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Matemática

Um modelo para dois problemas


Perguntas feitas e respostas esperadas

Afirmação de partida:
Uma figura como a seguinte apoia a resolução de problemas aparentemente muito diferentes,

'$

'$
'$
&%

&%
&%

por exemplo,
Problema 1
Três troncos cilı́ndricos iguais e com 1m diâmetro, estão empilhados, um por cima e trilhado entre os
dois de baixo. A que altura se encontra uma mosca pousada no ponto mais alto do tronco superior?
Problema 2
Qual é a área da região que fica entre três circunferências tangentes todas com o mesmo raio?

Pergunta Como pensaria para desenhar, na sua folha de papel, três circunferências tangentes como as
da figura? Explique, o melhor possı́vel, o raciocı́nio que fizer.

Resposta Para que as três circunferências sejam tangentes duas a duas, as distâncias entre os seus centros
devem ser iguais a 2 raios da circunferência. Isto é, os três centros são vértices de um triângulo
equilátero de lado 2r Assim:

1
2

Pergunta Pense na afirmação de partida E explique, por palavras suas, o seu acordo (ou desacordo) com
o que é afirmado. Porque é que a figura pode ser um bom modelo para os dois problemas?

Resposta É claro que para calcular a altura a que se encontra a mosca, basta considerar um corte dos
troncos por um plano perpendicular. A secção é constituı́da por três cı́rculos de igual raio. Para
o problema da área da região que fica entre as três circunferências de igual raio, é óbvia a figura
proposta.
3

Pergunta Pense numa resolução para o primeiro problema, desenhando uma figura que a apoie. Ex-
plique os passos dados para essa resolução. Não se esqueça de desenhar todos os novos
elementos que considere essenciais (centros, raios, letras, etc). Apresente os cálculos que
fizer, acompanhados das devidas explicações.

Resposta Para calcular a altura a que está a mosca (M ), utiliza-se o triângulo equilátero ∆[ABC], agora
de lado 1m, que nos foi imposto pela necessidade da construção das circunferências tangentes
duas a duas.

A altura a que se encontra a moscaM é M P = M C +CD+DP . Ora M C +DP = 1 (diâmetro).


2 2 2 2
Fica por determinar CD. Ora, CD + AD = AC . Substituindo AD e AC √pelos seus valores
2 2
(relativos ao problema), vem CD + 14 = 1, CD = 43 e, finalmente, CD = 23 .

3
Concluı́ndo: A altura a que se encontra a mosca é exactamente, M P = 1 + 2 , em metros.

Pergunta Faça o mesmo com o segundo problema. Pode ser que as figuras auxiliares que desenhou
para o primeiro problema ajude à resolução deste. Se for o caso, diga como pensou.

Resposta O melhor disto é mesmo o facto de não só a figura inicial ser a mesma, mas ser também o mesmo
triângulo equilátero ∆[ABC] que permite resolver facilmente o problema da área da região que
fica entre as três circunferências tangentes.
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z }| { z }| {
De facto, se à área daquele triângulo tirarmos as áreas das três fatias dos cı́rculos (ADF ), (BDE)
z }| {
e (CF E), ficamos com a área da tal região intermédia que nos é pedida.
A área do triângulo é AB×DC
2 . Chamando r ao raio das circunferências iguais, virá que a área
√ √
do triângulo ∆[ABC] é A∆ = 2r×2 3r = 3 × r2
E, como o ∆[ABC] é equilátero, os seus ângulos internos são iguais: ∠A = ∠B = ∠C = 60o .
Ora estes são também ângulos ao centro em cada um dos três cı́rculos, o que nos permite concluir
imediatamente que, cada uma das fatias de que falámos tem a sexta parte da área do cı́rculo
respectivo:
60 πr2
× πr2 =
360 6
πr 2
e as três fatias correspondentes a 180o (metade do cı́rculo) somam uma área de 2 .
A área da região compreendida entre as três circunferências é, por isso, em unidades quadradas,

√ πr2
A= 3 × r2 −
2

Dezembro de 2003
Arsélio Martins
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Loureiro, Oliveira, Ralha, Bastos. Geometria: matemática – 10¯o ano de escolaridade. ME/DES. Lisboa:1997 (pp 93-94)

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