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Educacao Ambiental e Ecologia Humana Fundamentos para um debate Lais Mourao S4* frea da Educagdo ambiental e, dentro dela, a Ecologia Humana (EH), est sur- gindo como resposta as urgentes necessi- dades de transformagio dos valores e comporta- mentos humanos, diante da crescente desestrutu- ragdo das condigdes da vida biolégica ¢ cultural no planeta, Dentre as recomendagdes do Forum de Ciéncia ¢ Cultura da UNESCO, realizado dentre 1986 ¢ 1992, ¢ formado por grupos transdiscipli- nares de cientistas, filésofos, educadores e artistas de todo o mundo, esté o direcionamento da pes- quisa educacional para a busca de principios eco- humanisticos que possam fundamentar uma nova ética para a sobrevivéncia do planeta e da huma- nidade, ‘Ha mais ou menos trés décadas vem-se desen- volvendo um discurso ¢ uma pritica de Educapio Ambiental, a partir das concepgées totalizantes da ecologia e do ambientalismo, conforme nos relata em sua dissertagao de mestrado a professora Vera Cataldo. Destacando, por exemplo, 0 documento Cuidando do Planeta Terra — Uma Estratégia para o Futuro da Vida (Nagdes Unidas e Entidades ‘Ambientalistas, 1991), a autora demonstra que a EA vem-se impondo historicamente como ago cultural que visa 0 rompimento da inéreia social, atuando emt duas frentes: “a primeira, ajudando as pessoas a entende- rem o mundo da natureza ¢ motivando-as a viver em harmonia com ele; a segunda trabalhando a diver- sidade cuftural, a cidadania, e ainda, transmitindo o entendimento do comportamento humano e 0 valor da solidariedade e cooperagdo, como base de uma nova relagdo envolvendo 0 homem, a Sociedade ¢ a natureza” (Catalio V., 1983.98) Por outro lado, a autora chama atengao para anovidade que marca esta nova preocupagao filo- sOfica e pedagdgica, pois a EA, “dado ao seu cardter transdiciplinar in- trinseco, ndio tem afirmado enquanto uma educa- ¢d0 especializada, que traz de fora um novo obje- tivo para a educagdo, mas tem caminhado na busca de colocar-se como um novo olhar diante do proceso educativo, olhar que indaga ou pro- poe a incorporacdo de dimenséo esquecidas e/ou marginalizadas no processo formativo que carac- Jeriza o ato de educar.” (Catalao, V., [993:86). E dentro desta perspectiva que se coloca a presente proposta, visando desenvolver, no ambito global da Educagao Ambiental, questdes especifi- cas de Ecologia Humana, ou seja, questdes refe- rentes & compreensio e a reconstrugao das for- mas humanas de interconexfo com a natureza, dentro e fora do ser pessoal, biolégico cultural. Primeiro a compreens&o © corregio dos modos inadequados e catastroficos de habitar 0 mundo, através de uma despoluiggo das relagdes que ve- nha a transmutar a destruigdo ¢ 0 sofrimento em prazer ¢ harmonia coletivos. Transformar a rela- go com a natureza dentro € entre as pessoas, para mudar externamente a relago politica, econémica ¢ técnica, refletindo uma nova ética, semeada nos coragdes e mentes unidos, acima de toda separa- tividade e de todo medo. Bases epistemoldgicas para a educagado ambiental Uma das caracteristicas basicas dos processos de mudanga de paradigma, apontada pelos estudio- Ga sos desta questo, a exigéncia de explicitagtio dos procedimentos légicos pelos quais 0 novo paradigma esti sendo construido, de forma que o trabalho teé- rico inter e transdisciplinar possa ocorrer de modo claro ¢ objetivo (cf. Capra, 1993). Enquanto postura epistemolégica, a tcansdis- ciplinaridade implica no s6 no didlogo entre os di- versos saberes, linguagens e técnicas gerados a partir do paradigma cartesiano, cuja fragmentagao cla visa superar, como também implica na busca de uma aproximago com as areas tradicionais de expresso cultural que foram abandonadas pela visto de mundo das tecnociéncias. De acordo com a comuni- cagdo final do Congreso “Ciéncia e Tradigaio: Pers- pectivas Transdisciplinares, Aberturas para o Século xxr, ‘.as pesquisas transdisciplinares deve apoiar-se nas diferentes atividades da arte, da poe- sia, da filosofia, do pensamento simbélico, da cién- cia e da tradigdo, elas mesmas compreendidas den- tro de sua propria multiplicidade e diversidade” (UNESCO, 1991). Também o J Congresso Mundial de Trans- disciplinaridade reafirmou © cardter incipiente inovador desta “.idéia nova que eclode no mundo da ciéneia € do pensamento, e que ndo deseja, em nenhum caso, tornar-se uma nova disciplina Ao contrério, tem a ambigao de perpassar todas elas, recusando todo projet exclusivo e monolitico, todo sistema fechado de pensamento, toda submissdo a uma ideo- logia, a uma religifo ¢ a um sistema filoséfico qual- quer que sejam.” (UNESCO, 1994) No caso da EA/EH, esta atitude faz perceber a produgiio humana de conhecimento enquanto fruto de um didlogo com a natureza, estabelecendo-se en- tre a consciéncia € 0 mundo relagées integradas de pertencimento mituo. Dessa forma, a relagio de conhecimento propria da perspectiva da EA impde a abdicagao de qualquer pretengo a descrigdes verda- deiras ¢ objetivas de um suposto e ilusdrio rela con- creto, ¢ implica na certeza da provisoriedade das aproximagdes momentaneamente alcangadas. Fundamentos Psico-Antropotégicos A presente proposta toma como suporte teérico dentro das cigneias humanas a frea interdisciplinar da Psico-Antropologia, recortando especificamente ESSENCE dois angulos proprios. De um lado, o refinamento metodolégico proporcionado pela abordagem antro- polégica da cultura que, aplicada a EA, mostra-se plenamente adequada para sustentar a pesquisa de pedagogias altemativas, devido ao seu cariter rela- tivista e critico, e ao seu esforgo sistemitico de com- preensio da diversidade, da diferenga, do inusitado, da criacdo cultural. Esta opeo implica em assumir a relago sujeito-objeto como uma dindmica existen- cial que tem sua propria racionalidade, assumindo-se também as conseqiiéncias metodolégicas dai deriva- das, como a adogao de procedimentos interpretati- Vos, comparativos, totalizantes ¢ transdisciplinares, 0 quais interferem simultaneamente no sujeito € no objeto. Este aspecto traz a idéia de que a pratica peda- g6gica é simultaneamente uma pratica de pesquisa, no sentido de que a atitude de investigagao cientifica deve ser parte integrante da atuagéio educativa, neste paradigma. Assim, faz-se necessirio formar 0 edu- cador ¢ utilizar a diversidade de linguagens que se colocam como meios de comunicagdo na relagdo pedagogica, tais como as expressbes mitica, poética, religiosa, filos6fica e teérica que se manifestam no contexto educativo. O pesquisador-educador deve ser alguém capaz de preservar e ampliar constante- mente a abertura de seu horizonte existencial e inte- lectual, estimulando relagdes intuitivas e de empatia, em complementaridade a observagao distanciada, a interpretago racionalizante, e transmisséo infor- mativa do conhecimento. Enquanto procedimento metodolégico, esta é uma pré-condigdo para que sua atuago se inscreva no campo de construgao de um novo paradigma pedag6gico, cientifico c ético. Por outro lado, temos a fundamentaco epise temologica da Teoria Junguiana do Simbélico (cf. $4, L.M., 1993) que permite ver os fendmenos edu- cativos enquanto atos pessoais e coletivos de recria- Go cultural, no ciclo da transmissio intergeracional, enfatizando-se uma dimensao psico-simbélica cons- ciente € inconsciente, seus dinamismos, bloqueios, limites ¢ brechas. Neste sentido, una percepgao psico-antropolégica da educagdo apresenta-se, antes de tudo, como uma visio eminentemente ecoldgica, pois implica numa reflexio sobre as relagdes de su- porte existentes entre a dimensio bio-fisica e os fe- némenos psico-simbélicos, € sobre o processo de culturalizagdo das forgas naturais instintivas que re- Presentam a presenga animal no ser humano. Uma tal Filosofia da Natureza toma por base um conceito de energia (fisica e psiquica) que Jung elaborou através de debates sistematicos com a Fisica Quin- tica (cf. Jung, C.G., 1987). Numa visio energética do universo, os fendmenos fisicos ¢ culturais apare- ‘cem como fluxos complementares, assim a dicotomia cartesiana que levou 4 dominagio destrutiva do homem sobre a natureza e sobre si mesmo. Assim como a energia flui em todo 0 cos- mos, das mais variadas formas, no caso da espécie humana a circulagdo da energia psiquica gera a ne- cessidade da criagao cultural, movida pelo instinto de representagao, ou fungéo simbélica, que Jung aponta como trago caracteristico dos humanos. O mecanismo basico de realizagdo desta fung3o ¢ a \projegdo de formas-pensamento, ou a criagio de linguagens, no fluxo intersubjetivo da relago face a face. Jung distingue, ainda, entre dois niveis de rea- fizagao desse processo: o nivel conseiente, pessoal € coletivo, ¢ a dimensao virtual do inconsciente cole- tivo, registro filogenético, isto é, bio-psiquico, de impulsos cnergéticos, ou arquétipos, que registram as experiéncias basicas do ser humano, ao longo de sua existéncia planetivia. A nogdo de inconsciente coletivo é muito iétid para a pesquisa de novas peda- gogias, j4 que ela chama atengo para a necessidade de um contato permanente ¢ fecundo entre o nivel consciente de manifestagao ¢ os arquetipos gerado- res de renovagio psico-simbolica. Nesse sentido, 0 ser pessoal e as coletividades so vistas em seus as- pectos de mutagao ciclica, de sincronicidade e de saltos quiaticos entre a dimensdo potencial do in- consciente coletivo e 2 atualizago dos arquétipos ‘em formas simbéticas, nas diversas linguagens cultu- ais. (cf. jung, C. G., 1987-A). A Teoria Junguiana do Simbélico também para aexisténcia de uma tensdo dinémica entre a pessoa e a coletividade, no processo de socializagao pelo qual as geragdes sucessivas transmitem, recebem, repro- duzem e recriam a heranga cultural, + qual também chamamos de tradigo. Se, de um lado, as imagens simbélicas, miticas, filosdficas e cientificas, trans- mitidas por tadigdo oral ou escrita, atuam sobre a sigue individual, canalizando energia instintiva para a alimentagao do coletivo, por outro lado, h tam- bém 0 processo que Jung chamou de individuasio, los educativos, de acordo com a natureza das rela~ ‘ges de poder na sociedade. Jung apresenta a indivi- duagio como uma necessidade de auto-transcen- déncia do ser humano em relagio & sua identidade social, buscando ampliar o campo de percepgio consciente de si mesmo € do mundo. Para ele, a in- dividuagdo deve ser uma das metas da educagio, numa sociedade marcada pelo excesso de codifica- ‘¢40 social e massificagao, abrindo espago legitimo & expressio da criagao pessoal. © Paradigma Ecolégico Aplicado 4 Educagio Para aplicar os principios ecolégicos as ques- tes pedagégicas, € preciso compreender primeiro 0 fato de que a emergéncia de uma concepgao ecol6- gica ja é em si mesma conseqiiéncia do movimento global de mudanga de paradigma por que passa a cultura ocidental pés-capitalista, Este fato faz com que os principios ecolégicos propostos nestes con- textos jé representam uma sistematizag3o daquilo que foi inicialmente surgindo na fisica quantica, na rea bio-médica, nas ciéncias do homem, pasando pela teoria dos sistemas como etapa operativa desta ‘tajetéria. O que apresentamos a seguir é uma pro- posta de aplicagao destes principios a partir do que foi apresentado pelo Elmwood Institute, dirigido por E. Capra, na California, em 1992, como um projeto de alfabetizagio ecolégica. Desde a década de 40, segundo Capra, a gesta- so de uma teoria dos sistemas vivos permitiu que ‘a0s poucos se fosse produzindo uma compreensio de totalidades integradas, ou evossistemas, tendo estas seus prOprios principios de auto-organizagao. Na frea da Fisica, a reflexdo sobre relagdes sistémi- cas também contribuiu para a configuragdo de al- guns principios, registrados posteriormente na sin- tese da Sistemologia. Com o objetivo de propor uma base epistemologica para a EA/EH, vamos reunir ‘esses principios em trés idéias centrais, que sfo: a interconexo sistémica, a sustentabilidade, ¢ a respi- ragdo, ou feedback. Intercot sistémica A idéia de sistema, como representagao das relagdes parte-todo, envolve trés aspectos. Primeiro, a complexidade decorrente da tens&o dindmica entre as partes e 0 todo, a pessoa € 0 coletivo, a auto-afir- magio ¢ o sentimento de pertencimento. A tendéncia a integragdo gera as formas verticalizantes e pirami- dais das hierarquias, enquanto a tendéncia a afirma- Gio do ser individual conduz a horizontalidade das redes intersubjetivas de comunicagao. O segundo aspecto, diz respeito & natureza ¢ a qualidade das relagdes, tanto na integragdo vertical, quanto no fluxo horizontal do sistema. Competi¢do € cooperagio, conflito ¢ sinergia, compdem as polari- dades basicas que atuam como liga do sistema, pro- movendo os elos € os cortes necessirios a0 equili- brio do todo e de cada parte. terceiro aspecto € o da etema mutagdo de tudo que € manifesto, permitindo compreender os fenémenos de co-evolugao ¢ as transformagées ine- vitaveis, nos seus ritmos préprios, segundo se trate da visio de configuragées globalizantes, ou de pro- cessos particulares de transformagiio e crescimento, havendo necessariamente uma correspondéncia entre © movimento das partes ¢ a velocidade do todo. principio da interconexo sistémica se tra- duz, por exemplo, na fisica das particulas, pela des- coberta de que as coisas n&o possuem propriedades intrinsecas, mas suas caracteristicas fluem de suas relagdes, na dinamica do todo. Sustentabilidade ‘A definigio ecolgica deste principio diz. que “a sobrevivéncia no longo prazo de cada espécie depende de uma base limitada de recursos”. Esta limitago exige que estejam funcionando processos de despoluicdo € regeneragio permanentes, para que a vida se manifeste, se transforme e evolua. Neste sentido, o sustentar-se de uma totalidade viva é um processo criativo de auto- orpanizagao. Todos os sistemas vivos criam inovagdes através da ontogénese (as experiéncias individuais) e incorporam as mais eficazes na filogénese. A auto- onganizagiio de qualquer sistema vivo é um processo mental, operando num padrio triédico que envolve: uma essencialidade virtual (as qualidades intrinsecas do sistema), uma estrutura que sustenta a realizago da forma, ¢ uma respirago continua que liga a parte a0 todo maior no qual ela se integra. Bateson (1972 € 1979) ampliou o conceito de mente, definindo-o como uum “proceso de auto-organizagio vital”, sendo que nos humanos acrescenta-se a auto-consciéncia, gerando tum fenémeno mental especificamente humano, Dai ser possivel perceber a nossa espécie como um sistema vivo particular, pertencendo a totalidade da consciéncia planetiria. A sustentabilidade é€ uma qualidade decorrente do equilibrio da auto-organizagio, gerando um caminho evolutivo, que é a vida enquanto inteligéncia criativa, existindo numa “base limitada de recursos”, ou seja, 0 oikos, ou 0 espago habitado, 0 corpo, o lar, o meio ambiente, a comunidade. Desenvolver a consciéncia de que esta base € comum, limitada ¢ interconectada, para toda a espécie, no planeta, é uma das metas pedagégicas da EA, para que as partes se reacomodem em fun- 40 do movimento do todo, refazendo as conexdes partidas. Respiragdo ou feedback Tudo tem um dentro ¢ um fora, a consciéncia respira. A auto-organizagio supde auto-regulagio, adaptagio, aprendizagem, criagdo e evolugio. Talvez. seja este 0 principio ecolégico que mais de perto toca a esséncia da EA, se a entendemos enquanto meio de regenerago do oikos e do ethos, religando a pessoa A natureza e & comunidade. Esta regenerag30 segue as necessidades de despoluir a respiragio dos sistemas, desobstruindo canais, ligando ‘caminhos cortados, refazendo trajetos esquecidos, recompondo fragmentos, recriando a partir do lixo interno ¢ ex- temo. Podemos notar que os trés principios ecolégi- cos aqui propostos como bases epistemoldgicas de nossa reflexdo estio em relago de convergéncia com os fundanientos psico-antropolégicos acima colocados, ja que em ambos os casos: — natureza e ser humano sdo compreendidos como formando um iinico sistema; — a sobrevivéncia do todo € vista como estando sustentada no equilibrio da base bio-psico-cultural do sistema; — a regeneragdo dos males atualmente vividos deve ocorrer por wn revigoramento da tensio pes- soa-coletivo, canalizando a energia assim liberada para o fortalecimento do poder de auto-regulagao, que € a esséncia da ecologia do ser. © que hd de revolucionario na qualidade da auto-consciéncia humana, dentro desta visio ecossis- témica, € a sua capacidade de gerar novas significa- ‘ges, 0 que so pode ser criago de mentes sadias, firmes e serenas. A Educago Ambiental busca fazer ‘com que a pessoa construa o lugar que deseja ocupar na rede social e césmica, desenvolvendo o discerni- mento € o conhecimento de si propria e do outro, relativizando as identidades superficiais do ego, tor- nando-se integrada ¢ integra. Por uma compreensGo da ecologia humana A Ecologia Humana, ou ecologia do ser, como as vezes € chamada, caracteriza-se basicamente por uma visio do ser humano enquanto centro psiquico com poder de auto-consciéncia e em evolugio. Se a EA/EH deve revigorar a tensio pessoal-coletivo, abrindo 0 espago criativo por onde o sistema social possa novamente respirar e regenerar-se, é preciso nfo perder de vista que cada ser possui sua propria singularidade, e que é deste processo de individua- 80 que o todo social poder ser reconstruido. Se- gundo a visto junguiana de onde tiramos o conceito de individuagdo, este processo caracteriza-se por um estado de tensdo dinfimica com os contextos de so- cializagao, 0 qual deve ser pedagogicamente incenti- vado e protegido, de forma a permitir que se delineie uma nova estratégia de implantago do paradigma ecolégico como modelo cultural. A importincin Pedagégica da Critica Ideolégica © primeiro passo para wma estratégica peda- gégica voltada para a ecologia do ser, é a constata~ G40 do estado de poluiglo em que se encontra a consciéncia pessoal ¢ coletiva, na sociedade indus- trial contemporinea. A poluigdo € decorrente do predominio das ideologias na formagao cultural das sociedades modemnas. As ideologias so formagGes discursivas de poder, que costumava aparecer € cris talizar-se nos momentos culturais de despotenciali- zagio da relagdo mitico-religiosa entre o homem e 0 cosmos, momentos em que as classes sociais se multiplicam, e 0 poder politico se trona uma dimen- so complexa e diferenciada da organizagio social Enquanto discwrsos de poder, as ideologias geram habitos mentais e morais que reproduzem a domina- $40 politica, 0 controle acumulativo e seletivo dos bens materiais e de informagies/saberes, Seu princi- pal efeito na consciéncia pessoal e coletiva é limitar © horizonte de expresstio e liberdade, obstruindo qualquer tentativa de criatividade ¢ inovagio. Neste sentido, as ideologias da sociedade atual so proces- 808 patologicos do corpo social, que impedem a respiragio dos sistemas e que colocam um sério de- safio as aspiragdes transformadoras da Educago Ambiental. Como curar esta cisto na consciéncia ociden- tal, provocada pelo pecado original que separou o intelecto do instinto, 0 céu da terra, o homem da mulher, os humanos da natureza? O primeiro passo de regeneragdo jé vem ocorrendo, como fendmeno cultural imeversivel, na medida em que se da a inevi- tavel desconstrugdo ¢ derrocada dos modelos insti- tucionais em decadéncia, como a familia patriarcal, 08 partidos politicos burgueses, o Estado totalitirio, € a propria escola. Porém, a ecologia do ser aponta uma estratégia pedagégica, ao indicar um modo de compreensio sobre o estado da consciéneia humana no atual momento histérico, planetirio € césmico, que faz a critica ideol6gica um instrumento para a construgo de novos valores, comportamentos, mo- dos de vida, Para isso, ¢ preciso uma ago pedago- gica micro-fisica, que realize a conscientizagao dos principais -ismos, ou ideologia, que caractenzam 0 paradigma em transformagdo, Vamos aqui classificé- ios, a titulo de exemplo, em cinco grandes grupos, cada um com varias subdivisées possiveis: 0 dua- lismo positivista, o humanismo individualista, o teenicismo mecanicista, 0 economicismo capitalista, 0 patriarcalismo dogmatico. a) o dualismo decorrente do hébito mental de separar as polaridades, isolando-as ¢ esquecendo a lei da complementaridade dos opostos. O vicio dualista do ‘pensamento esquece que 0 recurso a oposigao entre categorias nfio passa de um recurso para a compre~ ensio dos fenémenos, € que as polaridades néo sio verdadeiras ou falsas em si mesmas. A fragmentago dos saberes, a separago entre 0 homem ¢ a natu- reza, a perda unidade, sustentam 2 ideologia objetivista e positivista no paradigma car- tesiano; b) o humanismo individualista resultante de uma sedimentago egoista e autoritaria da mente positi- vista, gerando dogmatismo e sectarismo, separagdes, conflitos e oposigdes de toda ordem, sempre com base em relagdes de dominagao e exploragao; o ine dividuo juridico, apés perder todas as identidades € referencias mitico-poéticas que o ligavam ao cos- mos, naufraga na solidgo niilista, na ilusdo de ser um eu isolado, no espago moral de uma subjetividade falsa, que se contrapde ao coletivo; ¢) 0 tecnicismo em que degenerou a busca cientifica de dominio sobre as leis naturais, guiada pela meté- fora da maquina e do organismo; uina fixaglo na eficdcia dos procedimentos técnicos que emudeceu 0 didlogo amoroso dos humanos com a natureza, € transformou em crueldade os efeitos do desprezo pela criagdo estética, mitica ¢ poética dessa relac4o; 4) 0 economicismo, como bem demonstrou Marx, resultante da autonomia ¢ da determinagao da pro- dugao de bens materiais na organizagao da sociedade capitalista; a Antropologia Econémica também de- monstrou exaustivamente que é somente na socie- dade capitalista que ocome esta determinagio do econdmico sobre a organizagio social, pois noutros modelos o econdmico é subordinado aos sistemas de relagdes politico, religioso, ou de parentesco; so- mado ao individualismo, seu parceiro ideolégico indispensfvel para a manutengao da ordem capita- lista, este grupo de -ismos engloba todas as formas de habitos morais, juridicos ¢ culturais decorrentes da aplicagao cega da Logica capitalista nas relagdes entre as pessoas e com a natureza, ndo apenas no que se refere a garantia da sobrevivéncia, mas em tudo que envolve a vivéncia do coletivo (efeitos competitivos © massificantes);, €) 0 patriarcalismo doentio ¢ dogmético, resultante da acumulagao ¢ sedimentagao historica da heranga greco-romana-cristi na sociedade capitalista avan- sada, gerando dominio pela violéncia em todas as relagGes vitais do ser humano: do pai sobre a mie, do homem sobre a mulher, do humano sobre o pla- neta, da razio sobre o amor. Como vemos, entiio, os -ismos séo fruto de separagées radicais, feridas causadas pelo medo, pela dor, pelo ddio, pela solidio do eu. A cura destas cisdes na consciéncia pessoal ¢ coletiva é a meta essencial da Ecologia do Ser, e a base irrecusavel de qualquer proposta de Educagio Ambiental A distingo entre formagao ¢ informagao ‘A Educago Ambiental entende a cura como regenerago € reconcilia¢4o. A cura do medo, do Odio ¢ de todas as separagdes, segue o caminho do cultivo dos trés principios ecolégicos bisicos: inter- conexao sistémica, para religar as polaridades; sus- tentabilidade, para gerar novos habitos valores; ¢ respiragdo, ou feedback, para alimentar a circulagao amorosa da energia criativa. ‘Uma das fontes que temos buscado, em nossa pesquisa, para compreender estas necessidades da educacdo contemporinea, sio os sistemas pedagdgi- cos do antigo oriente, ¢ os fildsofos e mestres con- tempordineos que tém atuado no sentido de uma sin- tese oriente-ocidente na Area da educagiio, inspi- rando-se sobretudo nas fontes indianas ¢ tibetanas (cf. Sé L. M,, 1995). Ai encontramos farto material de reflexio sobre a Ecologia do Ser, principalmente devido ao fato de que estas tradigdes culturais anti- ‘gas ensinam a experiéncia da unidade césmica entre © homem, a natureza ¢ a sociedade, através da vi- véncia pessoal direta das verdades transmitidas pelo ‘exemplo vivo e pela presenga auténtica dos mestres. ‘A comparagio entre os sistemas pedagogicos que se baseiam ou na fragmentagdo, ou na unidade sisté- mica do universo, remete a distingao entre formagao € informagio, ou entre educagao e instrugao, con- forme apontam, por exemplo, os filésofos da educa- gio Jiddu Krishnamurti ¢ Sri Aurobindo, entre ou- tos. Para estes pensadores e mestres, a transmissio de informagées fragmentadas gera uma mecanizagao da mente, um pensamento programado e uma me- morizagio passiva, que nao estimula a criacdo. Quando estes autores falam de “programagao”, re~ ferem-se principalmente a auséncia de liberdade in- terior da pessoa, a qual fica limitada a uma “auto- consciéncia psicolégica”, mesquinha e isolada de sua fonte natural de crescimento e auto-superagao. Segundo estes mestres, 0 que falta na instrugo in- formativa é justamente um fundamento filos6fico ¢ ético que possa gerar nas pessoas uma luz propria, uma capacidade de criar modelos integrativos das informagées disponiveis, selecionar, organizar, sin- tetizar ¢ transformar em conhecimento util a massa de informagées disponiveis. Para Sri Aurobindo (1993), existe uma inércia conservadora da mente, a qual deve ser rompida para que possa ocorrer a experimentagiio de novos habi- tos mentais e morais. A esta mesma idéia tefere-se Krishnamurti (1980), ao falar da “programagao cul- tural” baseada no medo e no sectarismo, a qual gera uma consciéncia fragmentada do mundo e de si mesmo. Para este fildsofo da educagdo, existe uma “inteligéncia ecolégica” a ser cultivada, no sentido de buscar-se religar a consciéncia humana sua pro- pria presenga interior em cada ser, onde reside uma sabedoria instintiva ¢ primordial. O objetivo essen- cial da educagio, vista enquanto formagdo da pes- soa, seria, assim, preservar a percepgio direta que cada ser traz de si naturalmente, e que permite habi- tara si mesmo e o mundo numa relagdio de unidade e harmonia, Esta condigao natural da consciéncia esti perdida, ou sufocada, na cultura contempordnea, Gevido a limitago que representa 0 uso exclusivo da instrugio informativa, no lugar da educagdo integral do set. Essa integralidade, segundo autor, implica num proceso de sensibilizagao das pessoas para vencer 0 medo gerado pela separatividade, e fazer brotar o desejo intimo de unio das polaridades. Para cle, a inteligéncia € uma qualidade que se desen- volve a partir de um processo mental-emocional de auto-conhecimento, treinando-se a mente para a plena ateng&o que permite perceber e fluir coma teia do universo. No mesmo sentido, Sri Aurobindo (1910) dis- come sobre a educagao da mente ¢ das emogdes. O conjunto mente-corpo é visto coma um instrumento ou organismo sutil e sensivel, composto de um ar- quivo-meméria (passivo e ativo), de um sistema de leitura ¢ produgio de impressbes mentais, e de um comando que atua com base na razio analitica € na criagao sintética, sendo que esta ultima deve atuar como mestra de primeira, Este complexo instru- mento deve ser educado para habitos mentais de atengio plena ¢ de observagdo permanente, © para isso é preciso uma pritica constante de desobstrugio dos canais de percepedo de si mesmo e do mundo, através de sistemas especificos de auto-formago da relago mente-corpo, envolvendo a respirago € a circulagio da energia vital que alimenta todo 0 sis- tema. Da mesma forma, os habitos morais devem ser educados pela purificagdo das emogdes, dos desejos ¢ da vontade, através do exemplo moral vivido na relago com 0 mestre, através do cultivo de uma ati- tude receptiva e contemplativa, e através do contato criativo com os modelos de ideal humano nas tradi- ‘g0es ancestrais da humanidade. No caso da ctise cultural de nossa civilizagio pés-modema, toma-se necessirio identificar quais as fontes de ancestralidade a serem retomadas nas ages formativas, j4 que se trata de uma transformagao de Paradigmas, Estas orientagdes devem ser buscadas ‘numa interpretago contextual das origens culturais dos grupos envolvidos no processo de formagao. Voltando & distingo entre formago e infor- eS magia, vemos, assim, que a EA coloca questdes éticas € filoséficas como base para a utilizagao da instrugio informativa, de forma a integré-la num processo mais amplo de formago da capacidade de centramento, discernimento e expresso criativa da conscigncia pessoal. Utilizando aqui o principio ecoldgico da interconexdo sistémica, podemos dizer que a formagao da inteligéncia supde 0 desenvolvi- mento de ums habilidade para integrar experiéncias, interpretar e ordenar dados, através de uma atitude mental contextualizada na ecologia do ser, no seu auto-conhecimento, ¢ no uso de sua vontade auto- nomia ¢ compreensio, no impulso instintivo de atri- buir significagto, criando relagdes sistémicas dentro de si mesmo e com o mundo. Isto seria, para a filo- sofia da EA, uma definigao do processo de aprendi- zagem: 0 conhecimento produzido por amor ao sa- ber, uma reflexiio sem ansiedade, licida e lidica. © modelo ideal do educador no paradigma ecolégico Krishnamurti (1980-A) aborda também a distingdo entre formagao ¢ informagao, a partir do modelo arquetipico da transmissiio da experiéncia vivida, da mesma forma como Benjamin (1985) fala do narrador antigo como alguém que relata suas aventuras de viajante. Todas as culturas anti- gas expressaram este arquétipo, através das diver- sas construgdes simbélicas da imagem do mestre, cuja “palavra viva” transmite um exemplo ético que é considerado modelo de virtude, por inspirar- se em valores origindrios dos fundamentos da vida social em cada cultura. na linguagem das filoso- fias orientais antigas, a virtude basica do mestre € 4 compaixdo, que Krishnamurti traduz como um compartithar da mente ¢ do coragao. Sri Auro- bindo (1993) acrescenta que o mestre é um facili« tador, demonstrando as praticas a serem realizadas pelos aprendizes através de sua presenca autén- tica, protegendo o ser em sua essencialidade natu- ral, oferecendo ao mesmo tempo apoio e espaco para o exercicio da autonomia criativa pessoal. A realizagao simbélica da relagao mestre-discipulo tem por base o principio ecolégico da sustentabi- lidade, que implica numa atitude de abrigar, rege- nerar e alimentar tudo que é tenro e que preciso evoluir, de modo a formar o ser integral, auto-cen- trado e fluindo cm 0 todo. Neste sentido, ocorre uma unificagdo das polaridades bisicas da cria- fo, 0 principio da protecdo da vida, e o principio paternal de sua auto-organizagdo criativa (cf. Sa, 1995). ‘No caso do paradigma ecolégico, emergente na sociedade contemporanea, é preciso discutir quais sio as qualidades necessarias ao educador para que sua atuagdo se oriente no sentido de curar as patolo- gias geradas pelos -ismos dominantes. Dai a cres- cente revalorizagio da imagem do terapeuta, no apenas no sentido psicol6gico, mas usada de modo mais global para identificar o papel daquelas pessoas que se propdem a atuar como focalizadoras de pro- cessos de mutagdo de habitos mentais e emocionais, visando a implantago cultural efetiva de uma eco- ética, nas micro-relagdes da vida cotidiana. Dessa forma tornam-se mais ténues as fronteiras entre as fungies sociais do terapeuta e do educador, do ponto de vista de uma ecologia do ser. Arte-educagio como religacio e regeneragio A tendéncia a esta aproximagao entre a terapia ea formagdo do ser, no momento atual de nossa cul- tura, deve-se ao fato de que as doengas causadas pelo excesso de fragmentagdo cristalizaram-se em ideologias massificadoras, que bloqueiam 0 livre fluir da energia criadora, Elas atingem este efeito porque atuam através de alegorias, que sfio constru- ges de segunda ou terceira ordem, em relaglo A originalidade da experiéncia estética, mitica e poé- tica; criam fabulas, slogans, palavras de ordem, mar- cas registradas, que ampliam cada vez mais o abismo entre a consciéncia pessoal e o inconsciente coletivo da espécie humana, 0 tesouro que preserva suas ex- periéncias basicas no planeta, segundo Jung. Outras culturas, no pasado, conseguiram retardar por al- gum tempo este tipo de degeneragao, através da forga institucionalizada das religides, no caso atual, porém, © proprio processo de institucionalizagio encontra-se em derrocada. Isto coloca como tarefa da educagio, dentro do paradigma ecologico, a ne- cessidade de reorientar cada pessoa a descoberta interior de seu proprio ethos, recriando para si sua propria mitologia e conectando-a com outras cria- odes possiveis e afins. (cf, Barba, E., 1991:195). O mestre, como terapeuta, € aquele que promove a cura pelo religar da pessoa a alguma totalidade si- gnificante, onde 0 eu consciente possa alquimizar 0 medo, 0 ddio € 0 egoismo, experimentando a uni- dade sistémica de tudo, acima das diferengas e por causa delas, Estudos antropologicos j demonstra- ram exaustivamente 0 que representa 0 mitologizar € a ritualizaco como fungées culturais que atuam através da linguagem simbélica, unindo razio e emogio para expressar tudo aquilo que transvende o poder de descrig&o da raziio analitica, e que se en- contra @ espera de recriagdes (cf. Lima, 1983; Tur- ner, 1974; Eliade, 1992; Sa, 1993). ‘Ao atuar na perspectiva de uma ecologia do ser, a EA utiliza-se das abordagens pedagégicas que exploram a experiéncia estética, entendida enquanto vivéncia da unido com a fonte psiquica interior do ser. Como tio bem expressou Fayga Ostrower (1987), seguindo as pegadas de Jung, 0 ser consciente-sensivel-cultural € fruto da huma- nizago progressiva de nossa espécie, com base nos processos criativos potencialmente inerentes a ela. Assim, a ecologia do ser busca, por exemplo, despoluir a relagio homem-natureza através do estimulo a expressdo da energia de manifestagao, da capacidade formativa do ser, quer no plano da construgdo externa das formas, quer no processo de auto-conhecimeuto, onde o eu consciente cria sua propria forma de manifestagdo, elabora seu plano de auto-construgao, no processo de indivi- duago. Um exemplo dessa perspectiva € a pro- posta de Rolf Gelewski (1987), com base nas idéias de Sri Aurobindo, que considera a arte-edu- ‘cago como uma educagdo da percepgao, do uso do instrumento mente-corpo, pelo qual 0 eu cons- ciente cria as formas. A partir da nogao idguica do desenvolvimento do centro psiquico do ser, como energia propulsora do poder criativo. Rolf vé a experiéncia estética como manifestago da essén- cia unitéria e invisivel vivida interiormente, no mundo exterior das formas, na singularidade da expresso de cada pessoa. Ai se encontra o poder formativo da arte-educagao, regenerando as des- conexdes patoldgicas, integrando as partes ¢ fun- des psiquicas num centro energético interior ca- paz de auto-regulaciio, de inteligéncia criativa e de evolugao. * Lais Mourio Sé Teoria e Fundamentos Professora do Departamento de FE/UnB Bibliografia BARBA, E. Alm das Dbas Flutuantes, UNICAMP, SP, 1991. 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