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N° 210 — 129-1989 DIARIO DA REPUBLICA — 1 SERIE 3971 Lol n.° 91/89 40 12 de Setembro ‘utrizro 20 Governo para lgisar sobre assocagbes de municipios ‘A Assembleia da Repiiblica decreta, nos termos dos artigos 164.°, alinea e), 168.°, n.° 1, alinea 1), € 169.°, n.° 2, da Constituigao, o seguinte: Artigo unico. — 1 — Fica 0 Governo autorizado a legislar com 0 objectivo de alterar 0 regime juridico das associacdes de municipios, de acordo com os se- guintes principios: @) Obrigatoriedade de inclusdo nos estatutos quer das condigdes de admissdo de novos associados quer das condigdes de retirada por parte dos que a integram; +b) Redimensionamento da composigdo dos érgdos de forma a garantir que as associacdes até dez municipios tenham na assembleia intermunici- pal até tr8s membros por municipio, salvaguar- dando sempre a representagdo de todos os mu- nicipios integrantes, e que as associagBes com mais de dez municipios tenham na assembleia intermunicipal até dois membros por municipio, salvaguardando também a representagdo de to- dos os municipios integrantes, ¢ a garantir que no conselho de administracdo as associagdes até cinco municipios tenham trés membros ¢ que as associagdes com mais de cinco municipios te- nham cinco membros; ©) Previsdo do instituto da delegacdo de poderes; 4) Delimitagio da duraco do mandato, sempre Vinculado a exigéncia da representatividade; ©) Obrigatoriedade de confirmacdo do mandato apés a ocorréncia de eleigdes gerais nacionais para os drgdos autarquicos; DP) Possibilidade de nomeagdo de administrador- dele 8) Pos: i cursos pela prestaco de servicos a entidades di- ferentes dos associados; ‘h) Clarificagdo relativa a garantia de empréstimos com a totalidade ou parte do patriménio asso- ciativo; }) Alargamento do prazo para apresentacdo a jul- gamento das contas de geréncia; J Possibilidade de requisi¢do de pessoal a entida- des diferentes dos municipios associados, eliminando-se 0s limites temporais legais da sua duraga 2) Sistematizagao do regime jurfdico das associa- ges municipais de direito piblico num s6 di- plot ‘m) Clarificagdo do Ambito das receitas provenien- tes da administragdo central, definindo, nomea- damente, que so receitas as dotacdes, subsi- dios e comparticipacdes provenientes da administragdo central, no quadro da Lei das Fi- nancas Locais ¢ legislacdo complementar; 1n) Os estatutos das associacdes existentes A data da publicaso do diploma sero modificados em tudo 0 que for contrério ao que no mesmo se dispde, no perfodo de um ano subsequente data da publicagdo, com excepgdo do que diz respeito ao nimero de membros que compdem ‘0s conselhos de administracdo que se encontrem em funcionamento a data da publicagdo da pre- sente lei e que podem continuar com o mesmo miimero de membros que os compdem até ao termo do préximo mandato autarquico decor- rente de eleigdes gerais nacionais para os érgios das autarquias locais. 2—A presente autorizacdo legislativa tem a dura cdo de 90 dias a contar da data da sua publicacao. Aprovada em 7 de Julho de 1989. © Presidente da Assembleia da Repiiblica, Vitor Pe- rreira Crespo. Promulgada em 25 de Agosto de 1989, Publique-se. O Presidente da Repiiblica, MARIO SoARES. Referendada em 29 de Agosto de 1989. Pelo Primeiro-Ministro, Eurico Silva Teixeira de Melo, Vice-Primeiro-Ministro. Lol n.° 92/89 do 12 de Setembro ‘Autoriza © Governa a legister sobre a defnigéo « regime dos bens. do dominio piblico hitrico do Estado A Assembleia da Reptiblica decreta, nos termos dos artigos 164.°, alinea e), 168.°, n.° 1, alinea x), ¢ 169.°, n.° 2, da Constituigdo, 0 segui Artigo 1.° — 1 — Fica 0 Governo autorizado a le- sislar sobre a definicdo e regime dos bens do dominio iiblico hidrico do Estado, incluindo a respectiva ad- ministragdo ¢ utilizacdo. 2—No respeitante ao dominio piiblico maritimo, fica 0 Governo autorizado a legislar no sentido de as- segurar a coeréncia de principios e de medidas quanto & gestdo global da qualidade das dguas. Art. 2.° A legislacdo a que se refere 0 artigo ante- rior tem o seguinte sentido e extensio: @) Planeamento ¢ gestéo dos recursos hidricos, considerando como unidade de gestao a bacia hidrogréfica, conjuntos de bacias hidrograficas ou zonas consideradas afins, numa éptica de utilizagdo Sptima e empresarial da égua, como recurso renovével, mas escasso; 1) Promogdo de uma gestdo integrada, com par- ticipacdo dos utilizadores, e compativel com 0 ordenamento do territéeio © com a conserva- $40 € a protecgao do ambiente; ©) Transferéncia para os utentes das responsabili- dades de exploragio de infra-estruturas hidrdu- licas e da utilizagdo do dominio piiblico hidrico, promovendo a criacdo de associagdes de utili- zadores e possibilitando a sua preferéncia na outorga de licengas ou concessdes; @ Assegurar um nivel adequado da qualidade das Aguas ¢ evitar a respectiva contaminagao e de- gradagao, sujeitando a licenciamento € a paga- mento de’taxas as utilizagdes susceptiveis de po- luir 0 dominio piblico hidrico; ©) Promover acgdes de desenvolvimento, investi- gacdo © procedimentos tendentes a proteccdo dos recursos hidricos; 3972 DIARIO DA REPUBLICA — 1! SERIL N° 210 — 12-9-1989 J) Instituir entidades que administrem 0 dominio piiblico hidrico do Estado; 8) Sujeitar certas utilizacdes do dominio piblico hidrico, incluindo a rejeigao de efluentes, a0 pa- gamento de taxas; 1h) Sujeitar os beneficiarios de infra-estruturas hi- drdulicas ou de saneamento basico, construdas por entidades piblicas, ao pagamento de uma taxa, tendo em conta, nomeadamente, a capa- cidade contributiva média; 1 Estabelecer um regime de ilfcito de mera orde- nagdo social, aumentando os montantes méxi- ‘mos e minimos das coimas aplicdveis, tendo em conta a gravidade dos danos causados no am- biente, e estatuir a possibilidade de publicacdo, na 3." série do Didrio da Repiiblica, © as cus- tas do infractor, de decisées que’ apliquem coimas. Art. 3.° A autorizagio concedida pela presente lei tem a duragdo de 180 dias, contados a partir da data da sua entrada em vigor. Aprovada em 12 de Julho de 1989, Presidente da Assembleia da Repiiblica, Vitor Pe- reira Crespo. Promulgada em 25 de Agosto de 1989. Publique-se. © Presidente da Republica, MARIO SOARES. Referendada em 29 de Agosto de 1989. Pelo Primeiro-Ministro, Eurico Silva Teixeira de Melo, Vice-Primeiro-Ministro. Lol n.° 99/89 de 12 de Setembro ‘Autorizaglo 20 Governo para loglaiar sobre as strbuinSon das sutar- {pi oe replete ac pon menial oer A Assembleia da Republica decreta, nos termos dos artigos 164.°, alinea e), 168.°, n.° 1, alineas d) € g), € 169.°, n.° 2, da Constituicéo, o seguinte: Artigo 1.° Eo Governo autorizado a legislar em ma- téria de atribuigdes das autarquias locais, no que con- cerne ao regime de elaboragio, aprovacio ¢ ratifica- so dos planos directores municipais, planos de Urbanizagdo e planos de pormenor, genericamente de- signados por planos municipais de ordenamento do ter- ritério, incluindo 0 respectivo conceito, constituicao, prazos de vigencia, Ambito, regulamento, programa de execugo e plano de financiamento. Art. 2.° — 1 — A legislacdo a estabelecer pelo Go- verno nos termos do artigo anterior terd 0 seguinte sen- tido ¢ extensto: 4) Prever os principios gerais na elaboragto ¢ aprovacio dos planos municipais de ordena- mento do territério que assegurem, nomeada- mente, a patticipagdo dos municipes ¢ 8 pro- tecgdo das dreas agricolas e florestais, bem como do patriménio cultural; ) Estatuir um regime de apoio técnico do Estado as autarquias locais, por forma a dinamizar a elaboragao dos planos municipais de ordena- mento do territdrio, ¢ a favorecer a compati- bilizagdo destes planos com a salvaguarda dos recursos naturais ¢ do patriménio natural e edi- ficado, bem como com a legislacdo em vigor; ©) Cometer as assembleias municipais a competén- cia para aprovacdo dos planos municipais de ordenamento do territério; 4) Cometer as assembleias municipais a competén- cia para estabelecer medidas preventivas para uma drea a abranger por um plano municipal de ordenamento do territério e fixar 0 respec- tivo regime, por forma a evitar a alteragdo de circunstincias ou condigées que possam com- prometer, dificultar ou onerar a execuco do plano; ©) Cometer as assembleias municipais a competén- cia para estabelecer normas provisérias para uma érea a abranger pelo plano em elaboracio, quando o adiantamento dos estudos o permita, ¢ fixar 0 respectivo regime; A) Cometer as assembleias municipais a competén- cia para suspender um plano municipal de or- denamento do territério quando estejam em causa unicamente interesses municipais; #8) Submeter os planos municipais de ordenamento do territério a inquérito pablico, no sentido de assegurar a participagdo dos cidadaos na sua elaboragao; +h) Submeter os planos municipais de ordenamento do territério, bem como as respectivas medidas preventivas ¢ normas provisérias, a ratificacao do membro do Governo com fungdes de tutela sobre o ordenamento do territério, no sentido de verificar a sua conformidade com a demais legislagdo em vigor e a sua articulacdo com ou- tros planos municipais plenamente eficazes © com outros planos, programas € projectos do interesse para outro municipio ou supramuni- cipal; {) Submeter a ratificagdo do membro do Governo com fungdes de tutela sobre o ordenamento do territério a suspensio de um plano municipal de ordenamento do territério por ele anterior- mente ratificado; J Cometer a0 Governo a competéncia para sus- Pender um plano municipal de ordenamento do territério em casos excepcionais e de reconhe- cido interesse supramunicipal; 2D Instituir um regime de registo dos planos mu- nicipais de ordenamento do territdrio e respec- tivas regras no sentido de salvaguardar a cer- teza e seguranga juridicas; ‘m) Instituir regras de fiscalizacdo da legalidade na elaboracio, aprovagio ¢ revisio dos planos mu- nicipais de ordenamento do territsrio; nn) Publicar obrigatoriamente os planos municipais de ordenamento do territério e regulamentos respectivos na 2,* série do Didrio da Republica; 0) Estipular os montantes das coimas correspon- dentes a0s iicitos de mera ordenagio social por violagdo dos planos municipais de ordenamento do territério, entre o minimo de 300 0008 ¢ 0 maximo de 25 000 0008;

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