You are on page 1of 14
Ot: pier 10.356007758.097x 2000 13522 23 tos txcaivecormansal o EDUCAGAO PROFISSIONAL E TECNOLOGICA (EPT): OS DESAFIOS DA RELACAO TRABALHO-EDUCACAO" Professional and Technological Education (PTE): the challenges of the relationship work - education LORENZET, Daloize? ANDREOLLA, Folipo? PALUDO, Conceigao! ReESUMO, Este artigo tem por objetivo retomar alguns diélogos considerados essenciais acerca de Educacao Profissionel ¢ Tecnologica ¢ os desafios que insefem a mesma na relacao entre trabalholeducacao, {formagao/educagao do ser humano e qualificagao. O estudo utiliza como principais referenciais te6ricos Marx, Frigotto, Ramos e Ciavatta. A organizagao desta pesquisa envolve caracteristicas da pesquisa bibliogréfica ¢ de estudo de caso. Didaticamente, esta estruturalmente subdividida em dois momentos: © primeiro momento diz respeito ao resgate da Histéria da Educacéo Profssional no Brasil, seu proceso de construgao @ sua atualidade, O segundo momento realiza uma abordagem salientando as, relacdes que a Educacdo Profissional e Tecnolégica estabelece com os direitos ao trabalho - educacéo, a partir de uma pesquise de campo com alguns estudantes, em umn Curso Técnico Subsequent, num Instituto Federal, localizado na regiéo metropolitana de Porto Alegre. Ao retomarmos as principais conclusGes obtidas, pontua-se: 1) recentemente houve uma expansao sem precedentes na historia da Educagao Profissional e Tecnologica federal na sociecade brasieira; 2) a Educagao Profissional & Tecnolégica esta diretamente integrada e sofre influéncias do padréo de acumulacdo, que vem se ‘modiffcando ao longo da historia; 3) os estudantes acreditam na Ecucagao Profissional e Tecnoiégica para 0 avango nas condigdes de produgao de suas vidas; 4) a Educagto Profissional © Tecnolégica deve ser democratizada, num carder igualitrio, imestito, e deve seguir Com condigoes dignas para seu desenvolvimento, com o intuito de oportunizar a emancipacéo humana. Palavras-chave: Educacdio Profissional e Tecnolégica. Trabalho. Emancipagio. ABSTRACT This article aims to resume some dialogues considered essential about Professional and Technological Education and the chellenges that insert itn the relation between work-education, formation/education of the human being and qualification. The study uses as main theoretical references Marx, Frigotto, Ramos and Ciavatta, The organization ofthis research involves characteristics of bibliographic research * sto ato ¢ indo nBo corto cam franciareto para sue rostzaro Foi dasorvohido 8 parr de algunas provecagtes ores com lus debs 20 longo de anus csopinasrelvaces parencenies Lina de Pesquse.Trabao, Mowmartas Socks & Eaucagao (TRANS) vnouadas ao Proorama de Pos aracuaro om Educarso (PPGEDU) na Unversidado Fecal do Rao Grand do Su(UFRGS) 2 Douere em Edicapo pola Unversiace Federal do Ro Grande do Sul (UFRGS) Mesa em Edna pb PPGEDU (Universe dePasso Fund), Graduads a Pedzooue pola LPF. Especial on Pscopodagcala(UPP) Especatacmn Admnst0, Ok ® Superveto Escoar {UNASSELV) Pecaooga do insfuo Fedral de Eau, Clénca © Tecnoga do Ro Grande do Sul Eval etorenzstaeralcem, > Mes em Ecicarao~PPGEDUUFRGS, Espace em Gest Estetica de ruigSes dalEd.ce;éo Profesional Especialta em CGestio Edicacond Graduado am Agminsiaceo. Graduado en Fomagio Padagégea Gastar SENA Garbeld (RS). Emel ‘ebsondaolaghemaicem * Daulora em Edicaro — FPGEDUIUFRGS. Mesta em Educa ~ PAGEDUUFRGS, Especeta em Educeria Pscomelora @ Onertaglo Edicanonal Gratuaca em Pedagoga Docerte pesqusaiora na Life TRAVSE — PPGEDUUFRGS. Emel ce paladogteracom Trabalho & Educag2o | v.29 |n.2 | p.1-28 | maio-ago. | 2020 15) and case study. Didatically itis structurally subdivided into two moments: the first moment concerns on the rescue of the History of Professional Education in Brazil, its construction process and its actuality. ‘The second moment makes an approach emphasizing the relations that the Professional and ‘Technological Education establishes withthe rights to work - education, from a field research with some students, in a Subsequent Technical Course, in a Federal Institute, located in the metropolitan region of Porto Alegre. When we retum to the main conclusions, we note: 1) there has been an unprecedented expansion in the history of Federal Professional and Technological Education in Brazilian society; 2) Professional and Technological Education is directly integrated and influenced by the pattern of accumulation, which has been changing throughout history, 3) students believe in Professional and “Technological Education for advancement in the production conditions of ther lives; 4) Professional and ‘Technolocical Educetion must be democratized, in an equaiitrian, unrestricted way, and must continue with decent conditions forts development, with the aim of promoting human emancipation. Keywords: Professional and Technological Education. Work. Emancipation. CONSIDERAGOES INTRODUTORIAS Iniciamos estas consideragdes rememorando que no Brasil, a Constituigao da Republica Federativa do Brasil de 1988, a Carta Magna, em seu artigo 6, estabelece entre os direitos sociais 0 direito A educacao e ao trabalho, e outros ainda, aos quais ndo nos dedicaremos neste artigo, como a seguranca, 4 moradia e a sauide como indispensaveis a vida humana. E essencial salientar que apenas em 1988 é posta a obrigatoriedade de estar na escola, assegurando 0 direito & educagao e o dever de educar. Porém, é essential elucidar que a Carta Magna prevé, mas entre sua formatagao e o contexto da pratica ha um distanciamento e a necessidade de reivindicagao para que sejam assegurados estes direitos fundamentais, ‘A mesma Constituigao Federal enfatiza em seu artigo 205 que “a educagao, direito de todos e dever do Estado e da familia seré promovida e incentivada com a colaboracao da sociedade, visando 20 pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercicio da cidadania e sua qualificagdo para o trabalho’. Tal preceito constitui a base de sustentagao para defini¢ao de Politicas Puiblicas Educacionais Brasileiras, sendo a educacao um bem piiblico que corresponsabilza o Estado, as familias e a sociedade para sua efetivago. Ainda, de acordo com este artigo 205, educacao, cidadania e trabalho devem estar articulados. Outro embasamento legal que trata desta prerrogativa 0 Estatuto da Crianga e do ‘Adolescente, Lei n.° 8.089, de 1990. Neste referencial, no artigo 53 assegura que: “A crianga e 0 adolescente tém o direito a educagao, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para 0 exercicio da cidadania e qualificagdo para o trabalho’, ampliando a garantia para igualdade de condigdes em se tratando do acesso e da permanéncia; garantindo direito de ser respeitado; direito de contestar citérios avaliativos; garantia de ter 0 direito de participar da organizacao em entidades estudanti bem como, declara e assegura 0 acesso a escola publica e gratuita proximo de sua residéncia, No tocante aos textos legais especifioos da educaco, destaca-se a Lei de Diretrizes e Bases (LDB n° 9.30496), que no artigo 21, estabelece que a educagdo escolar esté composta por dois niveis: Educagao Basica e Educagao Superior. Ela também possui modalidades, como a Educacao Profissional e Tecnolégica, cujo objetivo é a preparaczio @ a integracdo com as dimensdes do trabalho, da ciéncia e da tecnologia. Conforme o artigo 39 da LDB, a educacdo profissional e tecnolégica, ‘no cumprimento dos objetivos da educago nacional, integra-se aos diferentes niveis e modalidades de educacao e As 16] Trabalho & Educagao | v.29 |n.2 | p.16-28 | maio-ago. | 2020 dimensées do trabalho, da ciéncia e da tecnologia e conduz ao permanente desenvolvimento de aptidées para a vida produtiva’ Neste sentido, a Educacdo Profissional e Tecnolégica tem um carater de verticalizacdo, podendo atuar desde a Educacdo Basica, com o Ensino Fundamental, através da Formago Inicial e Continuada (FIC) ou qualificacao profissional; com 0 Ensino Médio, por meio da formacao Técnica Articulada, (em Cursos Integrados e Concomitantes) € em Cursos Subsequentes, podendo articular-se com a modalidade da Educagao de Jovens e Adultos (EJA); até a Educagao Superior, por meio da graduagao com Cursos Superiores Tecnolégicos, Cursos Superiores, e na pés-graduagao em Especializagées, Mestrados e Doutorados. Sendo assim, contextualizamos que o Brasil alcangou recentemente, em 2014, segundo © Banco Mundial, com base de dados de 2011: a 7® posi¢ao como economia mundial, entretanto, em diferentes indicadores educacionais, a exemplo do Programa Intemacional de Avaliagdo de Estudantes (PISA), 0 pais ocupa as posicdes mais inferiores, Trata-se de uma sociedade de contrastes, desigual, e nesta perspectiva ainda temos muito para melhorar. E preciso reconhecer que a educago e, sobretudo, a Educago Profissional e Tecnolégica precisa ser considerada como uma das altemativas que conduz 20 desenvolvimento, & ascenséio social, politica e cultural, de fato e de direito, como possibilidade de diminuir a distancia entre ricos e pobres, mandantes e executores, dominantes e dominados. Deste modo, este artigo busca esmiugar os seguintes problemas: qual a trajetoria histérica da Educagao Profissional e Tecnologica brasileira? Quais as concepgdes de educacdo e trabalho que so pertinentes para a Educagao Profissional e Tecnolégica? Como os estudantes de um Curso Técnico Subsequente em Mecatronica concebem esta relacéo trabalho - educacao? Assim, 0 objetivo deste artigo € retomar alguns didlogos considerados essenciais acerca da Educacao Profissional e Tecnoligica, investigando 0 fenémeno historico e social que a compée no contexto nacional e os desafios que inserem a mesma na relagdo entre trabalho-educacdo, formagao do ser humano e qualificagao para a vida produtiva. Didaticamente, este artigo estrutura-se em duas partes: a primeira diz respeito ao resgate histérico da Educago Profissional no Brasil e a segunda parte realiza uma abordagem salientando as relagdes que a Educagdo Profissional estabelece com os direitos a educacéo e ao trabalho, a partir de uma pesquisa de campo. 4 BREVE PERCURSO HISTORICO DA EDUCAGAO PROFISSIONAL NO BRASIL A rede federal de Educagao Profissional, Cientifica e Tecnoligica fol instituida no Brasil pela assinatura do Decreto n.° 7.568, pelo entao presidente Nilo Peganha, em 23 de setembro de 1909 com a criagao de 19 Escolas de Aprendizes Artfices (EAA) para os “desfavorecidos da fortuna’. Cada escola localizava-se na época em uma capital brasileira, Apenas nao foi construida no estado do Rio Grande do Sul, pois havia sido inaugurado © Instituto Técnico da Escola de Engenharias de Porto Alegre - Instituto Parobé, com organizagao e funcionamento compativel com as demais escolas federais* + Eee fol relevant para que no cortex atl apenas no estat do Ri Grade do SU no este uma rfona dos lsth.cs Federas de EdurazZo, Coca e Teeraega iar ar Sus cap Trabalho & Educagdo | v.29 |n.2 | p.16-28 | maio-ago. | 2020 i171 Este instituto foi incorporado em 1911 como Escola de Aprendizes Artifices do estado do Rio Grande do Sul. O objetivo de criagao destas respectivas instituigdes era o ensino de oficios, de acordo com as demandas e especificidades industriais naquele contexto de cada estado, uma vez que 0 pais estava perdendo sua caracteristica central de economia agrario- exportadora, e estavam surgindo as primeiras indistrias, com produgéio em larga escala, carentes de profissionais qualificados. E oportuno pontuar que a Educagao Profissional e Tecnolégica esta diretamente integrada e softe influéncias do modo produtivo que vem se modificando ao longo da histéria. Além disso a criagdo destas escolas tinha intengao de promover aos desprovidos economicamente a aprendizagem de um oficio, uma profissao para que se tomassem tfteis através do trabalho a sociedade industrial. De acorcio com Kunze, (2009), temos a seguinte perspectiva: (O piiblco alvo referido era o considerado descito da riqueza que, por essa condigao, estava ‘sem horizontes', a margem da sociedade © desvinculado dos setores produtivos, engrossando um grupo urbano periférioo cbstacuilzadar do desenvolvimento do pals & causador de medo (KUNZE, 2009, p. 14-15), Segundo esta autora, aos olhos dos dirigentes do pais, era preciso educar, atender, profissionalizar os exesctavos, mendigos, loucos, prostitutas, rebeldes, viciados, érfaos para que se transformassem em obreiros Uteis ao invés de serem rebeldes com a Patria. De acordo com Cunha (ensino profissional para os desvalidos era visto por essas correntes de pensamento como urma_pedagogia tanto preventiva quanto coratva, Enquanto pedagoga preventva, propicaria o discipinamento e a qualficacao técnica das criangas e dos jovens cujo destino era “evidentemente” o trabalho manual, de modo @ evitar que fossem seduzidos pelo pecado, pelos vicios, pelos crimes € pela suiversdo poltico-ideoléaica. Ademais, nas ficinas das esootas correcicnais, 0 trabalho seria o remécio adequado para combater aqueles desvios, caso as criancas e os jovens |é tivessem sido vitimas das infuencias nefastas des ruas (CUNHA, 2000, p. 42). Observamos que historicameente foi instaurada para um pilblico que estava margem da sociedade, excluidos e nevessitando de uma oportunidade. Ao refletimos sobre 0 trabalho é essencial recordar que ao longo da histéria da humanidade ele recebeu uma carga negativa, pois relembrava a escraviddo, enquanto que para a nobreza o tempo era ocupado com 0 écio, as artes, outras atividades. Em linhas gerais, 0 trabalho manual, bragal absorvia um preconceito ainda maior, pois 0s trabalhos manufatureiros eram ligados ao regime escravista, enquanto que o trabalho intelectual deveria ser reservado aos filhos da elite através da Educaco Superior. E notavel que jé havia uma diviso social do trabalho e uma dualidade estrutural da educago. Neste sentido, persistem marcas na Educaco Profissional indicando que deve ser destinada para a classe trabalhadora com ocupagdes mais subservientes, enquanto que a Educagao Superior deve ser destinada para a elite no planejamento ¢ gestdo, Realizar a extingao dessas diferencas, superar este estigma, desmistificar tals indugdes e democratizar © acesso € a liberdade para cada cidadéio escolher seu percurso formativo é nosso dever. Dando continuidade ao percurso histérico, em 1937, as Escolas de Aprendizes Artfices foram transformadas em Liceus recebendo um sensivel aumento nos investimentos da Educacao Profissional. Posteriormente, com a promulgagao da Lei Organica do Ensino 113] Trabalho & Educagao | v.29 |n.2 | p.16-28 | maio-ago. | 2020 Industrial em 1942, os Liceus passaram a ser Escolas Industriais demonstrando uma grande alteracao* Neste mesmo ano de 1942, foi criado através do decreto-ei n.° 4.048, o Sistema S, por meio do ento presidente Getulio Vargas’. Estas organizagdes surgiram para atender a uma necessidade premente: a formacdo de profissionais qualticados, geralmente concretizadas pela parceria do sistema puiblico com a sociedade civil e seus entes privados. Ja, na ocasido, estava claro que sem Educacao Profissional nao haveria desenvolvimento para o Pais. Neste sentido, ha um debate grande em tomo da colaboragao, ou nao, dese sistema para a qualificagdo dos trabalhadores em diferentes setores, por haver um tensionamento pela disputa de recursos piblicos, por um sisterna de organizago privada. Com base na Lei n° 4.759, de agosto de 1965, as Escolas Industrials foram transformadas em Escolas Técnicas Industriais, a situagdo demandava uma ampliacdio da demanda, um profissional mats qualificado e especializado, atraindo assim jovens de todas as camadas socials. Por meio da Lei n° 8.948, de 08 de dezembro de 1994, iniciou-se novo proceso de mudanga com consolidagao de uma nova fase, dada pelo Decreto de 13 de noveribro de 2002, implantando os Centros Federais de Educacao Tecnolégica (CEFET), com a chegada dos cursos de Educagao Tecnolégica de Nivel Superior. Com esses cursos, um salto histérico ocorre com a Lei n? 11.892, de 20 de dezembro de 2008, ao apresentar ao pais uma nova arquitetura: os Institutos Federais de Educagao, Ciéncia e Tecnologia (Fs). Tais espagos possuem novo aranjo em sua institucionalidade, contemplando a articulagdo entre Educacdo Superior, Educagao Basica e Educacao Profissional, em carater pluricurricular e com miitiplos campi, comprometides com a verticalizagao do ensino, permeado por pesquisa e extensao e preocupacdo com o desenvolvimento local e regional. O investimento realizado no Ambito federal nesta modalidade de ensino e com estas instituigdes inovadoras é incomparavel e sem precedentes anteriores na historia da Educagao Profissional e Tecnolégica do pais. Cabe observar que segundo publicagao da Secretaria de Educagao Profissional e Tecnoligica (SETEC)’ em praticamente um século, de 1909 até o ano de 2002, havia 140 campi, em 120 municipios brasileiros. De 2003 até 2017, tiltimo ano da gestdo presidencial do Partido dos Trabalhadores, havia 644 campi, representando um crescimento exponencial de unidades, de matriculas nesta modalidade, no numero de servidores e de acesso interiorizado a educacéo publica, gratuita e federal A expansdo da Rede Federal de Educacao Profissional, Cientiica e Tecnolégica demonstrou um crescimento exponencial € propiciou maior acesso @ Educacao Profissional e Tecnoldgica pliblica, demonstrado em ampliago do nimero de municipios atendidos, matriculas efetivas de estudantes e numero de servidores (as). * Emporanio moncionarquo ale Orgnca do Ensino industria (1042 cetominava que. canddstrados concurs dos cuss tS Indus, ag coes e cerca, ssi como dos casos noms, fows esta ds crores dete relaconerss com acu. * 0 respoctvo stoma cortama0 Sonica Nacional de Aprenczagom Industral (SENAI)—ctado em 1942, Senigo Socal da ndistia (SES) ~ciado a 1948 Serviga Napena de Aendiagem do Camere (SENAC) - cid am 1046, Sanigo Sacel do Caméroo(SESC) = onodo em 1846, Senvga Recon oe Aprendizagem do Cooper (SESCOOP) ~ onado em 1985, Serago Nacional de Agrencizocern Rural (SENAR)~ lado em 1981, Seo Sobel de Trespate (SES ¢ Servgo Neconel de Axendzagem do Transperis (SENAT) ambos cad em 1003 ¢ Savio Braslore do Apoe 2s Niro e Pequones Empresas (SEBAAE) nado em 1972 ® eramelores esdereomerios demos oenereg enc, a Segui

You might also like