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5, Periodo da Organogénese: Da Quarta 4 Oitava Semana Fases do Desenvolvimento Embrionario,74 Dobramento de Embrilo,74 Dobramento do Embriao no Plano Mediano,74_ Dobramento do Embriao no Plano Horizontal,74 Derivados das Camadas Germinativas,76 Controle do Desenvolvimento Embrionario,76 Principais Eventos da Quarta a Oitava Semana,50 Quarta Semana,80 Quinta Semana,84 Sexta Semana, Sétima Semana,87 Oitava Semana,90 Estimativa da Idade do Embriao,92 Resumo da Quarta Oitava Semana,94 Questées de Orientacao Clinica, 94 Todas as principais estruturas internas e externas se estabelecem da 4° a 8* semana. No final deste periodo, os principais sistemas de érgaos ja comecaram a se desenvolver; entretanto, o funcionamento da maioria deles é minimo, com excecao do sistema cardiovascular. Com a formagao dos tecidos e 6rgaos, a forma do embriéo muda, e, no final da oitava semana, o embrido apresenta um aspecto nitidamente humano. Como os tecidos e érgaos estao diferenciando-se rapidamente durante o periodo da 4° 4 8* semana, a exposi¢aio de embrides a terat6genos durante este perfodo pode causar grandes anomalias congénitas. Teratégenos sao agentes, como drogas e virus, que produzem ou aumentam a incidéncia de anomalias congénitas (Capitulo 20). FASES DO DESENVOLVIMENTO EMBRIONARIO O desenvolvimento humano pode ser dividido em trés fases, que apresentam uma certa inter-relagao: + A primeira fase do desenvolvimento é a do crescimento, que envolve divisdo celular e a elaboracao de produtos celulares. + A segunda fase do desenvolvimento é a da morfogénese (desenvolvimento da forma, do tamanho ou de outras caracteristicas de um érgaéo em particular ou parte do corpo). A morfogénese é um processo elaborado durante o qual ocorrem muitas interacées complexas, em uma sequéncia ordenada. O movimento das células possibilita a elas interagir umas com as outras durante a formagao dos tecidos e érgaos. + A terceira fase do desenvolvimento é a da diferenciagéo (maturagiéo dos processos fisiolégicos). O término da diferenciagao resulta na formagao de tecidos e érgios capazes de executar funcées especializadas. DOBRAMENTO DO EMBRIAO. Um importante acontecimento no estabelecimento da forma do corpo é o dobramento do disco embrionario trilaminar plano em um embriao mais ou menos cilindrico (Fig. 5-1). O dobramento se da nos planos mediano e horizontal e é decorrente do rapido crescimento do embriao. A velocidade de crescimento nas laterais do disco embrionario néo acompanha o ritmo de crescimento do eixo maior enquanto o embriao aumenta rapidamente de comprimento. O dobramento das extremidades cefalica e caudal e o dobramento lateral do embriao ocorrem simultaneamente. Concomitantemente, a jungao do embrido com 0 saco vitelino sofre uma constrigao relativa. IFIGURA 5-1 [Desenhos ilustrando 0 dobramento de embrides durante a quarta semana. A 4, Vista dorsal de um lembritio no comeco da quarta semana. Sao visiveis trés pares de somitos. A continuidade do celoma lintraembriondrio com o celoma extraembriondrio ¢ ilustrada no lado direito pela remocao de umal parte do ectoderma e do mesoderma do embrio. By, C e Dy, Vistas laterais de embrides com 22, 26 le 28 dias, respectivamente, Ag a Dp, Secgdes sagitais do plano mostrado em Ay, Az a D3, Seccdes ltransversais nos niveis indicados em Aq a Dy. Dobramento do Embriao no Plano Mediano O dobramento ventral das extremidades do embriao produz as pregas ceflica e caudal, que levam as regides cefilica e caudal a se deslocarem ventralmente, enquanto o embriao se alonga cefélica e caudalmente (Fig. 5-1 A .aD.,). Prega Cefélica No inicio da quarta semana, as pregas neurais da regiao cefdlica tornaram-se mais espessas, formando © primérdio do encéfalo. Inicialmente, o encéfalo em desenvolvimento se projeta dorsalmente na cavidade amnictica. Posteriormente, o encéfalo anterior em desenvolvimento cresce em diregao cefalica, além da membrana bucofaringea, e coloca-se sobre o coragéo em desenvolvimento. Simultaneamente, 0 septo transverso, 0 coracio primitivo, 0 celoma pericdrdico e a membrana bucofaringea se deslocam na superficie ventral do embrido (Fig. 5-2). Durante 0 dobramento longitudinal, parte do endoderma do saco vitelino é incorporada no embrido, formando o intestine anterior (primérdio da faringe, do eséfago etc.; Capitulos 11). O intestino anterior situa-se entre 0 encéfalo e o coragdo, e a membrana orofaringea separa o intestino anterior do estomodeu (Fig. 5-2 ©). Depois do dobramento, 0 septo transverso situa-se caudalmente ao coracdo, onde, subsequentemente, se desenvolve em tendao central do diafragma (Capitulo 8). A prega cefélica também influencia a formagao do celoma embrionario (primérdio das cavidades do corpo). Antes do dobramento, o celoma é uma cavidade achatada, em forma de ferradura (Fig. 5-1 ,). Depois do dobramento, o celoma pericardico localiza-se ventralmente ao coragao e cefalico ao septo transverso (Eig. 5-2.C). Neste estagio, o celoma intraembrionario comunica-se livremente, por ambos os lados, com o celoma extraembrionario (Fig. 5-1 A , e Fig. 5-3). IFIGURA 5-2 [Dobramento da extremidade cefalica do embriao. A, Vista dorsal de um embrido de 21 dias. B,| ISecc&o sagital da parte cefalica do embrido no plano mostrado em A. Observe o deslocamento lventral do coracao. C, Seccao sagital de um embriao de 26 dias. Note que o septo transverso, o Icoracao, 0 celoma pericérdico e a membrana bucofaringea se deslocaram para a superficie ventral do jembriao. Observe, também, que parte do saco vitelino foi incorporada ao embrido como intestino, anterior. Borda cortada do armnio. Encéfalo ‘anterior \ itt Pediculo — ‘ao emrito Corecio Saco ~~ in weir Comunicapéo entre o celoma intraemibrionéro eo calema A ‘xtraembrionaio Tubo neural Canal pericardioperitoneat / Aottas dorsais Cavidade ~ peroneal Estomodeu {boca} yf ‘Comunicagao entre 0 coloma ‘Cavidade pericarcica[ Intraeibrionéro e o celoma g Septo raneyero fextaembrionaio IFIGURA 5-3 [Desenhos ilustrando 0 efeito da prega cefalica sobre o celoma intraembrionario. A, Vista lateral de} lum embrido (24 a 25 dias) durante o dobramento, mostrando o grande encéfalo anterior, a posi¢ao| lventral do coragao e a comunicagao entre as partes intraembrionéria e extraembrionaria do celoma, IB, Desenho esquematico de um embrido (26 a 27 dias) depois do dobramento, mostrando a cavidade pericardica, ventralmente, os canais pericardioperitoneais dispostos dorsalmente em ambos os lados| do intestino anterior e o celoma intraembrionario em comunicagao com o celoma extraembrionario. Prega Caudal O dobramento da extremidade caudal do embriao resulta, basicamente, do crescimento da parte distal do tubo neural — primérdio da medula espinhal (Fig. 5-4). Com o crescimento do embriao, a eminéncia caudal (regiio da cauda) se projeta sobre a membrana cloacal (futura regio do anus). Durante o dobramento, parte da camada germinativa endodérmica é incorporada ao embriao, formando 0 intestino posterior (primérdio do célon descendente). A porcéio terminal do intestino anterior logo se dilata levemente e forma a cloaca (primordio da bexiga e do reto; Capitulos 11 e 12). Antes do dobramento, a linha primitiva situa-se cranialmente 4 membrana cloacal (Fig. 5-4 B); depois do dobramento, ela assume uma posigao caudal (Fig. 5-4). Opediculo do embriao (primérdio do cordo umbilical) prende-se a superficie ventral do embridio, e a alantoide — um diverticulo do saco vitelino — é parcialmente incorporado ao embriao. Tietosorch vO Medua espintal on ‘desonvahirarto. closes Imegieo Lina panive y Covicado armiotia Membraa cleacal SRO Nee A e Pedeuto Two Lh co embio rowel —prinitve Momérana deat |FIGURA 5-4 [Dobramento da extremidade caudal do embriao. A, Vista lateral de um embriao de 4 semanas. B,| ISeccao sagital da parte caudal do embriao no inicio da quarta semana. C, Seccdo semelhante no fim| |da quarta semana. Note que parte do saco vitelino foi incorporada ao embriao, formando o intestino| lposterior, e que a porgao terminal do intestino posterior dilatou-se, formando a cloaca. Observe, ltambém, a mudanca de posicao da linha primitiva, do alantoide, da membrana cloacal e do pediculo jdo embriao. Dobramento do Embrido no Plano Horizontal O dobramento lateral do embriao leva a formacao das pregas laterais direita e esquerda (Fig. 5-1 A ,.a D_,). O dobramento lateral é resultado do rapido crescimento da medula espinhal e dos somitos. Os primérdios da parede ventrolateral dobram-se em diregao ao plano mediano, deslocando as bordas do disco embrionério ventralmente, formando um embriao grosseiramente cilindrico. Com a formagao das paredes abdominais, parte da camada germinativa endodérmica é incorporada ao embriao, formando ointestino médio (primdrdio do intestino delgado etc.; Capitulo 11). Entretanto, inicialmente ha uma ampla comunicagio entre o intestine médio e o saco vitelino (Fig. 5-1 A ,), mas, depois do dobramento lateral, esta comunicagao é reduzida, formando o pediculo vitelino (Fig. 5-1.C .). A regido de ligagdo do amnio com a superficie ventral do embriao fica, também, reduzida a uma regio umbilical relativamente estreita (Fig. 5-1 D , eD_,). Com a transformagao do pediculo do embriao no cordao umbilical, a fusdo ventral das pregas laterais reduz a regiao de comunicagao entre as cavidades celémicas intraembriondrias e extraembriondrias a uma comunicagao estreita (Fig. 5-1 C ). A medida que a cavidade amniética se expande e oblitera a maior parte do celoma extraembrionario, o Amnio passa a formar o revestimento epitelial do cordao umbilical (Fig. 5-1 D ,). DERIVADOS DAS CAMADAS GERMINATIVAS As trés camadas germinativas (ectoderma, mesoderma e endoderma), formadas durante a gastrulagao (Capitulo 4), dao origem aos primérdios de todos os tecidos e érgaos. Entretanto, a especificidade das camadas germinativas nao é rigidamente fixa. As células de cada camada germinativa se dividem, migram, se agregam e se diferenciam seguindo padres bastante precisos ao formar os varios sistemas de érgios (organogénese). Os principais derivados das camadas germinativas s4o os seguintes (Fig. 5- 5): \ rates opti de % e LPF crssesc i Sees ~ & = + nae ¥ vn ome N |FIGURA 5-5 [Desenho esquematico ilustrando os derivados das trés camadas germinativas: ectoderma, endodermal je mesoderma. As células destas camadas contribuem para a formacio de diferentes tecidos e 6rgaos; por exemplo, o endoderma forma o revestimento epitelial do trato gastrointestinal, e o mesoderma da jorigem aos tecidos conjuntivos e miusculos. + Oectoderma dé origem ao sistema nervoso central (SNC), ao sistema nervoso periférico, aos epitélios sensoriais de olho, orelha e nariz, a epiderme e aos seus anexos (pelos e unhas), as glandulas mamérias, a hipéfise, as glandulas subcuténeas ¢ ao esmalte dos dentes. As células da crista neural, derivadas do neuroectoderma, dao origem as células dos ganglios espinhais, do cranio (nervos cranianos, V, VII, IX e X) e ganglios auténomos; as células que formam as bainhas do sistema nervoso periférico; as células pigmentares da epiderme; aos tecidos musculares, tecidos conjuntivos e ossos que se originam dos arcos faringeos; & medula da suprarrenal e as meninges (coberturas) do encéfalo e da medula espinhal. + Omesoderma da origem ao tecido conjuntivo; cartilagem; osso; musculos estriados e lisos; coragio, vasos sanguineos e linfaticos; rins; ovarios e testiculos; ductos genitais; membranas serosas que revestem as cavidades do corpo (pericardica, pleurais e peritoneal); 0 baco; e ao cértex das suprarrenais. + Oendoderma da origem ao revestimento epitelial dos tratos gastrointestinal e respiratério, ao parénquima das tonsilas, das glandulas tireoide e paratireoides, do timo, do figado e do pancreas, ao revestimento epitelial da bexiga e maior parte da uretra e ao revestimento epitelial da cavidade timpanica, do antro do timpano e da tuba faringotimpanica (auditiva). CONTROLE DO DESENVOLVIMENTO EMBRIONARIO O desenvolvimento resulta de planos genéticos nos cromossomos. O conhecimento dos genes que controlam o desenvolvimento humano esta aumentando. A maior parte das informagGes sobre os processos do desenvolvimento é originada de estudos com outros organismos, especialmente a Drosophila (mosca da banana) e camundongos, em decorréncia dos problemas éticos associados ao uso de embrides humanos em estudos experimentais. A maior parte dos processos de desenvolvimento depende de uma interacéio coordenada e precisa de fatores genéticos e ambientais. Varios mecanismos de controle, como interagdes entre tecidos, migragaéo regulada de células e colénias celulares, proliferago controlada e a morte celular programada, orientam a diferenciacdo e garantem o desenvolvimento sincrénico. Cada sistema do corpo possui seu préprio padrao de desenvolvimento. O desenvolvimento embrionario é, essencialmente, um processo de crescimento e de aumento crescente da complexidade estrutural e funcional. O crescimento é alcangado por meio das mitoses (reprodugao somatica das células), em conjunto com a producao de matrizes extracelulares, enquanto a complexidade é alcancada por meio da morfogénese e da diferenciagao. As células que constituem os tecidos dos embrides bem iniciais sao pluripotentes, e, sob diferentes circunstancias, sao capazes de seguir uma ou mais vias de desenvolvimento. Este amplo potencial de desenvolvimento torna-se progressivamente mais restrito quando os tecidos adquirem as caracteristicas especializadas necessarias para aumentar sua sofisticagao estrutural e funcional. Tal restrigaéo pressupde que as escolhas devam ser feitas ordenadamente para atingir a diversificacio tecidual. No presente momento, a maioria das evidéncias indica que estas escolhas sio determinadas no em consequéncia da linhagem celular, mas como uma resposta a indicacées do ambiente imediatamente circundante, incluindo os tecidos adjacentes. Disto resulta que a precisdo e a coordenagao arquiteturais que frequentemente séo necessdrias para a funcéo normal de um érgao parecem ser alcancadas pela interagao de suas partes constituintes durante o desenvolvimento. A interagao dos tecidos durante o desenvolvimento é um tema recorrente na embriologia. As interacées que levam a mudangas no curso do desenvolvimento de pelo menos um dos interagentes sdio denominadas indugdes. Numerosos exemplos de interacées indutivas podem ser encontrados na literatura. Durante o desenvolvimento do olho, por exemplo, acredita-se que a vesicula dptica induza o ectoderma da superficie da cabega a se diferenciar no cristalino. Na auséncia da vesicula éptica, 0 olho nao se forma. Além disso, se a vesicula dptica é removida e colocada em associagaéo com o ectoderma de uma superficie normalmente nao envolvido com o desenvolvimento do olho, é possivel induzir a formagao do cristalino (Fig. 5-6). Portanto, é evidente que o desenvolvimento do cristalino depende da associagao do ectoderma com um segundo tecido. Na presenga do neuroectoderma da vesicula éptica, © ectoderma da superficie da cabeca adota uma via de desenvolvimento que, de outro modo, néo adotaria. De maneira semelhante, muitos dos movimentos morfogenéticos dos tecidos que desempenham papéis to importantes na modelagem do corpo do embriao sao responsdveis também pelas mudangas nas associagées teciduais, fundamentais para as interagées indutivas entre tecidos. Mesénquima Enodfalo anterior fi ‘Vesicula do S crstaline induzida emiccal anormal Calice ‘ptico Induzido Padiculo Sptico Ves{cula do ctisatino ~"em local normal (cristalino em desenvolvimento) Ecioderma da supericie alice oprico |FIGURA 5-6 Secgaio transversal esquematica da cabeca de um embrido, na regio dos olhos em desenvolvimento, la fim de ilustrar a interagdo indutiva dos tecidos. No local normal ( direita inferior), observe que a lvesicula éptica, precursora do célice éptico, agiu sobre o ectoderma da superficie da cabeca para linduzir a formagdo da vesicula do cristalino, primérdio do cristalino. No lado oposto, o pediculo| léptico foi cortado e a vesicula éptica foi removida. Como resultado, nenhum cristalino placoide |(primeira indicacao do cristalino) foi formado. No local anormal ( direita superior), a vesicula éptica lremovida do lado esquerdo foi inserida sob a pele. Neste local, ela agiu sobre o ectoderma da lsuperficie para induzir a formagao da vesicula do cristalino que induziu a formagao de um calice léptico (primérdio do globo ocular). O fato de um tecido poder influenciar a via de desenvolvimento adotada por outro tecido pressupde a passagem de um sinal entre os dois interagentes. A andlise de defeitos moleculares em cepas mutantes mostrando interagées teciduais anormais durante o desenvolvimento embriondrio e os estudos do desenvolvimento de embrides com mutacées genéticas direcionadas comecaram a revelar os mecanismos moleculares da indugdo. O mecanismo de transferéncia do sinal parece variar de acordo com 0s tecidos especificos envolvidos. Em alguns casos, 0 sinal parece ser uma molécula difusivel, como 0 sonic hedgehog, que passa do tecido indutor para o tecido-alvo (Fig. 5-7.A). Em outros, a mensagem parece ser mediada por meio de uma matriz extracelular ndo-difusivel secretada pelo tecido indutor e com a qual o tecido-alvo entra em contato (Fig. 5-7 B). Ainda em outros casos, o sinal parece requerer a ocorréncia de contato fisico entre os tecidos indutor e alvo (Fig. 5-7 C). Qualquer que seja o mecanismo de transferéncia intercelular envolvido, 0 sinal é traduzido em uma mensagem intracelular que influencia a atividade genética das células-alvo. IFIGURA 5-7 |Esquemas ilustrando trés métodos possiveis de transmissdo de substancias sinalizadoras nas) jinteragées celulares indutivas. A, Difusdo de substancias sinalizadoras. O sinal parece assumir a| forma de uma molécula difusivel que passa do tecido indutor para o alvo. B, Interagdo mediada pelal jmatriz. O sinal ¢ mediado por meio de uma matriz extracelular nao difusivel, secretada pelo indutor, Icom a qual o tecido-alvo entra em contato. C, Interago mediada por contato celular. O sinal requer| jum contato fisico entre os tecidos indutor e 0 alvo. |(Modificado de Grobstein C: Adv Cancer Res 4:187, 1956, e Saxen L: In Tarin D [ed]: Tissue Interactions in Carcinogenesis. London, Academic Press, 1972.) Estudos laboratoriais demonstraram que em algumas interacées o sinal pode ser relativamente inespecifico. Em condigdes experimentais, foi demonstrado que, em varias interacdes, o papel do indutor natural pode ser imitado por muitas fontes de tecidos heterélogos e, em alguns casos, por muitas preparagdes isentas de células. Estes estudos sugerem que a especificidade de uma dada induciio é propriedade do tecido-alvo e nao do tecido indutor, Nao se deve pensar que as indugdes sio fendmenos isolados. Frequentemente, elas ocorrem de modo sequencial que resulta no desenvolvimento ordenado de uma estrutura complexa; por exemplo, apés a inducao do cristalino pela vesicula éptica, o cristalino induz o ectoderma da superficie e 0 mesénquima adjacente a formar a cérnea. Isto garante a formagao das partes componentes com tamanho e relacées apropriados para a fungao do 6rgao. Em outros sistemas, ha evidéncias de que as interagdes entre tecidos sao reciprocas. Durante 0 desenvolvimento do rim, por exemplo, o diverticulo metanéfrico (broto uretérico) induz a formacao de tibulos no mesoderma metanéfrico (Capitulo 12). Este mesoderma, por sua vez, induz a ramificagdo do diverticulo, que resulta no desenvolvimento dos tibulos coletores e cdlices do rim. Para serem competentes em responder a um estimulo indutor, as células do sistema-alvo precisam expressar receptores apropriados para a molécula indutora de sinal especifica, os componentes de uma via de sinalizagdo intracelular particular e fatores de transcrigdo que mediarao a resposta particular. Evidéncias experimentais sugerem que a aquisicio de competéncia pelo tecido-alvo é, com frequéncia, dependente de suas interagées prévias com outros tecidos. Por exemplo, na formagao do cristalino, a resposta do ectoderma da cabeca ao estimulo dado pela vesicula dptica parece ser dependente de uma associacao prévia do ectoderma da cabeca com a placa neural anterior. ‘A capacidade do sistema-alvo de responder a um estimulo indutor nao é ilimitada. A maior parte dos tecidos indutiveis parece passar por um estado fisiolégico transitério, porém mais ou menos nitidamente delimitado, durante o qual eles sdo competentes para responder a um sinal indutor proveniente de um tecido vizinho. Como este estado de receptividade é limitado no tempo, um atraso no desenvolvimento de um ou mais componentes de um sistema interativo pode levar a auséncia de uma interacio indutiva. Qualquer que seja 0 mecanismo do sinal empregado, os sistemas indutivos parecem ter como caracteristica comum a intima proximidade entre os tecidos que interagem. Evidéncias experimentais demonstraram que as interacées podem nao ocorrer se os interagentes estiverem muito distantes. Consequentemente, os processos indutivos parecem estar limitados no espaco e no tempo. Como a inducio tecidual desempenha um papel tio fundamental em garantir a formagao ordenada de uma estrutura precisa, pode-se esperar que falhas na interagio tenham consequéncias drdsticas para o desenvolvimento (p. ex., anomalias congénitas, como a auséncia do cristalino). PRINCIPAIS EVENTOS DA QUARTA a OITAVA SEMANA As descrigdes a seguir resumem os principais eventos do desenvolvimento e as mudangas da forma externa do embrido no perfodo que vai da 4” a 8 semana. Os principais critérios de estimativa dos estagios do desenvolvimento de embrides humanos estao listados na Tabela 5-1. Quarta Semana Durante a quarta semana, ocorrem grandes mudangas na forma do corpo. No comego, 0 embriao é quase reto e tem de 4 a 12 somitos que produzem elevagdes conspicuas na superficie (Fig. 5-8 A). O tubo neural forma-se em frente aos somitos, mas é amplamente aberto nos neuroporos rostral (anterior) e caudal (posterior) (Figs. 5-8 B e Figs. 5-9). Com 24 dias, os arcos faringeos sao visiveis. O primeiro arco (mandibular) e o segundo (hioideo) esto individualizados (Figs. 5-8 C e Figs. 5-10). A principal parte do primeiro arco da origem A mandibula, e uma extensao rostral do arco, a proeminéncia maxilar, contribui para a formagao da maxila. O embrio esta, agora, levemente encurvado por causa das pregas cefélica e caudal. O coracao forma uma grande saliéncia ventral e bombeia sangue. —~ Sees. ee ans nts en rinisored 300 A tae 8 aie ~ sameg eee B Eman |FIGURA 5-8 A eB, Desenhos de vistas dorsais de embrides no inicio da quarta semana mostrando 8 e 12 pares lsomitos, respectivamente. C, D e E, Vistas laterais de embrides mais velhos mostrando 16, 27 e 33 [pares somitos, respectivamente. Normalmente, o neuroporo rostral esta fechado com 25 a 26 dias e 0} Ineuroporo caudal esta fechado no fim da quarta semana. IFIGURA 5-9 |A, Vista dorsal de um embriao de cinco somitos no estagio Carnegie 10, cerca de 22 dias. Observe as lpregas neurais e o profundo sulco neural. Na regiao cefdlica, as pregas neurais se espessaram para lformar o primérdio do encéfalo. B, Desenho indicando as estruturas mostradas em A. A maior parte |dos sacos amnistico e coriénico foi retirada para expor o embriao. C, Vista dorsal de um embriao} Imais velho de oito somitos, no estagio Carnegie 10. O tubo neural comunica-se livremente com a) jcavidade amniotica nas extremidades cefdlica e caudal através dos neuroporos rostral e caudal, jrespectivamente. D, Diagrama indicando as estruturas mostradas em C. As pregas neurais se fundiram na altura dos somitos para formar o tubo neural (primérdio da medula espinhal nesta| Iregiao). (( A eC De Moore KL, Persaud TVN, Shiota K: Color Atlas of Clinical Embryology, 2nd. ed. Philadelphia, WB Saunders, 2000.) is ant 3.800 1 IFIGURA 5-10 |A, Vista dorsal de um embriao de 13 somitos no estagio Carnegie 11, cerca de 24 dias. O neuroporo rostral esta fechando-se, mas o neuroporo caudal esta bem aberto. B, Desenho indicando as estruturas) jmostradas em A. O embriao esta ligeiramente encurvado por causa do dobramento das extremidades, |cefalica e caudal. | A, De Moore KL, Persaud TVN, Shiota K: Color Atlas of Clinical Embryology, 2nd. ed. [Philadelphia, WB Saunders, 2000.) Tr@s pares de arcos faringeos sao visiveis aos 26 dias (Figs, 5-8 D e Figs. 5-11), e 0 neuroporo rostral jA se fechou. O encéfalo anterior produz uma elevacao saliente na cabega, enquanto o dobramento do embriao Ihe da uma curvatura em C. Os brotos dos membros superiores tornam-se reconheciveis aos 26 ou 27 dias como pequenas intumesc&ncias na parede ventrolateral do corpo (Fig. 5-8 D e E). As fossetas éticas, primérdios das orelhas internas, também sao visiveis. Nos lados da cabeca sao visiveis espessamentos ectodérmicos, denominados placoides do cristalino, que indicam os futuros cristalinos dos olhos. © quarto par de arcos faringeos e os brotos dos membros inferiores so visiveis no fim da quarta semana (Fig. 5-8 £). Préximo ao fim da quarta semana, uma longa eminéncia caudal 6 uma caracteristica tipica (Figs. 5-11, Figs. 5-12 e Figs. 5-13). Rudimentos de muitos sistemas de érgios, especialmente do sistema cardiovascular, jé se estabeleceram (Fig. 5-14). No fim da quarta semana, geralmente 0 neuroporo caudal estd fechado. Feces |FIGURA 5-11 IA, Vista lateral de um embrido de 27 somitos no estgio Carnegie 12, cerca de 26 dias. O embrido lesta encurvado, especialmente sua eminéncia caudal. Observe o placoide do cristalino (primérdio do Icristalino do olho) e a fosseta dptica indicando o inicio do desenvolvimento da orelha interna. B, [Desenho indicando as estruturas mostradas em A. O neuroporo rostral esté fechado e esto presentes ltrés pares de arcos faringeos. |( A, De Nishimura H, Semba R, Tanimura T, Tanaka O: Prenatal Development of the Human lwith Special Reference to Craniofacial Structures: An Atlas. Washington, DC, National Institutes of Health, 1977.) a =a D wasiraiss time |FIGURA 5-12 IA, Vista lateral de um embrido no estdgio Carnegie 13, cerca de 28 dias. O coragio é grande e é Ivisivel sua divisio em Atrio e ventriculo primitivos. Os neuroporos rostral e caudal estao fechados. B,| \Desenho indicando as estruturas mostradas em A. O embrido tem uma curva em C caracteristica, |quatro arcos faringeos e brotos dos membros superiores e inferiores. | A, De Nishimura H, Semba R, Tanimura T, Tanaka O: Prenatal Development of the Human jwith Special Reference to Craniofacial Structures: An Atlas. Washington, DC, National [Institutes of Health, 1977.) + Hoan IFIGURA 5-13 |A, Desenho de um embrido no estagio Carnegie 13, cerca de 28 dias. B, Fotomicrografia de uma lseccao do embriao no nivel mostrado em A. Observe o encéfalo posterior e a vesicula étical |(primérdio da orelha interna). C, Desenho do mesmo embridio mostrando o nivel da seco em D. lObserve a faringe primitiva e os arcos faringeos. |( B e D, De Moore KL, Persaud TVN, Shiota K: Color Atlas of Cli [Philadelphia, WB Saunders, 2000.) ical Embryology, 2nd ed. |FIGURA 5-14 JA, Desenho de um embrido no estégio Carnegie 13, cerca de 28 dias. B, Fotomicrogtafia de umal lseccaio do embrido no nivel mostrado em A. Observe as partes do coracao primitivo, C, Desenho do Imesmo embrido mostrando o nivel da seccao em D. Observe o coracio primitivo e o estémago. |( B eD, De Moore KL, Persaud TVN, Shiota K: Color Atlas of Clinical Embryology, 2nd ed. [Philadelphia, WB Saunders, 2000.) Quinta Semana Durante a quinta semana, so pequenas as mudancas na forma do corpo em comparacéio com as que ocorrem durante a quarta semana, mas o crescimento da cabega excede o crescimento das outras regides (Figs. 5-15 e Figs. 5-16). O aumento da cabeca é causado principalmente pelo rapido desenvolvimento do encéfalo e das proeminéncias faciais. A face logo entra em contato com a proeminéncia cardiaca. O segundo arco faringeo, de crescimento rapido, cresce sobre o terceiro e quarto arcos, formando uma depressao ectodérmica lateral em ambos os lados — 0 seio cervical. As cristas mesonéfricas indicam o local dos rins mesonéfricos, que, nos seres humanos, so érgaos provisérios. eb pmoro atc trge> )) ete sara ‘sneered Feirae “Ts mua pinto Straas espa |FIGURA 5-15 IA, Micrografia eletrénica de varredura (SEM) da regiao craniofacial de um embrido humano de cerca| Ide 32 dias (estagio Carnegie 14, 6,8 mm). Estdo presentes trés pares de arcos faringeos. As| lproeminéncias maxilar e mandibular do primeiro arco estao claramente delineadas. Observe a grande boca localizada entre as proeminéncias maxilares e as proeminéncias mandibulares fundidas. B,| [Desenho correspondente 4 SEM indicando as estruturas mostradas em A. |( A, Cortesia do Professor K. Hinrichsen, Ruhr-Universitat, Bochum, Alemanha.) "es fat fon) xe, — cn 9 sree nso IFIGURA 5-16 IA, Vista lateral de um embrido no estégio Carnegie 14, cerca de 32 dias. O segundo arco faringeo| cresceu sobre 0 terceiro arco, formando a depressao denominada seio cervical. A crista mesonéfrica) indica o local do rim mesonéfrico, um rim transitério (Capitulo 12). B, Desenho indicando as| jestruturas mostradas em A. Os brotos dos membros superiores tém forma de remos e os dos, jmembros inferiores assemelham-se a nadadeiras. (( A, De Nishimura H, Semba R, Tanimura T, Tanaka O: Prenatal Development of the Human with Special Reference to Craniofacial Structures: An Atlas. Washington, DC, National Institutes of Health, 1977.) Sexta Semana Durante a sexta semana, os embrides apresentam respostas reflexas ao toque. Com o desenvolvimento dos cotovelos e das grandes placas das maos, os membros superiores comecam a apresentar uma diferenciagao regional (Fig. 5-17). Os primérdios dos dedos, denominados raios digitais, comecam a se desenvolver nas placas das maos, indicando a formagao dos dedos. Tem sido relatado que embrides na sexta semana mostram movimentos espontaneos, como contragées musculares dos membros ¢ do tronco. O desenvolvimento dos membros inferiores ocorre 4 a 5 dias depois do desenvolvimento dos membros superiores. Varias pequenas intumescéncias — as saliéncias auriculares — desenvolvem- se em torno do sulco ou fenda faringea, entre os dois primeiros arcos faringeos. Este sulco torna-se 0 meato acustico externo (canal auditivo externo), e as saliéncias auriculares em torno deste se fundem, formando o pavilhao auricular, a parte da orelha externa em forma de concha. O olho agora & bem evidente, em grande parte por causa da formacao do pigmento da retina. A cabega é muito maior com relagéo ao tronco e esté encurvada sobre a grande proeminéncia cardiaca. Esta posicéo da cabega resulta da flexao da regido cervical (pescogo). O tronco e o pescogo comegaram a se endireitar. Os intestinos penetram no celoma extraembrionario na parte proximal do cordio umbilical. Esta herniacaio umbilical é um evento normal do embriao. A herniagao ocorre porque, nesta idade, a cavidade abdominal 6 muito pequena para acomodar o rapido crescimento do intestino. sot // 8 |FIGURA 5-17 |A, Vista lateral de um embriao no estagio Carnegie 17, cerca de 42 dias. Os raios digitais sao visiveis Ina grande placa da mao, indicando o futuro local dos dedos. B, Desenho indicando as estruturas| |mostradas em A. Sao bem evidentes 0 olho, as saliéncias auriculares e 0 meato actistico externo. (A, De Moore KL, Persaud TVN, Shiota K: Color Atlas of Clinical Embryology, 2nd ed. |Philadelphia, WB Saunders, 2000.) Sétima Semana Durante a sétima semana, os membros sofrem modificagGes consideraveis. Aparecem chanfraduras entre os raios digitais das placas das méos, indicando, claramente, os futuros dedos (Fig. 5-18). A comunicagao entre o intestino primitivo e o saco vitelino esta agora reduzida a um ducto relativamente estreito, o pediculo vitelino. No fim da sétima semana, a ossificagao dos ossos dos membros superiores ja se iniciou. (ease arma exer) / Steams Po Fora Fs i pai 8 Broceroriea IFIGURA 5-18 |A, Vista lateral de um embriao no estdgio Carnegie 19, cerca de 48 dias. A auricula e 0 meato jactistico externo sao agora claramente visiveis. Note a posicao relativamente baixa da orelha neste) lestagio. Agora, os raios digitais so visiveis na placa do pé. A proeminéncia do abdome é causada principalmente pelo grande tamanho do figado. B, Desenho mostrando as estruturas mostradas em A.| [Observe a mao grande e as chanfraduras entre os raios digitais, que indicam claramente os dedos em| \desenvolvimento. (A, De Moore KL, Persaud TVN, Shiota K: Color Atlas of Clinical Embryology, 2nd ed. Philadelphia, WB Saunders, 2000.) Oitava Semana No inicio desta ultima semana do periodo embrionario, os dedos das maos estao separados, mas ainda estio claramente unidos por membranas (Fig. 5-19). Chanfraduras sio claramente visiveis entre os raios digitais dos pés. A eminéncia em forma de cauda curta estd ainda presente. O plexo vascular do couro cabeludo jé apareceu e forma faixa caracteristica que envolve a cabeca. No fim da oitava semana, todas as regides dos membros sao evidentes, os dedos ficaram mais compridos e estao totalmente separados (Fig. 5-20). Durante esta semana, ocorrem os primeiros movimentos voluntarios dos membros. A ossificacdio comeca no fémur. Todos os sinais da eminéncia caudal j4 desapareceram no fim da oitava semana. As maos e os pés aproximam-se ventralmente uns dos outros. No fim da oitava semana, o embriao apresenta caracteristicas nitidamente humanas (Fig. 5-21); entretanto, a cabeca ainda é desproporcionalmente grande, constituindo quase metade do embriao. A regiio do pescogo ja esta definida e as palpebras so mais evidentes. As palpebras esto se fechando e, no fim da oitava semana, comecam a unir-se por fusio epitelial. Os intestinos esto ainda na porcao proximal do cordao umbilical. Os pavilhées auriculares comegam a assumir sua forma final. Apesar de ja existirem diferengas entre os sexos na aparéncia da genitalia externa, elas nao sio suficientemente distintas para possibilitar uma identificacao precisa do sexo (Capitulo 12). Sree comes z |FIGURA 5-19 IA, Vista lateral de um embriao no estagio Carnegie 21, cerca de 52 dias. Note que os pés tém forma| Ide leque. O plexo vascular do couro cabeludo agora forma uma faixa caracteristica em torno da jcabega. O nariz é curto e o olho é fortemente pigmentado. B, Desenho indicando as estruturas) Imostradas em A. Os dedos da mo esto separados e os dos pés comegam a se separar. C, Embriao lhumano no estagio Carnegie 20, cerca de 50 dias pés-ovulagao, com imagem de microscopia dptica ( lesquerda) e microscopia por ressonancia magnética (MRM) (direita). Os dados obtidos de MRM| foram editados para revelar detalhes anat6micos de um plano sagital médio. |( A, De Nishimura H, Semba R, Tanimura T, Tanaka O: Prenatal Development of the Human lwith Special Reference to Craniofacial Structures: An Atlas. Washington, DC, National lInstitutes of Health, 1977; B, De Moore KL, Persaud TVN, Shiota K: Color Atlas of Clinical Embryology, 2nd. ed. Philadelphia, WB Saunders, 2000; C, Cortesia do Dr. Bradley R. Smith, Center for In Vivo Microscopy, Duke University Medical Center, Durham, North Carolina.) Q JA, Vista lateral de um embriao no estégio Carnegie 23, cerca de 56 dias. O embrido tem nitidamente| lum aspecto humano. B, Desenho indicando as estruturas mostradas em A. C, Embritio no estdgio lCarnegie 23, 56 dias depois da ovulaco, com imagem de microscopia éptica (esquerda) e Imicroscopia por ressondncia magnética (MRM) ( direita). IFIGURA 5-20 |( A, De Nishimura H, Semba R, Tanimura T, Tanaka O: Prenatal Development of the Human lwith Special Reference to Craniofacial Structures: An Atlas. Washington, DC, National lInstitutes of Health, 1977; B, De Moore KL, Persaud TVN, Shiota K: Color Atlas of Clinical Embryology, 2nd. ed. Philadelphia, WB Saunders, 2000; C, Cortesia do Dr. Bradley R. Smith, Center for In Vivo Microscopy, Duke University Medical Center, Durham, North Carolina.) Saco vin sanguinose Sirbical sarocerines |FIGURA 5-21 [Vista lateral de um embriao e seu saco coriénico, no estagio Carnegie 23, cerca de 56 dias. Observe a laparéncia humana do embrido. (De Nishimura H, Semba R, Tanimura T, Tanaka O: Prenatal Development of the Human with Special Reference to Craniofacial Structures: An Atlas. Washington, DC, National Institutes of |Health, 1977.) ESTIMATIVA DA IDADE GESTACIONAL E DO EMBRIAO Por convencio, os obstetras expressam a idade da gravidez em semanas menstruais, contando a partir do primeiro dia do tiltimo periodo menstrual normal (UPMN). Esta é a idade gestacional. A idade do embrido comega com a fecundagio ou concepcao, cerca de 2 semanas apos 0 UPMN. A ‘idade da concepgao é usada quando a data real da concepgao é conhecida em pacientes que se submeteram a fecundagao in vitro ou a inseminacio artificial (Capitulo 2). O conhecimento da idade do embriao é importante para 0s obstetras, pois isto afeta os cuidados clinicos, especialmente quando sao necessarios procedimentos invasivos, tais como amostragem das vilosidades coriénicas e amniocentese (Capitulo 6). Em algumas mulheres, a estimativa do tempo de gestagao, a partir somente da histéria menstrual, pode nao ser confidvel. A probabilidade de erro na determinagao do UPMN 6 maior nas mulheres que engravidam apés interrupgao dos anticoncepcionais orais, pois o intervalo entre a interrupgao dos horménios e o inicio da ovulagio é altamente varidvel. Além disso, um pequeno sangramento uterino, que algumas vezes ocorre durante a implantagao do blastocisto, pode ser interpretado erroneamente como uma pequena menstruagao. Outros fatores que podem contribuir sdo a oligomenorreia (menstruagao escassa), gravidez no periodo pés-parto (i. e., algumas semanas apds 0 parto) e 0 uso de dispositivos intrauterinos (DIUs). A despeito de possiveis fontes de erro, o UPMN é comumente usado pelos clinicos para estimar a idade do embriao e, na maioria dos casos, é um critério confiavel. A avaliacao ultrassonografica do tamanho da cavidade coriénica (gestacional) e de seu contetido embriondrio (Eig. 5-22) possibilita aos clinicos fazer uma estimativa precisa da data da concepgao. IFIGURA 5-22 lImagens ultrassonograficas de embrides. A, Comprimento topo da cabeca-nddegas (CR) 4,8 Imm. O embrido de 4,5 semanas esta indicado pelos cursores de medida (+). O saco vitelino esta lventral ao embrido. A cavidade coriénica aparece em preto. B, Varredura coronal de embrido de IS semanas (CR 2,09 cm). Os membros superiores sdo mostrados claramente. O embrido esta lenvolvido por um amnio delgado (A), de dificil visualizacéio. O liquido na cavidade coridnica (CC) é mais particulado do que o liquido amniético. C, Imagem ultrassonogréfica de um| lembrido de 6 semanas (8 semanas de idade gestacional). Observe o saco vitelino (SV) e o Amnio |( seta). D, Varredura sagital de um embrido de 7 semanas (CR 2,14 cm) demonstrando o olho, os membros e o quarto ventriculo ( seta) do encéfalo em desenvolvimento. ESTIMATIVA DA IDADE DO EMBRIAO, ‘As estimativas da idade de embrides recuperados apés aborto esponténeo, por exemplo, séo estabelecidas por meio de suas caracteristicas externas e medida de seu comprimento (Eig. 5-22 e Fig. 5-23; Tabela 5-1). Isoladamente, o tamanho pode ser um critério nao confiavel, pois a velocidade de crescimento de alguns embrides diminui progressivamente antes da morte. A aparéncia de membros em desenvolvimento é um critério muito Util para calcular a idade do embriao. Como os embrides na terceira semana e inicio da quarta séo retos (Fig. 5-23 A), as suas medidas indicam o maior comprimento (MC). A altura na posicao sentada, ou comprimento topo da cabega-nadegas ( crown- rump, CR), é usada mais frequentemente em embriées mais velhos (Fig. 5-23 B). Como nao ha nenhuma indicacao anatémica precisa do topo da cabeca ( crown) ou das nddegas ( rump), considera- se que o maior comprimento CR é o mais preciso. A altura de pé, ou comprimento topo da cabega- calcanhar (crown-heel, CH), 6, algumas vezes, determinada em embrides com 8 semanas. O comprimento do embriao é apenas um dos critérios para determinar a sua idade (Tabela 5-1). O Sistema Carnegie de Estagiamento de Embrides é usado internacionalmente (Tabela 5-1) e seu uso permite fazer comparagées entre os achados de uma pessoa e os de outra. IFIGURA 5-23 JEsquemas mostrando os métodos usados para medir o comprimento de embriées. A, Maior lcomprimento (MC).B eC, Comprimento topo da cabega-nadegas (CR). D, Comprimento topo da lcabeca-calcanhar (CH). TABELA 5-1 Critérios para a Estimativa dos Estagios do Desenvolvimento de Embriées Humanos. PRINCIPAIS IIDADE|FIGURA |ESTAGIO N° DE \COMPRIMENTO|c aRACTERISTICAS (DIAS) |REFERIDA|CARNEGIE|SOMITOS|(MM)* IEXTERNAS! [Disco embriondrio achatado. Isulco neural profundo e pregas l20-21 lo 1-3 1,5-3,0 lneurais salientes. Presentes de 1

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