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BOY SUSU UMSUYYUoYW PS Be BS py pe 5 weew we Durval Checchinato Psicandlise de pais Ceianga, sincoma dos pais Epiror José Nazar Freud oe eR Re ty @ A relacao triangular ‘Caminante son rus huellas El camino y nada més. Caminante, no hay camino, se hace ‘Camino al andae, See ber renner para gue 0 ilbos jam. Mois piepergumar serps aig da ang, Commo _ | dizer que, como seres de palavra, remos de levar a sétio as palavees. Uma o> coisa ¢ a mensagem (a “ordem’, o “verbo”, dirla Heidegger) que a palavra “pai” porcae outra a que “amigo” transmice. Os psicanalistas prvilegiam as Palavras, porque sabem que sio elas que deverminam (“sobredeterminam”) © sujeito, Ser filho néo é a mesma coisa que ser pai, mas é indicative de ua lagi ie, elds por uma tarsi patent! eaten inconsciente. Ser pai e ser mie é set pai e ser mie, como ser filho ser filho. Quura é a relagéo de amizade, aquela que solda arelagio entre pessoas que | ‘io sio do mesmo parentesca. Isto posto, peaso que a telagio eal x fo ou te THbo @ ema elaio triangular. A rag ente amiga € STEIN" 4 Essas relagbes no podem ser misturadas, pois teriam sérias conseqigncias ) i para ofilho, ' Na literatura psicanalitica, € muito comum essa denominagéo da relagdo de pase filhos como uma relagio triangular. Freud, Lacan, Win- nicort, Dolio ¢, sobretudo, Maud Mannoni empregam essa denominacio fieqiientemente. Hoje, penso que hi razses fortes para 0 empzego do i ‘witngulo na iguragio dessa celacio, Trata-e de uma mecéfora feliz, aque : melhor exprime a extrucua edipica em jogo no desenvolvimenta humane. Iniciemos pela representagdo da sucessio familie, Na verdade, vivemos ‘muito pouco tempo neste mundo, Normalment,trata-sede us gragbes 08 av6s, 08 pais eos filhos. Propomos a seguinte guracdo POCOCHOSLSNCHLlI OS 0G G00 FOCSI99090900000090090005 * Pstcanduse ox ats Filho ha Mie NOW Fai Macdo Expos, Filo Fhe Pai Mie Pal Mie ‘ Dus familias dio origem 2 uma terceira. As barras nos tiingulos das familias de origer, assim como as flechas que assinalam a emigresio dos flhos para a fundacio da txcera Familia, indica os cores a perda de osicdo necessitia para que a terceira familia se constitua, Esse modelo é apenas um grfico da consttuigio familiar em geal, Mas pode ser aplicado 12 clinica, levando em conta o real de cada fami, isto &, ele pode e deve set adaptado 3 singulazidade de cada familia, Exemplos: = Nea fguagi,podemot espera ques foemacSo Pa Mic dicen fant Bgueceimentecompromei, Mande spots pit ov pide aoa fl io dena a ponics il Fina defilnoetenam vive smalaneamente Blan, eanments ea punrlidade PuiMue Pulte mn Pai Fito = Netacsampa,a formas deci fi ce his SPPMCImpedid plo no-ored pon emis) Feipors ami de oie. 0 mari censepue ve Fitog—B Sri libea Maca ailde Fal tae A weuacho TRIANGULAR 9s = Nese epresentagio, a formasio da esc tho 1 fafa poder Rar comprometida pelo Esposs__nfo-corte do marido (e pa) com fama. Bi Ae oxiger, Sé a esposs far 0 core Marido Fh Fuh. Pai Mie Pai Mae sho 1 Nese model, trata-se de uma mie fore, domine- dors, cuo dominio vai repereui até na educagio do reco, Camino abert 4 neurose obvesiva, ou quicd 3 Pa Mie romossemulidade masclina. Marie! Esposa iho iba Pai Mie Pai Mae tho = Aqui, o pai imprime ums oniprereng penota, que val ada eer geragfo,Possvelmenceabre-se sia de uma parensia no ilhos(Scherebe) ou, pelo menas, deus Pa Mie superego violent sendo arrastdor, ou tlver a condigio Mario $—$Espox da homossenuaidade ferinins, Filho ihe Pai Mie Pai Me Basi por diante, Gostaria de observar que o que caracteriza o cinco iltimos esquemas € que, no havendo “corte” com a familia de origem, normalmente eles seriam indicativos de que a conjugalidade fica invidvel,simplesmente impos- sibiltada. A conjugalidade para 2 psicandlise 6 & possivel se for sustentada pelo desejo do outro cdnjuge. Ora, nesses esquemas, nfo hé ou hé pouca possibilidade de que iso ocorra, pos e trata de casamentos sintométicos. (© mesmo se diga sobre a parentalidade, aquela que seria propria 20 casal 8 acasteacéo liberta, $6 ela produz subjetividade. 36 Psyeandutse De rae ‘Uma segunda observasio, € que a nosio de familia em psicanlise v/s ligada &estrucua de fan lca. Nem Falla bloges nem 7 Familia soctoldgica ou etnolégica. Mesmo que as formas de familia mudem, ‘como ocorreu com a familia patriaseal na segunda metade do século XX, as fungbes de pai e de mie (nao necessariamente biolégicos) vio continuar sempre. A funglo paterna (o nome-do-Pai) éabsolutamente necesséia para ‘a Que castragio (simbélica) se opere. Como diz Dolto: Tad substivuigtio da fungi do pai pela mie ¢ patogénica, seia porque a mae decrete o pai insuf- ciente, colocando-se em seu lugar, sea porque ele exteja ausente ou ela ndo se refira ao desejo dele E. para que a castracio atue basta “um” pai que @ mie ineerponha na relagio dela com acrlanga, O que écondiclo sine qua non € que 2 ctianca permaneca na posicio terceira, jamais dual, pois no hd pos- bilidade de subjetividade humana sadia sem ela. Do mesmo modo, por mais que variem os habitos e costumes entre os homens eentreas mulheres, ambos estdo irremediavelmente divididos pela operacéo de dois discussos {que 0s separam: o que se escreve do lado do homem nio se escreve do lado da mulher, Divisio benfazeja, porque sustenta as difecencas, E sempre a castagio que opera a normalizasdo. Insisto, essas ilusttagbes podem e devem ser refeitas em fungio da subjetividade de cada paciente ou de cada casal. Sé assim elas podem ser tiseis: meras metéforas que tentam ilustrar a situacdo edipica da historia familiar Elas nfo cém outro valor que simplesmente ilutragio. Néo sio prova de nada nem orientagéo de ninguém. Pretendem téo-somente situar © easel ou 0 sujeto na trama edipica. Com base nessa relacéo estrutual singularizada segundo o discurso do paciente ou dos pais, 2 transferéncia com o psicanalista se implanta e 0 trabalho analitico pode ser encetado. Alii, difcilmente isso deixa de aconteces,jé que 0s sencem verdadeiramente escutados, Vale aqui a observagio de Lacan: Serie melhor, pois, jogar exe exquee ‘ma no liso se ele deve, & fipto de santos outros, ajudar quem guer gue seja ‘esquecer numa imagem intuitiva a andlise que 0 suporta® A percepcéo nio pode eclipsar aestrutura nem o simbélico se omitir na interdigéo da capeura imagindsia. A relagio tiangular entre pais efilho, a que estrucura&reasio edipica, repito, ¢ aquela que propicia um desenvolvimento subjetivo sadio equilibrado para a crianga. ou 0 paciente se pees A RELAcKo TRIANGULAR 7 Primeiramente, tendo em vista a prematusidade do ser humano, sua Hilfosighit, ito 6, seu desamparo, sua dependéncia, sua incapaci- dade de se ajudar, hd algo que fica claro: erianga de uma base firme e constante para se desenvolver. Homem ou mulher, ela necessta tanto de mie quanto de pal. Quando ambos assumem a crianca, ela se sente amparada, protegida e chamada a iniciar sua caminhada neste mundo, Figuremos essa relagio: ? M Esea relagio, que supomos ideal, propici &crianga um deseavovi- ‘meno normal, isto é a assungio de sua diferenga sexual numa subjetvidade cada vez mais integrativa do Fanemelt edo Unuel. A criangulasso precisa sempre ser preservada, mesmo na auséncia e até na caréncia de um dos sgenicores, caso contritio, a normetizagio da criangaficaria comprometida. Figuremos: 2 « ™ 7% (Aqui filaa mse) (Agu ie pad E claro quca presenge isis dos genitores €0 deal par acrianga, Mas, faleando um deles igulos hachurados), importa que o genitor presente se ‘cf copsaatmenea sunt ou creme Tite deluge) ado pai ea da me, as quals se achega pela palavra, Ambasinconfundivels ¢ insubsticuveis. Fea, pois, excluida 2 iia de papel, que é um conceito athe A psicandlise SONTOSSCHOTINNONDOTOBO9OD vy Pstcandtise oe rass No inicio da vida, a crianga depende mais da mie do que do pai: « ligago placentti,olete materno, os cuidados de higiene. Masa preenga do pai como rerceiro na telagdo mie x filho jf é principio de castragio, de liberdade subjeciva da crianga, A medida que a crianga se desenvalve, temos | sno choro dos eit meses diane de estranhos.o-mamentade meleniagio _do.neurocixo dorsal, 0 primeiro sinal inequivoco de que a crianga “conbece” ua mie € seu pal como pessoas de refencia afeiva e constante. Quando 4 presenga ea auséicia de ambos se alternam, isso faculta & ctianca a sim- bolizacio da falta, principio-que fiundamenta a passagem para um ser de de58}6, 15 E, um sujeito. Desde o inicio da vida, em que pese a présenca | mais continua da mie, & importante que se faculte ese ‘garanta & crianga, cefetivamente, a posigdo terceira na relasio parental. © fato de ser conti- | nuamente nomeada jé a convoca para que ocupe este lugar terceiro. Uma | telagdo ideal entre pais e filho seria uma relaglo triangular isdsceles, em que actianca pudesse deles se afastar para fazer sua caminhada no mundo, retirando-se de ambos num distanciamento eqiidiscance. E claro que falamos de ums hip6tese jamais possivel de ser realizada, uma vex que o ser humano € sempre inico e jamais redutivel a uma fSrmula ou a uma tinica representagio, Mas isso nio é de todo impensével e, mais ‘que sso, € muito desejvel. Ua crianga, seja homem ou mulher, que possa ‘usufruir da oportunidade de contar com tais pais, pais que constantemente ‘se esforcem para preservar essa relagio, cercamente, tem mais probabilidade de se notmalizar na assungio de sua diferenga sexual ede sua subjetvidade. Francoise Dolto confirma essa concep quando diz: Em sums, a rituapto particular de cada ser bumiino em sua relago trian gules reel eparticular, por delorosa que sja ou ene side, conforme on no a uma norma scl, € tnic, 1 nao for camuplada ow eruncada nas palavras, que ¢ formadora de uma pesoa s& em sua realidade pi. quice, dintmics, orienteda para wm fururo em aberto. Nessa sitwaséo sriangular osujeito, sia qual for, conserbise com base em sua exstincia inicial, no dia em que ele a concebe, sobre sua inexinoncia ou exietincia Presensificadas na seqitncia de sua pequena ou grande infércia por reus verdadeiro:genitores 999000000009000900999 A netasio Tiantoutan ” E intezessante notar esta Ultima designacio: “verdadeiros genicores" Entendo “verdadeiros” como des fc “deverdade”, fceram ‘ opgi de serem pais e de arcarem com as conseqiiéncias dessa escolhe. Os filhos cém uma percepgio aguda de veidads Bu no verdade dessa apcio,. Essa relagio poderia ser figurada desta mancira: ' ; A, A. P (és) M P (nds) M HAGE iicagdes clincas para propiciar um desenvolvimento hacmo- nigga para.acrianga.Primeio, é preciso que a funsio da base do tiingulo sea, :tantida por ambos os genitores ou que eles exeramn esa funclo. Essa base é

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