, I, iL 1+BPA B (18.26) Este 6 um ganho de transimpedincia. O ganho mais usual é 0 ganho de tensio com realimentagao, ved 8.27) LM circuito da Fig, 18.13 é um amplificador com realimentago de tensdo em paralelo, usando um FET sem realimentagio, V,= 0. —8mRDRs (18.28), A realimentagao é (18.29) Com realimentagio, o ganho do cireuito é aeven—4 imRoRs TOT T# BA 1 UR BnRoRS) —8mRDRsRr £2BpEse (18.30), Re + 8mRoRs ganho de tensio do circuito com realimentagio é, portanto, ay = Ye be = =BnRoRsRe (2) OT Ve Re + &nkRs \Rs = tnkoRe a8.31) Re an BORE EE gnitoRs Ret &mRoRs EXEMPLO 18.6 Calcul o ganho de tenso com e sem realimentagio para o circuito daFig. 18.13a¢g,, = 5mS, Rp = 5,1 KO, Rs = 1 kO,€R, = 20kO. Solucio Sem realimentaga0, 0 ganho de tensio é any = ~(5 X 10-51 X 108 Com realimentagio, 0 ganho € reduzido a eee Eee Rr + 8mRpRs a (20 X10) + (5X 10 V5.1 X TOL X 10%) ~25,5(0,44) = =11,2 -25,5 = (—8wRoy Ay 18.4 AMPLIFICADOR COM REALIMENTACAO — CONSIDERACOES SOBRE FASE E FREQUENCIA Até entdo, consideramos a operagdo de um amplificador com realimentagdo aquela na qual o sinal reatimentado faz. oposigao a0 sinal de entrada — realimentagio negativa. Em qualquer cir- cuito na prética, esta condigdo s6 ocorre para uma parte da faixa central de freqliéncias de operacao. Sabemos que o ganho do amplificador varia com a freqtiéncia, caindo nas atas freqiiénci- as em relago ao seu valor na faixa central do espectro. Além disso, 0 deslocamento de fase de um amplificador também de- pende da freqiiénci Se, quando a freqiiéncia aumenta, o deslocamento de fase varia, entio parte do sinal realimentado sera adicionada xo sinal de entrada. Portanto, € possivel que 0 amplificador comece a oscilar devido a realimentagdo positiva. Se 0 amplificador osci la nas altas ou baixas freqiiéncias, este circuito ndo pode ser cempregado, O projeto apropriado de um amplificador com reali mentagao exige que 0 circuito seja estavel em toda a faixa de freqiiéncias, e no apenas na faixa de interesse. Caso contréio, uma perturbagao transiente pode levar um amplificador aparen- temente estavel a oscilagio. Critério de Nyquist Para se julgar a estabilidade de um amplificador com realimen- taco, como fungio da freqiiéncia, o produto BA e o desloca- mento de fase entre a entrada e saida so fatores determinan- tes, Uma das técnicas mais populares utilizadas para se anali- sar aestabilidade & 0 método de Nyquist. O diagrama de Nyquist € utilizado para se tragar 0 ganho e a fase como funcao da fre- qléncia em um plano complexo. O diagrama de Nyquist, na verdade, combina os dois diagramas de Bode, de ganho e des- locamento de fase versus freqiiéncia, em um tnico. O diagra- ma de Nyguist é usado para se mostrar de forma clara se um amplificador € estavel para todas as freqiiéncias e 0 quanto 0 amplificador & estavel em relagio a algum critério ganho ou de deslocamento de fase. De inicio, considere 0 plano complexo mostrado na Fig, 18.14, Alguns pontos de varios valores de ganho (A) sio ino imaginsrio ee / Baszen ge © a ino real Fig. 18.14 Plano complexo mostrando pont ipeos de ganho-ase 937 Realimentacao e Circuitos Osciladores Fig, 18.15 Diggrama de Nyquist plotados em diferentes angulos de destocamento de fase. Con- siderando 0 eixo real positivo como referéncia (0°), uma am- plitude de BA = 2.€ mostrada em um dngulo de fase de 0° no pponto 1. © ponto 2 representa BA = 3 com um destocamento de fase de — 135°, e no ponto 3 uma amplitude/fase de BA = em 180°. Estes pontos no diagrama podem representar amp! tude e deslocamento de fase de BA. Se os pontos representan- do ganho e fase para um circuito amplificador forem plotados para freqiiéncias erescentes, obtém-se um diagrama de Nyquist ‘como mostra a Fig. 18.15. Na origem, o ganho e freqiléncia sao nulos (para acoplamento tipo RC). Nos pontos de freqiiéncias crescentes fi, f;¢ fy a fase e a amplitude de BA crescem, Parti- ccularmente, na freqiiéncia f, 0 valor de A é 0 comprimento do vetor da origem até 0 ponto f,, € 0 deslocamento de fase & 0 Angulo ¢. Na freqiiéncia f, 0 deslocamento de fase & 180°, Nas freqlencias mais altas, o ganho decresce até 0. O critério de Nyquist para estabilidade pode ser enunciado da seguinte forma: O amplificador € instdvel se a curva de Nyquist tragada envolve (circunda) 0 ponto ~1, e estavel, caso contrario. ‘Um exemplo do critério de Nyquist é demonstrado pelas cur- vas da Fig. 18.16. O diagrama de Nyquist na Fig. 18.16a € es- tivel, jé que nio envolve o ponto ~ I, ao passo que o diagrama mostrado na Fig. 18.16b é instével, pois circunda o ponto ~ 1 Lembre que envolver 0 ponto ~ I significa que, para um deslo- camento de fase de 180°, o ganho de malha (BA) é maior do que 1; portanto, o sinal de realimentagdo est em fase com a entra- da, ¢ € grande o suficiente para resultar em um sinal de entrada maior do que 0 aplicado — gerando a oscilagio. {fevescente @ ® Fig, 18.16 Diagrama de Nyquist mostrando as condigbes de estabitidade; (a) estvel; (b) instvel 538 Dispositivos Eletronicos e Teoria de Circultos ante Ba «@B) ° Fregiénciaf ‘Margem de gasho 90" 180° Freqitnciaf 210° Margem de fase Fig. 18.17 Diagrama de Bode mostrando as margens de gan e fase Margens de Ganho e Fase Do critério de Nyquist, sabemos que um amplificador com reali- mentagio é estével se o ganho de malha (BA) é menor do que & unidade (0 4B), quando seu Angulo de fase € 180°. Além disso, podemos determinar algumas margens de establidade para indicar ‘quanto o amplificador esta proximo de sua condicio instével. Ou seja, se um amplificador possui o ganho (BA) menor do que 1, mas, igamos, igual a0.95, ele nfo seria tio estével quanto outro ampl ficador que tena, p. ex. (BA) = 0.7 (ambos em 180°). Obviams te, amplificadores com ganhos de malha de 0,95 ¢ 0.7 sio estévei ‘mas se o ganho de malha aumentar, um esté mais proximo da ins- tubilidade do que o outro. Podemos definir nos seguintes termos: ‘Margem de ganho (MG) é definida como sendo 0 valor negat vvo de |BAI, em decibéis, na frequéncia em que o angulo de fase € 180°, Portanto, o dB, que corresponde a BA = 1, esténo limiar de cstabilidade, e qualquer valor negativo em decibel representa um amplificador estavel. A MG pode ser obtida em decibéis da curva da Fig. 18.17. ‘Margem de fase (MF) é definida pela diferenca entre 180° Angulo no quai o valor de \4l ¢ igual a 1 (0 dB). A MF também pode ser diretamente obtida da curva da Fig. 18.17. 18.5 OSCILADORES ‘A realimentago positiva resulta em um amplificador com reali- ‘mentago apresentando um ganho de malha fechada IA! maior do que I, esatisfaz as condigdes de fase para que o circuito atue como um oscilador. O circuito oscilador fornece, entio, um si- nal de saida variante no tempo. Se o sina variar deforma senoidal, occircuito é chamado de oscilador senoidal. Se a tensio de safda se eleva abruptamente para um nivel de tensao, e posteriormente cai para outro nivel de tens, em geral 0 circuito é denominado coscilador de onda quadrada ou de pulso. Para entendermos como um circuito realimentado produz. um ‘oscilador, considere o circuito da Fig. 18.18. Quando a chave na entrada do amplificador esté aberta, néo hé oscilagdo. Considere ‘agora que temos uma tensio ficticia na entrada do amplificador (V). A tenséo de safda depois do estigio amplificador sera V, AV, depois do estégio de realimentacio V, = B(AV). Portanto, temos uma tensio de realimentagdo V, = BAV,, onde BA cha- mado de ganho de matha. Se os cireuitos do amplificador bisico € circuitos de realimentacio fornecem A com amplitude ¢ fase conretas, V, pode ser feito igual a V,, Entio, quando a chave é fe- chada e a tensio ficticia V, € removida, 0 circuito continuars ‘operando, uma vez que a tens de realimentagio ¢suficiente para ativar o amplificadore os circuitos de realimentagao, resultando em uma tensio de entrada apropriada para manter a operagio de ‘malha. A forma de onda na safda permaneceré apés o fechamen- to da chave se a condigao BA=1 for atendida. Este € 0 critério de Barkhausen para oscilagio. Na realidade, nao é necessério um sinal de entrada para dar inicio & oscilagio. Uma ver satisfeita a condigdo 4 = 1, a osci- lagio se auto-sustenta, Na pratica, BA feito maior do que 1, € 0 sistema comega a oscilar pela amplificagao da tensio de ruido, aque est sempre presente. Fatores de saturagio em um cireuito resultam em um valor “médio” de PA igual a 1. As formas de ‘onda resultantes nunca sio exatamente senoidais, Entretanto, ‘quanto mais préximo A estiver de 1, mais a forma de onda se aproxima de uma sendide. A Fig. 18.19 mostra como o rufdo ‘consegue proporcionar a condigao de oscilagio de estado perma- nente. utra maneira de se compreender como o circuito com reali rmentagio atua como oscilador & observar 0 denominador na equa ‘gdo basica de realimentagio (18.2), 4, = A/(I + BA). Quando BA = —1, ouamplitude Ie fase de 180°, 0 denominador se anu- Jae 0 ganho com realimentagdo, A, tomna-se infinito. Portanto, tum sinal infinitesimal (ruido) pode produzir uma tensio de saf- damensuravel,¢ ocircuito age como um oscilador, apesar de no existir sinal de entrada. (18.32) + Yy=pay, = ig, 18.18 Circuito de realimentagdo empregado como oscilador. “Tens nici deruido 539 Realimentacdo e Circuitos Osciladores Envoltéria em estado estacionério smitada pela sturago do creito Forma de onda no-senoial devido&saturaggo Fig, 1.19 Estabelecimento da oseilasao de estado permanente © assunto restante neste capitulo enfoca varios circuitos os- ciladores utilizando uma grande variedade de componentes. Consi deragSes priticas silo inclufdas e os varios exemplos sio discutidos, 18.6 OSCILADOR DE DESLOCAMENTO DE FASE Ooscilador de deslocamento de fase € um exemplo de oscilador que exibe as carcteristicas bésicas de um circuito com realimen- tagio. A Fig. 18.20 apresenta uma versio idealizada deste cit- cuito. Lembre-se de que os requisitos para a oscilagdo s80 0 ga- rho de malha, BA, maior do que a unidade, € que 0 desvio de fase no circuito de realimentagao seja 180° (para que ocorra uma re- alimentagio positiva). Neste modelo estamos considerando que o circuito de realimentagao est sendo alimentado por uma fonte perfeita (impedancia de safda nula) e que sua safda € aplicada a ‘uma carga ideal (impedancia infinita). Este modelo, idealizado, permitiré o desenvolvimento da teoria que explica a operagio do oscilador de deslocamento de fase. Posteriormente, verses do circuito empregadas na pritica serdo consideradas. Concentrando nossa atengdo no circuito de desvio de fase, estamos interessados no valor de atenuagio, em uma dada fre- ‘Gircito de relimeatagion Fig. 18,20 Oscilador de deslocamento de fase ieatizado, qliéncia, em que o deslocamento de fase é exatamente 180°. Uti- lizando a andlise classica de circuitos, determinamos que (18.33) (1834) 0 deslocamento de fase € 180°. ara que o ganho de malha BA seja maior do que 1, 0 ganho do estigio amplificador deve ser maior do que 1/8, ou 29 A> (18.35) ‘Quando se considera a operagao do circuito de realiment alguém pode ingenuamente escolher valores para R e C que pro- dduzam (em uma frequencia especifica) um destocamento de Fase por segiio de 60°, para as trés sees, resultando no final um des- Tocamento de fase de 180°, como desejado. Este, entretanto, no 60 caso, uma vez que cada sego RC no circuito de realimenta- cdo carrega a anterior. O que realmente interessa & que 0 deslo- camento de fase roral do circuito seja de 180°. Se medissemos o desvio de fase por seco, constatariamos que eles nao séo iguais, ‘mesmo para um circuito com desvio de 180°. Se se desejasse obtet ‘um deslocamento de fase por segio de 60°, para cada um dos rés cstigios, seriam necessérios estigios de seguidor-de-emissor para isolar duas segdes RC adjacentes. Oscilador a FET de Deslocamento de Fase A Fig. 18.21a mostra uma versio do circuito oscilador de deslo- ccamento de fase empregada na pritica. O circuito mostra clara- mente a malha de realimentagdo ¢ 0 amplificador. O estigio amplificador autopolarizado com um capacitor de desvio so- bre 0 resistor de fonte R, e um resistor de polarizacdo do dreno Rj, Os parametros de interesse do FET sio g,,¢ r,. Da teoria so- bre o FET, o valor do ganho do amplificador é dado por Al = gm (18.36) onde R, neste caso é 0 equivalente do paralelo entre Ry € ry Rora (18.37) 540 Dispositivos Eletronicos e Teoria de Circuitos @ » Fig. 18.21 Circuitos osiladores de deslocamento de fas: (a) empregando FET; (b)empregando TBI. ‘Uma boa aproximagio seria assumir que a impedncia de entra- dda do amplificador FET é infinita. Esta suposigdo € valida se a freqiéncia de operacio do oscilador for baixa 0 suficiente para que as impediincias capacitivas do FET possam ser desprezadas. A impedincia de saida do estégio amplificador, dada por R,, deve também ser pequena quando comparada a impedincia vista do ‘amplificador para o circuito de realimentagao, de modo que nio haja atenuacio em virtude do carregamento. Na pritica, estas consideragdes nem sempre podem ser admit, e 0 ganho do “amplificador é projetado ligeiramente maior do que onecessario para assegurar a operacio do oscilador. EXEMPLO 18.7 Deseja-se projetar um oscilador de deslocamento de fase (como na Fig. 18.21a) com FET de g,, = 5000 4S, R, = 40k e circuito de realimentago com R = 10 KO. Calcule 0 valor do capacitor € de Ry para que haja oscilagao em 1 kHz quando A > 29. Solugio Aq. (18.33) € utilizada para se determinar o valor do capacitor. Como f= 1/2aRC V6 , tem-se que: Cee 2aRFVE — (6,28)(10 x 10°) 10°)(2,45) = 6,5 nF Utilizando a Eq, (18.36), escolhemos R, para um ganho de, digamos, A = 40 (esta margem prevé uma atenuagao que poss existr entre R, a impedncia do circuito de realimentagdo). Al = geek, -l___40 R= 8 = 5000 x 19 7 SHO Da Eq, (18.37), achamos Ry = 10 k2. Oscilador de Deslocamento de Fase a Transistor ‘Se um transistor for utilizado como o elemento ativo do estégio am- plificador, a saida do circuito de realimentacio & carregada conside- ravelmente pela baixa impedncia de entrada (,) do transistor. Ob- ‘viamente, poderia ser usado um estigio de entrada seguidor-de-emis- sor acompanhado por um estigio amplificador emissor-comum. Entretanto, se se deseja um tnico estégio com transistor, seria mais adequado uilizarmos uma realimentago de tensioem paralelo (como ‘mostra Fig. 18.21b). Nesta conexdo, onal realimentado € acoplado através do resistor de realimentagio R’ em série com a impedancia de entrada (R) do estégio ampliticador. ‘A anilise ac do circuito fornece a seguinte equacio para 0 célculo da freqléncia do oscilador resultante: 1 © 2aRC V6 + ARCIRY (18.38) ara que o ganho de malha seja maior do que 1, 0 ganho de cor- rente do transistor deve atender & seguinte condiga0, Re i> at oks4 Ret *R (1839) Fig. 18.22 Oscilador de deslocamento de fas uti Oscilador de Deslocamento de Fase Utilizando CI Quando os Cs tornaram-se mais populares, eles comegaram a set adaptados para operar em circuitos osciladores. Devemos dispor de apenas um amp-op para obtermos um circuito amplifi- cador com ganho estabilizado, e, além disso, promover algum meio de realimentar o sinal para produzirmos um circuito oscilador. Por exemplo, um oscilador de deslocamento de fase & ‘mostrado na Fig. 18.22. A saida do amp-op alimenta um circuito RC de trés estigios, que realiza o destocamento de 180° necessa- rio na fase do sinal (com um fator de atenuagao de 1/29). Se 0 ‘amp-op produz um ganho (dado pelos resistores R, ¢ R,) maior do que 29, o ganho de malha resultante é maior do que 1, € 0 Circuito atua como um oscilador [a frequéneia do oscilador é dada pela Eq. (18.33)] 18.7 OSCILADOR COM PONTE DE WIEN Ha um tipo de configuragdo que utiliza um circuito RC em pon- te, coma freqléncia do oscilador determinada pelos componen- tes Re C. A Fig, 18.23 mostra uma versdo basica de circuito oscilador com ponte de Wien, Observe a conexio em ponte. Os 541 Realimentagao e Circuitos Osciladores | ando amp-op. resistores R,, R;€ 0s capacitores C,, C, formam os elementos de ajuste da freqiléncia, enquanto que os resistores R, e R, forma parte do caminho de realimentagao. A saida do amp-op & ‘conectada a entrada da ponte, nos pontos ae c. A safda da ponte, pontos be d, € a entrada para 0 amp-op. Desprezando os efeitos de carregamento entre a impedincia de entrada do amp-op e impedancia de saida da ponte, tem-se a seguinte equagao para a ponte: BBS Ry Ry CG (18.40) as.) Se, em particular, 0s valores so R, frequéncia do oscilador & (18.42) e (18.43) Portanto, uma razao entre Ry € R, maior do que 2 proporcionars ‘um ganho de malha suficiente para que 0 circuito oscile na fre~ gliéncia calculada pela Eq, (18.42). Fig. 18.23 Circuito oscilador com ponte de Wien uilizando amp-op. 542 _Dispositivos Eletznicos e Teoria de Circuitos EXEMPLO 18.8 Calcule a fregiigncia de ressoniincia do oscilador com ponte de Wien da Fig. 18.24. An—th mf sit esac zomiue Fig, 1824 Circuito oscilador com ponte de Wien para 0 Exemplo 188. Solugao Utilizando a Eq, (18.42), vem 1 1 DRC 2n(S1 X 10°V0,001 x 10%) Sa 120,7 Hz EXEMPLO 18.9 Determine os elementos RC de um oscilador com ponte de Wien para a operagdo em f, = 10 kHz. Solucao Utilizando valores iguais de R e C, podemos selecionar R = 100 k®e calcular o valor de C, baseado na Eq. (18.42); 1 1 Inf 6,28(10 X 10°V(100 X 10%) = 159 pF 107? 6,28 Podemos utilizar R, = 300 kQe R, = 100 kO para que a razdo RJR, seja maior do que 2 ¢ 0 citcuito possa oscilar. 18.8 CIRCUITO OSCILADOR SINTONIZADO Circuitos Osciladores com Entrada Sintonizada, Saida Sintonizada Vérios circuitos podem ser montados a partir do esquema mostrado na Fig. 18.25, onde tanto a entrada como a safda do cir- Ar cuito sfo sintonizadas. Dependendo dos elementos de reatancia designados para 0 diagrama da Fig. 18.25, obtemos diferentes tipos de osciladores: Fig, 18.25 Configuragio bisica do circuit oscilador resonant Osciladores Colpitts OSCILADOR COLPITTS A FET Ooscilador Colpitts a FET utlizado na pritica é mostrado na Fig. 18.26, O circuito tem basicamente a mesma forma mostrada na Fig. 18.25, coma incluso dos componentes necessirios para a polariza- «glo de do amplificador FET. A freqiiéncia do oscilador ¢ dada por 18.44) onde Coq (18.45) Fig, 18.26 Oscilador Colpits a FET. 543, Realimentacdo e Circultos Osciladores Elemento de Reatincia Tipo de Oscilador x, xX Osciladoe Colpins c © L Osciladoe Hartley L L c Entrada sintonizida, sida sintonizada ic ic — OSCILADOR COLPITTS A TB) 0 oscilador Colpitts a TBJ pode ser implementado como ‘mostra a Fig. 18.27. A freqiiéncia do circuito € determinada pela Eq. (18.44). Vee Fig. 18.27 Osilador Colpts TBI OSCILADOR COLPITTS COM CI A Fig. 18.28 mostra um circuito oscilador Colpitts empregan- ‘do um amp-op como elemento ativo. Novamente, 0 amp-op for- rece a amplificago necesséria, ¢ frequéncia do oscilador é de- terminada pelo circuito de realimentacao LC, de uma configura- G40 Colpitts. A freqiléncia do oscilador é dada pela Eq. (18.44). Oscilador Hartley Se os elementos do circuito ressonante da Fig. 18.25 sio Xe X, (indutores), e X; (capacitor), 0 circuito é um oscilador Hartly. OSCILADOR HARTLEY A FET A Fig, 18.29 mostra um circuito oscilador Hartley a FET. 0 circuito é desenhado de modo que 0 circuito de realimentagao +—— sida Fig. 18,28 Oscilador Colpits com amp-op, tenha a mesma forma apresentada pelo circuito ressonante bisi- co (Fig. 18.25). Observe, entretanto, que os indutores L, ¢ tm tum acoplamento mituo, M, que deve ser levado em conta na determinagao da indutincia equivalente do circuito tanque tank") ressonante. A frequéncia de oscilagdo do circuito é en- {Go dada aproximadamente por fo= TTR «186) com Lug = Ly + Ly + 2M (18.47) OSCILADOR HARTLEY A TB) A Fig. 18,30 mostra um circuito oscilador Hartley a TBI. O circuito opera na freqiiéncia determinada pela Eq, (18.46). Noo Fig. 18.29 Oscilador Hardey a FET. S44 Dispositivos Eletronicos e Teoria de Circuitos Vee sik ky ei Fig, 18,30 Circuito osilador Hartley « TBI 18.9 OSCILADOR A CRISTAL Um oscilador a cristal é basicamente um oscilador sintonizado utilizando um cristal piezoelétrico como circuito tanque resso- nante, O cristal (normalmente quartzo) apresenta uma estabili- dade maior e mantém constante a freqiéncia do circuito oscilador. Esta freqlléncia depende do modo como o cristal foi cortado. Osciladores a cristal sfo utilizados sempre que é necesséria uma ‘grande estabilidade de freqiéncia, como, por exemplo, em trans missores e receptores de comunicagdes. Fig. 18.1 Circuito elétrco equvalente de um cristal Caracteristicas de um Cristal Quartzo cristal quartzo (um dos vatios tipos de cristal existentes) exibe 1a propriedade de desenvolver uma diferenga de potencial atra- és de suas faces opostas, quando submetido a esforgos mecini ‘cos. Esta propriedade do cristal 6 chamada de efeito piezoelétrico. Similarmente, uma tensio aplicada através de um conjunto de faces do cristal produz distorgo mecdnica na forma do mesmo. ‘Quando uma tensio alternada ¢ aplicada a um cristal, surgem viibragies mecéinicas em sua estrutura, com uma freqéncia resso- nante natural dependente do cristal. Embora este apresente uma ressondinciaeletromecanica, podemos representé-lo por um circui- to elétrico equivalente, ressonante, como mostra a Fig. 18,31. O indutor L ¢ o capacitor C so os equivatentes eléricos da massa e ductilidade do cristal, enquanto que a resistencia R é 0 equivalente elétrico que representa o atrito intemo da estrutura do cristal. 0 capacitor em paralelo C,,corresponde & capacitincia que surge em virtude do seu encapsulamento. Como as perdas no cristal, repre- sentadas por R, so pequenas, o fator de qualidade Q € alto — tipi- ‘camente 20.000, Com cristas, podem-se obter valores de Qaté 10 ‘cristal, representado pelo circuit elérico equivalente da Fig. 18.31, pode apresentar duasfreqiiéncias de ressondncia. Uma condi ‘go para a ressondncia ocorre quando as reatincias do ramo RLC sio ‘guais (¢ opostas). Para esta condigao, a impedancia ressonante-sé- rie € muito baixa (igual a R). A outa condigo ocorre em uma fre- ‘qléncia mais alta, quando a reatincia do ramo RLC ¢ igual & do ‘capacitor Cy Esta €a essondncia em paralelo ou condigao ant-res- sonante do cristal. Nesta freqléncia, ocrstal oferece uma impedanci muito ata para o cicuito extemo. A relagio entre impedinciae fre- ‘qléncia do cristal € apresentada na Fig. 18.32. Para se usar o cristal aadequadamente, ele deve ser conectado de forma que seja aproveita- da sua baixa impedncia no modo de operagao ressonante-série, ou sua alta impedancia no modo de operagao anti-ressonante. Circuitos Ressonante-série Para excitar um cristal no modo ressonante-série, ele pode ser conectado como elemento em série de um circuito de realimen- tagdo, Na freqiiéncia ressonante-série do cristal, sua impedancia lel 0 th tt (‘essoninciasie) _ (ant-essonincia) ig, 18.32 Impedincia do cristal versus freqiéncia « Realimentacao e Circuitos Osciladores S45 cre suide Cc Fig, 18.33 Circuito osiladorcontolao a cristal com 0 erst no circuito de reaimentago: a) circuito com TBI: (b) circuito com FET. 6a menor possivel, contribuindo para que haja uma realimenta- io (positiva) efetiva do sinal. A Fig. 18.33 mostra um circuito tipico a transistor. Os resistores, Ry, Ry € Re formam um circuito de polarizacao de estabilizada por divisor de tensio, O capacitor C, faz. um desvio ac do resistor de emissor, e a bobina de CRF deixa passar a polarizagao e desacopla qualquer sinal ac da ali- ‘mentacio. A realimentagdo de tensio do coletor para a base € ‘méxima quando a impedncia do cristal € mfnima (no modo res- sonante-série). O capacitor de acoplamento C- apresenta uma impedancia desprezivel na freqiiéncia de operagao do cireuito, ‘mas bloqueia qualquer tensdo de entre 0 coletor e a base. ‘A freqiléncia resultante do circuito é determinada, portanto, pela freqiiéncia série-ressonante do cristal. Variagdes na fonte de tensio, parimetros do transistor, ¢ assim por diante, nfo fluem na freqléncia de operagao do cireuito, que é mantida es- tvel pelo cristal. A estabilidade na frequéncia do circuito € determinada pela estabilidade na frequéncia do cristal, que € boa. Circuitos Paralelo-Ressonantes ‘Como no modo paralelo-ressonante a impedancia do cristal ¢ maxima, a conexio deste é realizada em paralelo. Na frequéncia, de operago correspondente a ressondncia em paralelo (ou anti- ressonante), 0 cristal apresenta a maxima reatdncia indutiva pos- sivel. A Fig. 18.34 mostra um cristal conectado em um circuito modificado de Colpitts, substtuindo o elemento indutor. O cit- cuito de polarizacio de€ evidente, A tenso maxima sobre ocris- tal ocorre em sua freqiiéncia paralelo-ressonante. A tensio & acoplada ao emissor por meio de um divisor de tensio por capacitor — capacitores C, € C, 0 oscilador de Miller controlado a cristal aparece na Fig, 18.35. 0 circuito sintonizado LC conectado ao dreno € ajustado préximo a freqiigncia paralelo-ressonante do cristal. A tensa0 éxima entre porta e fonte ocorre na freqUéncia anti-ressonante do cristal, controlando, com isto, a freqéncia de operagio do circuito. Oscilador a Cristal Um amp-op pode ser utilizado em um oscilador a cristal como mostra a Fig. 18.36. O cristal 6 conectado no modo série-resso- nante ¢ opera na freqiiéncia correspondente a este modo. O cir- cuito abaixo proporeiona um alto ganho, tal que o sinal resultan- te na saida € uma onda quadrada, como mostrado na figura. Conecta-se um parde diodos Zener na saida, para que a amplitu- de do sinal seja exatamente a tenso do Zener (V>). 18.10 OSCILADOR COM TRANSISTOR UNJUNCAO ‘Um dispositivo em particular, o transistor unijungdo, pode ser ‘empregado em um oscilador de nico estigio com safda pulsada, “i | Fig. 18.34 Oscilador contolado a cristal operando no modo paralelo-resso nanie ronicas e Teoria de Circuitos Yoo ig. 18.35 Oscilador de Miler contolado a crs. ‘muito uilizado em aplicagGes digitas. O transistor unijuncio pode ser usado no circuito conhecido como oscilador de relaxacdo, ‘mostrado na Fig, 18.37. O resistor Ry€ 0 capacitor C; sio os com- ponentes que determinam o perfodo da oscilagao. A freqiiéncia de ‘operagio pode ser obtida baseando-se na Eq. (18.48), que inclu 0 pparimetro do dispositivo razdo de compensagdo intrnseca n,como fator determinante (além dos valores de R, e C;) para o céleulo, 1 Ry Cy Inf — 0) (18.48) ‘Um transistor unijunga6o tipico apresenta uma razao de compen- Fig, 18.37 Circuito oscilador com transistor unijungio. CO capacitor C; écarregado através do resistor R; pela fonte Vye- 'No periodo em que a tens do capacitor é menor do que a ten- sio de compensagio (V,), determinada pela tensio entre B, ¢ B, e pela razio de compensacao do transistor (7) Vp = VaVa,— Vo (18.50) ‘0 emissor do transistor apresenta uma impedincia de entrada altissima, comportando-se como um circuito aberto. Quando a tensiio no emissor, através do capacitor, supera este valor (V,),0 circuito unijungio dispara, descarregando 0 capacitor, e depois disto outro ciclo de carregamento se inicia. Quando o transistor dispara, a tensio sobre R, se eleva e a tensdo através de Ry é re duzida, conforme a Fig. 18.38. O sinal no emissor é a forma de conda dente de serra, que na base 1 é um pulso positivo, ena base ‘2.um pulso negativo. Algumas variagdes deste tipo de oscilador sto apresentadas na Fig. 18.39. sacdo que varia de 0,4 até 0,6. Adotando-se 7 = 0,5, temos 7 1 1 144 RyCrinfli(l— 0,5) RyCrin2— RrCr a 8.49) Rc (18.49) Ry 100K Wee % I ia ™ Ys ==s ov Fig. 18.36 Oscildor a cristal uiizando amp-ep. @ R ov Fig, 18.38 Formas de onda encont Realimentagdo e Circuitos Osciladores. 547 Tempo “Tempo Tempo as no osilador com transistor unijungdo, Ry hy ” Fig, 1839 Algumas coniguragdes de osciladores com transistor unin, 548, Dispositivos Eletrdnicos e Teoria de Circuitos PROBLEMAS § 18.2 Tipos de Conexao de Realimentacao 1. Caleule 0 ganho de um amplificador com realimentagao negativa apresentando A = —2000, 8 = —1/10. Se o ganho de um amplificador varia 10% do seu valor nominal, 1000, caleule a variago do ganho, supondo que se utilize um cirewito de realimentagio com = —1/20. 3, Caleule o ganho, impedincias de entrada e safda de um amplifica-

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